quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Ciranda amorosa

“João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém...” Nesses versos do poema “Quadrilha”, de Carlos Drummond de Andrade, podemos perceber a complexidade dos relacionamentos. Nessa história ninguém ficou com ninguém. Quem amava não foi correspondido, não teve reciprocidade.
Se levarmos em conta a fugacidade dos relacionamentos no dia de hoje, na vida real não tem sido diferente. O que se vê é que namoros, noivados ou casamentos se iniciam e terminam na mesma velocidade da internet e da tecnologia. E com um detalhe: com ar de modernidade.
É comum ver em capas de revistas, artistas fazendo juras de amor eterno ao parceiro, porém, passados alguns meses ou até dias esses mesmos artistas retornam anunciando o término do relacionamento. Recentemente a separação de três uniões estáveis no meio artístico entre Ana Maria Braga (apresentadora do programa Mais Você, da Rede Globo) e o empresário Carlos Madrulha, a atriz Nívea Maria e o diretor Herval Rossano (união de 27 anos) e o ator Eduardo Moscovis e Roberta Richard, reacendeu a discussão sobre por quê os artistas se separam com tanta freqüência. Um dos motivos seria o fato de que “os artistas têm uma oferta abundante do fator alternativa. Têm oportunidade de conhecer muita gente, viajam muito e, com uma vida independente, acabam ficando muito tempo longe do parceiro”, explicou o psicólogo Ailton Amélio da Silva, em reportagem à revista IstoÉ Gente (Edição 174, de 4 de dezembro de 2002). Na mesma reportagem o psicanalista Luís Alberto Py, especialista em relacionamentos familiares, esclareceu que outro motivo que ameaça a união seria o nascimento dos filhos. “É comum que, depois de amamentar, a mãe libere o hormônio prolactina, diminuindo sua libido, e se afaste do marido”.
Contudo, o curioso, é que isso não acontece somente com ricos e famosos, mas também com os anônimos. Pessoas comuns que convivem com a gente, passa por nós e que têm a mesma história. A instabilidade nos relacionamentos, especialmente nos casamentos, pode ser percebida em todos as camadas sociais. E um agravante a mais: as pessoas parecem estar perdendo a noção de moral e conduta, em nome do prazer e da felicidade imediata.
Eis a questão
Uma pergunta que todo mundo quer saber a resposta: Por que tantas pessoas estão se separando? O que estaria acontecendo? Respondendo a IstoÉ Gente o psicólogo Ailton Amélio, disse ser “cinco os fatores que levam alguém a manter ou não um relacionamento: a relação custo e benefício da relação, que gera o grau de satisfação; as alternativas disponíveis, que incluem outras pessoas além do cônjuge; o investimento que terá de fazer para ficar com o parceiro; as barreiras externas e a seleção do companheiro.”
O que espanta, porém, é que os motivos que fazem com que muitos deixem o parceiro em troca de outro, muitas vezes, são os mais fúteis possíveis, como por exemplo, “não gosto da comida que ela faz” ou “ele não se veste bem”. Por trás desses motivos também estão a paixão passageira, a vingança e a “busca por novas aventuras”. Não será nenhum exagero dizer que muitas pessoas fazem de seus relacionamentos uma verdadeira ciranda amorosa.

Uma paráfrase

João amava Maria, que não o amava, mas amava outro. Este outro não a quis, e voltou então para João. O tempo passou. A paixão esfriou, João a abandonou e com outra se casou. Maria, por sua vez, que nunca amara João, se casou com Joaquim que também não a amava.
Parece brincadeira, uma ficção, mas não é. Parafraseando o texto de Drummond, esta é a realidade que encontramos em nossos dias. Uma verdadeira ciranda amorosa, onde no final ninguém se dá bem. Esse é o preço que se paga pela instabilidade.

Ana Paula Costa
redacao@lagoinha.com

 

Atual desafeto de Edir Macedo, Silas Malafaia se aproxima da Rede Globo

Durante algum tempo, Malafaia criticou as Organizações Globo e defendeu Edir Macedo e a Igreja Universal. Agora, um dos sonhos de Malafaia é comprar horário na TV Globo.

