sábado, 2 de julho de 2011

Lanna Holder desmente pastor Francisco (ex-bruxo Tio Chico)


O conhecido ex-bruxo tio Chico, hoje pastor Francisco, em seu testemunho costuma contar o suposto pacto que ele teria feito para Xuxa, pacto este que a impediria ter contato sexual com homens.

(Fonte: http://amenidadesdacristandade.blogspot.com/) – Neste mesmo testemunho pastor Francisco cita o nome da missionária Lanna Holder, ex-lésbica, dizendo que ela teve um caso com a apresentadora Xuxa, fato este que Lanna teria contado a ele pessoalmente.

Porém, há algum tempo atrás, Lanna Holder publicou uma nota em seu Site Oficial, desmentindo a história de que teria acontecido em seu passado algum envolvimento com a apresentadora Xuxa. Confira a declaração:

Esclarecimento

É chegado ao meu conhecimento por meio de e-mails, como de telefonemas, o falso testemunho que o Pastor Francisco (ex-tio Chico), tem dado ao meu respeito pelos púlpitos do Brasil. Neste testemunho além de afirmar seus envolvimentos com pessoas de nome e destaque na mídia brasileira, ele cita com veemência pactos que estas pessoas fizeram com o inimigo, expondo imagens de pessoas que por sinal já morreram e que não podem se defender como eu assim pretendo fazer.

Julgo o que seria, caso eu houvesse falecido no acidente de carro que sofri há um ano atrás? Se em vida ele tem ousado dizer que eu tive um caso com a Xuxa, o que não diria para acrescentar sensacionalismo falso à minha história? Assim venho por meio desta nota, desmentir o testemunho do Pastor Francisco (se é que o posso chamar assim!), ao qual foi por mim procurado há cerca de três meses atrás para esclarecimentos, porém o mesmo negou com veemência que tenha feito tal afirmativa.


Minha tristeza é saber que ele esteja usando de acontecimentos do passado (meados de 1999 a 2000), quando esteve na época pregando na igreja do meu ex-sogro e hospedado por um dia n meu apartamento em Guarulhos, para abusar com maldade do ocorrido, alegando que na ocasião eu tenha lhe dito que tive um envolvimento com a Xuxa!
É estarrecedor o fato de que se houverem verdades em suas palavras e testemunho, das quais eu passei a duvidar após este ocorrido, seja acrescentada esta mentira ao meu respeito, ao qual nunca em minha vida ministerial eu tenha relatado algo assim ou semelhante, posto que não forjaria meu testemunho de vida em busca de mídia, usando imagem de pessoas famosas, pois eu creio que o Senhor exalta ao que anda em retidão e ninceridade
Assim aos que me procurarem questionando o testemunho deste pastor, fique assim esclarecido: eu nunca tive um caso com a Xuxa.
Quanto ao pastor Francisco, eu desejo que o mesmo pare de usar o meu nome para atrair a atenção das pessoas que com simplicidade de coração estão sendo enganadas pelas suas falsas palavras. E mesmo depois de haver lhe procurado com educação e respeito, continuou por defraudar a verdade em benefício próprio. Que Deus tenha misericórdia de sua vida!

(Pv 25:18) A pessoa que diz mentiras a respeito dos outros é tão perigosa quanto uma espada, um porrete ou uma flecha afiada.

SUSTENTO PASTORAL & O CORPO LOCAL

Primeiro, um esclarecimento: Não sou pastor, seminarista, nem recebo salário da igreja da qual sou membro.

Segundo, muitos dirão: "Veja quantos pastores profissionais existem, que sugam tudo o que podem dos fiéis, extorquindo-os com falsas promessas de bênçãos enquanto se empanturram de dinheiro, gastando-o da forma mais mundana possível, em bens materiais e suntuosidade". Reconheço, é verdade. Há muitos líderes que "vendem" o Evangelho, tratando-o não menos que um produto rentável. Mas isso representa dizer que todos são mercenários? Que estão buscando o que lhes é próprio ao invés da glória de Deus? Não! E a despeito de todos os falsos mestres (os quais estão sob a ira de Deus), a Bíblia exorta a igreja a suprir as necessidades dos que pregam a palavra.

Terceiro, nossa igreja é pequena e de poucos recursos; auxiliamos o nosso pastor em seu sustento, contudo, ele trabalha secularmente seis dias por semana, 10 horas por dia, para suprir as necessidades de sua família. E percebo que se ele fosse um pastor de tempo integral dedicado à igreja, tanto os membros como os trabalhos evangelísticos seriam fortalecidos.

Quarto, não quero generalizar, mas, normalmente, os que atacam o sustento pastoral são aqueles que se acham dignos de serem crentes, desde que não tenham de sacrificar nenhuma parte dos seus bens. De certa forma, o que move os "mercadores da fé" é o mesmo que os move: a avareza, o amor ao dinheiro.

Quinto, há os que tentam espiritualizar o que não é espiritual. O Evangelho de Cristo é espiritual, porém, proclamado fisicamente pelo pregador, pela impressão de Bíblias (por mãos incrédulas, muitas vezes), em suma: por meios humanos. Tentar provar que a pregação do Evangelho não é trabalho (seja remunerado ou não) é contradizer o próprio tratamento dado à questão por Jesus (Jo 4.38, 5.17), e Paulo (1Co 3.8, 15.58; Cl 1.29; Hb 6.10).


Feito os esclarecimentos, analisemos alguns versículos que tratam do assunto:
1) "Quem jamais milita à sua própria custa? Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta o gado e não se alimenta do leite do gado?" (1Co 9.7).

