sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Como saber se amo a Deus?


Por Leonardo Gonçalves
“Como posso saber se realmente amo a Deus?” Como saber se meu amor não é fingido, hipócrita, fruto da conveniência ou um subproduto da religião?
Será quando faço o que é certo? Sim, talvez uma grande virtude moral possa ser a prova do meu amor por Deus. Contudo, o que dizer daquelas pessoas que fazem as coisas certas por motivos errados? Daqueles que não roubam, matam ou infringem leis porque tem medo de ir parar na prisão? Nem sempre aqueles que fazem o que é certo, o fazem pelas motivações corretas, de onde concluímos que não é fazendo coisas que demonstro que amo a Deus.
Será quando eu guardo os mandamentos? Pode ser. Jesus mesmo disse: “Se me amais, guardareis meus mandamentos”, logo, aquele que guarda os mandamentos pode estar amando a Deus. Porém, não devemos ignorar o fato de que no passado havia criaturas muito religiosas que guardavam muitos mandamentos, mas definitivamente não amavam a Deus, como por exemplo, os fariseus. E o que me impede de crer que mesmo hoje haja estas criaturas, que se camuflam na religião e fazem tudo que é certo, mas somente porque querem ser reconhecidos pelos demais? Por isso, guardar os mandamentos também não pode ser tomado como a “prova dos noves”.
Pode ser que medindo meu amor pelo meu irmão, encontre a resposta. Porém, devo admitir que amar os irmãos não é suficiente, e que é preciso aprender também a amar e a suportar quem é diferente de mim, pois se eu apenas cumprimentos os meus companheiros de fé, serei no máximo um fariseu melhorado.
Talvez se eu ajudar os necessitados. Mas o que dizer dos espíritas, que fazem isso o tempo todo? Será que eles amam a Deus de verdade somente porque entregam cestas básicas e fazem a “campanha do agasalho”? Certamente há algo mais, uma prova distintiva e irrefutável possa encerrar essa questão definitivamente.

Como saber se eu realmente amo a Deus? Voltamos, então, ao início de tudo.

Penso, porém, que a resposta mais cabível é esta: “Quando eu odeio o pecado”. Definitivamente isso pode provar se eu amo ou não a Deus. E não estou falando de não praticar o pecado, mas de odiá-lo mesmo quando casualmente tropecemos nele. Não são de Paulo as palavras “o que eu faço, isso aborreço”, isto é, odeio? Paulo não apenas odiava o pecado nos outros, mas em si mesmo.
Quando eu odeio o pecado, é porque eu odeio desapontar a Deus. É porque eu odeio tudo aquilo que impede a minha plena comunhão com ele. Quando odeio o pecado, descubro minhas verdadeiras motivações, e posso examiná-las, se são sinceras ou não. Qual foi a última vez que você sentiu ódio depois de cometer pecado? Quando foi a última vez que você sentiu ódio por ter levantado a voz para a sua esposa, ou por ter mentido para alguém? Na verdade, são tantas ações odiosas que cometemos que alguns leitores serão levados, em última instancia, a aborrecer (odiar) a própria vida. Porém, não é isso o que o cristianismo é? Aborrecer a sua velha vida com tudo de ruim que ela representa?
Existe ainda a questão: “Odiar tanto pode transformar-me em um cristão deprimido?”. Não, obviamente. Odiar o pecado não faz de você um cristão amargado, mas um cristão arrependido. O caso é que se você é realmente salvo, você necessariamente amará as coisas que Deus ama e odiará as coisas que Deus detesta, e entre elas o pecado. E odiar o pecado não te transforma em um cristão sem graça, mas em um crente cheio da Graça de Deus.
No caminho do cristão existem algumas curvas, lombardas e buracos na estrada, nos quais às vezes você pode cair. Sei que isso vai totalmente contra o espírito dos cristãos triunfalistas dessa “nova era”, verdadeiros super-heróis com invejáveis predicados, super-crentes que nunca pecam ou caem. No entanto, se você é um verdadeiro cristão, então você certamente irá cair algum dia, isso porque não somos perfeitos e às vezes perdemos a luta contra o pecado. A diferença é que nunca estamos satisfeitos com este resultado. O crente que cai em pecado não se acomoda nunca. Ele é como o boxeador que ao perder, não se conforma com o resultado pede revanche.

