domingo, 17 de julho de 2011

ATÉ QUANDO?

“Senhor, fazei-me instrumento de Vossa paz. Onde houver ódio que eu leve o amor. Onde houver ofensa que eu leve o perdão. Onde houver discórdia que eu leve a união. Onde houver dúvida que eu leve a fé. Onde houver erro que eu leve a verdade. Onde houver desespero que eu leve a esperança. Onde houver tristeza que eu leve alegria. Onde houver trevas que eu leve a luz.



Ó, Mestre! Fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado. Compreender que ser compreendido. Amar que ser amado. Pois é dando que se recebe. É perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna.”

Que a Graça do Senhor Jesus Cristo seja sobre todos nós!

Apóstolos modernos e apóstolos da Igreja Primitiva: alguém está cometendo heresias em nome de Jesus


Hoje Deus vai abrir uma porta de destino na sua direção e vai reconstruir a sua história. Ele quer reconstruir uma história de milagres na sua vida”, afirmou. Nós vamos desbaratar principados, onde os apóstolos chegam, os principados batem em retirada, afirmou. “Todos sairão com milagres deste lugar!”.

Ora, porque então os apóstolos da Igreja Primitiva tiveram grandes tribulações, morrendo a maioria de forma humilhante, diante dos principados e potestades? Como os apóstolos modernos conseguem fazer milagres para todos, repito, todos do evento, se nem Jesus fez milagres para todas as pessoas?

“Deus quer que você entre na celebração, essa é uma semente para Deus, afirmou ele. “O povo apostólico é um povo recebedor, Deus quer mudar sua história e sua vida… Você não é quem você foi e não será quem você é. A cada manhã Deus tem um novo milagre, Ele vai colocar uma alegria sobrenatural na sua vida.”

O povo apostólico moderno é recebedor, mas o povo apostólico da Igreja Primitiva era um povo doador, servo, que supria uns aos outros.

“Em primeiro lugar, Deus levantou apóstolos”, disse ele. “O apostólico é aquele que abre todas as portas, é por causa dele que os outros são formados. Os apóstolos são aqueles que dão passagem aqueles que estão chegando. Durante muito tempo, a Igreja perdeu o sobrenatural, pois fechou a porta para os apóstolos. Todo apóstolo precisa de um profeta e todo profeta precisa de um apóstolo”, afirmou.


Onde esse “patriarca” tirou tanta sandice? Antes de reinventarem o título de apóstolo, quer dizer que a Igreja deixou de ter o sobrenatural??? E pior, sem o apóstolo a coisa não anda???

“Quem é apostólico recebe um manto de autoridade e tem poder no mundo espiritual”, acrescentou.

E quem não é apostólico, é sem poder espiritual? Então o poder não está em Jesus, mas na cobertura apostólica moderna! Vamos passar a orar em nome do apóstolo!

O apóstolo afirmou que a ideia apostólica veio do coração de Deus para firmar territórios novos e ideais novas. E continuou: “Os apóstolos são generais, patriarcas, embaixadores de um povo. O povo apostólico segue a mente brilhante do Messias e o Messias vai trazendo a Palavra revelada.”

Então os apóstolos modernos deviam estar evangelizando nos países muçulmanos, na China, na Índia, não nos seus palácios gospel aqui no Brasil e nos Estados Unidos. Fora que, poxa, são os generais da batalha! Quanta honra, hein!!!

Os apóstolos têm a responsabilidade de abrir os caminhos reais, disse ele. “Nós, apóstolos, abridores de caminho, confeccionamos a rota para o Trono. A visão de um apóstolo é de um adorador e a adoração é a arma de guerra mais poderosa para destronar principados e potestades; todo louvor é uma porta de acesso para o Trono”.

E eu que já pensei um dia que o caminho para o trono era Jesus…

É interessante comparar os apóstolos modernos com os apóstolos dos tempos de Cristo. A começar pelo ensino de que o maior tem que se fazer menor, ou seja, tem que servir o próximo e não ser superior a ele. Para os apóstolos modernos isso chega a ser uma heresia, pois eles são cabeça e não cauda. Como sempre, caçam o versículo que se encaixa em seus desejos e ambições pessoais, e por isso buscam a cada dia novos títulos, novas “unções”, novos poderes, templos mais suntuosos e maiores do que os da concorrência. E mais dinheiro, cada vez mais, pois dinheiro, nesse mundo tenebroso no qual se comprazem, é poder, e para eles e os de sua laia, sinônimo de estarem andando com Deus. Como isso é enganoso! A começar de que eu posso afirmar qualquer besteira com base na Bíblia, se eu tiver má intenção. Por exemplo, deixar de pagar meus empregados, usando Levítico, que mostra que é lícito ter escravos. Ou posso sair cometendo genocídio, afinal em diversas passagens do AT Deus mesmo ordena isso. Assim, afirmar as pérolas que os apóstolos modernos pregam (teologia da prosperidade, atos proféticos, obediência cega sob pena de maldição por rebeldia, etc), biblicamente falando é muito fácil. Isso realmente prova que a letra, por si só, é morta. Apenas a Palavra da Verdade vivifica. E é essa Palavra que foi não apenas pregada, mas vivida pelos primeiros e verdadeiros apóstolos de Jesus, que literalmente carregaram suas cruzes, morrendo para esse mundo e para os seus prazeres, entre os quais o exagero da prosperidade financeira e o acúmulo de bens, enquanto muitos pelo mundo morrem de fome e de frio. O site Vivos traz um resumo da vida dos primeiros apóstolos, que copio a seguir. Leia e compare com a vida e a pregação dos apóstolos modernos. Busque as diferenças, e analise: o Espírito Santo não é de confusão, então alguém está agindo errado, ou os apóstolos modernos, ou os primeiros apóstolos. Após isso, decida a quem você quer seguir: a Deus ou a Mamom.

