terça-feira, 3 de julho de 2012

O QUE A BIBLIA NÃO FALA MAS OS PASTORES SIM

Há alguns anos, fui convidado por um pastor, e participei de um evento para jovens e adolescentes em uma igreja evangélica aqui de minha cidade. O objetivo do presbitério da instituição era ensinar a sã doutrina conforme a Palavra, sem nenhuma idéia humana ali embutida. Ora, isso era o mesmo que pensavam ser possível os historiadores da Escola Metódica ou Positivista, eles morreram acreditando serem totalmente imparciais, isso porque não leram seus próprios textos 50 anos depois. Ora, quem pode ser totalmente imparcial? Se você é a favor da pena de morte não será um discurso que lhe fará mudar de opinião, pessoalmente, acredito que apenas uma transformação gerado no Espírito Santo te fará pensar de outra forma. O mesmo digo dos “idolatradores” da Teologia da Prosperidade, só o Espírito Santo para fazer uma obra na vida deles e os transformar, ou alguém acredita que por tanto gritar eles vão acordar? Somente quem tem ouvidos ouve. Pois bem, alguns pastores e líderes sentados no meio de um grupo de aproximadamente 50 jovens e adolescentes, ávidos por questionarem tudo aquilo que desejam fazer mas têm medo de que sejam disciplinados por tal atitude, ainda que a tal denominação, como tantas outras, diga não ter doutrinas senão as bíblicas. Entre as primeiras perguntas, escritas em um papel, afinal ninguém quer mostrar a cara quando se tem 16 anos e não é filho de pastor ou levita, veio a seguinte: “Jesus era tatuado, posso fazer uma tatuagem?” A gente já sabe de onde o rapaz ou moça tirou a idéia de que Jesus é tatuado (Ap 19.16), e não vou entrar aqui no detalhe se Jesus é ou não tatuado, eu tenho tatuagem e fiz depois de muitos anos de convertido, mas não aconselharia ninguém a fazer uma, você pode se arrepender mais tarde, então, mantenha a pele limpa até ter certeza de alguma coisa... mas voltando ao Jesus tatuado e se eu posso ou não fazer a resposta dos pastores foi, entre outras coisas: “tatuagem tem um simbolismo perverso, é usada por pessoas de gangues e promiscuas, não por alguém que já teve um encontro com Deus etc...” por fim a mesma bobagem de sempre: “a Bíblia diz que não se deve marcar o corpo”. Também sabemos de onde vem essa pérola, e aqueles que lêem a Palavra sabem que ela está incompleta. A Palavra diz em Lv 19.28, que “não golpeareis o corpo nem o marcareis pelos mortos”... hum mudou muito... mas não quero parar aqui, não quero me deter nas coisas pequenas, quero ir para o macro, para ver se assim, os legalistas conseguem abrir seus olhos. Neste mesmo capítulo de Levítico, a lei mosaica também proíbe o consumo de sangue animal, o corte arredondado do cabelo, o se vestir com roupas de diferentes malhas (ex: algodão e lã), manda guardar o sábado e por fim intruí quanto à prática do sacrifício de carneiros. O que aconteceu que apenas um pedaço da lei foi mantido e o restante foi “detonado”? Moisés não ouviu direito o que Deus lhe disse e escreveu coisas além do necessário? Não servem mais? Pergunta vai, resposta vem, surge o piercing... Ah o piercing... a resposta foi das melhores, vai bem a calhar com o fim da novela das 8 da Globo. “Essa é uma prática indiana em homenagem a ídolos, representa sensualidade e é demoníaca. Um cristão não pode ficar copiando esse tipo de coisa”. Aí resolvi participar, apesar de ser convidado. Fiz então a seguinte colocação e pergunta: “Pastor, mas quando Eliezer encontra Rebecca ele lhe põe um pendente no nariz. Se lermos em Êxodo, vamos ver que as mulheres hebréias doaram seus pendentes de nariz para os utensílios do templo. Não poderíamos nós então pensar no “significado” do pendente para os judeus e não para os indianos?” Antes da resposta ouvi: “De que igreja você é mesmo?” Depois de responder ouvi um solene: “Porque motivo seguiríamos a lei? Haviam outros povos andando com os judeus no deserto, certamente era desses outros povos, que não eram de Deus, os pendentes”. Contraditório? Não, absurdamente insano, mundano e perverso esse tipo de pensamento. Um pensamento que só deseja cativar de forma violenta pessoas que vão ali em busca de água, e o que recebem para beber? Vinagre? O mesmo aconteceu comigo aí já em outro lugar quando questionei uma festa à fantasia organizada por membros da minha igreja há vários anos atrás. Até porque essas mesmas idéias de “significados” rolam por lá. Discuti o fato de festas à fantasia estarem na origem das festas carnavalescas, nas orgias e outros tipos de eventos profanos desde a Antigüidade, e falo com a propriedade de um professor de História com estudos na área de História Antiga Clássica, e encontramos tanto na literatura tradicional como na hoje disposta na internet, uma vasta bibliografia à respeito. O que ouvi foi: “Não podemos levar tudo tão à sério assim não”. Ora, que tipo de cristianismo estamos vivendo? Um cristianismo arbitrário que escolhe aquilo que é bom e aquilo que é ruim conforme a moda, que diz não ao incenso mas diz sim ao mantra “gospelizado”, que diz não a música secular mas sim aos filmes seculares que usam essas mesmas músicas como tema? Aí quando queremos incorporar uma nova mania espiritualizamos tudo e dizemos: “Vamos resgatar o que o diabo nos tomou, e agora vamos fazer isso ou aquilo”. A hipocrisia já atingiu faz muito tempo o ápice dentro da igreja instituição. Que a cada momento “resgata” alguma coisa das mãos do diabo. “Resgataram” o rock e o tornaram espiritual, “resgataram” a dança e a tornaram profética, “resgataram” a guitarra e a tornaram ungida, “resgataram” as festas à fantasia e tornaram momento de comunhão... só esqueceram de resgatar o homem e dar-lhe a chance de ser chamado, Filho de Deus.

