quarta-feira, 22 de junho de 2011

Jovens com repulsa a sexo usam web para encontrar semelhantes

Anna Virginia Balloussier, no Folhateen


Toda vez que pensa naquilo, Bia*, 20, sente um friozinho na barriga. E não do tipo bom. “Na minha cabeça, sexo é algo meio sujo. Sinto repulsa.”

Ela é virgem e quer continuar assim para sempre. O primeiro beijo só foi dar este ano, de curiosa. Não curtiu.

É possível viver bem sem sexo, dizem especialistas

No terceiro ano do ensino médio, a mineira Bia costumava se achar “um ET”, mas essa fase já passou. Hoje aceita bem o que é: assexual.

A moça não está só. Uma pesquisa do Datafolha de setembro de 2009 revelou que 5% dos jovens de 18 a 24 anos não veem graça no sexo.

O Folhateen entrevistou cinco deles. Quatro, apesar de se dizerem bem resolvidos, não quiseram revelar o nome.

Não é de hoje que o estudante de informática carioca Thiago*, 17, lança mão dessa vida dupla. Em redes sociais, ele mantém dois perfis. Com o “fake”, troca ideia com outros jovens que pensam igual.

Editoria de Arte / Folhapress

“Em momentos mais traumáticos me senti frustrado por não ser ‘normal’. Mas nunca foi algo que identifiquei como uma patologia”, Júlio Neto, 20, dono de loja de informática

Para ele, ainda está cedo para sair do mais bem comportado dos armários. “É ainda pior do que se assumir gay. Mesmo amigos homo teriam grande preconceito…”

O medo que aflige Ricardo*, 19, vem de casa. “Sofro com a família. Comentam que sou gay por não me mostrar interessado em sexo.”

Auxiliar administrativo no Rio e “muito evangélico”, ele se encheu de tanta especulação sobre sua sexualidade. Aí forçou um namoro. “Queria desviar a atenção de mim.”

Como não foi aberto com a moça, a união não chegou a durar dois meses.

O estudante de ciências sociais Júlio Neto, 20, acredita que dizer “não” ao sexo é ainda mais difícil no Brasil, país que põe a sexualidade no mesmo altar do futebol. “Para nós, ser homem é ser ‘comedor de mulheres’.”

Mas o rapaz entendeu sua orientação sem maiores traumas. “Nunca achei que poderia ser uma doença”, diz.

Não à toa, Júlio –dono de uma loja de acessórios para informática em Pernambuco– foi o único entrevistado que topou se identificar. Ele criou o site assexualidade.com.br.

No Orkut, uma comunidade com 300 membros assexuais é bastante ativa. Um dos tópicos combinava um encontro (para comer cachorro-quente). Outro debatia como lidar com namorados que gostam de sexo (“faço por dó, só para ele parar de encher”).

Os assexuais lutam para chegar a um “ponto G” bem peculiar: provar à sociedade que rejeitar sexo é uma orientação como outra qualquer.

O grupo, afinal, tem plena capacidade de se apaixonar, mostrar afeto e até se masturbar (veja texto à dir.). “Esta é minha natureza e estou feliz com ela”, resume Ricardo. E ele não está de sacanagem.

*Nomes fictícios

O que acontece na internet a cada 60 segundos…

Digamos que você leva exatamente um minuto para ler este post. Nesse tempo, mais de 6.600 fotos serão enviadas para o Flickr, cerca de 70 novos domínios serão registrados, e muito mais. Isso mostra um pouco do que acontece na internet a cada 60 segundos.
Os dados abaixo e infográfico acima vêm da equipe Shanghai Web Designers . É impossível saber se estão 100% corretos, mas a realidade não deve ser muito diferente disso. Ficaram de fora sites como o Orkut porque não são muito populares nos EUA.