Igrejas do pão e circo

Prometo: não vou chover no molhado.



Creio que você já deve ter ouvido alguma vez a expressão “Pão e Circo” em sua vida, correto?

Vou contar brevemente o motivo de tal expressão. Nos dias da Roma antiga praticava-se a política “panem et circenses” (política do pão e circo), já que devido a fatores socioeconômicos, houve um considerável êxodo dos moradores das regiões rurais em direção a Roma. Sem emprego e sem ter o que comer, a multidão se tornava um perigo crescente para ordem social, levando o império a tomar uma decisão que entorpeceria o povo, fazendo-os esquecer da realidade e maquiando a verdade onde estavam inseridos. Manobra de manipulação em massa.

Tudo muito simples: de modo constante ocorriam lutas envolvendo gladiadores nos estádios, sendo o Coliseu o mais conhecido de todos. Durante as lutas o povo era “gentilmente” alimentado. Enquanto se divertiam com o show de horrores e se alimentavam de modo precário, a multidão ficava “domada”. Mesmo estando mal alimentado e podendo curtir um entretenimento raso, o povo se contentava e não haveria preocupações relacionadas à massa para que os poderosos viessem a ter incômodos.

Vindo para nossa proposta, temos como fato que nossos dias têm sido marcados por agito eclesiástico. Onde olhamos é possível constatar gente que anda “em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente” (Ef 4.14).

Vi recentemente coisas que – infelizmente – não chocam mais. Ilustrações trágicas travestidas de mensagem do Evangelho, mas que são vazias do mesmo. “Pastores” utilizando poço e lama para ilustrar e infectar seus seguidores com a nefasta Teologia da Prosperidade e similares; outros da ala dos “revoltados” com a vida utilizando crianças para expor suas teorias mercantilistas mirabolantes; igreja emprestando o altar para que o sósia de um apresentador faça micagens; a infestação da Teologia Relacional (Teísmo Aberto), com seus “pensadores” liberais e moderninhos, e por aí vai. A lista é grande, e você sabe bem disso, não é preciso repetir.

De modo claro e direto, tais demonstrações nada mais são que “pão e circo”. Todo mundo se diverte com o show de horrores com jeitinho de Evangelho, “come” um pãozinho aqui e acolá, volta para sua casa e se engana achando que está alimentado com pão genuíno. Seja sincero: você acredita que tais práticas correspondem ao Evangelho e a missão da Igreja no mundo? Se você acha que sim, peço que calque biblicamente sua resposta, já que as Escrituras quase não são utilizadas nos Coliseus eclesiásticos, e quando são, é de modo pervertido e desconexo.

Mas não vamos gastar mais linhas falando sobre o problema. A proposta é falar mais sobre o que acredito – biblicamente – ser um caminho de solução. Lendo muito sobre o assunto, vendo a prática de muitos pastores e professores, de pessoas não presas a métodos e a números, mas sim enveredadas na senda da qualidade eclesiástica.

O que fazer para melhorar um pouco este cenário?

Fato é que os líderes que apregoam o “Pão e Circo” dificilmente mudarão a sua práxis. O foco deste texto é tentar alcançar aqueles que estão seduzidos pelo erro e vacinar os que não têm contato com as modinhas, bem como reforçar e incentivar os cristãos a permanecerem na Verdade.

COISAS SIMPLES E FUNCIONAIS

Exposição bíblica / pregação expositiva: Você já teve a oportunidade de receber alimento sólido através de uma exposição bíblica?

Os púlpitos estão cada vez mais carentes da exposição da Verdade. É chocante ver que dia-a-dia nossos pastores estão se transformando em animadores de plateia e terapeutas se distanciando da genuína vocação. Nesta via de mão dupla, a plateia anseia pelo espetáculo e quer a todo custo ouvir o que agrada, enquanto aquele que deveria expor a Verdade a todo custo, acaba cedendo a vontade dos seguidores.

Se uma mãe alimenta o filho apenas de batata frita, por mais que o filho ame tal comida, o deixará doente, desnutrido e obeso. E a analogia bate com a saúde do povo evangélico. Um povo carente de alimento sólido e obeso de teorias e filosofias humanas de sucesso e prosperidade.

