segunda-feira, 13 de junho de 2011

Pregador que 'previu' fim do mundo sofre AVC e é hospitalizado nos EUA

Harold Camping, de 89 anos, passou mal na quinta-feira, disse porta-voz.
Ele ficou famoso ao afirmar que o mundo iria acabar em 21 de maio.

 O pregador evangélico Harold Camping, que ficou mundialmente famoso ao "prever" o fim do mundo para 21 de maio passado, foi hospitalizado após sofrer um acidente vascular cerebral, informou nesta segunda-feira (13) um porta-voz.

Camping, de 89 anos, passou mal após levar ao ar seu programa diário "Open Forum" na quinta-feira passada em Oakland, na Califórnia. Ele foi levado a um hospital na região da baía de San Francisco, segundo Tom Evans, porta-voz da rede Family Radio, fundada por Camping.

"Ele está bem e é tudo que queremos dizer agora", disse Evans à Reuters.


O pregador Harold Camping durante entrevista em 23 de maio -dois dias após a data em que havia marcado o 'fim do mundo'- em Oakland, no estado americano da Califórnia (Foto: AP)O porta-voz disse que, enquando Camping estiver hospitalizado, sua rede de rádio vai retransmitir programas já gravados.

Camping havia chamado a atenção ao afirmar que o "Dia do Julgamento", conforme prevê a Bíblia, ocorreria às 20h de 21 de maio último, o que não ocorreu.

Seus seguidores afirmaram terem ficado perplexos com o fato de o mundo não ter acabado.

Mais tarde, Camping afirmou que cometeu enganos em seus cálculos e remarcou o fim do mundo para 21 de outubro.

DEPRESSÃO: A ORIGEM DO DESEJO DE MORRER

Emil Brunner disse: “O que o oxigênio é para os pulmões, a esperança é para o sentido da vida”.[1] A falta de esperança ou sentido na vida quase sempre acaba levando à depressão. Esse problema sério atinge até mesmo jovens que não têm deficiência física.
O maior causador da depressão em muitos casos é o sentimento de solidão. Esse sentimento pode estar presente de diferentes maneiras em pessoas de todas as idades. Nenhuma criança ou adulto é imune a seus ataques.
Pesquisas revelam que a solidão é o maior problema que os adolescentes de hoje enfrentam. Em seu livro Lonely, But Never Alone (Solitário, Mas Nunca Sozinho), Nicky Cruz concluiu:
Embora alguns suicídios sejam provocados por drogas, a maioria dos suicídios e tentativas de suicídio tem como origem a infelicidade, o medo ou a solidão. Os que recorrem ao suicídio sentem-se sós no mundo.[2]

O especialista em ética Paul Ramsey diz: “Se o ferrão da morte é o pecado, o ferrão de quem está morrendo é a solidão. O abandono sufoca mais do que a própria morte, e dá mais medo”.[3] As mudanças nas atuais estruturas sociais estão deixando as pessoas mais vulneráveis à solidão.
Há um século, a maioria absoluta dos lares era normalmente composta de muitas crianças e jovens, e os avós. Havia muita companhia. O centro da vida espiritual e social era o lar.
Como não havia ainda o moderno sistema de previdência social, os idosos eram sustentados pelos filhos e conviviam com os netos. As crianças nasciam na própria casa, e os amigos e os parentes ficavam ao redor da mãe grávida.

O lar era o lugar em que os parentes deficientes recebiam carinho e assistência material e espiritual. O lar também era o lugar em que os parentes doentes ou idosos morriam no aconchego da família, não no ambiente frio e indiferente dos agitados hospitais. Por causa dessa união familiar, a grande maioria das pessoas não estava aberta a aceitar o suicídio como solução para o sofrimento. A força da família prevalecia contra as más idéias e influências.
Em seu livro When Is Right To Die? (Quando é Certo Morrer?), Joni Eareckson Tada, que ficou paralítica do pescoço para baixo por causa de um grave acidente, diz:
Jamais foi a intenção do nosso Criador que carregássemos sozinhos uma carga de sofrimento. Esse é o propósito de as pessoas viverem espiritualmente unidas — Deus deliberadamente planejou as pessoas para precisarem umas das outras. Se queremos que nossas necessidades mais íntimas sejam supridas, temos de nos unir com pessoas de esperança e fé.[4]

Joni reconhece que temos necessidade de companhia de pessoas de fé e esperança. No passado recente, a maior parte dos lares cristãos supria bem tal necessidade e era um lugar onde crianças, jovens, adultos e idosos riam e choravam juntos, trabalhavam e brincavam juntos. Mas agora as pressões são tantas que os lares têm menos espaço para crianças e mais espaço para o materialismo. As tendências sociais estão tornando os lares um lugar tumultuado onde é difícil encontrar companhia. Essa mudança carrega dentro de si não só as sementes da desolação, mas também têm causado distanciamento entre as pessoas dentro da própria família, o que é um solo fértil para a solidão.

Considere, por exemplo, a solidão que existe na vida das famílias chinesas, onde os casais só têm autorização de ter um único filho, que passará grande parte de sua infância não no lar, mas em instituições estatais de educação. Mesmo que a criança pudesse permanecer mais em casa, não haveria ninguém para cuidar dela, pois as leis e costumes atuais chineses, seguindo fielmente as idéias socialistas, estabelecem que tanto o marido quanto a esposa têm a obrigação de sair para trabalhar fora no mercado de trabalho.
A política de planejamento familiar do governo socialista da China só permite um filho por casal, e toda gravidez extra é sentenciada a um aborto médico forçado pelas autoridades. As conseqüências futuras? A população idosa terá, de modo geral, só um filho vivo para ajudá-los. O futuro da China será dominado por multidões de idosos solitários.
Dificuldades para as famílias de hojeAlém disso, o congestionado modo de vida nos conjuntos habitacionais populares desencoraja o desenvolvimento de relacionamentos calorosos e duradouros com outras famílias no conjunto. O estilo de vida das pessoas que vivem em apartamentos também impede a formação desses relacionamentos íntimos tão essenciais para o desenvolvimento saudável de uma família que está crescendo.
Nesse tipo de estrutura social, o idoso acaba inevitavelmente sendo colocado num asilo. Os homens e as mulheres que vivem confinados em asilos são solitários porque estão separados dos amigos e familiares. Na Europa e EUA, o padrão agora é o idoso fora ou distante da família. Uma das conseqüências é que os idosos estão recorrendo às drogas. O noticiário da CNN de 14 de janeiro de 2001 revela:

Aumenta o número de idosos alcoólatras e dependentes de drogas nos EUA. Um estudo realizado pelo governo norte-americano revelou que 17 por cento das pessoas com idade acima de 60 anos nos Estados Unidos são dependentes de álcool e de drogas que exigem prescrição médica.[5]

