segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Marco Feliciano, Marisa Lobo e Fernando Francischini participam de encontro contra a legalização de droga


O pastor Marco Feliciano, a psicóloga Marisa Lobo e o deputado Francischini, participaram, na última sexta-feira (18), em Curitiba, do encontro estadual contra a legalização de drogas e de prevenção e enfrentamento ás drogas. O pastor Marco Feliciano, foi convidado pela secretaria antidrogas de Curitiba, e pelo FENASP (Fórum Evangélico Nacional de Ação Social).
A intenção de convidar o deputado, Pastor Marco Feliciano, foi para que ele relatasse aos presentes sobre seus projetos que estão intimamente ligados a prevenção e enfrentamento a drogas, como o ensino religioso nas escolas, “que é uma lei que não está sendo cumprida”, comentou Marco. “Como resultado da retirada desta matéria, a violência nas escolas tem sido frequentes”, disse o deputado.
Marco Feliciano também falou sobre as dificuldades de lutar pelas causas que favorecem a “moral e as boas virtudes”. Além de comentar sobre seu projeto de trazer de volta as escolas a matéria Educação Moral e Cívica.
“São tentativas de resgatar valores sociais, pessoais e éticos que estão sendo perdidos nesta geração”, lamentou Marco.

O deputado Feliciano, falou de sua indicação a pedido da psicóloga Marisa Lobo, ao Ministro da Educação, para que fosse incluída a matéria prevenção e enfrentamentos ás drogas na grade curricular, como matéria de forma continuada, entendendo que assim “podemos praticar a verdadeira prevenção”. Para o deputado Marco Feliciano “prevenir é chegar antes com informações confiáveis”
Um dos pontos alto do encontro foi a palestra do deputado federal, Delegado Francischini, que falou sobre violência, segurança pública, tráfico, além de comentar seus projetos por mais segurança.
Francischini também comentou seu projeto de lei ‘Mãe Contra o Crack’, onde busca recursos para trabalhar diretamente com a família especificamente com a mãe do dependente químico, de crack.
Marisa Lobo foi a palestrante mais esperada, pois sua palestra era sobre o tema prevenção e enfrentamento. Ela chamou a todos para a responsabilidade de trabalhar em rede de proteção e colaboração e disse que o “fenômeno das drogas” é de responsabilidade de todos nós, e também questionou o modelo tem se oferecido “como líderes a esses jovens, para que nos sigam, sigam o Deus que servimos e não usem drogas”, comentou Marisa.