Mark Dever é um pastor que pensa assim. Veja sua opinião:

Se alguém me procura e pergunta se deveria aceitar o pastorado de uma igreja que não deseja que ele pregue de maneira expositiva, talvez eu o desestimulasse a aceitar essa posição. Se um cristão me procura e diz que um falso evangelho é ensinado consistentemente no púlpito de sua igreja, provavelmente eu o encorajaria a mudar de igreja.

Por que digo isso com tanta firmeza? Pela mesma razão que desestimularia alguém de ir a um restaurante onde não servem alimentos, mas somente figuras de alimentos. A Palavra de Deus, somente a Palavra de Deus, dá vida! [1]

De fato, existem métodos variados de pregação: pregação em tópicos, pregação biográfica, pregação histórica, etc. Porém a pregação expositiva é a que provem o sólido alimento pelo fato de expor a Palavra de Deus. Expor as Escrituras demonstra submissão total ao Deus da Palavra. Como é maravilho mergulhar num determinado texto, absorver seu conteúdo contextual e poder absorver o ensino e aplicar na própria vida! Não há preço que pague tamanha refeição.

Minha esperança é que o pastor que leia este ensaio se desperte para a pregação expositiva. Desta forma a autoridade da pregação sempre começa e termina na Escritura. Sempre! Não devemos nos enganar, igrejas cujo eixo não é a Palavra (existem igrejas onde o louvor é o centro do culto, ledo engano) tendem a superficialidade. Antes que os “levitas” [2] me apedrejem, reafirmo a necessidade do louvor, porém a Palavra de Deus é o foco do culto. A igreja não deve estar edificada sobre a música, mas sobre a Palavra.

E vou além: nossas canções precisam de base bíblica profunda. É duro constatar um sermão profundamente bíblico e expositivo, porém regado a canções centradas no homem para que ele se sinta bem, prosperando “para direita, para esquerda” e por aí vai.

Bíblia, maravilhosa Bíblia

A teologia bíblica é o norte que nos garante o caminho certo. Quando se desvirtua a centralidade da Palavra, tende-se a migrar para caminhos ermos. Tende-se a correr atrás de um horizonte utópico, como certo pensador falou acerca de algo profundamente bíblico e absolutamente verdadeiro.

Em nossos dias, onde a pseudoteologia dos neopensadores tenta a todo custo derrubar a teologia, falar em sã doutrina é visto como insanidade, intolerância, pensamento na caixinha.

Quero incentivar o leitor a ir um pouco além. O cristão de nossos dias não se sente motivado a estudar sobre doutrinas centrais da fé cristã. O ambiente é tão hostil, tão modificado, que soa estranho (e sinceramente, as vezes me sinto um dinossauro) quando incentivo alunos e leitores ao estudo sistemático das Escrituras e ao estudo – ao menos superficial – de matérias teológicas.

Aquilo que até pouco tempo atrás era fundamental e verdadeiro, foi travestido de pensamento bitolado pelos dirigentes dos Coliseus eclesiásticos. E viva a farra do “pão e circo”.

A Bíblia é incisiva ao alertar que o ensino correto deve ser aplicado na igreja. Não fui eu que inventei isso, mas é alerta da Palavra. Tomemos por exemplo a exaustiva insistência de Paulo para Timóteo e Tito (leia as cartas, são curtas e profundas). A insistência de Paulo na questão doutrinária é impressionante, um verdadeiro megafone para a igreja de hoje.

A pregação expositiva, em aliança com a teologia bíblica, fará toda a diferença. Deixo as palavras sábias de um mestre nas Escrituras, Lawrence Richards, que de certo modo é uma bela aplicação sobre tudo que foi dito até aqui:

1) Conhecer a verdade , estar comprometido com a sã doutrina, precisa nos levar à santidade de vida, ao autocontrole, à reverência etc.; 2) Não se espera somente que a verdade tenha um grande impacto sobre a nossa vida, mas que a vida esteja em harmonia com a verdade. Nossas boas obras precisam refletir nossas crenças; 3) É a verdade que produz o estilo de vida marcado pela santidade, e não o contrário. Ser uma “boa pessoa” não leva o indivíduo à verdade. Mas ela, aceita e aplicada, produz a santidade em nós. [3]

Não seja apenas um “revoltado com o sistema”. Precisamos ser mais práticos neste momento e tentar melhorar o quadro, ao menos com alertas na neblina. É nosso dever.

Oremos pela igreja para que os pastores se voltem para as Escrituras e para que nossos irmãos em Cristo busquem esse compromisso. Ainda há esperança.

Pão e circo, não. Pão da vida, sim (Jo 6.35).

NOTAS

[1] DEVER, Mark. O que é uma igreja saudável? São José dos Campos: Editora Fiel, 2009. p.56

[2] “Levitas” estão em aspas, pois, biblicamente falando, em nossos dias, o ofício levítico simplesmente não existe. Os que usam o título para si o fazem por ignorância ou propositalmente. A pregação expositiva é um remédio para tratar tamanho equívoco.

[3] RICHARDS, Lawrence. Comentário bíblico do professor. São Paulo: Editora Vida, 2004. p. 1124-25
Fonte: NAPEC - Apologética Cristã

DERRUBANDO AS MURALHAS