Jesus, pastor de pessoas e não de consumidores

Por Nelson Bomilcar
 A compreensão do pastoreio de Jesus pode ser libertadora nos dias de hoje, quando tantas pessoas, equivocadamente, são transformadas em consumidores pelo mercado da fé.
Jesus amou e morreu por pessoas. Jesus ressuscitou por pessoas. Ele deu sua vida em resgate de homens e mulheres que estavam perdidos em seus próprios delitos e pecados. Compadeceu-se de homens e mulheres que estavam condenados à morte por suas transgressões. Cristo amou e se entregou em sacrifício na cruz por causa da rebeldia e da desistência humana de andar, comungar e obedecer ao Criador. O Filho de Deus doou a vida eterna a pessoas que o receberam como Senhor e Salvador. No mistério e profundidade de sua graça, ele nos olhou como pessoas e ovelhas, dando-nos vida – e vida em abundância. Como pastor, Jesus deu e dá sua vida pelas ovelhas e por seu rebanho. Somos, como igreja, comunidade e ajuntamento de pessoas que estavam prisioneiras em seus próprios medos, incertezas e angústias. Éramos cativos de mente e coração. O desespero e a incerteza diante da morte e da fragilidade da experiência humana nos atormentavam. Assim, pessoas comuns – com suas histórias, marcas, heranças e contextos –, através de seu Espírito, têm escrito uma nova história onde fé, convicção, certeza e esperança se instalaram. Tal compreensão pode ser libertadora nos dias de hoje, quando tantas pessoas, equivocadamente, são transformadas em consumidores pelo mercado da fé. De forma sutil e sorrateira por um lado, e agressiva por outro, essa dinâmica tomou conta da mentalidade evangélica no Brasil e no mundo. Devotos se transformaram apenas em consumidores e mantenedores desse mercado, travestido até na forma de igrejas locais coorporativas e estruturas empresariais. A lógica e o discurso são os mesmos do mercado: cantamos sobre a marca Jesus, escrevemos sobre ela, lançamos produtos temáticos. Já há até estudos de marketing acerca de características de gênero, classe social, faixa etária e necessidades de determinados grupos sendo usados para a criação de igrejas. Grandes conglomerados comerciais de literatura e música chamadas de cristãs estão sendo engolidos com voracidade por empreendedores que, até bem pouco tempo, nem se importavam com a existência do tal segmento evangélico. Só que o Jesus de muitos pregadores, cantores, corporações e empresários não é necessariamente aquele apresentado na Bíblia, o Jesus eterno e histórico, o Emanuel, o Deus que se fez homem; aquele que veio como escravo e servo para proporcionar ao caído salvação através da cruz, para anunciar o Reino de Deus e trazer graça, senhorio e juízo. Esse Jesus midiatizado não é o Jesus que trouxe ensino e valores de amor, compaixão, paz e justiça, e que nos deixou a missão de lhe fazer discípulos e seguidores. O pastor Jesus, pastor de ovelhas, de gente, trata a cada um com pessoalidade, dignidade e importância. Ele nos ama como pessoas, ouve nossos relatos, está atento à nossa realidade e história. O pastor Jesus alimenta o faminto, sacia o sedento, limpa o imundo, cura os feridos, protege e conduz ovelhas. Jesus nos ajuda a dar significado ao pastoreio e a contextualizar esta vocação do acolhimento, do cuidado, do ensino e da formação espiritual. Os pastores não precisam perder o caminho da fé, assim como qualquer cristão em outra área profissional ou de atuação – uma fé que ganha contornos práticos de uma vida de serviço e de trabalho digno, mediante o suor do rosto. Fé no Deus trino, e não no mercado que fala sobre ele. Muitos dirão que comércio pode ser feito com ética e honestidade, visando a legítimos propósitos. É verdade. Mas a chance de o mercado tirar do centro a essência e o alvo do Evangelho, de sua mensagem e obra, são muito grandes. Pastores, escritores e artistas cristãos produzem em escala industrial coisas que se tornarão, invariavelmente, produtos de consumo: mensagens, livros, CDs, ensinos, palestras, DVDs... Tudo tem seu preço, e tudo acaba alimentando esse mercado da fé. Numa linha muito tênue, o negócio se torna a pessoa, o pregador, o cantor, o escritor, sua corporação, sua visão, sua estrutura criada. Assim, o que fazem torna-se um fim em si mesmo, e não um meio para atingir algo mais elevado. No genuíno pastoreio, contudo, precisamos ser cuidadosos e íntegros. Não se pode perder de vista que cuidamos de pessoas, e não de consumidores. O mercado não é o nosso negócio, muito menos o propósito do chamado e vocação pastoral. Somos cuidadores e referenciais de Jesus para o rebanho de Deus, ajudando ovelhas a permanecerem no Caminho.

