quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Ouvindo sermões como satanás!

Por Josemar Bessa
Martinho Lutero foi um dos grandes pregadores de todos os tempos. Ele explicou a necessidade crucial da pregação:
 
“Porque heresias ameaçaram a mensagem apostólica e viva, ela tinha que ser registrado em um livro para protegê-la de falsificação. A pregação traz de volta a cada dia este processo de conservação novamente, permitindo que as Escrituras do passado se tornem a notícia do presente. . .”
Agora, como ouvimos a pregação da Palavra? O famoso pregador galês, Christmas Evans, uma vez descreveu vividamente como ele imaginava que Satanás ouviria um sermão estando presente no culto: “A maneira em que um homem ouve o Evangelho é uma amostra do estado do seu coração, de seus afetos, de seus desejos, de sua natureza. Se tivéssemos que supor que Satanás entrasse na congregação, que tipo de ouvinte ele seria? Ele é o inimigo inveterado de toda a verdade, de toda justiça, de toda piedade, da santificação da alma, devoção, afeto espiritual... Se um dia então, em forma humana, ele tomasse o seu lugar entre os ouvintes do evangelho eterno, podemos imaginar que, a fim de irritar tanto quanto possível, ele iria tomar o seu lugar em um local visível, quer no âmbito do púlpito e diante dos olhos de todos. E então mostraria seu descontentamento se o pecado estivesse sendo confrontado e a santidade de Deus sendo exaltada. Estaria ansioso para se proteger contra a menor indicação de ser tocado pela pregação, se ela não expressasse os desejos e condições do coração caído e do pensamento do mundo. Não sendo assim, acharia duro, desagradável. Não haveria um traço de convicção, submissão, paz e alegria que devem aparecer num coração que está em acordo com a verdade e não que a pregação se acomode ao ego humano. Ele mostraria sua carranca, contrairia as sobrancelhas e sacudiria a cabeça mostrando a sua desaprovação ao Evangelho ouvido. Essa é a disposição diabólica ouvindo um sermão voltada apenas em proclamar a Verdade de Deus não amada num mundo caído. Tal, digo eu, seria o comportamento do arqui-inimigo como um ouvinte da Palavra de Deus. Mas não temos muitos que carregam o nome de cristãos que se comportam diante da proclamação da verdade exatamente assim? Achando-a dura, sem amor...?” Que imagem você pinta de você mesmo quando sentado sendo visto do púlpito? Você está completamente centrado como um ouvinte militando no desejo de que sua alma seja beneficiada pela verdade eterna, ou contrariado, achando a verdade dura demais, desejando apenas um pouco de auto-ajuda, psicologia, dicas para o sucesso em vária áreas de seu interesse...? Você está interessado no propósito eterno de Deus para sua alma, bem como tem uma postura a fim de também beneficiar outros que estão ouvindo, o pregador... ou mostra seu descontentamento com a verdade? O pregador vê você suspirando, franzindo as sobrancelhas, balançando a cabeça... quando certas verdades são pregadas? É uma coisa difícil e dolorosa pregar com o diabo sentado na fila da frente, mas a tarefa do pregador da verdade não é – antes de tudo – agradar os ouvidos da congregação com suas fantasias, mas alcançar o coração com as verdades de Deus. Paulo sabe que há muitas distrações e muitos obstáculos e tentações nesta proclamação. E então ele diz aos pregadores: "Prega a palavra." E ele diz como: "Conjuro-te"; "Na presença de Deus"; "E de Cristo Jesus" (Pai e Filho têm uma grande preocupação nesta matéria); "Que há de julgar os vivos e os mortos" (alicerces são levantados para a vida e a morte, e para além da vida e da morte para o julgamento final – essa é a razão da pregação.) Este é um peso extraordinário. Isso deve significar que o ministério da pregação tem muito a ver com o que acontece na revelação de Cristo em glória. Onde o pregador será chamado a prestar contas. Como muitas pessoas estavam reagindo a pregação da verdade naquela congregação? Alguns “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” - 2 Timóteo 4:3,4 Isso é o que a aparição de Cristo e de seu reino irá revelar.

Como nasce um pastor?

Por Alex Belmonte
 
“É um grande privilégio ser escolhido por Deus para fazer a sua Obra, mas é um grande dever do escolhido preparar-se para realizá-la”.
 
