sábado, 29 de setembro de 2012

As boas novas do evangelho num mundo de más notícias

 
Por Rev. Hernandes Dias Lopes

O mundo está empapuçado de más notícias. Tem um prazer mórbido de se alimentar com as informações dragadas do submundo do crime, da corrupção e da violência. Notícia boa não vende jornal nem desperta interesse. O homem corrompido refestela-se com os petiscos imundos do pecado. É nesse contexto de mazelas e decadência que Paulo escreve sua carta aos Romanos, para falar do evangelho. Destacamos, aqui, algumas lições:
 

Em primeiro lugar, qual é a natureza do evangelho. O evangelho trata das boas novas de salvação num mundo imerso na mais completa perdição. O homem morto em seus delitos e pecados é escravo da carne, do mundo e do diabo. É filho da ira e caminha para a perdição. Está no reino das trevas e sob a potestade de Satanás. Sem qualquer mérito existente nesse homem, Deus o amou. Mesmo sendo inimigo de Deus, o próprio Deus caminhou na sua direção para reconciliá-lo consigo mesmo por meio de Cristo Jesus. O Evangelho, portanto, é Deus buscando o perdido. É Deus abrindo para o pecador um novo e vivo caminho para o céu. O evangelho é a expressão da graça de Deus, manifestada em Cristo, aos pecadores perdidos.

Em segundo lugar, quais as atitudes que devemos ter em relação ao evangelho. O apóstolo Paulo assumiu três atitudes importantes em relação ao evangelho. "Eu sou devedor" (Rm 1.14). "Eu estou pronto a anunciá-lo" (Rm 1.15). "Eu não me envergonho" (Rm 1.16). Somos devedores porque Deus nos confiou esse tesouro e não podemos retê-lo apenas para nós. Precisamos ser mordomos fiéis na entrega fiel dessa mensagem salvadora. Devemos estar prontos a anunciar o evangelho em todo tempo, em todo lugar, a todas as pessoas, de todas as formas legítimas, usando todos os recursos disponíveis. Não podemos nos envergonhar dessa mais importante mensagem, a boa nova de que Deus nos amou e enviou seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna!


Em terceiro lugar, qual é a eficácia do evangelho. O evangelho é o poder de Deus para a salvação. Porque Deus é onipotente, o evangelho também o é. Não há outra alternativa para o homem ser salvo a não ser pelo evangelho. Não há pecador tão arruinado moralmente e tão perdido espiritualmente que o evangelho não possa alcançá-lo. O evangelho não é um poder destruidor. É o poder de Deus para a salvação. É o poder que levanta o caído, que encontra o perdido e dá vida ao que está morto em seus pecados. O evangelho revela-nos que a salvação está em Cristo e somente nele. Nenhuma religião pode salvar o homem. Nenhum credo religioso pode reconciliar o homem com Deus. Nenhum sacrifício ou obra humana pode aliviar a consciência do pecador nem mesmo conduzi-lo à salvação.


Em quarto lugar, qual é a exigência do evangelho. O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê. O evangelho de Cristo oferece salvação a todos sem acepção, mas não a todos sem exceção. Há uma limitação imposta. O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê e não para aqueles que permanecem incrédulos e impenitentes. A ideia de que no dia final todos serão salvos está absolutamente equivocada. A salvação universal, ou seja, para todos sem exceção é uma grande falácia. A ideia de que aqueles que rejeitaram o evangelho serão destruídos e deixarão de existir, também, não possui amparo nas Escrituras. A Palavra de Deus fala de bem-aventurança eterna e tormento eterno. O inferno não é a sepultura nem a cessação da existência. O inferno é um lugar um estado de penalidades eternas que está no final de toda vida sem Cristo.


Sabendo que o evangelho é a melhor notícia, vindo do céu, da parte do próprio Deus, acerca da salvação eterna em Cristo Jesus, oferecendo-nos redenção, remissão de pecados e vida eterna, precisamos tomar duas atitudes: Primeira, recebermos com gratidão, pela fé, essa gloriosa oferta. Segunda, comprometermo-nos a proclamar essa mensagem com senso de urgência, no poder do Espírito Santo.

O que a Teologia da Prosperidade, igreja virtual, culto show... tem em comum?

Por Josemar Bessa
 
Nossa geração deseja todas as coisas que os povos idólatras do passado desejavam, e quando a igreja deseja ser relevante para mentes assim, ela entra no mesmo jogo.
 
Pense na idolatria no passado. Ela tinha uma fórmula simples. Tudo que a maioria das pessoas buscam é uma maneira simples de resolver seus problemas, ser “feliz”... um atalho. A fórmula deles era crie um deus, esculpa um deus numa madeira, ou ouro, ou... e o deus irá entrar neste ícone que você criou. Assim você tem um deus no seu meio e um deus controlável. Você agora tem toda a atenção dele quando você quiser e para os seus próprios fins.

Agrade a esse deus, satisfaça as necessidades dele, e ele satisfará as suas. Você tem com ele um elemento de barganha. Eles precisam de comida e sacrifícios... você precisa de benções. Faça a sua obrigação e ele estará obrigado a fazer a dele. Esse era a ideia... não parece com a maior parte do “evangelho” pregado hoje?

Outra característica da idolatria é que ela é fácil. O deus não tinha interesses morais em você, era uma atividade religiosa vã. A questão era: faça o que quiser com a sua vida, contanto que você ofereça os sacrifícios exigidos. O resto é contigo. Como e bom ouvir um “evangelho” assim...

Por isso a idolatria sempre é conveniente. Deuses do mundo antigo eram fáceis de encontrar, um para cada necessidade, o acesso era em toda parte, você pode levar o amuleto para casa, enquanto se desloca...

A idolatria era normal. E como isso define para a maioria das pessoas o seu padrão – a maioria faz isso – quase todos prestam culto assim... Todo mundo faz isso. Cultuar assim não pode estar errado.

A idolatria é lógica para a mente natural. Nações são diferentes, pessoas são diferentes... suas necessidades e desejos são diferentes... Obviamente deve haver uma divindade diferente, ou que pelo menos se ajuste a todas essas diferenças. Dessa forma cada um pode encontrar algo que lhe seja confortável e satisfaça suas necessidades. Isso não é lógico? Quanto mais opções melhor, mais pessoas podem ser alcançadas.

A idolatria era e é agradável aos sentidos. Temos que ter algo que impressione vários sentidos das pessoas – audição, visão, tato... para ajudá-las ver o seu deus... objetos de contato, de fé... é muito difícil alguém ficar impressionado com algo que não pode ver, tocar, sentir...

A idolatria sempre é indulgente. Grande parte dos sacrifícios não exige de fato muito sacrifício do adorador, ele continua senhor de sua própria vida... e depois de tudo ele podia desfrutar do sacrifício... sobrava muito para o homem... bebida, comida... ou os benefícios que seriam recebidos... não havia perdas reais. Generosidade para com os deuses colocava você na festa deles...

A idolatria era sensual... Todo sistema era cheio de erotismo. Que assunto mais encanta essa geração? Como os sermões seriam, na mente de muitos, mais interessantes se estivessem cheios de erotismo... sensualidade... como podemos ter mais, como podemos ser mais plenos e realizados eroticamente... esse é o grande tema da nossa geração, dentro e fora da igreja. A idolatria naqueles dias era assim, sensual. Os rituais poderiam se transformar em orgias. Sexo na terra significava sexo no céu, e sexo no céu significava chuva na terra, colheitas e grandes rebanhos... ah! Os deuses da fertilidade...

Você pode perceber porque havia e há tanta atração na idolatria? Você pode ver porque Israel ao se misturar com os povos nunca esses povos se voltavam para Deus e sim Israel para a idolatria?

Você como esse tem sido o ponto nevrálgico da igreja no mundo? Você entende porque o mundo está na igreja e a “igreja” ao crescer o mundo não tem se tornado como a igreja mais o oposto tem acontecido? Você como a estratégia de ser cada vez mais parecido com o mundo em seus valores, temas... já é uma derrota disfarçada de estratégia?

Porque nossa geração, porque muitos que estão na igreja visível tem esse coração que diz: “Eu quero uma espiritualidade que me deixe senhor de mim mesmo, que me custe pouco, que seja fácil de ver, fácil de fazer, que tenha poucos limites éticos e doutrinários, que me garanta o sucesso, que me faça sentir bem, que não me ofenda, que não ofenda os que me rodeiam... pregue isso e eu ouvirei.”

A tragédia é que nós, nossa geração, grande parte das pessoas que enchem as igrejas... querem o mesmo que todos os povos idólatras mostrados na Bíblia queriam.

Podemos ir a todas essas coisas de uma maneira um pouco diferente, mas...

Queremos uma fé que nos leve as coisas desejadas e que garanta o sucesso em nossas vidas (Evangelho da prosperidade).

Queremos um discipulada que é sempre conveniente (Igreja virtual).

Queremos uma religião ritualística ( Cristianismo nominal ).

Queremos culto que satisfaça desejos não espirituais ( Culto ao entretenimento)...

Queremos seguir a Deus de uma maneira que faça sentido para o mundo, que nos faça sentir bem, e que seja fácil para qualquer homem natural entender.

Em toda a Bíblia, nos dois Testamentos, a idolatria sempre foi a maior tentação para o povo de Deus. Dê uma olhada honesta ao seu redor, para dentro do seu próprio coração – e diga a verdade, a idolatria ainda é a maior tentação para aqueles que se dizem povo de Deus. Ainda é, nunca minimize isso, pois esse foi um erro trágico no passado, e ainda é o erro trágico de nossos dias.

“Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém”.
1 João 5:21

Deus: 100% complexo, 100% simples

Por Maurício Zágari
Nossos dias são vinhetas da MTV: alucinados, corridos, confusos, barulhentos, nonsense. TV, internet, games, apps… a lista não acaba. Impossível não querer que isso nos afete. Afeta. E, quando vemos, fomos sequestrados pelo turbilhão da vida pós-moderna. Fomos cooptados. Sugados. É quase uma lobotomia consciente. Mas, de repente, por meios que você jamais imaginaria, Deus põe o dedo sobre os lábios e diz: “Shhhhhhh, acalma-te e cala”.  Quando vem esse tranco, cessa o acelerar do coração, estanca-se  a produção de adrenalina e, motivados pelas mais diversas razões, paramos. Chega. Hora de respirar. Retroceder. Voltar para a retaguarda. Se esconder da humanidade. Correr para longe da multidão de vozes e buscar o isolamento, deixando Deus refazer tudo. E, em meio a todo o ruído ensurdecedor do silêncio que se apresentou a mim quando vivi isso descobri algo encantador: a simplicidade.
De início é pura dor. Dói e dói muito. Mas, acredite, com o tempo você descobre que é um privilégio. Mesmo que seja pelas razões mais dolorosas: se você consegue viver o século 18 em pleno século 21, desfrute. Quem passa por isso experimenta uma época única e inédita na vida. Um período de introspecção, reflexão, oração; época de repensar, refazer, mudar, reconstruir. De buscar o silêncio e fugir do barulho. Em certos momentos, farfalhar de páginas e a voz dos meus pensamentos muitas vezes é o máximo a que me permito ou me foi permitido. Simplicidade.
Em nossos dias, algo raro de se conseguir e muito desvalorizado. Uns são empurrados a viver a simplicidade pelas circunstâncias. Outros, por perdas. Outros, ainda, pela depressão. Ou a descoberta de uma doença terminal. Há os que busquem a vida monástica. Ou a reclusão urbana. Seja qual for a razão ou o meio, conseguir trancar-se ou ser trancado numa bolha em meio ao corre-corre da existência nos leva a um lugar psicológico e espiritual que é puro silêncio.
Simplicidade traz paz. É comida sem requinte, bate-papos triviais, vento nos cabelos, rir de piada sem graça, a incerteza dos planos do Alto para nós e a certeza de que a vida é muito mais do que nos fizeram crer. É viver com pouco dinheiro, descobrir que um punhado de amigos que se preocupam vale mais do que multidões de amigos da boca pra fora, que Dorothy estava certa ao bater seus calcanhares. E, quando a simplicidade te alcança, ali você descobre Deus como nunca antes.
Deus é o ser mais complexo do mundo. Impossível compreendê-lo, desista. Como explicar alguém que não teve começo nem terá fim, que é um e três, que é amor e fogo consumidor, que vira homem sem deixar de ser glória? Não dá. Eu não consigo. Os que tentam acabam criando ídolos. Não, não consigo.  Mas tentei, por muito tempo tentei. Busquei nos livros. Busquei nas conferências. Busquei até os neurônios fritarem. E, sem querer, foi na simplicidade involuntária que percebi que o ser mais complexo do mundo é também o mais simples.  100% complexidade, 100% simplicidade.
A simplicidade de Deus está em muitas coisas. Está, por exemplo, em podermos chamá-lo de Pai. Há coisa mais simples do que deitar no colo de um pai e simplesmente desfrutar do afago nos cabelos? Consequentemente, também está na simplicidade do amor paterno. Saímos do chiqueiro, voltamos cabisbaixos para casa e lhe dizemos com o coração sincero que só queremos ser servos, absolutamente certos de que carregaremos para sempre a lama grudada em nossa alma. E Ele balança a cabeça ante nossa puerilidade e diz com carinho que não entendemos nada: o anel será posto em nosso dedo e o banquete estará na mesa.  É tão só isso que você fica paralisado, sem entender ou se ver digno de um amor tão simples, só deixando os lábios tremerem em silêncio enquanto as lágrimas descem por seu rosto. E você, perdoado, aprende a perdoar. Hoje entendo por que minha filha me beija e agarra meu pescoço após sair de um merecido castigo. Pois o amor de Deus é simples como o amor de uma criança. Quem complica somos nós, adultos bobos.
A simplicidade de Deus torna-se visível quando Ele não se apresenta como uma quimera de vinte tentáculos, dez olhos e fúria titânica, mas como o mais singelo dos animais: o manso Cordeiro. De balido baixo. Calmo. Pacífico. Não, não encontro mais Deus nos berros e barulhos, nos shows e nos gritos de êxtase. Tenho me encontrado com Ele nos momentos de penumbra, nos entardeceres na beira da praia,  nas manhãs de chuva em que - achamos – que não temos o que fazer, que o dia está monótono. Mas monotonia é simplicidade pedindo para ser explorada, é o Rei chamando para conversar. Pois Ele está conosco todos os dias, até a consumação do século, sejam dias de céu azul ou cinzentos. E saber isso basta. É simples. Não é complicado. Ele é e Ele está. Feliz é quem descobre isso a tempo.
É no silêncio da oração sussurrada, na felicidade da lágrima de agonia, na alegria dos joelhos que doem contra o chão duro, na paz da vida destruída… que você olha Deus nos olhos. Jó olhou e viu. Pois nada mais ele tinha. Em meio a sua desgraça, só restou a Jó o monturo e o caco de telha. Sua vida, embora devastada, tornou-se simples. E, em meio à simplicidade, Jó vislumbrou a essência do Redentor e disse a Ele aquilo que todo cristão deveria dizer:
“Na verdade, falei do que não entendia; coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia. Escuta-me, pois, havias dito, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás. Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza.” (Jó 42.3-6)
Por muito tempo busquei Deus na complexidade e hoje vejo o quanto isso me afastou dele. Não desejo mais um Deus complexo, frio e distante. Agora que descobri a simplicidade do carpinteiro de Nazaré quero vivê-la em sua plenitude, pois foi nela que meus olhos o viram. Não quero perder nunca mais esse reflexo em minhas retinas. E que eu morra depois de viver uma vida da qual o meu Salvador possa se orgulhar -  amando a ele e ao próximo, sem devolver mal com mal, depositando meu tesouro no lugar certo e tratando das feridas de quem estiver caído à beira do caminho. É hora de viver essa simplicidade, para que a hora de morrer faça sentido. Simples assim.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O que é a Cabala?