O que o apóstolo está dizendo? Aqueles que pregam o Evangelho que vivam do Evangelho (1Co 9.14). Paulo reinvindica o direito de ser sustentado em seu ministério pela igreja. Como afirma: "Ou só eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar?" (1Co 9.6). Provavelmente os coríntios acusavam Paulo de "mercadejar" o Evangelho, de procurar o benefício próprio, de pregar o Evangelho por motivos mundanos. Porém, revela-lhes que tanto ele como os demais apóstolos têm o direito de terem o sustento para si e suas famílias, e de que essa responsabilidade cabe à igreja (1Co 9.4-5). Não é o que parece ao afirmar "Esta é minha defesa para com os que me condenam" (1Co 9.3)? E "Digo eu isto segundo os homens?" (1Co 9.8). Ao que arremata: "Ou não diz a lei também o mesmo?" (1Co 9.8).
Paulo prossegue a argumentação protestando que, aquele que lavra e debulha (ou seja, aquele que trabalha), lavra e debulha com esperança de ser participante (1Co 9.10). E continua: "Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais?" (1Co 9.11). O apóstolo declara que esperava colher muito menos dos coríntios do que lhes tinha dado, mas ainda assim, esperava obter o necessário para a sua subsistência.

A sequência à qual Paulo expõe o seu pensamento é extremamente lógica, e impossível de não entendê-la, a menos que seja lida com premissas falhas. É o que muitos dirão, justificando-o com o v. 12: "Se outros participam deste poder sobre vós, por que não, e mais justamente, nós? Mas nós não usamos deste direito; antes suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo" (grifo meu).

Atentamos que o verso fala de um "direito" que o apóstolo possuía, o qual era o de ser mantido pela igreja. Porém, diante das dúvidas levantadas pelos coríntios, e da própria resistência da igreja em ajudá-lo, ele não "usou" esse direito, para que a descrença dos coríntios não aumentasse, e fosse "impedimento" para a proclamação do Evangelho. Dizer que Paulo censurou os ministros que são sustentados pela igreja é distorcer completamente o sentido daquilo que ele próprio diz.

Resumindo: Paulo não pregava o Evangelho por causa das recompensas, por aquilo que a igreja iria lhe dar; ele pregava o Evangelho por amor a Cristo e aos eleitos (2Tm 2.10), contudo, esperava que, como igreja, os irmãos suprissem as suas necessidades.

2) "Outras igrejas despojei eu para vos servir, recebendo delas salário; e quando estava presente convosco, e tinha necessidade, a ninguém fui pesado" (2Co 11.8).

Qual de nós, vendo o irmão em necessidade, vira-lhe as costas? Foi o que os coríntios fizeram em relação a Paulo. E ele os exorta com tristeza, sabendo que negligenciaram o seu compromisso para consigo; porém com o nítido objetivo de não somente apontar-lhes o erro, mas de levá-los ao arrependimento e correção. Senão, por que tocar no assunto?

Há quem entenda que Paulo está condenando os que recebem salário, como alguém que é "pesado" à igreja, um usurpador (ao contrário, o que ele diz dos coríntios é que suas atitudes eram usurpadoras, eles é que "roubavam" dos macedônios ao receber o Evangelho de graça, sem nenhum sacrifício).

É claro que há casos e casos. Aqueles que se utilizam da posição de liderança no ministério para o enriquecimento, a abastância material, o deleite carnal, o consumismo desenfreado, e o apego sórdido ao dinheiro (seja pastor ou não) comete pecado, e é injusto. Em outras palavras, quem age assim sequer é convertido. Porém, o fato de muitos agirem desta forma (e, infelizmente, parece que o pastoreio se tornou num novo "toque de Midas" o qual transforma tudo o que põe a mão em ouro), não representa que o princípio da subsistência ministerial seja antibíblico.

Novamente, Paulo escreve aos coríntios dando-lhes "um puxão de orelhas", entre outras coisas dizendo que eles deveriam agir e viver como igreja. Havia muita divisão entre eles, muito sectarismo; e para a sua tristeza, especialmente por que plantara a igreja, eles o desprezavam em detrimento aos falsos apóstolos (2Co 11.1215) os quais, certamente, eram os que o caluniavam junto ao povo.

Ele defende-se de que, em nada é menor do que os demais apóstolos e, portanto, tem o mesmo direito que os demais tinham, inclusive o de viajar com sua família, como Pedro fazia (2Co 11.5). Mesmo solteiro, Paulo reivindica esse direito, o de constituir uma família e poder viajar com ela no seu ministério.

Temos de entender que o fato de Paulo pregar de graça aos coríntios, e os coríntios o receberem sem se preocupar com as suas necessidades, é motivo de glória para o apóstolo e de "desglória" para a igreja de Corínto, ainda que isso não os impediu de serem abençoados pela pregação do Evangelho. É o que ele diz: "Pequei, porventura, humilhando-me a mim mesmo, para que vós fôsseis exaltados, porque de graça vos anunciei o evangelho de Deus?" (v. 7).

À frente, no capítulo 12, vem-nos a confirmação: "Pois, em que tendes vós sido inferiores às outras igrejas, a não ser que eu mesmo vos não fui pesado? Perdoai-me este agravo... Eu de muito boa vontade gastarei, e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado" (2Co 12.13,15 - grifo meu). Parece-me que Paulo coloca os coríntios em pé de igualdade com as demais igrejas, a não ser pelo fato dele não ter sido "pesado" a ela. Em outras palavras, os coríntios estavam numa posição "inferior", em débito, por não terem com essa beneficência demonstrado "amor" ao apóstolo. É assim que Paulo os retrata: enquanto o seu amor por eles aumentava a ponto dele se sacrificar para pregar-lhes o Evangelho (o que implica em passar necessidades), a igreja de Corinto não se dispunha a auxiliá-lo em seu sustento, como prova de amor.

No fim das contas, o que importa é isso: o amor a Cristo e Seu Evangelho, o que resulta em obediência.

Apêndice: De certa forma, o mesmo sectarismo que Paulo aponta entre os coríntios, vemo-lo hoje. A Igreja está tão dividida, inclusive pelos que pregam unidade, pelos sem "placas" nem "nomes", pelos que se julgam filhos "exclusivos" de Deus, pelos que se consideram "libertos" mas estão presos ao pior farisaísmo existente, e acabam por se esquecer do principal: pregar o Evangelho de Cristo crucificado (1Co 2.2).