Nem eu nem o “Nem” somos bons


A prisão do traficante “Nem” da Rocinha ocupou todos os noticiários e capas de jornal. Parecia que a polícia tinha acabado com o tráfico de drogas de uma vez por todas. Nem (não o traficante…rs) parecia que no dia seguinte já haveria alguém para comandar o tráfico no lugar do “Nem” e que drogas continuarão sendo vendidas mesmo após a instalação de uma UPP da comunidade.
Mas em meio a tanto reboliço, duas coisas chamaram a minha atenção: a louvação aos policiais que recusaram a generosa propina oferecida em troca da liberação do traficante e os comentários a respeito de “Nem” ter ligado para sua mãe ao ser preso.
É lamentável que tenhamos chegado num ponto tal de corrupção, onde aqueles que fazem apenas o que deveriam fazer são louvados como se estivessem fazendo algo excepcional. Longas reportagens são feitas. Todos os programas de TV querem entrevistá-los. E tudo isso para dizer-lhes o quanto eles são bons!
Esta atitude diz muito a nosso respeito. Fica evidente que já consideramos a corrupção como algo normal e que é isso que devemos esperar, não só dos policiais, mas de qualquer um! Eu pude ouvir até comentários que chamavam estes policiais de otários, pois deveriam ter aceitado a propina. A corrupção deveria nos chocar, mas o que nos choca não é nem o fato das pessoas irem além do que deveriam, mas de fazerem APENAS o que deveriam. E quando as pessoas fazem APENAS o que deveriam são elevadas por nós ao status de Baluartes da Virtude.
E quanto ao traficante “Nem” ter chorado, ligado para a mãe e ter pedido para os filhos não faltarem à escola, a nossa reação a isto também revela algumas coisas a nosso respeito.
Temos a tendência a achar que qualquer criminoso é a encarnação do mal. Talvez isso derive dos personagens de folhetins televisivos, onde há um maniqueísmo premeditado, e o vilão é tão mal que não é capaz de amar ninguém, nem mesmo filhos ou pais. E o mocinho é a virtude em pessoa, que ama a todos, até mesmo o vilão.
Isso ficou bem claro quando, em um desses folhetins, o autor optou por não apresentar a mocinha e a vilã num primeiro momento. Sabia-se que, entre as duas personagens principais, uma seria boa e a outra má, mas enquanto isso não foi revelado, foi nos dado a conhecer atitudes boas e más das duas. Eram duas pessoas normais, com atitudes aprováveis e reprováveis. A partir do momento em que foi revelado o papel de cada uma na trama, a humanidade da vilã foi retirada. Ela não era capaz de manter nenhum tipo de relacionamento sadio. Não era capaz de ter nenhuma boa intenção. Já a mocinha era só virtude e sofrimento. Pagava o preço por ser boazinha e chorava o tempo todo com as maldades que sofria.
Diante dessa maneira maniqueísta de ver o mundo, não conseguimos compreender como um traficante, que amedrontava a comunidade da Rocinha, que vivia no ambiente violento do narcotráfico carioca, que provavelmente já matou ou mandou matar diversas pessoas, era também capaz de chorar ao falar com sua mãe e de se preocupar com o fato de seus filhos continuarem a estudar. Mas a verdade é que, por pior que o criminoso possa ser, não podemos presumir que ele não ame ninguém, não se preocupe com ninguém.
E como continuidade deste raciocínio, acabamos achando que, por não sermos traficantes, assassinos ou pedófilos, nós somos bons. Eles são o mal e nós somos o bem. Eles merecem punição e sofrimento, e nós merecemos “tudo de bom nesta vida”. Deus, se for justo, tem que castigá-los e nos recompensar.
Então, o resumo do pensamento até agora é: os policiais que não aceitaram propina e prenderam o “Nem” são bons e merecem ser homenageados e recompensados porque fizeram aquilo de deveriam fazer. E nós somos bons e merecemos o reconhecimento de Deus porque não somos nenhum “Nem”.
Mas quem somos nós diante de Deus? E o que podemos fazer para merecer o seu favor? E quem receberá o seu castigo?
A resposta a estas perguntas estão na Palavra de Deus.

Quem somos nós diante de Deus?

como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; são os seus pés velozes para derramar sangue, nos seus caminhos, há destruição e miséria; desconheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos. (Romanos 3:10-18)
Você pode estar pensando: mas este texto não está falando sobre o “Nem”? A resposta é NÃO! Estes somos nós! É assim que somos descritos na Palavra de Deus. Não há nenhuma vantagem nossa em relação aos “Nens” do mundo.
Você ainda pode argumentar: Mas e os policiais que não aceitaram propina? Mais uma vez a resposta vem da Palavra de Deus:
Qual de vós, tendo um servo ocupado na lavoura ou em guardar o gado, lhe dirá quando ele voltar do campo: Vem já e põe-te à mesa? E que, antes, não lhe diga: Prepara-me a ceia, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois, comerás tu e beberás? Porventura, terá de agradecer ao servo porque este fez o que lhe havia ordenado? Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer. (Lucas 17:7-10)
Fazermos o que Deus manda não nos redime dos nossos pecados e da nossa maldade. É a nossa obrigação diante de um Deus Santo e Perfeito. Toda vez que pecamos ficamos em débito. E quando fazemos algo certo fazemos apenas o que nos foi ordenado, então não pagamos nenhum débito. Por isso é impossível sermos aceitos diante de Deus pelas nossas boas obras. Sempre estaremos em débito!

Então, o que podemos fazer para merecer o seu favor? E quem receberá o seu castigo?

Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é julgado o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. (João 3:16-18)

Aquele que crê no Senhor Jesus não será julgado. Aquele que não crê já está julgado.

Jesus é o único diferencial. Ele é a ruína e o levantamento de muitos (Lucas 2:34). São as obras dele que obtém o favor de Deus. É a justiça dele que é aceitável diante de Deus.
Sem Jesus, eu, você, os policiais que prenderam o “Nem” e o próprio “Nem” estamos todos condenados diante de Deus, porque somos igualmente, isso mesmo, IGUALMENTE pecadores.
De igual modo, eu, você, os policiais que prenderam o “Nem” e o próprio “Nem”, se reconhecermos que somos maus e crermos no Senhor Jesus e na obra realizada por ele na cruz, teremos os nossos pecados perdoados e seremos reconciliados com Deus.

