sexta-feira, 6 de julho de 2012

Como evitar ser ferido na igreja

A igreja é, ou supostamente deveria ser, um lugar de refúgio, alegria e de relacionamentos consistentes entre pessoas que compartilham a mesma fé. Mas em todos os países onde o Evangelho é livre, sabemos que muitas pessoas correm à igreja para capitalizar, impulsionadas pelos líderes que querem templos lotados e seus bolsos cheios. Esta ganância piora a cada geração, isso leva as pessoas a fugirem da igreja e, aos poucos, terem uma repulsa ao Evangelho. A igreja deveria ser um lugar de piedade e carinho entre as pessoas, mas não é isso que encontramos em muitos movimentos religiosos. O abuso da fé ainda é o maior motivo do afastamento de milhões de pessoas do Evangelho.

COMO EVITAR se machucar Você deve desenvolver um senso de saber quando algo não está certo. Você deve aprender, antes de sair de casa, que homens mortos não podem levá-lo nem ajudá-lo a encontrar a Vida. Cegos não podem guiá-lo.
AS RAZÕES QUE os abusos da fé acontecem nas igrejas Muitas vezes os abusos são feitos por acaso. Em outros casos, o objetivo desses abusos é levar a pessoa a cair sob o poder de controle dos outros. MARGARETE era uma mulher entusiasta do Evangelho de Cristo. Mas durante anos ela sofreu abusos que praticamente roubaram-lhe a fé e, certamente, a sua felicidade e confiança. Líderes da sua igreja estavam abusado da fé dela, não sexualmente, mas ao longo do tempo seus líderes exigiram o controle e a manipulação de sua vida que a levou ao desespero. Abusos religiosos estão aumentando diariamente e possuem muitas formas... físico, emocional, sexual, verbal e espiritual. Tudo isso não tem nada a ver com Deus, mas com o poder que os homens religiosos querem ter sobre as pessoas. Há um número incontável de cristãos que estão sendo danificados hoje por líderes opressores. Abuso espiritual pode fazer um enorme dano em suas vítimas, mas a boa notícia é que Jesus pode fazer milagres para libertar as pessoas. Seja emocional, física, sexual ou espiritual, o abuso é sempre sobre o uso indevido de poder e da autoridade... Para compensar os seus medos, mágoas e inseguranças. O poder é usado por um líder para controlar, manipular ou utilizar a opressão psicológica contra o outro. Os comportamentos prejudiciais podem acontecer em todos os tipos de igrejas, mas em uma igreja abusiva não é permitido falar sobre o problema. Portanto, não há cura quando há silêncio e negligência. A vítima se sente culpada por questionar ou apontar o problema de algum líder abusivo.
QUANDO A LIDERANÇA É SADIA, a igreja é sadia A confiança é ganha ou perdida na base de integridade e honestidade. Infelizmente eu não confio em todos os cristãos. Há líderes espirituais que levam uma vida totalmente diferente do que deveriam. Jesus tem uma palavra final sobre esses caras, veja o que Ele disse: “Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam. Eles atam fardos pesados e os colocam sobre os ombros dos homens, mas eles mesmos não estão dispostos a levantar um só dedo para movê-los. ...gostam do lugar de honra nos banquetes e dos assentos mais importantes nas igrejas, de serem reconhecidos nas praças e chamados de 'mestres'. Mas vocês não devem ser chamados de 'mestres'; existe apenas um mestre sobre vocês (que é JESUS), e todos vocês são irmãos.” - Mateus 23:3-8
