quinta-feira, 31 de maio de 2012

AS FESTAS JUNINAS E A LIBERDADE CRISTÃ

Um cristão protestante pode participar de festas juninas? Três respostas têm sido dadas a esta pergunta. Primeiro, há os que dizem “sim”, uma vez que entendem as festas juninas como celebrações cristãs. Afirma-se, nesse caso, que estamos diante de festejos ligados a personagens bíblicos tais como João Batista, Pedro e Paulo e isso, por si só, legitima tais festas como integrantes do calendário cristão. Essa é a posição defendida pela Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR). Outros respondem com um absoluto “não”. Entendem que o modo como o Catolicismo Romano ensina sobre os santos não é bíblico. A Bíblia não prescreve nenhuma festa ligada aos profetas ou apóstolos, muito menos a nenhum ser humano canonizado pela igreja. Não há espaço para a crença em santos mediadores. Segundo as Escrituras “há um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1Tm 2.5). Essa é a posição defendida pela maioria dos evangélicos tradicionais. Uma terceira resposta inicia com um “não”, afirmando que os cristãos protestantes devem afastar-se das comemorações romanistas das festas juninas e, ao mesmo tempo, finaliza com um “sim”, abrindo espaço para a realização de arraiais gospel – festas caipiras evangélicas. Essa posição tem sido defendida por alguns evangélicos. Aqui é recomendável lembrar as palavras do apóstolo Paulo: Portanto, meus amados, fugi da idolatria. Falo como a criteriosos; julgai vós mesmos o que digo. Porventura, o cálice da bênção que abençoamos não é a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, embora muitos, somos unicamente um pão, um só corpo. Considerai o Israel segundo a carne; não é certo que aqueles que se alimentam dos sacrifícios são participantes do altar? Que digo, pois? Que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Ou que o próprio ídolo tem algum valor? Antes, digo que as coisas que eles sacrificam, é a demônios que as sacrificam e não a Deus; e eu não quero que vos torneis associados aos demônios. Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. Ou provocaremos zelos no Senhor? Somos, acaso, mais fortes do que ele? (1Co 10.14-22). Um dos fatos a destacar é que, no texto em questão, Paulo trata da participação dos cristãos em refeições realizadas no contexto de rituais pagãos (Bíblia de Estudo de Genebra, 1. ed., 1999, nota 10.14, p. 1357). Sua convicção é que o cristão não deve participar de coisas ligadas à idolatria; tal ligação, em última instância, corresponde a uma “associação” com os demônios. Para o apóstolo, o problema era que os crentes, ao comer alimentos oferecidos aos ídolos, depreciavam sua comunhão com Deus na Santa Ceia, ou seja, agiam de modo inconsistente com a aliança, e, deste modo, provocavam o “zelo” do Senhor (1Co 10.18-22). Isso pode ser transposto à questão das festas juninas por meio de um argumento de quatro pontos, qual seja: A veneração aos santos da ICAR, por ferir não apenas a recomendação de 1Timóteo 2.5, mas também Êxodo 20.3-6, é idolatria. As festas juninas, ligadas à veneração dos santos romanistas, são idólatras. O cristão, de acordo com 2Coríntios 10.14, deve fugir da idolatria. Portanto, o cristão deve fugir das festas juninas. Anteriormente eu entendia que não havia problema em uma criança participar dos festejos juninos de sua escola. Hoje penso que o melhor é os pais explicarem a essa criança as razões pelas quais ela não participará da festa junina. É mais instrutivo, bíblico e edificante. Mas, o que dizer da “alma caipira” que reside em nós, que nos motiva a acender fogueira, assar mandioca e batata-doce e comer bolo de fubá? Qual o problema, por exemplo, de realizar uma noite caipira ao som de modas de viola e, quem sabe, até brincar inocentemente de quadrilha evangélica? Ou criar uma “Festa dos Estados”, com barracas de comidas típicas ou algo semelhante, quem sabe até como estratégia para atrair visitantes? Inicialmente, declaro meu respeito aos colegas pastores e irmãos em Cristo que não enxergam problemas na realização desse tipo de atividade. Eu mesmo já acreditei que isso podia ser feito sem prejuízos para o testemunho cristão e fiz isso de muito boa fé, com a alma sincera diante de Deus. No entanto, mudei de posição. Hoje, creio que a produção de versões evangélicas de festas juninas não é recomendável por algumas razões. Primeiro, porque estamos saturados de versões gospel de tudo: Temos uma quase inesgotável lista de práticas e “produtos” gospel. É preciso compreender que não fomos chamados a imitar o mundo e sim a transformá-lo (1Jo 2.15-17). Em segundo lugar, há outro problema denominado associação. É possível que, ao participar de uma festa junina gospel, sejam feitas associações com o evento original, de origem e significado idolátricos – queiramos ou não, festas juninas estão ligadas às crenças da ICAR. Cristãos sensíveis podem sentir um desconforto inexplicável diante disso. Visitantes interessados na fé protestante exigirão explicações mais detalhadas sobre as razões da realização de tal noite caipira “calvinista”. Sendo assim, parece-me mais adequado considerar as festas juninas evangélicas entre aquelas coisas que o apóstolo Paulo chama de lícitas, mas inconvenientes e não-edificantes (1Co 10.23). Nessas questão, pensemos primeiramente nos interesses do corpo de Cristo, e não nos nossos (1Co 10.24). Não sou contra comer bolo de milho, ou canjica, ou pé-de-moleque. Gosto de batata-doce assada na brasa e me delicio com um bom curau e uma música caipira de raiz. Desfrutemos dessas coisas, porém, na privacidade de nossos lares ou fora do contexto de festas caipiras nos meses de junho e julho. Não porque tais iguarias sejam pecaminosas em si, mas para evitar associações indesejáveis. Somos livres para participar de festas juninas? Não. Ao participarmos de tais festas, nos ligamos em idolatria. Devemos realizar eventos caipiras gospel? Devemos participar de tais atividades? Também não. Nesse segundo caso, não porque haja idolatria envolvida, mas porque há o perigo de associações indesejáveis. O ideal é que fortaleçamos nossa identidade cristã, bíblica e protestante, desvinculando-nos de qualquer aparência do mal (1Ts 5.22).

terça-feira, 29 de maio de 2012

A teologia destrói a fé

Um dia desses fui procurado por um jovem obreiro que me abordou com o seguinte argumento: professor aprendi em minha antiga igreja que a teologia destrói a nossa fé. Hoje, estou em outra denominação e tenho desejo de estudar teologia, mas tenho medo! O jovem então definiu me perguntando: é verdade que a teologia destrói mesmo a fé das pessoas? Subitamente lhe respondi: Sim meu irmão, a teologia destrói a fé das pessoas! E prossegui: a teologia destrói sua fé medíocre e flácida e lhe dá uma fé verdadeira e ampla. A teologia destrói a sua fé sem base e sem vida e lhe dá uma fé avivada e contagiante. A teologia destrói a sua fé duvidosa, limitada, frágil, anêmica e temerosa e lhe proporciona uma fé superior e fortalecida. Infelizmente algumas pessoas herdaram um conceito de teologia tão desequilibrado que chega a se tornar até mesmo antibíblico. É importante saber que a causa da existência de principais vitalidades na esfera cristã, se deu justamente por causa de teólogos com fervor espiritual e de uma teologia comprometida com a Verdade. Quero aqui apresentar os três gigantes momentos da questão em destaque: A Reforma Protestante, A Bíblia para todo o povo e a Expansão do Evangelho de Cristo. Se hoje existe a Igreja Evangélica, os Movimentos Evangélicos, Os Grupos Musicais na Igreja, As Agências Missionárias, Os pastores, Ministros e tudo que envolve o protestantismo, a causa e efeito maior foi justamente a ação de teólogos, que movidos pelo poder de Deus e conhecimento profundo nas Escrituras Sagradas, denunciaram na época a decadência da Igreja Romana, e buscaram a restauração da Igreja de Cristo, que estava num caminho de podridão, desvio doutrinário e decadência espiritual por parte da visão deturpada de seus “líderes”. Os nomes que fizeram parte dessa grande “reação” foram de Martinho Lutero (1483-1546), John Calvino (1509-1564), Úlrico Zwínglio (1484-1531), John Knox e muitos outros que incrivelmente eram Teólogos com a mais acadêmica formação em teologia. Lutero era Doutor em Teologia e professor de uma grande universidade, Calvino foi um teólogo tão expressivo que se tornou responsável pela sistematização doutrinária e pela expansão do protestantismo reformado. Zwínglio foi considerado o “pai do protestantismo reformado”. John Knox por sua vez se tonou o teólogo da Escócia. Estudou teologia e foi ordenado sacerdote, possivelmente em 1536. Todo esse mover de Deus por meio dos Teólogos e da teologia ficou conhecido como Reforma Protestante. As igrejas evangélicas (históricas, pentecostais, neopentecostais, comunidades cristã, etc.) são todas dessa mesma raiz, salvo é claro os pequenos movimentos desde a Idade Média, que bem antes rejeitavam as práticas romanas. Como pode então a teologia destruir a fé das pessoas? Outra grande verdade que exponho aqui é a questão das Traduções da Bíblia. Elas chegaram a nossas mãos! A Igreja Romana havia proibido a leitura da Bíblia aos leigos, ao povo. Por centenas de anos a Bíblia era uma exclusividade dos bispos, padres e autoridades do clero. Nem mesmo a Escritura nas diversas línguas era possível, pelo contrário, um ato desse seria uma grande “blasfêmia”, “heresia” de acordo com a Igreja Romana. Mais uma vez homens dotados de teologia e de profundo conhecimento bíblico se colocam á disposição de Deus para serem instrumentos de bênçãos para o mundo. Deus começa então um novo mover, as várias traduções da Bíblia se tornam um marco na história da Igreja Evangélica. Os reformadores defendiam as Escrituras Sagradas como única regra de fé e prática para todos os cristãos. Bem antes da Reforma Deus já havia iniciado essa grande obra, movendo o coração de um homem chamado John Wycliffe (1328-1384). Esse era professor da Universidade de Oxford e Teólogo de expressiva erudição, considerado um dos precursores da Reforma Protestante. Wycliffe trabalhou na primeira tradução da Bíblia para o idioma inglês, que ficou conhecida como a Bíblia de Wycliffe. A tradução de Wycliffe foi perseguida, ironizada, ridicularizada pelo romanismo, mas Deus levantou adiante outro teólogo chamado Willian Tyndale. A obra na pára. Lutero mesmo traduziu as Escrituras para o alemão. A sua tradução foi tão importante para o povo do seu país que estudiosos têm considerado Lutero como o pai da língua alemã. Um primo de Calvino traduziu a Bíblia para o Francês. A famosa versão King James, considerada a mais “perfeita” tradução foi produzida na Inglaterra, o sínodo de Dort, na Holanda, promoveu a tradução para o holandês. Meio século mais tarde, mas ainda como fruto da Reforma, João Ferreira de Almeida traduziu a Bíblia para a língua Portuguesa. Desde então, centenas de línguas têm recebido o texto Sagrado. Tudo isso está interligado á expansão do Evangelho de Cristo em todo o mundo. Por meio de uma igreja saudável e doutrinariamente ortodoxa, cheia de vida, restaurada, o poder de Deus e da chama do Evangelho pelas nações do planeta têm sido vistos a cada dia. Isso foi o poder de uma Teologia verdadeiramente fiel e bíblica. Ela jamais destruirá a fé das pessoas, mas as conduzirá como sempre fez, ao compromisso e conhecimento do Deus Verdadeiro. A única teologia que destrói a fé das pessoas é aquele que fere a Verdade, é a teologia interesseira, sem vida e sem os propósitos da Palavra. No demais, lembremos das palavras de Calvino: “Os erros jamais podem ser arrancados do coração humano, enquanto não for nele implantado o verdadeiro conhecimento de Deus.” [João Calvino, As Institutas – edição Clássica, Vol I, pag. 74, Ed Cep].