Como evitar ser ferido na igreja

A igreja é, ou supostamente deveria ser, um lugar de refúgio, alegria e de relacionamentos consistentes entre pessoas que compartilham a mesma fé. Mas em todos os países onde o Evangelho é livre, sabemos que muitas pessoas correm à igreja para capitalizar, impulsionadas pelos líderes que querem templos lotados e seus bolsos cheios. Esta ganância piora a cada geração, isso leva as pessoas a fugirem da igreja e, aos poucos, terem uma repulsa ao Evangelho. A igreja deveria ser um lugar de piedade e carinho entre as pessoas, mas não é isso que encontramos em muitos movimentos religiosos. O abuso da fé ainda é o maior motivo do afastamento de milhões de pessoas do Evangelho.

COMO EVITAR se machucar Você deve desenvolver um senso de saber quando algo não está certo. Você deve aprender, antes de sair de casa, que homens mortos não podem levá-lo nem ajudá-lo a encontrar a Vida. Cegos não podem guiá-lo.

AS RAZÕES QUE os abusos da fé acontecem nas igrejas Muitas vezes os abusos são feitos por acaso. Em outros casos, o objetivo desses abusos é levar a pessoa a cair sob o poder de controle dos outros. MARGARETE era uma mulher entusiasta do Evangelho de Cristo. Mas durante anos ela sofreu abusos que praticamente roubaram-lhe a fé e, certamente, a sua felicidade e confiança. Líderes da sua igreja estavam abusado da fé dela, não sexualmente, mas ao longo do tempo seus líderes exigiram o controle e a manipulação de sua vida que a levou ao desespero. Abusos religiosos estão aumentando diariamente e possuem muitas formas... físico, emocional, sexual, verbal e espiritual. Tudo isso não tem nada a ver com Deus, mas com o poder que os homens religiosos querem ter sobre as pessoas. Há um número incontável de cristãos que estão sendo danificados hoje por líderes opressores. Abuso espiritual pode fazer um enorme dano em suas vítimas, mas a boa notícia é que Jesus pode fazer milagres para libertar as pessoas. Seja emocional, física, sexual ou espiritual, o abuso é sempre sobre o uso indevido de poder e da autoridade... Para compensar os seus medos, mágoas e inseguranças. O poder é usado por um líder para controlar, manipular ou utilizar a opressão psicológica contra o outro. Os comportamentos prejudiciais podem acontecer em todos os tipos de igrejas, mas em uma igreja abusiva não é permitido falar sobre o problema. Portanto, não há cura quando há silêncio e negligência. A vítima se sente culpada por questionar ou apontar o problema de algum líder abusivo.