Este é o tipo de pessoa que Deus quer que sejamos. Esse é o tipo de pessoa que ama a Deus!

Caro leitor,

Você realmente odeia o pecado? Em que proporção? A sua resposta a esta pergunta revelará a ti mesmo o tamanho do seu amor por Deus, porque não existe uma terceira via. Ou você ama o pecado, ou você ama a Deus, porque quem ama o pecado odeia ao Senhor.
Neste ponto certamente alguém dirá: “Espere um momento: Eu não odeio a Deus; eu simplesmente amo pecar”. A estes, quero dizer que existe algo ainda pior do que o ódio: a indiferença. Seja frio ou quente, porque ser indiferente é ainda pior do que odiar.

Ricardo Gondim: Acreditar-se eleito é maldição.


Por Renato Vargens
O pastor Ricardo Gondim escreveu mais um texto polêmico. Na verdade, ele publicou em seu site uma breve reflexão sobre o seu pensamento sobre a eleição ( leia aqui). No texto, ele afirmou que aquele que acredita na eleição é maldito.
Bom, eu não sei porque Ricardo destila tanto ódio a algumas doutrinas bíblicas. Sinceramente, não consigo entender as vociferações "gondianas" quanto as doutrinas da graça.
No texto Gondim afirmou que o conceito de eleição encontra-se tanto na mitologia como nas narrativas bíblicas:
"O conceito de eleição está presente tanto nas mitologias como nas narrativas bíblicas. Narciso foi galardoado com beleza. O sacrifício de Abel foi aceito e o de Caim, rejeitado. Jacó, a despeito de sua falta de ética, ganhou a primogenitura – Esaú acabou descartado. Samuel marcou um x nas costas de Davi como o estimado de Javé. Além dos textos religiosos, a história também esteve repleta de poetas, literatos, cientistas e políticos que acreditaram na ideia de que Deus, a vida, o destino ou qualquer outra força os predestinou. Eles não se viam cotidianos, banais, ordinários. Pelo contrário, acharam que os outros mortais deviam se sujeitar aos códigos que escreveram."

Caro leitor, porventura será o que o pastor da Betesda ao escrever isso o fez com o intuito de colocar no mesmo patamar de autoridade, mitos e doutrinas? Será que os escritos de Dostoiévski possuem a mesma autoridade dos escritos apostólicos?

Pois é, diferentemente de Gondim, eu creio na Bíblia como única e exclusiva regra de fé. Eu creio na doutrina da eleição, eu creio em um Deus Soberano que reina sobre tudo e todos e nem por isso sou "carniceiro".

Ora, as Escrituras tratam da doutrina da eleição sim e fazem isso com clareza inquestionável. Todavia, ao falar dela, Gondim preferiu omitir textos bíblicos como Rm 9, Rm 8.33, Cl 3.12, Tt 1.1, Rm 16:13, I Ts 1:04, Mc 13:20, 27, Cl 3:12, Mt 24:22 ).

Pois é, dias difíceis os nossos! Confesso que tenho ficado muito preocupado com os textos publicados pelo Gondim. Lamento profundamente o fato de que os ensinamentos proferidos em seu púlpito estejam muito aquém das verdades bíblicas.

Isto, posto, faço minhas as palavras do Principe dos Pregadores Charles Haddon Spurgeon:

"Creio na doutrina da eleição, pois estou bem certo de que, se Deus não me tivesse escolhido, eu jamais iria escolhê-lo, e estou certo de que ele escolheu-me antes de eu nascer; de outro modo, ele nunca me teria escolhido".

Pense nisso!