Por Joaquim de Andrade INTRODUÇÃO Durante séculos, o significado, a finalidade e o uso da cabala estiveram envoltos no mais profundo mistério. E só tinham acesso a ela os estudiosos que, muitas vezes, pagavam com a própria vida na fogueira o preço por tal conhecimento. Geralmente se entende por cabala a “sabedoria” oculta dos rabinos judeus da Idade Média; porém, é apenas uma de suas ramificações ou a maneira hebraica de interpretar à Bíblia. Segundo alguns autores, a origem desta ciência remonta aos antigos caldeus, donde a teriam derivado os judeus durante o seu cativeiro em Babilônia, adaptando-a a interpretação esotérica de suas escrituras e de algumas passagens bíblicas. Todavia, outros autores lhe atribuem uma origem muito mais antiga que a dos próprios caldeus. Além dessa Cabala teórica, criou-se um ramo prático relacionado com as letras hebraicas, como representações ao mesmo tempo de sons, números e idéias. Acrescida de algumas lendas maçônicas. ALGUMAS IDÉIAS DA CABALA Como fica claro a partir dos estudos anteriores, a cabala não é um sistema único com princípios básicos que podem ser explicados de uma maneira simples e linear, mas, ao contrário, consiste de uma multiplicidade de abordagens diferentes, amplamente separadas uma das outras e completamente contraditórias. No entanto, a partir da data da aparição do Sefer ba-Babir ( é a mais antiga obra de literatura cabalística, ou seja, o primeiro livro que adota a abordagem e a estrutura simbólica do ensinamento cabalístico) a Cabala possuiu uma linha comum de símbolos e idéias que os seguidores aceitaram como uma tradição mística, ainda que diferissem uns dos outros quanto a interpretação do significado exato destes símbolos, as implicações filosóficas inerentes a eles, e também aos contextos especulativos através dos quais tornou-se possível considerar essa estrutura comum como uma espécie de teologia mística do judaísmo. Mas mesmo dentro dessa estrutura, duas etapas devem ser diferenciadas: a.) a linha dos símbolos da Cabala primitiva até e inclusive o período Safed, i.e., a teoria das Sefirot como se cristalizou em Gerona, nas diversas partes do Zohar, e nos trabalhos de cabalistas até Cordovero. b.) a linha de símbolos criada pela Cabala luriânica, que dominou principalmente o pensamento cabalístico desde o século XVII até épocas recentes. O sistema luriânico vai além da doutrina das Sefirot, apesar de fazer um amplo e enfático uso de seus princípios, e se baseia no simbolismo dos partsufim. Além disso, duas tendências básicas podem ser discernidas no ensino da Cabala. Uma tem uma direção fortemente mística expressa em imagens e símbolos cuja proximidade interior ao reino do mito é freqüentemente muito marcante. O caráter da outra é especulativo, uma tentativa de dar aos símbolos um significado direcional mais ou menos definido. Em grande parte esta perspectiva apresenta a especulação cabalística como uma continuação da filosofia, uma espécie de camada adicional superposta a ela através de uma combinação dos poderes do pensamento racional e da meditação contemplativa. As exposições especulativas do ensino cabalístico dependem grandemente das idéias da filosofia neoplatônica e aristotélica como eram conhecidas na Idade Média, e se expressavam na terminologia costumeira destes campos. Daí que a cosmologia da Cabala é delas emprestada e de maneira nenhuma original, e é expressa na doutrina medieval comum dos intelectos e esferas separadas. Sua real originalidade repousa nos problemas que transcedem esta cosmologia. Como a filosofia judaica, a Cabala especulativa moveu-se entre duas grandes heranças, a Bíblia e o judaísmo talmúdico por um lado e a filosofia grega em suas diferentes formas por outro . O traço original e adicional, no entanto, foi o novo impulso religioso que procurou integrar-se a estas tradições e iluminá-las de dentro. PERGUNTAS E RESPOSTAS ACERCA DA CABALA 1 – O que notabilizou Abraão Abulafia? Além da doutrina Sephiroth, ele também propagou com êxito o misticismo da letra (Guematria, Notarikon e Temurah) assim como o tratamento cabalístico dos nomes de Deus, que ele considera ser o objetivo da ciência secreta. 2 – O que se entende por Guematria? Guematria (geometria) é a substituição de uma palavra significativa num versículo bíblico, etc., por uma outra cujas letras possuem o mesmo valor numerológico, ou por uma concepção com a qual a letra correspondente está relacionada. 3 – O que se entende por Notarikon? Notarikon (de notariacum, que significa abreviação) é o tratamento das letras de uma palavra como as primeiras letras de uma setença ou grupo de sentenças. Em outras palavras, o tratamento de uma palavra aparentemente importante como uma abreviação secreta. 4 – O que se entende por Themurah? A substituição das letras de uma palavra significativa, ou uma palavra que necessita de explicação de um modo tal que daí se origina uma nova palavra. Assim se originam novas palavras ou palavras-números que podem, além disso, ser tratadas de acordo com a Gematria. O misticismo da letra foi considerado a parte principal do cabalismo e o mesmo teve grande influência. UM CABALISTA MUITO IMPORTANTE Isaac Lúria (1534-1572), um ídolo para seus seguidores antigos e mais recentes, também chamado “o leão” (Ari, que significa Adonenu Rabbi Jizchak, o nosso Senhor Rabino Isaac) ou Riha-Kâdôch (Santo Isaac). Ele acreditava que podemos colaborar com a salvação do mundo através de uma poderosa atenção (“Kewanah”), intenção e pensamento (concentração) durante a prática de rituais religiosos; através da constante absorção pessoal do Zohar, pela recitação atenta de certas formulas cabalísticas; por orações relacionadas com entrega total a meditação; e também por piedosos exercícios de penitência, com o que se pode alcançar uma consciência sobrenatural, a alma e a perfeição, ensinou também a transmigração das almas. Ele não deixou nada escrito, declara que quando se concentrava seriamente em alguma coisa, as fontes de sabedoria sobrenatural ficavam ato poderosamente expostas para ele que perdia por completo a capacidade de escrever, e que até falar e lhe tornava difícil, a fim de comunicar algumas de suas revelações aos seus alunos. Veja Mt 8.8; Lc 8.29; At 16.16-19; At 8.9-11. Seus ensinos são conhecidos em virtude principalmente das anotações do seu melhor aluno, Chajjim Vidal (ben Josef Calabrese), que viveu de 1543 a1620, e registrou em seus próprios escritos, especialmente em Ez chajjim (Árvore da Vida), muito do que tinha assimilado durante seu breve aprendizado no último não de vida de Lúria (1571-1572). Gostaria de citar algumas experiências de Lúria. Dizia-se que ele visitava todas as noites a “academia celestial” e que aí recebia revelações da mais alta sabedoria; acreditava-se que sua alma era uma “centelha do espírito de Moisés” De fato, foi até afirmado que ele era o “Messias, o filho de José” significando que era o predecessor do verdadeiro Messias (o filho de David).Também lhe foram atribuídos muitos milagres. Diz Bloch: “É devido a Isaac Lúria e Chajjim Vidal o fato de representações místicas, fanáticas e supersticiosas, e rituais ascéticos e muito especiais terem influenciado a vida do judaísmo como um todo. segundo eles o Zohar era venerado de um modo que lembra a idolatria, e que uma vasta e prolífica literatura foi desenvolvida da mistura do Zohar, a Bíblia e o Talmude, resultando nas mais deformadas fantasias”. SURGE UMA SEITA DENTRO DA CABALA Com o pseudomessias Sabbathai Zewi, um cabalista de Esmirna, com quem quase todo o judaísmo concordou. Mesmo depois que se converteu ao islamismo em 1666, em Adrianópolis (com medo de ser morto pelo governo turco), o fanatismo por ele gerado não esmoreceu, mas, pelo contrário, foi propagado por toda a Europa através de entusiásticos missionários. Ainda era um poder espiritual no século XVIII. As influências sabbathairianas pegou o famoso e o mais arrogante talmudista e pregador Rabino Jonathan Eibeschtuz (1690-1764), justamente respeitado pela ciência moderna, foi suspeito de tendências deste movimento, mais e que por conseguinte atraiu sobre si a severa exploração de Jacó Emden. O movimento foi considerado herético pelo fato de ter remodelado os ensinamentos do Zohar a respeito da atividade dos três princípios, “Pai, mãe e filho, convertendo-os numa doutrina trinitária e messiânica que correspondia largamente a idéias cristas semelhantes, nas quais a Divindade era considerada um ser triádico; “o pai era encarnado no filho”(ou seja, Sabbathai), contendo o divino “Schechinah” (o Espírito Santo). Veja Mt 3.16,17; 28.19; Rm 8.9; 1 Co 12.3-6; 2 Co 13.14; 1 Pe 1.2; Jd 20.21 TEÓLOGOS CATÓLICOS E FILÓSOFOS SE APEGARAM A CABALA É interessante observa-mos que a Cabala alcançou até mesmo os chamados cristãos porque eles acreditavam ter encontrado na Cabala provas de que o judaísmo, apesar de sua resistência a religião cristã, era conduzido, de um modo perifrástico, pelo Espírito Santo, de acordo com o princípio básico do dogma cristão; de modo que, em particular por suas altamente elogiadas doutrina secretas, e a despeito delas, a verdade do cristianismo estava demonstrada. Os seguidores de Platão, sendo os filósofos naturalistas desse tempo, viram na Cabala um bem-vinda combinação do monismo teosófico-metafísico e naturalista; e acreditaram ter encontrado o caminho que leva a uma solução do mistério do mundo. DOUTRINAS DA CABALA Dentro da Cabala pelo menos tanto se pode falar de uma doutrina de imortalidade, reencarnação, transmigração da alma, fé, salvação, etc… ou de uma ética talmúdica, e assim por diante. A Cabala está numa posição relativamente forte desde que se descobriu que o Zohar é um ponto culminante e um foco das doutrinas cabalísticas vigentes, ao passo que o Pardes Rimmonium, ao mesmo tempo, sistematizou esse material de modo que doutrinas adicionais ou divergentes apenas tem que ser agregadas. Os ensinamentos da Cabala estão divididos em seções: 1. Metafísica da Cabala: as doutrinas do absoluto e suas emanações. 2. Antropologia da Cabala: psicologia e ética 3. Magia da Cabala: misticismo da letra e Cabala prática. PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE AS DOUTRINAS DA CABALA 1- Que é a Divindade? A doutrina de Deus dentro da Cabala e a seguinte: “O inteligível supremo, o ser puro, ou o absoluto. Dentro da pura concepção do supremo está contida a idéia implícita de que somente pode existir um ser. Esse ser puro deve, além disso, em contraste com o imaginável e perceptível, ser singular em todos os aspectos, nem complexo nem mutável. Em oposição as coisas perecíveis, o absoluto (ou a Divindade) é o infinito, ou seja, fora do tempo e do espaço; é incondicional, o que significa ano ser causado ou confinado por nada; salvo ele próprio, portanto, inconcebível. Tudo isso está compreendido na expressão En sôph (o infinito, o incondicionado, o absoluto). De acordo com a Cabala, o mundo material nada mais é senão uma ausência de ser puro – energia primeva debilitada. A doutrina cabalística da emanação é energética filosófica, dinâmica metafísica, em que a Divindade ou o absoluto é o ser puríssimo, assim como a energia suprema (actus purus) Como podemos observar um conceito um tanto panteista e hindu a respeito do Soberano do Universo. Veja Jo 8.44; 2 Cr 6.14; Is 42.8; Dt 4.39. 2 – Qual é o significado do “Reino das 10 Sephiroth (Malkuth)? Num sentido, essas Septiroth representam a fronteira, a porta de acesso ao mais próximo mundo inferior, Beriah. Também a palavra Altereth (grinalda), como as Sephiroth são freqüentemente chamadas, inclui a concepção de unir e ligar, assim como a indicação do lugar inferior de Sephirah em oposição ao mais alto (Kether, coroa). Assim como a grinalda enquanto toucado pertence ao domínio da coroa, mas assume uma posição inferior, também as 10 Septiroth pertencem as mais elevada emanações, mas são as mais baixas dentre elas. 3 – O que o mundo Beriah contém? As 10 formas ou conceitos primevos de criação. No platonismo e neoplatonismo, esses conceitos são representados como seres inteligentes espirituais. 4 – Qual a antropologia da Cabala Do mesmo modo que as Septiroth (a despeito de sua duplicação) ou o domínio Sephirah (apesar de sua triplicado) representam um organismo mundial autônomo, a alma, apesar de suas “partes”(assim chamadas), é um todo orgânico auto-suficiente. De acordo com os ensinamentos dos cabalistas, existe uma liberdade da alma, todas as almas tornam-se abençoadas, significando com isso que todas retornarão as regiões superiores onde se originaram. Uma doutrina semelhante é a do exegeta e teólogo Orígenes. 5 – Quando nasceu a alma? Como emanação do absoluto poderia ter existido eternamente e ter tido, por conseguinte, uma preexistência ideal, uma vez que, de acordo com a doutrina dos cabalistas, todas as almas foram criadas ao mesmo tempo. Portanto, por um lado, a alma é eterna, e por outro, teve um começo anterior a toda e qualquer existência física. Em conexão com os estudos talmúdicos sobre a preexistência, os cabalistas ensinam que ela estava no domínio Yetsirah, especificamente numa parte das esferas dos céus Araboth chamada Guph. 6 – De acordo com essa doutrina, todas as almas ingressaram na existência física terrena? Não, algumas almas ainda estão esperando. Veja 1 Co 15:46; Zc 12.1. Para os cabalistas elas serão parcialmente encontradas na primeira existência terrena, embora em sua maior parte passem por transmigrações através de diferentes e sucessivos períodos terrenos de existência. Algumas almas já se elevaram para uma vida superior. Há diferentes opiniões com respeito para onde vão as almas, a esse respeito. De acordo com as opiniões mais racionais dentro da Cabala, a meta final da alma perfeita é o desprendimento no absoluto, o “oceano da Divindade”. Ainda com relação a alma, para eles a alma no estado da pré-existência entra num estado consciente. Tem conhecimento de seus pensamentos, de modo que, também de acordo com Platão, toda a ciência terrena nada mais é senão uma recordação retrospectiva desse conhecimento presidencial. Elas ingressam com a finalidade de se aperfeiçoarem 7 – Mas não e ensinado que as almas pecaram na existência pré-existêncial, e, portanto, tinham que entrar nos corpos? Sim e não. A escola de Lúria, em particular, advoga que originalmente todas as almas estavam unidas na preexistência dos primeiros seres humanos, isto é, na idéia do homem, e pecaram, portanto, ao mesmo tempo que o primeiro homem. Assim ano ingressaram no mundo como uma punição direta, mas, sobretudo, para efeito de purificação depois de terem assumido a forma física ideal no domínio Beriah. Para que alma atinja a perfeição moral ela tem que ter vencido suas deficiência materiais e finalmente retornando, como vencedoras da luta contra a imperfeição. Isso só e conseguido pôr metempsicose, a doutrina da transmigração das almas. Veja Rm 4.5; Ef 2.8,9; 1 Jo 5.11,12 8 – Onde está essa origem? Não está inteiramente claro. Muitos cabalistas admitem uma existência pessoal continuada das almas purificadas no mundo de Yetsirah, Beriah ou das Sephiroth, de tal modo que as partes individuais da alma regressam a diferentes seções. Outros falam de uma confluência das almas, um refluxo de todas as emanações para o infinito, o absoluto, o Oceanos Divinitatis. Se esse curso é um outro processo de emanação, como ensinam os estóicos (e outros), ano é mencionado, uma vez que no sentido ético somente a emanação presente é considerada. 9 – Do que se trata a magia cabalística? Da evocação de poderes sobrenaturais por meio do santo nome de Deus e de diferentes formas desse nome (composição de letras, etc.) Nós sabemos que a Cabala trabalha tanto com a magia branca como a negra também conhece a evocação de poderes demoníacos, embora rejeite isso como feitiçaria. Veja Dt 18.10-12; Gn 41.24; Jr 14.14; Lv 19.26. 10 – Em que basear a crença de que milagres podem ser realizados com o nome de Deus? A Bíblia já menciona a realização de milagres “em nome de Deus”( e em hebraico be-schem – pelo nome),. Como o nome de algo deve expressar o seu caráter, o nome de Deus também é a expressão e revelação do seu ser. E como o ser da Divindade é poder absoluto (onipotência), o uso do seu nome deve ser uma apreensão do seu nome, uma absorção do seu poder (até onde for possível). As letras individuais, do nome de Deus também são partes do ser, a energia da Divindade. Por conseguinte, o conhecimento de diferentes combinações, de acordo com certas regras, fornece a capacidade de evocar um certo poder para um determinado propósito. 11 – Também são usados os nomes dos anjos? Sim, bem como outras fórmulas mágicas. Os anjos são considerados servos de Deus, isto é, escoadouros para o poder da Divindade, e as fórmulas mágicas são usadas “em nome” da Divindade. Isso está de acordo com o uso da fórmula original, o nome de Deus. Veja Gn 3.1-5; I Tm 4.1; 2 Co 4.4; 1 Jo 4.1. Alguns exemplos de metamorfose: Certa vez, um rabino encontrou em seu caminho uma feiticeira que tentou fazer-lhe uma bruxaria. Ele preferiu o Nome, convertendo a feiticeira num burro que alegremente levou ao mercado para vender. 12 – E exorcismo? Para o Cabalistas Salomão tinha o mundo inteiro de espíritos e ele sujeito pelo Schem (gravado em eu anel de sinete e corrente) até que o demônio Asmodi lhe roubou o anel e assim obteve poder para si próprio. O bandido Salomão ficou errando até o dia em que finalmente obteve o anel de volta ao encontrá-lo no estômago de um peixe, quando decretou o imediato banimento de Asmodi. Também é interessante a história de Lúria, do exorcismo de um espírito que possuía uma mulher. O espírito era a alma de um judeu afogado que ano tinha leito mortuário e ano fizera penitência. Depois de errar por longo tempo, fora-lhe permitido entrar numa mulher quando ela estava praguejando e essa mulher, epiléptica e histérica, sofreu terrivelmente. Lúria fala e age com o atormentador da infeliz do mesmo modo que um exorcista cristão; insulta-o e deixa que ele lhe conte a sua história. Com a ajuda do “Nome”, ele obriga finalmente o espírito a retirar-se para um dos dedos do pé da mulher, o que ele faz com a usual violência. O eminente rabino Low, de Praga (Judá ben Bezalêl), que faleceu em 1600) teria feito aparecer os patriarcas e filhos de Jacó diante de Rudolfo II, por meio do poder do Schêm. 13 – Que línguas podem ser entendidas com a ajuda do Schêm? Ele ensinam que aquele que deseja realizar algum ato mágico deve possuir total pureza física, e o correto agrupamento de símbolos, assim como sua correta pronunciação (um segredo somente conhecido de muito poucos), são essenciais. Aquele que diz a fórmula num estado de impureza morrerá ou, pelo menos, arriscará sua vida, porquanto se tornará também impuro durante o ato milagroso. O Schêm só pode ser empregado por homens. Além de Lilith, uma jovem chamada Ichtahar usou o Schêm para encontrar refúgio no céu quando o anjo Schamchasu quis prostituí-la. Esse, porém, é um caso individual, provavelmente originário da mitologia babilônica. 14 – Para que fins são usados os amuletos? Para inspirar amor e matar inimigos, mas são especialmente usados para proteção contra demônios e toda a espécie de calamidades. Eles contem vários nomes de Deus e dos anjos, assim como fórmulas com bênçãos ou maldições, e combinações obscuras e quase incompreensíveis de letras. O Talmude fornece um profilático contra doenças dos olhos (no tratado Pesachim 120A), a fórmula “Schebririn”, a qual é escrita de tal maneira que as letras da palavra decrescendo uniformemente fazem o mesmo com a doença. Mais famosa é a fórmula “Abracadabra” que passeia por tudo quanto é livro de magia e foi elogiada como um meio contra a febre pelo romão Serenus Sammonicus.. 15 – O que significa “Abracadabra” Abbara Kedabra significa “some depressa como estas palavras”; recita-se para aquele que está doente. Todas as outras explicações são, em sua maioria, muito improváveis (por exemplo, Ab, ruach, dabar, significando pai, espírito, “palavra” ou filho), ou ainda mais forçadas do que essa (por exemplo, o Abed Kadabar do dr. Fischer, significando “faça o determinado”, uma fórmula de receita para a qual, entretanto, as letras precisam ser mudadas). 16 – O que contem os outros amuletos? Combinações cifradas secretas, cujas palavras tem, por vezes, uma relação peculiar e parcialmente misteriosa com as doutrinas das Sephiroth e outras, um exemplo disto é o quadro de Sete. 17 – Qual a diferença no resultado entre os amuletos e o Schêm falados? A ação do amuleto é, de um modo geral, constante e duradoura; a pronunciação “Nome” é de breve duração, porém mais poderosa. Além disso, a ação de amuletos é principalmente negativa e impeditiva, ao passo que a fórmula falada é sobretudo produtiva, criativa e evocadora. 18 – Como é provado que o Cabalismo estava familiarizado com poder de sugestão? São inúmeros os textos cabalistas que descrevem extensamente os meios para auto-hipnose, pelo uso de apropriadas e sugestivas representações, etc. Para contemplar os segredos da divindade, o cabalista que desejar isto, deve jejuar em determinados dias, colocar a cabeça entre os joelhos enquanto está assentado, e quando deitado, deve recitar vários hinos e fórmulas que são descritas. Essas fórmulas meio cantadas, meio recitadas, com seus ritmos flutuantes, margens pálidas e pensamentos vagos são indicados para influenciar outros. E, finalmente os cabalistas ano ignoram sugestivo efeito hipnótico de olhar um objeto brilhante, de escutar uma água caindo lentamente. 19 – Que mais pertence a magia cabalista? Astrologia, Fisionomia (a arte de julgar o caráter pelos traços do rosto), Quiromancia (a arte de advinhar pela leitura das linhas das mãos). A descoberta magica de tesouros fontes de objetos, ladroes e etc., assim como a interpretação de sonhos, que pertencem a magia inferior só vieram acontecer em épocas subsequente, tem maiores afinidades com as crendices populares e muito pouco a ver com que eles chamam de verdadeiro cabalismo.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Você está "cansando" Deus?

