quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Ouvindo sermões como satanás!

Por Josemar Bessa
Martinho Lutero foi um dos grandes pregadores de todos os tempos. Ele explicou a necessidade crucial da pregação:
 
“Porque heresias ameaçaram a mensagem apostólica e viva, ela tinha que ser registrado em um livro para protegê-la de falsificação. A pregação traz de volta a cada dia este processo de conservação novamente, permitindo que as Escrituras do passado se tornem a notícia do presente. . .”
Agora, como ouvimos a pregação da Palavra? O famoso pregador galês, Christmas Evans, uma vez descreveu vividamente como ele imaginava que Satanás ouviria um sermão estando presente no culto: “A maneira em que um homem ouve o Evangelho é uma amostra do estado do seu coração, de seus afetos, de seus desejos, de sua natureza. Se tivéssemos que supor que Satanás entrasse na congregação, que tipo de ouvinte ele seria? Ele é o inimigo inveterado de toda a verdade, de toda justiça, de toda piedade, da santificação da alma, devoção, afeto espiritual... Se um dia então, em forma humana, ele tomasse o seu lugar entre os ouvintes do evangelho eterno, podemos imaginar que, a fim de irritar tanto quanto possível, ele iria tomar o seu lugar em um local visível, quer no âmbito do púlpito e diante dos olhos de todos. E então mostraria seu descontentamento se o pecado estivesse sendo confrontado e a santidade de Deus sendo exaltada. Estaria ansioso para se proteger contra a menor indicação de ser tocado pela pregação, se ela não expressasse os desejos e condições do coração caído e do pensamento do mundo. Não sendo assim, acharia duro, desagradável. Não haveria um traço de convicção, submissão, paz e alegria que devem aparecer num coração que está em acordo com a verdade e não que a pregação se acomode ao ego humano. Ele mostraria sua carranca, contrairia as sobrancelhas e sacudiria a cabeça mostrando a sua desaprovação ao Evangelho ouvido. Essa é a disposição diabólica ouvindo um sermão voltada apenas em proclamar a Verdade de Deus não amada num mundo caído. Tal, digo eu, seria o comportamento do arqui-inimigo como um ouvinte da Palavra de Deus. Mas não temos muitos que carregam o nome de cristãos que se comportam diante da proclamação da verdade exatamente assim? Achando-a dura, sem amor...?” Que imagem você pinta de você mesmo quando sentado sendo visto do púlpito? Você está completamente centrado como um ouvinte militando no desejo de que sua alma seja beneficiada pela verdade eterna, ou contrariado, achando a verdade dura demais, desejando apenas um pouco de auto-ajuda, psicologia, dicas para o sucesso em vária áreas de seu interesse...? Você está interessado no propósito eterno de Deus para sua alma, bem como tem uma postura a fim de também beneficiar outros que estão ouvindo, o pregador... ou mostra seu descontentamento com a verdade? O pregador vê você suspirando, franzindo as sobrancelhas, balançando a cabeça... quando certas verdades são pregadas? É uma coisa difícil e dolorosa pregar com o diabo sentado na fila da frente, mas a tarefa do pregador da verdade não é – antes de tudo – agradar os ouvidos da congregação com suas fantasias, mas alcançar o coração com as verdades de Deus. Paulo sabe que há muitas distrações e muitos obstáculos e tentações nesta proclamação. E então ele diz aos pregadores: "Prega a palavra." E ele diz como: "Conjuro-te"; "Na presença de Deus"; "E de Cristo Jesus" (Pai e Filho têm uma grande preocupação nesta matéria); "Que há de julgar os vivos e os mortos" (alicerces são levantados para a vida e a morte, e para além da vida e da morte para o julgamento final – essa é a razão da pregação.) Este é um peso extraordinário. Isso deve significar que o ministério da pregação tem muito a ver com o que acontece na revelação de Cristo em glória. Onde o pregador será chamado a prestar contas. Como muitas pessoas estavam reagindo a pregação da verdade naquela congregação? Alguns “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” - 2 Timóteo 4:3,4 Isso é o que a aparição de Cristo e de seu reino irá revelar.

Como nasce um pastor?

Por Alex Belmonte
 
“É um grande privilégio ser escolhido por Deus para fazer a sua Obra, mas é um grande dever do escolhido preparar-se para realizá-la”.
 
 Sandro dos Anjos. O chamado de um pastor é um dos assuntos mais evidentes nas Sagradas Escrituras. Seu perfil e caráter são revelados tanto no Novo como no Antigo Testamento de forma impressionante e segura. Mas parece que as credenciais bíblicas do chamado e vocação pastoral são ignoradas por alguns grupos cristãos, no que tange aos princípios para a ordenação e consagração de ministros. O que vemos muitas vezes são “pastores” realizando funções protocolares no ministério, do que ministros desempenhando o dom espiritual do apascentamento e cuidado da Igreja de Cristo. E, mais tenebroso ainda é reconhecer que existem muitos pastores que não são pastoreados, verdade essa tão clara que você pode até achar estranho o fato do ministro precisar dessa assistência, mas todo pastor necessita de uma cobertura, como assim fizeram Barnabé com Paulo (At.9.26-28; 11.22-26; 13.1-3), Paulo com Timóteo (2ª Tm.1.1-8, 13-15; 2.1,2) e muitos outros exemplos. Mas todos os pastores precisam realmente de um chamado exclusivo por Deus? Um pastor que não possui o chamado não terá êxito mesmo estando na função? As frustrações pastorais testemunhadas em nossos dias são resultados do erro quanto ao chamado ministerial? Afinal, como nasce um pastor? Primeiro desejo esclarecer os significados das palavras “vocação” e “chamado”, visto que se tratando do contexto religioso, ambas se encontram interligadas. O termo vocação, do lat. vocare é a inclinação e aptidão para determinada função. Denota uma disposição natural para uma coisa; e Chamado é a confirmação da vocação para a determinada Missão. Denota o mecanismo de ação da vocação. Devemos iniciar o entendimento bíblico do chamado em questão, a partir da figura e descrição ilustrativa do pastor de ovelhas do Antigo Testamento, pois nessa esfera, a vida do pastor em muitos aspectos é sintonizada em um paralelo com os relacionamentos espirituais do líder cristão, sendo usada pelos escritores bíblicos, repetidas vezes, como uma luz eficaz para a transmissão de experiências quanto ao ministério e chamado do pastor. O pastor de ovelhas no Antigo Testamento era facilmente identificado por quatro elementos indispensáveis em sua função: O cajado, a vara, a capa e, o alforje. O cajado era usado principalmente para guiar o rebanho e socorrer as ovelhas quando preciso (Êx. 21.19; 1º Sm. 17.40; Zc. 8.4). A vara era um símbolo de proteção e, em outros textos é chamada de bordão (2º Re. 4.29). A capa era muito importante para o pastor se acolher e se proteger e, o alforje levava alguns pertences de uso pessoal do pastor (1º Sm. 17.40). Quando chegamos ao cenário histórico do Novo Testamento vemos os líderes sendo chamados para “pastorear” o rebanho de Deus. Aqui temos o uso do termo pastor como uma nomenclatura que identificaram as próprias palavras de Cristo, quando usando a figura de metáfora, disse de Si mesmo: “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas [...] Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido”. (Jo. 10.11-14). Jesus usou a comparação por que sabia muito bem acerca do cuidado do pastor com as ovelhas nos campos. Ser pastor a partir daquele momento, na visão bíblica e neotestamentária, significava cuidar de vidas da mesma forma que Cristo demonstrou no cuidado e ensino no seu ministério na terra. Partindo desses princípios referentes às atividades da figura do pastor tanto no AT como as comparações e simbolismo no NT, a Bíblia nos revela as três funções que compreendiam as atividades reais de um pastor: 1) A proteção exclusiva do rebanho contra as feras e os perigos naturais; 2) O zelo pela seleção dos melhores pastos e campos verdes e; 3) O trato no crescimento da ovelha, com o cuidado do peso e o desenvolvimento de sua lã. A partir dessas bases a Bíblia deixa clara acerca do verdadeiro chamado de um pastor. Trata-se do servo que desde seus primeiros passos na jornada cristã, junto aos seus (sua igreja e seu pastor) possui real preocupação, primeiro na proteção da igreja de Cristo, que compreende o bloqueio das contaminações do mundo, dos falsos ensinos, dos caminhos tortuosos; segundo, o zelo pelo melhor alimento através da pregação da Palavra de Deus, que edifica, exorta, consola e desperta. Um servo que revela o chamado para pastorear sempre transmitirá mensagens dentro desses quatro aspectos; e terceiro, pela liderança espiritual que faz com que vidas desenvolvam seus ministérios e alcancem seus sonhos. O pastor é um líder e seu chamado está condicionado ás suas qualidades de liderança. O que mencionamos até aqui pode ser resumido numa verdade ampla: Não existe chamado pastoral distante dessas realizações, bem menos algum pastor usado pelo Espírito Santo com apenas uma dessas indicações, ou seja, se algum ministro está em falta em algum desses princípios, com certeza seu chamado ministerial está em desenvolvimento, mas, se lhe falta todos esses valores, com certeza jamais foi chamado por Deus para pastorear. Dentro desse raciocínio ainda desejo expor duas situações: pastores que crêem no chamado, mas passam por experiências frustrantes, e pastores que sabem realmente que não possuem o chamado, mas entraram “acidentalmente” no ambiente ministerial. No primeiro caso é de grande importância saber que o início ministerial com experiências dolorosas não significa algum tipo de erro no chamado, mas pode revelar um agir e preparo exclusivo de Deus para algo bem maior. Deus o levará a compreender isso. No segundo caso, temos alguém sem o chamado na função pastoral, mesmo assim pastoreando. A falta de êxito maior desse líder não está em seu realizar, de certo, ele sempre fará algo em suas condições, mas sua situação revela claramente que suas ações pastorais serão limitadas por lhe faltarem os elementos essenciais que preenchem sua ordem vocacional e seu chamado divino. No demais, desejamos muitos pastores Chamados, e menos chamados pastores.

