quarta-feira, 31 de agosto de 2011

24 HORAS DE LOUVOR E ADORAÇÃO

A Bíblia segundo o Capitão América

O rabino Rami Shapiro, professor da Universidade Middle Tennessee State, disse recentemente ao canal CNN que “a maioria das pessoas que afirmam ter um amor profundo pela Bíblia na verdade nunca leu esse livro”. Se ele está certo, provavelmente a maioria delas não reconhecerá uma citação bíblica quando ler uma.
Ao contrário da crença popular, “Deus ajuda quem se ajuda” não é um versículo da Bíblia. “A limpeza anda ao lado da piedade” também não. “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando” tampouco está lá.
Uma pesquisa divulgada este mês pela Sociedade Bíblica Americana fez um teste com os moradores daquele que é considerado o maior país do mundo, e revela algumas surpresas.
A frase “De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados” foi atribuída pela maioria dos entrevistados ao… Capitão América. As outras opções eram o pastor e ativista Martin Luther King e o ex-presidente George W. Bush. Uma minoria conseguiu perceber que se tratava do versículo de 2Coríntios 4:8, este, sim, presente na Bíblia.
Segundo a Harris Interactive, que realizou a entrevista online a pedido da American Bible Society, nada menos que 63% dos entrevistados achava que a frase fora dita pelo Capitão América, Luther King ou Bush.
Símbolo do nacionalismo americano do pós-guerra, o Capitão América ao que se sabe não citava a Bíblia ao enfrentar os nazistas e posteriormentes outros supervilões.
A iniciativa da Sociade Bíblica Americana visava promover uma nova edição da Bíblia chamada “A Bíblia da Liberdade”, que usa uma tradução contemporânea. A citação foi um exemplo de 3.500 versículos que receberam destaque na “Bíblia da Liberdade” criada para ajudar as pessoas a superar traumas. A pesquisa também perguntou sobre quais eram os maiores traumas dos leitores na última década.
O resultado mostra que apenas 9% dos americanos sentem-se mais seguros hoje do que antes dos atentados de 11 de setembro de 2001, considerando que o terrorisrmo é hoje o maior trauma dos norte-americanos. Também foi divulgado que 82% dos americanos não confiam na Bíblia como uma maneira de os ajudar a lidar com seus traumas. Apenas 4% afirmaram confiar em ajuda profissional para superar traumas e 6% disseram não acreditar que algo pode ajudá-los.

Ministérios brasileiros preparam ações de evangelismo para Copa e para as Olimpíadas

Pensando nas competições mundiais que acontecerão no Brasil em 2014 e 2016 a Igreja Batista da Lagoinha juntamente com outras igrejas está preparando ações de evangelismo específicas para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas. As estratégias foram definidas durante um encontro que aconteceu com pastores e ex-atletas em um Hotel na região Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais.

Vários líderes de diversos ministérios estavam nesta reunião para discutir métodos de evangelismo e aprender com ministérios que já fizeram ações em eventos parecidos. Entre eles o líder da Igreja Batista da Lagoinha, o pastor Márcio Valadão, o pastor Jeremias, da 8ª Presbiteriana de BH, entre outros que acompanharam a palestra do convidado especial o pastor Cassie Carstens da International Collision Sport Athletes of Christ que falou sobre os trabalhos de evangelismos que seu ministério já realizou.

Quando jogamos pérolas aos porcos


Depois que Deus fez a promessa a Abraão, ele deu a Lei a Moisés. Por quê? Simplesmente porque ele tinha de fazer as coisas piorarem antes que pudesse melhorá-las. A Lei expôs o pecado, afrontou o pecado e o condenou. O propósito da Lei era, por assim dizer, tirar a tampa da respeitabilidade do homem e expor o que ele realmente é abaixo da superfície — pecador, rebelde, culpado, sob o julgamento de Deus e sem esperança para salvar-se a si mesmo.
Hoje, deve-se permitir que a Lei faça a tarefa que Deus lhe confiou. Uma das grandes falhas da Igreja contemporânea é a tendência de abrandar o pecado e o julgamento. De maneira semelhante aos falsos profetas, nós tratamos da ferida do povo de Deus "... como se não fosse grave" (Jr 6.14; 8.11). Veja como Dietrich Bonhoeffer expõe essa ideia: "É apenas quando alguém se submete à Lei que ele pode falar da graça... Não acho que seja cristão querer chegar ao NT de forma muito rápida e direta". Jamais devemos ignorar a Lei e ir direto ao evangelho. Fazer isso é contradizer o plano de Deus na história bíblica.
Essa não é a razão pela qual o evangelho não é apreciado hoje em dia? Alguns o ignoram, outros o ridicularizam. Então, em nosso evangelismo moderno, jogamos pérolas aos porcos (e a pérola mais cara é o evangelho). As pessoas não conseguem ver a beleza da pérola, porque não têm o conceito da imundícia do chiqueiro. Nenhum homem aceita o evangelho antes que a Lei, primeiro, revele a esse homem sua própria natureza e essência. É apenas na escuridão profunda do céu noturno que as estrelas começam a aparecer, bem como também é apenas no pano de fundo escuro do pecado e do julgamento que o evangelho brilha.
Não admitimos nossa necessidade de abraçar o evangelho, para que este cure nossas feridas, antes de a Lei nos ter injuriado e derrotado. Jamais ansiaremos para que Cristo nos liberte antes de a Lei nos prender e aprisionar. Jamais buscaremos Cristo para ser justificados e viver, antes de a Lei nos condenar e matar. Jamais acreditaremos em Jesus, antes de a Lei nos levar ao desespero. Jamais nos voltaremos para o evangelho, para que este nos leve ao céu, antes de a Lei nos rebaixar até o inferno.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Um cristão pode praticar vale-tudo? Pastores e teólogos debatem sobre o tema

Mesmo sem ter um versículo bíblico proibindo a prática, a maioria condena, dizendo que o vale-tudo não condiz com os princípios do cristianismo .


O MMA (Artes marciais mistas) é hoje uma das modalidades esportivas que mais cresce no mundo e também no Brasil, que por sinal possui os melhores lutadores do esporte. Com o crescimento do MMA, também vieram as criticas a modalidade, que chegou a ser banida de alguns estados nos EUA por ser muito violenta. No final de semana passado, foi realizado no Brasil o maior evento deste esporte, o UFC Rio que lotou o HSBC Arena e foi um sucesso segundo seus organizadores.
Um dos maiores lutadores do UFC é Vitor Belfort, que na maioria de suas lutas agradece a Deus após vitórias e usa o calção com o nome Jesus escrito. Declaradamente cristão, Belfort explicou em recente entrevista a ligação entre a religião e a luta dizendo que o que ele faz no octógono não é uma briga, e sim uma competição.
Além de Vitor que desta vez apenas comentou as lutas, outro atleta cristão estava no UFC, o estreante capixaba Erick Silva, que a exemplo de Belfort, entrou com o nome Jesus escrito no calção e tem como um de seus apoiadores o Senador evangélico Magno Malta.
Diante desta relação, o portal Gospel Prime procurou pastores e teólogos para saber o que eles pensam deste esporte. Um cristão pode praticar tal esporte? É licito ao crente em Jesus assisti-los?

“Eu não vejo embasamento bíblico favorável, mas também não vejo o contrário”, disse o pastor Ariovaldo Júnior, do Manifesto Missões Urbanas. Ele acredita que a prática hoje é mais esportiva e ”não tem mais nada a ver com os vale-tudo onde havia graça em esmurrar o outro além das condições humanas”.


Biblicamente falando, Ariovaldo Júnior diz que não há menções que condenem o esporte. “Eu gosto do UFC por celebrar um esporte que ainda não tem influências do feminismo. O feminismo determina tudo hoje em dia, até o nosso modelo de ‘cristão ideal’ está mais pra figura de uma mulher do que pra um homem de verdade. A propósito, lutas de diversos tipos foram contemporâneas de Jesus e de Paulo (que viveu inclusive em Roma), porém não vemos nenhuma recomendação contrária à prática esportiva”, diz o pastor do Ministério Sal da Terra em Uberlândia – MG.
Violência e cristianismo
Já o pastor Geremias do Couto, da Assembleia de Deus, considera o esporte inadequado para o cristão. “Respeito quem participa e assiste (a tentação é grande!), mas a violência que o caracteriza conflita com os princípios de vida do Cristianismo. Há outros esportes saudáveis que podem muito bem atender a nossa necessidade de entretenimento e, sobretudo, de cuidados físicos.”
Couto diz que pode sustentar seu posicionamento lembrando de versículos como o de Gálatas 5 que fala sobre a temperança, assim como quando Paulo fala que tudo nos é licito, mas nem tudo nos convém. “Sei que no caso desse esporte não se trata de uma agressão gratuita, por vingança ou por maldade mesmo, mas de qualquer modo é uma forma de agressão consentida. Alguém vai sair arrebentado”, diz o pastor assembleiano.
“Aquilo é selvageria”, disse o teólogo Rodrigo Weronka, ele não concorda que um cristão deva participar ou assistir esse tipo de competição. “Como chamar de esporte um negócio que visa arrebentar o oponente?”, questiona.
Weronka fala sobre a diferença entre esportes perigosos como a Fórmula 1, e esportes “brutos” como ele classifica o MMA. “Uns podem dizer que na F1 o carro pode matar o piloto, mas na F1 o objetivo não é esse. E no vale-tudo, o ‘vale tudo’ é vencer o oponente, massacrando o cara”, disse.