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Por que Jesus morreu na cruz?

A cruz de Cristo não foi um acidente, mas um apontamento de Deus desde a eternidade. Cristo veio para morrer. Ele foi morto desde a fundação do mundo. Ele nasceu para ser o nosso substituto, representante e fiador. A cruz sempre esteve incrustrada no
coração de Deus, sempre esteve diante dos olhos de Cristo. Ele jamais recuou da cruz. Ele marchou para ela como um rei caminha para a coroação. O amor de Deus por nós é eterno. A causa do amor de Deus está nele mesmo. Em sua mensagem no dia de Pentecostes, Pedro afirmou esta verdade quando disse que Jesus fora “entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus” (At 2.23). Pedro se achava presente quando tudo aconteceu; ele sabia que o Calvário não foi uma surpresa para Jesus. Anos mais tarde, quando escreveu a sua primeira epístola, Pedro chamou Jesus de Cordeiro que foi “conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo” (1Pe 1.20). Pode alguma coisa ser mais clara? [1]. Apesar de Jesus ter se dado em nosso lugar, e isso é claro como temos visto até aqui, no entanto nós somos culpados por sua morte na cruz. É muito fácil culpar o povo judeu, Herodes, Pilatos e até os soldados romanos, mas saiba de uma coisa, se nós estivéssemos no lugar deles teríamos feito a mesma coisa. Deveras, nós o fizemos. Pois sempre que nos desviamos de Cristo, estamos “crucificando” para nós mesmos o Filho de Deus, e o “expondo à ignomínia” (Hb 6.6). Nós também sacrificamos Jesus à nossa ganância como Judas, à nossa inveja como os sacerdotes, à nossa ambição como Pilatos. Estávamos lá quando crucificaram o meu Senhor. Não apenas como espectadores, mas também como participantes, participantes culpados, tramando, traindo, pechinchando e entregando-o para ser crucificado. Como Pilatos, podemos tentar tirar de nossas mãos a responsabilidade por meio da água. Mas nossa tentativa será inútil quanto foi a dele [2]. A pergunta persiste, porque Cristo morreu na cruz? Em primeiro lugar Cristo morreu na cruz do Calvário para nos dar vida. Jesus no Evangelho de João 10.10 nos diz que Ele veio para nos dar vida e vida em abundância. Só necessita de vida quem está morto e o apóstolo Paulo nos fala em Ef 2.1: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados”. A condição do homem sem Deus é desesperadora. O diagnóstico que Paulo faz se refere ao homem caído em uma sociedade caída em todos os tempos e em todos os lugares. Esse é um retrato da condição humana universal. O pecado não é uma dessas enfermidades que alguns homens contraem e outros não. É algo em que todo ser humano está envolvido e de que todo ser humano é culpado [3]. A Bíblia nos fala que “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23a), e não há graus de morte, só graus de decomposição. O pecador perdido que diz: “Não sou tão mau quanto outras pessoas”, não está captando a mensagem. A questão não é decadência, é morte [4]. Jesus morreu para que tivéssemos vida! Mas se o salário do pecado é a morte, nos diz Rm 6.23b que “o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”. O pecado paga salários a seus escravos – e o salário é a morte. Deus nos dá, não salário, mas algo melhor e muito mais generoso: por sua graça, ele nos dá a vida eterna como dom – a vida eterna que nos pertence por nossa união com Cristo [5]. A palavra grega Charisma, por sua vez, é uma dádiva da graça de Deus. Portanto, se estamos prontos a receber aquilo que merecemos, só pode ser a morte; já a vida eterna é uma dádiva de Deus, inteiramente gratuita e absolutamente imerecida. Ela se alicerça unicamente na morte expiatória de Cristo, e a única condição para recebê-la é que nós estejamos em Cristo Jesus nosso Senhor, isto é, unidos pessoalmente a Ele pela fé [6]. Em segundo lugar Cristo morreu na cruz do Calvário para vivermos para Ele. No momento em que me uno a Cristo eu estou me rendendo a Sua vontade, como disse o apóstolo Paulo em Gl 2.19,20: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim”. Uma coisa é ter Cristo como Salvador outra é tê-lo como Senhor. Um bom exemplo disso nós também encontramos em 2Co 5.14,15: “Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou”. Porque Cristo morreu por nós, agora devemos viver para Ele. Isso é serviço. O Salvador não morreu por nós para vivermos uma vida egoísta e centrada em nós mesmos, mas morreu para vivermos para Ele. Obviamente, não servimos a Cristo para sermos salvos, mas porque já fomos salvos. As nossas boas obras não são a causa da nossa salvação, mas sua consequência [7]. Em terceiro lugar Cristo morreu na cruz do Calvário para que pudéssemos viver com Ele. O céu sempre foi real para Jesus, “o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus” (Hb 12.2). Foi a sua visão do céu que o sustentou quando a caminhada se tornou árdua. Séculos antes, a garantia do céu encorajou Abraão, Isaque e Jacó. Eles mantiveram os olhos fixos na cidade e país que Deus estava preparando para eles (Hb 11.13-16) [8]. Jesus em seu ministério sempre procurou renovar no coração de seus discípulos essa viva esperança.

CD Para Nossa Alegria entra em pré-venda

Já está disponível para pré-venda o primeiro CD da dupla Jefferson e Suellen, os irmãos que ficaram famosos pela gravação da música “Galhos Secos” que ficou conhecida como “Para Nossa Alegria” e este foi o título escolhido para esse trabalho que tem uma proposta bem diferente. Contratados pela Salluz Produções, os jovens evangélicos fizeram um trabalho divertido que deve agradar a todos os públicos, desde crianças até adultos como adiantou a direção da gravadora na hora do contrato. “Entre o fim de maio e início de junho o grande público pode esperar um trabalho muito divertido com canções que irão alegrar os ouvintes de todas as idades e classes sociais”. O vídeo caseiro postado por uma amiga de Jefferson e Suellen fez tanto sucesso que eles já passaram em diversos programas de TV, como Pânico na TV, Eliana e muitos outros, sempre fazendo muito sucesso. Não há informações se no CD há canções religiosas nem se eles conseguiram a autorização para regravar o sucesso da Banda Êxodo, composta por Osny e Osvayr, mas quem quiser reservar seu exemplar pode acessar o site Arte Cristã para adquirir o produto

O Pentecostes e a ganância urbana

Por Derval Dasilio
A pluralidade do mundo atual reflete-se nas cidades gigantescas de nossos dias. Complexidade é a palavra identificadora. Um grande problema urbano. Transporte, trabalho, saneamento, esgotos, hospitais, escolas, logradouros, lazer, etc.. Pluralidade de ideias, de estilos de vida, de culturas, de etnias e línguas. Incompreensão e intolerância marcam o comportamento urbano. A maioria apresenta um cenário desfocado, que nenhuma ditadura, subordinação, ordenação regulamentar, lei, consegue controlar. Construir uma nova ordem a partir da cidade, com políticas públicas razoáveis, igualitárias, é o sonho do administrador eleito. As responsabilidades sobre o governo, porém, estão com os habitantes, levando-se em conta as complexas relações sociais, uma rede desprotegida, desamparada, desarmada e exposta à violência em toda parte. Consagração completa da ruptura humana.
Instalam-se na periferia ou nos bairros mais pobres, as regras caóticas que dominam os centros urbanos. É impossível resistir à lógica da cidade, onde dominam critérios e racionalidades inspiradas em negócios, competição, disputa e dominação. A cidade não é o lugar onde prevalece o desejo claro de se receber o sustento e alcançar qualidade de vida coletiva. É só observar as diferenças entre os núcleos habitacionais populares, a elitização da moradia dentro da geografia urbana, e os lugares preferidos, shopping centers e “thematical parks”. Carências, provações, também são temas que acompanham esta cultura. Nas periferias das cidades e metrópoles milhões conhecem os mesmos sofrimentos, as mesmas doenças, as mesmas desigualdades. Cooptados pela propaganda que incita à ganância, ao consumo, as classes bem-postas fecham os olhos para os desgraçados, financiadas pelo sistema bancário, na “indústria da felicidade aparente”, e seus inúmeros postos de venda. Não importa se o dinheiro é imundo, o sistema financeiro manipula-o para seus fins. A rede de atendimento aos “famintos de felicidade” tornou-se um negócio rendoso, e os usuários, para mantê-la, exigem mais exploração dos que já são super-explorados. Os jovens são mantidos em excitação permanente. Ecstasy, Viagra e “fast-food” são sinalizações orientadoras. Alguma coisa semelhante a uma imensa jaula onde se prende e se controla a fé através da ganância, templos gigantescos propõem as possibilidades de um grande mercado, uma grande produção de fieis à mercê de personalidades midiáticas também disponíveis no melhor lugar das salas evangélicas e católicas. Os valores da vida são fluidos e dispersivos. A luta, a competição, o esforço pela supremacia, porém, são sólidos e constantes, citando Sigmunt Baumann. Cada dia é um verdadeiro calvário, na busca de altos níveis e qualidades aceitáveis para os que habitam nossas cidades, incluindo moradias, locais “próximos de tudo”. Que tudo é esse? O problema maior, no entanto, são os valores veiculados em substituição aos tradicionais, sobre amor, solidariedade, compaixão e cuidado com o outro. Ideias voyeuristas expõem o ser humano como mercadoria barata, afirmando isoladamente a falta de importância do mesmo. Vive-se uma cultura sitiada pelo dinheiro, segundo Jurandyr Freire. Todos ficam felizes em falar de moral, ciência, religião, política, esportes, amor, filhos, saúde, alimentação saudável, esteira rolante, eletrocardiograma, mamografia, ultrassom, próstata, colonoscopia, e mesmo assim, nas palavras de Woody Allen, chega o dia inevitável. Um fantasma assombra quem vive na cidade calcada na confiança nas tecnologias que a “salvarão”. Repercussões do racionalismo instrumental. De um lado os gordos e bem alimentados, “joging” e academias de ginástica; os que procuram espaços públicos como formigas, gozando da escassa natureza; aqueles que absorvem doses cavalares de solidão, carentes de comunhão diante de “palm-tops” e “tablets”. Comem de tudo e em qualquer lugar, barris de pipocas, hambúrgueres de três andares. Nos aeroportos, nas ruas, no teatro e no cinema, nos templos... Entram nas farmácias procurando calmantes, medicamentos contra a tensão cotidiana, drogas que serão consumidas em pilhas de caixas. De outro lado o imenso contingente de pobres e carentes. Os famintos, alvos do nojo da cidade, os que comem lixo e sobras, pivetes, crackeiros, viciados, moradores de rua. Na periferia e favelas um contingente monumental, nem ousamos falar de suas carências. Paradigma perfeito da torre de Babel, “portal dos deuses”, na tradução mais próxima da verdade linguística. Ultimamente, a religião gananciosa, pentecostal “soft”, carismática, pretende ocupar o lugar da torre símbolo da cidade. A cidade pentecostal é símbolo da desordem na linguagem; da ganância, do desespero da própria humanidade, que quer uma torre para projetos egoístas e individualistas, aos privilegiados que nela poderão subir, utilizando como escada ou elevadores os ombros e as costas dos outros. O ser humano quer a divinização de si mesmo, nas maiores alturas, galgando os céus. Há uma premência de invadir a área do divino, um projeto de controle e dominação do mundo. Ter, acumular, consumir. Enquanto a Divindade é bajulada, é também pressionada para atender desejos egoístas e gananciosos. Por isso, para reintroduzir a linguagem do reinado de Deus, que é a da solidariedade, do amor, da dignidade, do cuidado, da misericórdia, e da compaixão (Gn 11.1-9: “E era toda a terra de uma mesma língua e de uma mesma fala”; At 2. 1-11: “... e numa só linguagem, ouvirmos falar das grandezas de Deus”), a cidade caótica e desordenada precisa de Pentecostes. E não do oportunismo midiático “pentecostal”. Mais que isso, precisa do Pai, do Filho e do Espírito Santo, juntos, de uma só vez, como anuncia o Evangelho.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