Em resumo, pense no que acontece a cada minuto:

•O Google atende a mais 694.445 consultas
•6600 imagens são enviadas para o Flickr
•600 vídeos são enviados para o YouTube, totalizando mais de 25 horas de conteúdo
•695.000 atualizações de status, 79.364 postagens no mural e 510.040 comentários são publicados no Facebook
•70 novos domínios são registrados
•168.000.000 e-mails são enviados
•320 novas contas são criadas e 98.000 tweets são enviados pelo Twitter
•aplicativos de iPhone são baixadas mais de 13.000 vezes
•20 mil novos posts são publicados no micro-blog Tumblr
•O navegador Firefox é baixado mais de 1.700 vezes
•A plataforma do WordPress é baixado mais de 50 vezes
•Plugins para WordPress são baixados mais de 125 vezes
•100 contas são criadas na rede de profissionais LinkedIn
•40 novas perguntas são feitas no YahooAnswers.com
•100 perguntas + feitas no Answers.com
•Um novo artigo é publicado na Associated Content, a maior fonte mundial de conteúdos criados pela comunidade
•Uma nova definição é adicionada ao dicionário online UrbanDictionary.com
•mais de 1.200 novos anúncios são feitos no site de “classificados” Craigslist
•370000 + minutos de chamadas de voz são feitas por usuários do Skype
•13.000 horas de streaming de música personalizada na rádio online Pandora
•1600 + leituras são feitas no Scribd, a maior editora social da web


Enquanto aguardo a volta de Cristo

Ricardo Gondim

Estou em processo. Dinamito alguns pressupostos e, sem pressa, procuro novos alicerces para minha elaboração teológica. Identifico uma mudança – que vem acontecendo sem que eu mesmo perceba: largo a sistematização do mistério. Há alguns anos escrevi um texto em que confessava cansaço. Na verdade eu não estava fadigado. Era meu grito. Um profundo anseio por mudança. Intuitivamente, percebia que os fios que conectavam minhas várias lógicas religiosas estavam soltos e que perdia energias existenciais, espirituais e emocionais.

Li diversos autores e criei coragem de fazer algumas perguntas difíceis. Obedeci o conselho de Jesus, calculei os riscos, e resolvi tomar o caminho menos trilhado. Agora confesso: estou em transformação. Procuro fazer teologia no ritmo da poesia. Esforço-me para garimpar esperança na verdade poética. Noto quanta força a poesia tem para salvar o mundo. Já se perguntou se era possível sentir o poema “fervilhando em larvas numa terra prenhe de cadáveres”. Eu respondo que sim! Insisto na caminhada porque entendo a Bíblia como uma linda obra poética; sem pretensão de codificar o divino, as Escrituras falam nas frestas da metáfora, do mítico, da parábola, do poema.
Acredito que somente a beleza pode enfrentar a feiura. Deus ainda fala e suas palavras são como água fresca na caatinga. Passarão céus e terra, mas o recado divino continua boas notícias em um mundo esfacelado. No fiat primordial, o universo explodiu prenhe, mas de formosura. É preciso não perder o propósito da criação de fazer a humanidade aquarela, diapasão das sinfonias, chave misteriosa dos enigmas existenciais e eureca sagrada do Espírito. Temos o potencial de sermos espetaculares e não podemos deixar tanta riqueza se perder.

Sim, o mal existe. A perversidade se multiplica. Não faltam ímpios em busca de perpetuar estruturas demoníacas. Mas resistem os artistas, estivadores, lavadeiras de beira de rio, médicos, violinistas, filósofas, sacerdotes, cantores de churrascaria, psicólogas. Nem sempre prevalece a sanha dos traficantes, dos mercadores internacionais de fuzis, dos cafetões ou dos exploradores da mão de obra infantil. Pego na mão dessa gente e não desespero, sei que podemos fazer sinalizar lampejos do Amanhã tão aguardado, daquele porvir que ainda não alvoreceu.

Insisto em fazer teologia porque acredito que o caminho do perverso não prevalecerá. Os grilhões do vício não resistirão ao dobrar dos sinos do Reino final. Do alto da torre da Cidade Celestial se proclamará o triunfo da luz sobre as trevas. Juntos celebraremos o brilho do sol da justiça. A bondade é fermento, a mansidão, ácido e a integridade, aríete. Um dia, ruirá por terra o castelo da maldade.

Preservo meu fôlego. Preciso me manter dócil. Vivo em um mundo que banalizou a morte. Necessito continuar a acreditar no perfume do amor, na densidade da mansidão e na energia da solidariedade. Quando acossado pela decepção, procuro trazer à memória o soldado romano que se fez servo de um escravo, a mãe cananeia ajoelhada pela filha aflita, os dois cegos peitando a sorte e o ladrão que prenunciou o paraíso no seu derradeiro instante.

Faço teologia sem esquecer de reverenciar os sete mil profetas que permanecem de pé. Rodeado de gente que não renegou o martírio, procuro não fugir ao meu. Inspirado no meu Salvador, percebo a força embutida na fragilidade. Sei que o Cordeiro é digno de abrir o rolo da História e que, na sua volta, o acolheremos. Faço teologia e aguardo o grande dia quando terra e céu se tornarão uma só realidade.