Escândalos e Disciplina


Por Vincent Cheung
Não aceite acusação contra um presbítero, se não for apoiada por duas ou três testemunhas. Os que pecarem deverão ser repreendidos em público, para que os demais também temam. (1 Timóteo 5.19-20)
Os detalhes dessa história me escapam, mas penso ter a essência dele. Alguns membros da igreja viram um pregador entrar num botequim e ficaram transtornado com isso. Aqueles de vocês que estão acostumados a usar “tudo o que Deus criou é bom” para justificar todas as suas atividades e associações poderiam não estender isso, visto que fazem coisas como essa o tempo todo e não podem perceber nada errado aqui. Mas alguns de nós cremos com Paulo que “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam” (1 Coríntios 10.23, ACF). Todavia, esses membros de igrejas foram além da curiosidade, e assumiram que o pregador estava prestes a fazer algo errado. Mais tarde foi descoberto que o pregador entrou no estabelecimento com uma guitarra, subiu no palco e cantou umas poucas canções gospel. Sua performance comoveu tanto a audiência que alguns professaram fé em Cristo, e alguns foram trazidos da sua apostasia de volta à fé. Jesus nos ensinou a julgar não de acordo com a aparência, mas a fazer um julgamento justo (João 7.24). Algumas pessoas pensam que são cães de guarda de Deus, mas eles são apenas bisbilhoteiros que julgam as boas obras dos outros por suas próprias más intenções.

Os cristãos amam escândalos. Eles gostam de tomar conhecimento e falar sobre eles. Em vez de ser estudantes da Palavra de Deus, eles têm prazer em se tornar especialistas sobre quem disse ou fez o que a quem. Sem dúvida eles lamentam os escândalos, as falsas doutrinas e os fracassos morais dos outros. E como eles apreciam o lamento! Que válvula de escape emocional! Que forma maravilhosa de expressar indignação justa! Que atalho para uma sensação de santidade! Deve haver um mercado rentável para os tabloides de fofocas cristãs. Estou fora de contato com o clube de mexeriqueiros – talvez eles já existam, pelo menos na forma de sítios na internet.

Os cristãos amam os escândalos, pois estão entediados com o evangelho, e porque preferem alcançar um senso de justiça olhando para os fracassos de outros ao invés de confiar em Jesus Cristo e obedecer os seus mandamentos. Alguns deles publicam livros e sítios na internet que são quase inteiramente dedicados a relatar escândalos atuais e oferecer suas opiniões sobre os tais. E eles chamam isso de fazer apologética. Não importa se os escândalos pertencem à religião e doutrina, política, economia, educação, história ou ciência – eles amam todos eles. Nada excita-os mais do que uma nova heresia, ou a queda de uma figura religiosa ou política. Eles adoram nada mais que discutir como outra pessoa blasfemou o Senhor, e como outra nova tendência procura subverter a sua influência.

Então, os cristãos amam perdoar aqueles que estão envolvidos em escândalos, e amam fazer uma grande exibição do seu perdão. O ditado preferido deles é: “Aquele que não tem pecado, que lance a primeira pedra”. E com isso eles querem dizer a mesma coisa quando os não cristãos dizem: “Ninguém é perfeito”. Espere aí, quem diz mais isso, os cristãos ou os não cristãos? Os cristãos pregam o que os não cristãos dizem tão frequentemente e com tanta convicção que é difícil dizer quais slogans estúpidos como esses deveriam ser atribuídos a um ou ao outro. Em todo caso, perdoar um escândalo sobre essa base faz os cristãos se sentirem muito generosos, e eles mal podem esperar o próximo escândalo para que possam perdoar esse também. Isso é admitidamente uma generalização. Muitos cristãos que gostam de escândalos ficam felizes o suficiente sem a parte do perdão.

Sem dúvida, podemos dizer que esses são cristãos maus. E se assim for, há uma superabundância de cristãos muito maus. O ensino da Bíblia sobre o assunto representa o oposto dessas duas tendências. Ele nos diz para odiar escândalos e evitar fofocas. Enquanto algo for mero boado, não quero ouvir sobre isso. Não é da minha conta. Não estou interessado nisso. Contudo, uma acusação que é sustentada por múltiplas testemunhas é outra questão. Se for descoberto que o líder de uma igreja está em pecado, que estejamos nos referindo à heresia, adultério ou alguma outra má conduta, não devemos encolher os ombros e chamar isso de perdão. A Bíblia nos ordena a expor e repreender publicamente essa pessoa, fazer dela um exemplo de forma que os outros possam temer o mesmo tratamento. Devemos exigir o seu arrependimento, e em muitos casos, a pessoa deveria ser removida do ofício.