Perdemos tempo com "outros" evangelhos, e negligenciamos o que realmente importa. Com isso, não quero jogar para "debaixo do tapete" os problemas da igreja, muito menos pregar o evangelho ecumênico. Longe de mim cometer estes pecados. Mas, se ao invés de gastar o precioso tempo de que dispomos tentando "corrigir" os erros de outras igrejas e denominações, preocupássemos conosco, nossos irmãos e igreja certamente estaríamos "salvando" a nós mesmos e aos nossos queridos... Um minuto! Não confunda uma frase hiperbólica com salvação de verdade, a qual apenas o nosso Senhor Jesus Cristo é capaz de realizar. Quero dizer é que, nos preocupamos em "salvar" os outros (pelo menos nos enganamos com essa idéia), quando na verdade o nosso objetivo é "revelar" o quanto estão errados e desviados do caminho; e assim nós mesmos acabamos nos desviando do caminho, substituindo o amor pelo legalismo, a mera acusação, e a autoexaltação. E, por favor, não confundam essa declaração com a condenação à disciplina bíblica, pois a disciplina é atributo da igreja, do corpo local, e não de irmãos isolados que falam por si só, como se fossem a própria voz de Deus (estes, se forem eleitos, são alvos da disciplina divina).

Deus levantará segundo a Sua santa vontade irmãos que farão o trabalho apologético, defendendo a fé bíblica apontando o erro daqueles que são antievangelho, e mesmo dos cristãos que "deslizaram" em um princípio ou outro. Mas, infelizmente, o que acontece é que, de uma hora para a outra, a maioria se arrogou e arvorou apologista, e saiu "atirando" para todos os lados, como uma metralhadora descontrolada.

Enquanto isso, sorrateiramente, o diabo planta dentro do corpo local suas heresias, mas como nossos olhos estão voltados para os erros alheios (de outras denominações e outros irmãos denominacionais, cuja disciplina não está ao nosso alcance), permitimos que a nossa omissão e desleixo corrompa-nos também.

O pior é que muitos nem sequer participam do corpo local, acreditando num cristianismo solitário e individualista, numa clara rebeldia aos princípios bíblicos que dizem defender. No fundo, se consideram superiores e melhores do que os mandamentos de Cristo; e sentam-se confortavelmente em suas torres de observação, desprezando-a, ridicularizando-a, pois sequer passa-lhes pela cabeça submeter-se à autoridade com que o Senhor investiu-a.

São "livres" para bater à vontade, contudo, esquecem-se de que, caso sejam eleitos, a mão disciplinadora de Deus está sobre eles. Se não forem, não há disciplina, mas a condenção eterna os aguarda.

A melhor forma de se pregar o Evangelho de Cristo é pregando o Evangelho de Cristo, e não combatendo o antievangelho. Qualquer um pode combater (pois nem mesmo argumentos precisa-se ter, apenas vontade, disposição), mas poucos são capacitados a viver o Evangelho, pois para isso é preciso ser convertido por Cristo, regenerado e lavado no Seu sangue.

A melhor forma de se lutar contra a fraude e a heresia é expondo a verdade bíblica. De nada adianta refutar a heresia se não se obedece aos mandamentos do Senhor, e assim fazendo-o, demonstra não amá-lO (Jo 14.15) e, "em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens" (Mc 7.7).

Portanto, é urgente que antes de se entrar numa "caça às bruxas", que se viva o Evangelho, testemunhando a Cristo nosso Senhor. Fim do apêndice.

Finalizando, transcrevo mais uma vez as palavras do apóstolo Paulo: "Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina; porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário" (1Tm 5.17-18); porque "se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente. O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos. Considera o que digo, e o Senhor te dê entendimento em tudo" (2Tm 2.5-7).

Timóteo ouviu.

E nós?

Dízimo, Oferta e o Crente

Tenho lido muitos artigos sobre o dízimo e ofertas. Quase todo dia, me enviam textos "descendo a lenha" no que chamam a "falácia do dinheiro a Deus". Como já expus há alguns irmãos a minha convicção pessoal, e creio, também bíblica, e visto que me chegou às mãos um artigo intitulado "Salário do Pastor: um peso na carteira!"1 (cujo autor não sei quem é, mas já o reprovo pelo título), enviado por uma irmã que me pediu um comentário, resolvi escrever minhas impressões sobre o assunto e a minha convicção bíblica a respeito.

PRIMEIRO: UM ALERTA!

O problema de muitos articulistas é a falta de honestidade. Não que desejam ser "desonestos", mas é que não se preocupam com TODA a honestidade; pois estão satisfeitos demais com a honestidade que já têm, ainda que não seja suficiente. O ataque é sempre baseado em uma premissa, um pré-conceito instalado e arraigado, simplesmente opinativo (refletindo o desejo e prática pessoal ao invés da vontade de Deus), ainda que sejam citados alguns versículos bíblicos (normalmente fora do contexto e a pretexto de) e algumas fontes "abalizadas", que justificam a execração pública, seja da igreja, do pastor ou do crente fiel que oferta (isso não é privilégio dos articulistas cristãos, mas é uma prática usada secularmente, desde que o homem caiu no Éden). Não há preocupação com TODA a verdade. Uma parte dela, mesmo ínfima, já é o suficiente, e se houver alguma distorção, quem se importará?

