terça-feira, 15 de maio de 2012

Tiririca e Barrabás

O candidato Tiririca ganhou a eleição para Deputado Federal em primeiro lugar com 1.353.820 votos. Bem, você deve estar se perguntando porque estamos falando desta eleição e especificamente deste candidato. A verdade é que a história de Tiririca se cruza com a nossa história como povo, mas não como povo que junto forma uma nação, mas sim como povo pecador e necessitado da graça de Deus. A verdade é que muitas pessoas votaram em Tiririca esperando que seu voto fosse contado como um tipo de protesto. Não se reflete e nem se pesquisa sobre o futuro. Nossos antecessores, de maneira semelhante, cometeram o mesmo erro. Em Mt 27.11-26 é contado o episódio em que Jesus é entregue a Pilatos e por ocasião da festa foi dada a escolha (por analogia – o voto) entre Cristo e Barrabás. A comparação é inevitável, como o povo tem um histórico de escolha tão ruim? Vê-se logo que não é um evento novo, mas temos um histórico de sermos ludibriados (Mt 27.20 – Cf. Gn 3). A verdade é que a nossa ilusão de protesto e escolhas é influenciada muito além de uma questão persuasiva dos políticos/sacerdotes. Escolhemos mal, mas não porque somos apenas estúpidos. Escolhemos mal porque somos maus. Nossas escolhas são primeiramente influenciadas por uma urgência interna chamada pecado. Escolhemos Barrabás, porque não acreditamos em Jesus, escolhemos Tiririca, porque não acreditamos em nossa política. Não estou comparando Jesus aos nossos políticos de “reputação ilibada”, mas escolhemos mal porque nos deixamos levar por vontades e protestos inúteis e como é de se esperar, condenamos uma nação a uma gestão de palhaço –literalmente ou a uma condenação literal – um inferno porvir. A verdade é que somos o povo que escolhe mal por conta do pecado, somos o palhaço e somos Barrabás. Aquele que é solto por conta da condenação de Cristo. Somos Barrabás porque somos os criminosos e Jesus é sem crime nenhum. Cristo foi condenado para que tenhamos nova vida, se fossemos Barrabás a condenação de Cristo nos daria uma vida nova. E uma vida nova inclui novas e boas escolhas. Brasil, Jesus te ama e nós do ipródigo, especialmente eu, Rafael Bello amo meu país e espero que possamos por conta de nossa nova vida, escolhermos melhor e não com egoísmo e protestos inúteis, sendo levados de um lado para o outro.

É estranho ser pastor

Ser pastor é uma coisa estranha. Proclamamos uma mensagem com o poder de Deus para transformar as pessoas, mas não podemos sequer transformar a nós mesmos. Chamamos os outros à perfeição, como o fez Jesus, mas nossas vidas são cheias de imperfeição. Devemos pastorear como o Pastor, embora sejamos simplesmente uma das ovelhas. Buscamos fazer com que Cristo cresça (embora ele seja invisível aos olhos humanos) enquanto buscamos diminuir (embora permaneçamos estagnados semana após semana). Dizemos que números não importam, mas desejamos que muitos sejam salvos. Labutamos para que a igreja cresça, embora percebamos que cada alma aumenta a nossa responsabilidade diante de Deus. Tentamos expressar o Infinito e Eterno em 45 minutos ou menos; obviamente falhamos, de forma que tentamos de novo na semana seguinte. Gastamos nossas vidas estudando um livro que jamais compreenderemos completamente e lutamos para explicá-lo a um povo que não pode entender à parte da obra de uma terceira parte. Quanto mais estudamos, mais certos ficamos da sabedoria de Deus e da nossa tolice; e, todavia, ainda devemos pregar. É-nos dito que não muitos deveriam ser mestres e que haverá um julgamento mais severo para aqueles que o são, e, todavia, não conseguimos resistir à compulsão de pregar. Chamamos as pessoas a fazer algo que elas não podem, com uma autoridade que não é nossa, e então no final das nossas vidas prestamos contas a Deus pelas almas que pastoreamos. Somos chamados a nos afadigar na palavra de Deus e em oração; todavia, não há nada a que o nosso inimigo se oponha mais ativamente. Trabalhamos para edificar uma comunidade onde pessoas sejam unidas, enquanto ocupamos um ofício cheio de tentações ao isolamento. Pregamos um evangelho de alegria, mas os pregadores são pressionados com tentações à depressão. Devemos pregar com paixão, mas pastorear com paciência. Devemos ser gentis com as ovelhas e ferozes com os lobos. E devemos de alguma forma discernir a diferença. Devemos instar para que as pessoas se arrependam e creiam, embora sabendo o tempo todo que é Deus quem deve salvar. Rogamos a Deus em oração até que nossa vontade seja alinhada à dele. Devemos buscar fervorosamente a presença do Espírito, sabendo muito bem que ele sopra onde quer. Devemos lutar com toda a nossa força, mas nunca, jamais confiar nela. Somos pagos para fazer satisfatoriamente um trabalho que nunca termina: Quando estudei o suficiente? Quando orei o suficiente? Quando aconselhei ou fiz mentoria o suficiente? Nós, que nunca terminamos, somos chamados a levar outros a descansarem na obra consumada/terminada de Jesus. Por fim, trabalhamos e anelamos por resultados que jamais podemos alcançar. Ser um pastor é uma jornada permanente a um lugar de absoluta dependência. Esse é um trabalho estranho: ser um pastor. Mas eu não o trocaria por nada neste mundo!

