segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Assembleia de Deus de Manaus faz campanha eleitoral para eleger candidata

Depois de assinar carta afirmando ser contra o aborto e que não votará artigos do Projeto de Lei 122 (projeto que criminaliza a homofobia no País) que “violem a liberdade da família, da crença e da fé pessoal”, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) recebeu, nessa quinta-feira (09), a adesão da igreja Assembleia de Deus à candidatura dela à Prefeitura de Manaus. Para oficializar o apoio, o líder da Assembleia de Deus no Amazonas, pastor Jonatas Câmara, reuniu, ontem à noite, 1,3 mil pastores da igreja em evento no Studio 5, zona Centro-Sul, para receber Vanessa e o governador Omar Aziz (PSD). E anunciou aos seguidores presentes: “Chegamos à conclusão de indicar a senadora Vanessa e tudo fazer para que ela seja a prefeita de Manaus”. De acordo com pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 29 de junho deste ano, a Assembleia de Deus tem em Manaus 208.774 membros (dados do Censo de 2010). O deputado federal Silas Câmara (PSD), irmão de Jonatas, ressaltou o peso dos mais de 208 mil membros da igreja no eleitorado de Manaus. E após o pedido de voto à Vanessa feito pelo irmão dele, o parlamentar avisou à platéia de pastores: “A palavra de Deus diz que a ovelha ouve a voz do pastor”. ‘Eu confio em vocês’, diz Omar. O governador Omar Aziz pediu que os membros da Assembleia de Deus destinem à Vanessa Grazziotin o mesmo apoio que deram a ele nas eleições de 2010. “Vamos tocar o coração das pessoas elegendo uma mulher prefeita de Manaus. Eu confio em vocês. Peço para vocês se envolverem na eleição de Vanessa”, pediu o governador. Assim como fez Silas Câmara, o governador pediu que os membros da igreja se mantenham obedientes a Jonatas Câmara. “Por que a Assembleia de Deus é forte? Porque ouve o pastor”, declarou Omar Aziz. Aos novos aliados, Vanessa agradeceu o apoio e garantiu que é o melhor nome para organizar Manaus. Sobre os pronunciamentos simpáticos a projetos em tramitação no Congresso Nacional, que desagradam os evangélicos, como apoio ao PL 122, a comunista declarou que mantém suas convicções. Mas disse que a matéria precisa ser corrigida. “Eu tenho muita tranquilidade. Sempre o que me pautou foi a necessidade de combatermos a intolerância. Tudo que fiz e disse foi em defesa das pessoas e contra a intolerância. O PL 122, o princípio do projeto é correto. Eu tenho convicção. Entretanto, a elaboração dele está errada. Abre espaços para que pessoas sejam discriminadas. Então não é um projeto correto”, disse Vanessa.