Por Josemar Bessa
"Vocês têm cansado o Senhor com as suas palavras. Como o temos cansado? Vocês ainda perguntam.” - Malaquias 2:17 

O povo de Deus tem um longa história de murmurações e reclamações dirigidas a Deus. Desde de o Éden de alguma forma o homem tenta responsabilizar Deus por aquilo que ele acha não estar acontecendo segundo seus desejos, ou para justificar seus erros. As coisas não eram diferentes nos dias do profeta Malaquias. Entre outros argumentos levantados em suas murmurações eles diziam: 1) O Senhor está tratando os maus como os bons. 2) Tu estás sentado no “céu” não fazendo nada a respeito dos problemas evidentes. Tu devias vir e julgar os ímpios. Eles desejavam o Deus que lançou as 10 pragas no Egito, que fez fogo descer sobre o monte Carmelo e trouxesse julgamento aos seus inimigos. Não havia neles NENHUM zelo pela glória de Deus. Eles só queriam que seus problemas fossem embora, então eles resmungaram, murmuraram... É fácil estar descontente também. Vivemos vidas ocupadas, aborrecida muitas vezes, achamos não ter o dinheiro suficiente, saúde suficiente, não somos reconhecidos o suficiente, a igreja local não tem sido boa para mim o suficiente... “estou muito magro, estou muito gordo, estou com baixa auto-estima, sou muito baixo, sou muito alto, queria estar casado, queria estar solteiro, queria outro carro, queria outro emprego, queria outro chefe, queria ter filhos, os filhos vieram na hora errada...” – e por aí vai, choramingando como crianças de 3 ou 4 anos de idade. Mas Deus chama o seu povo a paciência, longanimidade... e que confiem nEle. Quando realmente cremos que Deus está trabalhando todas as coisas de acordo com a sua boa vontade e para nosso bem final, estamos livres para viver como Paulo diz em Filipenses 2.14: “Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas.” Mas como eles insistiram, Deus disse “Eu virei a vocês trazendo juízo.” - Malaquias 3:5 Eles estavam acusando Deus de omissão, de fazer vista grossa para o pecado ( dos outros, é claro, e não o deles). Eles queriam que Ele derrubasse os maus como nos bons e velhos tempos. Que surpresa, como sempre o homem fica, eles ficaram quando o Senhor atendeu o seu pedido e prometeu vir para perto deles para exercer julgamento. Os Israelitas, como é comum, tinham o “dom” de saber exatamente o que estava errado como o mundo inteiro, com todas as outras pessoas. Esse era o problema, as outras pessoas... como hoje é tão comum – o problema é a igreja, são os outros... Eles nunca pensaram que pedir a Deus para consertar as coisas, que acusá-lo de omissão, poderia implicar em Deus corrigi-los. Ter o “dom” de ver o problema no mundo inteiro nos cega para um Deus que irá nos confrontar naquilo que nos recusamos a ver em nós mesmos. Qualquer oração nesta base não passa de ser uma voz que “cansa” Deus. Felizmente, o Senhor não veio apenas para julgamento, Ele veio sobre eles para refiná-los. Ele veio para fazer deles um povo que realmente estivesse firme em sua Aliança, Deus veio martelar a espada sobre a bigorna para que o mundo pudesse ver neles um reflexo do Deus santo que Ele é. A verdadeira piedade flui através de um fogo refinador da parte de Deus para nós. Se queremos santidade, se queremos a comunhão da presença de Deus, se devemos ser fiéis... isso certamente significará dificuldades e repreensão... mas se tudo o que fazemos é exercer o “dom” de ver o problema no mundo, na igreja, nos outros... “cansamos” Deus e nos enganamos chamando isso oração. Você terá que olhar o trabalho de Deus em você, e ao invés de “cansa-lo” com murmurações, terá que dizer como Davi: “Foi bom para mim ser afligido, para que aprendesse os teus decretos” (Sl 119.71).

É proibido sofrer!

Por Pablo Massolar
"É proibido sofrer!" Esta é a mensagem que vemos sendo anunciada em quase todos os lugares. Talvez nem sempre dita assim tão explícita, mas percebemos suas variações quando também se diz: "pare de sofrer!", "tenha uma vida vitoriosa!", "Você nasceu para ser cabeça e não cauda!", "decrete e profetize sua vitória!", "tome posse pela fé!" e tantas outras ordens e palavras que, na cabeça de muita gente, vira uma espécie de anestésico contra as dores que os problemas da vida provocam na gente. A sociedade atual se esconde do sofrimento e o nega porque ele desmascara nossas fragilidades. A questão é que a ferida continua aberta, a infecção vai se alastrando cada vez mais, a doença emocional vai se enraizando, vai matando lentamente, mas seus efeitos são maquiados pela não sensação de dor. Se esquecem que o próprio sofrimento pode ser uma bênção, pois ele nos avisa sobre a necessidade de que algo deve ser feito. 



