sexta-feira, 27 de abril de 2012

Urubus e mala de dólares: realidade e mito nos últimos dias de Gramacho

Isso aqui já foi um eldorado nos anos oitenta. Tirava R$ 300 por dia. Foi assim que sustentei meus cinco filhos. Hoje não tiro nem R$ 60 na semana. Quem lucrou, lucrou. Agora não lucra mais”. A frase é de Otávia de Souza, 68 anos. Assim como ela, cerca de 1400 catadores cadastrados trabalham atualmente no Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho, no município de Duque de Caxias, Baixada Fluminense. O local, que já teve mais de cinco mil pessoas revirando diariamente as nove mil toneladas de lixo (vindas dos municípios de Caxias, São João de Meriti, Nilópolis, Belford Roxo, Queimados, Mesquita e Rio), está prestes a encerrar as atividades. O fechamento definitivo do despejo em Gramacho estava previsto para o dia 23 de abril, mas foi adiado para maio. O atraso aconteceu devido ao cadastramento das 1400 pessoas que terão direito a receber da Prefeitura do Rio os recursos do Fundo dos Catadores. Em parcela única, cada um dos catadores receberá cerca de R$ 14 mil. Leia também: Relembre como o lixo tem sido retratado nas telas e nos palcos Desde a inauguração em 2011 do Centro de Tratamento de Resíduos de Seropédica (CTR), a 75 quilômetros do Rio, a quantidade de lixo em Gramacho foi reduzindo. Segundo a secretaria de Conservação, o Rio produz 9 mil toneladas de resíduos diariamente e o CTR já recebe cerca de dois terços desse total. Em Seropédica, não há catadores. Marcio de Oliveira, 23 anos, um dos líderes da Associação dos Catadores de Jardim Gramacho, está preocupado com a situação que se avizinha. “Vai abalar muita gente que não sabe fazer outra coisa na vida, que não seja separar madeira, plástico e papel. Não sei o que essa gente vai fazer da vida”, diz Marcio. Foto: Isabela Kassow Porcos se misturam às toneladas de lixo que chegam diariamente ao aterro Cena de novela e mala de dólares Mãe de quatro filhos, Jaqueline Lopes, 35 anos, faz planos para quando receber a indenização. “Com o dinheiro que vai vir, quero terminar minha casinha”, diz ela, que convive com o ar sufocante de Jardim Gramacho desde os 12 anos, levada pela mãe. “Vejo a novela e relembro quando vinha pequena para cá. Não tinha jeito. Era isso ou morrer de fome”, recorda. Jaqueline se refere à novela “Avenida Brasil” que retrata a realidade de quem vive em um lixão. No Jardim Gramacho já não se vê mais crianças trabalhando como na trama da TV Globo, mas se sabe que ali sempre foi habitado por personagens reais que mais parecem saídos do imaginário.
As histórias de gente que sustentou – e mobiliou - a casa com o que foi descartado por milhões de fluminenses brotam dos entulhos. Otávia de Souza repete há 23 anos a rotina de subir e descer a “rampa” três vezes por semana. Rampa é como os catadores chamam as montanhas de lixo que se acumulam às margens da Baía da Guanabara, desde a criação do lixão, em 1978. “A cerâmica que forma o piso lá de casa é toda daqui, achada no lixo. As portas e janelas também. E eu mesma fiz, porque não podia pagar pela mão de obra. O chão do meu quarto tem pedacinhos de mármore que fui guardando”, relata Otávia, que pretende comprar uma máquina de costura com o dinheiro da indenização. Não demora muito e ela procura novamente a reportagem do iG. Mudou de ideia. “Não sei se vou comprar a máquina, não. Quero mesmo é ir para o pé da serra, comprar