Ele também não utiliza nenhum fundamento bíblico para basear suas convicções, apenas diz que a prática não condiz com os valores passados pela Palavra de Deus. “Não consigo aceitar uma brutalidade como o vale-tudo como esporte ou mesmo como algo para entretenimento cristão. Mas é claro que não tem um verso ‘não lutarás MMA’, isso é uma questão contemporânea. Deduzo pelos parâmetros bíblicos do amor ao próximo que arrebentar a cabeça de um ser humano, criado por Deus, por ‘esporte’ é ridículo”.
Princípios bíblicos
Geremias do Couto também fala que o esporte em questão foge dos princípios bíblicos. “Biblia não trabalha simplesmente com regras. Ela trabalha com princípios, que devem ser aplicados nas mais diferentes circunstâncias. Há muitas outras coisas das quais a Bíblia não fala de forma explícita, mas por causa dos princípios que ela nos oferece podemos fazer bem as nossas escolhas e evitar aquilo que não glorifica a Deus. Paulo escreveu: “Quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”, 1 Coríntios 10.31. A grande pergunta é: esse esporte glorifica a Deus?”
O mantenedor do portal apologético NAPEC vai mais longe: ”Pergunte a um cristão se uma tourada é um esporte bacana. Não, dirão em coro! Judiar do pobre animal não é certo. E a caça esportiva? não é certo!. Então seria ético arrebentar outro ser humano numa competição esportiva?”
Vale-tudo na Igreja
Weronka também critica a prática de lutas dentro da igreja, como acontece na Igreja Renascer, que chegou a ser notícia no canal NatGeo (National Geographic) por montar um ringue dentro da igreja e promover a luta como “forma de evangelismo”.
“Uns dizem que o vale-tudo pode ser uma estratégia de evangelismo, então “vale tudo” para ter os jovens ali?” questiona Weronka que não concorda com o fato de uma igreja evangélica apoiar esse tipo de esporte.
“Sob a desculpa pragmática dos ‘fins justificam os meios’ a igreja vai ficando com a cara do mundo. E se a igreja deve ficar assim, prefiro ser um esquisito e manter a ortodoxia bíblica”, critica o teólogo.

domingo, 28 de agosto de 2011

Sexo Oral é pecado?

Não há fundamento para se dizer que sexo oral é pecado. Isso porque a Bíblia não diz nada claramente sobre o assunto e nem mesmo o livro de Levíticos - que se posiciona claramente contra vários desvios sexuais - não fala nada sobre o assunto.

Dizer que sexo oral é pecado é o mesmo que dizer que há partes do corpo permitidas de serem beijadas e outras não, o que seria por si só um tipo de "anti santificação" do corpo humano. Beijar a boca pode, beijar o seio, não. Chupar o pescoço pode, chupar outras partes do corpo não. Lamber o dedo da esposa pode, lamber outras coisas não. Não há, em toda a Bíblia, a demonização de nenhuma parte do corpo. O sexo e o amor foram criados por Deus para gozo e alegria de seus filhos e cada parte do corpo pode ser órgão sexual ou não, no sentido que há pessoas que se excitam se beijadas na orelha, outras sentem tesão por pés, outras ficam excitadas se tocadas no pescoço, etc... Dizer que certos lugares são liberados e outros não é incluir como lei o que não foi dito.
No entanto, apesar de não falar claramente, a Bíblia dá algumas pistas - bem claras, em alguns momentos - de como era a vida sexual de um casal que servia a Deus. O livro de Cantares é - além de uma metáfora do relacionamento de Cristo e a Igreja - uma descrição, muitas vezes minuciosa, de um relacionamento de amor e sexo entre um casal casado que se ama e serve a Deus.
De forma poética, delicada e, certamente, inspirada por Deus, o autor descreve a relação a dois e como pode haver gozo, prazer e alegria no sexo em um leito sem mácula e abençoado por Deus. Este livro fala claramente sobre o casal experimentando, comendo e bebendo de seus corpos. Ainda que não saibamos o que queiram dizer exatamente essas descrições, pode-se ter certeza de que não existem evidência alguma de que Deus esteja preocupado ou condenando o jeito que o casal se toca, beija ou acaricia.
Não quero com isso, fazer apologia a prática do sexo oral. O marido e sua esposa devem viver segundo a revelação que Deus tem dado aos dois. E se esta for não fazer sexo oral , amém, que assim seja feito. Deus faz diferentes revelações para diferentes pessoas porque o que para um é benção pode ser tropeço para outro. Assim o ideal é que o casal viva segundo o chamado de Deus para vocês. Se acreditam que é pecado, que não pratiquem. Muitas pessoas creêm que usar batom é pecado. Os pastores de sua igreja dizem isso. Elas acreditam. Elas não usam. Outras usam, mesmo seu pastor dizendo que é pecado. Usam porque não concordam. Assim, o casal deve decidir sobre isso juntos. E a partir daí, decidirem o que fazer. Se for praticar, o façam sem culpa. Se for se abster, também. De qq forma, não devem tornar esse assunto como o cerne de sua vida sexual porque sexo é muito mais do que isso. É intimidade, entrega e manifestação do amor de Deus e de vcs um pelo outro. Decidir pelo que for trazer paz ao coração de ambos, mas não deve ser motivo para que se julgue aos que pensam diferente.
"Ora, ao que é fraco na fé, acolhei-o, mas não para condenar-lhe os escrúpulos. Um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come só legumes. Quem come não despreze a quem não come; e quem não come não julgue a quem come; pois Deus o acolheu. Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio Senhor ele está em pé ou cai; mas estará firme, porque poderoso é o Senhor para o firmar. Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente convicto em sua própria mente. Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz. E quem come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus. Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. Pois, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, quer vivamos quer morramos, somos do Senhor. Porque foi para isto mesmo que Cristo morreu e tornou a viver, para ser Senhor tanto de mortos como de vivos. Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Deus. Porque está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua louvará a Deus. Assim, pois, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus." (Rom. 14:1-12)

"Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos ante a sua glória imaculados e jubilosos, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, e agora, e para todo o sempre. Amém." (Judas 1:24-25)

Como Questionar a Deus

Romanos 9:19,20 afirma:
Tu, porém, me dirás: De que se queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade? Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim?

Paulo certamente estava insatisfeito com esta reação ao seu en­sinamento sobre Deus. Isso significa que é errado questionar o en­sino bíblico? Penso que não.
Paulo falava sobre assuntos polêmicos, e Pedro admitia que, às vezes, suas cartas eram difíceis de entender: "há certas coisas difí­ceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como tam­bém deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles" (2Pe 3:16). Paulo acrescenta: "Logo, tem ele [Deus] misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz" (Rm 9:18). A questão é que o próprio Deus decide se teremos um coração endu­recido ou não. "E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal". Deus teve misericórdia de Jacó e endu­receu a Esaú (Rm 9:11-13).
Ouvindo tal afirmação, alguém contesta: "De que se queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade?" (v. 19) Ao que Paulo responde: "Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?!
"A palavra "discutir" (antapokrinomenos) aparece novamente no Novo Testamento, em Lucas 14:5,6. Jesus está mostrando aos in­térpretes da lei e aos fariseus que é legítimo realizar curas aos sába­dos, dizendo-lhes: "Qual de vós, se o filho ou o boi cair num poço, não o tirará logo, mesmo em dia de sábado? A isto nada puderam responder (antapokrithenai)".
Em que sentido eles não puderam "responder"? Não foram ca­pazes de apontar,qualquer erro, criticá-lo de forma legítima, ou realmente contradizê-lo. Assim, a palavra "responder" (ou discutir) provavelmente carrega o significado de "responder (ou discutir) com o objetivo de criticar, discordar ou corrigir".
Penso ser este o motivo da insatisfação de Paulo em Romanos 9:20. Deixando aberta a possibilidade de que um tipo diferente de questionamento seja aceitável, isto é, o questionamento humilde, que contribuía para uma melhor compreensão, e não para a censu­ra, a condenação ou a crítica do que está sendo dito.
Em Lucas 1:31, por exemplo, o anjo Gabriel veio à virgem Maria e disse: "Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus". Ela ficou maravilhada e perplexa, afinal, virgens não têm filhos. Poderia ter zombado ou contestado, mas, em vez disso, perguntou: "Como será isto, pois não tenho relação com homem algum?" (Lc 1:34). Ela não disse que seria impossível; perguntou: "Como?"
Por outro lado, temos a visita de Gabriel a Zacarias, pai de João Batista. O anjo veio e lhe disse: "Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, a quem darás o nome de João" (Lc 1:13). Zacarias sabia que "Isabel era estéril" (Lc 1:7), e seu ceticismo provocou um tipo de questionamento diferente: "Como saberei isto?". Ele não queria saber como o anjo o faria, mas qual a certeza de que o faria.
Gabriel não gostou dessa reação e disse: "Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado para falar-te e trazer-te estas boas novas. Todavia, ficarás mudo e não poderás falar até ao dia em que estas coisas venham a realizar-se; porquanto não acreditaste nas minhas palavras, as quais, a seu tempo, se cumprirão" (Lc 1:19,20).
Concluo, portanto, que um questionamento humilde sobre como e por que Deus faz o que faz é aceitável a Deus. Ele responde de maneira satisfatória a Maria: "Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra" (Lc 1:35). Isso não diminuiu o mistério, mas ajudou.
Não posso remover o mistério de Romanos 9. Há mais para compreendermos do que temos visto, e eu quero desencorajar sua busca por conhecer mais e mais o coração e a mente de Deus. Ape­nas faça isso com humildade e com o desejo de confirmar o que ele já disse, ainda que lhe cause perplexidade.
Não deixe suas orações tornarem-se ocasiões para retrucar, não critique Deus nem sinta-se indignado com ele. Muito em breve, essa curta vida de perplexidades terminará: "Agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, co­nheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido" (ICo 13:12). Seja honesto com Deus sobre as coisas que o descon­certam, mas ponha a mão sobre boca se a contestação surgir. E melhor permanecer em silêncio e esperar pela explicação a dizer que algo não pode acontecer. "Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa, porque dele vem a minha esperança" (SI 62:5).
Pai, confessamos que somos os filhos e tu és o Pai. Somos os aprendizes e o Senhor, o mestre. Somos pecadores e falheis e o Senhor, santo e sábio. Ensina-nos a medir nossos pensamentos pelos teus e não por outro padrão qualquer. Humilha-nos sobtua mão forte. Não permitas que nos indignemos contra o Senhor, que te critiquemos ou nos desapontemos contigo: Faze-nos estremecer diante de tais insultos. Oh! Quão profundas sãotuas riquezas e tua sabedoria! Quão insondáveis são teusjuízos! Quão inescrutáveis são teus caminhos! Louvamos-te!