QUANDO A LIDERANÇA É SADIA, a igreja é sadia A confiança é ganha ou perdida na base de integridade e honestidade. Infelizmente eu não confio em todos os cristãos. Há líderes espirituais que levam uma vida totalmente diferente do que deveriam. Jesus tem uma palavra final sobre esses caras, veja o que Ele disse: “Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam. Eles atam fardos pesados e os colocam sobre os ombros dos homens, mas eles mesmos não estão dispostos a levantar um só dedo para movê-los. ...gostam do lugar de honra nos banquetes e dos assentos mais importantes nas igrejas, de serem reconhecidos nas praças e chamados de 'mestres'. Mas vocês não devem ser chamados de 'mestres'; existe apenas um mestre sobre vocês (que é JESUS), e todos vocês são irmãos.” - Mateus 23:3-8

OS SINAIS Você pode reconhecer os sinais ou as características de uma igreja ou organização abusiva para evitar se machucar. 1. Atitudes de isolamento Em igrejas abusivas os “líderes” são isolados do “rebanho”. Em um almoço por exemplo, existe uma mesa para a liderança e uma mesa para os membros. Eles não se misturam. Perceba a diferença disso com Jesus, ele se misturava com as pessoas. Um líder que tem a mente de Cristo, não se isola com outros da sua “espécie”. 2. Líderes praticando "maldição" ou julgamento Gosto de chamar isso de terrorismo religioso. Líderes que falam coisas como: “não se levante contra um ungido de Deus” “Aí daquele que falar de um líder...” Isso é uma prova clara de um líder sem humildade e abusivo. 3. Negação do livre-arbítrio e invasão de privacidade Já vi líderes seguirem membros de suas comunidades em redes sociais para “avaliarem” a sua conduta. Um absurdo completo. O Reino de Deus, acima de tudo, é um reino de paz, alegria e liberdade... Ninguém, de maneira nenhuma, deve ser coagido ou ameaçado a andar na luz da maneira que algum líder acha que deve. O Evangelho é livre, é para quem quiser e não existem vigias da fé dos outros, cada um é livre para expressar a sua fé como quiser. 4. Liderança sem prestação de contas Esta é uma forma comum nas igrejas abusivas. Líderes que não prestam conta de suas atitudes frente à comunidade. Isso tem um outro lado também, eles não prestam conta para a comunidade porque se acham superiores a ela. Mas Jesus falou exatamente ao contrário: “...aquele que entre vocês for o menor, este será o maior” Lucas 9:48 5. Legalismo e condenação Legalismo vem da palavra lei, prescreve a estrita obediência à lei e o respeito às instituições e das regras acima do ser humano. Isso é comum em igrejas mais tradicionais que levantam a espada punição, como um castigo aos seus membros transgressores. Esses castigos podem variar desde algum comentário maldoso em público até a retirada das atividades dessa pessoa como punição pelo seu “pecado”. Como se isso fosse função da igreja. Regras legalistas são abusivas. O grupo que possui regras legalistas não está preocupado com a honestidade e a verdade. Ele está preocupado em 'obedecer a regra'. Alguns líderes abusivos estão mais envolvidos em serem percebidos como juízes do que serem verdadeiros e amorosos com as pessoas. 6. Síndromes do bode expiatório e negação Líderes abusivos não admitem seus erros, eles acham desculpas e culpados para tudo, menos para os seus próprios delitos. 7. A rotatividade contínua de líderes Quando uma igreja troca de líderes continuamente, desconfie. Um bom líder deve ficar muito tempo cuidando de um grupo, porque o grupo gosta dele, respeita-o, ele sabe respeitar as diferenças das pessoas em seu grupo e sabe valorizar essas diferenças. Uma igreja com uma mentalidade abusiva troca muito de líderes e cada um que vem é pior do que o outro. O caminho para sair Líderes em posições de poder e autoridade espirituais precisam ser muito cuidadosos sobre si mesmos, eles precisam ter cuidado com desejos errados, especialmente o desejo de dominar, o que pode surgir facilmente a partir de uma autoimagem de insegurança e medo do fracasso. Ninguém pode ter satisfação em saber que pode controlar os outros. Os líderes devem reconhecer e respeitar cada indivíduo, cada opinião. Mas os manipuladores e controladores não aceitam as diferenças de opinião.

