domingo, 25 de dezembro de 2011

Pão, Circo e (in)culto!


Tenho acompanhado através de sites e blogs cristãos na internet a crescente preocupação com o volume absurdo de invencionices, modismos e heresias que afloram nas igrejas ditas evangélicas. Seria hilário – se não fosse trágico – a capacidade de criação de tamanhos absurdos.
E o pior: existe uma legião de crentes idólatras que defendem com unhas e dentes os criadores de tamanhas bizarrices, muitos por ignorância, outros por vontade.
A cada dia, percebe-se que a igreja evangélica institucional se afasta do Evangelho e é levada “em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente” (Efésios 4.14). O rebanho, magro e desnutrido biblicamente, é facilmente ludibriado por tais líderes.

Pão e Circo

Assim como na Roma antiga – no que diz respeito ao social – alguns líderes evangélicos praticam com o povo a política “panem et circenses” (política do pão e circo) – no aspecto espiritual. Nos dias da Roma antiga, devido a fatores socioeconômicos, houve um considerável êxodo dos moradores das regiões rurais em direção a Roma. Sem emprego e sem ter o que comer, a multidão se tornava um perigo crescente para ordem social, levando o império a tomar uma decisão que entorpeceria o povo, fazendo-os esquecer da realidade.
Tudo muito simples: de modo constante ocorriam lutas envolvendo gladiadores nos estádios, sendo o Coliseu o mais conhecido de todos. Durante as lutas o povo era “gentilmente” alimentado. Enquanto se divertiam com o show de horrores e se alimentavam, a multidão ficava “domada”, tranqüilizando os dominadores sociais.
E hoje em dia, o que temos visto em locais que, hipoteticamente, deveriam se concentrar na exposição das Escrituras? A pregação bíblica, doutrinariamente correta, que acordaria o povo brasileiro foi substituída por pão e circo. Rápidos em domesticar seus discípulos, alguns lideres evangélicos criam uma parafernália tão grande de remendos que assusta e nos faz perguntar: qual o limite disso tudo? Onde isso vai parar?
Os mais nervosos da ala que advoga por seus líderes costumam dizer: “Peraí, eles estão pregando o Evangelho e ganhando almas, e vocês, críticos?”. Argumento tão superficial e raso como uma poça d’água. E se estão de fato pregando o Evangelho, sempre fica a pergunta: Que Evangelho é esse? Que Jesus é esse? Ganhando almas e suprimindo cérebros?

A igreja evangélica tem inflado – e não crescido – com um contingente que não ousa pensar, não ousa raciocinar, não ousa sequer consultar nas Escrituras a veracidade do que seus dominadores (vide bispos, apóstolos, levitas, profetas) anunciam. Voltemos ao exemplo da igreja primitiva de Beréia (Atos 17.11), pelo amor que devemos ter ao Reino de Deus!

Padres pedófilos mancham a imagem do Vaticano


O Vaticano passa pela crise mais grave vivida pela Igreja em muitas décadas. As acusações se tornam corriqueiras e os escândalos começam a comprometer a própria credibilidade da cúpula papal. Uma pesquisa divulgada esta semana mostra que na própria Alemanha, terra natal do papa, a descendência da fé tem se agravado. Ela mostra que apenas 24% dos alemães continuam acreditando no papa; uma semana antes esse número era de 38%. A confiança na Igreja é ainda menor: era de 29% e caiu para 17%. E mesmo quando são considerados apenas os católicos, a queda é considerável: em janeiro a aprovação do papa era de 62%; agora, é de 39%. Em relação à Igreja, a queda foi de 56% para 34%.

Escândalos no clero católico

Desde o início de 2010, pelo menos 300 pessoas acusaram padres católicos da Alemanha de abuso sexual ou físico. As alegações estão sendo investigadas em 18 das 27 dioceses da Igreja Católica no país natal do papa Bento XVI.

No ano passado, dois documentos que examinaram acusações de pedofilia entre clérigos da Irlanda relevaram a profundidade do problema no país, com casos de abuso, acobertamentos e falhas hierárquicas envolvendo milhares de vítimas durante várias décadas.

Um dos documentos mostrou que quatro arcebispos de Dublin fizeram vista grossa para casos de abuso ocorridos entre 1975 e 2004.

Ainda neste mês de março, bispos da Holanda pediram uma investigação independente diante de mais de 200 acusações de abuso sexual de crianças por padres, além de três casos ocorridos entre 1950 e 1970.

Na Itália, em janeiro de 2009, vários homens deficientes auditivos vieram a público para dizer que foram abusados quando eram crianças no Instituto para Surdos Antonio Provolo, na cidade de Verona, entre 1950 e 1980.
Na Áustria, acusações independentes de abuso sexual infantil por padres surgiram em várias regiões do país.
Na Suíça, uma comissão formada pela Conferência dos Bispos da Suíça em 2002 vem investigando acusações de abuso envolvendo religiosos do país. Com informações da BBC
Já no Brasil, a polícia de Alagoas deve começar, ainda esta semana, a analisar a cópia de uma gravação que pode resultar nas primeiras prisões dos supostos integrantes da Máfia da Pedofilia, investigada a partir de uma série de denúncias contra padres de Arapiraca exibidas em nível nacional no programa Conexão Repórter, apresentado pelo jornalista Roberto Cabrini, no SBT.

Católicos pedem a saída do Papa
O movimento católico progressista alemão Iniciativa Igreja de Baixo (IKvU, na sigla em alemão) pediu a saída do papa Bento XVI devido as evidências contundentes de casos de pedofilia surgidos na Alemanha envolvendo o clero do país.

“Seria um gesto purificador se [Joseph] Ratzinger dissesse: ‘sou um obstáculo a uma purificação da Igreja. Me demito’”, declarou o diretor do movimento, Bernd Goehring, segundo informações do jornal Financial Times Deutschland.

Denúncia

Em meio às crescentes acusações de abuso sexual por padres na Europa e à pressão para que os bispos, em sua maioria na Irlanda, renunciem por não denunciar os casos às autoridades civis, o jornal americano The New York Times publicou uma reportagem sobre o reverendo Lawrence Murphy, acusado de abusar sexualmente de até 200 garotos surdos nos Estados Unidos entre os anos 1950 e 1970.
Entre os 25 documentos internos da Igreja que o jornal divulgou em seu site estava uma carta de 1996 sobre Murphy ao cardeal Joseph Ratzinger, então a principal autoridade doutrinária do Vaticano e agora Papa, mostrando que ele havia sido informado sobre o caso. Segundo o New York Times, ele teria se recusado a punir o padre Murphy. O Vaticano justificou, explicando que Joseph Ratzinger não havia sido informado senão 20 anos depois, quando o padre em questão estava velho e doente.
Em outra edição, o jornal americano acusou Bento XVI, então arcebispo de Munique, de ter deixado um sacerdote pedófilo alemão retomar suas atividades numa paróquia, sob o risco de cometer novos abusos. O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, desmentiu.

Mergulhado na crise

O clero católico parece que está mergulhado num poço sem fundo das crises. A cada dia surgem denúncias de abusos sexuais cometidos pelos padres ao redor do mundo, e muitos desses casos foram encobertos durante anos e somente em 2010 vieram à tona.