um barraquinho por lá e plantar verduras. Quero vender verdura para a cidade toda”, diz Otávia, afastando os muitos urubus ao seu redor. Algumas das histórias contadas no lixão têm jeito de mito. “Teve um amigo nosso que uma vez achou uma mala tipo a do (filme) 007 e abriu. Estava cheia de dólares. Jogou tudo pro alto achando que era de brinquedo. Todo mundo avançou. Consegui uns 400 dólares”, conta Paulo Sergio, 41 anos, ex-dançarino de street dance. Teve um outro que achou uma garrafa fechada e bebeu pensando que era coca-cola. Morreu em minutos. Era soda cáustica. Foto: Isabela Kassow Adelson Saltos é um dos 1400 catadores que ainda vivem do trabalho local Documentário premiado Foi neste mesmo ambiente que viveu Estamira Gomes de Sousa, protagonista do documentário “Estamira”, de Marcos Prado (Veja outros casos que ganharam a ficção). Com seu discurso filosófico e poético, Estamira, que faleceu no final de 2011, virou referência. Assim como os catadores que serviram de modelo para os trabalhos do artista plástico Vik Muniz. “Quero ser como o Tião, ainda vou ganhar muito dinheiro”, planeja o simpático Geraldo Oliveira, em alusão ao ex-catador Tião Santos, que inspirou trabalhos de Muniz. Geraldo é dos catadores mais conhecidos em Jardim Gramacho. Mas pelo apelido de Brizola. Diz para todos que foi motorista do ex-governador do Rio. Aos 59 anos, já veio e foi embora do aterro sanitário várias vezes. Sempre prometendo não mais retornar. “Ia cortar cana em Campos, minha terra. Mas os canaviais de lá estão contratando cada vez menos gente”, lamenta. Brizola é uma figura. Apesar da vida severa no lixo, tira espaço para o humor. Imita com perfeição o apresentador Wagner Montes, até no modo de andar. Foto: Isabela Kassow Marcio de Oliveira, um dos líderes da Associação dos Catadores de Gramacho O futuro de Gramacho Preparando-se para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que será realizada de 13 a 22 de junho na cidade, a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), inaugura no dia 5 de maio a Usina de Biogás do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho. A implantação do sistema de captação e queima do biogás é um dos projetos de redução de emissões de gases do efeito estufa no País. As três tochas da usina são alimentadas por uma rede de gasodutos que transportam o biogás succionado de 230 poços de captação, localizados ao longo da superfície do aterro. Pelos cálculos da Comlurb, isto evitará que, nos próximos 15 anos, cerca de 75 milhões de metros cúbicos de metano por ano sejam liberados para atmosfera. Com movimentação econômica estimada em R$ 407 milhões, o projeto pretende manter o aterro por mais 15 anos após o encerramento do despejo de lixo, além do monitoramento ambiental e geotécnico da região. “O aterro vai gerar renda pelos próximos 15 anos com a venda de biogás e créditos de carbono. O que a prefeitura do Rio está fazendo é antecipar os recursos aos catadores cadastrados junto a cooperativas”, explica ao iG o secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Roberto Osorio. Naquele mesmo dia da visita da reportagem do iG, Gramacho ainda receberia uma rede de TV japonesa e da equipe de um jornal peruano. A Comlurb tem recebido pedidos de visitação de várias partes do mundo. O fechamento do maior lixão da América Latina porá fim também ao emblemático depósito de histórias que a realidade tentou descartar.