ATO PROFÉTICO ou FEITIÇARIA GOSPEL???

Por Julio Zamparetti Fernandes
Mais uma moda “gospel”. Chama-se “ato profético”. Consiste, basicamente, em se fazer um ato simbólico do qual Deus se obriga a torná-lo realidade, já que quem promove tais atos o faz declarando fazê-lo em nome de Jesus.
Povos aborígines já faziam a mesma coisa desde a idade da pedra: tentavam controlar a ação dos deuses por meio de simbologias e representações acompanhadas de muitas orações e sacrifícios.
Mas isso é coisa do passado. Hoje somos muito mais evoluídos, esclarecidos e sábios. O que se fazia na idade da pedra eram rituais de feitiçaria, fruto de mentes ignorantes e supersticiosas. Hoje tudo mudou! O que se faz nas igrejas dos tempos atuais são tentativas (ops! Tentativa não, porque foi declarado, já está decretado e consumado pela fé... suriandas) de mover as mãos de Deus por meio de atos proféticos e representações acompanhadas de muita oração e jejum. Viu como ficou mais chique?

Além da chiqueza, que outra diferença há?

Alguém replicará dizendo que os profetas do Antigo Testamento também realizavam atos simbólicos. E eu pergunto: quem eles simbolizavam? Nada mais do que Cristo. Mesmo vivendo numa aliança enferma eles não manifestavam a patologia patética da igreja hodierna, que mesmo vivendo no tempo de uma nova e eterna aliança vive a generalizada enfermidade do relacionamento baseado em atos proféticos em lugar daquele a quem os atos dos profetas de verdade prefiguravam.
Enquanto os profetas anunciavam Jesus para que o mundo o reconhecesse quando Ele viesse, os “atos proféticos” das igrejas nebulam a imagem de quem Cristo realmente foi, para que ninguém o conheça como Ele é, mas somente como esses falsos profetas desejam que Ele seja. Os verdadeiros atos dos verdadeiros profetas bíblicos apontaram para o sofrimento e dor que Cristo passaria por amor aos seus escolhidos. Os atos, ou feitiçaria, dos falsos profetas de hoje apontam para as regalia$, mordomia$ e conquista$ materiai$ que a ambição incita por amor a deus (Mamom).
Os profetas bíblicos falavam o que Deus mandava dizer. Os profetas de hoje dizem pra Deus o que fazer. Fazem de Deus seu escravo. Mas como Deus não é escravo, nem escravo pode ser Deus, tais profetas nem Deus tem, não é em Deus que eles crêem.

Enquanto isso as igrejas vão canonizando feiticeiros por profetas e superstições por cristianismo.

Onde isso vai parar?

