terça-feira, 17 de abril de 2012

“Já vendi gado para pagar horário na TV”, diz Valdemiro Santiago sobre as fazendas no MT

Em entrevista à Folha de São Paulo o apóstolo Valdemiro Santiago falou sobre as acusações feitas pela Rede Record, sobre seu problema no joelho e também sobre um pouco do seu passado. A entrevista foi publicada no domingo (15) tanto no jornal impresso como também na internet. Santiago atendeu o repórter da Folha no intervalo de um culto e estava acompanhado de sua esposa Francileia. O fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus disse que tem certeza de ser um instrumento nas mãos de Deus para curar as pessoas, mas que não é ele quem cura. “Na verdade eu nunca curei ninguém, nem a mim mesmo. Tenho alguns momentos de tristeza que eu queria me livrar, mas não consigo. Aí chego à conclusão de que não sou eu que curo. Porque se curasse, evitaria meu próprio sofrimento”, disse. 

 
De origem humilde o líder religioso confessa que não chegou a terminar o ensino médio e que aprendeu muito sozinho. Santiago também lembra que sua profissão é lavrador de roça. “Tem pregador que tem vergonha de falar que trabalhou nisso ou naquilo. Eu não, eu sou um lavrador da roça mesmo, minha profissão verdadeira é essa, pegar enxada e lavrar terra.” Ele acredita que é essa simplicidade que difere a Igreja Mundial das outras denominações, pois isso cria uma identificação com as pessoas mais humildes. “O povo não busca a sofisticação, o luxo, o glamour, a igreja de mármore ou de ouro. Jesus pregava de maneira simples. Às vezes o pregador dificulta muito, não fala a língua do povo”. Denúncia: Fazendas e gados de alta linhagem

‘Grupos de louvores viraram entretenimento; louvor é na igreja’, defende DJ Alpiste

DJ Alpiste, presente no evento do Salão Internacional Gospel, fala do seu trabalho para ganhar vidas para Jesus em entrevista ao The Christian Post e aponta que bandas de louvor agora existem para ganhar dinheiro. Convertido no início de 1992, DJ Alpiste contou que começou na época em que se converteu na Renascer, sendo alcançado através da música, quando grupos faziam evangelismo pela música, num evento onde a banda Kadoshi tocava. Na época, em que ele foi um dos fundadores do rap no Brasil, e já era do movimento hip hop, ele conheceu pessoas que queriam fazer o rap cristão. A oportunidade de introduzir o então rap cristão veio através da banda Kadoshi quando foi convidado a tocar com a banda. Louvor, mercado, evangelismo DJ Alpiste, que diz ter seu foco no evangelismo, colocou em questão a profundidade das letras das músicas gospel e como é utilizada para o Reino de Deus, afirmando que hoje há é uma inversão de valores. “O público que consome música se acostumou a consumir a música que se ouve no culto de domingo.” “Hoje você tem grupos de louvor fazendo shows. Grupos de louvor que faziam parte de ministérios de louvor da igreja que cantavam no culto de domingo. Hoje eles gravam CDs e fazem shows.” Ele alega que a música que era para ser cultivada e congregada no culto de domingo, “virou atração, virou entretenimento”, ficando de lado as músicas alternativas utilizadas para o evangelismo. “Agora as bandas que usavam a música para evangelismo, como as de rock, de rap e de samba, que são os estilos de música alternativos, essas bandas ficaram em segundo planos. Eles não tem espaços em eventos”. O DJ sustenta que as músicas de louvor são hoje “uma redundância”, comparando com bandas como a Kadoshi de 20 anos atrás. “Há uma diferença muito grande de criatividade e unção”. E completa, “Hoje em dia, as pessoas fazem música para ganhar dinheiro”. Tratando-se de mercado, as bandas alternativas para ele não tem chance. Ele dá exemplos de pessoas que conseguem contrato em gravadoras, a partir de brincadeiras que viram sucessos. “Ninguém está preocupado com unção com talento”, reclama, defendendo que a música de adoração deve ser feita dentro da igreja. Ele analisa o que se gasta em shows de bandas de louvor e diz que “Se pegássemos essa estrutura de divulgação, de grana, de evento, de iluminação, de som, de espaço, e fizer isso para ganhar vidas para Jesus, teria um propósito muito legal”. “Estamos perdendo o foco, e perdendo a essência”, diz ele, ressaltando novamente que a música feita para adorar a Deus deve ser dentro da igreja. “Vamos pegar a música que prega o evangelho na rua, nos eventos, dentro dos ginásios, para que você possa ter um fruto. A vamos deixar a música para adorar a Deus dentro da igreja”. DJ Alpiste confirma que faz música porque tem um chamado e que independemente de ganhar dinheiro ou não, o seu foco é: evangelismo de rua, tirar as pessoas das drogas, entre outros. “A gente vai e canta na rua, em cima do caminhão, na porta das favelas. A gente vai para esses lugares e as vidas são salvas. Meu foco é evangelismo de rua, pregar nas praças, tirar as pessoas das drogas, através do rap através do meu testemunho, independente se eu ganho dinheiro ou não”. “Não é o dinheiro que me move. (…) O que me move hoje é ser instrumento para resgatar a vida de alguém”.