A família na época pós-moderna

A pós-modernidade está firmada sobre o tripé: pluralização, privatização e secularização. A pluralização diz que há muitas ideias, muitos valores, muitas crenças. Não existe uma verdade absoluta, tudo é relativo. A privatização diz que nossas escolhas são soberanas e cada um tem sua própria verdade. A secularização, por sua vez, coloca Deus na lateral da vida e o reduz apenas aos recintos sagrados. A família está nesse fogo cruzado. Caminha nessa estrada juncada de perigos, ouvindo muitas vozes, tendo à sua frente muitas bifurcações morais. Que atitude tomar? Que escolhas fazer para não perder sua identidade? Quero sugerir algumas decisões: Em primeiro lugar, coloque Deus acima das pessoas. No mundo temos Deus, pessoas e coisas. Vivemos numa sociedade que se esquece de Deus, ama as coisas e usa as pessoas. Devemos, porém, adorar a Deus, amar as pessoas e usar as coisas. A família pós-moderna tem valorizado mais as coisas do que o relacionamento com Deus. Vivemos numa sociedade que valoriza mais o ter do que o ser. Uma sociedade que se prostra diante de Mamom e se esquece do Deus vivo. Em segundo lugar, coloque seu cônjuge acima de seus filhos. O índice de divórcio cresce espantosamente no Brasil. Enquanto os véus das noivas ficam cada vez mais longos, os casamentos ficam cada vez mais curtos. Um dos grande erros que se comete é colocar os filhos acima do cônjuge. Muitos casais transferem o sentimento que devem dedicar ao cônjuge para os filhos e isso, fragiliza a relação conjugal e ainda afeta profundamente a vida emocional dos filhos. O maior presente que os pais podem dar aos filhos é amar seu cônjuge. Pais estruturados criam filhos saudáveis. Em terceiro lugar, coloque seus filhos acima de seus amigos. Muitos pais vivem ocupados demais, correm demais e dedicam tempo demais aos amigos e quase nenhum tempo aos filhos. Alguns pais tentam compensar essa ausência com presentes. Mas, nossos filhos não precisam tanto de presentes, mas de presença. Nenhum sucesso profissional ou financeiro compensa o fracasso do relacionamento com os filhos. Nossos filhos são nosso maior tesouro. Eles são herança de Deus. Equivocam-se os pais que pensam que a melhor coisa que podem fazer pelos filhos é deixar-lhes uma rica herança financeira. Muitas vezes, as riquezas materiais têm sido motivo de contendas na hora da distribuição da herança. Nosso maior legado para os filhos é nosso exemplo, nossa amizade e nossa dedicação a eles, criando-os na disciplina e admoestação do Senhor. Em quarto lugar, coloque os relacionamentos acima das coisas. Vivemos numa ciranda imensa, correndo atrás de coisas. Muitas pessoas acordam cedo e vão dormir tarde, comendo penosamente o pão de cada dia. Pensam que se tiverem mais coisas serão mais felizes. Sacrificam relacionamentos para granjearem coisas. Isso é uma grande tolice. Pessoas valem mais do que coisas. Relacionamentos são mais importantes do que riquezas materiais. É melhor ter uma casa pobre onde reina harmonia e paz do que viver num palacete onde predomina a intriga. Em quinto lugar, coloque as coisas importantes acima das coisas urgentes. Há uma grande tensão entre o urgente e o importante. Nem tudo o que é urgente é importante. Não poucas vezes, sacrificamos no altar do urgente as coisas importantes. Nosso relacionamento com Deus, com a família e a com a igreja são coisas importantes. Relegar esses relacionamentos a um plano secundário para correr atrás de coisas passageiras é consumada tolice. A Bíblia nos ensina a buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, sabendo que as demais coisas nos serão acrescentadas. Precisamos investir em nosso relacionamento com Deus e em nossos relacionamentos familiares, a fim de não naufragarmos nesse mar profundo da pós-modernidade!

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O lado covarde de Silas Malafaia e o Desafio de tolo

Silas Malafaia é um tremendo covarde! C-O-V-A-R-D-E! Isso mesmo que você leu. Somado ao seu lado, sarcástico, indomável, arrogante, prepotente, aos poucos outra face é revelada: a de covarde. Veja que “covardia” tem a ver com falta de coragem, medo, ou fraqueza de ânimo.
Sua falta de coragem denota-se pela insegurança em relação ao que ele prega e crê – por isso contrata seus bonecos de marketing Mike Murdock e Morris Cerullo pra ‘assaltar’ os humildes brasileiros, coisa que ele não tem coragem de assumir abertamente ao maquiar suas pretensões. Seu medo inverte-se em furor, por isso os ataques destemperados a todos que conhecem onde está a sua ferida. Já a sua fraqueza de ânimo o leva a necessitar de constantes desafios (round’s, Fight’s) para que legitime a sua “grandeza” e “poder” – certamente ele se pensa e se diz: Sou a voz de Deus no Brasil, eu SOU inabalável! Aqui e acolá alterna seu lado apostata com seu lado de protetor da família cristã ao lutar com unhas e dentes contra a PL 122. Isso lhe faz recuperar alguns pontos perdidos quando criticado pelas “vendas de indulgências modernas”, “unções de medida extra”, ou a tal “unção financeira dos últimos dias” – história de carochinha pra crente que ainda bebe leite em pó! Este lado me arrisco dizer, é mescla de malandragem, psicologia e marketing. No Mala, não se engane, a Verdade (Gospel) parece não ser a prioridade! Para Malafaia não interessa chegar a uma conclusão relevante sobre as coisas da vida, temas cristãos, ou sobre si, o que vale é a vitória perante os “fracos”. Por isso sua cosmovisão remete a um constante embate entre perdedores, fracos, frouxos e vencedores, poderosos e donos da “verdade”. Não é a toa que seu vocabulário natural sempre vive em posição de constante ataque. Silas é covarde porque tem medo dos bereianos espalhados por aí, e não assume. Lançar desafio aos quem supostamente “não teriam voz” é a prova mais certa de que ele vestiu a carapuça. Se o “Mala” tem a convicção de que não prega heresias, pra que levar a sério tais acusações? (Pesado fardo é a consciência suja não é?) Contudo, não esqueçamos: o “Mala” fez campanhas financeiras onde por 900 reais vendia bíblia de estudo em troca de bençãos materiais; popularizou o “trízimo“; pediu 1000 reais para salvar a alma de algum parente ou amigo, e também o dinheiro do aluguel, da conta de luz e do gás…; baixou a xepa pra 610 Reais, e a gora, cheio de óleo de peroba na cara vem solicitar um exame teológico de sua pregação com data e hora marcada! Isto é que é desafio de tolo. Silas não engana mais – “a piscina tá cheia de ratos”… Mas, eu ainda devaneio. Tenho esperança de que esta dura cerviz se quebre, que ele reconheça quão desvirtuado é o caminho que escolheu seguir. Enfim, para um covarde que grita por medo o melhor remédio é a verdade na cara! Que um dia ele tenha a hombridade de assumir: “pequei contra Deus e Sua Verdade”.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Por que o gospel conquistou o Brasil

Por que o gospel conquistou o Brasil? Essa é a pergunta feita por uma revista semanal. Mas é bom deixar claro que o gospel não conquistou o Brasil. Na verdade, o gospel conquistou os evangélicos e o bolso falido do mercado fonográfico secular. E isto é um feito bastante comemorado. São evangélicos, e aqui agrego protestantes e pentecostais sob o mesmo guarda-chuva, os principais consumidores da música gospel. Quem compra produtos do Padre Marcelo Rossi dificilmente vai adquirir produtos com a marca evangélica. E vice-versa. Espiritualistas, umbandistas, budistas, judeus e muçulmanos também não são fazem parte do público de Regis Danese e Diante do Trono. As evidências financeiras demonstram a força econômica do segmento evangélico. Candidatos à cargo legislativo não deixam de acenar para as igrejas evangélicas. Os meios de comunicação, atrelados à grandes gravadoras, promovem artistas cristãos. As universidades se debruçam sobre esse tema. Então, mesmo sem estar à altura de ser convidado a responder publicamente essa questão, nem à convite do meio secular nem do meio evangélico, vou sugerir algumas respostas e explicações. A explicação estatística: o fenômeno do crescimento evangélico não é uma dádiva de toda denominação cristã. O número de católicos se reduz a cada censo e os protestantes têm crescimento moderado. As igrejas do pentecostalismo histórico, como a Assembleia de Deus, também não crescem em ritmo espantoso. A explosão demográfica ocorre no ramo neopentecostal (das igrejas Universal, da Graça de Deus, do Poder de Deus, Renascer, Sara Nossa Terra e muitas outras cujo nome começa com Comunidade Evangélica acrescido do bairro onde se localiza). Maior número de fiéis implica maior número de consumidores. Mas não existe aumento de consumo sem aumento da riqueza do país. Precisamos de mais justificativas. A explicação econômica: Essa expansão religiosa começou principalmente em regiões urbanas com maior índice de pobreza e com menor escolaridade. Daí a argumentação de que estas igrejas exploram a necessidade de conforto espiritual e material ao prometerem bênçãos assim na terra como no céu. O fiel não precisa esperar para ter uma carruagem no céu. Ele já pode ter seu carrinho aqui e agora. A teologia da prosperidade encontrou um terreno fértil na teoria econômica da prosperidade do governo Lula. O sucesso de um gigantesco plano de transferência de renda, como o Bolsa-Família, possibilitou a entrada de milhões de pessoas no mercado de consumo e a saída de outros milhões da miséria total. Mesmo longe do crescimento chinês, a economia brasileira cresceu o suficiente para animar o circuito do mercado: aumento de consumo – aumento de produção – aumento de empregos e mais consumo etc. No campo evangélico, surgiu um grande nicho consumidor de produtos de moda e música. Aumentou-se a produção musical, gerou-se mais renda e emprego na indústria de linha gospel, o que levou à organização de um evento comercial de grande porte como a ExpoCristã. Mas há velhos e novos ricos nessas igrejas; só a economia não explica tudo. A explicação sociológica: desde sua inserção no Brasil, o protestantismo e o pentecostalismo afastaram-se da cultura musical popular brasileira. Os primeiros conversos eram de origem europeia e também não compartilhavam o gosto pela música tupiniquim. Depois os hinos passaram a ser cantados em português, mas eram, em sua maioria, versões de hinos norte-americanos e europeus. Era uma época em que o país era oficialmente católico e qualquer outra religião era vista com suspeita e preconceito. Junte-se a isso o sectarismo religioso e o elitismo musical e temos uma igreja cunhada em forte repressão a comportamentos individuais e objetos culturais (penteados, vestuário, música popular, futebol, filmes). Desde o final do século 20, há maior espaço na sociedade para o exercício da individualidade e da identidade cultural local. Os jovens reúnem-se em torno de gostos e idiossincrasias comuns, gerando as tribos urbanas dos surfistas, dos metaleiros, dos skatistas etc. A cultura tornou-se um bem de consumo e o marketing uma ferramenta indispensável. Tudo isso repercutiu no campo religioso. Inclusive a crise de liderança hierárquica e institucional, o que, no campo denominacional, gerou uma infinidade de novas igrejas. Os novos comportamentos sociais fizeram com que as igrejas remodelassem seus métodos de evangelismo. A opção por mudar a forma sem alterar o conteúdo pode ter efeitos discutíveis, mas aproximou a mensagem cristã central de salvação dos marginalizados social e culturalmente. A música, formato de atração preferencial, conservou a mensagem central evangélica na letra e abriu-se para os antigos e novos gêneros musicais populares. A explicação estética-cultural: se as pessoas se sentem mais livres para expressar sua fé segundo a cultura musical que entendem e apreciam, de nada mais adianta um pastor dizer que “Deus não gosta dessa música”. Até porque um irmão mais atento vai perceber que não há uma só linha na Bíblia indicando qual o estilo musical da preferência divina [Deus pode ter suas preocupações estilísticas, mas a Bíblia ressalta mais Seu descontentamento com o coração hipócrita do adorador]. Durante décadas, a música foi administrada na igreja por pessoas que tinham formação musical clássica/erudita, o que teria determinado o modelo das composições litúrgicas. Sem nenhum apoio escriturístico, eles associaram a música clássica ao bom gosto e, como o culto evangélico era tradicionalmente formal e solene, certo modelo musical se tornou “o gosto de Deus”. A sociedade atual, uma vigilante da liberdade individual, fez triunfar a democratização musical. Não só os formados em conservatórios podiam compor música cristã, mas o sacerdócio musical passou a ser de todos os crentes. Logo, a linguagem e a forma seriam diversificadas. As pessoas não precisavam mais louvar a Deus com a música “importada”, de letras enciclopédicas e de estilo parnasiano. Nem ter voz formalmente educada. A contextualização da linguagem vista em livros e revistas (como a maneira apropriada de falar para faixas etárias diferentes) passou a ser ouvida e cantada. Além disso, por muito tempo se teve vergonha de ser brasileiro e a cultura popular era demonizada. Os novos evangélicos têm orgulho da cultura nacional e usam a cultura brasileira para celebrar sua conversão, sua nova vida e seu Deus. Há mais gêneros musicais sendo tocados, mais pessoas que esperam ouvi-los e mais empresários querendo abocanhar essa fatia do mercado. Ainda nesta semana, a segunda parte desse arrazoado, composto de explicações mercadológicas, midiáticas e teológicas.