Em nome de Jesus. Amém

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sábado, 27 de agosto de 2011

As 1001 Utilidades do Tradicional Óleo de Peroba


já é de poder público as inúmeras vantagens que o Óleo de Peroba oferece. Muitas donas de casa já não se imaginam sem o milagroso produto que dá vida nova aos móveis, cheirinho bom, ar de limpeza nos lares.
Infelizmente, desde que este produto se converteu a algumas “igrejas evangélicas” e não conseguindo deixar de manter o seu poder de qualidade, este vem sendo usado pelos ditos apóstolos, paipóstolos, bispos, arcebispos, profetas que estão “ministrando em nome de Deus”.
Modo de usar: Passa-se uma boa camada do produto na cara do indivíduo, tira um bigode ali, um suspensório lá, alisa-se um cabelo aqui, coloca-se um aplique lá e pronto, o produto ajuda a dar um ar de vida nova, bom cheiro, limpeza e clareza em rostos tão desgastados pela falta de temor a Deus. Respeito a Sua Palavra e as pessoas que os ouvem e os seguem.
E não é que muitos hoje não conseguem mais viver em seus lares sem o produto estampado na cara de pau dos televisivos profetas do imaginário? Óleo de Peroba na cara de pau vicia. Tome cuidado.
E quem diria? O apelo é tão grande que vale tudo na maquiagem espiritual, até se voltar contra aqueles que no passado os ajudou na compra do Óleo de Peroba e os ensinou a usar.

Óleo de Peroba use com cuidado.

Chulé Ungido! Valdemiro Santiago inventa a unção da meia milagrosa

Quando eu penso que as loucuras Valdomirianas e neopetencostais cegeram ao fim, descubro mais uma modalidade gospel de arrepiar os cabelos, no meu caso, os poucos que ainda me restam.

Pois é, o cowboy de GEZUIS , o apóstolo Valdemiro Santiago iniciou a campanha da meia “Sê Tu Uma Benção”. Segundo o profeteiro, os que a usarem terão um elemento profético para cumprir o que diz o texto bíblico. “Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu prometi a Moisés.”

A campanha “Sê Tu Uma Benção” foi inaugurada com toalhas de rosto que eram distribuídas em todas as Igrejas Mundial do Poder de Deus. A essas toalhas são atribuídas diversas curas e libertações que são testemunhados durante os cultos.

No Rio de Janeiro, antes de serem distribuídos, os pares de meias foram consagrados no monte pelo bispo Pereira, que foi acompanhado por bispos e pastores, levando também as toalhinhas “Sê tu uma Bênção”. Tanto as meias como as toalhas são distribuídas gratuitamente na “Terça-feira do Milagre Urgente”.

Caro leitor, fata-me palavras diante tanta aberração! Como bem disse o apóstolo Paulo em sua epístola a Timóteo No últimos dias alguns apostatarão da fé:

Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência, proibindo o casamento e ordenando a abstinência dos manjares que Deus criou para os fiéis e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças.” 1 Timóteo 4:1-3

Pois é, diante de tantas heresias e loucuras em nome de Deus vale a pena trazer a memória alguns versículos da Bíblia:

Mateus 24:24 Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.

Marcos 13:22 Porque se levantarão falsos cristos, e falsos profetas, e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos.

1 Timóteo 6:9 Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína.

2 Pedro 2:1 E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.

2 Pedro 2:3 E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita.

Que Deus tenha misericórdia do seu povo! Maranata!

Igreja Batista da Lagoinha resolveu amarrar o espírito da solterice!

Só Jesus na causa! Parece que quanto mais eu rezo mais assombração aparece!

Por favor, deixe-me explicar: Não é que a igreja da lagoinha resolveu amarrar o espírito da solteirice? Pois é, isso aconteceu no meio do primeiro congresso com mulheres promovido pela “Igreja dos sapinhos”. Em um determinado momento, uma irmã em Cristo clamou a Deus desesperadamente pedindo ao Senhor que amarrasse o espírito da solteirice.

Caro leitor, como já escrevi inúmeras vezes não agüento mais as invencionices deste povo. Sou obrigado a confessar que fico impressionado com os devaneios por parte de alguns dos denominados evangélicos, até porque, no quesito criatividade alguns dos nossos irmãos têm conseguido se superar.
Ora, vamos combinar uma coisa? Acho que esse pessoal não está entendendo muito bem o Evangelho de Cristo. Infelizmente, diante de tantas bizarrices, confesso que me assusta ver e ouvir tantas distorções teológicas. Sinceramente eu não vejo nas Escrituras Sagradas base bíblica para essa viagem toda. Por favor, pare, pense e responda com sinceridade: Em algum momento na Bíblia você encontra o Apóstolo Paulo orientando a Igreja de Cristo a amarrar o espírito da solteirice?
Sinceramente volta e meia me questiono: O que fizeram com o evangelho de Cristo? O que fizeram da sã doutrina? Que Cristianismo ensandecido é esse? Que Evangelho é esse? Que doutrinas são estas? Ora, esse não é e nunca foi o evangelho anunciado pelos apóstolos. Antes pelo contrário, este é o evangelho que alguns dos evangélicos fabricaram! Infelizmente, a Igreja de Jesus deixou de ser a comunidade da palavra de Deus cuja fé se fundamenta nas Escrituras Sagradas, para ser a comunidade da pseudo-experiência, do dualismo, do misticismo e do neomaniqueismo!

Dias dificeis os nossos!

O livre-arbítrio e Romano 8:8

Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. Rm 8:8

Introdução


A teoria do livre arbítrio pretende provar que o homem tem capacidade inerente para crer no evangelho e aceitar a Cristo. Pressupõe que o homem está numa situação de neutralidade ou equilíbrio moral e que diante da escolha proposta no evangelho o mesmo pode optar igualmente pela salvação ou condenação. Essa teoria tem ampla aceitação no meio evangélico, enquanto que a inabilidade inata do homem é vista como uma desculpa diante de Deus. Se o homem é incapaz de crer no evangelho por si mesmo, dizem, então ele não pode ser responsabilizado pela sua incredulidade. À parte e acima dessa aparente lógica, está o que a Bíblia declara a respeito da condição do homem. E o que ela declara é que é impossível que aqueles que estão na carne agradem a Deus.


1. Agradar a Deus


Agradar é fazer a vontade de alguém, acomodando-se aos desejos e interesesses de outros. Agradar a Deus é fazer aquilo que Lhe dá prazer, que lhe traz satisfação. Isso envolve disposição para abrir mão de agradar a si mesmo. Nesse sentido “Cristo não se agradou a si mesmo” (Rm 15:3), mas sempre fazia a vontade do Pai. Para os cristãos, como soldado de Cristo, “seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou” (2Tm 2:4). Além disso, agradar a Deus muitas vezes implica desagradar a outras pessoas. Paulo dizia “ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo” (Gl 1:10), uma vez que “fomos aprovados por Deus, a ponto de nos confiar Ele o evangelho, assim falamos, não para que agrademos a homens, e sim a Deus” (1Ts 2:4).

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Os falsos profetas e os seus falsos ensinos sobre ofertas e primicias.


Lamentavelmente multiplica-se a olhos vistos a quantidade de falsos profetas que semeiam falsos ensinos na igreja evangélica brasileira.
Uma das ultimas invenções desta corja relaciona-se aos mais distintos tipos de ofertas. Pra variar, os profeteiros de GEZUIZ criaram algumas formas de tirar dinheiro dos incautos, senão vejamos:

1- Primícias (dever ser entregue ao "sacerdote"(pastor) o valor referente a um dia de trabalho do seu salário, Ex.: R$560,00 dividido por 30 = R$18,66 esse é o valor da primícia, é para uso pessoal do "sacerdote";

2- Semeadura (essa é a da barganha, se você deseja um bem material, deverá ofertar proporcionalmente ao tamanho da benção desejada);

3- Gratidão (Você deverá trazer todos o meses um oferta de gratidão pelas bençãos recebidas);

4- Ofertas voluntárias (aquelas que vão nas "salvas" para manutenção do templo);

5- Missões (essa não caresse explicação)

Pois é, com excessão das duas últimas, as outras não passam de invencionices apostólicas.