Por que eu creio na Bíblia?

Por Rev. Hernandes Dias Lopes
Eu creio na Bíblia porque ela é totalmente fiel e confiável quanto à sua origem, conteúdo e propósito. Ela vem de Deus, revela Deus e chama o homem de volta para Deus. O homem não é o centro da Bíblia; Deus é. A Bíblia é o livro dos livros. Concebida no céu, nascida na terra; inspirada pelo Espírito de Deus, escrita por homens santos de Deus; proclamada pela igreja, crida pelos eleitos e perseguida pelo mundo. A Bíblia é o livro mais lido no mundo, mais amado no mundo e o mais perseguido no mundo. Destaco três verdades axiais sobre a Bíblia:
 
Em primeiro lugar, quanto à sua origem, afirmamos categoricamente que a Bíblia procede de Deus. A Bíblia não foi concebida no coração do homem, mas no coração de Deus. Não procede da terra, mas do céu. Não é produto da lucubração humana, mas da revelação divina. Muito embora homens santos foram chamados para escrever a Bíblia, e nesse processo Deus não anulou a personalidade deles nem desprezou o conhecimento deles, o conteúdo da Escritura é inerrante. O próprio Deus revelou seu conteúdo e assistiu os escritores para que registrassem com fidelidade seu conteúdo. A Bíblia não é palavra de homens, mas a Palavra de Deus. É digna de inteira confiança, pois é inerrante quanto a seu conteúdo, infalível quanto às suas profecias e suficiente quanto a seu conteúdo.
 
Em segundo lugar, quanto ao seu conteúdo, afirmamos confiadamente que a Bíblia fala sobre Deus e sua oferta de salvação. Só conhecemos a Deus porque ele se revelou. Revelou-se de forma geral na obra da criação e de forma especial em sua Palavra. É verdade que os céus proclamam a glória de Deus e toda a terra está cheia de sua bondade. É verdade que podemos encontrar as digitais do criador em todo o vasto universo. Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos. Porém, conhecemos acerca de seu plano redentor através das Escrituras. A salvação é um plano eterno de Deus. Mesmo nos refolhos da eternidade, o Pai, o Filho e o Espírito, o Deus Triúno, planejou nossa salvação. Nesse plano, o Pai escolhe para si um povo e envia o Filho ao mundo para redimi-lo. Jesus faz-se carne. Veste pele humana, vive entre os homens, cumpre cabalmente a lei, satisfaz a justiça divina e como nosso representante e substituto leva sobre si nossos pecados sobre a cruz e morre vicariamente, pagando nossa dívida e adquirindo para nós eterna redenção. Completando a obra da salvação, o Espírito Santo aplica, de forma eficaz, a obra de Cristo no coração dos eleitos, de tal forma que aqueles que Deus predestina, também os chama e aqueles a quem chama, também os justifica e aos que justifica, também os glorifica. É impossível, portanto, que aqueles que foram eleitos por Deus Pai, remidos pelo Deus Filho e regenerados e selados pelo Espírito Santo pereçam eternamente. O mesmo Deus que começou a boa obra em nós, completá-la-á até o dia de Cristo Jesus.
 
Em terceiro lugar, quanto ao seu propósito, afirmamos indubitavelmente que a Bíblia visa a glória de Deus e a redenção do pecador. A Bíblia não é um livro antropocêntrico; é teocêntrico. Seu eixo central não é o homem, mas Deus. Seu propósito não é exaltar o homem, mas promover a glória de Deus. Não é mostrar quão grande o homem é, mas quão gracioso é Deus. A história da redenção é a mais bela história do mundo. Fala de como Deus nos amou, estando nós mortos em nossos delitos e pecados. Fala de como Deus nos resgatou estando nós prisioneiros no cativeiro do pecado. Fala de como Deus nos libertou estando nós no império das trevas, na casa do valente, dominados pelo príncipe da potestade do ar. Nossa redenção tem como propósito maior a manifestação da glória de Deus e o nosso prazer nele. Concluo, portanto, com a conhecida afirmação de John Pipper: “Deus é tanto mais glorificado em nós, quanto mais nós nos deleitamos nele”.

domingo, 28 de outubro de 2012

O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM NOSSOS PASTORES?

Por José Pontes 
Prezado amigo, colega, companheiro líder, estou escrevendo essas poucas letras direto para você e também para mim mesmo. Poucos minutos antes de escrever essas poucas linhas, recebi um telefonema de um querido pastor e sua primeira palavra foi: PR. PONTES, VOCÊ TEM UM TEMPO PARA ME OUVIR? Falei que sim, foi então que ele me disse da sua dificuldade em ter amigos, dificuldades em se abrir e desconfianças com sua própria igreja e denominação. Disse-me ele: “preciso de alguém que me escute sem me julgar, sem me condenar, etc… etc… etc…” Conversamos por longos minutos, aliás, falei muito pouco, muito pouco mesmo, ele, no entanto, falou o tempo todo, do seu medo, das suas angústias, das suas inquietantes preocupações com a igreja, com sua família, com sua própria vida; depois chorou, chorou muito, sozinho pela manhã, disse-me ele. Depois me perguntou: “Pr. Pontes, o que está acontecendo com nós pastores? Será que isso é Deus trazendo juízo?” Pois, segundo ele, na sua cidade existem muitos pastores tristes, deprimidos, tomando remédios para conseguir conciliar o sono. Fiquei a ouvir atento aquele amado colega que passa por uma forte crise depressiva, existencial; fiquei realmente a pensar o que na verdade está acontecendo conosco, “líderes” do rebanho de Deus. Comecei então a pensar em algumas possibilidades que quero compartilhar com você querido leitor dessa coluna, são elas: Primeiro: Acho que nos últimos anos, nós pastores passamos a viver e praticar mais uma religião do que viver a SIMPLICIDADE DO EVANGELHO. Segundo: As instituições passaram a ter um poder e um domínio fortíssimo sobre os seus líderes; as pessoas, o rebanho passaram a ser segundo plano. Terceiro: O pastor não tem pastor que cuide dele mesmo. Não tem amigos, se isola, às vezes é autossuficiente. Quarto: As igrejas locais estão abarrotadas de programações e atividades, e isso gera muito peso, muito trabalho e pouca produção de santidade e crescimento espiritual sadio. Quinto: O pastor não prioriza seu casamento nem seus filhos. Sexto: Existe no meio pastoral muita indisciplina do seu tempo e no cuidado do seu próprio corpo e da sua saúde mental. Sétimo: Muitos pastores querem pastorear a geração de hoje com os mesmos métodos e formas de 10, 20 anos atrás – isso gera angústia e impotência. Bem, esses são apenas alguns aspectos do que considero como combustíveis que estão alimentando essa forte crise do meio pastoral. AGORA, A PERGUNTA É: FORAM APONTADOS OS POSSÍVEIS ERROS, MAS QUAL A SOLUÇÃO ? Respondo de forma mais simples possível: se o líder quer dar um novo rumo a sua vida ou mesmo fazer consigo mesmo um trabalho preventivo contra essa crise que assola a liderança, então é copiar cada um dos pontos acima, refletir e começar a combater UM POR UM. Levando isso a sério, o líder será mais saudável nos mais variados aspectos. ENTÃO, MÃOS A OBRA, OU SENÃO FIQUE NO MESMO ESTADO E DAQUI A ALGUNS DIAS ESTAREMOS NOS CONSULTÓRIOS PSIQUIÁTRICOS E PSICOLÓGICOS. MAS, ACONSELHO A MIM E A VOCÊ: FAÇAMOS A CERTO HOJE PARA AMANHÃ NÃO ESTARMOS CHORANDO. Abraço amigo, Pr. José Pontes

sábado, 27 de outubro de 2012

Cristão pode tomar bebida alcoólica?