QUANDO DEUS CRIOU O MUNDO ele disse para o homem: “Homem, domine sobre os animais” Deus jamais disse para o homem dominar sobre outro homem. Isso se chama escravidão, amor é outra coisa. Você não foi criado para ter um peso religioso sobre você. Aqueles que se encontram em um sistema espiritual abusivo se perguntam: Sair ou Ficar? O que fazer? Luta para que te tenha alguma mudança no sistema? Na maioria dos casos como este, é melhor seguir em frente e sair. Sair quando você percebe que não é uma pessoa que abusa, mas um sistema religioso e que ninguém vai dar ouvidos a você, porque o sistema em si pode ter sido feito para isso. Daí é quase impossível haver mudanças. Você pode discordar de mim quando eu digo “saia deste lugar”. Mas aqueles que foram abusados ​​ou que conhecem pessoas que foram abusadas, vão entender e ver sentido em sair do grupo. Acho que o abuso espiritual pode ser tão prejudicial quanto o abuso sexual. Não devemos subestimar os estragos e danos que a pressão psicológica pode ter sobre as pessoas. Liberdade Jesus trouxe a liberdade e a liberdade em seus ensinamentos e por suas ações. A mensagem de Jesus é de alegria e liberdade. Ele disse: “E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará.” - João 8:32 Paulo tinha liberdade para não fazer o que quisesse, uma liberdade que trouxe vida, saúde e bênção para aqueles que ele entrou em contato. Ele encorajou os cristãos dizendo: “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão.” - Gálatas 5:1 E para os cristãos na igreja em Corinto, ele alertou: “Vocês foram comprados por alto preço; não se tornem escravos de homens.” - 1 Coríntios 7:23 Você está sofrendo abuso espiritual? Se sim, você saberá. Não permita que uma igreja, grupo ou um indivíduo domine, controle ou intimide-o psicologicamente. Muitas vezes é preciso mais coragem para ir embora do que para ficar. SAIA do abuso espiritual e venha desfrutar da sua liberdade em Cristo.

 O QUE FAZER Se você estiver em uma igreja espiritualmente abusiva, coloquei aqui alguns pontos para, humildemente, lhe ajudar: 1. Cuide de si mesmo. Procure um lugar que você se sinta amado, respeitado e ouvido. Coloque a sua vida nas mãos daqueles que você se sinta valorizado. 2. Seja exigente. Não escolha qualquer lugar, é sua vida... E você não é um animal a ser guiado, mas é gente e deve ser tratado como tal. 3. Não permita que a sua experiência te torne amargo ou distante de Deus. Você pode receber a ajuda de Cristo, o Bom Pastor. 4. Não perca o foco de Deus, continue lendo a Bíblia, orando e tendo os seus momentos de comunhão com o Pai até encontrar um bom lugar para você compartilhar a mesma fé com outras pessoas. Quero terminar esse estudo com uma frase que eu usei lá em cima no início, mas com algumas mudanças: A igreja DEVE ser um lugar de refúgio, alegria e de relacionamentos consistentes entre pessoas que compartilham a mesma fé. Fica na PAZ,

Confissões de um "herege"