Infelizmente esses caras não se cansam de fabricar heresias! Confesso que estou chocado e escandalizado com essa história do crente em Jesus ser obrigado a ofertar ao pastor um dia de seu trabalho!

Caro leitor, vamos combinar uma coisa? Deus não é um tipo de bolsa de valores que quanto mais "investimos" mais dinheiro recebemos. Deus não se submete as nossas barganhas nem tampouco àqueles que pensam que podem manipular o sagrado estabelecendo regras de$avergonhada$ de sucesso pessoal.

Isto posto, afirmo que a doutrina das sementes ou primicias ensinadas por essa gente é espúria, sem fundamento bíblico e manipuladora cujo objetivo final é o enriquecimento dos profetas da prosperidade.

Que Deus tenha misericórdia do seu povo e nos guarde de tropeçar.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A Igreja Evangélica Universal da Graça do Poder de Deus é Amor Batista da Unção Milagrosa

Agora virou moda né? É só ter um “revelamento”, uma “visagem”, e por um “ato pofretico” cria-se uma igreja que atende os mais variados padrões de fé e que (claro!) rende alguma coi$a.
Tava lendo o post do irmão Leonardo Gonçalves no blog @pulpitocristao sobre nome de igrejas(Será que o rereté dela é apostólico? risos!) Duas grandes igrejas — uma conhecida por seu tradicionalismo pentecostal e outra conhecida… bem, a outra é conhecida pela grana mesmo — estavam se unindo, Meu Deus do Céu!
Fiquei pasma, mas logo saquei que isso nada mais era do que essa nova onda que cresce no mundo e principalmente no Brasil: O Mercado Chinês. Isso mesmo, não tem outro nome, igrejas de pequeno e médio porte surgem e crescem numa velocidade assustadora, sem que tenham um fundamento, uma história, sem base ou propósito espiritual algum, apenas surgem da necessidade de estar numa igreja que atenda suas crendices particulares e não vá de contra as suas praticas pecaminosas. Assim, inicia-se um sincretismo religioso, misturando o cristianismo com outras práticas que, as vezes, nem religiosas são. Tudo para seu bem estar e claro, na maioria das vezes, para o bem estar do bolso do pastor.
Essas novas igrejas de fundo de quintal são mesmo um “Negócio da China”! E digo isso literalmente, porque “o produto vendido, tem sim, uma aparência agradável e atrativa, mas não tem garantia e na maioria dos casos já vem com defeito”.
O triste é que isso não é exclusividade das pequenas igrejas. Grandes “multinacionais religiosas” também aderiram essa onda, importando elementos alheios ao cristianismo, trocando a salvação por indulgências que podem ser adquiridas com cartão de crédito, etc. Para adquirir a “Vitória em Cristo”, basta fazer uma ligação e semear 911 reais na conta do seu pastor favorito! Outra “empreja” (uma mistura de empresa com igreja) estimula os fiéis a oferecer “sacrifícios”, mas não é qualquer sacrifício não: – é o brinquedo da criança, a escritura da sua casa, a chave do seu carro novo, já ouvi dizer que até celular serve como sacrifício!
Mas depois de falar de tudo isso, uma questão surge no meu coração: Provérbios 6. 16 e 17, fala sobre o quanto Deus detesta um coração soberbo e orgulhoso. E quantas vezes não somos soberbos diante do evangelho? Muitas das nossas atitudes mostram que, mesmo professando fé em Cristo, somos rebeldes ao verdadeiro cristianismo, que é servir e não ser servido. Quantas das nossas próprias oraçoes não são verdadeiras barganhas com Deus? O maior ensinamento que Cristo nos deixou é que não estamos aqui no mundo para ter status, ser reconhecido ou famoso, estamos aqui unicamente para servir, lavar os pés dos irmãos e não discutir quem é o maior no reinos dos céus, ou quem tem mais direito de sentar a direita ou a esquerda de Jesus Cristo na Glória.
É por causa dos nossos corações soberbos que muitas igrejas surgem por aí. Elas apelam para o nosso desejo de grandeza, de status, de prosperidade.
“Enganoso é o coração, mais que todas as coisas”…
#pensenisso!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

"Amar a Deus? Às vezes eu o odeio!"

Romanos 3.18 termina com a acusação formal contra a humanidade decaída de que "não há temor de Deus diante de seus olhos". Talvez esse seja o efeito mais devastador do pecado original. Nós, que temos sido criados na imagem de Deus e que fomos feitos para adorar e reverenciar nosso Criador, já perdemos a capacidade de reverência santa diante dele. Nada é mais alheio a nosso estado decaído do que adoração autêntica. Isso não quer dizer que paramos de cultuar completamente. Antes significa que nos tornamos idólatras, transferindo o culto de Deus a algo na ordem criada. Paulo diz:
A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis. Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!
Romanos 1.18-25
Essa seção de Romanos descreve a prática universal de idolatria. O pano de fundo para a acusação é que Deus se revela claramente na natureza, com o resultado que todo ser humano sabe que há um Deus. Mas a resposta universal a essa revelação é suprimi-la e trocar essa verdade manifesta por uma mentira. Nós trocamos a glória de Deus pela glória de coisas pertencentes à criatura. A própria essência da idolatria é erigir um altar a um substituto para Deus. O temor de Deus ao qual Paulo se refere não é o medo ou pavor servil que se tem de um inimigo, mas o respeito que enche o coração com reverência e inclina a alma à adoração. Pecadores não adoram Deus por natureza própria. Nós somos, por natureza, filhos da ira, pois levamos em nossos corações uma inimizade fundamental para com Deus.

Estar no estado de pecado original é estar no estado que a Escritura chama de "na carne". Isto não se refere primariamente a coisas físicas, mas a uma condição de corrupção moral. Na carne não somos capazes de agradar a Deus. De fato, falta-nos o desejo de agradá-lo. Somos desafeiçoados e alienados de Deus.

Caso perguntássemos a descrentes se eles odeiam a Deus, provavelmente negariam isso categoricamente. Contudo a Bíblia torna claro que habita nos corações e nas almas de homens não-regenerados um profundo ódio de Deus. Amor por Deus não é natural para nós. Mesmo no estado redimido nossas almas se esfriam e temos sentimentos de indiferença para com ele. Quando oramos, nossas mentes vagueiam e cedemos a devaneios. Em meio ao culto em conjunto, ficamos entediados e nos encontramos dando olhadas disfarçadas em nossos relógios. Como é diferente isso de nosso comportamento quando estamos na companhia daqueles a quem muito amamos.

Nossa falta de amor natural por Deus é confirmada por nossa falta natural de desejo dele. Quando jovem me foi exigido decorar O Breve Catecismo de Westminster. Para mim foi uma tarefa pesada. A primeira pergunta do catecismo é "Qual é o fim principal do homem?" A resposta diz: "O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre". Para mim isso não fazia muito sentido. Eu entendia que há alguma ligação entre glorificar a Deus e obedecer a Deus. O que deixei de captar foi o elo entre tudo isso e "apreciar" a Deus. Se o fim principal ou propósito de minha vida era apreciar Deus, então estava deixando escapar o objetivo todo de minha existência. Eu coloquei de lado isso como sendo linguagem religiosa anti¬quada que não tinha nenhuma relevância à minha vida diária. Certamente não estava inclinado a procurar minha alegria em Deus.

Mais tarde entendi meus sentimentos quando lia a resposta de Lutero à pergunta: "Você ama a Deus?" Lutero respondeu (antes de sua conversão), "Amar a Deus? Às vezes eu o odeio!" É raro entre os homens que alguém admita isso. Até mesmo a resposta franca de Lutero não chegou a ser totalmente sincera. Tivesse ele falado toda a verdade, teria dito que ele odiava a Deus o tempo todo.

O novo retrato da fé no Brasil

Pesquisas indicam o aumento da migração religiosa entre os brasileiros, o surgimento dos evangélicos não praticantes e o crescimento dos adeptos ao islã

Acaba de nascer no País uma nova categoria religiosa, a dos evangélicos não praticantes. São os fiéis que creem, mas não pertencem a nenhuma denominação. O surgimento dela já era aguardado, uma vez que os católicos, ainda maioria, perdem espaço a cada ano para o conglomerado formado por protestantes históricos, pentecostais e neopentecostais. Sendo assim, é cada vez maior o número de brasileiros que nascem em berço evangélico – e, como muitos católicos, não praticam sua fé. Dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelaram, na semana passada, que evangélicos de origem que não mantêm vínculos com a crença saltaram, em seis anos, de insignificantes 0,7% para 2,9%. Em números absolutos, são quatro milhões de brasileiros a mais nessa condição. Essa é uma das constatações que estatísticos e pesquisadores estão produzindo recentemente, às quais ISTOÉ teve acesso, formando um novo panorama religioso no País.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

domingo, 21 de agosto de 2011

A Marcha para Jesus - Uma avaliação crítica

NTRODUÇÃO
A “Marcha para Jesus” é um evento que acontece em muitas cidades do Brasil, patrocinado pela Igreja Apostólica Renascer em Cristo, e consiste basicamente numa grande passeata de evangélicos com shows gospel. O evento ocorre desde 1993 no Brasil e costumava dividir opiniões tanto na mídia secular quanto evangélica. Hoje, já mais arrefecida, a “Marcha” continua chamando a atenção, embora com menos intensidade. O presente artigo visa apresentar uma análise crítica, não do evento propriamente dito, mas das razões e argumentos apresentados para justificar o evento. Estas razões e argumentos, bem como informações institucionais e históricas sobre a Marcha estão disponíveis no site www.marchaparajesus.com.br (em 12/01/2005).