Por Maurício Zágari 
Lamento decepcioná-lo, mas só vou comentar essa pergunta no último parágrafo. Você poderia diante disso perguntar: “Zágari, então por que você pôs esse título no post?”. Porque a experiência e as estatísticas têm me mostrado que muitos irmãos em Cristo que trafegam pela internet estão muito mais preocupados com assuntos periféricos da fé (como a ingestão de álcool) do que com o que é mais importante, o que está no epicentro do Evangelho. E, talvez, se eu pusesse um título como “Abra mão de si mesmo, tome sua cruz e siga Jesus” ou “Você realmente ama o próximo?” muitos não se interessariam por ler o texto. Essa constatação é no mínimo curiosa e nos leva a reflexões importantes. E é exatamente esse problema que quero tratar neste post: como enorme parcela da Igreja tem se preocupado com temas menores (embora não desprezíveis) e dá mais importância a eles do que aos que são vitais. Alguns exemplos: postei há algum tempo um texto sobre se o cristão deve fazer tatuagem ou não (leia aqui), algo de importância ínfima para o Evangelho, pois ter ou não tinta na pele não determina se uma alma sequer vai para o Céu: a graça de Deus, pelo mérito de Cristo, determina. A Cruz determina. Mas foi um boom de acessos no blog: 10 mil leituras em 3 dias, quando em média teria metade disso – e mais de 2.000 compartilhamentos no Facebook. Quando posto algo sobre questões profundas da fé, a quantidade de leituras curiosamente despenca. Falei sobre a liberdade cristã, no post Você é um escravo, fruto de uma extensa pesquisa bíblica: apenas 3.300 pessoas se interessaram em ler ao longo de dois dias (1.400 no primeiro dia). Compartilhamentos no Facebook? 68. E tem o post mais acessado na história do APENAS: sobre o pouco importante Festival Promessas: 6 mil acessos em um dia. Placar: Tema vital 1.400 x 6.000 Tema superficial. Uma goleada da irrelevância sobre a importância. Tatuagens, celebridades, shows, polêmicas e outras superficialidades: será que é isso mesmo que ocupa a nossa cabeça? São esses o foco maior do nosso interesse e de nossa preocupação? Bebida alcoólica? Sério? Alguém perde a salvação por comer um bombom recheado de licor? Um cálice de vinho do porto é mais poderoso no destino eterno de uma alma do que a obra redentora de Jesus no Calvário? Realmente esse tema é tão importante assim que mereça mais atenção do que a Cruz, o fruto do Espírito, o arrependimento dos pecados? O que ocupa nossa cabeça? O que nos preocupa? Que assuntos nos interessam? Que tipo de pensamentos buscamos assimilar? De que filosofias nos alimentamos? Afinal, quando entramos na Internet… é para absorver o quê em nossos corações cristãos? Será que gostamos de caminhar em águas rasas? Um certo website gospel me convidou para escrever reportagens. O editor foi claro: as pautas tinham que ser sobre algum escândalo, sobre controvérsias da moda ou sobre algum pastor polêmico da TV ou da Internet – pois isso é o que dava acessos (e, logo, dinheiro). Não topei, naturalmente, pois esse tipo de tema não me interessa. Mas esse episódio me deixou pensativo. “É isso que dá acessos”. Por que não artigos sobre perdão, estudos sobre amar o próximo ou reflexões acerca da graça imerecida de Deus? Escândalos! Ah, como gostamos deles! Parece que ler um post sobre obras da carne ou mesmo História da Igreja é menos interessante do que ler sobre o pastor polêmico, a cantora gospel da moda, aquele tititi que tanto amamos. Falar sobre fruto do Espírito? Não dá Ibope. Se você é blogueiro, escreva sobre o pecado dos outros, pois isso dará muitos acessos, garanto. Ou interessa muito se a cantora rastejou no palco imitando um leão. Se artistas gospel foram ao Faustão é tema de conversas para uma semana. A cantora X ou Y vai no Raul Gil e parece que isso fará o Brasil ser ganho para Cristo. Falar sobre o plano da salvação, graça, fé, arrependimento, perdão, salvação… parece que isso não é muito empolgante, deixemos esses temas para seminaristas. O legal é a polêmica. E salivamos quando surge mais uma história cabeluda… Ou então namoro. Ah, o amor… Bem, sou obrigado a reconhecer que esse é um caso diferente. Pois é uma categoria à parte, devido a, de fato, ser um tema importantíssimo. Não é irrelevante. E é vital, tendo em vista que o amor é o amálgama de uma família que tem Cristo como alicerce e o namoro é o primeiro passo da construção de um lar. Só que tem um detalhe “mercadológico” nessa história: falar de amor arrebata multidões. Falar sobre namoro então é garantia de milhares de acessos. Criar um site sobre princesas cristãs esperando seus príncipes prometidos por Deus é sucesso garantido. Um pastor escreve quase que só sobre isso com enorme superficialidade e tem mais de 120.000 seguidores no twitter, enquanto pastores que tratam de temas importantíssimos da fé, como Augustus Nicodemus Lopes, têm pouco mais de 7.000. Uma prova de que, se você explora o nicho dos corações carentes, vai ter sucesso nos números. E uma prova de que números, no que tange à fé, não significam relevância. No site Gospel+, onde escrevo uma coluna semanal, vi algum tempo atrás o número de compartilhamentos no Facebook dos artigos publicados por um irmão colunista. Havia 3 textos dele visíveis entre os mais recentes: os dois primeiros, sobre temas bíblicos, tiveram, respectivamente, 8 e 19 compartilhamentos. O terceiro falava sobre namoro. Número de compartilhamentos? 705. De novo goleada no placar: Tema teológico 8 x 705 Namoro. Um massacre. Então, se você tem um site ou um blog “cristão”, vive dele e depende de ter muitos acessos para conquistar anunciantes, eis a fórmula do sucesso: fale sobre polêmicas gospel, celebridades, sacerdotes e artistas evangélicos controversos, pecados de famosos e temas secundários mas que chamam a atenção. E, claro, namoro. Pronto: seu site será um sucesso. A experiência de blogar é interessante. Pois nos dá oportunidade de dialogar com muitos, conhecer gente diferente, que escreve comentários por vezes mais ricos do que os próprios posts, e faz com que ganhemos algumas percepções que de outro modo não teríamos. Como recusei os patrocínios e as propostas de hospedagem que me ofereceram (já que meu objetivo não é ganhar dinheiro com o blog, ele é missional) fico à vontade para escrever sobre o que quiser, pois não tenho obrigação de manter um número X ou Y de acessos por mês – logo, nao preciso me prender a temas da moda ou a polêmicas. Então já escrevi sobre os mais variados assuntos nos 197 posts publicados até agora. Assim, pelo APENAS pude reparar muito claramente o tipo de discussão que interessa e atrai o cristão, pois o wordpress me dá na área de administração a possibilidade de ver quantos acessos houve por dia ou quantas leituras teve um post. Então estou falando de um fato com comprovação estatística: o que mais interessa o leitor de mídias cristãs têm sido, infelizmente, as questões periféricas. Não a fruta, mas a casca. E isso é grave. Temos dado menos importância a temas que influenciam diretamente nossa alma, nossa caminhada de fé e nossa relação com Deus, como pecado, justiça, juízo, arrependimento, perdão, amor e outros conceitos bíblicos que são fundamentos do cristianismo. Esquecemos que a graça é a coluna vertebral da salvação e deixamos o comprimento de cabelos, bebida fermentada ou tinta na pele determinar mais do que o poder do sangue de Cristo quem vai para o inferno ou não. Só que, me perdoem: almas estão indo para a perdição eterna enquanto muitos perdem tempo com o que não é pão. Sei que esse é um post duro. Sei que muitos que acham a ingestão de álcool, tatuagem, piercing e uso de saia assuntos importantíssimos da fé cristã vão discordar de mim. Sei que os que usam a carência afetiva natural do ser humano para ganhar visibilidade vão dizer que namoro é o tema de João 3.16. Mas é um risco que estou disposto a correr, por amor a alguns que podem refletir e mudar o enfoque de suas prioridades. Permita-me, por fim, comentar a pergunta do título, para que ela não seja propaganda enganosa: nunca a Igreja chegou a um consenso universal sobre se tomar bebida alcoólica é pecado, uns defendem a abstenção total e outros a moderação – e assim será pelos séculos dos séculos. Na Espanha, na Itália, na Alemanha e em outros países frios, pastores e membros bebem vinho e cerveja sem nenhum problema, enquanto no Brasil o álcool é visto por muitos como passagem expressa para o inferno. O que a Bíblia é clara é quanto ao fato de que não devemos nos embriagar. Respeito a visão de todos no que tange a esse assunto. Se você é abstêmio ou moderado não cabe a mim julgar. Considero esse um tema secundário da nossa fé e deixo a questão a cargo da consciência de cada um, de acordo com a crença da igreja que você segue. É algo a ser tratado com o pastor de sua congregação local. Desde que você ame a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, estarei feliz – siga você a linha que seguir.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Amor ou obsessão denominacional?