Além da solidão, outra questão séria é que uma população idosa tende a enfrentar mais doenças crônicas e necessitar de mais assistência. As despesas com a saúde também são elevadas na velhice.
Agora que os especialistas estão acordando para a realidade de que o governo não poderá sustentar por muito tempo os idosos, seria o momento ideal de a família voltar a assumir sua responsabilidade tradicional para com os parentes dependentes. Nenhuma instituição governamental ou particular consegue se igualar à assistência de carinho e atenção que só uma família saudável pode oferecer. Mas as famílias estão diminuindo, em grande parte devido ao sucesso das práticas negativas de planejamento familiar. E em muitos casos o divórcio está destruindo os lares. A família enfrenta grandes dificuldades para desempenhar seu papel tradicional de cuidado de crianças e idosos.
Uma das dificuldades é que as famílias estão sofrendo importantes mudanças. De acordo com a tendência de hoje, as esposas jamais devem depender do marido, nem os idosos depender dos filhos adultos, nem as crianças pequenas depender dos pais. Em vez disso, os cidadãos são condicionados a depender do governo. Para as esposas, o governo dá condiçóes para trabalhar fora. Para as crianças, creches. Para os idosos, asilos. Assim, a família se torna até certo ponto descartável. Mas o governo não tem conseguido preencher as funções espirituais e emocionais que a família foi divinamente projetada para preencher, principalmente quando está unida a Deus.
Por que as pessoas querem a eutanásiaA desestabilização da família é o principal motivo do aumento dos casos de depressão nos idosos, doentes e deficientes nos países ricos. E, na maioria dos casos, a depressão é a responsável pelos desejos e atos de suicídio. É um fato bem conhecido que muitas tentativas de suicídio são uma forma que um indivíduo encontrou de expressar sua necessidade de socorro.[6]

O termo “depressão” tem dois significados relacionados. Uma pessoa saudável normal sofre mudanças de temperamento e fica deprimida às vezes, mas esse não é o tipo de depressão que os psiquiatras discutem e tratam. Diz-se que uma pessoa está deprimida quando a profundidade ou duração da depressão vai além do que as pessoas saudáveis experimentam. Os psiquiatras definem a depressão como uma desordem mental caracterizada por prolongados sentimentos de desespero e rejeição, muitas vezes acompanhados de cansaço, dores de cabeça e outros sintomas físicos.

De acordo com a CNN, a Organização Mundial de Saúde prevê depressão como segunda maior causa de morte em 20 anos. A depressão será a segunda maior causa de morte e incapacidade no mundo, principalmente nos países industrializados, até 2020, e os distúrbios mentais e neurológicos, como Alzheimer e epilepsia, que já afetam 400 milhões de pessoas, deverão aumentar nos próximos 20 anos, alertou a Organização Mundial de Saúde.[7] Assim, enquanto por motivos econômicos e demográficos alguns políticos, filósofos e médicos estarão justificando a eutanásia como solução, fatores como a depressão poderão dar aos doentes e aos idosos a disposição necessária para aceitá-la.
Os defensores da eutanásia promovem o chamado “direito de morrer” como uma forma melhor e mais aceitável de cometer suicídio. A depressão, grave doença crônica e opressão espiritual tornam o suicídio uma opção para quem se encontra doente e desgostoso com a própria existência. Mas, já que o termo suicídio parece pesado e desagradável, o direito de morrer passou a ser utilizado como uma palavra substituta, embora tenha basicamente o mesmo significado e as mesmas conseqüências.

Eutanásia, medicina e a Palavra de DeusContudo, quando examinamos essa questão com a ajuda do Espírito Santo e sua Palavra escrita, podemos ver bem claramente que a autoridade de dar ou tirar a vida pertence somente a Deus. A autoridade dele também abrange os doentes, os deficientes, os recém-nascidos com graves problemas de saúde, etc. (cf. Êxodo 4.11).

Não só a Bíblia, mas também os homens mais íntegros da medicina sempre reconheceram que não compete ao ser humano julgar o valor de uma vida inocente, principalmente nas situações envolvendo vulnerabilidade física, emocional e espiritual. Para esses homens, a preservação da vida e da saúde sempre foi a meta mais importante da medicina. Hipócrates, considerado o pai da medicina, disse:
Não darei a ninguém nenhum medicamento mortal, mesmo que me peçam, nem darei conselhos nesse sentido. Da mesma forma, não darei a uma mulher nada que produza aborto.[8]

Essa declaração também é conhecida como juramento de Hipócrates, que os estudantes de medicina sempre fizeram. Esse antigo juramento coloca o médico na posição de protetor, não destruidor, da vida. A Associação Médica Mundial é clara com relação às responsabilidades dos médicos e recomendou que os profissionais da medicina façam o seguinte juramento:

Comprometo-me solenemente a consagrar minha vida para servir a humanidade… Exercerei minha profissão com consciência e dignidade. Minha principal consideração será a saúde do meu paciente… Manterei o máximo respeito pela vida humana, desde o momento da concepção.[9]

A Associação Médica Americana declarou, em 1997, que a depressão clínica é a maior evidência de que o doente terá desejo de cometer suicídio e mostrou que a grande maioria dos que se matam não escolheu o suicídio por causa de algum problema de dor física intratável. Só 4% dos suicidas são doentes terminais, e geralmente eles estão sofrendo de alguma doença mental tratável.
O problema de dor insuportável não é o fator responsável pela esmagadora atitude pró-suicídio nos países avançados. A Associação Médica Americana diz: “Não há nenhuma prova de que um número crescente de doentes esteja morrendo com dores intensas. Pelo contrário, os meios potenciais para controlar a dor progrediram recentemente… As dores da maioria dos doentes terminais podem ser controladas durante o processo em que o paciente está morrendo sem que se precise recorrer a doses pesadas de sedativos e anestesia. Para um número bem pequeno de pacientes, pode ser necessário fazer o doente dormir mediante sedativos em seus últimos dias de vida a fim de impedi-lo de sofrer dores intensas… Considerando o fato de que há hoje mais e mais meios de controlar as dores, não é de surpreender que as reivindicações de suicídio mediante assistência médica não estejam vindo principalmente de doentes que estão buscando alívio de dores físicas… Os sintomas de intolerável dor física não são o motivo por que a maioria dos pacientes pede a eutanásia”.[10]
A principal causa da depressão em pacientes terminais são as dores que não foram controladas ou foram mal controladas. As pessoas conseguem agüentar razoavelmente até certo ponto quando acreditam que a dor será eliminada, mas se o paciente perde a esperança de que a dor será controlada e crê que a dor nunca acabará, ele pode acabar em séria depressão. É uma situação infeliz, principalmente porque os atuais recursos da medicina permitem controlar as dores físicas.[11]
O desespero leva o doente depressivo a recorrer a qualquer meio que o livre do sofrimento, inclusive uma morte deliberada. O movimento pró-eutanásia se aproveita dos casos mais tristes de pessoas doentes para atacar o respeito tradicional pela santidade da vida humana e para defender o “direito de morrer” para elas. Não há dúvida que muitos doentes depressivos não desprezariam a oportunidade de receber o direito de morrer. Uma pessoa desesperada, doente ou saudável, é capaz de fazer qualquer coisa para fugir do sofrimento.