HISTÓRICO DA MARCHA PARA JESUS
Conforme informações do referido site, a primeira Marcha para Jesus aconteceu em 1987 na cidade de Londres (Inglaterra), e foi fundada pelo pastor Roger Forster, pelo cantor e compositor Graham Kendrick, Gerald Coates e Lynn Green. Portanto, não é uma invenção da Igreja Renascer do Brasil. Ela simplesmente importou a idéia para nossa pátria. No início da década de 90, a Marcha se tornara um evento de proporções continentais, ocorrendo em toda Europa. Em 1992 a Marcha para Jesus já se tornava em um movimento mundial, chegando a outros países da América, África e Ásia. No ano de 1993, chega a vez do Brasil realizar a sua primeira edição do evento, sob a orientação da Renascer. A partir daí, a cada ano, o evento toma mais e mais aspecto de show gospel, apresentação de artistas evangélicos e desfiles, sempre com muita dança ao som de pagode e axé ditos evangélicos. Em alguns locais, não sabemos se de acordo com a coordenação da Marcha ou não, políticos evangélicos têm aproveitado a oportunidade.

A IDEOLOGIA POR DETRÁS DA MARCHA
Existe uma justificativa teológica elaborada para a Marcha, que procura abonar o evento à luz da Bíblia. Os pontos abaixo foram retirados do site Marcha para Jesus (www.marchaparajesus.com.br) e se constituem na “teologia da Marcha”. Aliás, a maior parte deles se encontra exatamente debaixo do tópico “teologia” no site da Marcha. Segue um resumo dos principais argumentos, entre outros, seguidos de um breve comentário.

1. A ordem de “marchar” aparentemente foi dada mediante revelação do Espírito Santo. Diz o site:
A visão inicial da Marcha para Jesus, como qualquer outra ação em que os cristãos empreendem para Deus, está baseado [sic!] no conhecimento e na obediência. Nós acreditamos que Deus diz para nós marcharmos, e esta obediência precede uma revelação. O Espírito Santo de Deus nos conduz em toda a verdade (João 16:13) e a teologia do ato de marcharmos para Jesus emerge quando nós nos engajamos em ouvir o que o Espírito Santo está dizendo para uma Igreja atuante e batalhadora nesta terra.

Comentário: O parágrafo acima não é claro, mas dá a entender que a visão inicial foi mediante uma revelação de Deus, seguida da obediência da Renascer, em cumprir a visão. Líderes da Renascer negam que a visão inicial foi dada por revelação. Contudo, o parágrafo acima sugere que a visão da Marcha foi dada pelo Espírito para a Renascer. Quando nos lembramos que a Renascer tem um “apóstolo” (uso o termo entre aspas, não por qualquer desrespeito ao líder da Renascer, mas porque não creio que existam apóstolos hoje à semelhança dos Doze e de Paulo), imagino que “revelações” (uso o termo entre aspas não por desrespeito às práticas da Renascer, mas porque não creio que existam novas revelações da parte de Deus hoje) devam ser freqüentes.

2. Segundo a Renascer, a Marcha é uma declaração teológica: a Igreja está em movimento e está viva! É o meio pelo qual os cristãos querem ser conhecidos publicamente como discípulos de Jesus.

Comentário: Se esta é a forma bíblica dos cristãos mostrarem que estão vivos e que são seguidores de Jesus, é no mínimo estranho que não encontremos o menor traço de marchas para Jesus no Novo Testamento, ou para Deus no Antigo.

3. A Marcha é entendida como uma celebração semelhante às do Antigo Testamento, possuindo uma qualidade extremamente espontânea e alegre. Participam da Marcha jovens de caras pintadas, cartazes, roupas coloridas e canções vivazes. Isto é visto como uma celebração do amor extravagante de Deus para o mundo.

Comentário: Na minha avaliação, o ponto acima dificilmente pode ser tomado como um argumento bíblico ou teológico para justificar o evento. As “marchas” de Israel no Antigo Testamento, não tinham como alvo evangelizar os povos – ao contrário, eram marchas de guerra, para conquistá-los ou exterminá-los, conforme o próprio Deus mandou naquela época. Fica difícil imaginar os israelitas organizando uma marcha através de Canaã, com os levitas tocando seus instrumentos e dando shows, para ganhar os cananeus para a fé no Deus de Israel!

4. Marchar para Jesus é visto também como um ato profético que dá consciência espiritual às pessoas. Josué mobilizou as pessoas de Israel para marchar ao redor das paredes de Jericó. Jeosafá marchou no deserto entoando louvores a Deus. Quando os cristãos marcham, estão agindo profeticamente, diz a Renascer.

Comentário: Entendo que se trata de um uso errado das Escrituras. Por exemplo: se vamos tomar o texto de Josué como uma ordem para que os cristãos marchem, por que então somente marchar? Por que não tocar trombetas? E por que só marchar uma vez, e não sete ao redor da cidade inteira? E por que não mandar uma arca com as tábuas da lei na frente? E por que não ficar silencioso as seis primeiras vezes e só gritar na sétima?

5. Marchar para Jesus traz uma sensação natural de estar reivindicando o lugar no qual os participantes caminham. Acredita-se que assim libera-se no mundo espiritual a oportunidade desejada por Deus: “Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé, eu a darei ...” (Josué 1.3).

Comentário: Será esta uma interpretação correta das Escrituras? Podemos tomar esta promessa de Deus a Josué e ao povo de Israel como sendo uma ordem para que os cristãos de todas as épocas marquem o terreno de Deus através de marchas? Que evangelizem, conquistem, e ganhem povos e nações para Jesus através de marchar no território deles? Que estratégia é esta, que nunca foi revelada antes aos apóstolos, Pais da Igreja, missionários, reformadores, evangelistas, de todas as épocas e terras, e da qual não encontramos o menor traço na Bíblia?

6. A Marcha destrói as fortalezas erguidas pelo inimigo em certas áreas das cidades e regiões onde ela acontece, declarando com fé que Jesus Cristo é o Senhor do Brasil.

Comentário: Onde está a fundamentação bíblica para tal? Na verdade, este ponto é baseado em conceitos do movimento de batalha espiritual, especialmente o conceito de espíritos territoriais, e em conceitos da confissão positiva, que afirmam que criamos realidades espirituais pelo poder das nossas declarações e palavras.

7. Os defensores da Marcha dizem que ela projeta a presença dos evangélicos na mídia de todo o Brasil.
Comentário: É verdade, só que a projeção nem sempre tem sido positiva. Além de provocar polêmica entre os próprios evangélicos, a mídia secular tem tido por vezes avaliação irônica e negativa.

8. Os defensores da Marcha dizem que pessoas se convertem no evento.

Comentário: Não nos é dito qual é o critério usado para identificar as verdadeiras conversões. Se for levantar a mão ou vir à frente durante os shows e as pregações da Marcha, é um critério bastante questionável. As estatísticas que temos nos dizem que apenas 10% das pessoas que atendem a um apelo em cruzadas de evangelização em massa, como aquelas de Billy Graham, permanecem nas igrejas. Mas, mesmo considerando as conversões reais, ainda não justificaria, pois não raras vezes Deus utiliza meios para converter pessoas, meios estes que não se tornam legítimos somente porque Deus os usou. Por exemplo, o fato de que maridos descrentes se convertem através da esposa crente não quer dizer que Deus aprova o casamento misto e nem que namorar descrentes para convertê-los seja estratégia evangelística adequada.

9. Os defensores dizem ainda que a Marcha promove a unidade entre os cristãos. Em alguns lugares do mundo, a Marcha é concluída com um “pacto” entre as denominações, confissões e indivíduos, exigindo que cada um deles não faça mais discriminação por razões doutrinárias.

Comentário: Sou favorável à unidade entre os verdadeiros cristãos. Mas não a qualquer preço e não qualquer tipo de união. A unidade promovida pela Marcha, sob as condições mencionadas acima, tem o efeito de relegar a doutrina bíblica a uma condição secundária. O resultado é que se deixa de dar atenção à doutrina. Em nome da unidade, abandona-se a exatidão doutrinária. Deixa-se de denunciar os erros doutrinários grosseiros que estão presentes em muitas denominações, erros sobre o ser de Deus, sobre a pessoa de Jesus Cristo, a pessoa e atuação do Espírito, o caminho da salvação pela fé somente, etc. Unidade entre os cristãos é boa e bíblica somente se for em torno da verdade. Jamais devemos sacrificar a verdade em nome de uma pretensa unidade. A unidade que a Marcha mostra ao mundo não corresponde à realidade. Ela acaba escondendo as divisões internas, os rachas doutrinários, as brigas pelo poder e as divisões que existem entre os evangélicos. Se queremos de fato unidade, vamos encarar nossas diferenças de frente e procurar discuti-las e resolve-las em concílios, reuniões, na mesa de discussão – e não marchando.