 Sandro dos Anjos. O chamado de um pastor é um dos assuntos mais evidentes nas Sagradas Escrituras. Seu perfil e caráter são revelados tanto no Novo como no Antigo Testamento de forma impressionante e segura. Mas parece que as credenciais bíblicas do chamado e vocação pastoral são ignoradas por alguns grupos cristãos, no que tange aos princípios para a ordenação e consagração de ministros. O que vemos muitas vezes são “pastores” realizando funções protocolares no ministério, do que ministros desempenhando o dom espiritual do apascentamento e cuidado da Igreja de Cristo. E, mais tenebroso ainda é reconhecer que existem muitos pastores que não são pastoreados, verdade essa tão clara que você pode até achar estranho o fato do ministro precisar dessa assistência, mas todo pastor necessita de uma cobertura, como assim fizeram Barnabé com Paulo (At.9.26-28; 11.22-26; 13.1-3), Paulo com Timóteo (2ª Tm.1.1-8, 13-15; 2.1,2) e muitos outros exemplos. Mas todos os pastores precisam realmente de um chamado exclusivo por Deus? Um pastor que não possui o chamado não terá êxito mesmo estando na função? As frustrações pastorais testemunhadas em nossos dias são resultados do erro quanto ao chamado ministerial? Afinal, como nasce um pastor? Primeiro desejo esclarecer os significados das palavras “vocação” e “chamado”, visto que se tratando do contexto religioso, ambas se encontram interligadas. O termo vocação, do lat. vocare é a inclinação e aptidão para determinada função. Denota uma disposição natural para uma coisa; e Chamado é a confirmação da vocação para a determinada Missão. Denota o mecanismo de ação da vocação. Devemos iniciar o entendimento bíblico do chamado em questão, a partir da figura e descrição ilustrativa do pastor de ovelhas do Antigo Testamento, pois nessa esfera, a vida do pastor em muitos aspectos é sintonizada em um paralelo com os relacionamentos espirituais do líder cristão, sendo usada pelos escritores bíblicos, repetidas vezes, como uma luz eficaz para a transmissão de experiências quanto ao ministério e chamado do pastor. O pastor de ovelhas no Antigo Testamento era facilmente identificado por quatro elementos indispensáveis em sua função: O cajado, a vara, a capa e, o alforje. O cajado era usado principalmente para guiar o rebanho e socorrer as ovelhas quando preciso (Êx. 21.19; 1º Sm. 17.40; Zc. 8.4). A vara era um símbolo de proteção e, em outros textos é chamada de bordão (2º Re. 4.29). A capa era muito importante para o pastor se acolher e se proteger e, o alforje levava alguns pertences de uso pessoal do pastor (1º Sm. 17.40). Quando chegamos ao cenário histórico do Novo Testamento vemos os líderes sendo chamados para “pastorear” o rebanho de Deus. Aqui temos o uso do termo pastor como uma nomenclatura que identificaram as próprias palavras de Cristo, quando usando a figura de metáfora, disse de Si mesmo: “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas [...] Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido”. (Jo. 10.11-14). Jesus usou a comparação por que sabia muito bem acerca do cuidado do pastor com as ovelhas nos campos. Ser pastor a partir daquele momento, na visão bíblica e neotestamentária, significava cuidar de vidas da mesma forma que Cristo demonstrou no cuidado e ensino no seu ministério na terra. Partindo desses princípios referentes às atividades da figura do pastor tanto no AT como as comparações e simbolismo no NT, a Bíblia nos revela as três funções que compreendiam as atividades reais de um pastor: 1) A proteção exclusiva do rebanho contra as feras e os perigos naturais; 2) O zelo pela seleção dos melhores pastos e campos verdes e; 3) O trato no crescimento da ovelha, com o cuidado do peso e o desenvolvimento de sua lã. A partir dessas bases a Bíblia deixa clara acerca do verdadeiro chamado de um pastor. Trata-se do servo que desde seus primeiros passos na jornada cristã, junto aos seus (sua igreja e seu pastor) possui real preocupação, primeiro na proteção da igreja de Cristo, que compreende o bloqueio das contaminações do mundo, dos falsos ensinos, dos caminhos tortuosos; segundo, o zelo pelo melhor alimento através da pregação da Palavra de Deus, que edifica, exorta, consola e desperta. Um servo que revela o chamado para pastorear sempre transmitirá mensagens dentro desses quatro aspectos; e terceiro, pela liderança espiritual que faz com que vidas desenvolvam seus ministérios e alcancem seus sonhos. O pastor é um líder e seu chamado está condicionado ás suas qualidades de liderança. O que mencionamos até aqui pode ser resumido numa verdade ampla: Não existe chamado pastoral distante dessas realizações, bem menos algum pastor usado pelo Espírito Santo com apenas uma dessas indicações, ou seja, se algum ministro está em falta em algum desses princípios, com certeza seu chamado ministerial está em desenvolvimento, mas, se lhe falta todos esses valores, com certeza jamais foi chamado por Deus para pastorear. Dentro desse raciocínio ainda desejo expor duas situações: pastores que crêem no chamado, mas passam por experiências frustrantes, e pastores que sabem realmente que não possuem o chamado, mas entraram “acidentalmente” no ambiente ministerial. No primeiro caso é de grande importância saber que o início ministerial com experiências dolorosas não significa algum tipo de erro no chamado, mas pode revelar um agir e preparo exclusivo de Deus para algo bem maior. Deus o levará a compreender isso. No segundo caso, temos alguém sem o chamado na função pastoral, mesmo assim pastoreando. A falta de êxito maior desse líder não está em seu realizar, de certo, ele sempre fará algo em suas condições, mas sua situação revela claramente que suas ações pastorais serão limitadas por lhe faltarem os elementos essenciais que preenchem sua ordem vocacional e seu chamado divino. No demais, desejamos muitos pastores Chamados, e menos chamados pastores.