Aceitando o "Não" como Vontade de Deus

Por R.C Sproul
 Ficamos abismados de que, mesmo à luz de registros bíblicos tão claros, alguém ainda tenha a audácia de sugerir que é errado para aqueles que sofrem no corpo ou na alma, expressar suas orações por libertação em termos de: "Se for da tua vontade." Dizem que quando a aflição chega, Deus sempre deseja a cura. Que ele não tem nada a ver com sofri­mento, e que tudo que devemos fazer é reivindicar a respos­ta que buscamos pela fé. Somos exortados a exigir o "Sim" de Deus antes que ele o pronuncie. Fora com tais distorções da fé bíblica! Ela são concebi­das na mente do Tentador que deseja nos induzir a transfor­mar fé em mágica. Nem todo o amontoado de discurso pie­doso pode transformar tal falsidade em doutrina verdadeira. Às vezes Deus diz não. Às vezes ele nos chama para sofrer e morrer, mesmo quando desejaríamos exigir o con­trário. Nunca outro homem orou mais veementemente que Cristo no Getsêmani. Quem acusará a Cristo de não ter ora­do com fé? Ele colocou seu pedido diante do Pai suando sangue: "Passa de mim este cálice." A oração de Jesus era direta e sem ambigüidades. Ele gritou por alívio. Ele pediu que o cálice terrivelmente amar­go fosse removido. Cada centímetro de sua humanidade se encolhia diante do cálice. Ele implorou a seu Pai que o libertasse do seu dever. Mas Deus disse não. O caminho do sofrimento era o plano de Deus. Era a vontade de Deus. Era sua vontade pura e inalterada. A cruz não era uma idéia de Satanás. A paixão de Cristo não foi resultado de contingên­cias humanas. Não foi uma maquinação acidental de Caifás, Herodes ou Pilatos. O cálice foi preparado, entregue e ad­ministrado pelo Deus Onipotente. Jesus qualificou sua oração: "Se for a tua vontade..." Jesus não "apresentou e reivindicou." Ele conhecia seu Pai muito bem para saber que esta poderia não ser a sua vonta­de. A história não termina com as palavras: "E o Pai se arrependeu do mal que havia planejado, afastou o cálice e Jesus viveu feliz para sempre." Tais palavras se aproximam da blasfêmia. O evange­lho não é um conto de fadas. O Pai não entraria em acordos sobre o cálice. Jesus foi chamado para tomá-lo até a última gota. E ele o aceitou. "Contudo, não se faça a minha vonta­de, e, sim, a tua" (Lc 22.42). Este "contudo" é a suprema oração da fé. A oração da fé não é uma ordem que colocamos diante de Deus. Não é a presunção de um pedido atendido. A autêntica oração da fé é aquela que se assemelha à oração de Jesus. É sempre apre­sentada num espírito de submissão. Em todas as nossas ora­ções devemos permitir que Deus seja Deus. Ninguém diz ao Pai o que deve fazer, ninguém, nem mesmo o Filho. Orações devem sempre ser pedidos feitos com humildade e submissão à vontade do Pai. A oração da fé é a oração da confiança. A própria es­sência da fé é confiança. Confiamos que Deus sabe o que é melhor. O espírito de confiança inclui o espírito de disposi­ção para fazer o que o Pai deseja que façamos. Este tipo dè confiança foi personificado em Jesus no Getsêmani. Embora o texto não seja explícito, é claro que Jesus deixou o jardim com a resposta de Deus para o seu pedido. Não há nenhuma blasfêmia ou amargura, sua comida e sua bebida eram fazer a vontade do Pai. Desde que o Pai disse não, estava resolvido. Jesus se preparou para a cruz. Não fugiu de Jerusalém, mas entrou na cidade com o semblante determinado.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Sete coisas que eu gostaria que os ativistas Pro-gay admitissem

Eu queria que eles admitissem que muitas pessoas não são felizes em sua condição homossexual e vivem em conflito interno, por força de suas próprias e legítimas convicções religiosas e morais – e não como resultado das pressões de uma sociedade, por eles chamada de homofóbica, que os imputa culpa por sua não conformidade à ética heterossexual. Parem de nos aplicar rótulos baratos tipo “homofobia internalizada” a fim de explicar nossas motivações. Eu gostaria que estas pessoas reconhecessem que homossexuais e lésbicas, podem sim, experimentar mudanças significativas na prática de suas manifestações, inclinações e desejos sexuais, mesmo que alguns jamais venham a ser totalmente heterossexuais em seus pensamentos e sentimentos. Sejam honestos e admitam que as mudanças são significativas e genuínas, mesmo se não são completas. Eu queria que eles reconhecessem que a maioria dos ex-homossexuais encontraram um nível de paz e satisfação em suas vidas, jamais vivido enquanto experimentavam um estilo de vida homossexual. Nem todos os ex-gays são infelizes, nem tão pouco vivem uma vida de miserável repressão sempre tentando satisfazer suas necessidades inconfessáveis sem serem descobertos! Eu gostaria que estas pessoas reconhecessem que ex-gays e ex-lésbicas podem viver felicidade genuína em uma união heterossexual. Saibam que a maioria dos ex-gays e lésbicas não busca a união heterossexual como forma de fugir de suas tendências homossexuais. O casamento é para eles, conseqüência natural da solução desta questão em suas vidas. Eu gostaria que estes críticos reconhecessem que as pessoas têm tanto direito de buscar a heterossexualidade quanto eles têm de buscar sua homossexualidade. Ex-gays e ex-lésbicas não deveriam ser perseguidos, ameaçados e castigados pela comunidade gay por terem tomado a decisão de abandonar a homossexualidade. Digo isto, pois é de conhecimento geral os inúmeros casos de violência verbal e física (linchamentos, ameaças anônimas, agressões na mídia) e até ameaças de bomba, como sofremos em nossa organização: a Exodus Ministries. Eu gostaria que estas pessoas envolvidas na militância pro-gay parassem de apontar a nossa decisão de abandonar a homossexualidade e ajudar a outros neste sentido como um ato de provocação e ódio dirigido aos gays. Não odiamos os gays. Nós, simplesmente, optamos por uma vida livre da homossexualidade e desejamos ajudar outras pessoas que querem o mesmo. Não rotulem nossa motivação de forma leviana e nojenta, pois tal atitude é tão injusta e critica quanto aquela que vocês se dizem vítimas. Eu gostaria que os líderes religiosos pro-gay admitissem que seu endosso aos gays não pode, nem sequer, ser justificado como uma forma de promover valores monogâmicos aos casais gays. Líder religioso imaginando que uma “união sagrada gay” irá garantir ou promover a fidelidade entre os envolvidos está se enganando ou está tentando dourar a pílula. Muitos, provavelmente a maioria, dos homens e mulheres envolvidos em relacionamentos gays de longo prazo jamais foram monogâmicos. A infidelidade consentida, ou não, é característica majoritária do estilo de vida homossexual. Vem com o pacote. Fato é, que a maioria das igrejas gays realmente não disciplina seus membros. Seja em relação à fidelidade, seja em relação à prática sexual antes da “união sagrada”. Ou não serão estes pecados também? *** (*) – Bob Davies é Presidente do Exodus International e ex-gay. Ele é casado a mais de 10 anos.

MENSAGEM




Cristão deve fazer tatuagem?

