quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Deus Não é Obrigado a ter Misericórdia

O privilégio que pertence aos filhos de Deus é que eles foram regenerados, nascidos de novo pelo Espírito Santo, através da Palavra de Deus. "Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade" (1 Ped. 1:23). Recebemos muitas bênçãos depois de nascermos de novo. Todas essas bênçãos vêm através da absoluta e graciosa vontade de Deus. Deus não está obrigado a nos abençoar. Ele pode fazer como quiser. Ele pode decidir não nos abençoar de modo algum. Tudo que podemos reivindicar de Deus é justiça, o que significa que Deus deve nos punir pelos nossos pecados.

Estamos nas mãos de Deus, esperando saber o que Ele vai fazer. Se Deus assim desejar, Ele pode salvar toda a humanidade. Ou se Ele quiser, Ele pode decidir não salvar ninguém. Se Deus desejar, Ele pode, na Sua misericórdia, salvar um homem e deixar outro para sofrer a punição pelo seu pecado. Não há injustiça alguma da parte de Deus se Ele assim fizer. É direito soberano de Deus fazer o que Lhe aprouver. Deus diz na Bíblia: "... compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia" (Rom. 9:15-16).

Alguns ficam muito zangados com este ensinamento. A ira deles não muda o fato de que a verdade da soberania de Deus mantém-se firme como uma rocha. Deus não tem que explicar ao homem o que Ele faz. Ele faz o que quer, nos céus e na terra.
A doutrina da soberania de Deus traz grande alegria aos que crêem nEle. Nós nos regozijamos no amor de Deus que nos escolheu para sermos Seus filhos. Deus deixa as pessoas que Ele não escolheu seguirem seus próprios caminhos e perecerem no final. Ele teve misericórdia de nós porque assim o quis, mesmo antes de nós começarmos a orar e procurá-lO. Este propósito eletivo de Deus é precioso. No mundo precisamos pleitear, até com pessoas ricas, antes que elas nos dêem alguma coisa. Não tivemos que implorar a Deus. Todas as coisas preciosas que Ele nos deu, foi "segundo a sua vontade". Deus Se apraz na misericórdia, em dar livremente. O nome de Deus é amor e a natureza de Deus é amor. É natural ao sol enviar luz. É coisa natural Deus enviar a luz de Sua eterna graça.
Louvemos ao Senhor que nos amou quando estávamos mortos em nossas transgressões e pecados. Glorifiquemo-lO pela Sua misericórdia livremente demonstrada a nós. Não merecíamos a misericórdia de Deus. Freqüentemente desprezamos essa miseri¬córdia. Alguns de nós resistimos a misericórdia de Deus por longo tempo. Curvemo-nos então humildemente diante do trono de Deus. Vamos agradecer-Lhe pelas Suas misericórdias que duram para sempre. Quão maravilhoso é que, devido Deus assim o desejar, Ele teve compaixão de nós. O grande privilégio que Deus nos concedeu é que, através do poder divino do Espírito Santo, já nascemos de novo.
Nosso primeiro nascimento foi natural. Deus nos fez e nossos corpos são Sua maravilhosa criação. Nosso segundo nascimento foi espiritual. Nascemos de novo, regenerados pelo poder divino do Espírito Santo. Nosso segundo nascimento é uma obra de Deus, tão grande quanto o nosso primeiro nascimento, nossa criação natural. "Segundo a sua vontade" Deus nos deu uma nova vida, e nos fez novas criaturas. Acaso temos a certeza de que nascemos de novo? Sabemos que somos novas criaturas em Cristo?
Talvez às vezes tenhamos dúvidas se somos nascidos de novo. Mas o homem que nasceu de novo sabe que há uma mudança nele. Há vezes quando até aquelas pessoas que duvidam da sua salvação têm certeza que passaram da morte para a vida. Sonde seu próprio coração. Deixe que esta oração venha de seus lábios e coração: "Sonda-me, ó Deus, e prova-me". Devo advertir-lhes que se nada mais têm do que a natureza pode lhes dar, vocês perecerão. Viver uma vida boa e bem comportada não lhes dará uma entrada para o reino de Deus. "Necessário vos é nascer de novo" (João 3:7). Estas palavras estão no portão do céu. Até mesmo as pessoas mais destacadas na Igreja e na nação devem nascer de novo, para serem admitidas no céu. Não importa se vocês viveram uma boa vida ou se desobedeceram abertamente a lei de Deus — precisam nascer de novo. O Espírito Santo deve operar esta transformação sobrenatu¬ral em vocês. Esta mudança é o resultado do eterno propósito, poder e amor de Deus.
Aqueles que têm parte deste precioso privilégio são felizes. Embora estivessem mortos em transgressões e em pecado, agora eles estão vivos. Embora fossem carnais e terrenos, agora são espirituais. Eles estavam distanciados, mas agora foram trazidos para perto de Deus. Todos estes privilégios são exclusivamente devidos à soberana vontade de Deus. Se vocês nasceram de novo, agradeçam a Deus de todo o coração e humilhem-se diante dEle.
A maneira que esta mudança foi operada em nossos corações é claramente expressa: "Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade" (Tiago 1:18). Homens são geralmente salvos ao ouvirem o evangelho pregado. Alguns afirmam que a pregação da verdade é eficaz para salvar o homem. Isto não é totalmente verdadeiro. A verdade de Deus pode ser fielmente pregada e ninguém ser convertido. Outros dizem que o Espírito de Deus regenera as pessoas sem se utilizar da Palavra de Deus. Isto também não pode ser verdadeiro. A Bíblia nunca diz que o homem pode ser salvo sem a Palavra de Deus. A Palavra e o Espírito sempre operam juntos. A Bíblia diz: "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes..." (Heb. 4:12). As Escrituras ensinam claramente que o Espírito de Deus opera através da Palavra de Deus. A Palavra não opera sem o Espírito. "Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem" (Mar. 10:9). Amigo, você foi salvo pela leitura da Palavra de Deus? A Palavra de Deus é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.
O que é esta Palavra de Deus que traz vida nova à pessoa? A palavra é a pregação da doutrina da cruz. Ninguém jamais nasceu de novo através da pregação da lei. A lei pode tornar um homem mais humilde. A lei pode quebrantar e ferir o homem. Ela poderá mostrar-lhe a punição que receberá como pecador. Contudo, a lei jamais lhe trará vida nova. A Bíblia diz: "... Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados" (II Cor. 5:19). Algumas pessoas removem o sacrifício de Cristo do evangelho. Elas condenam o texto: "... o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado" (I João 1:7). Não deixam nada de evangelho. A palavra "sangue" é uma das mais solenes e importantes palavras em todas as Escrituras. As pessoas não serão salvas se esta doutrina não for pregada.
Se a pregação do evangelho trouxe salvação a você, então pregue-o aos outros. Fale a cada um do fato que Cristo morreu pelos pecadores. Afirme em todo lugar que qualquer um que crer no Senhor Jesus Cristo terá vida eterna. Diga às pessoas que Jesus Cristo foi o substituto dos culpados. Diga-lhes que Ele sofreu pelos pecadores; que a espada da justiça abateu o Pastor para que as ovelhas pudessem ser livres. Declare aos seus ouvintes como o Redentor sofreu a ira de Seu Pai para que os filhos dEle jamais tenham que enfrentar a Sua ira.