As diferenças entre Edir Macedo (Igreja Universal do Reino de Deus) e o pastor Silas Malafaia (Assembléia de Deus Vitória em Cristo) são antigas e envolvem relações de poder e disputa por espaço em meios de comunicação. Entretanto, nem sempre foi assim. Durante algum tempo, os programas de Malafaia serviram para criticar os veículos das Organizações Globo. O pastor já criticou duramente o jornal O Globo, a revista Época e a TV Globo, inclusive, defendendo Edir Macedo.
Porém, nos últimos anos, a mira de Malafaia parece ter encontrado outro alvo. Em um de seus ataques contra Edir Macedo, em 2010, ele afirmou que a Record faz jornalismo pró-PT por interesses comerciais. “Você foi comprado para defender o governo e a Dilma. Sua emissora é chapa-branca, com jornalismo tendencioso. Vou mostrar que você é um falso profeta mentiroso, vai cair a máscara”, afirmou Malafaia em resposta a Macedo, completando que a Record é um “lixo moral”.
No último mês de setembro, Malafaia voltou a atacar o líder da Universal, após o bispo ter dito em seu blog que “os cantores evangélicos são endemoninhados”. Ao que Malafaia mais uma vez revidou: “os demônios, da mais alta hierarquia, fazem o que vocês fazem, isto é, atuam nessa área, pegam dízimo e oferta do povo de Deus, compram emissoras de TV, que ao invés de glorificar a Deus, é o santo financiando o profano e o podre”. Para finalizar, chamou mais uma vez a Record de lixo moral e disse que é “financiada com ofertas e dízimos do povo de Deus”.
Em perfil feito pela jornalista Daniela Pinheiro na revista Piaui de setembro, Malafaia contou que no final de 2010 foi chamado para uma conversa com o vice-presidente das Organizações Globo, João Roberto Marinho. “O dono da Rede Globo lhe disse que queria conhecer melhor o mundo dos evangélicos. E contou terem percebido, na emissora, que Edir Macedo não era a voz dos protestantes no Brasil. Desde então, eles mantêm um canal de comunicação”, diz a matéria.
Malafaia contou à jornalista que depois da conversa apareceu no “Jornal Nacional” cinco vezes. Ainda, segundo a reportagem, um dos sonhos de Malafaia é comprar horário na TV Globo para fazer pregações: “ainda vou conseguir, eles já estão abrindo, olha o programa do Faustão cheio de cantor evangélico se apresentando”. Para a Piaui, a Globo admitiu que não comercializa horários contínuos: “só vendemos anúncios em intervalos comerciais”, disse João Roberto Marinho. Para a IMPRENSA, a Rede Globo confirmou a conversa entre Malafaia e João Roberto Marinho, mas não deu detalhes sobre o objetivo da reunião. Procurada, a assessoria de imprensa de Malafaia não retornou às tentativas de contato; já a Record afirma que não se pronunciará sobre o assunto.

Diferenças institucionais

O impasse entre os líderes religiosos e o movimento que eles “representam” é significativo. De acordo com o IBGE, a previsão é que o índice de evangélicos no país ultrapasse 25% da população. Em 1970, início da popularização evangélica na TV, o número de fiéis não chegava a cinco milhões. Rui Luís, historiador e teólogo, destaca que a visibilidade proporcionada pela TV não representa os evangélicos. “São as grandes denominações que podem se beneficiar deste tipo de mídia. Esses grupos possuem estrutura suficiente para poder bancar o custo de um programa destes, que não é baixo”, diz.
Ed René Kivitz, pastor evangélico, teólogo e mestre em ciência da religião pela Universidade Metodista de São Paulo, vê no fenômeno televisivo uma questão relacionada à necessidade de visibilidade pessoal. “Eu avalio que o conteúdo em si é distante da essência do evangelho. É uma presença que se confunde com o projeto de poder destas personalidades e suas respectivas instituições. Isso parece prioritário ao compromisso com o evangelho”, avalia.

Quem é quem no evangelismo televisivo

Apóstolo Valdemiro Santiago de Oliveira
Igreja Mundial do Poder de Deus
Rede21, CNT e Rede TV!

Missionário Romildo Ribeiro Soares (RR Soares)
Igreja Internacional da Graça de Deus
BAND e Rede TV!

Pastor Silas Malafaia
Assembléia de Deus Vitória em Cristo
CNT, Redet TV! , BAND

Edir Macedo
Igreja Universal do Reino de Deus

Fonte: Portal Imprensa / Folha Gospel

A insensatez da obediência parcial!