As limitações da medicinaHá muitos recursos modernos para controlar as dores físicas, porém precisamos entender e reconhecer que há também necessidades espirituais e que o ser humano, tendo ou não um diploma de médico, não tem todas as respostas e soluções para o sofrimento dos outros ou até de si mesmo. Só Deus tem essas respostas. Ele tem soluções adequadas para todas as nossas necessidades, físicas ou não.
Apesar de que a medicina oferece muitos recursos, não devemos fazer como Asa, que “confiou nos médicos” (cf. 2 Crônicas 16:12b). Só Deus consegue intervir plenamente na área do sofrimento humano. Só ele merece nossa total confiança. E é preciso considerar também o fato de que há médicos que recorrem ao espiritismo em favor de seu trabalho e pacientes. Conheço médicos que colocam debaixo da cama de seus pacientes hospitalizados objetos de contato para a atuação de espíritos na vida do paciente que está sobre a cama. Ainda que o médico tenha boas intenções, sem perceber o paciente assim acaba sendo envolvido por forças da escuridão que inspiram pensamentos de suicídio e morte. A revista Physician de novembro/dezembro de 2000 traz alguns artigos interessantes e úteis sobre a influência da Nova Era e espiritismo em muitos tratamentos médicos ou nos próprios médicos.
Mas, mesmo sem envolvimento espírita, os médicos não são perfeitos. Às vezes em sua limitação, eles chegam realmente a se contradizer. Janet e Graig Parshal, em seu livro Tough Faith, apresentam uma cronologia das posições que a medicina tem assumido, por exemplo, na questão do consumo do sal e a hipertensão:

Em 1950, os médicos diziam que o sal causa a hipertensão.

Em 1960, eles diziam que o sal não causa a hipertensão.

Em 1970, eles diziam que o sal causa a hipertensão.

Em 1980, eles diziam que, na realidade, o sal alivia a hipertensão.

Em 1998, a revista oficial da Associação Americana de Medicina avaliou 114 estudos nessa questão e concluiu que o sal não afeta a hipertensão de nenhum modo.[12] Se às vezes há contradições assim, o que poderia ocorrer em situações mais sérias envolvendo a própria vida de um paciente? A medicina não é perfeita. O que os médicos aceitam hoje como solução poderá ser amplamente condenado por médicos de amanhã.

O Dr. Payne, que trabalha como médico há anos, afirma:
Outro problema com a ciência médica é sua natureza, que está sempre mudando. É comum os estudantes de medicina aprenderem que 50 por cento do que lhes ensinam será obsoleto dentro de cinco anos. Já que o treinamento que eles recebem para alcançar esse conhecimento requer mais cinco ou dez anos depois da sua formação universitária, é evidente que seu trabalho médico de tempo integral após a formação não lhes permitirá ter o tempo necessário para permanecerem em dia com todas as novidades.[13]

A quem recorrer?Idealmente, os médicos deveriam fazer o possível para trazer alívio para o doente no sofrimento, sem nunca perderem de vista que as decisões de vida ou morte, o socorro e o alívio mais importantes estão nas mãos de Deus. É ele quem pode ministrar a cura mais importante, para o espírito, alma e corpo. Por isso, tanto pacientes quanto médicos precisam reconhecer a necessidade de se colocar debaixo da autoridade daquele que tem total controle sobre a vida e a morte.

A Bíblia é bem clara que o Senhor é quem guarda, preserva, protege e cuida da nossa vida: “O Senhor te guardará de todo o mal; ele guardará a tua vida”. (Salmo 121:7) O prazer e alegria de Deus é criar, não matar, socorrer, não destruir. Especificamente com relação à depressão, Deus “é socorro bem presente na angústia” (cf. Salmo 46:1). Nos momento de maior tristeza e falta de esperança, ele está de braços aberto para nos ajudar. Basta que o chamemos, pois ele promete responder. Ele promete nos visitar e estar conosco nas horas de aflição. Ele promete também nos livrar e dar honra (cf. Salmo 91:15).

Quase todos os que tentam ou chegam mesmo a cometer suicídio sofrem de depressão. O suicídio não é um fenômeno que não foi estudado. Especialistas na área de suicídio estão de acordo em que a principal causa para as idéias de suicídio são as doenças mentais, embora os cristãos tenham a noção correta de que muitas vezes a origem desses pensamentos é demoníaca. Mas, independentemente da posição cristã, estudos indicam que 95 por cento de todos os que tentam ou cometem suicídio sofrem de alguma desordem mental diagnosticável. O pedido de morte deles na maioria das vezes representa o clamor de alguém pedindo socorro.

Os doentes (inclusive os que sofrem de doenças terminais) ou as pessoas saudáveis pedem a morte como uma maneira de expressar seu pedido de ajuda. É a depressão que os estimula a desejar a morte, não uma doença mortal. E a depressão pode ser tratada.

Tragicamente, a depressão muitas vezes não é diagnosticada nos pacientes, apesar de que o diagnóstico e o tratamento geralmente eliminam o desejo de morrer. A resposta correta para as pessoas que pedem ajuda para se matar com ajuda médica é o diagnóstico e o tratamento da depressão que está estimulando o desejo de morrer.


Não se deve supor que a depressão se limita só às pessoas que não conhecem Jesus. Joni Eareckson Tada, que dirige um ministério evangélico para deficientes, registrou uma experiência que teve:


Hoje de manhã eu tive muita dificuldade de sair da cama. Minha paralisia estava me deixando com raiva. Balancei a cabeça e resmunguei de ódio: “Meu corpo é só sofrimento. Eu o odeio!”

Mas minha atitude foi horrível, porque o inimigo tem profundo ódio do meu corpo e tudo o que eu estava fazendo era concordar com ele. Ele se enche de alegria quando critico meu corpo. E ele gostaria de levar você a fazer a mesma coisa. Quer você esteja se aproximando das dores finais de uma doença terminal, quer você esteja em depressão profunda, o diabo sente prazer quando nos ouve falando mal do nosso corpo.

Por que? Porque nosso corpo, mesmo estando coberto de rugas ou gordura, e apesar dos danos sofridos com doenças ou a velhice, foi feito conforme a imagem de Deus. Nosso coração, mente, mãos e pés estão marcados com o toque das mãos do Criador. Não é de estranhar, nem um pouco, que o diabo queira que nós matemos nosso corpo.

Eu recitava a conhecida e antiga verdade de que “Deus tem um plano para nosso corpo de carne e sangue”. É por isso que o diabo considera o meu corpo uma ameaça. Ele entende que quando entrego a Deus meu corpo (embora esteja paralítico), meus pés e mãos se tornam armas poderosas contra as forças da escuridão.