Bíblia Digital x Impressa: a tecnologia sendo usada para expandir a mensagem de Deus

A tecnologia tem mudado todos os tipos de relacionamentos, até mesmo em assuntos religiosos. Hoje é possível assistir cultos pela internet, ouvir rádios e canções gospel pelo celular e até mesmo ler a Bíblia sem precisar levar O Livro Sagrado com você. A Bíblia é um dos poucos objetos que tiveram seu significado relacionado ao seu conteúdo e exatamente por esse motivo é que a forma digital das Sagradas Escrituras ainda gera controvérsia entre cristãos. Foi para explicar esse dilema que a Sociedade Bíblica do Brasil realizou durante a Flic 2012 (Feira Literária Internacional Cristã) uma palestra sobre “A Bíblia no Mundo Digital”, ministrada por Elismar Vilvock, editor-assistente de Publicações Eletrônicas. Brevemente, Vilvock falou de como o computador se tornou um aliado na fabricação e impressão de Bíblias até que a tecnologia passou a usar os textos Sagrados digitalizados através da Bíblia Online que era um CD que precisava ser instalado nos computadores. A cada novo passo do mundo da informática novos modelos digitais foram surgindo até que hoje a SBB possui dois projetos que são a Biblioteca Digital da Bíblia (Libronix) e a Bíblia Digital Glow que são produtos para leitura e estudo das Escrituras. Mas esses não são os únicos programas disponíveis, encontramos diversos programas digitais onde é possível acessar os livros bíblicos de qualquer lugar com acesso a internet ou até mesmo em arquivos off-line. Usuários de tablets e smartphones já podem encontrar aplicativos gratuitos contendo a Bíblia Digital, de forma prática e rápida você poderá meditar na Palavra de Deus de qualquer lugar. Muitos pastores já estão usando essa nova tecnologia nos cultos, deixando em casa o livro impresso e levando consigo o modelo digital para usar nas pregações. Enquanto muitos aderem a essa novidade, outros relutam dizendo que a Bíblia (objeto) é insubstituível. No que diz respeito ao conteúdo não há diferenças, o que muda é apenas a praticidade de locomoção e a modernidade usada para produzir esses arquivos digitais. Mas o leitor poderá escolher se deseja ou não usar o modelo digital, pois no que depender da SBB as Bíblias impressas continuarão a ser fabricas.

Conversa Biruta sobre “Os Levita”

Ele se comunica com o Arcanjo Miguel desde os 2 anos de idade… #FALASÉRIO!