Babel, Babilônia e Brasil

Por Valdemar Figueredo
É o abuso de poder eclesiástico que torna crível o absurdo megalomaníaco.
Não era uma construção qualquer - afinal, era uma obra para ser vista e admirada. Tocar no céu, dizia-se. Altura e imponência eram fundamentais, ainda que a massa de trabalhadores vertesse sangue e suor sob os blocos de pedra. Valia tudo para poder tocar no céu, e os olhos dos poderosos voltavam-se para o alto. Quem muito observa as pessoas da base, pensam alguns líderes pragmáticos, não conseguirá explorar as alturas. A torre de Babel não precisava de reboco nem tinta: seria revestida de alto a baixo pela pele de gente crédula, pintada por dentro e por fora com o sangue crente.
Quando alguém reivindica a legitimidade do seu poder citando suas construções tangíveis, ficamos a pensar: a liderança espiritual justifica sua legitimidade de que forma? A dúvida ocorre porque, nessa lógica, os líderes religiosos precisarão tornar suas obras espirituais suas obras espirituais em coisas concretas. Eis uma das nuances do pragmatismo: os resultados obtidos justificam tudo o que foi feito e legitima o poder daquele que coordenou as ações. Líderes personalistas pragmáticos mandam os entulhos para as periferias, onde aterrarão os caminhos escabrosos. Nada se perde. Cada coisa no seu lugar. A torre no centro; os entulhos, na periferia. E o líder no meio de tudo. Entre outras coisas, a torre é ótima para servir de referência de poder.
A linha divisória entre o pragmatismo personalista e a megalomania costuma ser tênue. Muita gente diz que Deus merece o melhor, enquanto alimenta seu próprio delírio de grandeza. Construtores que pouco se importam com as coisas criadas ou com as muitas pessoas que o ajudam a construir torres altíssimas só têm olhos para si mesmos. A altura da torre será proporcional ao tamanho do seu delírio. Ou seja, estamos falando de pessoas que agem em nome de Deus com sérios transtornos, com a percepção da realidade seriamente afetada.
Esse delírio assume sua força quando é embalado no discurso da fé. O apelo da fé é poderoso a ponto de transformar a razão em estupidez e tornar o delírio de um insensato em torpor coletivo. É o abuso de poder eclesiástico que torna crível o absurdo megalomaníaco. Babel era um monumento à insanidade de um povo sob uma liderança megalomaníaca. Nabucodonosor, então, vira um tipo comum – o sujeito cheio de poder que perde a sanidade. O muito já não basta. “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para morada real, pela força do meu poder, e para a glória da minha majestade” (Daniel 4.30). Justiça seja feita: são poucos os líderes religiosos megalomaníacos que, à semelhança do senhor de Babilônia, declaram tão explicitamente que o muito que realizam destina-se à glória da própria majestade. Na tradição cristã, fica feio o discurso ufanista de exaltação própria; então, os “nabucodonosores” contemporâneos são mais refinados, para não falar dissimulados. Aí, vem a justificativa oficial: “Tudo isso é para a glória de Deus.”
Mas houve confusão. Em Babel, todos são estranhos! Confusão das línguas ou sobreposição de egos? Nas igrejas brasileiras, as divisões pouco ou nada têm a ver com métodos ou posições teológicas. Trata-se de disputas de líderes pragmáticos megalomaníacos. Mania de grandeza é confundida com visões divinas, enquanto, ao pé da torre ou nos jardins suspensos, o que se vê é uma feira de egos – e o que era para ser ponto de encontro vira lugar de desavenças. A obra mais visível em Babel eram as relações humanas destruídas. Em Babilônia, também se viam coisas feias – no meio do esplendor, desconfiança e ressentimento. Daí, tudo fica dependendo da figura do líder. Enquanto ele for capaz de renovar seu carisma, o projeto permanece. Em Babel, na Babilônia ou no Brasil, como aferir se a obra de um é maior do que a de outro? Ora, através da comparação. Então, não basta construir algo admirável - é preciso construir o mais admirável: “Tornemos célebre o nosso nome”... As comparações desleais difamam as obras alheias.
Jesus, com muita frequência, dirigia-se às intenções dos líderes pragmáticos megalomaníacos do seu tempo. O Mestre jamais tentou erguer uma torre em Nazaré, ou uma cidade na Galileia. Os megalomaníacos ficaram desconcertados, uma vez que os termos das suas disputas foram ignorados e ridicularizados. Jesus era um líder sem a chave da porta do templo, e não vestia estola sacerdotal. Um de seus discípulos admirou-se: “Mestre! Que pedras, que construções!” Vale conferir a resposta em Mateus 13.1.

As Eleições e os Políticos!

Por Solano Portela
Introdução
A história de Absalão não é uma história bonita. Filho do Rei Davi, ele teve uma existência marcada por inúmeros pecados. Era uma pessoa atraente, simpática, e famosa, que realmente chamava a atenção. Poucas pessoas no mundo poderiam receber o tipo de descrição que dele é feita em 2 Sm 14.25: “Não havia, porém, em todo o Israel homem tão celebrado por sua beleza como Absalão; da planta do pé ao alto da cabeça, não havia nele defeito algum”. Quando lemos a sua história, registrada nos capítulos 13 a 18 de 2 Samuel, vemos que ele era um daqueles “líderes natos”, com personalidade marcante e carismática. Era impulsivo em algumas ações, mas igualmente maquinador e conspirador para preencher suas ambições de poder. Por trás de um passado que abrigava até um assassinato de seu irmão, ele não hesitou em utilizar e manipular pessoas e voltar-se contra seu próprio pai, para vir a governar Israel. Uma vez no poder, demonstrou mais impiedade, crueldade e imoralidade. No seu devido tempo, foi castigado por Deus, sofrendo uma morte inglória, sendo Davi reconduzido ao poder.
O caráter de Absalão não é diferente de muitos personagens contemporâneos de nossa política. Na realidade, ele reflete bem como a ambição pelo poder, conjugada com outros pecados, transtorna o comportamento de políticos “espertos” e “astutos”, levando-os a uma vida de engano e egoísmo desenfreado, na maioria das vezes com o aproveitamento pessoal do bem público. Nessa época de eleições e mesmo após elas, necessitamos de sabedoria e discernimento, para penetrarmos a couraça de fingimento que é mostrada à sociedade. Necessitamos de uma conscientização de nossas responsabilidades, como cidadãos, para que estejamos cobrando, com o devido respeito, as responsabilidades de nossos governantes, conforme estipuladas nas Escrituras em Romanos 13.
Nosso propósito, neste post, é estudar as ações de Absalão registradas no capítulo 15 de 2 Samuel, versos 1 a 12, identificando algumas peculiaridades de sua pessoa e caráter para que sirva de alerta à nossa percepção do mundo político e da busca pelo poder. Acreditamos que essas características são reflexos da natureza humana submersa em pecado. Devemos aprender, portanto, que devemos resguardar nosso apoio irrestrito, a tais pessoas de intensa ambição. Devemos também agir responsavelmente como cidadãos cristãos, na medida do possível, para que as instituições que tais pessoas pretendem governar sejam também resguardadas.