Então, a questão passa a ser moral, e se omitimos deliberadamente alguma informação, ou não fazemos uma pesquisa cuidadosa, emitindo um conceito como sendo divino (o que é uma manipulação, um sofisma), faltamos com a verdade, e nos tornamos em mentirosos, fraudulentos. Há de se ter cuidado com tudo o que lemos, para que não caíamos na armadilha, sendo enganados por negligência, por desprezarmos uma acurada análise crítica do que está sendo proposto. É assim que começam as heresias, é assim que Satanás engana o homem, é assim que se torna fácil confundir, beligerar, dominar, e isso é pecado, e não podemos jogá-lo para debaixo do tapete, como se fosse possível escondê-lo. A Bíblia afirma que, "Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará". (Gal.6.7), e que, "os pecados de alguns homens são manifestos, precedendo o juízo; e em alguns manifestam-se depois. Assim mesmo também as boas obras são manifestas, e as que são de outra maneira não pode ocultar-se" (I Tm 5.24-25).

Então, como ovelhas no meio de lobos, sejamos prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas (Mt 10.16).

Usualmente temos o defeito de sermos relapsos, pouco atentos aos cuidados que se deve ter com a Palavra. Se lemos um texto, mesmo que de um renomado escritor ou teólogo, devemos cuidar para não crer "afoitamente" em tudo o que ele diz. Se nos são apontados versículos bíblicos, que os consultemos, atentando para o contexto do capítulo, seus versículos anteriores e posteriores, que nos darão o entendimento correto do que o versículo citado quer realmente dizer. Por sermos omissos, acabamos crendo em todo tipo de "sandice" professada e confessada, como sendo verdade e proveniente de Deus. Não podemos nos esquecer de que toda a verdade está contida nas Escrituras, ou melhor, as Escrituras a verdade e nada além da verdade, e de que ela é a nossa única regra de prática e fé, mesmo que a maioria de nós a tenha (e venha) negligenciado. O Senhor nos alerta a vigiar e orar (Mc 14.38), e não nos deixar enganar por supostas "verdades", "as quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria... mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne" (Cl 2.23).

Estejamos pois alertas, revestidos de toda a armadura de Deus, para não sermos apanhados nas ciladas de Satanás (Ef. 6.11)

SEGUNDO: UM FATO.

O dízimo é bíblico e refere-se à nação de Israel. Primeiramente, não eram ofertas a Deus, mas taxas para suprir o orçamento nacional, visto que Israel era uma teocracia, os sacerdotes levíticos atuavam como um governo civil. Representava não a décima parte mas aproximadamente 25% em taxas que eram doadas pelos israelitas. É uma ordenança ao povo de Israel. Assim, os crentes do N.T. não são chamados a dizimar. Mas temos de DOAR, OFERTAR. Como o pr. John MacArthur disse: "A linha de direção para a nossa doação para Deus e Sua obra é encontrada em II Co 9.6-7: 'E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria'"2.

Ao crente não é cobrado o dízimo, mas a oferta, que deve ser dada segundo o coração; e como ele ofertar, Deus conhecerá o seu coração (é uma hipérbole, visto que Deus JÁ conhece o coração de cada um desde toda a eternidade).

TERCEIRO: UMA MENTIRA.

Afirmar que pelo fato do crente não estar "preso" ao dízimo, ele não deve contribuir para a igreja, ou ele pode dar qualquer ninharia que Deus se alegrará (ninharia aqui tem o sentido de você separar uma ínfima parte do que tem, as migalhas que sobraram, e não como alguns fazem parecer a passagem de Lc 21.1-4, onde a mulher deu duas moedas, mas era TUDO o que tinha). Afirmar que as ofertas para a "'obra de Deus' significa, naturalmente, assalariar o cargo de pastor e pagar as contas mensalmente para manter o edifício sem dívidas"3, não parece, no mínimo, uma falta de compreensão e ignorância quanto às Escrituras e a obra de Deus (e com o próprio Deus)? Não lhe parece tendenciosa e facciosa tal afirmação? Será que TODOS os pastores estão reprovados porque uma parte deles é réproba? O crente, então, não tem de sustentar o pastor e a igreja? Qual é a base bíblica? Quais são esses versículos?


QUARTO: A VERDADE.

O crente não só deve, mas tem o DEVER de sustentar a igreja. Foi o apóstolo Paulo quem afirmou em II Co 11.7-9: "Pequei, porventura, humilhando-me a mim mesmo, para que vós fôsseis exaltados, porque de graça vos anunciei o evangelho de Deus? Outras igrejas DESPOJEI eu para vos servir, recebendo delas SALÁRIO; e quando estava presente convosco, e tinha necessidade, a ninguém fui pesado. Porque os irmãos que vieram da Macedônia SUPRIRAM a minha necessidade, e em tudo me guardei de vos ser pesado, e ainda me guardarei" (grifo meu). Paulo reprova os coríntios por não lhe terem suprido as suas necessidades. E de que os Macedônios e outras igrejas o fizeram. E ainda assim, ele pregou-lhes o evangelho.

O mesmo Paulo disse em I Tm 5.17-18: "Os presbíteros que governam BEM sejam estimados por dignos de DUPLICADA HONRA, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina; porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: DIGNO é o obreiro do seu SALÁRIO" (grifo meu). Se o apóstolo dos gentios não afirma a necessidade de honrar os obreiros (presbíteros, pastores, missionários, etc) com o salário, não faço a menor idéia do que ele quis dizer nesta epístola.

Ao contrário, certos autores insistem em detratar os pastores, de uma forma geral, como se fossem todos eles crápulas, pústulas, uma classe de sanguessugas, cânceres sociais, a escória do mundo, criminosos... "Somos espiritualmente obrigados a PATROCINAR o pastor e sua equipe?"4 (grifo meu). A resposta é que cada crente deve manter, sustentar a obra de Deus, como afirmou o apóstolo Paulo. E ele diz mais! Em II Co 9.1-13 (leiam atentamente cada versículo, por favor!) lemos que Paulo os exorta a coletarem ofertas a fim de ABENÇOAR aos irmãos da Macedônia (parece que os coríntios, como muitos crentes hoje, achavam que podiam obedecer a Deus, sem cumprir o chamado de ofertar à igreja; talvez por isso, eram desobedientes em tantas outras coisas, e uma igreja fraca e cheia de tantos escândalos como o apóstolo relata em suas cartas).