10. Os defensores da Marcha dizem que ela é uma forma de proclamação do Evangelho ao mundo.

Comentário: A resposta que damos é que a proclamação feita na Marcha vem misturada com apresentações de artistas gospel profissionais, ambiente de folia e danceteria, a ponto de perder-se no meio destas outras coisas. Além do mais, a mensagem proclamada é aquela da Renascer em Cristo, com a qual naturalmente as igrejas evangélicas históricas não concordariam, pois é influenciada pela teologia da prosperidade e pela batalha espiritual.

É evidente que, analisada de perto, a “teologia da Marcha” não se constitui em teologia propriamente dita. Os argumentos acima não provam que há uma revelação para que se marche, e não justificam a necessidade de os cristãos obedecerem organizando marchas. Não há qualquer justificativa bíblica para que os cristãos façam marchas, nem qualquer sustentação bíblica para a idéia de “dar a Deus a oportunidade” mediante uma marcha, ou ainda de que, marchando e declarando, se conquistam regiões e cidades para Cristo. Se há fundamento bíblico, por que os primeiros cristãos não o fizeram? Por que historicamente a Igreja Cristã nunca fez?

Pelos motivos acima, entendo que os argumentos bíblicos e teológicos apresentados para justificar a Marcha para Jesus não procedem. Nada tenho contra que cristãos organizem uma Marcha para Jesus. Apenas acho que não deveriam procurar justificar bíblica e teologicamente como se fosse um ato de obediência à Palavra de Deus. Neste caso, estão condenando como desobedientes todos os cristãos do passado, que nunca marcharam, e os que, no presente, também não marcham.

Parece, mas não é: A clonagem de nomes entre igrejas evangélicas

Igrejas e congregações independentes adotam indevidamente nomes de grandes denominações com as quais não mantêm qualquer vínculo.

Por Sulamita Ricardo


Um fenômeno decorrente do crescimento do segmento evangélico está chamando a atenção de algumas das mais tradicionais denominações do país. É a clonagem de nomes de igrejas, utilização indevida de marcas tradicionais no meio protestante por instituições sem qualquer ligação com as grandes convenções, cujos nomes utilizam numa tentativa de atrair fiéis e de tirar uma casquinha na credibilidade alheia. Em meio a um crescimento com ares desordenados – só em São Paulo, a cada ano são criadas cerca de 220 novas igrejas evangélicas, algumas das quais não passam de salinhas alugadas nas periferias –, parece cada vez mais difícil normatizar o setor. E o pior é que, além de gente bem intencionada que quer apenas anunciar o Evangelho da salvação, aventureiros pegam carona na tradição de grandes organizações religiosas, prejudicando sua imagem perante o público. No meio das mais de 300 mil igrejas evangélicas que funcionam no Brasil, muitas parecem uma coisa e são outra.

Denominações como a Batista, a Assembleia de Deus e a Presbiteriana são as maiores vítimas da clonagem eclesiástica. Organizadas em convenções nacionais, essas três gigantes, que juntas reúnem milhões de fiéis, estão capilarizadas por todo o território nacional, com uma trajetória cuja origem remonta à segunda metade do século 19 e início dos anos 1900. Mas a placa na entrada não é garantia de legitimidade. Muitas comunidades autônomas, sem qualquer ligação administrativa ou doutrinária com as denominações cujos nomes utilizam, funcionam livremente. Na zona norte do Rio de Janeiro, por exemplo, é possível encontrar a Assembleia de Deus Ministério Renovo e a Igreja Batista Templo de Milagres, que apesar dos nomes não são subordinadas às entidades cujas nomenclaturas adotam.

A clonagem eclesiástica preocupa líderes evangélicos. “Nós estamos acompanhando isso com muita perplexidade, porque essas igrejas estão nos causando grande prejuízo”, diz o pastor José Wellington Bezerra da Costa, presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus do Brasil (CGADB). Reeleito no mês de abril para mais um mandato à frente da maior denominação evangélica nacional, Wellington diz que a Assembleia de Deus é uma das mais afetadas pelo problema, pois acaba tendo seu nome respingado por qualquer atitude errada de religiosos free-lancers. “Muitas vezes, os pastores dessas igrejas não têm boa formação eclesiástica, espiritual, moral e até cultural para o exercício do ministério. Por isso, causam desordem doutrinária em seus púlpitos”, observa.

Um dos principais prejuízos acontece na área financeira. Segundo Wellington, eventuais desmandos ou calotes perpetrados por dirigentes de congregações clonadas sujam o nome da denominação. “Quando precisamos fazer alguma transação ou giro bancário, temos de provar por A mais B que não somos esse tipo de gente”, reclama. O presidente diz que está nos planos da denominação fortalecer seu Corpo Jurídico para acionar a Justiça em alguns casos. “Claro que primeiro tentaremos a via diplomática, solicitando a troca do nome”, adianta.

Fragilização – Para José Carlos da Silva, presidente da Convenção Batista Nacional (CBN) e pastor da Primeira Igreja Batista de Brasília, o que está em jogo é a soberania das denominações. “O uso indevido do nome ‘batista’ por igrejas desvinculadas das entidades que nos representam causa muitos problemas”, aponta. Os crentes batistas brasileiros estão ligados a dois grandes grupos: a CBN, reunindo as igrejas de orientação pentecostal, que surgiu na década de 1960, e a centenária Convenção Batista Brasileira (CBB), de linha tradicional, cada uma delas com mais de um milhão de fiéis. Há ainda entidades menores, como a Igreja Batista Regular e a Igreja Batista Independente. Em comum, explica Silva, todas essas organizações seguem estatutos denominacionais e administrativos, com representatividade através das assembleias gerais, que normatizam o processo de eleição dos líderes. “Ou seja, há prestação de contas.”

No entender do pastor, o processo de abertura indiscriminada de congregações reflete o processo de fragilização da Igreja Evangélica brasileira, “multifacetada e carente de orientação”. Basta uma passeada pelas maiores cidades brasileiras, e até mesmo no interior, para constatar que o mercado da expansão evangélica está a todo vapor. A cada dia, novas comunidades abrem suas portas – e os nomes, por vezes, são curiosos e até esdrúxulos, como Igreja Bailarinas da Valsa Divina ou Assembleia de Deus da Fonte Santa (ver abaixo). Para José Carlos da Silva, tanta originalidade, digamos assim, é uma característica cultural do povo brasileiro. “Normalmente, essas nomenclaturas são escolhidas a partir de experiências místicas, atribuídas a revelações ou sonhos. Expressam tanto ignorância como mau gosto, mas o amor tudo suporta”, resigna-se o presidente da CBN.

Roberto Brasileiro, pastor-presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, também expressa preocupação com essa pulverização e pelo uso indevido do nome de sua denominação por grupos desconhecidos. “Esse fenômeno causa prejuízos para o Evangelho em geral, e traz descrédito e críticas para as igrejas. Mas nós não temos responsabilidade sobre isso”, comenta. O problema é que nomes como os usados pelas grandes denominações já são de domínio público – ou seja, quem os utiliza não comete nenhuma irregularidade do ponto de vista legal. É o que explica o advogado e mestre em direito Gilberto Garcia, especialista na legislação ligada ao funcionamento das instituições religiosas. Ele lançou o livro O Novo Código Civil e as Igrejas em 2003, época em que a mudança na lei causou alvoroço entre os pastores. Ele diz que um título como “metodista” pode ser utilizados por qualquer igreja, já que no Brasil é muito fácil abrir uma instituição religiosa. “Nomes como Assembleia de Deus, Igreja Batista ou Igreja Presbiteriana são exemplos de ‘nomes genéricos’, chamados assim por não terem sido registrados em órgãos oficiais na época oportuna.”

Segundo Garcia, depois de devidamente regulamentadas, as igrejas têm direito de personalidade sobre o seu nome, uma novidade implantada pelo novo Código Civil. “Tal direito antes só era reservado aos cidadãos”, acrescenta. “Daí ser praticamente inviável a adoção de providência legal para impedir que alguém adote essas nomenclaturas”. A proteção é assegurada, ressalva o advogado, apenas ao nome específico de uma igreja local, como Primeira Igreja Batista em São Paulo ou Igreja Presbiteriana Central de Brasília, por exemplo. “Cada igreja legalizada tem propriedade sobre seu nome específico, que é protegido contra plágios.”

“Mão torta” – Ainda segundo Gilberto Garcia, o Judiciário não pode fazer muito para frear esse processo. “No prisma legal, a denominação que uma igreja escolhe não traz qualquer embaraço, e o Cartório do Registro Civil das Pessoas Jurídicas não pode, a princípio, impedir o registro do Estatuto Associativo em função da nomenclatura”, explica. A Justiça só pode intervir, e assim mesmo se for provocada, quando o nome ferir o bom senso, os bons costumes e a percepção da sua atuação como instituição espiritual. Ou seja, a questão está sujeita a uma avaliação para lá de subjetiva.

“As igrejas aparecem, se multiplicam e ficam cheias porque oferecem uma mensagem simbólica que atende às demandas das pessoas”, opina o pastor e teólogo Lourenço Stélio Rega, diretor da Faculdade Teológica Batista de São Paulo. Referência evangélica na área da ética cristã – é autor de Dando um jeito no jeitinho: Como ser ético sem deixar de ser brasileiro, lançado em 2000 pela Editora Mundo Cristão –, ele frisa que o crescimento de movimentos evangélicos não o incomoda. “A Bíblia diz que a porta do Reino dos Céus é estreita. A mensagem pura do Evangelho encontra-se na Palavra de Deus.” Para Rega, a maneira certa de diminuir o apelo de igrejas de fachada é o Corpo de Cristo cumprir sua missão com mais seriedade e dar mais ênfase no testemunho pessoal do crente. “Temos que pregar a mensagem pura e simples do Evangelho e ter, como Igreja do Senhor, influência positiva no ambiente em que estivermos implantados”, conclui o teólogo.