Embora haja fundamento bíblico para nos dizermos mais do que vencedores por meio de Jesus, esta palavra "vencedores" não segue o modelo e o padrão moderno de entendimento do que seja vencedor segundo a ganância dos homens. O perfil do vencedor moderno é aquele que até pode passar por alguma dificuldade, mas consegue tudo o que quer. Sempre vence as dificuldades virando o jogo com palavras mágicas. Nunca demonstra em público suas fraquezas. Este é o vencedor das externalidades, da futileza, do terno Armani, da bolsa Louis Vuitton, do carro de luxo, de ter dinheiro, poder e influência sobre a vida das pessoas. É o que se faz vencedor pela força bruta, é o indestrutível. Infelizmente, este tipo de vencedor é anunciado adoecida e insistentemente em muitos púlpitos. Quem não se enquadra nesse padrão é rapidamente chamado de "sem fé", amaldiçoado, fraco ou derrotado. Já, o Vencedor, segundo o Evangelho, é aquele que também sofre, também passa por algum tipo de privação, pode até vencer de alguma forma material, mas sabe discernir entre o momento de rir e o de chorar. Aprende a viver cada um destes momentos reconhecendo que há um Deus que não somente assiste, mas participa com a gente, ao nosso lado, de cada riso ou lágrima e usa essas coisas também como ensino e crescimento para cada um de nós. Perder ou ganhar, ser fraco ou forte, no entendimento bíblico, não depende do troféu humano, das honrarias, homenagens, recompensas e reconhecimentos que se recebe em vida. Vencer não tem a ver necessariamente com possuir bens ou ser curado de uma doença terminal. Estas coisas também, mas elas não tratam da essência. Estão na superfície de uma vida muito mais profunda, muito além de ter ou não os seus sonhos e pedidos realizados. Aqueles que vencem ou venceram, nas Escrituras, perderam o mundo para ganhar a Vida. Alguns foram perseguidos, torturados, mortos, tiveram seus bens espoliados, famílias separadas. A maioria não foi nenhum exemplo de sucesso de empreendedorismo, de força de vontade ou estabilidade emocional. Passaram fome, fugiram, tiveram medo, alguns desistiram ou abandonaram seus projetos e chamados missionários, antes do tempo. Tiveram crises existenciais, ficaram deprimidos, se sentiram enfraquecidos, desejaram morrer mas foram salvos e reencaminhados não por suas próprias forças, mas pela Graça infinita, teimosa e amorosa de Deus. O verdadeiro vencedor é aquele que vence não por ele mesmo, mas vencido, vence em Deus. O vencedor, segundo as Escrituras, sabe que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, mas nem por isso deixa de se alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram. Vive cada sentimento de forma verdadeira, sem máscaras e consciente. Nesta vida ainda vamos perder e achar muitas coisas, muitas vezes. Alguns sonhos pessoais jamais serão alcançados, outros virão como que presentes de Deus para nossas mãos. Não se permita ser julgado pelos outros ou pela própria consciência por causa do que você ganha ou deixa de ganhar. O importante é, como diria nosso irmão Paulo, o apóstolo: "quer vivamos ou morramos, somos do Senhor." (Romanos 14.8). Em outras palavras, desta vez, ditas por Jó "o Senhor deu, o Senhor tirou, bendito seja o seu nome." (Jo 1.21). O sofrimento em si não nos torna derrotados. Podemos, sim, aprender e sermos aperfeiçoados por causa dele. O rótulo é sempre algo imposto de fora pra dentro. Nem sempre expressa uma realidade. Não se auto impute um desmerecimento ou supervalorização falsos. O verdadeiro vencedor aprende a dar nomes às suas responsabilidades, projeta sua esperança não nas coisas que se veem, mas naquelas que são eternas. Assume seus erros, mas também consegue se alegrar com cada pequenino passo em direção à Vida. Sabe perdoar e também pedir perdão. O sofrimento dói, mas nos amadurece, nos ensina a reconhecer o que de fato podemos chamar de vitória. O Deus que venceu por todos te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!

Por que o céu é melhor?

Por Rev. Hernandes Dias Lopes
O céu é um lugar preparado para pessoas preparadas. O céu é um lugar de bem aventurança eterna e um estado de felicidade eterna. O céu é a casa do Pai, o paraíso, o seio de Abraão, a Nova Jerusalém. O céu é o lugar onde está o trono de Deus e onde os salvos reinarão com Cristo pelos séculos sem fim. Destacaremos, agora, algumas razões pelas quais podemos afirmar categoricamente que o céu é melhor. Em primeiro lugar, o céu é melhor porque lá não entrará pecado. O pecado que entrou no mundo trazendo a morte não entrará no céu. Nada contaminado entrará na Cidade Santa. No céu não haverá tristeza nem dor; não haverá choro nem pranto; não haverá doença nem luto. O pecado que tenazmente nos assedia agora, não desfilará mais no paraíso. Se fomos libertos da condenação do pecado na justificação e se estamos sendo libertos do poder do pecado na santificação, seremos libertos da presença do pecado na glorificação. O corpo de glória que receberemos, não estará mais poluído pelo pecado nem sujeito a ele. Em segundo lugar, o céu é melhor porque lá não haverá mais despedida. A vida neste mundo é marcada por encontros e desencontros, alegrias e tristezas. Aqui celebramos o nascimento e choramos pela morte. Aqui, vemos nossos amigos e familiares sendo ceifados, deixando em nosso coração uma dor avassaladora. Aqui, choramos à beira da sepultura. Aqui, temos o coração rasgado pela saudade. Porém, no céu, não haverá mais despedida; não haverá mais adeus. Estaremos sempre juntos, sem rusgas nem mágoas, sem conflitos nem separações. Nossa comunhão será perfeita. Seremos uma só família, um só rebanho, uma só igreja. Em terceiro lugar, o céu é melhor porque lá Deus vai enxugar dos nossos olhos toda lágrima. A vida aqui é marcada pela dor. O pecado trouxe sofrimento ao mundo. Choramos a dor das perdas, a dor da enfermidade e a dor do luto. Aqui, a mulher dá à luz com dores e o homem granjeia seu pão com o suor do rosto. Aqui, a terra produz espinhos que acicatam nossos pés. Aqui, choramos pelas nossas fraquezas e pelos nossos pecados. Choramos porque os homens escarnecem de Deus e zombam de sua lei. Choramos porque o mundo jaz no maligno. Porém, no céu, Deus vai enxugar dos nossos olhos toda a lágrima. O dor que nos assola o peito vai ser banida para sempre. O céu é lugar de gozo e paz, alegria e celebração. Em quarto lugar, o céu é melhor porque lá veremos a Jesus face a face. No céu entraremos para a festa das bodas do Cordeiro. Essa festa será no melhor lugar, com as melhores companhias, com a melhor música, com as melhores roupas e com a melhores iguarias. Essa festa nunca vai acabar. Exaltaremos pelos séculos dos séculos aquele que nos remiu com seu sangue. Proclamaremos para sempre sua graça. Ergueremos nossa voz para dizer que nosso Deus é digno de receber a honra, a glória e o poder. Lá veremos a Jesus em toda a sua glória e fulgor. Contemplaremos sua face. Prostrar-nos-emos aos seus pés e depositaremos diante dele as nossas coroas! Em quinto lugar, o céu é melhor porque lá serviremos a Deus com perfeição. O céu não será lugar de ócio. O céu será dinâmico e vibrante. Os servos de Deus o servirão. O céu será lugar de trabalho e realização. Aqui, nosso trabalho para Deus é imperfeito e incompleto. Aqui, nossas obras são maculadas pelo pecado e nossas justiças não passam de trapos. Porém, no céu nossas obras serão deleitosas ao Senhor. Nosso serviço será completo, perfeito e digno daquele nos amou e enviou-nos seu Filho para nos libertar do império das trevas e nos levar para o seu reino de luz. Diante do exposto, faço-lhe uma pergunta importante e urgente: Você já é um cidadão do céu? Está caminhando para o céu? Anseia pelo céu? Lembre-se: Jesus é a porta do céu e o caminho para o céu. Renda-se a ele, agora. Arrependa-se de seus pecados e creia no Filho de Deus. Então, venha e faça parte conosco dessa bendita família que vai morar no céu.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Cultos alternativos crescem no Brasil