Preocupado com o pouco zelo dos irmãos de Coríntios, Paulo manda uma comissão à sua frente com a epístola, para que os Coríntios providenciassem a coleta (que não era dos frutos da terra apenas, mas de dinheiro), "a fim de, se acaso os macedônios vierem comigo, e vos acharem desapercebidos, não nos envergonharmos nós (para não dizermos vós) deste FIRME FUNDAMENTO DE GLÓRIA. Portanto, tive por coisa necessária exortar estes irmãos, para que primeiro fossem ter convosco, e preparassem de antemão a vossa BÊNÇÃO, já antes anunciada, para que ESTEJA PRONTA como BÊNÇÃO, e não como AVAREZA" (grifo meu). Ele afirma que a oferta preparada para os macedônios seria uma bênção, e os exortava a que procedessem no firme fundamento de glória, e não como avareza. Há alguma dúvida de que ofertar é um mandamento para os crentes? E de que o devemos fazer como uma obediência a Deus, servindo de bênção à igreja e aos irmãos (e aos incrédulos também)? E de que glorificamos a Deus quando assim procedemos, sabendo que somos administradores daquilo que Ele mesmo nos deu e tem dado, sabendo que o nosso dinheiro não nos pertence, e de que, se o utilizamos apenas em nosso próprio proveito, nos fazemos egoístas, avarentos e de que, tanto o egoísmo como a avareza são pecados (Ef. 5.5)?

"Porque a administração deste serviço, não só supre as necessidades dos santos, mas também é abundante em muitas graças, que se dão a Deus. Visto como, na prova desta administração, GLORIFICAM a Deus pela submissão, que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade de vossos dons para com eles, e para com todos" [II Co 9.12-13 (grifo meu)].

QUINTO: UM COMENTÁRIO.

Estes e muitos outros versículos são "esquecidos" pelos detratores e inimigos da igreja. Sabemos que Satanás tem como alvo principal a igreja, pela qual o Senhor Jesus Cristo morreu. Ele não morreu pelo mundo, nem pelos que estão ou estarão queimando no Inferno; mas pelos crentes, aqueles que pertencem a Sua Igreja e Noiva. Por ela, o Senhor encarnou, andou pelo mundo, pregou o evangelho, curou, morreu na cruz do Calvário, ressuscitou, e chamou cada um de nós à conversão, restaurando-nos, vivificando-nos quando ainda estávamos mortos em ofensas e pecados (Ef. 2.1).

Muitos usam o dízimo como argumento para não ofertar, não doar, não acolher, não ajudar, não auxiliar, tanto a igreja, como irmãos e incrédulos. Dizem que Cristo cravou na cruz toda a Lei (no que estão certos), e de que se é livre para agir, pensar, e comportar como bem entender, no que estão errados.

Se o dízimo não pertence à igreja, os crentes da igreja primitiva dispunham de TUDO o que possuíam. Atos 2.44-45, diz: "E todos os que CRIAM estavam juntos, e tinham tudo em COMUM. E vendiam SUAS PROPRIEDADES E BENS, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister" (grifo meu). Quem você conhece que vendeu tudo o que possuía e entregou à igreja? Ou distribuiu-o com os irmãos? O que vemos hoje é uma igreja insensível, e irmãos igualmente insensíveis, que não obedecem a Deus; que se fingem de moucos, de cegos, de paralíticos, para não participarem da obra de Deus. São os deficientes modernos, os quais precisam da cura do nosso Amado Senhor. Não digo, com isso, que se deve vender tudo e despojar-se a favor da igreja. Isso nem é o mais importante. Mas se crentes se apegam tanto ao seu dinheiro que não o ofertam, não estarão igualmente apegados à sua velha natureza e ao pecado? Se não consigo “abrir a mão”, afim de ser uma bênção e glorificar a Deus no mínimo, poderei fazê-lo quando me for exigido o máximo, por exemplo, a minha própria vida? Será que tenho devotado meu tempo à leitura da Bíblia, à oração, ao evangelismo, aos trabalhos de discipulado e ensino dos irmãos? Ao conforto daqueles que se encontram afligidos e desamparados (não somente material, mas sobretudo espiritualmente)? Usando o meu tempo, dons e bens para a glória de Deus? Será que meus pensamentos estão em Deus ou, como narciso, vejo apenas a mim mesmo em todos os cantos? Serei capaz de algum sacrifício para glorificar o bom, misericordioso e gracioso Deus que me resgatou da condenação, quando o único lugar que mereço é perecer eternamente no Inferno?

São perguntas que devemos nos fazer. É fácil agredir as pessoas e ser injusto. É muito fácil desprezá-las. E mais fácil ainda ignorá-las. Mas Deus nos chamou por amor, e pelo amor. E é por ele, o mesmo amor que o Senhor teve e tem por nós, que devemos ter pela igreja, pelos irmãos e por aqueles que se encontram perdidos no mundo. E o amor implica em renúncia, em entrega, em sacrifício. Não foi assim com o Senhor Jesus? Será que o nosso dinheiro é mais importante do que o nosso dever de crentes em Cristo?

Para finalizar este tópico, quero deixar-lhes o versículo de Hb 13.16:"E não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque com tais sacrifícios Deus se agrada".

SEXTO: CONCLUSÃO.

1)Quanto a obediência aos pastores, fico com Hebreus 13.17; Paulo diz: "Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil".
2)Quanto a oferta às igrejas, com I Coríntios 16.1-2: "Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo que ordenei às IGREJAS da Galácia. No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar" (grifo meu).

3)Quanto ao sustento dos pastores, I Timóteo 5.18: "E: Digno é o obreiro do seu salário".

4)Quanto à acusação aos pastores, I Timóteo 5.19: "Não aceites acusação contra o presbítero, senão com duas ou três testemunhas" (e não genericamente, como se todos fizessem parte de uma quadrilha).