Médico diz acerca de homem “com morte cerebral” que foi salvo pouco antes de lhe removerem os órgãos: a “morte cerebral” nunca é realmente morte

Especialista diz: o termo “morte cerebral” foi inventado a fim de se obter órgãos. Nunca foi baseado na ciência”. John Jalsevac OKLAHOMA, EUA, 27 de março de 2008 (LifeSiteNews.com) — Zack Dunlap, um rapaz de 21 anos diagnosticado como “cerebralmente morto” e que estava a minutos de ter os órgãos removidos por uma equipe médica, agora diz, quatro meses depois do acidente que o levou à beira da morte, que ele se sente “muito bem”. O caso de Dunlap foi noticiado pela NBC no começo desta semana, e ele próprio foi entrevistado. O caso de Zack está sendo louvado nos meios de comunicação como “milagre”, porém um neonatologista e especialista em morte cerebral relatou para LifeSiteNews.com que o caso de Zack, ainda que seja num sentido extraordinário, não é tão raro quanto o noticiário da grande mídia faz parecer. “O jovem nunca morreu”, disse o Dr. Paul Byrne, ex-presidente da Associação Médica Católica. Ele começou a escrever sobre o tema da morte cerebral em 1977. O que torna o caso de Dunlap raro, ainda que não inédito, diz Byrne, é que Zack foi sortudo o suficiente para ser constatado com vida antes da remoção de seus órgãos vitais. “Embora a história dele seja apresentada como algo miraculoso”, ele disse para LifeSiteNews, “não quero remover nada que seja de Deus, mas não é sobrenatural o que ocorreu. Se há algo sobrenatural nisso, é que não conseguiram os órgãos dele antes que alguém pudesse notar algum tipo de outra reação. Ele estava sempre vivo — seu coração estava sempre batendo, havia sempre pressão sangüínea, ele estava sempre bastante vivo”. O Dr. Byrne diz que durante anos ele vem coletando informações sobre numerosos casos em que pacientes rotulados como cerebralmente mortos “voltaram dos mortos”. O motivo, diz Byrne, é que “morte cerebral jamais é realmente morte”. Zack Dunlap sofreu numerosos ossos quebrados e grave traumatismo craniano em novembro passado depois de se envolver num acidente, em que ele perdeu o controle do carro que estava dirigindo e capotou. No hospital os médicos diagnosticaram o jovem como “cerebralmente morto”. Autoridades de Oklahoma foram informadas de que Zack estava legalmente morto e que seus órgãos deveriam ser removidos. “Queríamos nos assegurar de que alguma pessoa sortuda continuasse a viver com o coração de Zack”, Pam, a mãe de Zack, disse para a NBC. Planos para remover os órgãos dele, porém, foram adiados de forma dramática. Dois dos primos de Zack, ambos enfermeiros, disseram que, nos momentos finais antes da chegada da equipe médica que iria remover os órgãos de Zack, eles sentiram que seu primo não havia verdadeiramente morrido. Confiando num pressentimento, Dan Coffin passou seu canivete no pé de Zack. O paciente com suposta morte cerebral reagiu imediatamente afastando o pé. Coffin então enfiou sua própria unha debaixo da unha de Zack, um lugar especialmente sensível do corpo, e seu primo de novo reagiu afastando o braço. “Passamos de um momento de extrema tristeza para, ‘Oh, meu Deus, nosso filho ainda está vivo!’” relatou Pam Dunlap. A avó de Zack disse que ela também sentia, como os primos de Zack, que seu neto não estava pronto para morrer. Logo antes que seu neto começou a mostrar sinais de vida de novo, ela entrou no quarto dele e orou por um milagre. “Ele era jovem demais para Deus levá-lo”, ela disse com lágrimas nos olhos na entrevista da NBC. “Não era a hora”. “Eu havia ouvido de milagres minha vida inteira. Mas nunca vi um. Agora, eu vi um milagre. Tenho prova disso”, disse ela. “Ambos sentimos que Deus tem algum plano grande para Zack. Faremos tudo dentro de nossas possibilidades para ajudá-lo a alcançar esse plano — qualquer que seja”, disse a mãe de Dunlap. O próprio jovem disse para a NBC que ele ouviu os médicos o declararem cerebralmente morto, e comentou: “Estou contente que eu não conseguia me levantar para fazer o que eu queria fazer”. Quando lhe perguntaram o que ele queria fazer, ele respondeu: “Provavelmente, eu lançaria os médicos pela janela”. “Estou muito, muito agradecido que eles não desistiram”, ele disse sobre as últimas tentativas de seus primos de descobrir se ele ainda estava vivo. “Só os bons morrem cedo. Por isso, não morri”, brincou ele. O pai de Zack, Doug Dunlap, diz que ele não culpa ninguém, indicando que os médicos lhe deram a certeza de