Lembro-me de um semestre no seminário teológico em que lecionei por 9 anos quando passei como trabalho para os alunos que fizessem uma análise sobre o que significavam as obras da carne descritas em Gálatas 5. Dos cinco grupos, dois entregaram o material com uma capa onde havia fotos de pessoas tatuadas, com piercings, espaçadores de orelhas, cabelos pintados de verde e similares. Isso deixou claro para mim que esses elementos compõem, no imaginário geral do evangélico brasileiro, o arquétipo do que seria a pessoa mundana, pecadora. E é muitíssimo frequente essa questão vir à tona: cristãos podem se tatuar? É um assunto secundário e de menor importância para o Evangelho, mas como é um pedido recorrente nos comentários do APENAS que eu fale sobre o tema e como cresce a cada dia nas nossas igrejas o número de irmãos que ostentam tatuagens, farei uma análise bíblica, histórica e cultural da questão. Antes de continuar, só um registro: não sou tatuado nem pretendo me tatuar. Antes de entrar pelo assunto em si explico por que disse que é "assunto secundário e de menor importância para o Evangelho". Nos dias de hoje, em que a Igreja padece com o destemor dos seus membros, a falta de devocionalidade, o menosprezo pela oração, o posicionamento da leitura bíblica em segundo plano, a falta de amor ao próximo, a total irreverência pelas coisas de Deus, o uso de palavras torpes por pastores em púlpito visto com naturalidade, o mundanismo invadindo o santuário por todas as frestas, o desprezo pelo fruto do Espírito, a supervalorização e o mau uso dos dons, o esfarelamento do Corpo em facções e panelinhas... algo como aplicar tinta sobre a pele continua sendo visto como um assunto importante. Quando me perguntam se eu gostaria de visitar a Disneylândia, respondo: "Claro, depois de visitar 238 lugares antes", simplesmente porque não tenho o menor interesse em gastar meu tempo naquele parque de diversões. Prefiro antes conhecer Israel, a Grécia, a Rússia, o Japão. Gosto de História, quero ver castelos e ruínas. Não desmereço quem acha a Disneylândia o must, mas para mim o interesse é mínimo. Do mesmo modo, muitos setores da Igreja acham que a questão das tatuagens está entre o top ten das preocupações de Deus. E quando vejo a falta de amor ao próximo, a egolatria e a agressividade que têm crescido assustadoramente entre os cristãos olho para o tema das tatuagens e penso "como isso pode ocupar tanto a preocupação de tantos? Há 238 preocupações maiores". Mas tudo bem, vamos lá.
Biblicamente não há qualquer proibição a se tatuar. Sim, eu sei, aí imediatamente alguém se levantará para citar Levítico 19.28: "Pelos mortos não ferireis a vossa carne; nem fareis marca nenhuma sobre vós. Eu sou o Senhor". A primeira vista, parece óbvio: Deus manda não fazer nenhuma marca no corpo, a tatuagem é uma marca no corpo, logo é pecado se tatuar. Só que para entender esse texto temos que entender o contexto. Por que Deus estabeleceu essa norma para os israelitas? A resposta é que havia um povo, chamado caldeu, que tinha como hábito religioso cortar a carne de seus próprios corpos e fazer marcas com lâminas afiadas na pele como parte dos seus rituais aos falsos deuses que seguiam (a exemplo do que ocorre atualmente em muitas tribos africanas). Eram marcas que denunciavam idolatria. Em outras palavras, o que Deus está dizendo é que os hebreus não deviam cometer as práticas idólatras dos povos pagãos com que tinham contato. Se fosse em nossos dias, seria mais ou menos como dizer "Não poreis despacho na encruzilhada" ou "Não rezareis para santos mortos". Essa orientação era tão direta e específica para aquele povo que se formos ler o versículo imediatamente anterior, teríamos hoje de cumprir o que ele determina: "Não cortareis o cabelo em redondo, nem danificareis as extremidades da barba" (Lv 19.27). Bem, não vejo nenhum pastor pregar contra cabelos arredondados ou contra fazer a barba - pelo contrário, em denominações como a Assembleia de Deus é até mal visto usar barba, a ponto de a Casa Publicadora dessa denominação apagar no photoshop a barba de indivíduos cujas fotos são publicadas em seus jornais e revistas. Ou, ainda, teríamos hoje de guardar o sábado, visto que dois versículos depois, em Levítico 19.30, Deus especifica: "Guardareis os meus sábados e reverenciareis o meu santuário. Eu sou o Senhor". O contexto hermenêutico deixa claro que eram leis específicas para os israelitas daquela época e o contexto cultural mostra a razão de o Altíssimo proibir marcas nos corpos: não cometer as práticas religiosas idólatras dos povos vizinhos. Não tem rigorosamente nada a ver com tatuagens não-rituais e muito menos Lv 19.28 se aplica à Nova Aliança. A conclusão é que, biblicamente, não: o ato de se tatuar em si não constitui pecado. Ok, agora virá alguém e dirá que nosso corpo é templo do Espírito e que fazer tatuagens nele seria pecar contra o mesmo. A esse respeito há alguns aspectos: primeiro, se fazer qualquer coisa que prejudique nosso corpo é um atentado contra o templo, não poderíamos comer comida salgada, ingerir açúcar (muito menos adoçantes), comer pizza (cheia de gordura que causa obesidade e entope artérias), tomar refrigerante (das coisas que ingerimos uma das mais maléficas) ou comer torresminho (um pedido explícito para se ter um AVC). Comer no McDonald´s então seria pecado sem perdão. Logo, devemos olhar esse argumento com muito cuidado. Segundo, no contexto de 1 Coríntios 6.19, que diz "Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos?", o que está sendo tratado aqui são questões de natureza sexual. Veja os versículos anteriores, a partir do 15: "Vocês não sabem que os seus corpos são membros de Cristo? Tomarei eu os membros de Cristo e os unirei a uma prostituta? De maneira nenhuma! Vocês não sabem que aquele que se une a uma prostituta é um corpo com ela? Pois, como está escrito: "Os dois serão uma só carne". Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele. Fujam da imoralidade sexual. Todos os outros pecados que alguém comete, fora do corpo os comete; mas quem peca sexualmente, peca contra o seu próprio corpo". E aí vem o versículo em questão: "Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos?". Logo, o que está sendo discutido aqui é o corpo como santuário do Espírito de Deus no que tange à imoralidade sexual, não tem nada a ver com tinta aplicada sobre a pele. Sob o aspecto cultural, a repulsa que a Igreja sempre mostrou a essa prática vem do fato que, até algumas décadas atrás, nas sociedades ocidentais, os grupos que se tatuavam geralmente apresentavam um comportamento bastante mundano. Eram, em especial, marinheiros, que quando aportavam em alguma cidade podiam ser vistos em prostíbulos ou bastante bêbados, com atitudes bastante réprobas. Logo, sempre que a sociedade "bem-comportada" via essas pessoas tatuadas era em situações de devassidão, mau exemplo ou pecado. Assim, essa visão foi sendo passada de geração em geração e, para um grupo como os cristãos, para quem prostituição e beber álcool são o supra sumo da pecaminosidade, gente tatuada passou a ser sinônimo de gente pecadora. Só que o problema desses indivíduos não eram as tatuagens, era seu comportamento antibíblico. O tempo passou e nos nossos dias a tatuagem perdeu essa conotação. Hoje há muitas e muitas pessoas de vida honesta que se tatuam. A associação de tatuados com baderneiros arruaceiros e gente de má fama deixou de existir. Então, com o passar do tempo, na sociedade ocidental aplicar pigmentos sobre a pele perdeu aquele aspecto negativo de décadas e séculos passados. Mas, por uma tradição cultural, as novas gerações herdaram das antigas que se tatuar é sinônimo de devassidão anticristã e por isso, sem conhecer as origens da questão, dão continuidade ao que aprenderam de seus pais, sem nem ao menos saber explicar as razões. Bem, aqui expliquei. Portanto, não podemos dizer que biblicamente ou culturalmente haja condenação para o uso da tatuagem. Mas, antes que os tatuados saiam dando gritinhos de alegria, temos que dar atenção a outros fatores, em especial no meio cristão. É de suma importância aos olhos de Deus a unidade do Corpo. Por isso, em diversas passagens da Bíblia somos alertados que existem coisas que "são lícitas mas não nos convém". Devemos estar atentos para não levar os irmãos à murmuração, ao escândalo, ao julgamento. Muitas vezes o fazem por tradição, outras por ignorância ou mesmo por diferença de gerações, mas, indepentente da razão, o que importa é termos paz com todos. Romanos 8.13ss, nos alerta: "Portanto, deixemos de julgar uns aos outros. Em vez disso, façamos o propósito de não colocar pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão. Como alguém que está no Senhor Jesus, tenho plena convicção de que nenhum alimento é por si mesmo impuro, a não ser para quem assim o considere; para ele é impuro. Se o seu irmão se entristece devido ao que você come, você já não está agindo por amor. Por causa da sua comida, não destrua seu irmão, por quem Cristo morreu. Aquilo que é bom para vocês não se torne objeto de maledicência". Repare as palavras de Paulo: é mais importante não gerar maledicência ou escândalo entre os irmãos do que fazer aquilo que não tem nenhum problema segundo a Bíblia. O mesmo ele repete pouco depois, no capítulo 14: "Como alguém que está no Senhor Jesus, tenho plena convicção de que nenhum alimento é por si mesmo impuro, a não ser para quem assim o considere; para ele é impuro. Se o seu irmão se entristece devido ao que você come, você já não está agindo por amor. Por causa da sua comida, não destrua seu irmão, por quem Cristo morreu. Aquilo que é bom para vocês não se torne objeto de maledicência. Pois o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo; aquele que assim serve a Cristo é agradável a Deus e aprovado pelos homens. Por isso, esforcemo-nos em promover tudo quanto conduz à paz e à edificação mútua. Não destrua a obra de Deus por causa da comida. Todo alimento é puro, mas é errado comer qualquer coisa que faça os outros tropeçarem. É melhor não comer carne nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa que leve seu irmão a cair. Assim, seja qual for o seu modo de crer a respeito destas coisas, que isso permaneça entre você e Deus. Feliz é o homem que não se condena naquilo que aprova". O que essas passsagens nos dizem? Tatuar-se biblicamente é pecado? Não. Tatuar-se culturalmente no Brasil é sinal de devassidão moral? Não. Mas ainda há aqueles que se escandalizam ao ver na igreja quem se tatue? Sim. Portanto, o grande problema de o cristão se tatuar não passa por "poder ou não poder", passa pelo amor ao próximo. É o mesmo caso de mulheres usarem saias ou calças em igrejas mais conservadoras. Esse hábito surgiu porque décadas atrás, no início do século 20, calça era roupa exclusivamente de homens. Absolutamente todas as mulheres no Brasil usavam saia. As décadas se passaram e a calça, entre os anos 50 e 60, deixou de ser traje exclusivo de homens e foi adotado pelas mulheres. Ninguém mais se escandaliza em nossa sociedade ao ver uma mulher, por exemplo, de terninho. Porém, nessas igrejas o costume foi passando de geração a geração, os mais antigos foram morrendo e os mais novos, sem saberem explicar a origem da proibição de calças na igreja por mulheres apenas mimetizam o que aprenderam, sem saber as origens ou as razões. E aí criamos um bando de estranhos ao século 21, que acreditam que mulher usar calça é pecado - quando não é, se for uma calça decorosa. Mas, do mesmo modo que a tatuagem, se você opta voluntariamente por ser membro de uma congregação onde a norma seja a mulher usar saia, se usar calça estará sendo desobediente às regras da assembleia onde está e, portanto, em rebeldia - e pecará por levar os irmãos ao escândalo e à murmuração. A conclusão é: se o meio que você frequenta tem usos e costumes, não afronte, faça parte. Se discordar, saia e procure outro meio. Ou fique, adote o hábito e tente com amor ir influenciando os irmãos no conhecimento da verdade. O confronto jamais é o caminho. Por uma razão simples: é pecado. E há ainda alguns pontos a ponderar. Aqui tomo por base um texto muito bem refletido publicado no blog de Nathan Joyce (foto à esquerda), Pastor do Heartland Worship Center, em Paducah (EUA) e divulgado no twitter pela irmã Francine Veríssimo (@FranVerissimo_), de quem tirei as boas reflexões que acrescento abaixo. O artigo, originalmente em inglês, chama-se "O que tatuagens realmente dizem". Após mencionar que estimados 45 milhões de estadunidenses hoje são tatuados, o autor lembra alguns pontos relevantes: 1. Você vai envelhecer e se tornar um avô ou avó. E ninguém quer identificar seus avós como aqueles que têm "uma caveira ou arame farpado". 2. Lembre-se que, na medida em que envelhece, seu corpo muda. Sua tatuagem vai acompanhar as mudanças. Cuidado, pois ao passo que sua pele se torna mais flácida, a borboleta em seu ombro pode se transformar num pterodáctilo e sua rosa pode virar o planeta Saturno. 3. De jeito algum tatue o nome de um namorado ou noivo. Se o relacionamento acabar, seu futuro marido ou esposa não vai gostar nada disso. Joyce se pergunta por que afinal alguém precisa tanto se tatuar. Tatuagens dizem algo a nosso respeito. Que necessidade tentamos suprir com elas? Qual é a psicologia das tatoos? Mais ainda: qual é a espiritualidade delas? E ele apresenta sua conclusão: as pessoas se tatuam porque desejam desesperadamente pertencer e se expressar. Desejamos ter vidas que digam algo, queremos nos identificar com algo publicamente e nos marcar permite que nos expressemos e nos identifiquemos com a imagem de nossa escolha. Certo ou errado, é uma tentativa de realizar uma necessidade humana. Uma vez que se tatua, você assumiu um compromisso de longo prazo com uma imagem que para sempre vai marcá-lo, ou seja, identificá-lo e expressar algo a seu respeito para os outros. Ou seja: nos etiquetamos. E ele continua: "De onde vem essa necessidade? Do fato de que fomos feitos à imagem de Deus, que também ama o pertencimento e a autoexpressão. Mesmo antes da Criação, Deus se identificava e pertencia à Trindade e a Criação é uma autoexpressão de Deus. E assim o Senhor nos criou do mesmo modo. Somos incompletos, a menos que pertençamos a algo ou alguém - nosso desenvolvimento depende disso. Os humanos também almejam uma vida que expresse legado. O problema é que o pecado atrapalhou todo o processo. Por causa dele, nossa busca por identificação tornou-se tóxica e compulsiva e nossa necessidade de autoexpressão deixou de ser motivada por amor, mas por desejo de grandeza e egocentrismo. Nossa cultura ama se expressar, não porque desejemos amar o próximo por meio dessa expressão, mas porque amamos ser o centro das atenções". No final, essa profunda necessidade humana de pertencimento e expressão não será alcançada por meios humanos - somente quando o amor passar a habitar em você. E não qualquer tipo de amor, mas o amor de Cristo. Esse amor lhe convida a pertencer a um Deus eterno e a expressar Seu amor e Seus propósitos eternos. Ao final, Pastor Joyce tem uma magnífica epifania: tatuado ou não, o amor é a marca que identifica você com Cristo. Um amor expressado por boas obras em benefício do próximo deixa uma marca que jamais se apagará. Paz a todos vocês que estão em Cristo.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

