domingo, 21 de agosto de 2011

A Marcha para Jesus - Uma avaliação crítica

NTRODUÇÃO
A “Marcha para Jesus” é um evento que acontece em muitas cidades do Brasil, patrocinado pela Igreja Apostólica Renascer em Cristo, e consiste basicamente numa grande passeata de evangélicos com shows gospel. O evento ocorre desde 1993 no Brasil e costumava dividir opiniões tanto na mídia secular quanto evangélica. Hoje, já mais arrefecida, a “Marcha” continua chamando a atenção, embora com menos intensidade. O presente artigo visa apresentar uma análise crítica, não do evento propriamente dito, mas das razões e argumentos apresentados para justificar o evento. Estas razões e argumentos, bem como informações institucionais e históricas sobre a Marcha estão disponíveis no site www.marchaparajesus.com.br (em 12/01/2005).

HISTÓRICO DA MARCHA PARA JESUS
Conforme informações do referido site, a primeira Marcha para Jesus aconteceu em 1987 na cidade de Londres (Inglaterra), e foi fundada pelo pastor Roger Forster, pelo cantor e compositor Graham Kendrick, Gerald Coates e Lynn Green. Portanto, não é uma invenção da Igreja Renascer do Brasil. Ela simplesmente importou a idéia para nossa pátria. No início da década de 90, a Marcha se tornara um evento de proporções continentais, ocorrendo em toda Europa. Em 1992 a Marcha para Jesus já se tornava em um movimento mundial, chegando a outros países da América, África e Ásia. No ano de 1993, chega a vez do Brasil realizar a sua primeira edição do evento, sob a orientação da Renascer. A partir daí, a cada ano, o evento toma mais e mais aspecto de show gospel, apresentação de artistas evangélicos e desfiles, sempre com muita dança ao som de pagode e axé ditos evangélicos. Em alguns locais, não sabemos se de acordo com a coordenação da Marcha ou não, políticos evangélicos têm aproveitado a oportunidade.

A IDEOLOGIA POR DETRÁS DA MARCHA
Existe uma justificativa teológica elaborada para a Marcha, que procura abonar o evento à luz da Bíblia. Os pontos abaixo foram retirados do site Marcha para Jesus (www.marchaparajesus.com.br) e se constituem na “teologia da Marcha”. Aliás, a maior parte deles se encontra exatamente debaixo do tópico “teologia” no site da Marcha. Segue um resumo dos principais argumentos, entre outros, seguidos de um breve comentário.

1. A ordem de “marchar” aparentemente foi dada mediante revelação do Espírito Santo. Diz o site:
A visão inicial da Marcha para Jesus, como qualquer outra ação em que os cristãos empreendem para Deus, está baseado [sic!] no conhecimento e na obediência. Nós acreditamos que Deus diz para nós marcharmos, e esta obediência precede uma revelação. O Espírito Santo de Deus nos conduz em toda a verdade (João 16:13) e a teologia do ato de marcharmos para Jesus emerge quando nós nos engajamos em ouvir o que o Espírito Santo está dizendo para uma Igreja atuante e batalhadora nesta terra.

Comentário: O parágrafo acima não é claro, mas dá a entender que a visão inicial foi mediante uma revelação de Deus, seguida da obediência da Renascer, em cumprir a visão. Líderes da Renascer negam que a visão inicial foi dada por revelação. Contudo, o parágrafo acima sugere que a visão da Marcha foi dada pelo Espírito para a Renascer. Quando nos lembramos que a Renascer tem um “apóstolo” (uso o termo entre aspas, não por qualquer desrespeito ao líder da Renascer, mas porque não creio que existam apóstolos hoje à semelhança dos Doze e de Paulo), imagino que “revelações” (uso o termo entre aspas não por desrespeito às práticas da Renascer, mas porque não creio que existam novas revelações da parte de Deus hoje) devam ser freqüentes.

2. Segundo a Renascer, a Marcha é uma declaração teológica: a Igreja está em movimento e está viva! É o meio pelo qual os cristãos querem ser conhecidos publicamente como discípulos de Jesus.

Comentário: Se esta é a forma bíblica dos cristãos mostrarem que estão vivos e que são seguidores de Jesus, é no mínimo estranho que não encontremos o menor traço de marchas para Jesus no Novo Testamento, ou para Deus no Antigo.

3. A Marcha é entendida como uma celebração semelhante às do Antigo Testamento, possuindo uma qualidade extremamente espontânea e alegre. Participam da Marcha jovens de caras pintadas, cartazes, roupas coloridas e canções vivazes. Isto é visto como uma celebração do amor extravagante de Deus para o mundo.