Nós crentes em Jesus devemos olhar para trás com gratidão e esperança pelo que Deus fez. "Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade".



O dia mau na vida do homem

Tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau” Efésios 6:13


O que significa esse “dia mau”? Alguns dizem que á a vida inteira do cristão. Jacó, já à beira da morte, lamentou: “Poucos e maus foram os dias dos anos da minha vida” (Gn. 47.9). Cristo advertiu os discípulos: “No mundo passais por aflições” (Jo. 16.33). Mas este sofrimento generalizado é a porção de qualquer pessoa, afinal, todos nós somos herdeiros das conseqüências do pecado.
Contudo, no texto citado, o Apóstolo Paulo está indicando algo bem mais específico. É um dia que se distingue de todos os demais. Ele traz uma novidade, algo que os outros dias não apresentam, males como: desastres naturais (uma enchente destruindo a propriedade); desastres materiais (a casa sendo assaltada); desastres físicos (uma doença terminal); desastre final (a chegada do último inimigo, a morte vem para ceifar mais uma vida). Seja qual for a natureza específica desse momento, ele poderá ser suavizado como o devido preparo: “Tomai toda armadura de Deus, para que possais resistir (permanecer inabalável) no dia mau” (Ef. 3.13). Deus já providenciou os recursos necessários para que sejamos mais que vencedores no “dia mau”.

Vamos observar algumas características da visitação desse “dia mau”:

O “dia mau” é inescrupuloso, isto é, não tem pena de sua vítima. Seja qual for a natureza desse mal, ele vem para desorientar e machucar, não leva em conta os sentimentos de ninguém.
O dia, em si, não é pecado, ou seja, a pessoa que recebe esta visitação não se torna culpada de pecado. O pecado é sempre a transgressão da lei de Deus (1Jo. 3.4). O dia mau é algo que vem sobre nós involuntariamente e sem a nossa participação.