Walter Sandro Pereira da Silva recorda o dia em que o Arcanjo Miguel veio em seu auxílio pela primeira vez. Ele tinha 2 anos e meio e procurava desesperado a chupeta perdida. “Foi quando apareceu este ser dizendo que ela estava debaixo da cama e que eu devia procurar o Salmo 91.” Quando os pais encontraram o pequeno, ele tinha a chupeta na boca e a Bíblia na mão: milagre. “Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda. Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos”, dizia o premonitório texto bíblico. Hoje, sentado à cabeceira da mesa da sala de reuniões de sua Igreja Templária de Cristo na Terra, em São Paulo, a cargo de um crescente séquito de 10 mil “templários”, ele agradece a providência angelical, enquanto explica, entre ligações recebidas pelo smartphone, sua missão divina na Terra. Por que abrir uma nova igreja, quando tantas outras disputam fiéis e denúncias Brasil afora é resposta que o apóstolo tem pronta. “Foi o Arcanjo Miguel que orientou.” Assim a igreja saiu do papel, mas não sem um percurso repleto de sacadas empresariais e, por que não, verdadeiros milagres (“pois não existe coincidência”) que fizeram desse pernambucano pobre de Gravatá o líder de uma seita-símbolo do sincretismo religioso nacional: compósito da lógica de bufê livre, da tolerância e da espiritualidade sem limites do brasileiro. Mais velho de três filhos de um mestre de obras, Silva veio para São Paulo bebê e cresceu num ambiente católico sem arroubos religiosos. Isso até visitar sua cidade natal aos 13 anos, entrar em uma igreja evangélica e ouvir do arcanjo que deveria pregar. Virou evangélico. Anos depois, quando começou a vender seguros, descobriu o dom da retórica e passou a dar palestras motivacionais: deixe de fumar, emagreça, conquiste o amor. Com a mesma ênfase convencia qualquer um de qualquer coisa, tudo transmitido em um programa na Rádio Mundial. As pessoas saíam a suspirar, crentes, felizes da vida. Estudante de Psicologia, deixou os estudos e bolou sua versão de autoajuda, munido das dicas do arcanjo e de uma fórmula infalível: a pessoa pagava pela entrada na palestra, emocionava-se e na saí-da comprava o livro, o CD e o DVD.
Por dez anos viveu assim. Mas faltava algo, insistia o arcanjo. Até o pregador conhecer gente que “sentia”, como ele, vir de algo maior – nada menos que a reencarnação dos Cavaleiros Templários, braço militar da Igreja Católica formado por monges com voto de pobreza que aceitaram a tarefa de proteger os cristãos dos muçulmanos, enquanto aqueles tomavam desses a Cidade Sagrada nas Cruzadas. Quando Jerusalém ficou para trás, templários foram queimados vivos pela Inquisição. “Somos a reencarnação deles.” As reuniões começaram como uma espécie de maçonaria, que aos poucos incorporou doses de Reiki (prática esotérica), ioga e passe espírita. Em 11 de novembro de 2011, quando Silva estava prestes a entrar no ar pelo canal UHF 58, novo milagre se deu. “O Arcanjo Miguel materializou-se e disse para eu abrir a igreja. Foi tão forte que tive uma crise de cálculo renal. Fui ao banheiro e ele veio e disse pra botar a mão na urina. Eu pus. E saiu uma pedra do tamanho de meio grão de feijão.” À meia-noite o programa foi ao ar já com o nome de Igreja Templária. A hierarquia nasceu naturalmente. Há um apóstolo (ele), cujo cargo é vitalício e só pode ser transmitido após um conclave. Há também um primeiro-ministro, quatro bispos, 20 ministros e 560 mestres, cada qual encarregado de cuidar de 70 -fiéis. O apóstolo vive “uma vida simples”, em uma casa em São Bernardo do Campo (o “solo sagrado”), com nove dos ministros, sua mãe e cerca de 80 cães e gatos – a igreja tem como tarefa tirar animais da rua. Apóstolos não se casam. O anel de ouro na mão esquerda, com três luas entrecruzadas (as três religiões), ganhou-o de um ourives que foi a uma de suas palestras e seguira o desenho sugerido pelo arcanjo. Igreja Templária de Cristo na Terra, em São Paulo. Além do prédio no número 643 da Rua Leais Paulistanos, a igreja tem sedes no Rio de Janeiro, no Espírito Santo e em Minas Gerais. Estrutura crescente, que começou a ser erguida com auxílio de doações. Com 1,5 mil reais em moedas, o apóstolo comprou uma Kombi velha, com a qual os mestres vendiam batatas de porta em porta para arrecadar dinheiro. Outros tempos. Hoje a igreja é mantida pelo “Carnê da Gratidão”, um boleto com depósito de 33 reais em uma conta do Banco do Brasil. “A pessoa não paga. Ela doa.” E ganha, de quebra, o número do celular de um dos mestres para ligar quando quiser, todo dia até as 2 da manhã. “Qual seu problema? Bem, às vezes Deus não cura agora para testar sua fé”, diz o mestre em uma das baias da sala onde cerca de 20 pessoas se revezam em três turnos para atender 3 mil ligações por dia no telemarketing. “A senhora gostaria de receber um CD do Arcanjo Miguel? Não, não é obrigada a pagar. Mas seu lado material vai render mais.” Ao lado, uma senhora corta boletos com uma guilhotina. A casa do tesouro tem crescido. Um tour revela as 44 salas da igreja, nas quais a mesma cruz pátea impera, entre desenhos de Buda, faraós e santos católicos. Há dois auditórios e salas. Uma das salas de reunião é repleta de cristais a dividir espaço com uma armadura medieval, um sarcófago, São Jorge e a Virgem Maria. Ao lado fica o hospital de cura, onde macas se enfileiram à espera dos pacientes. “Teve uma mulher que chegou com a bexiga podre. Em um mês aqui, a bexiga dela se refez inteirinha.” Mas milagres mesmo se dão durante o “Vale de Sal”, evento que atrai 5 mil pessoas uma vez por mês. Toneladas de sal desenham uma trilha por onde as pessoas que têm problema espiritual caminham e passam mal. “Uivam, gritam, vomitam.” Tanta peculiaridade trouxe inimigos. “Já cansei de sofrer ameaça de morte, pelo telefone, pela internet.” Mas o apóstolo segue sua vida exemplar. “Templário não ingere café, carne ou açúcar (só mascavo). Ioga e tai chi chuan são obrigatórios. Se bem que a minha ioga é na tevê”, diz, à mesa onde grava os programas. Se tudo der certo, e o arcanjo há de ajudar, em breve a igreja terá seu canal UHF (que custou 120 mil reais) para levar, “em cadeia nacional”, a mensagem do fim do preconceito. “Nós não temos nenhum.”