Comentário: Na minha avaliação, o ponto acima dificilmente pode ser tomado como um argumento bíblico ou teológico para justificar o evento. As “marchas” de Israel no Antigo Testamento, não tinham como alvo evangelizar os povos – ao contrário, eram marchas de guerra, para conquistá-los ou exterminá-los, conforme o próprio Deus mandou naquela época. Fica difícil imaginar os israelitas organizando uma marcha através de Canaã, com os levitas tocando seus instrumentos e dando shows, para ganhar os cananeus para a fé no Deus de Israel!

4. Marchar para Jesus é visto também como um ato profético que dá consciência espiritual às pessoas. Josué mobilizou as pessoas de Israel para marchar ao redor das paredes de Jericó. Jeosafá marchou no deserto entoando louvores a Deus. Quando os cristãos marcham, estão agindo profeticamente, diz a Renascer.

Comentário: Entendo que se trata de um uso errado das Escrituras. Por exemplo: se vamos tomar o texto de Josué como uma ordem para que os cristãos marchem, por que então somente marchar? Por que não tocar trombetas? E por que só marchar uma vez, e não sete ao redor da cidade inteira? E por que não mandar uma arca com as tábuas da lei na frente? E por que não ficar silencioso as seis primeiras vezes e só gritar na sétima?

5. Marchar para Jesus traz uma sensação natural de estar reivindicando o lugar no qual os participantes caminham. Acredita-se que assim libera-se no mundo espiritual a oportunidade desejada por Deus: “Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé, eu a darei ...” (Josué 1.3).

Comentário: Será esta uma interpretação correta das Escrituras? Podemos tomar esta promessa de Deus a Josué e ao povo de Israel como sendo uma ordem para que os cristãos de todas as épocas marquem o terreno de Deus através de marchas? Que evangelizem, conquistem, e ganhem povos e nações para Jesus através de marchar no território deles? Que estratégia é esta, que nunca foi revelada antes aos apóstolos, Pais da Igreja, missionários, reformadores, evangelistas, de todas as épocas e terras, e da qual não encontramos o menor traço na Bíblia?

6. A Marcha destrói as fortalezas erguidas pelo inimigo em certas áreas das cidades e regiões onde ela acontece, declarando com fé que Jesus Cristo é o Senhor do Brasil.

Comentário: Onde está a fundamentação bíblica para tal? Na verdade, este ponto é baseado em conceitos do movimento de batalha espiritual, especialmente o conceito de espíritos territoriais, e em conceitos da confissão positiva, que afirmam que criamos realidades espirituais pelo poder das nossas declarações e palavras.

7. Os defensores da Marcha dizem que ela projeta a presença dos evangélicos na mídia de todo o Brasil.
Comentário: É verdade, só que a projeção nem sempre tem sido positiva. Além de provocar polêmica entre os próprios evangélicos, a mídia secular tem tido por vezes avaliação irônica e negativa.

8. Os defensores da Marcha dizem que pessoas se convertem no evento.

Comentário: Não nos é dito qual é o critério usado para identificar as verdadeiras conversões. Se for levantar a mão ou vir à frente durante os shows e as pregações da Marcha, é um critério bastante questionável. As estatísticas que temos nos dizem que apenas 10% das pessoas que atendem a um apelo em cruzadas de evangelização em massa, como aquelas de Billy Graham, permanecem nas igrejas. Mas, mesmo considerando as conversões reais, ainda não justificaria, pois não raras vezes Deus utiliza meios para converter pessoas, meios estes que não se tornam legítimos somente porque Deus os usou. Por exemplo, o fato de que maridos descrentes se convertem através da esposa crente não quer dizer que Deus aprova o casamento misto e nem que namorar descrentes para convertê-los seja estratégia evangelística adequada.

9. Os defensores dizem ainda que a Marcha promove a unidade entre os cristãos. Em alguns lugares do mundo, a Marcha é concluída com um “pacto” entre as denominações, confissões e indivíduos, exigindo que cada um deles não faça mais discriminação por razões doutrinárias.

Comentário: Sou favorável à unidade entre os verdadeiros cristãos. Mas não a qualquer preço e não qualquer tipo de união. A unidade promovida pela Marcha, sob as condições mencionadas acima, tem o efeito de relegar a doutrina bíblica a uma condição secundária. O resultado é que se deixa de dar atenção à doutrina. Em nome da unidade, abandona-se a exatidão doutrinária. Deixa-se de denunciar os erros doutrinários grosseiros que estão presentes em muitas denominações, erros sobre o ser de Deus, sobre a pessoa de Jesus Cristo, a pessoa e atuação do Espírito, o caminho da salvação pela fé somente, etc. Unidade entre os cristãos é boa e bíblica somente se for em torno da verdade. Jamais devemos sacrificar a verdade em nome de uma pretensa unidade. A unidade que a Marcha mostra ao mundo não corresponde à realidade. Ela acaba escondendo as divisões internas, os rachas doutrinários, as brigas pelo poder e as divisões que existem entre os evangélicos. Se queremos de fato unidade, vamos encarar nossas diferenças de frente e procurar discuti-las e resolve-las em concílios, reuniões, na mesa de discussão – e não marchando.