OS SINAIS Você pode reconhecer os sinais ou as características de uma igreja ou organização abusiva para evitar se machucar. 1. Atitudes de isolamento Em igrejas abusivas os “líderes” são isolados do “rebanho”. Em um almoço por exemplo, existe uma mesa para a liderança e uma mesa para os membros. Eles não se misturam. Perceba a diferença disso com Jesus, ele se misturava com as pessoas. Um líder que tem a mente de Cristo, não se isola com outros da sua “espécie”. 2. Líderes praticando "maldição" ou julgamento Gosto de chamar isso de terrorismo religioso. Líderes que falam coisas como: “não se levante contra um ungido de Deus” “Aí daquele que falar de um líder...” Isso é uma prova clara de um líder sem humildade e abusivo. 3. Negação do livre-arbítrio e invasão de privacidade Já vi líderes seguirem membros de suas comunidades em redes sociais para “avaliarem” a sua conduta. Um absurdo completo. O Reino de Deus, acima de tudo, é um reino de paz, alegria e liberdade... Ninguém, de maneira nenhuma, deve ser coagido ou ameaçado a andar na luz da maneira que algum líder acha que deve. O Evangelho é livre, é para quem quiser e não existem vigias da fé dos outros, cada um é livre para expressar a sua fé como quiser. 4. Liderança sem prestação de contas Esta é uma forma comum nas igrejas abusivas. Líderes que não prestam conta de suas atitudes frente à comunidade. Isso tem um outro lado também, eles não prestam conta para a comunidade porque se acham superiores a ela. Mas Jesus falou exatamente ao contrário: “...aquele que entre vocês for o menor, este será o maior” Lucas 9:48 5. Legalismo e condenação Legalismo vem da palavra lei, prescreve a estrita obediência à lei e o respeito às instituições e das regras acima do ser humano. Isso é comum em igrejas mais tradicionais que levantam a espada punição, como um castigo aos seus membros transgressores. Esses castigos podem variar desde algum comentário maldoso em público até a retirada das atividades dessa pessoa como punição pelo seu “pecado”. Como se isso fosse função da igreja. Regras legalistas são abusivas. O grupo que possui regras legalistas não está preocupado com a honestidade e a verdade. Ele está preocupado em 'obedecer a regra'. Alguns líderes abusivos estão mais envolvidos em serem percebidos como juízes do que serem verdadeiros e amorosos com as pessoas. 6. Síndromes do bode expiatório e negação Líderes abusivos não admitem seus erros, eles acham desculpas e culpados para tudo, menos para os seus próprios delitos. 7. A rotatividade contínua de líderes Quando uma igreja troca de líderes continuamente, desconfie. Um bom líder deve ficar muito tempo cuidando de um grupo, porque o grupo gosta dele, respeita-o, ele sabe respeitar as diferenças das pessoas em seu grupo e sabe valorizar essas diferenças. Uma igreja com uma mentalidade abusiva troca muito de líderes e cada um que vem é pior do que o outro. O caminho para sair Líderes em posições de poder e autoridade espirituais precisam ser muito cuidadosos sobre si mesmos, eles precisam ter cuidado com desejos errados, especialmente o desejo de dominar, o que pode surgir facilmente a partir de uma autoimagem de insegurança e medo do fracasso. Ninguém pode ter satisfação em saber que pode controlar os outros. Os líderes devem reconhecer e respeitar cada indivíduo, cada opinião. Mas os manipuladores e controladores não aceitam as diferenças de opinião.