As Características de Absalão

Vejamos, 10 características do político astuto e matreiro que foi Absalão, conforme o relato que temos no capítulo 15 do Segundo livro de Samuel:

1. Ostentação e demonstração de poder. No verso 1, lemos: “Depois disto, Absalão fez aparelhar para si um carro e cavalos e cinqüenta homens que corressem adiante dele”. No capítulos 13 e 14 lemos como Absalão ficou foragido, após assassinar seu irmão. Aparentemente, Davi tinha grande amor por Absalão e, após três anos dos acontecimentos que culminaram no assassinato e fuga, Davi o recebe de volta. Absalão era famoso. Em 2 Sm 14.25 lemos que ele era “celebrado” por suas qualidades físicas invejáveis e impecáveis. Possivelmente tudo isso havia “subido à cabeça”. Em vez de assumir uma postura de humildade e contrição, em seu retorno, o texto nos diz que ele trafegava em uma carruagem com cavalos. Semelhantemente a tantos políticos contemporâneos ele se deleitava na ostentação e na demonstração de poder. Nesse sentido, formou um extraordinário séquito de “batedores” – cinqüenta homens que corriam “adiante dele”. Certamente tudo isso contribuía para chamar ainda mais atenção, para a sua pessoa, e ia se encaixando nos planos que possuía, para a tomada do poder. Vamos ter cuidado com aqueles que buscam a ostentação e a demonstração do poder que já possuem, pois irão aspirar sempre mais e mais, às custas de nossa liberdade.
2. Comunicação convincente. O verso 2, diz: “Levantando-se Absalão pela manhã, parava à entrada da porta; e a todo homem que tinha alguma demanda para vir ao rei a juízo, o chamava Absalão a si e lhe dizia: De que cidade és tu? Ele respondia: De tal tribo de Israel é teu servo...”. Parece que Absalão não era preguiçoso. Levantava-se cedo e já estava na entrada da cidade, falando com as pessoas. Possivelmente tinha facilidade de comunicação, de “puxar conversa”. Identificava aqueles que tinham necessidades, aqueles que procuravam acertar alguma disputa e logo entrava em conversação com eles. Certamente essa é uma das características que nunca falta aos que aspiram o poder. Devemos olhar além da forma – devemos atentar para o conteúdo e a substância, procurando discernir os motivos do comunicador.
3. Mentira. O verso 3 mostra que Absalão era mentiroso. Era isso que Absalão comunicava àqueles com os quais ele conversava, com os que tinham demandas judiciais a serem resolvidas: “Então, Absalão lhe dizia: Olha, a tua causa é boa e reta, porém não tens quem te ouça da parte do rei”. Descaradamente ele minava a atuação, autoridade e função do rei Davi, seu pai. Com a “cara mais limpa”, como muitos políticos com os quais convivemos, passava uma falsidade como se fosse verdade. Certamente existia quem ouvisse as pessoas, em suas demandas. Certamente, nem toda causa era “boa e reta”, mas Absalão não estava preocupado com isso, nem com a verdade. Ele tinha os seus olhos postos em situação mais remota. Ele queria o poder a qualquer preço. Para isso não importava se ele tinha que atropelar até mesmo o seu pai. Não sejamos crédulos às afirmações inconseqüentes, às generalizações mentirosas de tantos que aspiram o poder.
4. Ambição e engano. O verso 4, confirma a linha de ação adotada por Absalão, na trilha da decepção: “Dizia mais Absalão: Ah! Quem me dera ser juiz na terra, para que viesse a mim todo homem que tivesse demanda ou questão, para que lhe fizesse justiça!” Será que realmente acreditamos que o malévolo Absalão estava mesmo preocupado com o julgamento reto das questões? Será que ele tinha verdadeira “sede e fome de justiça”? A afirmação demonstra, em primeiro lugar que a sua ambição era bem real – ele queria ser “juiz na terra” – posição maior que era ocupada pelo rei seu pai. Quanto à questão de “fazer justiça” – será que realmente podemos acreditar? Certamente com a demonstração de impiedade e injustiça que retratou posteriormente, quando ocupou o poder, mostra que isso era ledo engano aos incautos. Quantas pessoas terão sido iludidas por ele! Quantas o apoiaram porque acharam que ali estava a resposta a todas as suas preces e anseios – “finalmente, alguém para fazer justiça”! Como é fácil sermos iludidos e enganados em nossas necessidades! Não sejamos ingênuos para com promessas que não poderão ser cumpridas.
5. Bajulação. No verso 5, vemos como Absalão era mestre em adular aos que lhe interessavam: “Também, quando alguém se chegava para inclinar-se diante dele, ele estendia a mão, pegava-o e o beijava”. Que político charmoso! Estava prestes a receber um cumprimento, mas ele se antecipava! Com uma modéstia que era realmente falsa, como veríamos depois, ele fazia as honras para com o que chegava. Realmente era uma pessoa que sabia fazer com que os que o visitavam se sentissem importantes. Sempre gostamos de receber um elogio, de sermos bem tratados. Tenhamos a percepção de verificar quando existem interesses ocultos ou motivos noturnos por trás da cortesia aparente.