10. Os defensores da Marcha dizem que ela é uma forma de proclamação do Evangelho ao mundo.

Comentário: A resposta que damos é que a proclamação feita na Marcha vem misturada com apresentações de artistas gospel profissionais, ambiente de folia e danceteria, a ponto de perder-se no meio destas outras coisas. Além do mais, a mensagem proclamada é aquela da Renascer em Cristo, com a qual naturalmente as igrejas evangélicas históricas não concordariam, pois é influenciada pela teologia da prosperidade e pela batalha espiritual.

É evidente que, analisada de perto, a “teologia da Marcha” não se constitui em teologia propriamente dita. Os argumentos acima não provam que há uma revelação para que se marche, e não justificam a necessidade de os cristãos obedecerem organizando marchas. Não há qualquer justificativa bíblica para que os cristãos façam marchas, nem qualquer sustentação bíblica para a idéia de “dar a Deus a oportunidade” mediante uma marcha, ou ainda de que, marchando e declarando, se conquistam regiões e cidades para Cristo. Se há fundamento bíblico, por que os primeiros cristãos não o fizeram? Por que historicamente a Igreja Cristã nunca fez?

Pelos motivos acima, entendo que os argumentos bíblicos e teológicos apresentados para justificar a Marcha para Jesus não procedem. Nada tenho contra que cristãos organizem uma Marcha para Jesus. Apenas acho que não deveriam procurar justificar bíblica e teologicamente como se fosse um ato de obediência à Palavra de Deus. Neste caso, estão condenando como desobedientes todos os cristãos do passado, que nunca marcharam, e os que, no presente, também não marcham.

Parece, mas não é: A clonagem de nomes entre igrejas evangélicas

Igrejas e congregações independentes adotam indevidamente nomes de grandes denominações com as quais não mantêm qualquer vínculo.

Por Sulamita Ricardo


Um fenômeno decorrente do crescimento do segmento evangélico está chamando a atenção de algumas das mais tradicionais denominações do país. É a clonagem de nomes de igrejas, utilização indevida de marcas tradicionais no meio protestante por instituições sem qualquer ligação com as grandes convenções, cujos nomes utilizam numa tentativa de atrair fiéis e de tirar uma casquinha na credibilidade alheia. Em meio a um crescimento com ares desordenados – só em São Paulo, a cada ano são criadas cerca de 220 novas igrejas evangélicas, algumas das quais não passam de salinhas alugadas nas periferias –, parece cada vez mais difícil normatizar o setor. E o pior é que, além de gente bem intencionada que quer apenas anunciar o Evangelho da salvação, aventureiros pegam carona na tradição de grandes organizações religiosas, prejudicando sua imagem perante o público. No meio das mais de 300 mil igrejas evangélicas que funcionam no Brasil, muitas parecem uma coisa e são outra.

Denominações como a Batista, a Assembleia de Deus e a Presbiteriana são as maiores vítimas da clonagem eclesiástica. Organizadas em convenções nacionais, essas três gigantes, que juntas reúnem milhões de fiéis, estão capilarizadas por todo o território nacional, com uma trajetória cuja origem remonta à segunda metade do século 19 e início dos anos 1900. Mas a placa na entrada não é garantia de legitimidade. Muitas comunidades autônomas, sem qualquer ligação administrativa ou doutrinária com as denominações cujos nomes utilizam, funcionam livremente. Na zona norte do Rio de Janeiro, por exemplo, é possível encontrar a Assembleia de Deus Ministério Renovo e a Igreja Batista Templo de Milagres, que apesar dos nomes não são subordinadas às entidades cujas nomenclaturas adotam.

A clonagem eclesiástica preocupa líderes evangélicos. “Nós estamos acompanhando isso com muita perplexidade, porque essas igrejas estão nos causando grande prejuízo”, diz o pastor José Wellington Bezerra da Costa, presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus do Brasil (CGADB). Reeleito no mês de abril para mais um mandato à frente da maior denominação evangélica nacional, Wellington diz que a Assembleia de Deus é uma das mais afetadas pelo problema, pois acaba tendo seu nome respingado por qualquer atitude errada de religiosos free-lancers. “Muitas vezes, os pastores dessas igrejas não têm boa formação eclesiástica, espiritual, moral e até cultural para o exercício do ministério. Por isso, causam desordem doutrinária em seus púlpitos”, observa.

Um dos principais prejuízos acontece na área financeira. Segundo Wellington, eventuais desmandos ou calotes perpetrados por dirigentes de congregações clonadas sujam o nome da denominação. “Quando precisamos fazer alguma transação ou giro bancário, temos de provar por A mais B que não somos esse tipo de gente”, reclama. O presidente diz que está nos planos da denominação fortalecer seu Corpo Jurídico para acionar a Justiça em alguns casos. “Claro que primeiro tentaremos a via diplomática, solicitando a troca do nome”, adianta.