que seu filho estava morto, e que não havia fluxo sangüíneo em seu cérebro. “Eles disseram que ele estava com morte cerebral, que não havia vida. Por isso, nos preparamos”. Quarenta e oito dias depois do acidente de Zack, o jovem voltou para casa, andando sozinho. Ele ainda sofre alguns problemas emocionais, perda de memória e outras conseqüências do acidente, e uma recuperação total pode levar um ano. Mas seus pais dizem que estão simplesmente gratos que seu filho esteja vivo. O Dr. Byrne, por outro lado, disse para LifeSiteNews.com que o caso de Zack deve ser visto como um aviso sobre a insuficiência dos critérios de morte cerebral. Ele disse: “Embora esse caso mostre que o jovem estava ouvindo os médicos conversando e declarando-o com morte cerebral, a pergunta é: Quantos outros doadores de órgãos estão em situação semelhante?” “O termo morte cerebral foi inventado a fim de se obter órgãos. Nunca foi baseado na ciência”. Em 2007 o Dr. John Shea, o conselheiro médico de LifeSiteNews.com, escreveu concordando com as preocupações de Byrne sobre morte cerebral, dizendo que o critério de “morte cerebral” é teoria científica, e não fato, acrescentando que é uma teoria que é particularmente aberta para abusos utilitários e portanto deve ser tratada com extrema cautela. Ele também apontou que há o problema adicional de que há vários conjuntos de critérios de morte cerebral, onde uma pessoa pode ser considerada morta de acordo com um critério, e não por outro. Traduzido e adaptado por Julio Severo: www.juliosevero.com.br; www.juliosevero.com

Pai resgata filho com “morte cerebral” de médicos que queriam remover os órgãos dele. Rapaz se recupera completamente

LEICESTER, Inglaterra, 25 de abril de 2012 (LifeSiteNews.com) — De acordo com o jornal DailyMail, um jovem britânico deve sua vida a um pai insistente que não queria dar permissão para que os órgãos do filho fossem removidos do corpo, apesar de declarações de quatro médicos garantindo que o filho não conseguiria se recuperar dos ferimentos que sofrera num recente acidente de carro. A reportagem do DailyMail diz que Stephen Thorpe, então com 17 anos, foi colocado num coma induzido por medicamentos depois de um engavetamento de vários carros que já havia tirado a vida de seu amigo Matthew, que estava dirigindo o veículo. Stephen Thorpe: quatro médicos o haviam declarado com morte cerebral Embora uma equipe de quatro médicos tivesse insistido que seu filho estava com “morte cerebral” depois do acidente, o pai de Stephen conseguiu a ajuda de um clínico geral e um neurologista, que demonstraram que seu filho ainda tinha atividade de ondas cerebrais. Os médicos concordaram em tirá-lo do coma, e cinco semanas mais tarde Stephen deixou o hospital, tendo se recuperado quase que completamente. Hoje, o jovem de 21 anos com “danos cerebrais” está estudando contabilidade numa universidade local. “Minha impressão é que talvez o hospital não estivesse contente que meu pai queria uma segunda opinião”, ele disse ao DailyMail. O caso é semelhante a dezenas de outros que LifeSiteNews tem noticiado em anos recentes, em que paciente em coma ou inconscientes são declarados com “morte cerebral”, ou totalmente incuráveis. Em muitos casos, médicos agressivos buscam os órgãos dos pacientes para remoção. Em 2011, o Hospital Sainte Croix de Drummondville em Quebec buscou permissão para extrair os olhos de uma paciente que havia se sufocado em comida do hospital na ausência de uma enfermeira, afirmando que ela estava com “morte cerebral”. Depois que a família exigiu prova dos médicos de seu problema alegado, ela recobrou a consciência, e recuperou a maior parte de suas faculdades. A família declarou sua intenção de processar o hospital. Em 2008, um francês de 45 anos voltou à vida na mesa de operação no momento exato em que os médicos estavam prontos para remover os órgãos dele para doação, depois de uma parada cardíaca. Na investigação subsequente feita pelo comitê de ética do hospital, muitos médicos confessaram que tais casos, embora raros, eram muito conhecidos para eles. Naquele mesmo ano, Zack Dunlap, um americano de 21 anos com “morte cerebral”, estava para ter seus órgãos removidos quando suas duas irmãs, ambas enfermeiras, decidiram testar a teoria do hospital de que o cérebro dele não mais estava funcionando. Membros da família cutucaram os pés dele com uma faca e cravaram suas unhas nas unhas dele, provocando fortes reações de Dunlap e