A família na época pós-moderna

A pós-modernidade está firmada sobre o tripé: pluralização, privatização e secularização. A pluralização diz que há muitas ideias, muitos valores, muitas crenças. Não existe uma verdade absoluta, tudo é relativo. A privatização diz que nossas escolhas são soberanas e cada um tem sua própria verdade. A secularização, por sua vez, coloca Deus na lateral da vida e o reduz apenas aos recintos sagrados. A família está nesse fogo cruzado. Caminha nessa estrada juncada de perigos, ouvindo muitas vozes, tendo à sua frente muitas bifurcações morais. Que atitude tomar? Que escolhas fazer para não perder sua identidade? Quero sugerir algumas decisões:
Em primeiro lugar, coloque Deus acima das pessoas. No mundo temos Deus, pessoas e coisas. Vivemos numa sociedade que se esquece de Deus, ama as coisas e usa as pessoas. Devemos, porém, adorar a Deus, amar as pessoas e usar as coisas. A família pós-moderna tem valorizado mais as coisas do que o relacionamento com Deus. Vivemos numa sociedade que valoriza mais o ter do que o ser. Uma sociedade que se prostra diante de Mamom e se esquece do Deus vivo. Em segundo lugar, coloque seu cônjuge acima de seus filhos. O índice de divórcio cresce espantosamente no Brasil. Enquanto os véus das noivas ficam cada vez mais longos, os casamentos ficam cada vez mais curtos. Um dos grande erros que se comete é colocar os filhos acima do cônjuge. Muitos casais transferem o sentimento que devem dedicar ao cônjuge para os filhos e isso, fragiliza a relação conjugal e ainda afeta profundamente a vida emocional dos filhos. O maior presente que os pais podem dar aos filhos é amar seu cônjuge. Pais estruturados criam filhos saudáveis. Em terceiro lugar, coloque seus filhos acima de seus amigos. Muitos pais vivem ocupados demais, correm demais e dedicam tempo demais aos amigos e quase nenhum tempo aos filhos. Alguns pais tentam compensar essa ausência com presentes. Mas, nossos filhos não precisam tanto de presentes, mas de presença. Nenhum sucesso profissional ou financeiro compensa o fracasso do relacionamento com os filhos. Nossos filhos são nosso maior tesouro. Eles são herança de Deus. Equivocam-se os pais que pensam que a melhor coisa que podem fazer pelos filhos é deixar-lhes uma rica herança financeira. Muitas vezes, as riquezas materiais têm sido motivo de contendas na hora da distribuição da herança. Nosso maior legado para os filhos é nosso exemplo, nossa amizade e nossa dedicação a eles, criando-os na disciplina e admoestação do Senhor. Em quarto lugar, coloque os relacionamentos acima das coisas. Vivemos numa ciranda imensa, correndo atrás de coisas. Muitas pessoas acordam cedo e vão dormir tarde, comendo penosamente o pão de cada dia. Pensam que se tiverem mais coisas serão mais felizes. Sacrificam relacionamentos para granjearem coisas. Isso é uma grande tolice. Pessoas valem mais do que coisas. Relacionamentos são mais importantes do que riquezas materiais. É melhor ter uma casa pobre onde reina harmonia e paz do que viver num palacete onde predomina a intriga. Em quinto lugar, coloque as coisas importantes acima das coisas urgentes. Há uma grande tensão entre o urgente e o importante. Nem tudo o que é urgente é importante. Não poucas vezes, sacrificamos no altar do urgente as coisas importantes. Nosso relacionamento com Deus, com a família e a com a igreja são coisas importantes. Relegar esses relacionamentos a um plano secundário para correr atrás de coisas passageiras é consumada tolice. A Bíblia nos ensina a buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, sabendo que as demais coisas nos serão acrescentadas. Precisamos investir em nosso relacionamento com Deus e em nossos relacionamentos familiares, a fim de não naufragarmos nesse mar profundo da pós-modernidade!

domingo, 20 de maio de 2012

Falsa profetiza é desmascarada durante culto

A pastora Dayna Muldoon define-se como “evangelista e cantora”, mas costumeiramente conduz cultos caracterizados por profecias e milagres. A breve biografia que postou em uma rede social traz o seguinte relato “Uma noite, aos quinze anos de idade, ela estava orando em seu quarto e derramou seu coração, pedindo que Deus desse direção à sua vida. Foi nesse momento que ela teve uma visitação do Senhor que lhe deu um chamado”. Esta semana, foi postado um vídeo no Youtube que tem chamado a atenção de centenas de pessoas. Em um dos cultos que ela conduzia numa “tenda de avivamento” em frente à igreja Calvary Chapel em Saint Pestersburg, Florida. O pastor Scott Rodriguez, que estava presente no local, pediu para falar e, julgando ser um testemunho, a pastora Dayna permitiu. Surpreendentemente, ele pediu que as pessoas orassem pela pastora, pois a mensagem que ela estava trazendo não era o evangelho. “A mensagem de Deus não é milagres, mas compartilhar o sangue de Jesus Cristo que limpa pecadores humilhados. E quando milagres são enfatizados, Jesus é negado!”, disse Scott. Imediatamente alguns dos presentes começaram a protestar e ele foi cercado por algumas mulheres que sentiram-se ofendidas. A pastora Dayana, visivelmente constrangida, pediu que o pasto Scott saísse da tenda para evitar uma confusão. Mais tarde, ele postou em seu blog a sua versão dos fatos. “A senhora Muldoon montou uma tenda para sua cruzada de sete dias do outro lado da rua, exatamente em frente à nossa igreja. Ela ficará lá até o próximo domingo (20/5)… Algumas pessoas que estavam presentes nos primeiros cultos que ela ministrou pediram minha opinião sobre o teor de suas mensagens… No sábado passado, decidi falar com ela e seu empresário (Dennis) depois do culto… Eles sentiram que as pessoas de nossa igreja que estavam presentes os estavam criticando… Eu perguntei o que eles estavam pregando para ter uma ideia melhor sobre o seu ministério, e explique nossa igreja prega apenas o Evangelho e os membros iriam estranhar se ouvissem algo diferente… Ela alegou estar pregando a mesma mensagem que eu descrevi: Cristo veio em carne para morrer numa cruz pelos pecados do homem, foi sepultado e ressuscitou 3 dias depois, e Deus Pai deseja que as pessoas abandonem o pecado e coloquem sua fé na obra consumada do Seu Filho na cruz, para serem salvos e que não há outro caminho para a salvação. Ela concordou que esta era a sua mensagem básica, mas que também acreditava em milagres… Voltei na noite seguinte… Durante cerca de uma hora ouvi o que classifico como pregação pentecostal normal, nada de muito chocante. No entanto, após a sua mensagem ela começou com atitudes fraudulentas, de “ministrar no Espírito Santo”. Ela começou a impor as mãos sobre as pessoas que respondiam girando, gritando, temendo o corpo, agitando os braços, batendo nas cadeiras, atirando-se (não caindo) no chão. Ela profetizou para 3 mulheres, dizendo que elas estavam sentadas onde o Pai, Filho e Espírito Santo também estavam e que iriam se casar em junho. Embora agisse como se não soubesse nada sobre suas vidas pessoais, eu reconheci uma, que era a advogada do ministério… e as outras duas também eram conhecidas da pastora. Ela disse que os anjos estavam lá e que poderia haver vozes de anjos cantando a sua música, porque eles a seguiram por toda parte… Finalmente, achei que tinha acabado, mas ela veio até onde eu estava, sentado na primeira fila, e começou a entregar uma “profecia”…. Eu me levantei (mas provavelmente deveria ter apenas saído)… Ela começou a dizer que eu estava lá porque Deus tinha… algo para me entregar através dela. Então ela continuou falando muitas coisas… Mas eu sabia que era mentira… Naquele momento senti que precisava deixar claro que não concordava com a mensagem nem com o ministério dela, e foi isso que tentei fazer. Infelizmente eu acho que parece no vídeo que sou um cara que entrou na fila para receber oração e, em seguida, aproveitou a oportunidade para dizer tudo aquilo… Não é verdade… Peço perdão ao Senhor e aos meus irmãos se pareceu que eu estava querendo me exibir ou que tentei substituir o Espírito Santo… Saibam que eu não sou o homem corajoso que alguns pensam que eu sou. Sou um homem falho, que teme a opinião dos outros como todo mundo, mas todos nós precisamos desesperadamente da Cruz. Principalmente eu”.