QUANDO DEUS CRIOU O MUNDO ele disse para o homem: “Homem, domine sobre os animais” Deus jamais disse para o homem dominar sobre outro homem. Isso se chama escravidão, amor é outra coisa. Você não foi criado para ter um peso religioso sobre você. Aqueles que se encontram em um sistema espiritual abusivo se perguntam: Sair ou Ficar? O que fazer? Luta para que te tenha alguma mudança no sistema? Na maioria dos casos como este, é melhor seguir em frente e sair. Sair quando você percebe que não é uma pessoa que abusa, mas um sistema religioso e que ninguém vai dar ouvidos a você, porque o sistema em si pode ter sido feito para isso. Daí é quase impossível haver mudanças. Você pode discordar de mim quando eu digo “saia deste lugar”. Mas aqueles que foram abusados ​​ou que conhecem pessoas que foram abusadas, vão entender e ver sentido em sair do grupo. Acho que o abuso espiritual pode ser tão prejudicial quanto o abuso sexual. Não devemos subestimar os estragos e danos que a pressão psicológica pode ter sobre as pessoas. Liberdade Jesus trouxe a liberdade e a liberdade em seus ensinamentos e por suas ações. A mensagem de Jesus é de alegria e liberdade. Ele disse: “E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará.” - João 8:32 Paulo tinha liberdade para não fazer o que quisesse, uma liberdade que trouxe vida, saúde e bênção para aqueles que ele entrou em contato. Ele encorajou os cristãos dizendo: “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão.” - Gálatas 5:1 E para os cristãos na igreja em Corinto, ele alertou: “Vocês foram comprados por alto preço; não se tornem escravos de homens.” - 1 Coríntios 7:23 Você está sofrendo abuso espiritual? Se sim, você saberá. Não permita que uma igreja, grupo ou um indivíduo domine, controle ou intimide-o psicologicamente. Muitas vezes é preciso mais coragem para ir embora do que para ficar. SAIA do abuso espiritual e venha desfrutar da sua liberdade em Cristo.
O QUE FAZER Se você estiver em uma igreja espiritualmente abusiva, coloquei aqui alguns pontos para, humildemente, lhe ajudar: 1. Cuide de si mesmo. Procure um lugar que você se sinta amado, respeitado e ouvido. Coloque a sua vida nas mãos daqueles que você se sinta valorizado. 2. Seja exigente. Não escolha qualquer lugar, é sua vida... E você não é um animal a ser guiado, mas é gente e deve ser tratado como tal. 3. Não permita que a sua experiência te torne amargo ou distante de Deus. Você pode receber a ajuda de Cristo, o Bom Pastor. 4. Não perca o foco de Deus, continue lendo a Bíblia, orando e tendo os seus momentos de comunhão com o Pai até encontrar um bom lugar para você compartilhar a mesma fé com outras pessoas. Quero terminar esse estudo com uma frase que eu usei lá em cima no início, mas com algumas mudanças: A igreja DEVE ser um lugar de refúgio, alegria e de relacionamentos consistentes entre pessoas que compartilham a mesma fé. Fica na PAZ, Soli, teu irmão.

O verdadeiro poder da religião

“Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã. A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo”. Tiago 1.26, 27.

Certo pregador em uma empolgante mensagem exclamou com firmeza na voz: “A religião para nada serve, ela é má! A religião afasta o homem de Deus! Seja crente, mas não seja religioso!”. Afinal, em que contexto o pregador estava posicionando a Religião? Em que sentido a religião “para nada” serviria se tornando má? Como algo que religa (raíz da palavra) pode muito bem “re-desligar”? Então devemos abandonar nossa religião? Etimologicamente falando a palavra Religião do latim “religio” usado na Vulgata de Jerônimo, que significa “ligar novamente”, ou simplesmente “religar” pode ser definida como um conjunto de crenças relacionadas com aquilo que parte da humanidade considera como sobrenatural, divino, sagrado e transcendental, bem como o conjunto de rituais e códigos morais que derivam dessas crenças. Em nossa linguagem a palavra portuguesa religião deriva justamente da palavra latina religio, mas desconhece-se ao certo que relações estabelece religio com outros vocábulos. Aparentemente no mundo latino anterior ao nascimento do cristianismo, religio referia-se a um estilo de comportamento marcado pela rigidez e pela precisão. Esclarecendo a atitude de algumas pessoas para com a religião, posso entender que existe uma grande confusão na má aplicação do termo, ou mesmo na ótica definiva da palavra. Tudo ficaria bem esclarecido se a religião fosse entendida pelo menos em três de