Também devemos lembrar que esse dia mau, normalmente, não vem por cauda de um pecado específico que estamos abrigando em nossa vida. Entendemos que, para o cristão, o dia mau vem com a soberana permissão de Deus, e é por isso que Ele está presente conosco nestas aflições: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo” (Sl. 12.4).

Muitas vezes, esse “dia mau” é permitido para provocar uma manifestação da sinceridade da nossa fé. Nós vamos permanecer fiéis no meio da tribulação e glorificaremos a Deus, ou negaremos a fé a fim de nos livrarmos da aflição? Lembremo-nos de Jó.

Esse dia mau é permitido para nos fazer lembrar que este mundo é assim mesmo e, portanto, impróprio para a construção de esperanças permanentes. Abraão, sentindo a sua vulnerabilidade, “aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador” (Hb. 11.10). De forma semelhante, sentindo a nossa insegurança, devemos buscar refúgio sob as asas do Deus poderoso, o Deus que envia o seu auxílio (Rt. 212; Sl. 57.3)

Uma outra característica a ser abordada é que o “dia mau” é inevitável, isto é, há de chegar, independente do nosso estado espiritual. Em Eclesiastes capítulo 8, versículo 8, está escrito: “Não há nenhum homem que tenha domínio sobre o vento para o reter; nem tão pouco tem ele poder sobre o dia da morte; nem há tréguas nesta peleja”. A morte é um temido exemplo de “dia mau”. Com o nosso nascimento, ela já foi anunciada: “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, depois disso, o juízo” (Hb. 9.27). Devemos ter consciência da imutabilidade das determinações de Deus, porque Ele mesmo já se pronunciou: “Eu o disse, eu também o cumprirei; tomei este propósito, também o executarei” (Is. 46.11). Quando a ordem da morte é emitida, não há como resistir, temos de ir.
O “dia mau” é também inescusável, isto é, não há desculpas para justificar a nossa falta de preparo. Já fomos advertidos: haverá dias maus para cada pessoa, “Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau” (Ef. 6.13). Podemos meditar sobre esta necessidade em termos de dever e prudência:
O nosso próprio dever. A Bíblia ensina: “A sabedoria do prudente é entender o seu próprio caminho” (Pv. 14.8). Sabemos que dias maus nos aguardam, portanto, devemos estar preparados. A boa providência de Deus nos oferece inúmeras oportunidades para ficarmos prevenidos contra estas visitações negativas, e oportunidades são dadas a fim de serem aproveitadas. O escritor aos Hebreus exclamou: “Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?” (Hb. 2.3).
À luz da prudência. Eis a voz das Escrituras: “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim, como sábios, redimindo o tempo, porque os dias são maus” (Ef. 15-16). Este preparo para o “dia mau” é uma questão de prioridade. Devemos sentir uma urgência na exortação do Apóstolo Paulo: “Eis agora o tempo sobremodo oportuno, eis agora o dia da salvação” (2Cor. 6.2). É muito difícil e até impossível se vestir em pleno dia mau; achando-se nu, permanecerá nu e desabrigado. Não sabemos a hora da chegada. Portanto, devemos ser prudentes e nos preparar para aquele dia. “O choro de remorso por causa de oportunidades desperdiçadas não traz nenhum auxílio e nem consolo: Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau” (Ef. 6.13).
A própria experiência pessoal deve nos ensinar que estamos expostos a todo tipo de mal. Contudo, apesar das duras evidências da realidade desse dia temível, percebemos que poucos se preparam. Evidentemente, é mais cômodo adiar qualquer decisão, ou esconder-se atrás de formas de mentiras, tais como: este dia não existe, é só para nos amedrontar; talvez este dia possa chegar, mas é reservado somente para os idosos, eu ainda sou muito jovem, não vou me preocupar com estes assuntos por enquanto; este dia mau é o castigo de Deus para pecadores, mas eu sou crente, protegido contra tais adversidades, por isso não preciso me incomodar com tais coisas negativas.
O que devemos fazer para estarmos devidamente preparados? É necessário desembaraçar-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, e firmarmos todas as nossas esperanças em Jesus Cristo, porque Ele é a armadura de Deus (Hb. 12.1-2). “Mas revesti-vos do Senhor Jesus, e nada disponhais para a carne, no tocante às suas concupiscências” (Rm. 13.14).