Por Ruy Marinho 
Eu assumo: eu sou um herege!
Não se assuste, nem se escandalize! Vou explicar, e você vai entender (ou não): Há algum tempo venho recebendo várias mensagens, muitas delas ofensivas, acusando-me de “herege” por publicar textos que refutam certos atos abusivos e anti-bíblicos de alguns líderes. Embora eu preze sempre pela ética em contrapô-los no campo das idéias (teológicas e comportamentais), ainda sim sou taxado de herege por julgar os tais “ungidos de Deus”. Quer saber? Sim, eu sou um herege mesmo! Concordo plenamente com esta afirmação dos “ungidistas” neopentecostais. Se heresia significa concordar que o meio evangélico brasileiro passa por uma crise ética e teológica, onde muitos que se dizem “cristãos” possuem atitudes não condizentes ao “título” recebido, pois uma das principais características está exatamente no comportamento (Gl 5:22-23), eu sou um herege. Se heresia significa não aceitar as distorções bíblicas feitas pelos falsos profetas, que se julgam ungidos de Deus, intocáveis e inerrantes, que fraudulentamente afirmam receber extra-revelações de Deus além da Bíblia (1Co 4:6, Gl 1:8-9, Hb 4:12, Hb 11:1-2, Ap 22:18-19), que através de seus “umbigos ungidos” manipulam e aterrorizam seus membros eclesiais, conduzindo-os a irracionalmente crer em suas respectivas falsas profetadas, eu sou um herege. Se heresia significa discordar com o atual ensino bíblico de algumas igrejas, superficiais em sua essência, onde se já não bastasse a fragmentação e a distorção de textos sagrados que são utilizados para “torcer” o verdadeiro significado das passagens, também pelo fato de colocarem as experiências místicas como bússola para interpretar a Bíblia, e ainda temos que engolir os “enlatados importados” que chegam anualmente no Brasil (G12, teologia da prosperidade, restauração apostólica, unção dos quatro seres, unção do riso, unção financeira e várias outras unções que nunca acabam, quebra de maldições hereditárias, igreja emergente, teísmo aberto, liberalismo teológico etc.), eu sou um herege. Se heresia é concordar que os pregadores ditos “milagreiros” são falsos profetas, pois “materializam” a fé com lenços ungidos, toalhinhas com suor mágico, rosas ungidas, água fluidificada, réplica da arca da aliança, sabonetes de arruda do descarrego etc; utilizando a “boa fé” das pessoas para arrancar até ó último tostão e ensinando um falso evangelho místico baseado em fetiches (Rm 1:17 e 10:17, 2Co 5:6-7, Hb 11:1), eu sou um herege. Se heresia é discordar dos autodenominados apóstolos, que pregam um triunfalismo exclusivista e defendem uma vida em abundância “financeira”, constroem mega-templos luxuosos, compram jatinhos particulares para viajar pelo mundo com a desculpa de “pregar o evangelho” e dirigem carros blindados caríssimos com relógios de ouro no pulso, enquanto muitos pobres da própria igreja necessitam de auxílio urgente (At 2.44-45, At 4:32-35, 1Jo 3.16-17); que aterrorizam os fieis com a teologia malaquiana da barganha - se não devolver o dízimo estará roubando à Deus, líderes estes que na verdade “avançam” somente nas finanças pessoais particulares às custas dos dízimos e ofertas dos fiéis (2 Co 2:17, 1Tm 6:5), ah... eu sou um herege convicto! Se heresia significa defender que a igreja não deve dar espaço aos liberais relativistas da Bíblia, nem para os “evangélicos progressistas”, que com suas ideologias marxistas querem transformar a Igreja em uma teocracia socialista, que espalham conceitos contrários as verdades bíblicas e ainda articulam acordos políticos com partidos que defendem o aborto, homossexualismo, a destruição da família etc., sou um herege declarado! Se as minhas posições expostas acima significar ser tachado de “herege”, então assumo que sou um! Afinal, Paulo, Pedro, Tiago, João e todos os demais apóstolos foram considerados hereges por pregar o evangelho genuíno e defende-lo de falsas doutrinas. Lutero foi considerado herege por levantar as 95 teses contra o Catolicismo Romano. Calvino, Zwínglio, Spurgeon e tantos outros grandes pregadores foram hereges em seus tempos por defender o evangelho e ir contra as seitas e heresias. Porque eu não seria também um “herege”? Inquietações irônicas à parte, claro que eu não sou nenhum herege. O fato é que, da mesma forma que ocorreu nas épocas da igreja primitiva e da reforma, muita gente hoje utiliza o termo “herege” de forma desonestamente pejorativa, direcionando-o para todos aqueles que se opõem aos seus respectivos líderes. A palavra heresia, deriva do termo grego háiresis, que significa “partido tomado, corrente de pensamento, divisão, escolha”. No contexto cristão, a palavra é empregada para doutrinas anti-bíblicas defendidas por alguém ou grupo sectário que distorce o texto sagrado, inserindo inverdades que são contrárias a Bíblia. O apologista cristão Josh McDoweell define heresia como “uma perversão, uma distorção do Cristianismo bíblico e/ou a rejeição dos ensinos históricos da Igreja Cristã”. Deus nos deu a responsabilidade de combater as seitas, heresias, os abusos e as distorções Bíblicas que comprometem a sã doutrina. Ninguém, absolutamente, está imune a correção, pois as verdades bíblicas sempre vão prevalecer. Não se engane leitor, ao contrário do que muitos dizem, é seu dever ser um verdadeiro apologista cristão. Com isso, você não estará sendo um “herege”, mas sim um cristão autêntico (2Tm 4:2-4). Charles H. Spurgeon afirmou com precisão que " Nada deveria ser o alvo do pregador a não ser a glória de Deus através da pregação do evangelho da salvação". Ou seja, a pregação deve ser fundamentalmente Cristocêntrica (1Co 3:11). Caso contrário, tem algo errado! Portanto, desconfie de pregações antropocêntricas que substituam doutrinas bíblicas fundamentais sobre depravação total, eleição, graça, redenção, salvação, justificação, regeneração, arrependimento, conversão, santificação, dentre outras por: decretar, determinar, declarar, reivindicar, apossar-se, extravagar etc. Afinal, a Bíblia nos alerta: “Mas houve também entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá falsos mestres, os quais introduzirão encobertamente heresias destruidoras, negando até o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição.” (II Pedro 2:1) Soli Deo Gloria!