A sociedade não são as autoridades que se reúnem para inventar tendências políticas e culturais. A sociedade somos nós. Nossas ações e decisões são importantes. O que fazemos ou não afeta todos os que estão ao nosso redor.[14]


Na Bíblia vemos exemplos de homens de Deus que tiveram de vencer a depressão em suas circumstâncias particulares. Elias foi um deles. Depois de derrotar os seguidores do deus Baal e ver a manifestação da glória de Deus, ele ficou muito alegre e realmente achava que todos, inclusive o Rei Acabe e sua esposa Jezebel, o apoiariam no seu desejo de conduzir o povo de Israel de volta aos caminhos de Deus. Mas não foi o que aconteceu¼


“O rei Acabe contou à sua esposa Jezabel tudo o que Elias havia feito e como havia matado à espada todos os profetas do deus Baal. Aí ela mandou um mensageiro a Elias com o seguinte recado: Que os deuses me matem, se até amanhã a esta hora eu não fizer com você o mesmo que você fez com os profetas! Elias ficou com medo e, para salvar a vida, fugiu com o seu ajudante para a cidade de Berseba, que ficava na região de Judá. Deixou ali o seu ajudante e foi para o deserto, andando um dia inteiro. Aí parou, sentou-se na sombra de uma árvore e teve vontade de morrer. Então orou assim: Já chega, ó Deus Eterno! Acaba agora com a minha vida! Eu sou um fracasso, como foram os meus antepassados. Elias se deitou debaixo da árvore e caiu no sono. De repente, um anjo tocou nele e disse: -Levante-se e coma. Elias olhou em volta e viu perto da sua cabeça um pão assado nas pedras e uma jarra de água. Ele comeu, e bebeu, e dormiu de novo. O anjo do Deus Eterno voltou e tocou nele pela segunda vez, dizendo: Levante-se e coma; se não, você não agüentará a viagem. Elias se levantou, comeu e bebeu, e a comida lhe deu força bastante para andar quarenta dias e quarenta noites até o Sinai, o monte sagrado. Ali ele entrou numa caverna para passar a noite, e de repente o Deus Eterno lhe perguntou: O que você está fazendo aqui, Elias? Ele respondeu: Ó Eterno, Deus Todo-Poderoso, eu sempre tenho servido a ti e só a ti. Mas o povo de Israel quebrou a sua aliança contigo, derrubou os teus altares e matou todos os teus profetas. Eu sou o único que sobrou, e eles estão querendo me matar! O Deus Eterno disse: Saia e vá ficar diante de mim no alto do monte. Então o Eterno passou por ali e mandou um vento muito forte, que rachou os morros e quebrou as rochas em pedaços. Mas o Eterno não estava no vento. Quando o vento parou de soprar, veio um terremoto; porém o Eterno não estava no terremoto. Depois do terremoto veio um fogo, mas o Eterno não estava no fogo. E depois do fogo veio uma voz calma e suave. Quando Elias ouviu a voz, cobriu o rosto com a capa. Então saiu e ficou na entrada da caverna. E uma voz lhe disse: O que você está fazendo aqui, Elias? Ele respondeu: Ó Eterno, Deus Todo-Poderoso, eu sempre tenho servido a ti e só a ti. Mas o povo de Israel quebrou a sua aliança contigo, derrubou os teus altares e matou todos os teus profetas. Eu sou o único que sobrou, e eles estão querendo me matar! Então o Deus Eterno disse: Volte para o deserto que fica perto de Damasco. Chegando lá, entre na cidade e unja Hazael como rei da Síria. Unja Jeú, filho de Ninsi, como rei de Israel e unja Eliseu, filho de Safate, de Abel-Meolá, como profeta, para ficar em lugar de você. As pessoas que não forem mortas por Hazael serão mortas por Jeú, e todos os que escaparem de Jeú serão mortos por Eliseu. Mas eu deixarei sete mil pessoas vivas em Israel, isto é, todos aqueles que não adoraram o deus Baal e não beijaram a sua imagem”. (1 Reis 19:1-18 BLH)

Embora tenha ficado tão deprimido que quisesse morrer, Elias abriu espaço em sua vida para o Deus que em tudo intervém. E ele recebeu um socorro, animo e chamado especial na visitação sobrenatural que Deus lhe fez. Tempo de depressão, lembremo-nos, é tempo de abrir a vida para a visitação sobrenatural de Deus.

Deuses insolentes

O Supremo Tribunal Federal do Brasil não está medindo esforços para ofender e indignar. Em maio de 2011, o STF atropelou a norma da Constituição do Brasil que sempre reconheceu a união estável somente como entre um homem e uma mulher e criou do nada uma legitimação para a união homoerótica.
Se Deus criou homem e mulher para união, os deuses insolentes do STF, nas palavras do Dr. Zenóbio Fonseca, criaram “um novo modelo de família”.
Não satisfeito com sua decisão claramente afrontosa à Constituição do Brasil, aos brasileiros e a Deus, o STF solta na sociedade brasileira o assassino Cesare Battisti, condenado na Itália pelo crime de ter tirado a vida de quatro pessoas.
Battisti, que foi detido no Brasil em 2007 por ter entrado com passaporte falso, só não foi deportado para a Itália porque é da mesma religião marxista de Lula. Por influência de Lula e seu governo, o caso do assassino italiano nunca alcançou uma decisão jurídica justa, se arrastando até que, com o aumento da influência do governo marxista brasileiro, o STF achou melhor soltar Battisti do que respeitar tratados internacionais, inclusive um tratado de extradição com a Itália.
Para quem já rasgou a Constituição para servir aos interesses políticos dos que queriam impor a união homoerótica sobre o Brasil, o que é servir aos interesses políticos de um assassino e seus simpatizantes da alta classe marxista do Brasil?
Talvez o STF tivesse levado em consideração que com o elevadíssimo número de assassinatos no Brasil — mais de 50 mil vítimas brasileiras por ano — os assassinatos do camarada Battisti são um insignificante pingo no oceano.
Se os deuses do STF têm o poder divino de criar um novo modelo de família, quem lhes pode negar a pretensão de soltar assassinos?
A boa notícia é que, revoltado com a decisão desses deuses tupiniquins, o governo da Itália está retaliando, cancelando acordos com o Brasil e já chamou seu embaixador no Brasil de volta para a Itália.
Todo meu apoio ao governo da Itália na defesa da justiça. Assim como o governo da Itália, nós brasileiros também temos o direito de nos indignarmos contra os deuses do STF.
Seguindo o bom exemplo da Itália, gostaria que todos nós, que vimos a Constituição brasileira sendo aviltada pelo STF, pudéssemos cancelar acordos e alianças com o governo.
Eu não tenho acordos e alianças com o governo marxista de Dilma Rousseff nem nunca tive com o governo de Lula, mas conheço muitos líderes católicos e evangélicos que têm. Com uma ajudazinha deles, tanto Dilma quanto o STF poderiam moderar sua falta de juízo.
Se o STF pode ser politicamente pressionado na direção da injustiça, pode também, com nossa ajuda, ser pressionado na direção da justiça. Do contrário, teremos de aguentar as diabruras de um STF que solta assassinos condenados e afronta a família e tudo o que for sagrado na terra e no céu.
Pelo menos, alguém está indignado e retaliando. Apoiemos a Itália em sua revolta contra os deuses insolentes.
Como enviar seu apoio ao povo italiano:
Caro Sr. Embaixador
Como cidadão brasileiro, estou triste com a injustiça que o governo brasileiro e o Supremo Tribunal Federal cometeram contra a justiça e o povo italiano.
Apoio a justiça mesmo quando o governo do meu país se desvia dela. Apoio-a mesmo quando meu governo a agride.
Portanto, como minha manifestação de solidariedade ao povo italiano e às famílias das vítimas do assassino Cesare Battisti, quero registrar meu apoio às medidas do governo italiano contra a decisão insana do governo do Brasil de não extraditar o assassino de volta para a Itália.
Assinado:Para onde enviar sua manifestação:

Embaixada da Itália em Brasília
S.E.S. Avenida das Nações
Quadra 807 Lote 30
70420 - 900 Brasília-DF
Tel.: 61 3442 9900

Mensagem do dia do Pastor

O segundo domingo do mês de junho é um dia importante, não apenas por que é o dia dos namorados, mas também porque é o dia do pastor. Confesso que nestes dias terríveis, não há um trabalho tão ingrato quanto o de pastor. Frequentemente igualados à essa classe de usurpadores e ladrões que, embora não seja a maioria (sim, a maioria dos pastores brasileiros é honesta e sobrevive com muito pouco), ocupam muito espaço no cenário midiático. E ser comparado com essa gente cansa! Porém, o chamado de Deus na vida do verdadeiro pastor faz com que ele passe por cima do seu orgulho, pisoteie o ego e continue exercendo sua tarefa.



É claro que nem tudo se resume à este mundo. Assim, nós pastores aguardamos o dia em que Deus nos dará a recompensa (mesmo que neste mundo não recebamos nenhuma). E é por amor a ele e às pessoas que nem sempre sabem reconhecer e retribuir o amor do pastor, que seguimos em frente. Nosso coroa está no céu!

À seguir, apresentamos em algumas linhas um pouco do que significa ser pastor:

Ser pastor é amar, ainda que o seu amor não seja correspondido.

Ser pastor é visualizar o que ninguém consegue ver e acreditar que sonhos podem se tornar realidade.

Ser pastor é abraçar o menino, já pensando no obreiro de amanhã!


Ser pastor é conversar com os anciãos da igreja, mesmo que a história deles já tenha sido contada várias e várias vezes, e ter no olhar o respeito por aqueles que já trilharam há muitos anos o seu caminho.

Ser pastor é apresentar sua ovelhinha ao senhor, tenra e pequena, sob o olhar emocionado dos pais.

Ser pastor é se despedir de um irmão querido, ovelha que cuidou com tanto zelo, mas que foi chamado novamente pelo senhor, chorar por ele e dizer: até breve amigo…

Ser pastor é estar no casamento, falando à noiva de branco, trêmula e emocionada, e ao noivo ansioso que segura a mão da amada, que a vida é bela, mas trará desenganos.

Ser pastor é sorrir quando o coração está chorando, é abençoar quando na sua própria vida só existem provas, é tentar secar as lágrimas da mãe desesperada que sofre com os filhos, ou aconselhar a esposa desiludida com o marido.


Ser pastor é ser cumprimentado na rua e ao mesmo tempo ver alguém disfarçando para não cruzar o olhar com o seu.

Ser pastor não é o título, é o homem que se torna, a palavra que se vive todos os dias, as dificuldades que são superadas e os testemunhos que vão se formando.

Ser pastor é ser simples, tendo os olhos sempre fitos no campo: afinal, as ovelhas estão sempre em movimento.


“Ser gay não é normal”, diz líder evangélico

Na briga entre homossexuais e representantes de grupos religiosos, João Campos questiona dados e estatísticas divulgadas sobre violência contra minorias sexuais.


A questão da homofobia entrou de vez na pauta do Congresso e da sociedade. A cada um dia e meio, um homossexual brasileiro é assassinado, vítima de homofobia, segundo relatório anual elaborado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), divulgado em abril. Segundo o levantamento, 260 gays, travestis e lésbicas foram mortos em 2010. Mas será mesmo que essas pessoas foram vítimas de homofobia ou esses homossexuais estão sendo assassinados por outras razões, como qualquer outro ser humano?

Na próxima semana, o presidente da Frente Parlamentar Evangélica, deputado João Campos (PSDB-GO), irá encaminhar ao Ministério da Justiça um pedido de esclarecimentos sobre dados relativos à violência contra homossexuais. João Campos prepara um requerimento, endereçado ao ministro José Eduardo Cardozo, no qual pretende questionar a veracidade de dados referentes a assassinato de gays no Brasil.

“Estão dizendo que, em todos os casos de assassinato de homossexuais, a motivação foi a homofobia. Será que é verdade? Qual o perfil dos autores desses assassinatos? São os companheiros ou terceiros? Será que tem alguma motivação relacionada com droga, álcool, prostituição? Será homofobia ou o gay está sendo vítima de violência da mesma forma que o heterossexual?”, questiona João Campos. “Nós precisamos passar essas informações a limpo, para ninguém ser induzido ao erro”, afirmou.


As discussões sobre os direitos dos homossexuais no país foram intensificadas a partir do debate do PL 122/2006, que criminaliza a homofobia. A proposta, que tramita no Senado, tem forte oposição por parte da bancada evangélica, que considera a matéria “inconstitucional”. Evangélicos pretendem apoiar no Congresso o PL 6418/2005, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), que tem caráter mais geral e torna inafiançáveis e imprescritíveis crimes de discriminação no mercado de trabalho, de injúria resultante de preconceito e de apologia ao racismo.

“O PL 122 é flagrantemente inconstitucional. Quando ele propõe a criminalização da homofobia, esse projeto subtrai da sociedade aquilo que é o sustentáculo da democracia: a livre manifestação do pensamento e a inviolabilidade da crença e da consciência”, defendeu João Campos. “O nosso encaminhamento é para apoiar um projeto do senador Paim, que caminha nessa mesma direção, mas sem esses vícios de constitucionalidade”, disse.

Em crescente ascensão no Parlamento, a bancada evangélica protagonizou nas últimas semanas duros embates contra o governo. O motivo foi a elaboração de um kit anti-homofobia, criado por ONGs pró-gays a pedido do Ministério da Educação. A cartilha, que continha pôsteres e vídeos sobre o homossexualismo, foi vetada pela presidente Dilma, que após pressões da bancada evangélica e articulações de CPI e convocação do ex-ministro Antonio Palocci, proibiu que o “kit gay”, como ficou conhecido, fosse distribuído nas escolas.

“O governo se mostrava insensível e indiferente às nossas abordagens, então nós tivemos que utilizar de ferramentas próprias do jogo político para fazer com que fôssemos, no mínimo, ouvidos pelo governo”, disse João Campos. “Se for preciso, usaremos novamente essas ferramentas. Não tenha dúvida que a bancada está estruturada para isso”, emendou.

Por que só os gays?