Soli Deo Gloria.

Casados, mas eternos namorados

Certa vez, ouvindo uma palestra sobre casamento, o preletor exemplificou o tema com a seguinte história: “Um casal há muito havia perdido o romantismo entre eles. Então, o marido, em uma atitude ousada, chegou em casa e disse à sua esposa: ‘Querida, amanhã trarei à nossa casa um convidado muito especial. Quero que você vista a sua melhor roupa. Quero, também, que deixe a nossa casa um brinco. E não se esqueça de preparar uma comida bem especial’. No dia seguinte, a mulher, apressadamente, arrumou toda a casa, deixando-a completamente limpa e cheirosa. Preparou uma comida bem saborosa. Logo depois se preparou, vestindo a sua melhor roupa. Enfim, ela estava linda! No horário marcado, o marido chegou e tocou a campainha. Ela, com os olhos brilhando, foi logo abrir a porta para ver quem era o tal convidado. Porém, teve uma surpresa: do lado de fora estava somente o seu marido. Ela foi logo perguntando: ‘Onde está o tal convidado? Fiz tudo o que você pediu para nada? Ele não veio?’ O marido abaixou a cabeça e entristecido disse: ‘O convidado especial sou eu, meu bem! Ou não significo mais nada para você? Veja quanto tempo estamos casados e você nunca mais se arrumou assim para mim e nem mais preparou um prato especial para me esperar?’ Naquele instante, o silêncio pairou entre os dois e os olhares de um para outro diziam mais que palavras.”

Esta é uma história bem simples, porém significativa e nos deixa uma grande lição: o cuidado mútuo entre os cônjuges deve ser cultivado a cada dia. Quantos casais não sabem mais o que é namorar ou o que é sair de mãos dadas? Parece papo de pré-adolescentes apaixonados. Não, não mesmo. E se engana quem pensa assim, pois o romantismo não é privilégio restrito aos casais mais jovens, pois cada idade tem o seu esplendor e o coração jamais envelhece.

O romantismo é um dos pilares de sustentação do casamento, que, infelizmente, há muito vem sendo negligenciado. É triste dizer, mas o que mais vemos hoje são casamentos de “fachada”, aqueles que mostram uma felicidade aparente para a sociedade, entretanto, entre quatro paredes, o clima entre o casal é outro.

É interessante observar que no período de namoro é fácil colocar o romantismo em prática. Presentes pra lá e pra cá, elogios, bilhetinhos e cartas de amor, palavras de incentivo, demonstrações de carinho e afeto. No entanto, depois de casados, muitos casais parecem desaprender as diversas linguagens do amor. Começam as cobranças, as trocas de ofensas, as irritações constantes por causa de pouca coisa. O romantismo cede espaço para o desgaste do relacionamento. Com o tempo, marido e mulher perdem o desejo um pelo outro.

Assim como este marido da história teve a idéia de surpreender a sua esposa, fazendo-a refletir sobre o que estava acontecendo entre eles, da mesma forma precisamos ter força de vontade para investir no casamento. Há quanto tempo você não diz “Eu te amo” para o seu cônjuge? Talvez, nos últimos anos, você tenha se dedicado mais a outras coisas como trabalho, amizades, jogar bola, sair sempre sozinho e, principalmente, subtraindo o tempo que você teria para dialogar com seu cônjuge e filhos pelas infinitas horas em frente à TV. Um bom diálogo também faz parte do romantismo.

Em seu artigo “Nossa casa: lar ou pensão?”, da Revista Lar Cristão (Vol. 1, Nº 4), Willian Féres, que além de médico endocrinologista atua, com sua esposa, Rute Nery Féres, na área de casais, fala da comunicação entre os cônjuges: “Um bom parâmetro para saber como está a comunicação, é verificar se você pode chamar sua esposa e filhos de amigos”. Nesse caso, o autor se referiu aos maridos. Porém, a frase também serve para as esposas.

Não importa o mau tempo e nem o passar dos anos. Em Deus tudo se renova. O romantismo independe de uma data especial para ser colocado em prática. Por isso, transforme o seu “Dia do Nada” em uma data para lá de especial. Curta o seu cônjuge. Os resultados serão surpreendentes. Experimente!