Fragilização – Para José Carlos da Silva, presidente da Convenção Batista Nacional (CBN) e pastor da Primeira Igreja Batista de Brasília, o que está em jogo é a soberania das denominações. “O uso indevido do nome ‘batista’ por igrejas desvinculadas das entidades que nos representam causa muitos problemas”, aponta. Os crentes batistas brasileiros estão ligados a dois grandes grupos: a CBN, reunindo as igrejas de orientação pentecostal, que surgiu na década de 1960, e a centenária Convenção Batista Brasileira (CBB), de linha tradicional, cada uma delas com mais de um milhão de fiéis. Há ainda entidades menores, como a Igreja Batista Regular e a Igreja Batista Independente. Em comum, explica Silva, todas essas organizações seguem estatutos denominacionais e administrativos, com representatividade através das assembleias gerais, que normatizam o processo de eleição dos líderes. “Ou seja, há prestação de contas.”

No entender do pastor, o processo de abertura indiscriminada de congregações reflete o processo de fragilização da Igreja Evangélica brasileira, “multifacetada e carente de orientação”. Basta uma passeada pelas maiores cidades brasileiras, e até mesmo no interior, para constatar que o mercado da expansão evangélica está a todo vapor. A cada dia, novas comunidades abrem suas portas – e os nomes, por vezes, são curiosos e até esdrúxulos, como Igreja Bailarinas da Valsa Divina ou Assembleia de Deus da Fonte Santa (ver abaixo). Para José Carlos da Silva, tanta originalidade, digamos assim, é uma característica cultural do povo brasileiro. “Normalmente, essas nomenclaturas são escolhidas a partir de experiências místicas, atribuídas a revelações ou sonhos. Expressam tanto ignorância como mau gosto, mas o amor tudo suporta”, resigna-se o presidente da CBN.

Roberto Brasileiro, pastor-presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, também expressa preocupação com essa pulverização e pelo uso indevido do nome de sua denominação por grupos desconhecidos. “Esse fenômeno causa prejuízos para o Evangelho em geral, e traz descrédito e críticas para as igrejas. Mas nós não temos responsabilidade sobre isso”, comenta. O problema é que nomes como os usados pelas grandes denominações já são de domínio público – ou seja, quem os utiliza não comete nenhuma irregularidade do ponto de vista legal. É o que explica o advogado e mestre em direito Gilberto Garcia, especialista na legislação ligada ao funcionamento das instituições religiosas. Ele lançou o livro O Novo Código Civil e as Igrejas em 2003, época em que a mudança na lei causou alvoroço entre os pastores. Ele diz que um título como “metodista” pode ser utilizados por qualquer igreja, já que no Brasil é muito fácil abrir uma instituição religiosa. “Nomes como Assembleia de Deus, Igreja Batista ou Igreja Presbiteriana são exemplos de ‘nomes genéricos’, chamados assim por não terem sido registrados em órgãos oficiais na época oportuna.”

Segundo Garcia, depois de devidamente regulamentadas, as igrejas têm direito de personalidade sobre o seu nome, uma novidade implantada pelo novo Código Civil. “Tal direito antes só era reservado aos cidadãos”, acrescenta. “Daí ser praticamente inviável a adoção de providência legal para impedir que alguém adote essas nomenclaturas”. A proteção é assegurada, ressalva o advogado, apenas ao nome específico de uma igreja local, como Primeira Igreja Batista em São Paulo ou Igreja Presbiteriana Central de Brasília, por exemplo. “Cada igreja legalizada tem propriedade sobre seu nome específico, que é protegido contra plágios.”

“Mão torta” – Ainda segundo Gilberto Garcia, o Judiciário não pode fazer muito para frear esse processo. “No prisma legal, a denominação que uma igreja escolhe não traz qualquer embaraço, e o Cartório do Registro Civil das Pessoas Jurídicas não pode, a princípio, impedir o registro do Estatuto Associativo em função da nomenclatura”, explica. A Justiça só pode intervir, e assim mesmo se for provocada, quando o nome ferir o bom senso, os bons costumes e a percepção da sua atuação como instituição espiritual. Ou seja, a questão está sujeita a uma avaliação para lá de subjetiva.