Por Johnny Bernardo
 Algo no mínimo curioso está acontecendo em algumas igrejas evangélicas do Brasil. Crentes de diferentes denominações estão adicionando ao modelo tradicional de culto, caracterizado pela presença de hinos, orações e pregações, passos de rock, forró, pop, e até mesmo funk. Rio de Janeiro e Minas Gerais são os estados com maior ocorrência de cultos alternativos. O movimento é um reflexo da Rede Ministerial criada nos EUA pelos pastores Bruce L. Bugbee – fundador da Network Ministres International, com sede na Califórnia – e Bill Hybels – da Willow Creek Community Church, com sede em Chicago. Preocupados com a dimuição do número de jovens em suas comunidades, Bugbee e Hybels decidiram trazer para os púlpitos ritmos conhecidos da juventude norte-americana, como o Rock and roll. Em pouco tempo, segundo o livro "Rede Ministerial" (Vida, 1996), somente a comunidade de Willow Creek alcançou a marca de 15.000 membros e já é considerada a segunda maior igreja evangélica dos EUA, além de ser citada como exemplo de crescimento. Passada a febre das igrejas em células (ou "Modelo de Bogotá"), igrejas evangélicas brasileiras aderem, aos poucos, o modelo desenvolvido por Bugbee e Hybels. No Rio de Janeiro, o ex-membro do grupo de funk Hawaianos, Tonzão – que em dezembro de 2011 deixou o grupo após se converter na Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias – criou o "Passinho do Abençoado". Tonzão – que teve apoio do Pr. Marcos Pereira para criar um grupo de funk evangélico – declara não ser pecado "dançar na igreja". Em maio, em um culto na sede da IADUD, Tonzão disparou: "Se no mundo eu cantava e dançava – foi assim que tu me conheceu – agora a mesma coisa eu vou fazer pra Deus. O mistério é profundo, acho bom ficar ligado". Enquanto no Rio de Janeiro Tonzão e outros fankeiros de Cristo entretêm multidões de crentes com passos típicos do funk, evangélicos mineiros realizam cultos mesclados com passos de forró. "É algo comum em Minas Gerais", revela um pastor de Betim que não quis se identificar. Segundo o líder, crentes pentecostais e tradicionais – particularmente batistas – dançam enquanto um grupo de obreiros canta forró. Em uma das reuniões promovidas pela Igreja Batista Shamá, a banda Forró Átrios levou diversos crentes ao êxtase com a letra "Sabor de Mel". Em setembro de 2011, a Igreja Casa de Oração Para Todas as Nações, de Mutum (MG), realizou um congresso onde vários ritmos da música brasileira – dentre os quais o forró – animaram os fieis. Polêmica Defendida por alguns como um meio de evangelismo e avivamento, a dança – em seus diversos ritmos, como o funk e o forró, por exemplo – é vista com desconfiança por líderes evangélicos. Nos EUA, a Willow Creek Community Church é conhecida como "igreja do entretenimento" por supostamente ter substituído a liturgia tradicional por um show gospel. O Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil proibiu - em um pronunciamento feito em janeiro de 2011 - uso da dança nas reuniões litúrgicas. Assim como a IPB, outras denominações históricas e pentecostais proíbem a presença da dança em seus cultos como forma de preservação da doutrina e da liturgia religiosa. Um dos principais problemas trazidos à discussão por Niassa Jamena e Camila Queiroz, da Impressão Digital 126 (produto laboratorial ligado a Facom, UFBA), é a consequente associação da dança à sensualidade. "Embora muitas pessoas não vejam problemas e até encarem o novo mercado de músicas gospel de forma positiva, a questão de como desvincular as danças, muitas vezes sensuais e sexualmente apelativas (associadas a ritmos como funk, pop, arrocha, pagode e forró eletrônico) das versões tocadas nos meios evangélicos, ainda causam muita polêmica", ressalta Jamena e Queiroz. Para provar a tese, a equipe do ID 126 entrevistou algumas pessoas que revelaram opiniões diversas. Segundo o vocalista da banda de pagode gospel Expressão do Louvor, Ju diz que é possível dançar todos os ritmos sem sensualidade. "Todos podem dançar como quiserem, mas, sabendo que vamos ter que prestar contas a Deus de tudo o que fizermos, então, para mim é só dançar com a consciência de que Deus está vendo tudo e que não é agradável dançar com passos que valorizem a sensualidade". Milena dos Santos, 21, frequentadora da Igreja Batista do Rio Sena, diz que é difícil, sim, aliar as letras gospel com determinados ritmos porque o fiel pode se empolgar e fazer o passo, mas que não é impossível. Para ela, depende de cada um. Já Márcio Moreno, cantor de arrocha gospel, é um pouco mais categórico quando perguntado sobre o assunto. "Na realidade eu louvo ao senhor. Não danço e não falo de arrocha. Através dos meus louvores passo a mensagem de Cristo aos que gostam do ritmo", explica.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Espante-se!! Um dos versos mais surpreendentes da Bíblia!!

A Bíblia está cheia de passagens surpreendentes, mas tenho que admitir que muitas vezes me surpreendo com o que já devia não me surpreender mais. Nossas mentes parecem incapazes de enxergar a profundidade da depravação do coração do homem e como ele é desesperadamente impotente. Um dos textos mais incríveis e surpreendentes em toda a Escritura está em Mateus 28. Neste capítulo temos muito do que lembrar constantemente. 
A Grande Comissão (Mateus 28.19-20) – mas não é a esta porção que me refiro agora. Há também o cenário maravilhoso da ressurreição de Jesus e a reação de surpresa, espanto que envolveu as mulheres que foram ao sepulcro (Mateus 28.1-10). Mas o mais surpreendente neste texto maravilhoso é uma única frase que está no verso 17: “E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram.” Essa é uma das coisas mais incríveis que já li. Jesus ressuscitou e ordenou aos seus discípulos que fossem a Galiléia para encontrá-lo lá. Eles foram, e quando o viram eles o adoram, “MAS ALGUNS DUVIDARAM!” JESUS! Ele tinha sido crucificado diante deles, ele foi espancado, chicoteado... ele sofreu tanto que não parecia mais um ser humano. Ele foi pregado numa cruz romana. 
Ele foi traspassado por uma lança para confirmar a sua morte. Seu corpo foi envolto numa mortalha, eles o puseram num túmulo que foi lacrado e vigiado por soldados romanos por três dias. Agora, esse mesmo Jesus está diante deles vivo. Fisicamente presente, literalmente presente em carne. Ele está falando com eles... eles podem tocá-lo... "Mas alguns duvidaram." Você pode entender a dificuldade de muitos em nossos dias em acreditar que Jesus está vivo. Hoje as pessoas não podem vê-lo, tocá-lo, ouvir sua própria voz ressoando nos seus tímpanos... você pode achar que isso é razoável – Você pode achar que em outras circunstâncias o homem teria facilidade de crer - mas entenda, a incredulidade do homem em relação a Deus está encravada nas profundezas de sua natureza caída. Aquelas pessoas na Galiléia estavam diante de Cristo vivo, fisicamente diante deles. Ele está ali de pé diante deles. Falando com eles... E eles ainda duvidaram. Este é um lembrete muito importante para mim e deve ser para você também, principalmente vivendo numa época em que se insiste em crer que estratégias missionais podem convencer um homem a crer com o coração para a vida. Sem a intervenção Soberana do Espírito, sem Deus abrir os nossos olhos (e você não pode estabelecer metas mensais e anuais para Deus fazer isso. Esta é uma obra SOBERANA) – sem Deus curar a cegueira do coração e dar um coração para compreender e crer no evangelho, nenhum homem irá crer. 
 Mesmo que ao invés de estratégias da sabedoria humana nós tivéssemos como deixar as pessoas examinarem provas incontestáveis... (Como aquelas pessoas estavam vendo, ouvindo e tocando o homem que tinha sido torturado, crucificado e morrido diante dos olhos deles) ainda assim o homem natural encolheria os ombros dizendo: “É... ainda não tenho certeza, não estou convencido...” O problema não é natural – eis a inutilidade de acreditarmos que podemos de alguma forma achar uma maneira de vencer a inimizade do homem natural a verdade de Deus – “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.” - Romanos 8:7-8 – É a própria incredulidade ao que Deus diz que faz homens acreditarem que podem achar maneira eficazes de acrescentar homens ao Reino de Deus. Salvo intervenção Soberana do Espírito Santo, não há nenhuma esperança para o homem. Curiosamente, há uma grande dose de conforto a ser encontrado aqui. Nos livra da pressão que vem com o evangelismo centrado na capacidade humana. Talvez você tenha sido exposto à noção de que se você não está levando um número X de pessoas para fazer uma profissão de fé a cada ano, você não é um bom cristão e que há algo de errado com seu relacionamento com Jesus. A noção comum em nossos dias que você não deve apenas ser fiel na proclamação da Verdade, mas que deve encontrar maneiras e estratégias de levar as pessoas a crerem, a noção da necessidade de fazer entalhes em seu cinto espiritual, marcar suas conquistas para Deus. 
Encontrar maneiras não de ser fiel, mas de ser eficiente como o que conquista a mente do homem que naturalmente é inimiga de Deus. Muitos dirão que não creem nisso... mas a ênfase profusa em livros, estratégias... estratégias para cada faixa etária... estratégias para cada tribo urbana... grita que essa é a verdade, não se propaga com tanto barulho aquilo que não achamos ser decisivo. Não falamos com tanto entusiasmo daquilo que achamos não ter poder nenhum para fazer qualquer diferença no processo. Mas este versículo, entre muitos, muitos outros, nos faz lembrar de que podemos fazer o melhor trabalho em viver e anunciar Cristo (Mesmo que tivéssemos a “estratégia perfeita” – que era poder mostrá-lo ao vivo, para as pessoas tocarem nele, ouvirem sua voz...); a menos que o Espírito abra os olhos de uma pessoa, eles nunca, nunca vão crer. “E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram.”

domingo, 2 de setembro de 2012

Guerreiro Ferido


Deus, quem sou eu? 
E por que me confiaste Tanta responsabilidade?
 Deus, quem sou eu? 
E por que me sinto pesado Se o Teu fardo é suave? 
Por que quando angustiado A Ti oro, mas não me respondes? 
Viver sem respostas, Assim quem suporta? Deus, não Te escondes. A minh’alma foi abraçada pela dor As minhas lágrimas ninguém enxuga. Guerreiro, eu?!
 Se sou, já fui ferido na luta. 
Sou eu o que diz: “Não desanimes”, 
Mas me sinto desanimado. 
“Não te enfraqueças”,
 Mas já me sinto prostrado. Sou eu conselheiro – aconselho, 
Mas preciso ser aconselhado; 
Sou eu pregador – ministro a Tua Palavra, Mas preciso ser ministrado; 
Sou eu pastor – pastoreio o Teu rebanho,
 Mas preciso ser pastoreado; Sou eu professor – ensino a Tua Palavra, 
Mas preciso sentar-me, ouví-la… 
Preciso ser ensinado. 
Ah!quem me dera uma caverna, 
Para nela, como Elias, entrar. 
Quem sabe assim virias Ao suave som de uma brisa Meu coração consolar. 
Ah! quem me dera uma planta, Para nela, como Jonas, de sua sombra desfrutar. 
Depois virias, enviarias um verme Para a planta se secar.
 Assim me ensinarias Teus planos, Teus sonhos, 
Teu soberano modo de amar! Sempre em Cristo… que quando achamos que estamos sozinhos diante dos profetas de baal, nos acalenta dizendo: “Também deixei ficar em Israel sete mil: todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda a boca que não o beijou.”1 Reis 19:18

Alguns conselhos para o músico cristão

A história da música na igreja já passou por diversos estágios até ter se tornado o que de fato é no século XXI. Decerto esta história é bem mais antiga do que pensamos – a saber, que Deus fez uso da música desde o princípio do mundo e até hoje continua se agradando de suas variedades. Uma versão da bíblia, em espanhol, de Casiodoro de Reino, de 1969, apresenta a seguinte redação de Ezequiel 28.13: 

“Teus tambores e flautas estiveram preparados para ti no dia da Tua criação”. 