6. Furto de corações – O despertar de seguidores ferrenhos! O verso 6 fala literalmente dessa característica. Não, Absalão não violava sepulturas, nem estava interessado em transplantes de órgãos. Mas no sentido bem coloquial ele “roubava corações”: “Desta maneira fazia Absalão a todo o Israel que vinha ao rei para juízo e, assim, ele furtava o coração dos homens de Israel”. Com as ações descritas nos versos precedentes, Absalão angariava seguidores apaixonados por seu jeito de ser. Sua bandeira de justiça livre e abundante para todos, capturava o interesse, atenção e lealdade dos cidadãos de Israel. Não importava se havia um rei, legitimamente ungido pelo profeta de Deus. Aqui estava um pretendente ao poder que prometia coisas muito necessárias. Que era formoso de parecer. Que falava bem. O que mais poderiam as pessoas esperar de um governante? Será que alguém se preocupou em averiguar a sinceridade das palavras e das proposições? Será que alguém tentou aferir se as promessas proferidas eram possíveis de ser cumpridas? O alerta é para cada um de nós, também.
7. Falsa religiosidade – Os versos 7 a 9 registram: “Ao cabo de quatro anos, disse Absalão ao rei: Deixa-me ir a Hebrom cumprir o voto que fiz ao SENHOR, Porque, morando em Gesur, na Síria, fez o teu servo um voto, dizendo: Se o SENHOR me fizer tornar a Jerusalém, prestarei culto ao SENHOR”. É incrível como muitos políticos, mesmo desrespeitando os mais elementares princípios éticos, pretendem, em ocasiões oportunas, demonstrar religiosidade e devoção. No transcorrer do texto, vemos que tudo não passava de casuísmo, da parte de Absalão. Ele procurava costurar alianças. Procurava trafegar pela terra realizando os seus contatos, mas a fachada era a sua devoção religiosa. Pelo amor ao poder, antigos ateus declarados, se apresentaram como religiosos devotos. No campo evangélico deve haver uma grande conscientização de que existe uma significativa força eleitoral e política. Na busca pelo voto evangélico, muitos se declaram adoradores do Deus único e verdadeiro. Não nos prendamos às palavras, mas examinemos a vida e as obras de cada um, à luz das idéias que defendem. Vejamos também se as propostas apresentadas se abrigam ou contradizem os princípios da Palavra de Deus.
8. Conspiração – O verso 10, mostra que, finalmente, Absalão partiu para a conspiração aberta: “Enviou Absalão emissários secretos por todas as tribos de Israel, dizendo: Quando ouvirdes o som das trombetas, direis: Absalão é rei em Hebrom”. Insurgiu-se de vez contra o rei que havia sido ungido por Deus, para governar Israel. Não – ele não era um democrata que queria instalar uma república naquela terra. Valia-se de sua personalidade magnética, do seu poder de comunicação e das ações comentadas e registradas nos versos anteriores, para instalar um governo que seria não somente despótico, como opressor e abertamente imoral (2 Sm 16.22). Que Deus nos guarde dos políticos conspiradores, que desrespeitam as leis e autoridades e que são egoístas em sua essência.
9. Utilização de inocentes úteis – Leiamos o verso 11: “De Jerusalém foram com Absalão duzentos homens convidados, porém iam na sua simplicidade, porque nada sabiam daquele negócio”. Certamente essas duzentas pessoas, selecionadas a dedo, eram pessoas importantes e influentes. Certamente transmitiram a impressão que havia um apoio intenso e uniforme às pretensões de Absalão. Vemos que não é de hoje que as pessoas participam de uma causa sem a mínima noção de todas as implicações que se abrigam sob o apoio prestado. Devemos procurar pesquisar e estarmos informados sobre as causas públicas e sobre as questões que afetam a nossa vida e a da nossa nação. Nunca devemos permitir que sejamos utilizados como “inocente úteis” em qualquer causa, como foram aqueles “convidados” de Absalão.
10. Populismo – O verso 12 registra: “Também Absalão mandou vir Aitofel, o gilonita, do conselho de Davi, da sua cidade de Gilo; enquanto ele oferecia os seus sacrifícios, tornou-se poderosa a conspirata, e crescia em número o povo que tomava o partido de Absalão”. Vemos que, saindo do estágio secreto, a campanha ganhou as ruas e ganhou intensa popularidade, ao ponto em que um mensageiro chegou a dizer a David (v. 13) “o coração de todo Israel segue a Absalão”. Um dos ditos populares mais falsos é: “a voz do povo é a voz de Deus”. Não nos enganemos – muitas questões são intensamente populares, mas totalmente contrárias aos princípios da Palavra. Assim é também com as pessoas – a popularidade não é um selo de aprovação quanto ao comportamento ético e justo. Democracia (a regência pela maioria do povo) não é uma forma de se estabelecer o que é certo e o que é errado, mas uma maneira administrativa de se reger o governo sob princípios absolutos que não devem ser manipulados pela maioria, ou por minorias que se insurgem contra esses preceitos de justiça. Como cristãos, devemos ter uma visão muito clara dos princípios eternos de justiça, ética e propriedade revelados por Deus em Sua Palavra.