Por fim, exorto-os a seguir a Cristo, que é a cabeça, cujo corpo, nós, a igreja, devemos nos apresentar gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível; onde Deus distribuiu os dons aos homens (uns evangelistas, outros pastores e doutores), querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo, por Cristo e em Cristo (Ef. 4.11-16).

Sabendo que Deus detém promessas aos Filhos que doam com amor e alegria (II Co 9.6-7), e de que esta é uma forma de adoração. E só para ficar claro, essas promessas não se referem, necessariamente, a bênçãos materiais.

Finalizo com as palavras do pr. Ron Riffe sobre a questão:
“'Portanto, com ardente instância, recomendo que cada cristão individual ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade' [1 Coríntios 16:2] e dê por meio de sua igreja local e de forma regular. E, se você não tem confiança que os líderes da sua igreja usam o dinheiro de uma forma responsável e honesta diante de Deus, então precisa procurar outra igreja para freqüentar! O dízimo não é requerido dos cristãos no Novo Testamento, mas devemos amar o Senhor e não nos limitarmos a dar apenas 10% de nossa renda. Observe que o verso citado anteriormente diz '... conforme a sua prosperidade’. Em outras palavras, o princípio do Novo Testamento é dar em proporção àquilo que Deus provê para nós” 5.

Dízimo, é bíblico isso?


Em dias como os nossos onde o egoísmo se faz presente de forma substancial, podemos perceber que um número significativo de cristãos tem desenvolvido uma espiritualidade hedonista e ensimesmada, onde o que mais importa é receber e não dividir. Nesta perspectiva, compartilhar com a Igreja parte do que recebeu é praticamente impossível, mesmo porque, para tais pessoas é muito mais interessante desfrutar de "bênçãos" do que contribuir com a causa do Reino.

Conta-se que o famoso pregador inglês, Charles Spurgeon foi em certa ocasião, à cidade de Bristol, com o objetivo de pregar em três igrejas, esperando obter nas três coletas, 300 libras, quantia que ele necessitava com urgência para o seu orfanato na cidade de Londres. As coletas renderam realmente essa quantia, e Spurgeon sentia-se feliz, porque assim poderia pagar as despesas do orfanato. Entretanto, à noite, quando se recolheu para dormir, Spurgeon ouviu uma voz – era a voz do Senhor que lhe dizia: "Dá essas trezentas libras a Jorge Müller". "Mas, Senhor", respondeu Spurgeon, "eu preciso do dinheiro para os queridos órfãos de Londres". Mais uma vez insistiu a mesma voz: "Dá as trezentas libras a Jorge Müller." Só quando respondeu: "Sim, Senhor, levarei o dinheiro a Jorge Müller", é que conseguiu adormecer. Na manhã seguinte dirigiu-se ao orfanato de Jorge Müller e o encontrou de joelhos, orando, tendo diante de si uma Bíblia aberta. O célebre pregador, pondo a mão sobre o ombro do outro disse: "Jorge, Deus me mandou entregar a você este dinheiro". "Oh", exclamou Müller, "querido Spurgeon, eu estava a pedir ao Senhor precisamente essa importância." Os dois homens de ação alegraram-se muito. Mas a história continua. Quando Spurgeon voltou a Londres, encontrou uma carta sobre a mesa. Abriu-a, e verificou que ela continha 300 guinéus. Ora, como um guinéu valia uma libra e um shilling, Spurgeon tinha então, trezentas libras e trezentos shillings. "Aqui está", exclamou ele com muito regozijo. "O Senhor me devolveu as 300 libras com juros de 300 shillings". É assim que Deus paga.

Caro leitor, por acaso você já parou para pensar que Deus ama àquele que é generoso? E de que Ele supre todas as nossas necessidades, quando colocamos o dinheiro no devido lugar?
Ora, as Escrituras relatam que certa feita o Senhor Jesus entrou no templo de Jerusalém jogando no chão o dinheiro que estava em cima das mesas dos cambistas. Imagino o rosto irado de Jesus ao chegar naquele lugar e encontrar vendedores e mercenários fazendo “negócios” com os fiéis. Vejo Jesus derrubando bancas, chutando, literalmente, o “pau da barraca”, expulsando de lá os vendilhões do templo que faziam do dinheiro sua razão de viver. Aliás, o que o dinheiro significa para você? Qual o grau de importância ele tem para sua vida? Pois é, por amor ao dinheiro, negociam-se valores, vende-se a moral e se abandona a família. Jesus ao derrubar o dinheiro dos cambistas no chão estava em outras palavras dizendo que aquele deveria ser o local onde o dinheiro deveria estar. Entretanto, na maioria das pessoas o dinheiro encontra-se alojado na mente ou no coração.

Por acaso você já se deu conta que por causa do dinheiro pais e filhos, sogras e noras, esposos e esposas cometem aberrações?
Pois é, em dias pós-modernos, onde quase tudo tem sido relativizado, o ato de contribuir com a igreja tornou-se um assunto altamente polêmico. Alguns crentes sinceros tem questionado prática do dízimo; outros não estão convencidos de que o Novo Testamento trate dessa matéria com clareza. Há ainda aqueles que preferem dar ocasionalmente uma pequena oferta, buscando com isso substituir a prática do dízimo.

Prezado amigo, vale a pena ressaltar que os abusos quanto ao levantamento de recursos financeiros praticados por algumas igrejas acabaram por tornar bastante delicada a questão da contribuição financeira nas igrejas evangélicas em geral. O abuso, porém, não invalida a realidade de que as igrejas genuinamente evangélicas precisam de recursos para manter seus trabalhos regulares. A Bíblia nos ensina várias coisas acerca do dinheiro.


1) O Hábito de dar a décima parte daquilo que se ganha a instituições religiosas é uma prática de muito tempo e que vem da Antigüidade. Esta prática era conhecida por Israel, bem como pelas nações circunvizinhas do oriente próximo.