Por John MacArthur


Se o pecado é um inimigo derrotado, como pode nos causar tantos problemas? Se o domínio do pecado foi quebrado, por que, com frequência, parece nos dominar? Por que as forças do humanismo secular, o novo hedonismo, a Nova Era, o ensino da auto-estima e a má teologia têm causado tanto impacto entre os crentes? Por que a consciência parece estar desaparecendo até mesmo no meio evangélico?
Todo cristão honesto confirmará que a tendência para o pecado não é apagada quando nos tornamos cristãos. Ainda temos prazer no pecado. Ainda lutamos contra hábitos pecaminosos. Alguns desses hábitos estão tão profundamente arraigados que ainda batalhamos contra eles após anos de luta espiritual. Ainda caímos em pecados horríveis e vergonhosos. A verdade é que pecamos diariamente. Nossos pensamentos não são aqueles que deveriam ser. Desperdiçamos nosso tempo em buscas frívolas e mundanas. De tempos em tempos nosso coração fica frio quanto às coisas de Deus. Por que tudo isso acontece se o domínio do pecado está quebrado?
Aqui veremos que a Escritura nos insta a evitar qualquer tipo de apatia em relação ao tratamento do pecado. Devemos mortificar o pecado e sua influência em toda a nossa vida.
A ira de Deus contra Amaleque
Uma ilustração no Antigo Testamento pode ajudar a esclarecer nossa relação com o pecado. Em 1 Samuel 15, lemos que Samuel ungiu a Saul e solenemente deu-lhe estas instruções do Senhor: "Vai, pois, agora, e fere a Amaleque, e destrói totalmente a tudo que tiver, e nada lhe poupes; porém matarás homem e mulher, meninos e crianças de peito, bois e ovelhas, camelos e jumentos" (v. 3).
O mandamento de Deus era claro. Saul tinha que proceder cruelmente em relação aos amalequitas, matando até mesmo as criancinhas de peito e animais. Toda a tribo tinha que ser total e impiedosamente arrasada — nenhum refém poderia ser tomado.
O que faria um Deus de amor infinito impor um julgamento tão severo? Os amalequitas eram uma antiga raça nómade, descendentes de Esaú (Gn 36.12). Habitavam aparte sul de Canaã e eram eternos inimigos dos Israelitas. Pertenciam à mesma tribo que cruelmente atacou Israel em Refidim, logo após o Êxodo, na famosa batalha em que Arão e Hur tiveram que sustentar os braços de Moisés (Êx 17.8-13). Eles emboscaram Israel pela retaguarda e massacraram os soldados dominados, que estavam extenuados (Dt 25.18). A mais poderosa e selvagem tribo de toda a região atacou Israel covardemente. Naquele dia Deus livrou Israel sobrenaturalmente, e os amalequitas fugiram procurando refúgio. No final dessa batalha Deus jurou a Moisés: "Escreve isso para memória num livro e repete-o a Josué; porque eu hei de riscar totalmente a memória de Amaleque de debaixo do céu" (v. 14). Realmente ele considerava importante que Israel destruísse Amaleque:
Lembra-te do que te fez Amaleque no caminho, quando saías do Egito, como te veio ao encontro no caminho e te atacou na retaguarda todos os desfalecidos que iam após ti, quando estavas abatido e fatigado; e não temeu a Deus. Quando pois, o Senhor, teu Deus, te houver dado sossego de todos os teus inimigos em redor, na terra que o Senhor, teu Deus, te dá por herança, para a possuíres, apagarás a memória de Amaleque de debaixo do céu; não te esqueças (Dt 25.17-19; ênfase acrescentada).
Os amalequitas eram guerreiros temíveis. Sua presença intimidadora foi uma das razões pelas quais os israelitas desobedeceram a Deus e um impecilho para que entrassem na terra prometida em Cades Barnéia (Nm 13.29). A ira de Deus ardia contra os amalequitas por causa da perversidade deles. Ele constrangeu até o corrupto profeta Balaão a profetizar sua sentença: "Amaleque é o primeiro das nações; porém o seu fim será a destruição" (Nm 24.20). Os amalequitas costumavam atormentar Israel indo às suas terras depois de a plantação ter sido semeada, e movimentando-se na terra cultivada com suas barracas e animais, destruíam tudo pelo seu caminho (Jz 6.3-5). Eles odiavam a Deus, detestavam Israel e pareciam ter prazer em atos perversos e destrutivos.