O versículo 19 diz: “Não aceite acusação contra um presbítero, se não for apoiada por duas ou três testemunhas”. Isso não significa que uma acusação trazida por duas ou três testemunhas seja necessariamente verdadeira. É possível que as testemunhas sejam desonestas ou incompetentes. O ponto é que, a menos que uma acusação seja trazida por pelo menos duas testemunhas, “não aceite”. Isso é proteger o acusado de alegações injustas e frívolas. Nenhuma pessoa deveria ter sua reputação afetada ou sua obra arruinada por uma acusação sem fundamento. Essa proteção é especialmente importante para líderes da igreja, visto que sua obra torna-os o alvo de ataques invejosos e maliciosos do povo. O princípio é uma aplicação de Deuteronômio 19.15-21. Ali é dito que “os juízes investigarão o caso”. Assim, uma mera acusação não é suficiente para condenar um homem, mas uma acusação que parece ter alguma base é suficiente para exigir uma investigação.

A passagem também fornece um princípio sobre como lidar com um falso testemunho: “Se ficar provado que a testemunha mentiu e deu falso testemunho contra o seu próximo, deem-lhe a punição que ele planejava para o seu irmão. Eliminem o mal do meio de vocês. O restante do povo saberá disso e terá medo, e nunca mais se fará uma coisa dessas entre vocês. Não tenham piedade. Exijam vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé”. Deus olha para o perjúrio ou calúnia com extrema desaprovação, especialmente um falso testemunho com o potencial de arruinar outra pessoa. Como é dito nos Dez Mandamentos: “Não darás falso testemunho contra o teu próximo”. A igreja deve não somente considerar com seriedade acusações plausíveis, mas deve também compartilhar o ódio de Deus pelo falso testemunho.

A prescrição é “deem-lhe a punição que ele planejava para o seu irmão” e “eliminem o mal do meio de vocês”. Em nosso contexto, se for descoberto que um membro da igreja ofereceu falso testemunho contra um líder, com a intenção de embaraçá-lo, prejudicar sua reputação, solapar sua influência, ou mesmo removê-lo do ofício, então a repreensão e disciplina pública que teria sido aplicada ao líder deveria ser aplicada às falsas testemunhas. A igreja deveria abrir uma investigação contra esse testemunho, e se for confirmado que ele ofereceu falso testemunho, a igreja deveria denunciá-lo em público, e exigir que ele se arrependa e faça qualquer restituição apropriada para resolver as coisas, incluindo uma apologia pública ao acusado e uma declaração pública de esclarecimento à congregação. Se for verificado que ele ofereceu deliberadamente falso testemunho, ele deveria ser removido de qualquer ofício da igreja que tenha, e despojado de toda autoridade e influência na igreja. A menos que o pleno arrependimento e restituição sejam oferecidos, ele é um perverso que deve ser eliminado da comunidade cristã – ele deveria ser excomungado.

Ora, qualquer líder de igreja que seja perverso o suficiente para merecer ser despedido, e qualquer membro de igreja que seja perverso o suficiente para acusar um líder inocente, é provavelmente também mal o suficiente para processar a igreja por reforçar a instrução bíblica de expor publicamente o ofensor. Muitos membros de igreja valorizam sua dignidade mais que os mandamentos de Deus e o bem-estar da igreja. O motivo é que existem muitos falsos crentes em nossas congregações. De fato, os processos decorrentes da disciplina eclesiástica não são desconhecidos. Portanto, seria sábio para uma igreja consultar um advogado a respeito de como ele pode permanecer protegida no que concerne as políticas bíblicas. Muitas dessas políticas deveriam ser declaradas no regimento interno da igreja, o qual os oficiais e membros assinariam obrigatoriamente antes de serem aceitos em suas posições.