Na mesma linha vai o doutor em sociologia Ricardo Mariano. Autor de Neopentecostais – Sociologia do neopentecostalismo, ele é um dos maiores especialistas brasileiros no fenômeno evangélico e acredita que as igrejas-clone são muito pequenas para prejudicar seriamente denominações de grande porte. “Isso não vai atrapalhar um movimento religioso ascendente, que já envolve mais de 40 milhões de brasileiros”, acredita. José Wellington aposta na semeadura do Evangelho: “Ainda que muitas vezes pregada por pessoas despreparadas, os brasileiros estão sendo apresentados à Palavra de Deus. O agente pode ter mão torta, mas se a semente cair, ela vai brotar. Na hora de passar a peneira, Deus passa.”

Entre o público e o privado

O advogado Gilberto Garcia, especializado em direito civil e na legislação que rege as entidades religiosas, respondeu a algumas perguntas de CRISTIANISMO HOJE sobre o processo de abertura de igrejas:

CRISTIANISMO HOJE – O que é preciso para se abrir uma igreja no Brasil?

GILBERTO GARCIA – A organização religiosa é uma entidade associativa, uma pessoa jurídica de direito privado. Para funcionar, ela precisa averbar seu Estatuto Associativo no Cartório do Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Em seguida, os responsáveis devem providenciar o registro na Receita Federal, obtendo assim o Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ). É preciso, ainda, obter o certificado de vistoria do Corpo de Bombeiros para o templo, e em alguns casos, alvará, fornecido pela prefeitura local.

CH: Existe algum tipo de controle ou exigência sobre quem será o titular da nova igreja?

GG: Compete exclusivamente à igreja local, convenção, denominação ou grupo religioso estabelecer os critérios para que uma pessoa se torne um pastor – ou evangelista, presbítero, diácono, bispo, apóstolo… Não há qualquer controle público sobre isso, em função da liberdade religiosa consagrada pela Constituição Federal. Entretanto, se o dirigente vai assumir a presidência de uma organização religiosa – seja qual for sua confissão de fé – juntamente com a posição de líder religioso, ele precisa, de acordo com o Código Civil, ser civilmente capaz, e ainda, não ter qualquer pendência fiscal com a Receita. Também precisa comprovar que não foi condenada em processo criminal, através de certidões oficiais.

CH: As entidades denominacionais não podem exercer um controle efetivo sobre a abertura de novas igrejas, sobretudo aquelas que utilizarão indevidamente nomenclaturas já consagradas?

GG: As denominações históricas não têm qualquer controle sobre a abertura de igrejas com seus nomes, pois nomenclaturas como Assembleia de Deus, Batista ou Presbiteriana são consideradas de domínio público, não havendo qualquer ilegalidade em sua utilização de modo genérico. O que não se pode é utilizar o nome de uma igreja local que tenha sido registrada, por exemplo, como Assembléia de Deus em Goiás ou Igreja Batista em São Paulo. No caso das igrejas locais, seus membros podem adotar medidas legais cabíveis para impedir, inclusive judicialmente, a utilização do nome especifico, sob as penas da lei.

Para todos os gostos

O que um visitante desavisado diria ao ser convidado para assistir a um culto na Igreja Bailarinas da Valsa Divina? Ou que impacto pode ter sobre a vida de um crente carnal o ministério da Igreja Evangélica Pentecostal Jesus Vem, Se não Vigiar Você Fica Fora? Igrejas com nomes curiosos ou bizarros são cada vez mais comuns no Brasil. A jornalista Luciana Maz­zarelli, de São Paulo, está preparando um livro sobre o assunto. Ela se diz surpresa com a criatividade dos pastores. “Em alguns casos, eles conseguem unir no mesmo nome palavras antagônicas, como Igreja Evangélica Muçulmana Javé É Pai”, diverte-se. No entanto, o objetivo de sua pesquisa – feita na maioria das vezes in loco, palmilhando ruas de periferias e bairros populares – não é ridicularizar ninguém, e sim, mostrar a diversidade de interpretações bíblicas e liturgias: “O fenômeno tem um lado positivo, pois assim o propósito de levar o Evangelho a todos os lugares está sendo cumprido”, explica Luciana. “Hoje em dia ninguém deixa de ir à igreja por falta de opção. Temos igrejas para cada tribo: surfistas, motociclistas, artistas… enfim, é igreja para todos os gostos”. Conheça algumas dessas congregações cuja originalidade já começa pelo nome:

Assembleia de Deus do Azeite Quente

Igreja da Bênção Mundial Fogo de Poder

Igreja Batista Templo de Milagres

Igreja Chave do Éden

Igreja do Amor Maior que Outra Força

Cruzada Evangélica do Ministério de Jeová, Deus do Fogo

Igreja Bailarinas da Valsa Divina

Igreja das Sete Trombetas do Apocalipse

Igreja de Deus da Profecia (no Brasil e América do Sul)

Igreja Cenáculo de Oração Jesus Está Voltando

Igreja Pentecostal Subimos com Jesus

Igreja Evangélica Pentecostal Jesus Vem,

Se Não Vigiar Você Fica Fora (IEPJVSNVVFF)

Igreja Evangélica Arca de Noé

Rancho dos Profetas

Igreja Asas de Águia – Visão Além do Alcance

Igreja Evangélica Pentecostal Quero Te Ver na Glória

Igreja do Cavaleiro do Cavalo Branco do Apocalipse 6.2

Igreja da Ressurreição dos Mortos

Pastor Tio Chico e suas histórias “maravilhosas”.


Quem assiste às piadas sem graça de programas como Zorra Total, A Praça é Nossa ou Show do Tom e conclui que o humor brasileiro vem padecendo de falta de criatividade precisa conhecer uma categoria nova de comediantes que atua em outras frentes. Padre Quevedo? Henri Cristo? Nenhum deles é páreo para o Pastor Francisco Vieira, que faz uma verdadeira romaria pelas igrejas evangélicas brasileiras narrando a saga do seu personagem mais famoso, o Ex-bruxo Tio Chico.
O auto ungido ex-bruxo tem uma agenda bastante disputada. Só em janeiro, segundo o seu site oficial, fez turnê por cinco cidades: Rio de Janeiro, São Paulo, Birigui-SP, Araçatuba-SP e Juquiá-SP, pregando em igrejas como Assembléia de Deus, Internacional da Graça e Evangelho Quadrangular. Em todos esses lugares, Tio Chico conta com riqueza de detalhes suas fantásticas aventuras, leva a platéia ao riso e à comoção e, como ninguém é de ferro, faz seu pé-de-meia.
Para quem nunca ouviu falar no ex-bruxo Tio Chico, recomendo uma visita ao You Tube ou a aquisição, por R$ 25,00, de seus DVDs de testemunho. O preço é salgado, mas é riso garantido. Francisco teria nascido em 18 de setembro de 1960, estando no momento com 47 anos. Se os cineastas brasileiros fossem mais atentos, a sua vida renderia um longa-metragem capaz de deixar Steven Spielberg no chinelo. Forrest Gump não tem a mesma riqueza dramática.
Tio Chico conta com naturalidade que fez três pactos com o Diabo. Estranho o fato dos dois primeiros terem sido invalidados. A precocidade é um dos pontos destacáveis do nosso herói. Segundo suas palavras, foi o Pai-de-Santo mais novo do Brasil, tendo conseguido a façanha com 10 anos de idade. Um fato que me impressiona na história de Tio Chico é a sua onipresença e capacidade de ultrapassar a barreira do tempo. Segundo informações do seu site, o bruxo Tio Chico transformou-se em nova criatura em 1990. Pouco tempo depois foi promovido a Pastor Francisco e percorre o país tornando conhecidas suas folclóricas atuações em diversas áreas, sempre com uma espantosa capacidade. Não se sabe como, Tio Chico foi funcionário do Banco Central por oito anos. Não se sabe também como chegou ao cargo de chefe de gabinete por meio de concurso público. Algo inédito no Brasil. Segundo o mago das finanças, desviava dinheiro dos clientes para sua conta e enviava sua dinheirama para paraísos fiscais na Suiça. Não se sabe também como o Banco Central tinha clientes comuns, ao estilo do Bradesco ou da Caixa. Tio Chico conta que lucrava milhões fazendo desvios.