Não obstante, a primeira citação relacionada a música nas Escrituras acontece com Jubal, filho de Lameque, tido como “o pai de todos os que tocam harpa e flauta” (Gn 4:21); outras passagens relatam sobre Moisés e o povo de Israel quando cantavam (Êx 5.1); Miriã, irmã de Arão e Moisés, que além de cantar e tocar também dançava (Êx 15.20-21); os cânticos de Davi (2Sm 22.1), e a exímia arte de compor canções, do seu filho Salomão (1Rs 4.32); Jesus cantando com seus discípulos (Mt 26.30), e o episódio de Paulo e Silas na prisão louvando ao Senhor (At 16.25). Certamente na Bíblia não encontramos um livro ou capítulos específicos sobre música, assim como não existe nenhuma contribuição relacionada a técnica, ao sistema tonal, ritmos, harmonizações, técnica vocal, etc. Alegoricamente a Bíblica deixa implícito que há outras fontes de pesquisa, estudo e sistematização adequadas para um preparo correto e coerente para a função do músico na eclésia, visto que a música (como ciência e arte) é uma cultura mutável de acordo com etnias e lugares e seria ilógico deixar para a Igreja um padrão estético pré-moldado – sem falar que a Bíblia não é um fonógrafo. Decerto, o que aconteceu foi um acompanhamento natural da história da música na igreja com a própria História da Música Ocidental – tratando-se, claro, de ocidente. Não precisamos de longos estudos pra entender que quando o Rock, a Balada e o Pop, (e em menor grau o Blues, Jazz, Samba, Forró, etc.) entraram definitivamente nos repertórios congregacionais das igrejas brasileira na década de 90, só assim o fizeram porque já estavam normalizados na Música do Ocidente. Isto se torna um problema na medida em que não sabemos posicionar nossos conceitos por desconhecer nosso próprio passado, tanto como igreja, quanto como músico. Atualmente muitos dos que compõem a comissão de frente nos cultos solenes adoram serem chamados de levitas, de serem respeitados, e/ou até vistos como um “canal sagrado” de bênçãos e unções durante as ministrações. Na verdade, o que percebo de perto – como músico “deslevitado” que há 14 anos vive ecoando acordes dentro e fora da igreja – é um certo relaxamento por parte de muitos músicos e líderes envolvidos com a área. Não há dúvidas de que é importantíssimo na vida de um músico cristão o zelo pela assídua frequência no templo, oração e leitura bíblia. Contudo ainda não é tudo! Ser músico a serviço de Deus é algo que abarca vários detalhes imprescindíveis (principalmente nos dias de hoje onde a música gospel, parece não ter nada do Gospel) para que “verdadeiro adorador” seja um adorador da Verdade. Fiz algumas observações que considero importantes para os músicos que ministram na igreja: 
1) Além de uma vida de adoração, devoção e piedade, busque se aprofundar no estudo musical. Como alguém pode dar o melhor a Deus se não busca aperfeiçoamento técnico? Saiba servir também com um bom instrumento, com belos acordes, ritmo e uma excelente afinação. Isso seria o Básico! 
 2) Leia bastante sobre a história da igreja e sobre história da música para que você se situe no tempo e espaço. Por exemplo, pra se ter uma idéia, foi apenas no século XVI, na Alemanha, que a igreja protestante liderada por Lutero, desenvolveu a tradição de compor hinos populares cantados em alemão na forma coral (substituindo o cantochão medieval em latim). Então após reforma, tal formato de hinos passou por um processo de “canonização” evangélica, repelindo qualquer aceitação de outras canções senão aquelas dos hinários, entendidas como “as músicas inspiradas por Deus”. O curioso é que essa tradição européia chegou até o Brasil através da colonização e resistiu, a grosso modo, incrivelmente até os idos de 1970. 
3) Conheça as funções normais da música e desconstrua a ideia de que ela é sinônimo de adoração. Além de arte, Música é linguagem. Na cultura africana ela tinha uma função especifica de comunicação, o toque dos tambores serviam para um aviso ou chamamento; o que da mesma forma ocorre na ordem unida do militarismo em geral. Atualmente ela tem utilidades peculiares como fundo musical, jingle de comerciais, movimentação sonora para shoping, etc. Na igreja ela pode ser utilizada para: louvor, adoração, comunicação do evangelho, confraternização, entretenimento, casamentos, ensino, testemunho. Ou seja, é bom que o músico saiba qualificar cada música na função especifica, de forma oportuna com os momentos de culto. 
 4) Procure entender como surgiu a verdadeira música estilo Gospel. Com a segregação racial, no início do século XIX algumas igrejas negras (Batista, Metodista, dentre outras) desenvolveram a música Gospel, que foi resultado de uma miscelânea entre as canções de trabalho (worksong’s) entoadas pelos negros escravos, músicas folclóricas, blues and Jazz, decorrendo em características congregacionais com envolvimento alegre e emotivo entre os fieis. No Brasil, por volta dos anos 90, o Gospel surge como uma marca patenteada por um clã específico, e legitimada por vários grupos que notaram o potencial rentável do mercado evangélico. Hoje, ser “Gospel” no Brasil é ser Pop, ser Astro. 
5) Procure conhecer muita música cristã para servir a igreja local com um repertório edificante. Escute VPC, Grupo Elo, Logos, Sérgio Pimenta, João Alexandre, Jorge Camargo, Bené Gomes, Adhemar, dentre tantos, e observe o que ela traz de diferente do Gospel de hoje. Sendo assim, nunca avalie uma canção pela popularidade dela, mas faça uma análise estrutural: letra, mensagem, melodia, harmonia, ritmo, respaldo bíblico. Para que a análise seja bem sucedida não esqueça de que o conhecimento teológico, crítico-musical precisam estar bem afiados. Estes pequenos conselhos não são frutos de excesso de conhecimento, mas de uma longa aprendizagem, cheia de acertos, mas também repleta de erros. O que não podemos fazer é desistir de sermos melhores para Deus e para as pessoas. (1Co 10.31)

Quando as Aflições nos Atinge

Por Cláudia Castor Figueira

“Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”. Joaõ 16.33

 Confesso que as últimas três semanas foram especialmente difíceis para mim, não que minha vida como cristã seja um mar de rosas, mas parece que cheguei num xeque mate espiritual. Sentindo-me frustrada, traída, não amada, sozinha, sem esperança, desesperada, cheguei, você diria ao fundo do poço. Eu também pensei isto. Foi quando me lembrei de orar, não uma oração imperativa, questionadora, determinativa, autoritária, mas uma oração de fraquezas, dúvidas, reconhecendo minha total dependência de Deus e da Sua Soberania, e que orar envolve um diálogo em ouvir Deus falando também. Então percebi que não estava no fundo do poço, mas nas mãos de Deus, pois, a medida que eu orava o Senhor estava me mostrando mais uma vez que sem Ele nada sou, nada posso, nada faço. Fiz uma entrega total. Apesar de tantos anos convertida, acho que nunca havia feito uma oração como a de Jesus no Getsêmani, seja feita a tua vontade, ou como a de Paulo, não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim, viver para mim é Cristo e morrer para mim é ganho. Percebi também mais claramente que as lutas não são contra carne ou sangue, mas contra principados e potestades do mal. Foi uma oração de total entrega; entrega da vida, do querer e do efetuar, de sonhos pessoais para viver os sonhos de Deus. Quando lemos que no final dos tempos o amor de muitos se esfriaria, ainda nos decepcionamos e nos magoamos, mesmo sabendo que tudo isso é o cumprimento da Palavra de Deus. Pregamos a Palavra, dizemos viver a Palavra, mas, contraditoriamente, quando ela se cumpre nós nos frustramos, nos sentimos desamparados. Penso que a intenção aqui não é de um texto teológico, apologético, mas apenas de volta à Palavra que diz "confessando uns aos outros os vossos pecados..." (Tg 5.16). É muito mais um desabafo... O trabalho pedagógico de Deus em nossas vidas respeita nossa individualidade, fraquezas e tem como objetivo o aprendizado e fortalecimento da fé, mas acima de tudo reforçar nosso chamado a servos e a dependência de Deus. Esse trabalho pedagógico envolve muitas vezes um xeque mate espiritual e uma decisão de ficarmos ou não ao lado de Deus, da sua Palavra revelada em sua totalidade e na certeza de que tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus.

sábado, 1 de setembro de 2012

Eu não tomo mais banho!!

Tudo que um filho de Deus faz deve ter clara direção, ordem, motivos bíblicos. Quando argumentamos sem claro ensino bíblico, quando argumentamos sem a Bíblia, argumentamos como ímpios. A lista a seguir parece espelhar razões que as pessoas dão para não ir e estar em comunhão numa igreja local, não estar em comunhão com a comunidade dos santos... deixar de congregar como Deus ordena. Se você tem dado as mesmas desculpas que as pessoas usam para não estar numa igreja local e aplicá-las para outras áreas importantes da vida, você percebe como é inconsistente a lógica usada, (apesar de que nenhuma lógica sem a Bíblia seria argumento válido também!) Eu não tomo mais banho porque, 
 1. Fui obrigado a tomar banho quando era criança. 
 2. As pessoas que tomam banho são hipócritas. Eles pensam que são mais limpas do que qualquer outra pessoa que não tome banho. 
 3. Existem tantos tipos diferentes de sabonete, eu nunca poderia decidir qual deles é o melhor. 
 4. Eu costumava tomar banho, mas isso me cansou, então eu parei. 
5. Eu tomo banho somente em ocasiões especiais, como Páscoa e Natal... 
 6. Nenhum dos meus amigos toma banho. 
7. Eu ainda sou jovem. Quando eu estiver mais velho e estiver, com o passar to tempo, um pouco mais sujo, eu poderei começar a tomar banho. 
 8. Eu realmente não tenho tempo para tomar banho. 
 9. O banheiro nunca está suficientemente quente no inverno ou o suficiente fresco no verão.
 10. As pessoas que fazem sabão só estão atrás do seu dinheiro. 
 11. Eu me sinto muito bem sem tomar banho. 
12. Eu trabalho duro a semana toda e estou muito cansado para tomar um banho no fim de semana.
 13. O primeiro sabonete que usei me deu alergia, então eu não vou mais chegar perto de um sabonete ou banhero outra vez. 
14. Eu não entendo as palavras escritas na parte de trás da embalagem do sabonete. 
15. Não me sinto sujo, e eu estou ofendido de que as pessoas me digam que eu estou. 
 16. Eu não tenho toalhas agradáveis ​​ou um roupão de banho adequado. 
 17. Quando Deus quiser que eu tome banho Ele fará chover sobre mim. 
18. O banheiro que tenho agora não é tão bom quanto o meu antigo banheiro. 
19. Eu sou tão limpo quanto as pessoas que tomam banho. 
 20. Eu tomei banho uma vez e não gostei. 
21. Eu gosto de ser sujo. 
22. Tomar banho é para pessoas inseguras. 
23. Se tomasse banho, eu tomaria num rio, caverna... como as pessoas faziam a milhares de anos atrás.
 24. Ninguém na minha família e entre meus amigos toma banho. 
25. Eu não acredito no banho, e eu sou sincero em acreditar que estou limpo.