“As igrejas aparecem, se multiplicam e ficam cheias porque oferecem uma mensagem simbólica que atende às demandas das pessoas”, opina o pastor e teólogo Lourenço Stélio Rega, diretor da Faculdade Teológica Batista de São Paulo. Referência evangélica na área da ética cristã – é autor de Dando um jeito no jeitinho: Como ser ético sem deixar de ser brasileiro, lançado em 2000 pela Editora Mundo Cristão –, ele frisa que o crescimento de movimentos evangélicos não o incomoda. “A Bíblia diz que a porta do Reino dos Céus é estreita. A mensagem pura do Evangelho encontra-se na Palavra de Deus.” Para Rega, a maneira certa de diminuir o apelo de igrejas de fachada é o Corpo de Cristo cumprir sua missão com mais seriedade e dar mais ênfase no testemunho pessoal do crente. “Temos que pregar a mensagem pura e simples do Evangelho e ter, como Igreja do Senhor, influência positiva no ambiente em que estivermos implantados”, conclui o teólogo.

Na mesma linha vai o doutor em sociologia Ricardo Mariano. Autor de Neopentecostais – Sociologia do neopentecostalismo, ele é um dos maiores especialistas brasileiros no fenômeno evangélico e acredita que as igrejas-clone são muito pequenas para prejudicar seriamente denominações de grande porte. “Isso não vai atrapalhar um movimento religioso ascendente, que já envolve mais de 40 milhões de brasileiros”, acredita. José Wellington aposta na semeadura do Evangelho: “Ainda que muitas vezes pregada por pessoas despreparadas, os brasileiros estão sendo apresentados à Palavra de Deus. O agente pode ter mão torta, mas se a semente cair, ela vai brotar. Na hora de passar a peneira, Deus passa.”

Entre o público e o privado

O advogado Gilberto Garcia, especializado em direito civil e na legislação que rege as entidades religiosas, respondeu a algumas perguntas de CRISTIANISMO HOJE sobre o processo de abertura de igrejas:

CRISTIANISMO HOJE – O que é preciso para se abrir uma igreja no Brasil?

GILBERTO GARCIA – A organização religiosa é uma entidade associativa, uma pessoa jurídica de direito privado. Para funcionar, ela precisa averbar seu Estatuto Associativo no Cartório do Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Em seguida, os responsáveis devem providenciar o registro na Receita Federal, obtendo assim o Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ). É preciso, ainda, obter o certificado de vistoria do Corpo de Bombeiros para o templo, e em alguns casos, alvará, fornecido pela prefeitura local.

CH: Existe algum tipo de controle ou exigência sobre quem será o titular da nova igreja?

GG: Compete exclusivamente à igreja local, convenção, denominação ou grupo religioso estabelecer os critérios para que uma pessoa se torne um pastor – ou evangelista, presbítero, diácono, bispo, apóstolo… Não há qualquer controle público sobre isso, em função da liberdade religiosa consagrada pela Constituição Federal. Entretanto, se o dirigente vai assumir a presidência de uma organização religiosa – seja qual for sua confissão de fé – juntamente com a posição de líder religioso, ele precisa, de acordo com o Código Civil, ser civilmente capaz, e ainda, não ter qualquer pendência fiscal com a Receita. Também precisa comprovar que não foi condenada em processo criminal, através de certidões oficiais.

CH: As entidades denominacionais não podem exercer um controle efetivo sobre a abertura de novas igrejas, sobretudo aquelas que utilizarão indevidamente nomenclaturas já consagradas?

GG: As denominações históricas não têm qualquer controle sobre a abertura de igrejas com seus nomes, pois nomenclaturas como Assembleia de Deus, Batista ou Presbiteriana são consideradas de domínio público, não havendo qualquer ilegalidade em sua utilização de modo genérico. O que não se pode é utilizar o nome de uma igreja local que tenha sido registrada, por exemplo, como Assembléia de Deus em Goiás ou Igreja Batista em São Paulo. No caso das igrejas locais, seus membros podem adotar medidas legais cabíveis para impedir, inclusive judicialmente, a utilização do nome especifico, sob as penas da lei.

Para todos os gostos

O que um visitante desavisado diria ao ser convidado para assistir a um culto na Igreja Bailarinas da Valsa Divina? Ou que impacto pode ter sobre a vida de um crente carnal o ministério da Igreja Evangélica Pentecostal Jesus Vem, Se não Vigiar Você Fica Fora? Igrejas com nomes curiosos ou bizarros são cada vez mais comuns no Brasil. A jornalista Luciana Maz­zarelli, de São Paulo, está preparando um livro sobre o assunto. Ela se diz surpresa com a criatividade dos pastores. “Em alguns casos, eles conseguem unir no mesmo nome palavras antagônicas, como Igreja Evangélica Muçulmana Javé É Pai”, diverte-se. No entanto, o objetivo de sua pesquisa – feita na maioria das vezes in loco, palmilhando ruas de periferias e bairros populares – não é ridicularizar ninguém, e sim, mostrar a diversidade de interpretações bíblicas e liturgias: “O fenômeno tem um lado positivo, pois assim o propósito de levar o Evangelho a todos os lugares está sendo cumprido”, explica Luciana. “Hoje em dia ninguém deixa de ir à igreja por falta de opção. Temos igrejas para cada tribo: surfistas, motociclistas, artistas… enfim, é igreja para todos os gostos”. Conheça algumas dessas congregações cuja originalidade já começa pelo nome:

Assembleia de Deus do Azeite Quente

Igreja da Bênção Mundial Fogo de Poder

Igreja Batista Templo de Milagres

Igreja Chave do Éden

Igreja do Amor Maior que Outra Força

Cruzada Evangélica do Ministério de Jeová, Deus do Fogo

Igreja Bailarinas da Valsa Divina

Igreja das Sete Trombetas do Apocalipse

Igreja de Deus da Profecia (no Brasil e América do Sul)

Igreja Cenáculo de Oração Jesus Está Voltando

Igreja Pentecostal Subimos com Jesus

Igreja Evangélica Pentecostal Jesus Vem,

Se Não Vigiar Você Fica Fora (IEPJVSNVVFF)

Igreja Evangélica Arca de Noé

Rancho dos Profetas

Igreja Asas de Águia – Visão Além do Alcance

Igreja Evangélica Pentecostal Quero Te Ver na Glória

Igreja do Cavaleiro do Cavalo Branco do Apocalipse 6.2

Igreja da Ressurreição dos Mortos

Pastor Tio Chico e suas histórias “maravilhosas”.


Quem assiste às piadas sem graça de programas como Zorra Total, A Praça é Nossa ou Show do Tom e conclui que o humor brasileiro vem padecendo de falta de criatividade precisa conhecer uma categoria nova de comediantes que atua em outras frentes. Padre Quevedo? Henri Cristo? Nenhum deles é páreo para o Pastor Francisco Vieira, que faz uma verdadeira romaria pelas igrejas evangélicas brasileiras narrando a saga do seu personagem mais famoso, o Ex-bruxo Tio Chico.
O auto ungido ex-bruxo tem uma agenda bastante disputada. Só em janeiro, segundo o seu site oficial, fez turnê por cinco cidades: Rio de Janeiro, São Paulo, Birigui-SP, Araçatuba-SP e Juquiá-SP, pregando em igrejas como Assembléia de Deus, Internacional da Graça e Evangelho Quadrangular. Em todos esses lugares, Tio Chico conta com riqueza de detalhes suas fantásticas aventuras, leva a platéia ao riso e à comoção e, como ninguém é de ferro, faz seu pé-de-meia.
Para quem nunca ouviu falar no ex-bruxo Tio Chico, recomendo uma visita ao You Tube ou a aquisição, por R$ 25,00, de seus DVDs de testemunho. O preço é salgado, mas é riso garantido. Francisco teria nascido em 18 de setembro de 1960, estando no momento com 47 anos. Se os cineastas brasileiros fossem mais atentos, a sua vida renderia um longa-metragem capaz de deixar Steven Spielberg no chinelo. Forrest Gump não tem a mesma riqueza dramática.
Tio Chico conta com naturalidade que fez três pactos com o Diabo. Estranho o fato dos dois primeiros terem sido invalidados. A precocidade é um dos pontos destacáveis do nosso herói. Segundo suas palavras, foi o Pai-de-Santo mais novo do Brasil, tendo conseguido a façanha com 10 anos de idade. Um fato que me impressiona na história de Tio Chico é a sua onipresença e capacidade de ultrapassar a barreira do tempo. Segundo informações do seu site, o bruxo Tio Chico transformou-se em nova criatura em 1990. Pouco tempo depois foi promovido a Pastor Francisco e percorre o país tornando conhecidas suas folclóricas atuações em diversas áreas, sempre com uma espantosa capacidade. Não se sabe como, Tio Chico foi funcionário do Banco Central por oito anos. Não se sabe também como chegou ao cargo de chefe de gabinete por meio de concurso público. Algo inédito no Brasil. Segundo o mago das finanças, desviava dinheiro dos clientes para sua conta e enviava sua dinheirama para paraísos fiscais na Suiça. Não se sabe também como o Banco Central tinha clientes comuns, ao estilo do Bradesco ou da Caixa. Tio Chico conta que lucrava milhões fazendo desvios.