provando que ele estava consciente. Ele se recuperou completamente. Mais tarde, ele relatou que estava consciente e ciente enquanto os médicos estavam conversando sobre remover os órgãos dele em sua presença. O termo “morte cerebral” foi inventado em 1968 para tornar conveniente a necessidade de obter órgãos vitais em seu estado “mais fresco” de um doador que alguns argumentam está ainda muito vivo. Embora a morte tivesse no passado sido definida como ausência de respiração e ausência de atividade do coração, a “morte cerebral” foi julgada compatível com o paciente que, em outros aspectos, está vivo. A “morte cerebral” nunca teve uma definição rigorosa, e não há testes padronizados para apurar se o problema existe. O Dr. John Shea, consultor médico de LifeSiteNews.com, aponta para o fato de que os pacientes diagnosticados com “morte cerebral” muitas vezes continuam a exibir funções cerebrais. No livro “Organ Donation: The Inconvenient Truth” (Doação de Órgãos: A Verdade Inconveniente), Shea declara que os critérios para “morte cerebral” só “testam a ausência de alguns reflexos cerebrais específicos. Funções do cérebro que não são consideradas são controle de temperatura, pressão sanguínea, batimento cardíaco e equilíbrio de sal e água. Quando um paciente é declarado com morte cerebral, essas funções estão não somente ainda presentes, mas também frequentemente ativas”. Traduzido por Julio Severo do artigo de LifeSiteNews: Dad rescues ‘brain dead’ son from doctors wishing to harvest his organs – boy recovers completely

Fernando Haddad busca apoio de pastores e tenta se livrar de estigma do “kit gay”

O pré-candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, é acompanhado de perto por líderes evangélicos desde que era Ministro da Educação e propôs o polêmico chamado “kit anti-homofobia” ou “kit gay”, que seria distribuído em 6.000 escolas públicas de todo o país. Agora, ele tem tentado reverter esse estigma fazendo reuniões com pastores para tentar reduzir resistências e se aproximar deles, informa a Folha de São Paulo. Os encontros ocorreriam duas vezes por semana, em bairros da periferia e não são divulgados em sua agenda pública. Desde que Marcelo Crivella foi empossado como Ministro da Pesca tem sido dito que era uma manobra do governo federal para diminuir a rejeição a Haddad por parte dos evangélicos. Crivella inclusive defendeu o ex-ministro da Educação durante uma visita a duas colônias de pescadores na ilha de Madeira, região metropolitana do Rio de Janeiro. Na última segunda-feira, no bairro Guaianases, zona leste da capital paulista, cerca de 40 pastores estavam reunidos para ouvir Haddad explicar que desconhecia o teor do “kit gay”. O material vazou antes de ser aprovado e não chegou a ser distribuído a crianças e adolescentes. Os congressistas da bancada evangélica alertavam que o kit iria estimular o homossexualismo, algo negado pelo ministério e pela ONG que o produziu. Destinado originalmente a alunos e professores do ensino médio, nível em que estão alunos que têm entre 14 e 18 anos de idade, o material conteria vídeos que tratavam explicitamente de questões como transsexualidade, bissexualidade e relações entre gays e lésbicas. A polêmica tomou conta e o material teve sua distribuição vetada pela presidente Dilma Rousseff. “Ele disse que entendeu que aquilo não era adequado e mandou suspender a distribuição dos kits. (Haddad) disse que a Dilma entendeu que não era hora de soltar aquilo (o kit)”, defende o pastor Marçal Borges, da Comunidade A Palavra de Deus, que garantiu o apoio da sua igreja ao candidato. A reunião ocorreu nas dependências da igreja e uniu lideranças da região, entre elas religiosas. Compareceram vereadores locais, entre eles o deputado estadual Luiz Moura (PT). Foi divulgado que antes da reunião, Haddad conversou com o pastor Marçal Borges, que o questionou sobre o kit anti-homofobia, pois, o tema seria determinante para a comunidade apoiar o petista. Haddad também tem focado sua agenda em reunião com líderes católicos. Segundo ele, muitas lideranças se sentem usadas na atual gestão e não querem mais fazer parte de um “jogo menor”. Mas nem todos os setores evangélicos acreditam na mudança de postura de Haddad. O pastor Silas Malafaia também usou o Twitter em março para para comentar a nomeação de Marcelo Crivella e afirmou “ Não adianta colocar evangélico no Ministério. Não vamos dar refresco ao Haddad em São Paulo com o kit gay”.