O incompreensível amor de Deus

Ultimamente tenho meditado muito sobre o amor de Deus. Tenho lido sobre sua graça e sobre seu perdão, que são frutos de seu amor. Um amor tão mal-compreendido, tão humanizado em nossos louvores e concepções. Algo tão acima da capacidade humana - de compreender, aceitar, reproduzir. A maior e, provavelmente, única forma que o ser humano tem para se aproximar do amor de Deus é vivenciando, experimentando, sendo alvo desse amor. E quando conseguimos, quando sua suave presença nos alcança, sentimos o seu perdão sobre nossa multidão de pecados e a concepção que temos sobre Cristo e sobre seu relacionamento conosco muda totalmente: entramos numa nova dimensão na nossa caminhada de fé. E nos tornamos, creio eu, cristãos melhores. As duas passagens principais que falam sobre o amor de Deus são as as conhecidíssimas João 3.16 e 1 Coríntios 13. Tenho aplicado nos últimos tempos em minha vida o método de leitura da Bíblia de meditar por vezes uma semana um único trecho, estudar sobre ele em fontes diversas, deixar-me "engravidar" daquela passagem e das lições e virtudes ali contidas. Fiz isso em João 3.16, pois esse versículo é repetido tantas vezes nas igrejas que sua magnitude se banaliza e chega a passar despercebida por nós. Leia com atenção e vamos até além, ao normalmente ignorado versículo 17: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele". Que extraordinário. Que sublime. Que humilhante. Deus amou a mim e a você de tal forma que por isso abriu mão de sua glória celestial, de estar assentado no trono sendo louvado dia e noite pelos anjos, para vir à terra, sentir frio, calor, dor, desprezo, acusações, solidão, a coroa de espinhos, o açoite, a Cruz. E qual foi a única razão que o levou a isso? Dar a seres pecadores, desprezíveis, falhos, desobedientes, egoístas e rancorosos a vida eterna. Ou seja: Deus amou a mim e a você tanto que abriu mão de castigar-nos com o fogo que nunca se apaga, como seria justo, para exercer a misericórdia, sacrificar-se e, assim, conceder-nos vida eterna: o direito de passar os bilhões de anos que virão pela frente junto a Ele. Em outras palavras, o amor de Deus fez tudo isso para que nós pudéssemos estar juntos por toda a eternidade, glorificando seu santo nome. O Filho, ao encarnar-se, sabia que viria por quem não o merecia. Eu não mereço o amor do Senhor. Pois pequei e destituído estou da glória de Deus. Não, não mereço. Mas mesmo assim Ele olhou para este saco de ossos, pele, defeitos, doenças, podridão que eu sou e... me amou. Quem entende? Só entende quem compreende a graça. Esqueça as frases feitas que você responde de bate-pronto: "O que é graça?". "Favor imerecido". Ok, sabemos disso. Mas vamos tentar parar e refletir mais profundamente sobre esse conceito. Graça é Jesus, o Santíssimo, o Puríssimo, o Cordeiro sem mancha... fazendo-se como alguém nada santo, nada puro, cheio de manchas, justamente para trazê-lo para si e dizer: "Apesar de tudo isso, se te arrependeres, ainda assim terás o meu perdão, esquecerei teus erros, desafiarei como teu advogado junto ao Pai que atirem a primeira pedra e estaremos juntos no Paraíso". Chegam a vir lágrimas nos olhos só de pensar nisso. O conceito de graça desafia nossa inteligência, nosso senso de justiça, tudo o que é humano. Pois somos ególatras, vingativos, rancorosos, imperdoáveis. Somos impiedosos. Literalmente: sem piedade. Somos o contrário exato de Cristo. O