Por Pr. Magdiel G Anselmo 
Há uma linha tênue entre o amor e a obsessão pela denominação a que somos membros. Alguns dentre nós parecem amar mais a denominação do que o próprio Deus. Parecem amar mais a forma da organização do que a própria Bíblia. Defendem com muito mais vigor a "sua igreja" do que propriamente as doutrinas bíblicas fundamentais. Esse "amor" desmedido pela denominação da qual fazem parte traz um orgulho, que sabemos, não é saudável. Temos que entender que a denominação não é infalível e muito menos perfeita. Seus métodos e sua forma de se organizar pode não ser a melhor ou a mais eficaz hoje como eram a tempos. Não temos que "fechar os olhos" para seus erros administrativos e metodológicos. Em toda organização existem momentos de manutenção e acerto de direção em sua trajetória. Temos sim que levar em conta que o aperfeiçoamento dos processos deve ocorrer, e em alguns casos, a mudança ou até o abandono de formas antigas pode ser inevitável e necessária para que haja alcance, abrangência e acima de tudo, edificação. Isso não significa negligenciar ou desrespeitar a tradicão, mas sim, aprender com ela e quando necessário fazer dela o "trampolim" para novos procedimentos e novos dias. O amor denominacional é compreensivo, mas tudo tem limite, não pode se tornar em obsessão cega. Quando vivemos grande parte de nossa vida envolvidos com e em uma organização é comum adquirirmos por ela forte zelo e amor. Isso não é ruim, desde que direcionado corretamente. Todo desequilíbrio traz problemas, inclusive nesse caso. O amor pela "nossa igreja" não pode suplantar ou sobrepujar a reflexão e o discernimento do que é correto e do que é razoável. O que é inquestionável e imutável devem ser sempre preservados como são o caso das Escrituras. As metodologias, formas e organizações que são criadas pelo homem devem sempre passar pelo crivo bíblico e, também pela prova do tempo e da sua eficiência em cada momento da história. Não é pecado aperfeiçoar ou mudar, desde que não incorramos em desrespeito ou infrinjamos os ensinamentos bíblicos já nos revelados. Mas, lamentavelmente o que vêmos muitas vezes é que somente a possibilidade em mudar traz um perplexidade tamanha que parece que estamos a negar a nossa fé em Cristo. Modificar uma estrutura de muitos anos parece ser mais difícil que a transformação de vidas em Cristo. Inevitavelmente esse conceito conduz a arrogância e orgulho denominacionais. "A minha igreja é a melhor", "o nosso jeito é o melhor", afirmam soberbamente sem discernir se realmente isso é uma verdade atualmente, como se a forma, o jeito, o método, etc... estivesse ao mesmo nível ou até superior a própria Palavra de Deus, essa sim uma verdade em qualquer época ou contexto. Os limites para se adentrar na caracterização de uma seita quase são ultrapassados. Temos que fugir do exclusivismo e da tendência de pensar que somos os mais perfeitos dentre os mortais. A forma pode variar desde que não afete o conteúdo, a essência - isso é que devemos propagar e defender. Aí então, percebemos que muitos defendem com mais energia a não mudança ou o aperfeiçoamento de métodos e formas já comprovadamente ineficazez do que a própria fé cristã como orienta a epístola de Judas. O zelo tornou-se obsessão arrogante e o amor transformou-se em cegueira espiritual. O orgulho denominacional tem crescido, principalmente nas igrejas mais antigas, tradicionais e históricas, e esse crescimento nada traz de bom a causa de Cristo ou a expansão da Igreja, mas tem alcançado também as novas e já percebemos os conflitos desnecessários que causam. Mais reflexão bíblica e menos paixão denominacional, são aconselháveis em nosso contexto atual. Nos desapegarmos de costumes e tradições denominacionais que já não tem sentido ou necessidade é algo a se considerar para que cresçamos e façamos a diferença em nosso presente século. A idéia equivocada de que é pecado mudar procedimentos ou formas deve ser rejeitada e o aprimoramento de nossa atuação exige muitas vezes um replanejamento e direcionamento adequados e contextualizados. O questionamento da postura de meros replicantes do passado é crucial. O cristão "papagaio de pirata" que somente repete sem avaliar, sem julgar o que lhe é ensinado ou imposto pelas organizações não tem mais espaço em uma Igreja que deseja aprender com seus erros e progredir em sua expansão. As questões secundárias (as que não dizem respeito ao texto bíblico) devem ser reavaliadas e provadas em seu funcionamento, operacionalidade e eficiência. Não podemos e não devemos canonizar o que não é sagrado. As desculpas de termos e seguirmos linhas teológicas variadas e de possuirmos histórias diferentes não justificam ou explicam os erros cometidos ou a ausência de reflexão sobre o assunto em questão. Pensemos urgentemente com seriedade sobre essas questões.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Igreja Efeminada