Silas Malafaia volta a desafiar blogueiros

O pastor Silas Malafaia usou a parte final de seu programa na TV Band de hoje (19) para fazer um desafio aos sites e blogs que costumam criticá-lo. Embora reconheça que existem muitos sites e blogs cristãos que apresentam noticias sérias, afirmou que alguns pertencem a “bandidos travestidos de evangélicos”. O desafio é bastante simples, trata-se de uma mensagem gravada em um culto especial que realizou com a igreja que pastoreia, Assembleia de Deus Vitória em Cristo, no Rio de Janeiro. Ele reuniu as pessoas na Arena HSBC para pregar o sermão intitulado “Uma vida de prosperidade”. Os vídeos do culto serão apresentados no programa que Malafaia conduz aos sábados ao meio-dia na Band. Dividido em duas partes, eles irão ao ar nos dias dois e nove de junho. O pedido de Malafaia aos seus “caluniadores” é que assistam a mensagem e postem em seus sites os erros teológicos da mensagem. Negando que defende a teologia da prosperidade como muitos dizem, o pastor acredita que os críticos terão de concordar que sua perspectiva de prosperidade “tem tudo a ver com a Bíblia”. No final, arrematou dizendo que se não encontrarem erros devem “ver se eu estou lá na esquina”. Malafaia não citou nomes, nem fez menção dos endereços dos sites, apenas tratou de forma genérica o que ele considera uma perseguição ao seu ministério. Não é a primeira vez que ele se queixa publicamente do que é escrito sobre ele na internet. Por ocasião do lançamento do seu site de noticias, Verdade Gospel, ele usou argumentos semelhantes e disse que “muitos portais evangélicos de notícias divulgam informações sem apurar por completo as informações, sem ouvir os dois lados dos fatos. Apenas republicam o que está repercutindo na internet. Claro que existem exceções. Senti, então, o desejo de criar um portal comprometido com a verdade e a ética cristã”.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

A mistura

As escrituras narram a história de como o rei da Assíria conseguiu minar e destruir a fé das tribos do norte de Israel que haviam se separado de seus irmãos de Judá. Ele fez o que os reis costumavam fazer até recentemente: Pegou povos de outros países e os levou para viver em Israel, com isso, cada nação passou a adorar seus ídolos em Israel conforme a sua religião, “... de maneira que temiam ao Senhor, e, ao mesmo tempo, serviam aos seus próprios deuses...” (2 Rs 17.24 e ss.). – Mais recentemente logo após a Segunda Grande Guerra o ditador comunista Tito fez o mesmo com os povos dos Bálcãs: Tomou povos de várias regiões, como Montenegro, Eslovênia, Sérvia, Bósnia e Croácia e os erradicou de suas terras, misturando-os por outros territórios formando a Iugoslávia, até que recentemente cada etnia entrou em guerra e voltou a ter sua própria identidade. O rei da Assíria levou os judeus da tribo do norte para a Assíria e trouxe para Israel povos de outras nações e os estabeleceu em Samaria. Quando leões começaram a devorar o povo que o rei da Assíria havia deportado para Israel, o rei repatriou alguns sacerdotes israelitas para cuidar da religião do povo, e, então aconteceu um fenômeno espiritual: O povo que viera de outras nações temia ao Senhor, - por causa dos leões e pelo ensinamento dos sacerdotes – mas não largava seus ídolos. A mistura de filosofia e de religião é estratégica para quem quer dominar um povo. As pessoas perdem seu referencial cultural e espiritual e assimilam a cultura e a religião de outras nações. Isso aconteceu não apenas com as tribos do Norte de Israel mas também com os judeus de Jerusalém que foram levados cativos para a Babilônia. Foi devido a essa mistura genética provocada pelos Assírios que os samaritanos não mais foram aceitos pelos israelitas como povo de Deus, porque havia mistura genética entre eles. Até conversar com um samaritano se constituía pecado (João 4 ilustra o que quero dizer na conversa de Jesus com a mulher de Samaria). Quando os judeus retornaram da Babilônia seus filhos haviam se casado com homens e mulheres de outros povos e haviam perdido sua cultura, sua língua e sua religião. “Seus filhos falavam meio asdodita e não sabiam falar judaico, mas a língua de seu respectivo povo” (Ne 13.24). Neemias e Esdras precisaram purificar geneticamente o povo. Transfira esse princípio da mistura para o que é religioso, para os assuntos da fé e se terá uma igreja misturada com elementos de outras religiões. Cultura e espiritualidade são duas coisas que andam juntas, e é preciso identificar quando uma cultura tem origem satânica, como algumas culturas de certas regiões do Brasil. O problema é quando uma cultura assim se mescla com a espiritualidade e a fé dos cristãos. A cultura do reino de Deus, cujo fundamento está nas escrituras é que estabelece a divisa ou a fronteira do lícito e do ilícito. É preciso dizer, no entanto, que a cultura do reino de Deus sempre prevalece e se impõe sobre as demais. Então, a questão da mistura não é perigosa quando é cultural, mas mui perniciosa quando é religiosa e filosófica. Por exemplo, ritmos, estilos musicais, danças e expressões culturais de um povo podem ser usados para o serviço e expansão do reino de Deus, mas, uma filosofia ou certas religiosidades são perniciosas, porque, ao misturar-se ou mesclar-se com a verdadeira fé, tendem a diluir ou diminuir a essência da fé do reino de Deus. Explico. Deus orientou seu povo para que não semeasse sementes de duas espécies no campo, porque as sementes se deterioram quando se misturam, e perdem a originalidade (Lv 19.19). “Não semearás a tua vinha com duas espécies de semente, para que não degenere o fruto da semente que semeaste e a messe da vinha” (Dt 22.9). E esta tem sido a tática do diabo: Semear nos campos do Senhor para que degenere a boa semente. Em Mateus 13 Jesus contou a parábola do joio e do trigo, e alertou seus discípulos que a semente do reino é boa: “Senhor, não semeaste boa semente no teu campo?”. A semente do reino é boa, mas o inimigo na calada da noite semeia sua má semente no campo de Deus. Na parábola do trigo e do joio o problema não é as plantas crescerem juntas, porque, na colheita as sementes serão separadas, a questão é a possibilidade da degeneração do grão que ocorre pela polinização das duas espécies. O trigo bom se mistura ao trigo ruim e se degenera! 1. O capitalismo é uma cultura monetária, e, apesar de ter sua origem na Reforma Protestante, o capitalismo é pernicioso porque enriquece alguns e empobrece outros. Na igreja a prática do capitalismo não condiz com os princípios do Reino de Deus. No reino de Deus nem o capitalismo nem o socialismo são bons. 2. O comunismo é uma cultura política que alega usar os princípios de Atos 2 estabelecendo igualdade entre todos, mas é perniciosa, porque sua origem é positivista e atéia, isto é, o comunismo foi fundado para contrariar os princípios do Reino e sempre perseguiu os cristãos em todas as épocas. É impossível ser comunista e cristão autêntico ao mesmo tempo. Como filosofia o comunismo conseguiu se infiltrar dentro da igreja mesclando-se à fé e aos ideais cristãos, como se fosse uma coisa boa e útil para o povo, mas não é. Quando um cristão se afilia a um partido político de origem comunista está traindo os ideais da fé e servindo de inseto polinizador para alterar os genes da boa semente. 3. A política é o meio democrático pelo qual os povos estabelecem governos. A democracia também é fruto da Reforma Protestante e não é má em si mesma, porque dá a todos o direito de escolher seus governantes, no entanto, os partidos políticos com seus ideais e objetivos conseguiram se mesclar à fé, e os partidos políticos usam a grei ou o rebanho de Cristo como campo fértil onde semeiam a má semente, e plantam seus pensamentos e ideais corrompendo os fieis. 4. A degeneração da boa semente do reino se vem dando sistematicamente no mundo inteiro pela polinização e mistura das sementes. Conceitos de fé, filosofias misturadas à teologia, política misturadas ao sagrado, enriquecimento das lideranças sob a suposta ideia de que tudo é uma bênção de Deus; crescimento das organizações paraeleclesiásticas que ocupam o lugar da igreja e se manifestam como se igrejas fossem; aceitação do sagrado das demais religiões como se fizessem parte da mesma fé, e por aí seguem os insetos a serviço do diabo polinizando e alterando a substância da boa semente. O grande desafio de todos nós é o de aprendermos a preservar a boa semente e não permitir que se degenere no campo. A semente tem que continuar boa. Ora, quando pastores e líderes passam a aceitar práticas não bíblicas, como a aceitação do aborto, do casamento entre pessoas do mesmo sexo; quando abrem mão dos fundamentos da fé para conseguirem seus propósitos pessoais; quando os que se dizem líderes da igreja ou de denominações se misturam e se mesclam com candidatos e partidos políticos de ideologia marxista e comunista – que em sua origem sempre perseguiram e mataram os cristãos; a mistura é inevitável, e servem eles de insetos polinizadores a serviço do diabo. Na realidade, faz bastante tempo que a igreja brasileira perdeu sua essência permitindo que a boa semente do reino se perdesse e se misturasse ao joio, formando uma segunda espécie de semente. Quando se perde o gene da boa semente, cria-se um gene de segunda categoria. Depois, anda-se à procura da semente original, porque só a original produz o verdadeiro grão! Hoje está acontecendo no mundo espiritual o que aconteceu no Israel natural: O povo teme a Deus, mas adora seus ídolos! O povo serve a Deus e a Mamom ou o deus das riquezas. O povo expressa sua fé em Deus, mas não abre mão de seus interesses pessoais. O povo lê a Bíblia e seus líderes políticos leem o Príncipe de Maquiavel. E continuam “crentes”. Quem sabe Deus enviará seus leões para consumir parte da igreja. Só assim a igreja se despertará para voltar a servir ao verdadeiro Deus. Se os samaritanos são frutos de uma degeneração da raça hebréia; então, nos dias de hoje criou-se uma nova raça com alteração genética na igreja. O trigo que se vê dourado no campo cresceu no meio do joio e produz uma imagem belíssima. Mas, o problema não é o joio, e sim a genética do joio que polinizou o bom trigo. Cânticos, livros e mensagens de fé são ouvidos por toda parte, mas o povo não percebe que a semente boa se degenerou e que uma nova raça pervertida e contaminada se estabeleceu com o nome de igreja. Valha-nos Deus!

quinta-feira, 17 de maio de 2012

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FESTIVAL DE LOUVOR


FESTIVAL DE LOUVOR - IGREJA B. PENIEL

Cristãos Casados – Frequentar motel pode?

Bem, se não pode, também não pode dormir em hotel. O “leito sem mácula” caros amigos não diz respeito a cama física, ou ao espaço onde o casal se deita, mas a relação do casal enquanto gente fiel aos votos matrimoniais. É um exagero sem tamanho proibir motel. É descabido e uma invasão da privacidade do outro. Conheço casais que não tem privacidade dentro de sua casa por ter muitos filhos, ou pelo apartamento ser pequeno, e recorrem ao motel como alternativa para ter um momento a dois. Negar esse momento ao casal é no mínimo um abuso de poder. Ninguém tem direito de legislar a vida alheia. Aquele que come carne não condene quem come e vice versa, já dizia Paulo. Meu irmão e irmã, acredite, você não é menos santo porque vai a motel, nem mais santo porque não vai. Quanto ao fator higiene, tudo depende da escolha do estabelecimento. Para isso existe motel de tudo quanto é jeito. Desde o “pulgueiro” até o motel de luxo. Você como bom marido/esposa não vai passar uma noite especial num pulgueiro não é. É uma simples questão de bom senso. A questão espiritual é até desperdício falar, mas vamos lá mesmo assim. Somos termômetro ou termostato? Somos influenciados pelo ambiente ou influenciamos o ambiente? A bíblia diz que onde pusermos a planta dos nossos pés, aquele lugar é santo e nosso. No motel não é diferente. Quando você está alí no bem bom com sua esposa, aquele lugar alí é santificado pela sua presença. Quem vive paranóico com essa ideia da geopolítica infernal, deveria se preocupar mais em conhecer Deus e não o diabo. Não tem essa de motel ser lugar de adultério, de fornicação e de influência maligna, isso é coisa de gente dicotômica que despreza o poder de Deus e quase louva o diabo. Não há nenhum milímetro do universo onde Jesus não reivindique dizendo: “É MEU”. Não se preocupem com essa questão, o diabo não pode tocar nos servos do Senhor, muito menos reivindicar para si espaços determinados. O diabo está com a bola toda para algumas pessoas, virou até dono de motel. Não existe lugar promíscuo, existe gente promíscua em qualquer lugar, pensem nisso antes de falar. Lugar não tem alma, nem sentimentos, só pessoas. Qualquer lugar com Deus é um paraíso gente boa, até um motel! E no mais, tudo na mais santa paz!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Não há salvação pelas obras, porque não há bem naquilo que o homem obra.