1Coríntios 7 e Divórcio

Por John Piper Douglas Wilson,
 numa postagem recente intitulada “Paulo sobre divórcio e novo casamento”, diz que 1 Coríntios 7.8 permite que um homem divorciado se case novamente. Não penso que seja isso que Paulo esteja dizendo. 1 Coríntios 7.27-28 diz: “Estás casado? Não procures separar-te. Estás livre de mulher? Não procures casamento. Mas, se te casares, com isto não pecas; e também, se a virgem se casar, por isso não peca”. A questão é se “livre de mulher” no versículo 27 significa divorciado, ou se significa ainda não casado. Se significa “divorciado de uma mulher”, então ele está dizendo: “se tal pessoa divorciada se casar de novo, com isto não pecas”. O melhor argumento em favor da leitura do versículo 27 dessa forma é que por detrás do português “livre de mulher” está o grego lelusai, que é a voz passiva de luō (“eu desligo”), de forma que lelusai significa algo como “desligado de uma mulher”, isto é, “divorciado”. Penso ser improvável que Paulo esteja dizendo aos divorciados que eles tenham permissão para casar de novo. Antes, ele está provavelmente dizendo que virgens desposadas — homens e mulheres — deveriam considerar seriamente a vida de solteiro, mas saber que não pecavam caso casassem. Aqui estão os argumentos em favor dessa visão: 1. O versículo 25 assinala que Paulo está começando uma nova seção e lidando com um novo assunto. Ele diz: “Com respeito às virgens (tōn parthenōn), não tenho mandamento do Senhor; porém dou minha opinião, como tendo recebido do Senhor a misericórdia de ser fiel”. Ele já tinha lidado com o problema de pessoas divorciadas nos versículos 10-16. Agora ele aborda um novo assunto, sobre aqueles que ainda não eram casados, e assinala isso dizendo: “Com respeito às virgens”. Portanto, é muito improvável que as pessoas mencionadas nos versículos 27 e 28 sejam divorciadas. 2. Uma declaração simples de que não é pecado pessoas divorciadas se casarem novamente (versículo 28) contradiria o versículo 11, onde ele disse que um mulher que se separou do seu marido deveria permanecer solteira. “Se, porém, ela vier a separar-se, que não se case ou que se reconcilie com seu marido); e que o marido não se aparte de sua mulher.” 3. O versículo 36 está muito provavelmente descrevendo a mesma situação em vista nos versículos 27 e 28, mas claramente se refere a um casal que ainda não é casado. “Entretanto, se alguém julga que trata sem decoro a sua filha (parthenon), estando já a passar-lhe a flor da idade, e as circunstâncias o exigem, faça o que quiser. Não peca; que se casem” (1 Coríntios 7.36). Isso é o mesmo que acontece no versículo 28, onde Paulo diz: “Mas, se te casares, com isto não pecas”. 4. A referência em inglês no versículo 27 a estar ligado a uma “esposa” (“estás casado?”, na RA e “estás ligado a mulher?” na RC *) pode ser enganosa, pois pode sugerir que o homem já está casado. Mas no grego a palavra para esposa é simplesmente “mulher” e pode se referir à noiva de um homem, bem como à sua esposa. Assim, “estar ligado” e “estar desligado” tem referência a se uma pessoa está em noivado ou não. 5. É significante que o verbo usado por Paulo para “desligado” (lelusai, de luō) ou “livre” não é uma palavra que ele usa para divórcio. As palavras de Paulo para divórcio são chorizō (versículos 10, 11, 15; cf. Mateus 19.6) e aphienai (versículos 11, 12, 13). De fato, luō não é usada para divórcio em nenhum lugar no Novo Testamento. Abaixo a transcrição das passagens citadas nas versões Almeida Revista e Atualizada (RA), Almeida Revista e Corrigida (RC) e Almeida Século 21 (A21). RA 7.11 (se, porém, ela vier a separar-se, que não se case ou que se reconcilie com seu marido); e que o marido não se aparte de sua mulher. RC 7.11 Se, porém, se apartar, que fique sem casar ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher. A21 7.11 Se, porém, ela se separar, que não se case, ou que se reconcilie com o marido. E que o marido não se divorcie da mulher. - RA 7.25 Com respeito às virgens, não tenho mandamento do Senhor; porém dou minha opinião, como tendo recebido do Senhor a misericórdia de ser fiel. RC 7.25 Ora, quanto às virgens, não tenho mandamento do Senhor; dou, porém, o meu parecer, como quem tem alcançado misericórdia do Senhor para ser fiel. A21 7.25 Quanto aos solteiros, não tenho mandamento do Senhor. Dou, porém, o meu parecer, como alguém que, pela misericórdia do Senhor, tem sido fiel. - RA 7.27 Estás casado? Não procures separar-te. Estás livre de mulher? Não procures casamento. RC 7.27 Estás ligado à mulher? Não busques separar-te. Estás livre de mulher? Não busques mulher. A21 7.27 Estás casado? Não procures separação. Estás solteiro? Não procures casamento. - RA 7.28 Mas, se te casares, com isto não pecas; e também, se a virgem se casar, por isso não peca. Ainda assim, tais pessoas sofrerão angústia na carne, e eu quisera poupar-vos. RC 7.28 Mas, se te casares, não pecas; e, se a virgem se casar, não peca. Todavia, os tais terão tribulações na carne, e eu quereria poupar-vos. A21 7.28 Mas, se te casares, não pecaste. E se uma virgem se casar, também não pecou. Entretanto, os que se casam enfrentarão dificuldades na vida terrena;* e eu gostaria de poupar-vos. - RA 7.36 Entretanto, se alguém julga que trata sem decoro a sua filha, estando já a passar-lhe a flor da idade, e as circunstâncias o exigem, faça o que quiser. Não peca; que se casem. RC 7.36 Mas, se alguém julga que trata dignamente a sua virgem, se tiver passado a flor da idade, e se for necessário, que faça o tal o que quiser; não peca; casem-se. A21 7.36 Mas, se alguém julgar que está agindo de forma desonrosa para com sua noiva, se ela estiver passando da idade de se casar, e se for necessário, faça o que quiser. Ele não peca por isso; que se casem.

Criança Tem Anjo da Guarda?

Por Augustus Nicodemus Lopes
 “Vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos; porque eu vos afirmo que os seus anjos nos céus vêem incessantemente a face de meu Pai celeste” (Mateus 18:10). Em certa ocasião, desejando dar aos discípulos uma lição sobre humildade (Mt 18.1), o Senhor Jesus chamou uma criança para perto de si (v. 2) e ensinou aos discípulos a necessidade de alguém se tornar como uma delas para entrar no Reino (v. 3-4). Receber uma criança no nome do Senhor significa receber ao próprio Senhor (v. 5). Em seguida, o Senhor falou do castigo dos que colocam tropeços diante dos “pequeninos” que crêem nEle (v. 6-9) e advertiu os discípulos a que não os desprezassem, diante do cuidado vigilante de Deus por eles, através dos anjos (v. 10). Este dito é difícil porque sugere a existência de “ anjos da guarda” de crianças, que estariam constantemente na presença de Deus, velando e cuidando das crianças. O conceito de que cada crente tem um anjo da guarda enviado por Deus sempre foi popular entre os cristãos, e tem se tornado ainda mais popular com a crescente onda de fascínio pelos anjos que tem invadido as igrejas evangélicas, acompanhando o aumento do misticismo e do ocultismo no mundo. Há várias interpretações para este dito difícil de Jesus. 1. Os anjos no céu são as almas das crianças quando morrem. De acordo com este entendimento, Jesus ensinou que as almas das crianças (os “anjos” delas) vão para o céu após a morte das crianças, e ficam continuamente na presença de Deus. De acordo com esta interpretação, Jesus mandou que os discípulos não desprezassem as crianças pois elas, quando morrem, vão, na forma de anjos, morar na presença de Deus. Alegam que Jesus se referiu aos “seus anjos no céu”, indicando que se refere ao que acontece após a morte. A dificuldade óbvia com esta interpretação é que identifica alma com anjo, uma associação impossível à luz do Novo Testamento. A alma faz parte da personalidade humana, enquanto que um anjo é um ser distinto do homem. As pessoas não se transformam em anjos quando morrem, conforme a crendice popular, mas suas almas comparecem, como almas, à presença de Deus. 2. Cada criança tem um anjo da guarda. Outra interpretação entende que a expressão “seus anjos” se refere a anjos destacados por Deus para guardar cada criança, e que neste labor, eles ficam subindo constantemente ao céu, na presença de Deus, para dar relatórios de suas atividades e interceder em favor das crianças. Esta doutrina é defendida pela Igreja Católica, que diz que no batismo cada criança recebe seu anjo da guarda, que é enviado por Deus para proteger e aconselhar esta criança toda a sua vida. Esse anjo é também chamado, na teologia católica, de "anjo custódio". Há várias passagens bíblicas usadas para defender esta interpretação. “O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem e os livra” (Salmo 34:7) é uma das mais conhecidas. Também Gênesis 48.16, onde Jacó se refere a um anjo que o teria livrado de todo o mal (na verdade, refere-se ao anjo do Senhor). Menciona-se também o anjo que veio em socorro de Daniel (Dn 6.22). Estas e outras passagens entretanto não provam o ponto, apenas mostram que Deus envia anjos para proteger e salvar seus servos em determinados momentos. A idéia de “ anjo da guarda” para cada criança é bastante estranha à luz da doutrina bíblica, muito embora esteja claro que uma das funções dos anjos é proteger os filhos de Deus. Nenhuma das passagens geralmente usadas para provar a existência de “anjo da guarda” realmente prova coisa alguma. Ao final, existe muita influência da crendice e da superstição popular sobre o assunto. 3. Os “pequeninos” são os crentes em Jesus Cristo. A outra interpretação defende que a chave para entendermos este dito difícil de Jesus é a palavra “pequeninos”. A quem Jesus se refere? O termo pode ser tomado literalmente como se referindo às crianças, como as duas interpretações acima o fazem, ou figuradamente, como se referindo aos discípulos de Jesus. Esta última possibilidade resolve o problema e tem apoio bíblico. Primeiro, Jesus usa regularmente o termo “pequeninos” para se referir aos discípulos, cf Mt 10.42; 18.6; Mc 9.42; Lc 17.2. Note que nos versos 1-5 Ele se referiu claramente às “crianças”, e nos versos 6-10 Ele menciona os “pequeninos”. Segundo, os discípulos são comparados com crianças, no que diz respeito à confiança em Deus. Terceiro, a passagem se encaixa no ensino geral do Novo Testamento sobre o ministério dos anjos em favor dos filhos de Deus, como Hebreus 1.14. Portanto, a melhor explicação para esta passagem é que Jesus está ensinando que Deus envia seus anjos para assistir aos “pequeninos”, que são os seus discípulos, os filhos de Deus pela fé, comparados a crianças, e que, portanto, nós não devemos desprezar estes “pequeninos”. Esse ministério angélico para com os “pequeninos” faz parte do cuidado geral que os anjos desempenham, pelo povo de Deus (cf. Sl 91.11; Hb 1.14; Lc 16.22). A passagem não está ensinando que cada crente ou criança tem seu próprio “anjo da guarda”, como era crido popularmente entre os judeus na época da igreja primitiva. Fazia parte desta crença que o “anjo guardião” poderia tomar a forma do seu protegido (cf. At 12.15). Ela simplesmente expressa o cuidado geral de Deus por seu povo através dos anjos.