As instruções de Deus para Saul, portanto, cumpriram o voto que ele havia jurado a Moisés. Saul tinha que eliminar a tribo para sempre. Ele e seus exércitos eram os instrumentos pelos quais a justiça de Deus seria levada a cabo. Seu santo julgamento para um povo mau.
Mas a obediência de Saul foi somente parcial. Ele ganhou a batalha ferindo de forma esmagadora os amalequitas que fugiram deles "desde Havilá, até chegar a Sur, que está defronte do Egito" (ISm 15.7). Como ordenado, ele matou todas as pessoas, mas "tomou vivo a Agague, rei dos amalequitas" (v. 8). "E Saul e o povo pouparam Agague, e o melhor das ovelhas e dos bois, e os animais gordos, e os cordeiros, e o melhor que havia e não os quiseram destruir totalmente; porém toda coisa vil e desprezível destruíram" (v. 9). Em outras palavras, motivados pela cobiça eles pegaram as melhores coisas dos amalequitas, coletando os despojos da vitória, e desobedecendo propositadamente às instruções do Senhor.
Por que Saul poupou Agague? Talvez porque ele quisesse usar o rei humilhado dos amalequitas como um troféu para mostrar seu próprio poder. Aparentemente, naquele momento Saul estava somente motivado pelo orgulho; ele até construiu um monumento para si no monte Carmelo (v. 12). Quaisquer que fossem seus motivos, ele desobedeceu a um claro mandamento de Deus e permitiu que Agague vivesse.
Esse pecado era tão sério que Deus imediatamente depôs do trono Saul e seus descendentes para sempre. Samuel lhe disse: "Visto que rejei-taste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei" (v. 23).
Então Samuel disse: "Traze-me aqui a Agague, rei dos amalequitas" (v. 32).
Evidentemente Agague, pensando que sua vida havia sido poupada e se sentindo muito seguro, "veio a ele confiante". "Certamente já se foi a amargura da morte", disse ele.
Mas Samuel não estava para brincadeira. Disse a Agague: "Assim como a tua espada desfilhou mulheres, assim desfílhada ficará a tua mãe entre as mulheres. E Samuel despedaçou Agague perante o Senhor em Gilgal" (v. 33).
Nossa mente, instintivamente, recua diante do que parece ser um ato impiedoso. Mas foi Deus quem mandou que isso fosse feito. Era um ato de julgamento divino para mostrar a ira santa de um Deus indignado contra o pecado devasso. Ao contrário de seu compatriota e rei, Samuel estava determinado a cumprir inteiramente a ordem do Senhor. A batalha que tinha por objetivo exterminar os amalequitas para sempre terminou sem que esse objetivo fosse alcançado. A Bíblia registra que depois de alguns anos, a tribo revigorada atacou repentinamente o território sul e levou cativas as mulheres e crianças — incluindo a família de Davi (1 Sm 30.1 -5).
Quando Davi encontrou os amalequitas saqueadores, "Eis que estavam espalhados sobre toda região, comendo, bebendo e fazendo festa por todo aquele grande despojo que tomaram da terra dos filisteus e da terra de Judá" (v. 16). Ele os feriu desde o crepúsculo vespertino até a tarde do dia seguinte, matando a todos, exceto quatrocentos moços que fugiram montados em camelos (v. 17).
Os amalequitas são uma ilustração adequada do pecado que permanece na vida do crente. Aquele pecado — já totalmente derrotado — deve ser tratado com crueldade e despedaçado, ou então ele irá reviver e continuar a saquear e espoliar nosso coração, e tirar o vigor da nossa força espiritual. Não podemos ser misericordiosos com Agague, ou então ele retornará para tentar nos devorar. De fato, o pecado que permanece em nós frequentemente se torna mais ferozmente resoluto depois de ter sido destronado pelo Evangelho.
A Bíblia nos ordena mortificar o pecado. "Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena; prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é a idolatria; por estas coisas é que vem a ira de Deus [sobre os filhos da desobediência]" (Cl 3.5,6). Não podemos obedecer parcialmente ou ser indiferentes quando procuramos eliminar o pecado da nossa vida.
Não é possível parar enquanto a tarefa estiver incompleta. Os pecados, do mesmo modo que os amalequitas, encontram sempre um jeito de escapar da matança, gerando, revivendo, reagrupando-se e lançando novos e inesperados ataques em nossas áreas mais vulneráveis.

Fonte: Josemar Bessa