Conclusão

A história de Absalão que se iniciou no capítulo 13, continua até o capítulo 18. Absalão sempre gravitou próximo ao poder, mas aspirava o poder absoluto. Para isso, fez campanha, conspirou e lutou contra o seu próprio pai. Aparentemente esse político astuto foi bem sucedido. Foi alçado ao poder e lá se consolidou perseguindo e aniquilando os seus inimigos, entre os quais classificou o seu pai Davi, a quem tentou, igualmente, matar. Ocorre que os planos de Deus eram outros. Seu conturbado reinado foi de curta duração. Causou muita tristeza, operou muita injustiça e terminou seus dias enganchado pelos cabelos em uma árvore, enquanto fugia, e foi morto a flechadas.
Parece que vivemos permanentemente em campanha eleitoral, em nossa terra. A política, naturalmente, desperta fortes paixões, interesses e defesas. Muitos políticos, em sua busca pelo poder, passam a demonstrar muitas características demonstradas na vida de Absalão. É natural que alguém que almeja um cargo de liderança qualquer, possua um comprometimento intenso às suas idéias e objetivos. Os partidários, também submergem nesse mesmo espírito de luta. O problema vem quando a paixão, quer pelo líder, quer pelo poder, leva à cegueira moral, como na vida de Absalão. Nesse caso, desaparece a ética e princípios são atropelados. Os partidários, às vezes até sem perceberem, são sugados e manipulados. Em muitas ocasiões verificam que se encontram em uma posição de defender até o que não acreditam.
O cristão tem que se esforçar para ter uma consciência e vida tranqüila e serena perante Deus e perante os homens. Ele tem que se conscientizar que a sua lealdade é primordialmente para com Deus, para com a Sua Palavra objetiva, para com a causa do evangelho. Participação política consciente não significa lealdade inconseqüente. Na maioria das vezes o cristão verificará que se apoia esse ou aquele candidato, assim o faz não porque ele é o ideal e defensável em qualquer situação, mas porque representa o menor dos males, entre as escolhas que lhes são apresentadas. Sobretudo ele não pode se deixar manipular, como no caso dos seguidores de Absalão. Devemos, sempre, com respeito, apontar o desrespeito aos princípios encontrados nas Escrituras, por aqueles sobre os quais Deus colocou a responsabilidade de liderar o governo e as instituições de nosso país, lembrando 1 Tm 2.1-8, intercedendo sempre por eles em oração.