Por que eu creio na Bíblia?

Por Rev. Hernandes Dias Lopes
Eu creio na Bíblia porque ela é totalmente fiel e confiável quanto à sua origem, conteúdo e propósito. Ela vem de Deus, revela Deus e chama o homem de volta para Deus. O homem não é o centro da Bíblia; Deus é. A Bíblia é o livro dos livros. Concebida no céu, nascida na terra; inspirada pelo Espírito de Deus, escrita por homens santos de Deus; proclamada pela igreja, crida pelos eleitos e perseguida pelo mundo. A Bíblia é o livro mais lido no mundo, mais amado no mundo e o mais perseguido no mundo. Destaco três verdades axiais sobre a Bíblia:
 
Em primeiro lugar, quanto à sua origem, afirmamos categoricamente que a Bíblia procede de Deus. A Bíblia não foi concebida no coração do homem, mas no coração de Deus. Não procede da terra, mas do céu. Não é produto da lucubração humana, mas da revelação divina. Muito embora homens santos foram chamados para escrever a Bíblia, e nesse processo Deus não anulou a personalidade deles nem desprezou o conhecimento deles, o conteúdo da Escritura é inerrante. O próprio Deus revelou seu conteúdo e assistiu os escritores para que registrassem com fidelidade seu conteúdo. A Bíblia não é palavra de homens, mas a Palavra de Deus. É digna de inteira confiança, pois é inerrante quanto a seu conteúdo, infalível quanto às suas profecias e suficiente quanto a seu conteúdo.
 
Em segundo lugar, quanto ao seu conteúdo, afirmamos confiadamente que a Bíblia fala sobre Deus e sua oferta de salvação. Só conhecemos a Deus porque ele se revelou. Revelou-se de forma geral na obra da criação e de forma especial em sua Palavra. É verdade que os céus proclamam a glória de Deus e toda a terra está cheia de sua bondade. É verdade que podemos encontrar as digitais do criador em todo o vasto universo. Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos. Porém, conhecemos acerca de seu plano redentor através das Escrituras. A salvação é um plano eterno de Deus. Mesmo nos refolhos da eternidade, o Pai, o Filho e o Espírito, o Deus Triúno, planejou nossa salvação. Nesse plano, o Pai escolhe para si um povo e envia o Filho ao mundo para redimi-lo. Jesus faz-se carne. Veste pele humana, vive entre os homens, cumpre cabalmente a lei, satisfaz a justiça divina e como nosso representante e substituto leva sobre si nossos pecados sobre a cruz e morre vicariamente, pagando nossa dívida e adquirindo para nós eterna redenção. Completando a obra da salvação, o Espírito Santo aplica, de forma eficaz, a obra de Cristo no coração dos eleitos, de tal forma que aqueles que Deus predestina, também os chama e aqueles a quem chama, também os justifica e aos que justifica, também os glorifica. É impossível, portanto, que aqueles que foram eleitos por Deus Pai, remidos pelo Deus Filho e regenerados e selados pelo Espírito Santo pereçam eternamente. O mesmo Deus que começou a boa obra em nós, completá-la-á até o dia de Cristo Jesus.
 
Em terceiro lugar, quanto ao seu propósito, afirmamos indubitavelmente que a Bíblia visa a glória de Deus e a redenção do pecador. A Bíblia não é um livro antropocêntrico; é teocêntrico. Seu eixo central não é o homem, mas Deus. Seu propósito não é exaltar o homem, mas promover a glória de Deus. Não é mostrar quão grande o homem é, mas quão gracioso é Deus. A história da redenção é a mais bela história do mundo. Fala de como Deus nos amou, estando nós mortos em nossos delitos e pecados. Fala de como Deus nos resgatou estando nós prisioneiros no cativeiro do pecado. Fala de como Deus nos libertou estando nós no império das trevas, na casa do valente, dominados pelo príncipe da potestade do ar. Nossa redenção tem como propósito maior a manifestação da glória de Deus e o nosso prazer nele. Concluo, portanto, com a conhecida afirmação de John Pipper: “Deus é tanto mais glorificado em nós, quanto mais nós nos deleitamos nele”.