O que a mente alienada de Deus, mancomunada com as trevas, de mãos dadas com o maligno jamais entenderá, é que a salvação em e por Jesus Cristo, se dá única, exclusiva e efetivamente pela graça e por ela somente. A graça de Deus não age na mesa da barganha nem na peita do “uma mão lava a outra”. Não espera ser correspondida pelo seu objeto de alcance, pois se assim o fosse tal graça reduzir-se-ia banalmente a uma mera recompensa, porém, uma recompensa inalcançável, inacessível, pois o objeto que por ela obrasse, a saber, o homem, jamais a alcançaria, posto que tal homem sem Deus, jamais moverá sequer um passo em sua direção, isso porque o veredicto dado pela Escritura Sagrada o desfavorece, neste julgamento do qual Deus é o supremo Juiz e aferidor da sentença: “Deus olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos, e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não, nem sequer um.” (Sl 53.2,3) Somos salvos pela graça, porque pelo mérito seríamos condenados. Somos salvos pela graça, porque falta-nos a justiça necessária para entrarmos nos “santo dos santos” sem sermos fulminados. O homem sem Deus é ímpio, pois anseia tenazmente vaguear na senda incerta que o mundo o enclausurou com seus pés mancos, ouvidos moucos, visão turva e coração irremediavelmente entenebrecido pelo pecado que guerreia contra a paz de Deus, aprisionando-o no neste pecado, à mercê de suas insólitas consequencias. A ordem do Senhor para os que desejam agradá-lo é “Aparta-te do mal e faze o bem; e terás morada para sempre” (Sl 37.3). Porém, se tratando dos que querem agradá-lo sem responsabilizá-lo pela força e vida, tal como a seiva da raiz é responsável pelo fruto dos ramos de uma árvore, fracassarão, pois “Na verdade que não há homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca peque.” (Ec 7.20) O ímpio não pode laborar a favor da verdade porque “Com as suas línguas tratam enganosamente” (Rm 3.13). Não podem com seu fôlego louvar ao Senhor porque sua “boca está cheia de maldição e amargura” (Rm 3.14). Não conseguem trilhar sua lida em busca do caminho que os leva á vida Eterna porque “Os seus pés são ligeiros para derramar sangue, em seus caminhos há destruição e miséria; e não conheceram o caminho da paz..” (Rm 3.15). Não hesitam em praticar a maldade porque “Não há temor de Deus diante de seus olhos.” (Rm 3.18) Por essa razão, a salvação não pode estar sob ombros humanos, a depender de seu engajamento para satisfazer as exigências salvíficas, porque não há, e jamais haverá sequer uma partícula de luz no recôndito do seu ser a brilhar, deste para Deus, para que por essa suposta e utópica boa ação, seja por Deus conquistado e recebido para salvação porque "Quem do imundo tirará o puro? Ninguém." (Jó 14.4). Analisemos a verdade da Escritura e o que por meio dela Deus nos revela. Se “do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias” (Mt 15.19) e “uma vez que tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce.” (Tg 3.12), como então seria possível a essa vontade, submetida a uma força maior e antecessora que a controla, trilhar autonomamente, os retos caminhos de Deus? Se o coração do homem é fonte de toda sorte de pecados e se de uma fonte apenas, não seja possível jorrar simultaneamente uma torrente de água doce e outra amarga, então não há nada que esse homem faça para que por meio de méritos próprios se faça merecedor de Deus, praticando um suposto bem o qual se acha enganosamente capaz de fazer, isso porque o homem sem Deus é homem perdido, irreconciliável, destinado a condenação. Certamente, ante a essa exposição radical e radicalmente bíblica, alguns que são simpatizantes a salvação que segundo acreditam, se dá sinergicamente entre Deus e homem, me dirão que há um justiça no homem sim, embora inerte, porém a espreita, a fim de que ladeada da força de Deus, motivando este Deus a agir pela a ação primeira daquele, ajam juntos para benefício da salvação do homem, mas “ Como, pois, seria justo o homem para com Deus, e como seria puro aquele que nasce de mulher?" (Jó 25.4) Ou ainda, que homem, que por sua própria capacidade “poderá dizer: Purifiquei o meu coração, limpo estou de meu pecado?” (Pv 20.9). Nenhum homem pode ir contra sua própria natureza dantes boa, agora caída em sua própria estultícia porque “Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram muitas astúcias.” (Ec 7.29) A Escritura Sagrada é a luz que vai adiante de nós, alumiando o caminho pela qual peregrinamos, e por meio dela, Deus desnuda-nos e mostra-nos quem de fato somos, e o que somos sem Deus, não agrada aos ouvidos do homem sem Deus. Enquanto da Escritura a voz de Deus estrondeia a composição de nossa débil natureza, o homem sem Deus busca iludir-se ostentando uma força que não tem isso porque “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” (jr 17.9). Ao Olhar Deus dos céus a vida dos homens na terra, ele sentencia: “Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um” (Sl 14.3). Se Deus, ao observar nossa frenética vida existencial, que gira em torno dos desejos que circundam o nosso umbigo, diz que ao homem lhe é impossível fazer o bem por si só, como se encorajam alguns a dizer que nos passos pelos quais se consuma a salvação, cabe o homem dar o primeiro passo a fim de que Deus, por meio de uma ação correspondente de honra ao mérito humano, responda-o dando o segundo passo? Que graça é essa, que espera o passo inicial de alguém e ainda se intitula de graça? Se alguém receber alguma coisa por merecer a isso não devemos chamar de graça, mas sim de soldo ou ainda salário e “o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 6.23). Se a morte é seu soldo merecido e a graça é dom gratuito ternamente concedido, então a morte é o que o homem merece, embora não receba (digo dos salvos) e graça é o que ele recebe embora não a mereça. A pergunta é: Se o homem é pecador e se sua nascente é má, sendo os desejos que dela elevam-se de igual modo corruptos, donde virá o suposto bem que alguns dizem o homem ter? A Escritura diz: “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão se não há quem pregue? (Rm 10.14). Ou seja, como crerão naquele (porque por si mesmos não podem crer) que pode salvá-los, e como o conhecerão, senão por meio da palavra que apresenta Jesus aos seus corações, bem como acrescenta-lhes a fé necessária para crer nele, ou não “foi o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia?”(At 16.14). Sim de fato foi Ele, isso porque a “a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Rm 10.17). A Fé vem, não nasce do coração do homem, vem de quem a tem para concedê-la, ela vem “descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.” (Tg 1.17) O homem sem Deus é tão imundo que se “tu, SENHOR, observares as iniqüidades, Senhor, quem subsistirá?” (Sl 130.3). Se Deus levasse em conta quem o homem é, nem ao menos sería estendido a nós a possibilidade de salvação. A Salvação iniciou-se não por um desejo de Deus em dar ao homem a oportunidade que lhe é de direito, mas sim “Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou,” (Rm 9.23). Os que resistem em se renderem à doutrina bíblica de que Deus é plenamente soberano e soberanamente responsável por tudo que aos homens é acometido, devem compreender que a Salvação é um ato arbitrário de Deus (Resultante de arbítrio pessoal; de ninguém mais além dele), no sentido de que ele não sofreu coerção, nem imposição para levá-la a efeito; Deus não é forçado a salvar para corresponder a alguma coisa que alguém possa ter feito a ele, pois “quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?” (Rm 11.35) ou como para cumprir um roteiro de final feliz que alguém possa ter escrito para que assim o fosse. Pois então se Deus quisesse julgar-nos por aquilo que somos, nós aqui não estaríamos por isso o rogamos a que “não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não se achará justo nenhum vivente” (Sl 143.2). E se assim não quisesse agir, alguns inconsequentes entre os poupados, jamais estariam agora o indagando dizendo “Que fazes? ou a tua obra: Não tens mãos?” (Is 45.9) Isso não me assombra, pois não é outra coisa, senão a medida dos homens no cabal cumprimento das profecias de Deus. Não há sequer uma ínfima possibilidade de o homem ser bom levando sua salvação a seu termo e não há justificativas plausíveis para dizer que ele o seja ou possa vir a ser autonomamente, face ao mal do qual ele, o homem, está dolosamente envolvido jurídica e soberanamente responsabilizado por Deus. Desde a mais tenra idade, ou ainda, desde o início do seu “vir a ser” ele é mal, pois “Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, falando mentiras”. (SL 58.3). Muitos são os que dizem que Deus, motivado por sua livre escolha de nos amar nos poupou do furor de sua ira, que justamente nos lançaria no inferno, onde a total separação com Deus imperaria eternamente. Somos alvos de sua infinita graça, de seu amor unilateral que jamais dependeu ou dependerá de seu objeto, de igual modo afirmam. Bom, então analisemos isso às últimas consequências. Se somos alvos de sua graça, o que de fato nós somos, então caso Deus optasse por agir de forma justa e não graciosa conosco, (o que ele fará com alguns), não poderíamos reprová-lo, nem argui-lo, pois estaria punindo-nos pelos erros que segundo nos constam, somos culpados. O que é culpa, senão o que Deus imputa em nos por sermos pecadores, e o que é graça senão a ação voluntária de Deus, em que, ao invés de permitir que sejamos ovelhas obstinadamente desgarradas, esse Deus, por si só e para si só, restitui-nos ao seu aprisco, buscando-nos quando não queríamos voltar, amando-nos quando o aborrecíamos, se entregando por nós, quando sequer beleza víamos nele para que o desejássemos? (Is 53.5) Sem Deus a nossa escolha seria o pecado, nada além de nos sujarmos no lamaçal do pecado “Porque o ímpio gloria-se do desejo da sua alma; bendiz ao avarento, e renuncia ao SENHOR." (Sl 10.3) Se o homem nasce mal, isso significa que impossivelmente ele se tornará em algo além daquilo que ele inerentemente o é. Se caso houvesse no homem a capacidade de pelos seus próprios logros ser bom ou mau, tal ênfase que lhe é dada pela Bíblia, ao dizer que o homem é pecador seria incoerente, se caso lhe fosse possível ser um ou outro, bastando-lhe apenas correr atrás do prejuízo; mas isso, Israel bem que tentou. Com mãos sujas de sangue e templo profanado pela idolatria, Israel, pôs-se a tentar cumprir os mandamentos de Deus sem Deus. Mas o Eterno chamou o profeta e a seu povo por meio dele o exortou: “Porventura pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Então podereis vós fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” (Jr 13.23) Portanto, salvação não pode acontecer pelas obras porque não há obras que lhe sejam boas, quando produzidas estritamente pela alçada humana. Ainda alguém poderá perguntar: Mas por qual motivo faz-se necessário dizer tão enfaticamente que o homem é pecador? Além do fato de julgar tal proclamação relevante, pela razão de constarem tais declarações como minas na Escritura Sagrada, somente assim nós compreenderemos o quanto Deus se proclama como Soberano em nossa salvação. Somente assim entenderemos o Senhor Jesus a nos dizer que “sem mim nada podeis fazer.” (Jo 15.5). Entenderemos Paulo quando diz que “Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus,” (2 Co 3.5), e assim daremos toda honra à Deus e sua justiça por estarmos onde estamos, nos lugares celestiais em Cristo Jesus, restaurados ao reino do filho do seu amor, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo. Finalmente, assim, somente assim subiremos humildemente “ao templo”, não a esbanjarmos uma louca auto-justiça diante do Eterno, mas sim batendo a mão sobre ao peito, ao menear de nossa cabeça, certificaremos o quão indignos somos de seus favores, e assim declararemos, no grito de um suplicante pecador: “O Deus, tem misericórdia de mim, pecador!” (Lc 18.13)