Em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco, o presidente da Frente Evangélica afirma que a bancada irá trabalhar para que o governo não elabore nenhum material educativo específico para tratar sobre as questões homossexuais. Para o deputado evangélico, é um erro o governo “adotar um programa para prevenir o preconceito e a discriminação em relação apenas a uma minoria da sociedade brasileira”.

“Por que não um programa, com fundamento na cidadania, que oriente a criança a respeitar qualquer pessoa nas suas diferenças? Evidentemente, com isso vamos garantir cidadania plena lá na frente. Agora, quando o governo direciona um programa dessa natureza apenas para uma minoria, além dele não alcançar o que pretende, ele ainda provoca efeitos colaterais”, defende João Campos.

Delegado de Polícia, João Campos é vice-presidente de uma das convenções da Igreja Evangélica Assembleia de Deus. A maior denominação evangélica, a Assembleia de Deus tem cerca de 10 milhões de fieis. Na Câmara, o deputado luta em “defesa da vida, da família, da liberdade religiosa e da laicidade do Estado”. Para o parlamentar, ser homossexual “não é normal”, e a bancada se posiciona contra qualquer ampliação de direito para essa parcela da população.

“Em nenhum lugar do mundo, nenhum país de fato entendeu que o homossexualismo é um comportamento normal. Do ponto de vista bíblico, a prática da homossexualidade é pecado. Convencidos disso, nós somos contra a prática do homossexualismo”, disse João Campos, acrescentando que a bancada não negociará em relação à união civil de casais homossexuais ou mesmo a adoção de crianças por parte desse público.

Crescimento

Nas últimas eleições, a bancada cresceu não só em número – passando de 43 para 80 parlamentares –, mas também em influência política. João Campos ressalta que os evangélicos sempre tiveram força dentro do Congresso, derrubando projetos de temas como legalização do aborto e união homoafetiva, mas que só agora a mídia tem dado importância para as ações da bancada.

“Na última legislatura, nós vencemos o projeto que legalizava o aborto, vencemos a questão da adoção de crianças por homossexuais, vencemos os projetos de lei que propunham a união homoafetiva, vencemos o Estatuto da Família. O que faltava era a mídia dar certa visibilidade a essas ações”, afirma. “A grande mídia sempre nos tratou com indiferença, ou com acentuado preconceito. O que está acontecendo agora é uma certa visibilidade”, defendeu.

Leia a íntegra da entrevista:

Congresso em Foco – Nas últimas eleições, a bancada evangélica saltou de 43 para 80 parlamentares. O que isso significa? Os brasileiros estão se convertendo mais às religiões evangélicas?
João Campos – Primeiro, significa que o segmento evangélico está cada vez mais adquirindo uma maturidade política, está se organizando e entendendo que uma das formas de colaborar com o Brasil é também por meio de uma representação política e ativa. O segmento evangélico vem contribuindo muito com o Brasil, mas mais na área social, da educação e da evangelização. E agora o segmento entendeu que deve agregar a isso também um trabalho de cunho político. Segundo, na medida em que qualquer segmento da sociedade, a exemplo do evangélico, se torna mais expressivo, em função das milhares de conversões que têm ocorrido, evidentemente que isso termina tendo conseqüência na representação política deste segmento. O segmento evangélico hoje já não é mais uma minoria no Brasil, já é uma das maiorias que compõem a sociedade brasileira. Por isso mesmo, dentro do Parlamento ele também é uma das maiorias de representação política. De fato, essa é uma das consequências em função do crescimento do segmento evangélico.

Na sua avaliação, a religião pode ser usada como um trampolim para a política?
Acho que religião e política, ambas realizadas com seriedade, se complementam. O que é a verdadeira religião, se não amar o próximo e servir o próximo? A Bíblia, inclusive, diz que a verdadeira religião é aquela que acolhe a viúva e o órfão. E a verdadeira política o que é, se não o homem público se dar a seu povo, a seu país, à sua gente, para servir? A atividade política se assemelha muito à atividade sarcedotal. Acho que elas se complementam. Do ponto de vista de servir de trampolim, eu não diria. Porque assim como qualquer outro segmento social, estando devidamente organizado, ele passa a ter desejo de ter a sua representação política. Aqui na Casa, temos diversos segmentos representados. Daí termos várias frentes ligadas a segmentos. Acho que representa apenas a capacidade de organização, de conscientização e maturidade política do segmento.

Nas últimas semanas, a bancada evangélica conseguiu, com forte articulação dentro do Congresso, barrar a distribuição do kit de combate à homofobia nas escolas. A bancada está ganhando força?
A bancada vem se fortalecendo muito em função do quantitativo. No Parlamento, número faz diferença. Nas votações, o parlamentar pode ser o mais qualificado possível, mas o voto dele só vale um voto. Então, na medida em que a quantidade de representação ampliou-se, evidentemente que a nossa representação é muito mais forte. Mas, do ponto de vista da nossa atuação dentro do Parlamento, eu acho que o que está acontecendo agora é uma certa visibilidade das nossas ações. Mas nós sempre tivemos ações pró-ativas, em favor da sociedade, ações direcionadas para bandeiras em que acreditamos, que estão acima das questões partidárias, como defesa da vida, da família, da liberdade religiosa, defesa da laicidade do Estado. São papeis que a gente tem realizado com muita firmeza. Mas por que nós temos dificuldade de ter visibilidade de nossas ações? Porque a grande mídia sempre nos tratou com indiferença, ou com acentuado preconceito. Lembro-me apenas, a título de exemplo, quando conseguimos aqui derrotar o conjunto de projetos que legalizam o aborto, que tramitavam nesta Casa há mais de uma década. Esses projetos tinham apoio do governo, da grande mídia, e nós conseguimos derrotar. A mídia não fez destaque nenhum, nenhum. Se fosse o contrário, se nós tivéssemos sido derrotados e a legalização do aborto aprovada, seria manchete em todos os jornais e televisões. Esse fato, por si só, demonstra todo o preconceito da mídia em relação a nós. Mas qual a nossa estratégia de vencer o preconceito? É manter a nossa postura de coerência, de respeito às pessoas, de respeitar as ideias diferentes da nossa, e de prevalecer o argumento coerente. Acho que aos poucos, essa nossa postura e essa forma de proceder vem se consolidando.

O deputado Anthony Garotinho chegou a dizer que a bancada não iria colaborar com o governo nas votações no Congresso, caso não fosse suspenso o kit gay. Esse foi um recado da bancada em relação às demandas da bancada evangélica?
A Frente Parlamentar Evangélica não é de oposição nem é do governo. Ela é apartidária. Temos representantes dos mais diversos partidos. É uma bancada suprapartidária. Naquele momento, quando nós fazíamos enfrentamento de alguns temas que nos preocupam – particularmente o kit gay, que está relacionado com uma de nossas bandeiras, que é a defesa da família –, e o governo se demonstrava insensível e indiferente às nossas abordagens, nós tivemos que utilizar ferramentas próprias do jogo político para fazer com que fôssemos, no mínimo, ouvidos pelo governo. Aí, adotamos algumas ferramentas. A primeira era a de obstruir toda e qualquer votação na Casa. Dois, foi pedir a exoneração do ministro da Educação, pelo desrespeito que ele teve com a bancada evangélica. Terceiro, a possibilidade, se reuníssemos número suficiente de assinaturas, de pedir uma CPI do Ministério da Educação. E um tema que ficou polêmico foi que nós não apenas apoiamos, nós articulamos a convocação do Palocci aqui na Casa. Essa última hipótese gerou uma certa polêmica na Casa, porque algumas pessoas não entenderam que isso era ferramenta política, entenderam como uma chantagem, já que a convocação tinha que se dar não em função disso, mas em função das circunstâncias e do desejo da sociedade de saber como é que ele se enriqueceu tão rápido.