Por Stephen Perks 
Recentemente fui questionado se seria correto dizer que, na história do mundo, dinastias e civilizações inteiras de fato naufragaram na rocha da homossexualidade. Minha resposta foi que não deveríamos pôr as coisas desse modo. Claro, eu creio que a prática homossexual é imoral e proibida pela Lei de Deus. Todavia, em Romanos 1.21 – 32, Paulo põe dessa forma: deixaram de servir a Deus para servirem à criatura. Como uma consequência, Deus entregou-lhes às paixões impuras. Homossexualidade é julgamento de Deus sobre uma sociedade que abandonou a Deus e adora a criatura em vez do Criador. A apostasia espiritual é a rocha na qual as culturas, incluindo a nossa, foi fundada, e a homossexualidade é o julgamento de Deus sobre tal apostasia. Esta é a razão porque a homossexualidade era uma prática comum entre as antigas culturas pagãs; na verdade, é uma prática comum entre a maioria das culturas pagãs, incluindo a nossa crescente cultura neo-pagã. Em resumo, a ideia de que a tolerância da homossexualidade é um mal que conduzirá ao julgamento de Deus não é bíblica, pois coloca o carro na frente dos bois. É exatamente o contrário! A prevalência da homossexualidade em uma cultura é um sinal seguro de que Deus já tem executado ou está executando sua ira sobre a sociedade por sua apostasia. A causa deste julgamento não é a prática imoral da homossexualidade (apesar dos atos imorais homossexuais); mas sim, sua apostasia espiritual. A prevalência da homossexualidade é o efeito, não a causa da ira de Deus visitando aquela sociedade. E em uma sociedade cristã (ou talvez devesse dizer “pós-cristã”), isso significa, inevitavelmente, que a prevalência da homossexualidade na sociedade é julgamento de Deus sobre a igreja por sua apostasia, sua infidelidade para com Deus, porque o julgamento de Deus começa com a Casa de Deus (1Pe 4.17). Esta, decerto, não é uma mensagem popular aos cristãos. É fácil levantar o dedo para os pecados e imoralidades grosseiros, mas a igreja está muito menos disposta a considerar seu papel nos males sociais que maculam nossa era. A apostasia espiritual que nos levou à presente condição começou na igreja, e grande parte do fracasso da sociedade moderna, que os cristãos corretamente lamentam pode, em alguma medida, ser atribuída a esta apostasia da igreja como a causa fundamental. E mesmo agora a igreja recusa-se a assumir sua responsabilidade para preservar a sociedade deste mal tão sério, tendo abdicado de seu papel profético como porta-voz de Deus para a Nação. Claro, isto não quer dizer que não deveríamos desafiar o lobby gay e não trabalharmos para estabelecer uma moralidade bíblica em nossa sociedade. Nós devemos. Mas, também devemos escolher as prioridades corretas; e eu temo que a igreja tenha um diagnóstico equivocado destes problemas e tenha escolhido errado as suas prioridades. A Igreja sofre com o flagelo homossexual, tanto quando, e talvez mais, do que qualquer outro setor da sociedade (com exceção da mídia e do mundo do entretenimento). Para maior parte deste século, a igreja tem procurado um deus feminino para substituir o Deus da Bíblia. Nós tivemos ministros que ensinaram, agiram e pregaram como mulheres há muitos anos. O Ministério Pastoral de nossa geração é, no geral, caracterizado pela feminilização. O crescente número de homossexuais no ministério é, penso, simultaneamente uma causa e efeito relacionados a isto e, ao mesmo tempo, uma manifestação do julgamento de Deus sobre a igreja. Muitas vezes, é claro, o julgamento funciona numa relação de causa e efeito, porque toda criação é obra de Deus; portanto, ela funcionada de acordo com Seu plano e vontade. A igreja tem se tornado completamente efeminada por causa de um clero efeminado. O Ministério hoje é dirigido primariamente por mulheres, e ministros têm começado a pensar e agir como mulheres, porque o Cristianismo tem se tornado naquilo que é chamado de “religião salva-vidas” – mulheres e crianças primeiros. E o mundo vê isso bem adequadamente. Por exemplo, foi-me dito em mais de uma ocasião por pastores e presbíteros que, quando eles visitam os membros de suas igrejas, se porventura o homem da casa vem recebê-los à porta, frequentemente a primeira coisa que este homem diz é: vou buscar a esposa. Pastores e Presbíteros estão ali para mimar as mulheres e as crianças; ou então, como pensa o mundo, isto é simplesmente porque o ministério na igreja é frequentemente dirigido principalmente às mulheres e crianças, e não aos homens. Tenho observado o mesmo tipo de coisa em reuniões das igrejas. Se alguém levanta uma questão doutrinária ou mesmo assuntos sérios sobre a missão da igreja, o interesse é quase nulo. No entanto, frequentemente tem havido, e continua havendo, enormes problemas doutrinários e problemas relacionados ao entendimento da igreja de sua missão no mundo, incomodando essas igrejas; apesar disso, estas igrejas nem mesmo consideraram que isso merece discussões nas reuniões de liderança da igreja. Os líderes da Igreja falarão de maneira interminável sobre “relacionamentos” e afins, mas evitarão questões doutrinárias [como evitam] a praga porque estes assuntos são considerados causas de divisão e que dificultam os “relacionamentos”. Agora, no fundo eu creio que isto é um sério problema criado pela feminização da liderança da igreja. A agenda da liderança, que é uma agenda masculina, foi substituída por uma agenda feminina, que é um desastre para liderança. A igreja tem abandonado o Deus das Escrituras pelo conforto de uma divindade do tipo feminino que não requer líderes eclesiásticos que exponham doutrinas bíblicas ou ajam com convicção de acordo coma Palavra de Deus (ambos são percebidos, muitas vezes com razão, como causador de divisão – Mt 10. 34ss); mas, em vez disso, exige líderes simplesmente para mãe de suas congregações de uma forma feminina. Isso, naturalmente, produz ministros efeminados e uma igreja efeminada. Mas, isto não é simplesmente uma causa e efeito impessoal relacionadas. Deus age através de causas secundárias em sua Criação para executar sua vontade. Um ministério efeminado e uma igreja efeminada são a resposta de Deus para a determinação de a igreja substituir o Deus da Escritura por um deus do sexo feminino; e esta cruzada contra o Deus da Bíblia tem sido em sua própria maneira, uma característica do evangelicalismo, como abertamente tem sido a característica do liberalismo que os evangélicos dizem abominar, mas ainda assim, estão dispostos a imitar. Este não é um problema apenas agora na igreja, mas porque está na igreja, a sociedade em geral é agora feminizada e efeminada. Somos governados por mulheres e homens que pensam e agem como mulheres. Mas, as mulheres não fazem bons governos em geral. Em Margaret Thatcher tivemos uma situação inversa: uma mulher que pensava mais como um homem deve pensar, mas a exceção não anula a regra. Eu não estou discutindo um ponto político aqui, nem endossando qualquer posição [política]; até porque eu acredito que isto tudo é parte da situação em julgamento. O mundo está de cabeça para baixo, porque os homens viraram de cabeça para baixo por sua rebelião contra Deus. Jean-Marc Berthoud frisou bem este ponto em seu artigo “Humanism: Trust in Man – Ruin of the Nations”, o qual eu recomendo em relação a este tópico. Agora somos governados por mulheres e crianças (Is 3.4, 12) Mas, a Liderança não é feminina. Líderes Efeminados não governam bem, seja o Estado, seja a Igreja. É vital que a Justiça seja temperada com Misericórdia. Mas alguém não pode temperar a Misericórdia com a Justiça. Quando a misericórdia é colocada antes da justiça, as sociedades sofrem colapsos nas situações idiotas que temos hoje, onde os criminosos são libertos e as pessoas inocentes são condenadas. Por exemplo, as punições infligidas aos motoristas por inadvertidamente dirigirem um pouco acima do limite da velocidade hoje, mesmo onde não há perigo envolvido, são muitas vezes mais graves do que os castigos infligidos aos ladrões. E hoje um pai pode ser punido por bater em um filho travesso – mesmo que tal castigo seja realizado num ambiente de amor e disciplina e não haja perigo para criança – mas ainda assim, alguém pode, com impunidade, assassinar os filhos ainda não nascidos. O Estado ainda paga por esses abortos, fornecendo-lhes o Sistema Único de Saúde. Creio que isto é o resultado final da feminização de nossa cultura. Pensa-se, frequentemente, que a liderança feminina é mais compassiva, mais carinhosa. Isto é um mito que a ideologia feminista tem trabalhado nas percepções populares da realidade em nossa cultura. Pelo contrário, a cultura feminista é uma cultura violenta, uma cultura que produz o aborto e ao mesmo tempo exige que se extinga as coisas tipicamente masculinas. Uma situação mais perversa é difícil de se imaginar. Em última análise, o feminismo é, na prática, inerentemente violento, intrinsecamente instável, intrinsecamente perverso, inerentemente injusto, porque ele é todas essas coisas em princípio, a saber, a rejeição da ordem criada por Deus; e as consequências de um compromisso religioso sempre se desenvolverão na prática. O Feminismo está, agora, desenvolvendo as consequências práticas de sua visão religiosa da sociedade (e isto é sua religião). As igrejas têm falhado em ver isso. Elas têm abraçado o feminismo vigorosamente, e como consequência, se tornaram uma importante avenida pela qual o Feminismo tem sido capaz de influenciar nossa cultura. O clero estava envolvido na feminização da fé e da igreja bem antes do Movimento Feminista tivesse se tornado consciente na percepção popular. E a feminização de nossa cultura é um dos principais motivos para sua anarquia e violência. Por exemplo, o resultado da feminização da sociedade tem sido a de que os homens perderam o seu papel em muitos aspectos. O feminismo tem definido homens em nada mais do que briguentos ou efeminados. Na perspectiva feminista, estas são as duas alternativas para os Homens, embora isso não possa ser entendido por muitas feministas; talvez normalmente não seja, porque o Feminismo é ingênuo e não opera com base na razão, mas na emoção; e estas coisas trazem-nos novamente ao problema da liderança e governos femininos. Emoções não lideram ou governam bem. Para as Feministas, os homens são governantes incapazes; as mulheres devem governar. Agora nós temos o governo de mulheres e homens efeminados. O efeito de colocar as virtudes femininas no lugar das virtudes masculinas, e as virtudes masculinas no lugar das virtudes femininas tem sido a de subverter a ordem criada. Como resultado, a justiça é desprezada e a misericórdia é transformada e colocada em seu lugar. A Liderança é masculina, mas é preciso temperá-la com as virtudes feministas. Quando as virtudes feministas estão na liderança, as virtudes masculinas não podem funcionar; a masculinidade é feita desnecessária. Isto é um dos problemas mais sérios da nossa sociedade. O Feminismo tornou a liderança masculina na igreja e da nação obseleta e, agora, estamos colhendo as consequências espirituais e sociais disto. A Justiça é uma vítima! A misericórdia cessa de ser misericórdia e torna-se indulgência dos piores vícios. Violência, anarquia, desordem e uma sociedade disfuncional são o legado da Feminização de nossa Sociedade, porque neste sentido, nem as virtudes masculinas, nem as femininas podem desempenhar apropriadamente seu papel. O mundo é posto de ponta cabeça. Até mesmo as igrejas “crentes na Bíblia” são anestesiadas na sua apostasia em relação a este e muitos outros assuntos em nossa sociedade. Temos uma igreja efeminada, e uma sociedade efeminada e, portanto, a resposta de Deus tem sido um ministério cada vez mais homossexual e uma crescente sociedade homossexual. Este é o justo julgamento de Deus sobre nossa apostasia espiritual. A resposta é o arrependimento, voltar-se para Deus e abandonar nosso caminho de rebelião contra a ordem divina da Criação. A igreja deve começar isto. O julgamento começa com a igreja (1Pe 4.17) e o arrependimento também. Eu não creio que resolveremos o problema homossexual até reconhecermos sua causa. É o julgamento de Deus sobre a apostasia da Nação. Liderando o caminho para esta apostasia estava a igreja. O que tenho dito acima não significa minimizar a seriedade do problema homossexual, nem sua imoralidade. Mas devemos reconhecer isto como uma manifestação do julgamento de Deus, como Paulo tão claramente ensina em Romanos, capítulo um. A resposta está em combater as causas, enquanto não deixamos de fazer as outras coisas. O que eu disse aqui não significa promover uma diminuição da oposição cristã aos direitos homossexuais por qualquer meio; mas significa encorajar a uma maior leitura do problema, porque é nesta vasta leitura do problema que detectamos a causa e esperamos a solução para o problema. Além disso, este assunto não um assunto isolado. É parte inseparável da re-paganização de nossa sociedade, uma tendência de que a igreja, em grande medida, não apenas tem tolerado, mas por vezes, estimulado, por sua percepção míope de fé e sua negação prática de sua relevância para toda a vida do homem, incluindo seus relacionamentos e responsabilidades. Enquanto a crítica é necessária e vital na tarefa profética da igreja de levar a Palavra de Deus para influenciar nossa sociedade, ela não é o bastante. Em vez disso, a igreja também deve jogar fora o seu próprio consentimento na prática do humanismo secular e praticar o pacto da vida da comunidade redimida no momento que ela tenha qualquer efeito sobre nossa cultura. Portanto, o julgamento continuará ininterruptamente até a igreja mais uma vez começar a viver para fora, bem como falando a palavra de vida para sociedade em sua volta. Somente então quando ela começar a manifestar o reino de Deus; e apenas quando a igreja começar a manifestar o reino de Deus novamente, nossa sociedade começará a ser liberta do julgamento de Deus.