Crer é também agir

Por Marcelo Berti Em 1972 em Londres, John Stott lançava um pequeno livro que foi referência para o cristianismo de sua época: “Your Mind Matters” que ficou conhecido em português como “Crer é também pensar”, publicado seis anos mais tarde no Brasil. Nesse livreto Stott escreveu sobre a expressa dicotomia existente entre a Fé e a Razão visando demonstrar que não são mutuamente-excludentes, mas mutuamente necessárias no exercício da fé cristã. Provavelmente o que moveu Stott a escrever esse livro foi o avanço da ideologia de que a fé cristã é uma expressão de uma crendice infundada e que não se pode explicar, e não uma Fé que Pensa e Conhece. Essa foi a marca fundamental desse livreto, mas muitos dos seus leitores provavelmente se esqueceram do modo como o autor encerra seu livro: Ele nos convida a evitar o intelectualismo estéril da fé. Uma das grandes decepções do intelectualismo da fé é sua capacidade de conduzir cristãos à reflexão inerte, que nada faz. Esse modo de viver a fé de nada adianta: A Fé ensinada pelas Escrituras implica em ação. Em Romanos 1.5, Paulo demonstra isso ao usar uma expressão muito interessante: “por quem [Jesus Cristo] recebemos a graça e a missão de pregar para louvor do seu nome, a obediência da fé entre todas as nações” (BJ). Essa pequena expressão é de altíssima significância: Em primeiro lugar ela nos demonstra que a obediência da fé era o conteúdo da missão dos apóstolos. Observe que a expressão “missão de pregar” foi traduzida em outras versões (ARA, NVI) por “apostolado” em referência ao ministério de Paulo. Ou seja, por intermédio de Jesus Cristo Paulo pregava a obediência da fé entre os gentios: “Porque não ousarei discorrer sobre coisa alguma, senão sobre aquelas que Cristo fez por meu intermédio, para conduzir os gentios à obediência” (Rm.15.18; cf. Rm.10.3, 16). Em segundo lugar ela nos ensina que para Paulo a aceitação da mensagem de Cristo é entendida como um ato de obediência à Vontade de Deus (cf. Jo.6.40). Ou seja, exercer fé (crer) para Paulo estava relacionado a uma postura prática de submissão a Deus, o que implica no abandono das vontades pessoais, a submissão às vontades do pecado e a completa sujeição ao Senhorio de Deus: “uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça” (Rm.6.18); “Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna” (Rm.6.22). Em terceiro lugar ela nos ensina a pensar na fé como um ato essencialmente prático. É bem verdade que a fé é fundamentada não na sabedoria humana, mas no poder de Deus (1Co.2.5) que é oferecida graciosamente por Deus como um presente imerecido (Ef.2.8), mas é recebida por aqueles que “glorificam a Deus pela obediência da vossa confissão quanto ao evangelho de Cristo” (2Co.9.13). Portanto, temos que nos lembrar constantemente da funcionalidade da nossa fé em submissão ao nosso Deus, na realização de Sua vontade em uma vida em conformidade com Seu caráter. Não podemos ter a fé somente como um conjunto de informações sobre nossa religiosidade (credo): A Fé que recebemos nos conduz a uma vida de boas obras, que o Próprio Deus preparou para realizarmos (Ef.2.10). Que sejamos assim: homens e mulheres cheios de fé que conduzem muitas pessoas à obediência da fé em Cristo Jesus (At.11.24).