Como vaso nas mãos do oleiro

Por Hernandes Dias Lopes
Deus disse ao profeta Jeremias: "Dispõe-te, e desce à casa do oleiro, e lá ouvirás as minhas palavras. Desci à casa do oleiro, e eis que ele estava entregue à sua obra sobre as rodas. Como o vaso que o oleiro fazia de barro se lhe estragou na mão, tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu" (Jr 18.1-4).

Esse episódio enseja-nos algumas preciosas lições espirituais.

1- Deus não desiste de trabalhar em nossa vida - O profeta Jeremias vai à casa do oleiro não para levar uma mensagem, mas para receber uma mensagem. Ali, viu o trabalho cotidiano de um oleiro que se entrega à tarefa de moldar vasos. Quando um vaso se estraga em suas mãos, ele não joga o barro fora; antes, molda-o mais uma vez e faz dele um novo vaso. Assim, Deus faz com sua vida. Ele não desiste de você. Ele não abdica do direito que tem de trabalhar em sua vida. Somos muito preciosos para Deus para ele nos descartar como se descarta algo sem valor.
2- Deus trabalha em nós antes de trabalhar através de nós - Um vaso é feito para um propósito. Ele sempre tem uma utilidade. Um vaso defeituoso, com rachaduras ou trincamentos, não pode cumprir o propósito para o qual foi criado. O oleiro, pacientemente, tornou a fazer do vaso estragado outro vaso, um vaso novo. Assim Deus faz com você. Antes de usar sua vida, ele trabalha em sua vida. Deus está mais interessado em quem você é do que no que você faz. Caráter é mais importante do que desempenho. Vida precede ministério. Antes de Deus trabalhar através de você, ele trabalha em você.
3- Deus não faz reparos no vaso velho, ele faz um vaso novo - A vida cristã não é apenas aplicar uma fina camada de verniz ético nas rachaduras do nosso caráter. A obra de Deus em nós não é uma reforma da estrutura do velho homem. Deus modela o barro e faz dele um novo vaso. Em Cristo somos novas criaturas. As coisas antigas ficaram para trás. Tudo se fez novo. Nascemos de novo, do alto, de cima, do Espírito Santo. Temos um novo nome, uma nova mente, um novo coração, uma nova família, uma nova Pátria.
4- Deus não faz um vaso segundo o desejo do homem, mas conforme sua soberana vontade - O oleiro faz um vaso novo conforme lhe apraz. Não é o barro que determina ao oleiro a forma e o propósito para o qual é criado. O oleiro é soberano sobre o barro. O oleiro é livre para fazer do barro o vaso que deseja. O apóstolo Paulo pergunta: "Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim?" (Rm 9.20). Não é a nossa vontade que deve prevalecer no céu, mas a vontade de Deus que deve ser feita na Terra.
5- Deus não dispensa nenhuma etapa ao fazer um vaso de honra - Como oleiro, Deus não faz um vaso de pedra, pois esta resiste a ser moldada. Deus não trabalha com areia, pois esta não tem liga. Deus não lida com lama, pois esta apenas suja as mãos do oleiro. Deus molda o vaso de barro. Este tem liga e se submete à modelagem que o oleiro deseja. Depois, esse vaso é levado ao forno. O fogo não o destrói, mas o torna sólido e útil. Em seguida, o vaso é destinado ao uso para o qual foi feito. Nós fomos criados para o louvor da glória de Deus. Devemos ser vasos preciosos, limpos, úteis. Somos vasos de honra preparados para toda boa obra. Devemos ser vasos cheios do Espírito Santo de Deus. Nós somos vasos que em si mesmos têm pouco valor; porém, somos vasos que transportam um tesouro de valor inestimável. Bendito oleiro, que nos fez do barro e para nos salvar entrou no barro, encarnou-se e habitou entre nós, para fazer de nós vasos de honra, úteis para toda boa obra.