algumas de suas esferas: A Religião como espiritualidade interior, Religião como Sistema e Rito, e Religião como filosofia. Para início de compreensão podemos nos apossar das palavras de Tiago quando diz: “Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã. A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo”. Tiago 1.26, 27. O texto está corretamente nos guiando a essa compreesão das esferas propostas aqui, mas revelando ainda duas facetas: A religião interior e a exterior. No primeiro versículo Tiago está se referindo á religião interior quando diz “engana o seu coração”. Mas, parte da exigência do escritor não fica apenas aqui, pois no segundo versículo vem declarar a religião exterior, quando diz: “A religião pura e imaculada… é visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo”. É a religião que do interior surge com grande efeito no exterior, ou seja, Tiago fala que a religião não pode existir apenas como teoria mas como prática também. Então exploramos agora os três pontos: 1. A Religião como espiritualidade interior revela que todo homem é religioso por natureza. Isto é, o ser humano já nasce com a inclinação para as coisas espirituais. Desde as eras mais primitivas isso já se manifestava com a busca por respostas, com o medo e as incertezas para com a vida após a morte, com a busca do autoconhecimento e outras questões interiores. Na religião como espiritualidade interior podemos presenciar o nascimento do sentimento religioso antes mesmo que a própria religião. Antes de nascer a religião nasceu o desejo da religião. Dessa forma podemos ter certeza que a Religião é de suma importância na vida de qualquer pessoa, visto que interiormente há um efeito em cada ser humano. O escritor russo Liev Tolstói (1828-1910) disse: “O homem pode ignorar que tem uma religião, como pode também ignorar que tem um coração; mas sem religião e sem coração, não pode viver.” 2. Na Religião como Sistema e Rito temos as deficiências no processo e criação de liturgias, formas de adoração, a particularização religiosa e em muitos casos a religião partidária. Essa é a religião falha, perigosa, infiel e que pode levar o homem a uma religiosidade artificial. A Religião como Sistema tem muito mais as ações do homem do que as ações do divino, do superior, mas observe que essa religião como sistema vai surgir a princípio por um possível desenfreio da religiosidade interior. Então quando mencionamos a insuficiência da Religião para promover o bem-estar e a salvação do homem por algum caminho, como mencionou “nosso” pregador, devemos lembrar que se trata unicamente da Religião no status de Sistema e Rito, o que não explicou o pregador, e, dessa forma a religião pode ser sim, realmente má. Na religião como Sistema encontramos também alguns conflitos humanos, como a própria “escravidão religiosa”, o fator da intolerância, e certamento a negligência doutrinária da raíz religiosa. 3. A Religião como filosofia por sua vez é a grande influência que a mesma tem na vida das pessoas, a ponto de mudar condutas, propor regras, elevar a convivência, unir famílias e fazer a sociedade repensar seus principais valores. A religião como filosofia leva-nos as reflexões da vida fazendo-nos voltar para a real espiritualidade. Como bem lembrou o filósofo e escritor suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), “O esquecimento da religião conduz ao esquecimento dos deveres do homem.” A Religião como filosofia além de trabalhar como um fenômeno individual, se torna também um fenômeno social. A igreja e o Judaísmo, são exemplos de doutrinas que exigem não só uma fé individual, mas também adesão a um certo grupo social, de um círculo. Enfim, como podemos compartilhar, a religião tem um poder impressionante, fazendo parte da vida humana nessas três e outras esferas. Mais que isso, a religião é parte da existência do homem, é parte da vida e do cotidiano. Mas precisamos entender que a pior das ações religiosas, seja de que direção vir, não parte da própria religião (etimologicamente falando), mas de indivíduos que num espírito de “religiosidade extrema” transformam a religião num mecanismo de ódio e caminho tortuoso, levado ao fanatismo e á irracionalidade acerca da real missão de Deus para com o mundo: Resgatar a humanidade da maldição do pecado. E para isso, em se tratando de religião com propósitos, parte daqui um único convite: abraçar, explorar e, sem nenhum medo, mergulhar nas águas límpidas dessa religião chamada Cristianismo.