Mas não foi chantagem mesmo?
Para as pessoas que estão na vida política partidária, não se tratava de uma chantagem. Se tratava de utilizar um instrumento adequado para fazer com que o governo fosse sensível e ouvisse nosso clamor. Tanto é que depois de vencida essa pressão – e a presidente Dilma tomou uma atitude que merece nosso aplauso –, nós fomos ouvidos. É preciso deixar claro que ela só tomou essa decisão por pressão, em função das ferramentas que utilizamos. A nossa orientação foi que cada deputado passasse a seguir a orientação do seu partido e agir de acordo com a sua consciência.

Se for preciso utilizar novamente esses instrumentos políticos para defender causas evangélicas, a bancada pretende usá-los?
Não tenha dúvida que a bancada está estruturada para isso. Se for preciso, usaremos novamente essas ferramentas. Os próprios partidos utilizam esses instrumentos: convocação de ministro, CPI, obstrução. São as ferramentas que estão à disposição do jogo político.

Agora que o kit foi retirado de circulação, uma nova cartilha deve ser elaborada. O que a bancada é a favor de ensinar para as crianças em relação à homossexualidade?
Com o kit gay, o governo cometia dois erros. O primeiro, o mais grave e que saltou aos olhos da sociedade, foi o fato de o governo fazer um material com conteúdo diferente daquilo que foi anunciado. O governo anunciou que o material era para prevenir a homofobia nas escolas. O conteúdo era exatamente o contrário, era para estimular o comportamento homossexual. Esse erro foi grosseiro e absurdo. O segundo erro do governo estava em adotar um programa para prevenir o preconceito e a discriminação em relação apenas a uma minoria da sociedade brasileira. A sociedade brasileira não é preconceituosa, não é discriminatória e intolerante. Agora, isso não significa dizer que a gente não tenha pontualmente um comportamento de intolerância, de preconceito. Só que esse comportamento pontual não é apenas em relação aos homossexuais. Pontualmente, há preconceito em relação a evangélicos, em relação a ciganos, à comunidade judaica, a negros, a idosos, a moradores de rua. Então, porque o governo fez um programa apenas para um segmento? Isso está errado. O governo tem que governar para todos. E se esse comportamento merece ter um cuidado do governo, um comportamento que acontece pontualmente, então o governo tem que fazer um programa para todos. E não para um segmento. Por que não um programa, com fundamento na cidadania, que oriente a criança a respeitar qualquer pessoa nas suas diferenças? Evidentemente, com isso vamos garantir cidadania plena lá na frente. Agora, quando o governo direciona um programa dessa natureza apenas para uma minoria, além dele não alcançar o que pretende, ele ainda provoca efeitos colaterais.

Que efeitos?
Na medida em que o governo potencializou políticas direcionadas só para o movimento homossexual, esse movimento passou a ter um preconceito em relação ao restante da sociedade, que antes esse segmento não tinha. Inconscientemente, o governo terminou fomentando isso. O brasileiro, por sua natureza é tolerante e sabe conviver com as diferenças e os diferentes. É da natureza do brasileiro, porque nós somos a síntese da sociedade mundial. Índios, africanos, europeus, asiáticos formaram essa miscigenação e esse povo brasileiro que é alegre, trabalhador, inteligente, criativo, e que sabe conviver com as diferenças. Na medida em que o governo dirige um programa dessa natureza para apenas uma minoria, estimulou inconscientemente esse segmento a começar a ter manifestações de intolerância, o que não é próprio nem desse segmento, nem da sociedade brasileira.

Essas manifestações têm se intensificado?
Sim. Por exemplo, há quatro semanas, o movimento LGBT realizou um seminário na Câmara. Consta que nesse seminário tinha um cartaz com algumas expressões muito ofensivas ao Papa. Isso nunca existiu. Não temos registro de movimentos LGBTs atacando o Papa. Consta também que numa determinada cidade do sul do país, um grupo de gays tinham marcado um “beijaço” na porta de um templo católico. Antes, não se tinha notícias dessa natureza. Isso não é próprio do movimento homossexual. Assim como nós, e todos os brasileiros, os gays são gente ordeira, pacifica e tolerante. Na semana passada, quando realizamos uma manifestação contra o PLC 122 e a favor da liberdade de expressão e da livre manifestação do pensamento e da inviolabilidade da crença e da consciência, que são pilares da democracia, tinha em um determinado site uma convocação para que as pessoas do movimento homossexual se agrupassem às 14h para fazer uma queima de Bíblias e depois vir até onde estava nossa manifestação evangélica pacífica, para confronto. Isso terminou sendo desarticulado, eu falei com o presidente da Associação Brasileira de Gays e Lésbicas, Toni Reis, por telefone, ele disse que estava tirando isso do site. Mas, no final, um pequeno grupo ainda chegou e quase deu problema. Essas manifestações de intolerância, que não são próprias dos brasileiros, terminam acontecendo por causa desse programa do governo, que é inadequado.

O senhor acha que essas manifestações de intolerância podem ser respostas a, por exemplo, o aumento do número de assassinatos de homossexuais no país?
Não acredito. O brasileiro não tem o comportamento de reagir com violência á violência. Eu sou contra qualquer manifestação de violência e preconceito. Eu sou cristão, e um dos fundamentos do cristianismo é o amor. É você respeitar as pessoas e tratá-las por igual, mesmo sem concordar com o posicionamento delas. Mas eu estou fazendo um requerimento, endereçado ao ministro da Justiça, com algumas indagações. Porque os números que o movimento homossexual aponta, eles precisam vir acompanhados de dados. Por exemplo, há um dado que foi colocado em uma novela nesta semana, que diz que assassinaram no Brasil quase que um gay por dia. Isso é preocupante. Mas qual a fonte dessa informação? Qual foi o instituto, centro acadêmico, que levantou esses dados? Qual foi a metodologia utilizada? Se os números são autênticos, por ventura, qual a motivação verdadeira do assassinato de quase 300 gays no ano? Estão dizendo que, em todos os casos, a motivação foi por homofobia, foi por preconceito, discriminação e intolerância. Será que é verdade? Ou os gays estão sendo assassinados como qualquer outro ser humano? Qual o perfil do autor desses assassinatos? São os companheiros ou são terceiros? Se são os próprios companheiros, então não é homofobia. Será que tem alguma motivação relacionada com droga, com álcool, com prostituição? Então, será que todos os casos são por homofobia? Onde está essa informação? Quem a levantou? Ou o gay está sendo vítima de violência como o heterossexual nos mesmos logradouros, pelos mesmos motivos, e aí os casos de assassinato por homofobia são as exceções? Nós precisamos passar essas informações todas a limpo para ninguém ser induzido a erro. Até porque se essas informações forem autênticas, então por que o governo nunca teve um programa na área de segurança pública que pudesse coibir isso? Esse governo que tem direcionado tantos programas privilegiando esse segmento de minoria da sociedade, por que ele se omite tanto em relação à violência? Nós estamos fazendo um requerimento, um conjunto de indagações dessa natureza ao ministro da Justiça. Não é pensando que, de pronto, são informações falaciosas. Mas nós queremos ter segurança desses dados. Até porque, dependendo deles, nós teremos como cobrar do governo.