Impressionante também é a onipresença de Tio Chico. Apesar de ter afirmado que morou em 19 capitais brasileiras, achou tempo para praticar Umbanda, Quimbanda, Vodu, Feitiçaria, Bruxaria,Cartomancia, Universo em Desencanto, Igreja do Diabo,seita do Reverendo Moon, Budismo, Hinduísmo, Nova Era, Meninos de Deus, Islamismo, Judaísmo, além de jogar búxios, baralho, ler mão, ver bola de cristal, ser coroinha da Igreja Católica. Acha pouco? Tio Chico dá o golpe de misericórdia: ele ocupou o mais alto posto da Maçonaria e revela detalhes curiosos como sacrifícios de criancinhas e bodes.
Um truque ainda não desvendado é como Tio Chico fazia para sair do Brasil, só para atender aos caprichos da sua exigente mulher e, almoçar em Miami, e voltar no mesmo dia. Só para se ter uma idéia, o maior avião comercial do mundo, lançado após a era Tio Chico, chega a fazer 1.010 km por hora. De São Paulo a Miami, por exemplo, são 6.561 km. Para ir, sem escala, considerando o exato momento de embarque e desembraque da aeronave, Tio Chico e sua garota gastariam 13 horas para realizar este pequeno luxo. Considerando o passeio de táxi até o aeroporto, espera do vôo, revista, saída do aeroporto, entrada no restaurante, pedido e o ato de comer em si, no mínimo mais uma hora.
Concluindo: para esperar um almoço demorado assim, só mesmo fazendo uns beliscos à bordo. Agora, difícil mesmo seria ir para Tóquio e voltar no mesmo dia, como Tio Chico cansou de fazer, para agradar a ingrata esposa. Até hoje não ficou explicado como ele conseguiu percorrer os mais de 36 mil km entre o Brasil e o Japão ( considerando ida e volta) num mesmo dia ( de 24 horas), num avião a mil km por hora. Conclui-se que um dos pactos de Tio Chico o fazia ignorar as leis da Física para realizar seus intentos.
Tio Chico faz questão de propagar seu passado de vacas gordas. Ele garante que o contrato com o diabo lhe rendera quatro limusines, uma Ferrari, uma Mercedes Benz e uma incrível BMW, na qual o intrépido prosador fazia viagens para a África, ignorando completamente a existência de um Oceano Atlântico. Nas horas de folga, Tio Chico fazia rituais de magia negra e sacrifícios infantis na super máquina satânica. O então bruxo dispunha também de mansões e doze apartamentos em Brasília.
Tio Chico tem um passado tenebroso, tão tenebroso que faria o mítico personagem Jason se sentir um anjinho. Ele confessa nos púlpitos por onde passa o assassinato de quarenta pessoas a bala e o sacrifício de vinte e duas crianças. Tio Chico é modesto. Não computou no seu catálogo as mortes indiretas, vamos assim dizer. Ele garante que a cantora Clara Nunes, o apresentador Chacrinha e o presidente Tancredo Neves, morreram graças a trabalhos bem sucedidos realizados por ele. Para despachar a cantora baiana, Tio Chico teria embolsado US$ 45 milhões e um carro 0 Km. Cortesia do ex-prefeito de São Paulo, Orestes Quércia. Nâo se sabe se o carro tem poderes mágicos. Já Chacrinha foi mal avaliado. Pela bagatela de US$ 1 milhão, o impiedoso Tio Chico matou o Velho Guerreiro. A encomenda veio da “amante dele”, Rita Cadillac. Já o presidente Tancredo Neves foi morto a pedido de Paulo Maluf e José Sarney. Incrível como era influente o nosso personagem. Apesar de ter morado em 19 capitais, conhecido 68 países, ter feito um curso superior, ter frequentado com certa importância 28 religiões, chefe de gabinete do Banco Central, prestador de serviço para a Câmara e o Senado, o incansável, onipresente e onipotente Tio Chico comandava o Comando Vermelho no Rio de janeiro, ao lado de figuras como Escadinha, Fernandinho Beira-Mar e Marcinho VP. Mesmo assim, ainda achava tempo para visitar cemitérios e se alimentar de vísceras humanas e prestar “trabalhos espirituais” em seu centro para 68 empresas. Injetou sangue de bode no corpo, gasolina e éter. Teve um tórrido romance de oito meses com sua cachorra Fila Brasileira. Tudo isso até os 30 anos de idade.
A história de Tio Chico que mais me seduz é a que ele claramente desafia toda a possibilidade matemática e diz que comprou a esposa, quando esta tinha 12 anos de idade. Ficou casado 19 anos com ela e já está há 17 separado. Como Tio Chico tem hoje 47 anos, estima-se que ele tenha feito isso com incríveis 11 anos de vida. Em um de seus testemunhos, Tio Chico conta que trabalhou para a Wagner Canhedo, tendo inclusive sugerido o nome para a Vasp. Ele só não explica em qual encarnação fez isso, já que a empresa foi fundada em 1933. Tio Chico também garante que trabalhava nos bastidores para a Chevrolet, que segundo ele cada letra significa uma palavra, que descamba na frase “Chegou Hoje Este Vagabundo Roubando Ouro Liquidando Esta Terra”. Nem o fato da montadora ter sido fundada pelo piloto franco-americano Louis Chevrolet, em 1911, nos EUA, intimida Tio Chico. Presumo que ele terá alguns problemas para traduzir a frase para o inglês usando as mesmas iniciais. Idem para o francês e o espanhol. Espantoso também foi o fato de Tio Chico ter experimentado uma recaída, já que afirma que nomeou o Marea, veículo da Fiat, que significa no idioma diabês Enxu Marea. O problema é que Tio Chico garante que se aposentou das suas atividades mirabolantes em 1990. Como o Fiat Marea foi lançado em 1998 no Brasil, fica no mínimo, curiosa a participação do mestre neste episódio.
O maior troféu de Tio Chico é a apresentadora Xuxa, da Rede Globo (emissora que se valia de seus préstimos também). Ele garante que a Rainha dos Baixinhos realizou três pactos com o Coisa-Ruim, para se tornar famosa e rica. O generoso Tio Chico teria intermediado o negócio. Não se sabe quanto lucrou nesta transação. Aliás, Tio Chico faturava de todas as formas. Garante que há um processo contra ele no Distrito Federal, por ter falsificado 1800 folhas de cheque. Curiosamente, não consta nenhum processo contra Francisco José Vieira Guedes na Justiça de Brasília. Tio Chico tem a espantosa capacidade de fazer os processos evaporarem como mágica das gavetas dos tribunais. Curioso também o fato de em seu site não constar nenhuma cópia de qualquer documento de suas transações, uma lembrança de alguma viagem para algum das dezenas de países, nenhuma certidão de óbito de duas filhas que ele garante terem sido sacrificadas. Tio Chico é um homem muito reservado.
Quando Tio Chico foi tocado por Jesus e resolveu jogar sua vida perversa no mar do esquecimento, sofreu várias retaliações de seu antigo patrão. Ele conta que foi vítima de um terrível acidente de carro, que lhe rendeu 25 cirurgias. Como desgraça pouca é bobagem, Tio Chico conta que está vivo pela graça de Deus, já que os médicos retiraram incríveis 250 gramas de estilhaços de vidro de sua cabeça, perdeu as cordas vocais (usa uma até então inédita prótese de borracha) e outros detalhes que não convém relatar. Fato incrível é que o Pastor Francisco tem passaporte livre em centenas de igrejas e nenhum pastor pede alguma comprovação de seus feitos ou chama a Polícia Federal. É uma encruzilhada santa: se Tio Chico (apesar da Cronologia, Geografia, História, Biologia, Matemática, Física, Química e todas as outras ciências provarem o contrário) diz a verdade, é merecedor de capa na Veja, destaque no Fantástico e no mínimo uns cem anos de solidão carcerária. Normalmente, Deus perdoa o pecado hediondo. Mas a Justiça dos homens não é assim tão compreensiva. Se Tio Chico, como tudo leva a crer, falta com a verdade (no que compensa com muita criatividade), pode responder processo por calúnia, difamação e falso testemunho. É também de se duvidar da seriedade das instituições religiosas que o recebem. Das duas uma: ou levam um criminoso hediondo e plural para usar seus púlpitos ou patrocinam um mentiroso de proporções nunca alcançadas por uma mente humana antes.