domingo, 21 de outubro de 2012

Reflexões sobre profecias humanas

Por Isaltino Gomes Coelho Filho
 Em um dos meus pastorados, assumi pregar uma série de sermões sobre Cristo no Apocalipse. Não analisaria o livro, mas veria os retratos de Cristo. Dispondo de cerca de 30 comentários sobre o Apocalipse e algumas versões bíblicas, julguei ter material suficiente. E tinha. O bastante para me confundir e me deixar perplexo com a facilidade com que as pessoas fazem “profecias”. Preparei a primeira mensagem, “O cartão de visitas do Cristo glorificado” (1.4-6), e fui para a mensagem no texto de 1.7. O tema seria “Ele vem!”. Um dos livros que usei, embora superficialmente, foi o comentário de Champlin sobre o Novo Testamento. O comentarista remete os leitores a um artigo no volume 1 (o comentário do Apocalipse está no 6): “A tradição profética e a nossa era”. E afirma sobre o artigo: “Que a história julgue a veracidade do que é dito aqui. Que o leitor consulte, mas não condene antes do tempo!” (p. 374). Meu exemplar da obra de Champlin está datado de 4.2.1980. Passados 32 anos, a história julgou seu artigo. Pinço trechos de sua obra, sem os comentar. Como ele pediu, que o leitor julgue. Nada tenho contra o autor, mas é para vermos o risco de declarações humanas feitas como se fossem oráculos do Senhor. As citações são do artigo “A tradição profética e a nossa era”, às páginas 180-184 do volume 1 de O Novo Testamento interpretado versículo por versículo. (1) “Nossos filhos, se não nós, veremos Israel nacionalmente convertido a Cristo. Dentro dos próximos 35 anos Israel tornar-se-á a poderosa nação cristã ‘missionária’, a mais fanática de todas, substituindo certas nações que agora arcam com a responsabilidade missionária”. (2) “Ezequiel 38 e 39 descrevem a posição da Rússia nos últimos dias (...). Tudo começará com a invasão russa nas terras dos combatentes árabes e judeus (pois esse conflito prosseguirá interminavelmente) e isso provocará o início da Terceira Guerra Mundial (...). Isso terá lugar em algum ponto perto do fim do século XX”. (3) Sobre o anticristo: “Cremos que esse homem já vive, a confiar nas declarações de certos místicos contemporâneos, que se sabe possuírem poderes preditivos (...). É perfeitamente possível, conforme já foi predito por alguns deles, que o anticristo tenha nascido a 5 de fevereiro de 1962. Notemos que esse ‘ano’ é igual a 666 numericamente considerado, pois se adicionarmos 1+9+6+2 = 18, ou seja, três vezes seis (...). No começo da década de 1990 esperamos vê-lo”. (4) Sobre a Terceira Guerra Mundial: “Grande terremoto atingirá Israel dando a seus inimigos árabes uma vantagem momentânea do que resultará a invasão das terras de Israel. Perdas imensas terão lugar, em ambos os lados, e isso continuará até cerca de 1988 (...). Por volta do ano 2000, as forças comunistas terão sido isoladas no Oriente Médio”. (5) “Em meio a esse pior de todos os holocaustos, subitamente se tornará visível no firmamento o sinal do Filho do homem, uma grande cruz luminosa. Jesus será visto corporalmente entre os soldados israelenses, que estarão lutando pela sobrevivência da própria nação, quando estiverem quase perdendo a esperança de que isso será possível. As notícias de que Jesus está conosco se propagarão como um incêndio por todo o Israel. Os homens serão convocados para a vitória. Israel proclamar-se-á uma nação cristã; e tendo sobrevivido tornar-se-á a mais poderosa nação cristã da época”. (6) Sobre cataclismos: “A geologia revela-nos que por muitas vezes, na história do globo terrestre, seus pólos magnéticos subitamente mudaram de posição, provocando imensos dilúvios destruidores (...). Alguns cientistas predizem que isto pode estar próximo. Isso pode ter algo a ver com a derrubada do anticristo e pode estar associado ao segundo advento de Cristo” (o itálico é meu). No volume 2, no comentário sobre Lucas 21.9 (p. 202): “A Terceira e a Quarta Guerras Mundiais, que esperamos para antes de 2025 – a terceira virá antes do fim do nosso século XX – serão guerras atômicas”. Champlin não está só. Muitos devem se lembrar das precipitações sobre o alinhamento dos planetas, em 1982. Lawrence Olson lançou um livro intitulado O alinhamento dos planetas. Meu exemplar é da quinta edição, mas outras foram tiradas. Quanto argumento vazio, mal alinhavado, sem sentido algum! Tudo para provar que Jesus poderia voltar em 1982! E o que dizer de A agonia do grande planeta Terra, de Lindsey, que vendeu uma edição em três meses! Quanta impropriedade, quanta exegese a fórceps, com passagens sacadas do contexto, e fatos históricos mal interpretados! O Mercado Comum Europeu era dado como o Império Romano Redivivo assim que chegasse a dez nações, cumprindo profecias de Daniel e Apocalipse (p. 88). Já são 25 nações. Jean- Jacques Servan Schreiber é insinuado como o “fuehrer do futuro”. Na obra Evangélicos em crise, Paulo Romeiro transcreve pregação de Valnice Coelho marcando a volta de Cristo para 2007 (p. 182). Passaram-se cinco anos, Cristo não voltou e ela, convenientemente, se calou. Impressiona a empáfia com que pregadores fazem afirmações deste tipo. Errando, não se desculpam! E ainda são levados a sério! Não quero ridicularizar Champlin, Olson, Lindsey e Valnice. Seus adeptos farão vistas grossas a seus erros e me criticarão por “tocar nos ungidos do Senhor”. Cegueira mental e espiritual é terrível! Mas o leitor que tem bom senso pode avaliar seus escritos. Não desprezo tais pregadores. Mantenho comigo a obra de Champlin, consulto-a em alguns textos e ele me elucida porque nem só de equívocos vive uma pessoa. Mas não me calo com a falta de seriedade no que se chama de “profecia” e na pompa egomaníaca com que seus autores as proferem. É incrível: há quem os justifique! Talvez por causa de uma citação de Demóstenes, registrada no livro de Lindsey: “Cremos em qualquer coisa que quisermos”. Deve ter sido por isto que ele escreveu A agonia... O Antigo Testamento nos dá o fio de prumo para analisarmos os chamados “profetas” de hoje. Diz Deuteronômio 18.21-22: “E, se disseres no teu coração: Como conheceremos qual seja a palavra que o Senhor falou? Quando o profeta falar em nome do Senhor e tal palavra não se cumprir, nem suceder assim, esta é a palavra que o Senhor não falou; com presunção a falou o profeta; não o temerás”. Se não se cumprir, a profecia não é de Deus. Simples, não é? Mas não é tudo. Se o profeta falar, o que ele disser se cumprir e ele se valer disto para desviar o povo da Palavra, deve ser rejeitado. Diz Deuteronômio 13.1-5: “Se levantar no meio de vós profeta, ou sonhador de sonhos, e vos anunciar um sinal ou prodígio, e suceder o sinal ou prodígio de que vos houver falado, e ele disser: Vamos após outros deuses que nunca conhecestes, e sirvamo-los, não ouvireis as palavras daquele profeta, ou daquele sonhador; porquanto o Senhor vosso Deus vos está provando, para saber se amais o Senhor vosso Deus de todo o vosso coração e de toda a vossa alma. Após o Senhor vosso Deus andareis, e a ele temereis; os seus mandamentos guardareis, e a sua voz ouvireis; a ele servireis, e a ele vos apegareis. E aquele profeta, ou aquele sonhador, morrerá, pois falou rebeldia contra o Senhor vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito e vos resgatou da casa da servidão, para vos desviar do caminho em que o Senhor vosso Deus vos ordenou que andásseis; assim exterminareis o mal do meio vós”. Não quero o apedrejamento desses profetas. Só mostro que em vez de ouvi- -los devemos rejeitá-los. O padrão é a Palavra de Deus. Se a temos como autoritativa e revelação completa, fiquemos com ela. Ela basta. Passou da hora de dar um basta em revelações, profecias, visões, sonhos e interpretações particulares que avultam em nosso meio. Rejeitemos a megalomania de pregadores que se dizem “canal especial de Deus para esta geração”. Diz Jeremias 23.28: “O profeta que tem um sonho conte o sonho; e aquele que tem a minha palavra, fale fielmente a minha palavra. Que tem a palha com o trigo? diz o Senhor”. Por fim, guardemos Isaías 8.20: “A Lei e ao Testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva”. Firmemo-nos na suficiência das Escrituras e afirmemos um princípio hermenêutico: quando a Bíblia é explícita, somos explícitos e falamos. Quando ela se cala, nós não inventamos e nos calamos. Que cessem as comichões nos ouvidos e voltemos ao apego às Escrituras. Elas são a verdade. Sobriedade no ensino bíblico nunca fez mal a alguém.

Não acredito em templos

Por Pablo Massolar 
Uma vez perguntaram a Jesus onde era o lugar correto para se adorar a Deus. Quem fez essa pergunta foi uma mulher, samaritana, que não pertencia à "religião oficial" da época. Os judeus consideravam os samaritanos idólatras e impuros. Ela tão pouco teria, aos olhos dos moralistas, uma vida "santa" e "irrepreensível" para se aproximar e fazer tal questionamento ao Senhor, pois se tratava de uma mulher que já havia passado por cinco casamentos e o atual marido, bem... não era de fato marido dela. Um escândalo até mesmo para os discípulos de Jesus que achavam inapropriada aquela conversa. A resposta de Jesus foi simples: sugerindo não se tratar do lugar físico/geográfico. A adoração a Deus deve ser pessoal, interior, espiritual e sincera. A primeira coisa que salta aos olhos de quem lê o relato completo do Novo Testamento é que Jesus quebra muitos paradigmas, a começar por tirar da religião e do templo a exclusividade da mediação e do relacionamento com Deus. Nossa oração e adoração não dependem de um altar construído para serem ouvidas. O altar, o templo, o lugar de culto é o próprio coração. A segunda coisa é que, diferentemente da tendência da religião de dizer quem é puro ou não, quem é mais especial, Deus não nos avalia por questões meramente morais ou sociais. Foi Jesus mesmo quem disse que prostitutas e corruptos poderiam ser mais dignos de entrar no Reino de Deus do que alguns que se consideram exclusivamente santos, mas vivem de forma hipócrita (Mateus 21.31). O encontro com Deus é transformador, sim. E radical. Mas nem por isso acontece somente nos ambientes ou dias santificados pela igreja ou pelas religiões dos homens. Particularmente não acredito em templos ou em religiões como lugares e entidades sagrados em si mesmos. Acredito no Deus que não cabe dentro das religiões, não é totalmente explicado pela razão humana, ri dos tratados teológicos, não se detém nos limites impostos pelas tradições vazias. Ele conversa com ateus, pagãos e também faz amizade com quem é considerado "afastado de Deus". Deus é maior do que a própria Bíblia ou qualquer outro livro sagrado. Livros são confissões humanas, limitados, mas a Palavra de Deus é eterna e pode ser escrita até mesmo nos corações de quem não sabe ler, de quem não tem acesso ao papel. O Deus apresentado por (e em) Jesus é o Deus que ama até as últimas consequências, que entende a aflição humana, se comunica multiformemente, que se compadece ao invés de condenar. É o Deus que tem mais prazer na reconciliação do que na condenação e não leva em conta o tempo da ignorância. "Misericórdia quero" é o que Deus grita enquanto a religião vocifera "morte aos impuros". Vejo uma multidão esquecida, adoecendo nos arredores da igreja. É gente que não encontrou abrigo, não foi acolhida, foi expulsa e considerada "fora dos padrões". Muitas vezes projetamos no outro o santo que não conseguimos ser e dizemos "enquanto você não se tornar como um de nós, não será aceito em nosso meio". Muitos, a partir desse ponto, decidem viver uma vida apenas de aparências, sem transformação real, simplesmente para serem "aceitos". Nos esquecemos que quem santifica e transforma é Deus e não nossas imposições, arrogâncias e externalidades. É a caminhada, o dia a dia, que vai nos tratando, curando, limpando as feridas, trabalhando e completando a obra de Deus em nós. Não é no tempo que queremos, mas na compreensão e confiança de que quem opera tanto o querer como o realizar é Deus. Neste sentido, até mesmo numa conversa de mesa de bar, Deus pode operar com graça, curar e inflamar corações cansados e sobrecarregados. Por que não? Os religiosos de hoje torcerão o nariz da mesma forma como fizeram os fariseus do tempo de Jesus, quando o acusaram de andar com pecadores. Mas Deus trabalha sem se importar com o que falam. Enquanto uns ordenam, outros decretam e outros ainda profetizam suas impressões puramente carnais e humanas, o Senhor vai dando vista aos cegos e ouvidos aos surdos que estão fora dos domínios dos templos. Nenhuma religião é dona de Deus. Nenhum sacerdote é detentor exclusivo da voz de Deus. Nada que não se pareça com o amor ou com o espírito de Jesus pode ser chamado de Evangelho ou Bíblico, ainda que dito e ordenado pelas grandes instituições religiosas. Pense nisso!