pecado que carregamos dentro de nós nos desfigurou a esse ponto. É por isso que dependemos tanto da soberania do Senhor: porque somos tão opostos que sem Ele nada podemos fazer. O versículo 16 por si só já é magnífico, por revelar o caráter do Cordeiro. Um caráter traduzido em domínio próprio. Mansidão. Fé. Bondade. Amabilidade. Paciência. Paz. Alegria. E... amor. E no versículo seguinte vem a coroação: "Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele". Isso me emociona. A humanidade é uma desgraça. Eu e você somos atoleiros de pecados. Somos o vômito do cão. Somos dignos do inferno. Quem discorda disso não entendeu o que o pecado fez com o gênero humano, como nos tornou totalmente depravados e como somos o avesso de Cristo. Merecíamos, todos nós, o veredicto: CULPADO. Não adianta, meu irmão, minha irmã, eu e você nascemos com esse veredicto escrito em nossas testas. Nossa sentença deveria ser a mesma do diabo: o lago de fogo e enxofre. Mas aí... entra em cena o amor de Deus. E esse amor diz que Cristo não veio para dar esse veredicto. Que Ele não veio julgar. Não veio nos condenar. Jesus não veio à terra com prego e martelo nas mãos para nos executar - como merecemos - e nos crucificar. Ele veio com as mãos e os pés expostos em oferta para que eu e você fossemos salvos por ele. Meu Deus, que amor incompreensível! Nós não sabemos nem dar a outra face, nascemos com gosto de sangue e de rancor na boca, enquanto Ele estendeu seu amor, como se dissesse: "Não mate o culpado, mate a mim, o inocente, eu me dou no lugar dele. Eu o perdoo. Eu não o condeno. E, com isso, eu o salvo. E que creiam nisso, para que este meu gesto permita o que eu mais quero: estar a eternidade ao lado dele - desse grande pecador arrependido pela minha graça". Não tenho como descrever, definir ou explicar o amor de Deus. Sinto-o apenas em ação, no perdão que ele me estende. O que eu fiz para merecer isso? Absolutamente nada. Nem mesmo crer nele é mérito meu, visto que o arrependimento dos meus pecados é fruto da atividade daquele que convence do pecado, da justiça e do juízo. Deus me estende a graça. Deus me dá a fé. Deus me convence do pecado. Deus intercede por mim como advogado. Deus me regenera. Deus me justifica. Deus me põe de pé. Tudo vem de Deus. Tudo. A mim resta agradecer, louvar e adorar por esse amor. Do qual tenho absoluta certeza que não sou digno. 1 Coríntios 13 apenas corrobora tudo isso. Ao contrário do que muitos pensam, o amor ali descrito não é o humano, é o ágape, o amor de Deus. Usar 1 Coríntios 13 numa carta para sua namorada, por exemplo, é um erro de interpretação bíblica. Venha lendo desde o capítulo 12 e no contexto verá que está sendo falado sobre os dons de Deus. E esse capítulo descreve o amor de Deus. Nenhum, absolutamente nenhum humano ama ou é capaz de amar daquela maneira. Só Deus. Só Deus. Que o Cordeiro seja glorificado por esse amor, traduzido na graça que nos permitirá passar a eternidade ao lado dele... amando. Como será a vida eterna após a morte para os salvos? Não sei com certeza. A Bíblia dá algumas pistas. Mas de uma coisa tenho certeza: os eleitos de Deus viverão pelos séculos dos séculos experimentando o amor mais inexplicável que existe e já existiu em todo o universo. Um amor que hoje tem forma de Cruz, mas na eternidade terá forma de um homem com mãos e pés furados e os braços abertos para os arrependidos. Paz a todos vocês que estão em Cristo.