Autor: Anderson Alcântara
Jornalista e Acadêmico de História - Goianésia - GO.
anderson0123@bol.com.br

Fonte: [ Portal de notícias do Amapá ] via [ Site Ponto Crítico ]

Considerações finais do site Ponto Crítico:

A matéria acima, destaca a importância atual de uma reflexão crítica por parte dos cristãos, pois além de Tio Chico, sabe-se que existem também outros “Ex-Bruxos”, que com suas estórias mirabolantes mobilizam uma massa de pessoas que os seguem de maneira cega, considerando o fato de que faltam provas convincentes de que seus “testemunhos” são verdadeiros.

Pode-se citar como exemplo o também brasileiro e suposto ex-bruxo “Daniel Mastral” e a escritora norte americana Rebecca Brown, que embora não seja ex-bruxa, ela apresentou em seus livros uma estória de libertação de uma ex-bruxa, cuja estória foi investigada nos EUA, e foi encontrada como fraude, sendo que já foi até publicada a tradução dessa investigação em nosso site (Leia parte 01, parte 02, parte 03).

Desse modo, nós consideramos que todo cuidado ainda é pouco no que diz respeito a tais testemunhos mirabolantes de libertação espiritual, pois além de ex-bruxos, temos no Brasil também o caso do Guina, que se dizia Ex integrante do grupo Racionais MCs, o qual também já foi encontrado como fraude.

Não duvidamos que uma pessoa tenha capacidade de “em nome de Deus” criar uma estória de Romance/Ficção e vende-la como testemunho biográfico, sendo que compete a nós e tão somente a nós a responsabilidade de filtrar aquilo que realmente vem da parte de Deus.

É nossa responsabilidade considerar como anátema aquilo que provem da mentira e do engano, sendo que tais coisas vem exatamente para provar nosso amor pela Verdade (2Ts 2:11), pois está escrito que nos últimos tempos alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios (1Tm 4:1)