Impressionante também é a onipresença de Tio Chico. Apesar de ter afirmado que morou em 19 capitais brasileiras, achou tempo para praticar Umbanda, Quimbanda, Vodu, Feitiçaria, Bruxaria,Cartomancia, Universo em Desencanto, Igreja do Diabo,seita do Reverendo Moon, Budismo, Hinduísmo, Nova Era, Meninos de Deus, Islamismo, Judaísmo, além de jogar búxios, baralho, ler mão, ver bola de cristal, ser coroinha da Igreja Católica. Acha pouco? Tio Chico dá o golpe de misericórdia: ele ocupou o mais alto posto da Maçonaria e revela detalhes curiosos como sacrifícios de criancinhas e bodes.
Um truque ainda não desvendado é como Tio Chico fazia para sair do Brasil, só para atender aos caprichos da sua exigente mulher e, almoçar em Miami, e voltar no mesmo dia. Só para se ter uma idéia, o maior avião comercial do mundo, lançado após a era Tio Chico, chega a fazer 1.010 km por hora. De São Paulo a Miami, por exemplo, são 6.561 km. Para ir, sem escala, considerando o exato momento de embarque e desembraque da aeronave, Tio Chico e sua garota gastariam 13 horas para realizar este pequeno luxo. Considerando o passeio de táxi até o aeroporto, espera do vôo, revista, saída do aeroporto, entrada no restaurante, pedido e o ato de comer em si, no mínimo mais uma hora.
Concluindo: para esperar um almoço demorado assim, só mesmo fazendo uns beliscos à bordo. Agora, difícil mesmo seria ir para Tóquio e voltar no mesmo dia, como Tio Chico cansou de fazer, para agradar a ingrata esposa. Até hoje não ficou explicado como ele conseguiu percorrer os mais de 36 mil km entre o Brasil e o Japão ( considerando ida e volta) num mesmo dia ( de 24 horas), num avião a mil km por hora. Conclui-se que um dos pactos de Tio Chico o fazia ignorar as leis da Física para realizar seus intentos.
Tio Chico faz questão de propagar seu passado de vacas gordas. Ele garante que o contrato com o diabo lhe rendera quatro limusines, uma Ferrari, uma Mercedes Benz e uma incrível BMW, na qual o intrépido prosador fazia viagens para a África, ignorando completamente a existência de um Oceano Atlântico. Nas horas de folga, Tio Chico fazia rituais de magia negra e sacrifícios infantis na super máquina satânica. O então bruxo dispunha também de mansões e doze apartamentos em Brasília.
Tio Chico tem um passado tenebroso, tão tenebroso que faria o mítico personagem Jason se sentir um anjinho. Ele confessa nos púlpitos por onde passa o assassinato de quarenta pessoas a bala e o sacrifício de vinte e duas crianças. Tio Chico é modesto. Não computou no seu catálogo as mortes indiretas, vamos assim dizer. Ele garante que a cantora Clara Nunes, o apresentador Chacrinha e o presidente Tancredo Neves, morreram graças a trabalhos bem sucedidos realizados por ele. Para despachar a cantora baiana, Tio Chico teria embolsado US$ 45 milhões e um carro 0 Km. Cortesia do ex-prefeito de São Paulo, Orestes Quércia. Nâo se sabe se o carro tem poderes mágicos. Já Chacrinha foi mal avaliado. Pela bagatela de US$ 1 milhão, o impiedoso Tio Chico matou o Velho Guerreiro. A encomenda veio da “amante dele”, Rita Cadillac. Já o presidente Tancredo Neves foi morto a pedido de Paulo Maluf e José Sarney. Incrível como era influente o nosso personagem. Apesar de ter morado em 19 capitais, conhecido 68 países, ter feito um curso superior, ter frequentado com certa importância 28 religiões, chefe de gabinete do Banco Central, prestador de serviço para a Câmara e o Senado, o incansável, onipresente e onipotente Tio Chico comandava o Comando Vermelho no Rio de janeiro, ao lado de figuras como Escadinha, Fernandinho Beira-Mar e Marcinho VP. Mesmo assim, ainda achava tempo para visitar cemitérios e se alimentar de vísceras humanas e prestar “trabalhos espirituais” em seu centro para 68 empresas. Injetou sangue de bode no corpo, gasolina e éter. Teve um tórrido romance de oito meses com sua cachorra Fila Brasileira. Tudo isso até os 30 anos de idade.
A história de Tio Chico que mais me seduz é a que ele claramente desafia toda a possibilidade matemática e diz que comprou a esposa, quando esta tinha 12 anos de idade. Ficou casado 19 anos com ela e já está há 17 separado. Como Tio Chico tem hoje 47 anos, estima-se que ele tenha feito isso com incríveis 11 anos de vida. Em um de seus testemunhos, Tio Chico conta que trabalhou para a Wagner Canhedo, tendo inclusive sugerido o nome para a Vasp. Ele só não explica em qual encarnação fez isso, já que a empresa foi fundada em 1933. Tio Chico também garante que trabalhava nos bastidores para a Chevrolet, que segundo ele cada letra significa uma palavra, que descamba na frase “Chegou Hoje Este Vagabundo Roubando Ouro Liquidando Esta Terra”. Nem o fato da montadora ter sido fundada pelo piloto franco-americano Louis Chevrolet, em 1911, nos EUA, intimida Tio Chico. Presumo que ele terá alguns problemas para traduzir a frase para o inglês usando as mesmas iniciais. Idem para o francês e o espanhol. Espantoso também foi o fato de Tio Chico ter experimentado uma recaída, já que afirma que nomeou o Marea, veículo da Fiat, que significa no idioma diabês Enxu Marea. O problema é que Tio Chico garante que se aposentou das suas atividades mirabolantes em 1990. Como o Fiat Marea foi lançado em 1998 no Brasil, fica no mínimo, curiosa a participação do mestre neste episódio.
O maior troféu de Tio Chico é a apresentadora Xuxa, da Rede Globo (emissora que se valia de seus préstimos também). Ele garante que a Rainha dos Baixinhos realizou três pactos com o Coisa-Ruim, para se tornar famosa e rica. O generoso Tio Chico teria intermediado o negócio. Não se sabe quanto lucrou nesta transação. Aliás, Tio Chico faturava de todas as formas. Garante que há um processo contra ele no Distrito Federal, por ter falsificado 1800 folhas de cheque. Curiosamente, não consta nenhum processo contra Francisco José Vieira Guedes na Justiça de Brasília. Tio Chico tem a espantosa capacidade de fazer os processos evaporarem como mágica das gavetas dos tribunais. Curioso também o fato de em seu site não constar nenhuma cópia de qualquer documento de suas transações, uma lembrança de alguma viagem para algum das dezenas de países, nenhuma certidão de óbito de duas filhas que ele garante terem sido sacrificadas. Tio Chico é um homem muito reservado.
Quando Tio Chico foi tocado por Jesus e resolveu jogar sua vida perversa no mar do esquecimento, sofreu várias retaliações de seu antigo patrão. Ele conta que foi vítima de um terrível acidente de carro, que lhe rendeu 25 cirurgias. Como desgraça pouca é bobagem, Tio Chico conta que está vivo pela graça de Deus, já que os médicos retiraram incríveis 250 gramas de estilhaços de vidro de sua cabeça, perdeu as cordas vocais (usa uma até então inédita prótese de borracha) e outros detalhes que não convém relatar. Fato incrível é que o Pastor Francisco tem passaporte livre em centenas de igrejas e nenhum pastor pede alguma comprovação de seus feitos ou chama a Polícia Federal. É uma encruzilhada santa: se Tio Chico (apesar da Cronologia, Geografia, História, Biologia, Matemática, Física, Química e todas as outras ciências provarem o contrário) diz a verdade, é merecedor de capa na Veja, destaque no Fantástico e no mínimo uns cem anos de solidão carcerária. Normalmente, Deus perdoa o pecado hediondo. Mas a Justiça dos homens não é assim tão compreensiva. Se Tio Chico, como tudo leva a crer, falta com a verdade (no que compensa com muita criatividade), pode responder processo por calúnia, difamação e falso testemunho. É também de se duvidar da seriedade das instituições religiosas que o recebem. Das duas uma: ou levam um criminoso hediondo e plural para usar seus púlpitos ou patrocinam um mentiroso de proporções nunca alcançadas por uma mente humana antes.

Autor: Anderson Alcântara
Jornalista e Acadêmico de História - Goianésia - GO.
anderson0123@bol.com.br

Fonte: [ Portal de notícias do Amapá ] via [ Site Ponto Crítico ]

Considerações finais do site Ponto Crítico:

A matéria acima, destaca a importância atual de uma reflexão crítica por parte dos cristãos, pois além de Tio Chico, sabe-se que existem também outros “Ex-Bruxos”, que com suas estórias mirabolantes mobilizam uma massa de pessoas que os seguem de maneira cega, considerando o fato de que faltam provas convincentes de que seus “testemunhos” são verdadeiros.

Pode-se citar como exemplo o também brasileiro e suposto ex-bruxo “Daniel Mastral” e a escritora norte americana Rebecca Brown, que embora não seja ex-bruxa, ela apresentou em seus livros uma estória de libertação de uma ex-bruxa, cuja estória foi investigada nos EUA, e foi encontrada como fraude, sendo que já foi até publicada a tradução dessa investigação em nosso site (Leia parte 01, parte 02, parte 03).

Desse modo, nós consideramos que todo cuidado ainda é pouco no que diz respeito a tais testemunhos mirabolantes de libertação espiritual, pois além de ex-bruxos, temos no Brasil também o caso do Guina, que se dizia Ex integrante do grupo Racionais MCs, o qual também já foi encontrado como fraude.

Não duvidamos que uma pessoa tenha capacidade de “em nome de Deus” criar uma estória de Romance/Ficção e vende-la como testemunho biográfico, sendo que compete a nós e tão somente a nós a responsabilidade de filtrar aquilo que realmente vem da parte de Deus.

É nossa responsabilidade considerar como anátema aquilo que provem da mentira e do engano, sendo que tais coisas vem exatamente para provar nosso amor pela Verdade (2Ts 2:11), pois está escrito que nos últimos tempos alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios (1Tm 4:1)