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

PROCURANDO OU EVITANDO SARNA PARA SE COÇAR?

Por Isaltino Gomes Coelho Filho
 “Procurando sarna pra se coçar”. Este é um ditado que se aplica a pessoas que procuram problemas. Por algum motivo, elas têm necessidade de se envolverem em encrencas. A Bíblia nos fala de duas pessoas que passaram pelo mesmo problema, a tentação sexual. Uma a abraçou e se deu mal. A outra fugiu do problema e se deu bem. Uma procurou sarna para se coçar, e a outra evitou coceira. Uma das histórias está em Gênesis 39.7-9 (“E aconteceu depois destas coisas que a mulher do seu senhor pôs os seus olhos em José, e disse: Deita-te comigo. Porém ele recusou, e disse à mulher do seu SENHOR: Eis que o meu senhor não sabe do que há em casa comigo, e entregou em minha mão tudo o que tem; Ninguém há maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto tu és sua mulher; como pois faria eu tamanha maldade, e pecaria contra Deus?”). A outra, em 2Samuel 11.2-4 (“E aconteceu que numa tarde Davi se levantou do seu leito, e andava passeando no terraço da casa real, e viu do terraço a uma mulher que se estava lavando; e era esta mulher mui formosa à vista. E mandou Davi indagar quem era aquela mulher; e disseram: Porventura não é esta Bate-Seba, filha de Eliã, mulher de Urias, o heteu? Então enviou Davi mensageiros, e mandou trazê-la; e ela veio, e ele se deitou com ela (pois já estava purificada da sua imundícia); então voltou ela para sua casa.”). O ideal seria você ler as duas histórias por completo, na sua Bíblia, para entender bem o assunto, porque elas continuam. Mas vamos examinar como estas duas pessoas agiram e observar que quem procura sarna para se coçar acaba encontrando e depois se coça muito. José evitou a sarna, Davi procurou. Quem evita se dá bem. Quem procura, acha. José entendeu bem a questão: “Há coisas que não posso”. Davi raciocinou assim: “Posso tudo”. José entendeu que como administrador dos bens do patrão tudo estava em suas mãos. Menos a mulher dele. Davi seguiu o caminho errado. Cobiçou a mulher de outro homem. Mais tarde José foi recompensado por Deus, por sua atitude. Davi precisou tramar a morte de um homem, uma criança morreu e ele foi exposto à vergonha. Os bens eram de José; mas a dona da casa, do patrão. Ele a recusou. Davi fez o oposto: cobiçou a mulher de um subordinado. Ele era o rei, e as pessoas que exercem autoridade e têm poder algumas vezes se acham acima da lei. Perdem o bom senso. Acham que podem tudo, que não há limites para elas. José se impôs limites. Muita gente hoje age como Davi. Acha que pode tudo e não aceita limites. Está procurando sarna para se coçar. Vai encontrar. Nós precisamos de limites. Não se pode fazer o que se quer. Necessitamos de autocontrole, que é fruto do Espírito Santo (Gl 5.23). José foi humilde e Davi foi soberbo. Sobre soberba, a Bíblia diz: “Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo”. “Concupiscência” significa “desejo muito forte” (1Jo 2.16). Davi mostrou um desejo carnal muito forte e foi soberbo, ou seja, arrogante. É bom lembrarmos que não podemos fazer todas as coisas. Há limites. Quem acha que pode tudo está procurando sarna para se coçar. Os dois correram. José, literalmente, correu do pecado: “E ela lhe pegou pela sua roupa, dizendo: Deita-te comigo. E ele deixou a sua roupa na mão dela, e fugiu, e saiu para fora” (Gn 39.12). Davi correu para o pecado, foi atrás: “E mandou Davi indagar quem era aquela mulher; e disseram: Porventura não é esta Bate-Seba, filha de Eliã, mulher de Urias, o heteu? Então enviou Davi mensageiros, e mandou trazê-la; e ela veio, e ele se deitou com ela (pois já estava purificada da sua imundícia); então voltou ela para sua casa” (2Sm 11.3). O erro começou quando viu a mulher se banhando. Um homem com um mínimo de educação desviaria o olhar. Ele fixou o olhar. Procurou sarna para se coçar. A Bíblia faz uma advertência bem séria: “Porventura tomará alguém fogo no seu seio, sem que suas vestes se queimem? Ou andará alguém sobre brasas, sem que se queimem os seus pés? Assim ficará o que entrar à mulher do seu próximo; não será inocente todo aquele que a tocar” (Pv 6.27-29). Não brinque com o pecado. Não procure sarna para se coçar. Corra do erro! Os resultados foram óbvios: José padeceu pela sua fidelidade e foi exaltado. Davi desfrutou do pecado e foi humilhado. José sentiu a ira de uma mulher rejeitada (Gn 39.13-20). Penou um bocado, mas Deus lhe fez justiça. Deus sempre faz justiça a quem obedece a seus ensinos. Davi abusou da lealdade de um servo e quis se livrar dele (2Rs 11.6-15). Com esta atitude, ele desceu ao fundo do poço moral. Que tristeza! A mesma mão de Deus que socorreu José puniu Davi. José foi honrado perante os homens. Davi foi humilhado. Por isso, não procure sarna para se coçar. Nunca perca sua honra! Dizia uma música antiga: “Não existe pecado do lado de baixo do equador”. Existe pecado, sim, nos dois hemisférios. E tem conseqüências drásticas. Ele atrai, mas cobra um preço alto. Tome bastante cuidado com o perigo. Fuja dele. Seja íntegro. Seja fiel a Deus. Seja fiel aos seus valores espirituais. Não procure sarna para se coçar. Porque quem procura acha. Imite a conduta de José e nunca aja como Davi.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Marketing cristão e o desafio de ser um pequeno cristo

Propagandas sobre religião às vezes me irritam. Sei que o marketing de Jesus é legal, mas tentar sistematizar resultados dando exemplos aparentes do antes e depois de nascer de novo pode se tornar confuso. Gera aquela lógica: “veja como fulano era sem Jesus, veja como ele ficou agora com Jesus”! Não vejo isso como fundamental.
Qualquer organização filantrópica ou projeto social pode mudar a vida aparente de pessoas. De fato, elas podem ficar bem melhores afetivamente, profissionalmente, esteticamente (mais gordinhas, magrinhas) ou até se libertarem das drogas.


 

Tirinha utilizada por usuários do Facebook
A grande verdade é que a conversão pode nos livrar de certos vícios, mas não garante essa vida linda vistas em algumas tirinhas populares de algumas redes sociais. Aparência na vida cristã já diz tudo: superficialidade. Mas a vida como um todo reflete o que Deus quer de cada um.
Imagine se eu fosse fazer uma tirinha demonstrativa da vida de Paulo, por exemplo, como ficaria antes da conversão e depois? Mais gordinho? Mais conservado? Mais bem vestido? Só especulação… Ninguém curtiria ser e sofrer como Paulo após converter-se a Cristo. (Marketing Zero não é?)
Mas já que estamos na era do Fast food, vejo que a ignorância passa a ser um direito de todos, a informação disponível a todos, mas o conhecimento um desafio. Portanto, conhecer é preciso. Ler é preciso. Pensar é preciso.
As redes sócias comprovam a superficialidade de parte dessa geração. Um simples quadrinho com conteúdo de clichê tipo “Quem ama Jesus compartilha, quem só gosta curte”, ou algo do tipo “Esta pessoa aqui é um Vencedor”, etc. faz com que diversas pessoas em suas mais agudas diferenças por instantes ocupem o mesmo lugar ideal. Tudo isso por conta de um efeito, de um clichê. Assim como verdades soltas são compartilhadas, mentiras maquiadas são difundidas. Ao fim de tudo, o que resta-nos é uma tremenda disparidade entre a marketagem e a realidade.
Sem descarta as vantagens dela, termino sugerindo que o grande perigo das redes sociais é continuar a reproduzir pessoas superficiais, cidadãos idiotizados e cristãos que não sabem ainda o real sentido de ser um pequeno cristo.