2) Na Lei de Moisés, os Israelitas tinham a obrigação de entregar a décima parte das crias dos animais domésticos, dos produtos da terra e de outras rendas como reconhecimento e gratidão pelas bênçãos divinas (Lv 27:30-32; Nm 18:21, 26; Dt 14:22-29). O dízimo era usado primariamente para cobrir as despesas de culto e o sustento dos sacerdotes. Deus considerava o seu povo responsável pela a administração dos recursos que Ele lhes dera na terra prometida.

3) O pensamento central do dízimo achava-se na idéia que Deus é o dono de tudo e de todas as coisas. (Ex 19:05; Sl 24:1), e que os seres humanos foram criados por Ele, e a ele devem o fôlego de vida. Sendo assim, ninguém possui nada que não tenha recebido originalmente do Senhor. Nas leis do dízimo, Deus estava ordenando que os seus lhe devolvessem parte daquilo que Ele já lhes tinha dado.

4) No Novo Testamento a Igreja Primitiva manteve o princípio da generosidade para os seus membros. Todavia, percebemos a existência de uma singular diferença entre as duas dispensações. No AT, o dízimo era o máximo em obrigatoriedade religiosa, já no novo o dízimo tornou-se um referencial mínimo de contribuição. O didaquê preceituava que as primícias fossem dadas do dinheiro, das roupas e de todas as suas posses.

Caro leitor, como bem afirmou Hernandes Dias Lopes, o dízimo não é invenção da igreja, é princípio perpétuo estabelecido por Deus. O dízimo não é dar dinheiro à igreja, é ato de adoração ao Senhor. O dízimo não é opcional, é mandamento; não é sobra, é primícia. O dízimo é ensinado em toda a Bíblia, antes da lei (Gn 14.20), na lei (Lv 27.30), nos livros históricos (Ne 12.44), poéticos (Pv 3.9,10), proféticos (Ml 3.8-12) e também no Novo Testamento (Mt 23.23; Hb 7.8). Negligenciar a devolução dos dízimos é infidelidade a Deus. Sonegar o dízimo é roubar a Deus. Reter o dízimo, que é santo ao Senhor, é colocar-se debaixo de maldição. Entretanto, entregar o dízimo com obediência é repreender o devorador e contar com a promessa das janelas abertas do céu, de onde promanam toda sorte de bênção.

O conhecimento de verdades como essas devem fazer que tanto você como eu assumamos diante de Deus algumas posições radicais quanto à administração do dinheiro:

1º - Nunca esquecer que tudo quanto possuímos pertence a Deus, de modo que aquilo que temos não é nosso, e sim daquele que é o Senhor de todas as coisas.

2º - Decidir de todo o coração servir a Deus e não ao dinheiro. (Mt 6:19-21; 24).

3º - Fugir da avareza e do espírito deste século, que de todas as formas possíveis tentam injetar em nós um o desejo de uma vida hedonista e egoísta.

4º - Comprometer-se com a promoção do Reino de Deus na Igreja local e na disseminação do Evangelho pelo mundo.

Isto posto, concluo que sonegar o dízimo é desamparar a casa de Deus. Sonegar o dízimo é deixar de ser cooperador com Deus na implantação do seu reino.

Pense nisso!

O Dízimo é válido nos dias de hoje?

dízimo nos moldes que nós temos no Antigo Testamento não é mais aplicável nos nossos dias. No Novo Testamento nós temos as ofertas voluntárias para sustentar a obra de Deus.


A Epístola aos Hebreus, principalmente os capítulos 9 e 10, deixa bastante claro que todas as cerimônias do Antigo Testamento foram abolidas com a vinda de Cristo, pois elas apenas tipificavam Aquele que viria, eram sombras da realidade que é Cristo. Além dessa epístola, Paulo fala constantemente sobre a abolição das cerimônias do Antigo Testamento no Novo Testamento, como em Gl.4.8-11, Cl.2.8-23, etc. Assim, a questão é determinar se o dízimo fazia parte da lei cerimonial ou da lei moral. A lei moral é permanente (Mt.5.17-18) e a cerimonial, como eu disse acima, é transitória. Assim, dependendo de onde o dízimo se encaixa, ele é válido ou não para os dias de hoje. Quando analisamos o Antigo Testamento percebemos que o dízimo estava totalmente amarrado ao sistema sacrificial daquele tempo, e havia vários tipos de dízimo (Lv 27.32; Nm 18.21-28; Dt 12.6-17; 14.22-28; 26.12). Estando dessa forma ligado aos sacrifícios e ao sacerdócio veterotestamentário, o dízimo como era praticado no Antigo Testamento é impraticável nos dias de hoje. Assim, ele está incluso dentro da lei cerimonial e, dessa forma, não é mais aplicável no Novo Testamento.

Alguns usam a passagem de Mateus 23.23 para defender que o dízimo é válido atualmente. Mas é importante observar que, apesar do Novo Testamento começar sua narrativa com o nascimento de João Batista e de Jesus, a Nova Aliança só começou, de fato, quando Jesus morreu (Mt 26.28; 27.51; Cl 2.14; Hb 9.11-17). Assim, quando Jesus disse o que está escrito em Mt 23.23, eles ainda estavam no Antigo Testamento. Portanto, essa passagem não pode provar a validade do dízimo para o Novo Testamento.

Outros tentam defender a validade do dízimo com a passagem de Hebreus, capítulo 7. Porém, nessa passagem o autor da carta apenas mostra a superioridade de Cristo em relação ao sacerdócio do Antigo Testamento usando Melquisedeque como um tipo de Cristo, pois Arão (representando o sacerdócio veterotestamentário) pagou dízimos a Melquisedeque na pessoa de Abraão, mostrando sua inferioridade em relação à Melquisedeque. O objetivo da passagem não é falar sobre a validade ou não do dízimo para os dias de hoje, mas mostrar a superioridade do sacerdócio de Cristo.