Qual a avaliação da bancada evangélica a respeito do PL 122, que criminaliza a homofobia? A bancada é contra o projeto?
Somos contra. Esse projeto é flagrantemente inconstitucional. Quando ele propõe a criminalização da, esse projeto subtrai da sociedade aquilo que é o sustentáculo da democracia: a livre manifestação do pensamento e a inviolabilidade da crença e da consciência. Esse projeto cria, indiretamente, o crime de opinião. Você pode emitir sua opinião em relação ao padre, ao pastor, ao político, ao executivo, ao empregado, ao patrão. Mas se esse projeto se converter em lei e você emitir uma opinião acerca da prática do homossexualismo, vira crime. É impossível no estado democrático de direito você criminalizar a opinião. Quando você emite opinião, você não está sendo contra A ou B. Você está emitindo opinião contra condutas e comportamentos. É o chamado livre direito de expressão, que é um dos pilares do Estado Democrático de Direito. Por essa razão, em nome do conjunto da sociedade brasileira, nós somos contra esse projeto. Ele quer assegurar um direito a uma minoria, o que nós concordamos, mas subtraindo da sociedade direitos fundamentais. O nosso encaminhamento é para apoiar um projeto do senador Paulo Paim, que está na Comissão de Direitos Humanos da Câmara, e que caminha nessa mesma direção, mas sem esses vícios de constitucionalidade.

Mas o que os homossexuais querem não é o mesmo que já temos hoje no Brasil em relação à criminalização do racismo contra negros?
Mas o negro não é um comportamento. A pessoa nasce negra. Então, qualquer opinião que você omitir, ela pode ser de fato ofensiva para a pessoa. Agora o outro não. No caso do homossexualismo, é um comportamento que a pessoa adotou. Você estará emitindo opinião sobre comportamento. A questão da prostituição, por exemplo. Eu respeito as prostitutas, mas eu sou contrário à legalização da prostituição e ajudei a derrotar o projeto que legalizava essa prática. Minha opinião e com convicção é contra a prostituição, pois acho que ela fere a dignidade da pessoa humana. A prostituição é a profanação do sexo, que foi criado por Deus para ser uma benção, tanto para o prazer do homem e da mulher quanto para a procriação das gerações.

Os homossexuais argumentam que que sua condição não se trata de uma opção.
A sociedade não absolveu esse comportamento como um comportamento normal. E, de fato, não é normal. Em nenhum lugar do mundo, nenhum país de fato entendeu que o homossexualismo é um comportamento normal. Do ponto de vista bíblico, a prática da homossexualidade é pecado. Convencidos disso, em função das nossas convicções religiosas e dos princípios que orientam tanto a nossa vida religiosa quanto o nosso conceito de família, nós somos contra a prática do homossexualismo.

Então, em relação à união civil de casais homossexuais ou mesmo à adoção de crianças por parte desses casais, a bancada é contra?
Somos contra. São coisas que nós não negociamos. Nós temos isso como princípios. Até porque, independentemente de valores religiosos, sociais e culturais, o Estado depende da família da forma natural. Se nós não tivermos homem, mulher e prole, não terá Estado. O IBGE diz que, no Brasil, há 60 mil duplas, pares – inapropriadamente chamados de casais – homoafetivos. Se nós pegássemos esse conjunto de 120 mil pessoas e colocássemos em um território e disséssemos esse aqui é o Estado de vocês, em 200 anos esse Estado não mais existiria, pois seus habitantes não procriariam. O Estado não subsiste sem a família natural. Isso só demonstra o quanto o homossexualismo contraria toda a ordem natural das coisas.

O que a frente evangélica pretende avançar no Congresso em relação ao aborto?
Em relação a esses temas, nós atuamos quando somos provocados. Se algum deputado apresentar projeto para legalizar o aborto, evidentemente que faremos todo o debate de novo. Mas é bom lembrar que, na última legislatura, nós vencemos todas essas questões. Vencemos o projeto do aborto, vencemos a questão da adoção de crianças por homossexuais, nós vencemos os projetos de lei que propunham a união homoafetiva, vencemos o Estatuto da Família, que procurava consagrar no arcabouço jurídico brasileiro todas essas configurações como se fossem família. Vencemos o projeto que buscava legalizar a prostituição no país. Tudo isso vencemos. Por isso que digo que a bancada sempre foi muito ativa, e os resultados muito positivos. O que faltava era a mídia dar certa visibilidade a essas ações. Nas últimas eleições, o aborto foi um tema muito forte, justamente porque precedia uma ação nossa aqui dentro do Parlamento.

Quais outros temas que devem ser prioridade da bancada evangélica dentro do Congresso?
A questão da impunidade, a reforma política, a questão da alta carga tributária. Os direitos dos idosos também são algo que nos preocupa muito. Mas, por exemplo, em temas como reforma política, a bancada evangélica não difere de posicionamentos de outros partidos aqui da Casa. Nós temos um convencimento unânime de que tem que ter reforma política, mas não há consenso sobre qual é a reforma política que deve ser aprovada. Como bancada, a gente procura respeitar o que cada parlamentar pensa, até para preservar a nossa unidade. Como nem mesmo os partidos têm unidade em relação ao conteúdo da reforma política, não somos nós que iremos buscar ter uma posição fechada.

Quais as diferenças entre as bancadas evangélica e católica?
Nós não temos muitas diferenças em termos de princípios daquilo que nós defendemos. Tanto a bancada católica quanto a bancada espírita têm as mesmas bandeiras nossas de defesa da vida, defesa da família dentro dessa concepção natural, defesa ampla e irrestrita da liberdade religiosa, do Estado laico e de outros valores e princípios. Por isso que quando é preciso ter uma atuação conjunta, porque o governo não está sendo sensível à nossa voz, a gente termina tendo uma atuação conjunto para aumentar nossa força de atuação. Não vejo diferenças significativas. Mas é verdade que, em termos de articulação, são poucos os deputados católicos que efetivamente seguem orientação da CNBB [Conferência Nacional dos Bispos do Brasil].

Fonte: Congresso em Foco / Folha Gospel