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O lugar mais importante na igreja

Por Maurício Zágari
Sim, existe um lugar mais importante na igreja. É o local onde, em geral, se senta quem mais importância tem em um culto público. Não fica no ponto mais visível, não é a cadeira de espaldar mais alto da plataforma nem os bancos onde se sentam os músicos do louvor. Também não é a poltrona do tesoureiro, a sala do administrador ou o cômodo onde se reúne o conselho de presbíteros. O gabinete pastoral tampouco é o lugar mais importante em uma igreja, bem como o banco mais próximo do púlpito. Não é, também, o tanque batismal ou a mesa da Ceia. Bem, se não é nenhum desses lugares... qual é? Não há dúvidas de que Jesus é a pessoa mais importante em uma igreja, mas, como ele não habita mais aqui do que ali, sua onipresença o põe igualmente em todos os lugares do santuário ao mesmo tempo. Está tão presente na mesa da Ceia como naquele membro que come o pão e bebe o vinho. Ele está tanto no púlpito onde é ministrada a palavra quanto no meio do povo que a recebe. Pois a mesa da Ceia e o púlpito não têm razão de ser sem que haja quem ceie e quem ouça - logo, a importância do memorial está atrelada a quem se lembre da Cruz e a importância da proclamação está atrelada a quem a receba e viva por ela. Mas será que depois de Deus há uma segunda pessoa mais importante na igreja - e que ocupa, consequentemente, o lugar mais importante? Sim, há. Mateus 25.31-40 relata: "Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda; então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes". Essa passagem deixa claro que Cristo associa sua imagem de modo íntimo à daqueles que mais precisam de socorro, amparo, auxílio, amor. Jesus associa Sua própria pessoa ao faminto e ao sedento (os desamparados), ao forasteiro (o que depende de orientações), ao nu (o que precisa desesperadamente de algo), ao enfermo (o aflito e fraco) e ao preso (o solitário e isolado). Em suma, infere-se que Jesus diz que sua presença se faz mais do que tudo naqueles que precisam de uma mão estendida, de socorro, de um ombro, de uma palavra de consolo e conforto. De amor. Minha experiência e a de qualquer irmão que tenha o cuidado de conversar com quem está no santuário antes de o culto começar mostra onde os tais costumam se sentar: no último banco. O último banco - aquele mais escondido, onde se pode chorar sem que ninguém perceba, onde o desesperado e o aflito costumam sentir-se mais seguros. É o cantinho da igreja onde quem costuma se ver como indigno geralmente se refugia. Portanto, para mim, o lugar mais importante na igreja é o último banco do santuário. A razão de ser da Igreja é glorificar Deus. E isso se faz, acima de tudo, cumprindo o maior mandamento, ou seja, amando ao Senhor sobre todas as coisas e... ao próximo como a si mesmo. Portanto, no âmbito do relacionamento com Deus, a melhor forma de glorificá-lo é devotando-lhe amor, e isso se faz por meio da obediência ("Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama", disse Jesus em João 14.21a). Já no âmbito do relacionamento com o próximo, a melhor forma de dar glória a Deus é doando-se pelo outro, cuidando de suas feridas - como Jesus deixa claro na parábola do bom samaritano, relatada justamente para explicar quem é nosso próximo. E na igreja quem mais precisa ter suas feridas cuidadas em geral se abriga no último banco. Logo, se você quer glorificar Deus amando o próximo como a si mesmo, aqui vai uma dica: sempre concentre suas atenções em quem está sentado no fundo. Ali deve estar o nosso foco. Do púlpito e da mesa da Ceia vêm o aprendizado e a proclamação. No último banco deve estar esse aprendizado sendo posto em prática. O Evangelho pregado de púlpito é a mensagem que desperta. O Evangelho praticado no último banco é a mensagem que despertou alguém. Por isso, deixo aqui a minha sugestão: quando você chegar à igreja antes de o culto começar não vá direto bater papo com seus amigos ou sentar-se no seu lugar para ficar sem fazer nada até o início da celebração. Em vez disso, dirija-se a quem está no último banco. Sente-se ao seu lado. Pergunte seu nome. Apresente-se e pergunte como ele está. Ouça sua resposta. Ore com ele. Aconselhe. Apresente-o ao seu pastor. Convide-o para a comunhão. Dê atenção. Dê afeto. Dê a ele o de beber, o de comer, vista-o. O mesmo procure fazer ao final do culto. Você vai reparar que, geralmente, pessoas ficam ainda por algum tempo sentadas no último banco após a bênção final e a despedida. Provavelmente porque anseiam desesperadamente por algo mais. Seja você esse algo mais. Leve afeto até elas. Visite-as no isolamento de seu banco. Reflita Cristo para elas. Ame-as. Sim, o último banco da igreja é seu lugar mais importante. Pois ali costumam estar as melhores oportunidades de praticar aquilo que é pregado no púlpito. Faça essa experiência. E você verá como é maravilhoso ocupar o lugar de maior honra que pode haver para um cristão dentro de uma igreja cristã: o lugar onde se estende a mão para o triste, o caído, o abatido, o pecador, o desesperado, o deprimido. Paz a todos vocês que estão em Cristo, Mauricio

Problema de Relacionamentos é o maior motivo da demissão de Pastores. Conflitos pessoais sãos responsáveis pela quase totalidade dos casos

Por Vagner Vaelat 
Mais de um em cada quatro pastores (28%) dizem que foram forçados a sair de uma igreja após ataques pessoais e críticas de membros de suas congregações. Este e outros dados são parte da nova pesquisa apresentada por Marcus Tanner, da Texas Tech University. Os pastores pesquisados tiveram uma pontuação alta nos testes, indicando estresse pós-traumático, crises de ansiedade, problemas de depressão e de saúde física. Em reportagem do Huffington Post, a mesma pesquisa é analisada. Chamados de “matadores de sacerdotes”, esses grupos são quase onipresentes nas igrejas. “Todo mundo sabe que isso está acontecendo, mas ninguém quer falar sobre isso”, afirma Marcus Tanner em uma entrevista. “A grande maioria das denominações não está fazendo absolutamente nada”. Por outro lado, os pastores e líderes que saem das igrejas não recebem a ajuda de que necessitariam, completa Tanner. Paralelo a isso, estudo da Virginia Tech University sobre as congregações norte-americanas diz que 9% das igrejas registraram algum conflito grave nos últimos dois anos que resultou na saída de um pastor ou líder remunerado. Curiosamente, os principais motivos para a saída dos pastores não são questões morais ou doutrinárias, mas apenas conflitos pessoais. Ambos os estudos fazem parte de uma matéria publicada na revista Christianity Today deste mês. Os levantamentos realizados entre as igrejas e pastores indicam que esse tipo de situação independe da denominação. Todas têm problemas em um percentual parecido. Foram analisados dados oficiais de igrejas batistas, luteranas, de Cristo, metodistas, pentecostais, presbiterianas e não denominacionais. Ao todo, foram 582 pastores e líderes entrevistados, 410 homens e 172 mulheres, de 39 denominações, com idade entre 26 e 55. Os participantes foram questionados se alguma vez precisaram sair de um ministério “devido à negatividade constante, ataques pessoais e críticas de parte dos membros”. As pesquisas da Texas Tech e da Virginia Tech indicam que 55 dos ministros que foram forçados a sair da igreja que lideravam sofreram graves conseqüências psicológicas. “Este estudo mostra que a rescisão forçada é um problema sério e cruel, que tem efeitos angustiantes sobre aqueles que passam por isso… É importante que as organizações cristãs reconheçam o problema e tomem medidas para aumentar a conscientização e buscar soluções”, afirmam os pesquisadores Marcus Tanner, Anisa Zvonkovic e Jeffrey Wherry no artigo que publicaram na edição mais recente da Revista de Religião e Saúde. Enquanto isso, a edição brasileira da revista Christianity Today publicou este mês uma reportagem mostrando que mais de 1.5 mil pastores desistem do ministério todo mês. A reportagem da Christianity Today oferece algumas “dicas” ou “sinais” que um ministro pode estar correndo perigo de ser demitido: 1. Sermões muito curtos (menos de 20 minutos) Igrejas indicam que o comprimento do sermão e questões de homilética são a principal causa que gera algum tipo de reclamação/conflito que resulta na saída de um líder. Pastores com sermões mais longos têm menor chance de serem cobrados pelas igrejas nesse sentido. 2. Igreja com poucos homens Se 90 por cento ou mais dos membros e visitantes regulares são mulheres, as chances de alguma questão resultar na saída do pastor são de 20% dos casos. Segundo os dados da pesquisa, cerca de 7% das igrejas pesquisadas tinham esse perfil. 3. O pastor ou líder principal é mulher Igrejas lideradas por pastoras ou missionárias são quase duas vezes mais propensas a ter um conflito sério com a liderança. Congregações com liderança mista (homem e mulher) tiveram um número quase igual de conflitos com os fiéis. 4. O pastor é jovem Se o pastor da igreja tiver menos de 30, há uma chance de 29% que ele saia após dois anos de ministério local. A média dos pastores mais velhos é de três anos e meio. 5. Os membros são “crentes antigos” Se entre 75 e 89% da igreja for composta por pessoas com mais de 60 anos, as chances de o pastor ser mandado embora é três vezes maior que nas demais congregações. Não há adultos com menos de 35 anos, as chances são ainda maiores. 6. A maioria dos membros são da classe C Se de 56 a 74% dos membros a igreja podem ser considerados “classe C” ou D, a pesquisa mostra que 50% de igrejas com esse perfil perdem seus líderes por causa de conflitos. Mas quando 100% da igreja pertence à mesma classe social, as chances de conflitos diminuem 75%. Com informações Christianity Today e Huffington Post