Dito isso, é importante mencionar que, atualmente, muitos "cristãos" estão prontos para negar a validade do dízimo para os nossos dias, não porque querem dar mais, mas porque querem dar menos, ou até mesmo nada. Para esses eu digo que quem supostamente se converteu ao Senhor, mas não converteu o seu bolso, deve reavaliar sua conversão. O cristão reconhece que não apenas 10% do seu salário pertence ao Senhor, mas todos os seus bens. Assim, o verdadeiro cristão faz planejamentos financeiros para não gastar em coisas supérfluas, a fim de poder contribuir com o máximo possível para o Reino de Deus, voluntariamente. O verdadeiro cristão não busca viver uma vida de luxo, pois seu deus não é o dinheiro, e sim o Senhor, a quem Ele coloca em primeiro lugar.

Tomemos como exemplo a contribuição da igreja primitiva. A viúva no templo deu tudo o que tinha (Lc.21.1-4). Os primeiros cristãos vendiam propriedades e depositavam todo o valor aos pés dos apóstolos (At.4.34-37). Os pobres da Macedônia contribuíram acima de suas posses (II Co.8.1-3). Esse é o padrão que o cristão deve seguir.

Devemos também lembrar que os pastores que Deus designou para pastorearam o rebanho precisam de sustento, sendo responsabilidade da igreja provê-lo (1Co 9.3-14; ). Portanto, as ofertas voluntárias também são usadas para compor o salário do pastor, provendo os recursos materiais necessários para que ele continue anunciando o Evangelho.

Para aqueles irmãos que congregam em igrejas onde o dízimo é praticado (como também é o meu caso), tenho recomendado que continuem contribuindo com o dízimo, mas considerando-o em seus corações como uma oferta voluntária, e não se satisfazendo em contribuir apenas com a décima parte, mas com o máximo possível, como acontecia na igreja primitiva.

Buscando os Interessados


Em seu pequeno livro O Plano Mestre de Discipulado, Robert Coleman mostra algo surpreendente. No livro de Atos dos Apóstolos, a estratégia de evangelismo parece centralizar-se principalmente em pessoas que Deus preparou, de alguma maneira, para serem receptivas. Deus é o grande evangelista. É Aquele que prepara e convence. Ele vivifica pecadores (Ef 2.5), abre os corações (At 16.14), atrai (Jo 6.44), dá poder ao evangelho (2 Ts 3.1) e chama os perdidos (1 Co 1.24). Então, não devemos ficar surpresos com o fato de que nossa parte no evangelismo consiste em nos unirmos a Deus, como cooperadores, naquilo que Ele está fazendo. O livro de Atos dos Apóstolos aponta nesta direção. Por exemplo:

*O derramamento do Espírito, no Dia de Pentecostes, semeou o evangelho em alguns judeus espiritualmente sensíveis que vieram de, pelo menos, quinze países diferentes, para adorar o Deus do Antigo Testamento.

*A próxima grande colheita ocorreu em Samaria (At 8.4-25), onde Jesus havia lançado anteriormente um alicerce por meio de seu testemunho pessoal (Jo 4.4-42).

*O Espírito Santo enviou Filipe ao encontro de um eunuco etíope que lia as Escrituras, no rolo de Isaías, e ficou em dúvida sobre a pessoa a quem se referia o capítulo 53 (At 8.26-39).

*A ruptura evangelística da inimizade com os gentios que viviam fora de Jerusalém aconteceu por meio de Cornélio, que temia a Deus, dava esmolas, fazia orações e teve uma visão de um anjo de Deus (At 10).

*Quando Paulo iniciou sua carreira missionária, seguiu o padrão de ir primeiramente à sinagoga, à procura de alguns judeus receptivos ou gentios que temiam a Deus (At 13.5, 14, 42-43; 14.1; 17.1-2, 10, 17; 18.4, 7, 19, 26; 19.8).

*Em sua segunda viagem missionária, o plano de Paulo foi impedido duas vezes pelo Senhor. O Espírito Santo o proibiu (por um momento) de pregar a Palavra na Ásia (At 16.6), e o Espírito de Jesus não lhe permitiu que fosse a Bitínia (At 16.7). Em vez disso, Paulo teve uma visão em que um homem dizia: "Passa à Macedônia e ajuda-nos" (At 16.9). O foco novamente eram os espiritualmente receptivos.

*Em Filipos, não havia sinagoga. Por isso, Paulo achou um lugar, fora da cidade, em que mulheres oravam e se reuniu com elas. Uma das mulheres foi convertida (At 16.12-14).

É claro que houve ocasiões em que Paulo simplesmente "disser-tava... na praça, todos os dias, entre os que se encontravam ali" (At 17.17). Contudo, parece haver indícios de um padrão que nos encoraja, em nosso próprio evangelismo, como disse Coleman, "a procurar aqueles que se movem em direção a Cristo. A vida é muito curta para gastarmos tempo e energia excessivos com pessoas indiferentes".
Para mim, parece correto não ignorarmos os espiritualmente insensíveis, e sim focalizarmos principalmente naqueles que dão sinais de estarem andando às apalpadelas em direção a Deus. É verdade que o propósito de Deus em missões mundiais exige que vamos a todos os povos, incluindo os mais resistentes, visto que eles têm de fazer parte do glorioso mosaico de todas as nações que estarão representadas no céu (Ap 5.9; 7.9). No entanto, como disse Coleman: "Mesmo quando penetramos os povos não-alcançados, devemos aplicar esse princípio. Ministrar a grandes comunidades revelará aqueles que são sensíveis à mensagem de Cristo. Essas pessoas podem receber mais cultivo e ensino".

Afirmando de outra maneira, somos colaboradores do Espírito Santo; por isso, devemos estar atentos àqueles que, pela graça de Deus, estão começando a ser despertados. Procuremos aqueles que estão interessados por Deus e concentremos energia em doutriná-los. Sem dúvida, Coleman estava certo quando disse: "Creio que algumas dessas pessoas estão no âmbito de influência de todo crente".