sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Jesus não sabia de nada!

Por José Barbosa Junior
Estou decepcionado com Jesus! Depois de anos de convertido, depois de ter lido a Bíblia algumas vezes, e principalmente depois de ter lido várias e várias vezes o Novo Testamento, cheguei à conclusão de que fui iludido esse tempo todo por um líder que não sabia o que estava fazendo. Como poderia alguém que se dizia Filho de Deus não discernir as coisas espirituais e ensinar tantas coisas erradas? Como poderia ele, que se dizia o Messias, não conhecer profundamente o coração do Deus que ele disse que o enviou? Como poderia aquele que disse que enviaria o outro Consolador desconhecer as suas próprias revelações? Jesus foi um fracasso! Senão, vejamos alguns erros de seu ministério: Jesus ensinou que o Reino de Deus era semelhante ao grão de mostarda, simples, pequeno, sem ambições de poder. Que cresceria não para que a árvore se gloriasse, mas para dar ninho aos pássaros, para acolher o ferido, para dar lugar ao que sofre. Ignorante! Não sabia que “somos cabeça, e não cauda”. Na sabia que a glória da segunda casa (e da terceira, da quarta, da quinta, são tantas casas!!!) seria bem maior do que a primeira. Como ele não sabia que sofrimento não tem lugar no reino de Deus? Será que ele não sabia que quando houvesse tristezas era somente necessário “declararmos” nossa posição em Cristo, e “tomarmos posse” de nossos lugares celestiais, voando acima das tempestades? E ainda teve a coragem de dizer que, no mundo, teríamos aflições... não sabia de nada esse tal de Jesus!!! Esse tal Jesus também ensinou aos seus discípulos, pobres rapazes que deixaram tudo para o seguirem, que eles teriam que ir pelo mundo, pregando o evangelho, ensinando a todos... Coitado! Não sabia que para conquistarmos os territórios para Deus, em primeiro lugar temos que realizar atos proféticos. Não sabia que precisamos entrar em “batalha espiritual”, desarmando o chefe daquele território, e ungir os lugares, desfazendo assim toda maldição. A coisa era bem mais fácil de ser feita, e ele insistiu na idéia louca da pregação pura e simples do seu amor! Que coisa!!! Nada se conquista mais por amor... estamos em guerra, temos que destronar Satanás e seus demônios através de jejuns fortes, decretos (até mesmo leis humanas) desautorizando a ação do diabo e seus anjos naqueles lugares. Jesus não sabia que havia um princípio de legalidade, onde Satanás manteria o domínio da pessoa mesmo depois dela ter se encontrado com o Nazareno. Pobre Jesus! Ensinou que se alguém cresse nele, VERDADEIRAMENTE seria livre. Enganou as pessoas ao fazê-las crer que simplesmente a fé em seu sacrifício seria suficiente para a salvação. Ele não sabia que precisávamos de sessões de regressão e renúncia de pecados passados... achava que a cruz bastaria. Por fim, enganou a si mesmo, quando ao ser crucificado bradou em alta voz: “Está Consumado!” Quanto engano! Jesus não sabia que nada estava consumado, que sua obra era insuficiente. Não sabia que seriam necessárias sessões e mais sessões de libertação para as pessoas, mesmo depois de terem crido nele, e terem sido salvas. Nada estava consumado. Nada se encerrava ali. Muito menos a salvação. Não seríamos resgatados do Império das Trevas para o Seu Reino, isso era ilusão. Ficaríamos com ele sim, assim de “meia-boca”, mas ainda cativo ao diabo, poderoso onipotente, esse sim cheio de toda a autoridade e força, pois nem o sacrifício do Cordeiro de Deus foi suficiente para quebrar-lhe o poder. Tanto que até hoje precisamos de seminários e congressos para nos ensinar aquilo que Jesus e seus discípulos não sabiam: o poder do diabo sobre os servos dele, Jesus. Na verdade, vocês sabem, não é isso o que penso... mas é o que, infelizmente, o povo que diz seguir a Jesus, tem ensinado por aí... Que Jesus Cristo, Deus Todo-Poderoso, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz, Maravilhoso Conselheiro, Cordeiro de Deus, Eterno Salvador, Verdadeiro Libertador, tenha misericórdia de nós... Amém!

Sem graça, com graça, a graça somente

Por Clóvis Gonçalves
Fui buscado pelos que não perguntavam por mim, fui achado por aqueles que não me buscavam... Is 65:1 O fantasma de Pelágio continua a assombrar a igreja. Encontramos vestígios dele no arminianismo popular, o qual acredita que o homem tem em sua natureza poder para buscar a Deus e escolher igualmente entre o bem e o mal. Neste esquema, a graça já não é necessária de modo algum, pois ela se manifestou na cruz, quando Jesus morreu por todos os homens, cabendo a estes, de si e por si, aceitar o dom da salvação. Menos ruidoso mas igual ou mais danoso é o semi-pelagianismo, que admite a necessidade da graça, mas nega seu caráter determinante. Admitem que a graça é necessária, mas não que é suficiente. Segundo este sistema, a graça encontra a sua eficácia no homem e não em Deus. O semi-pelagianismo encontra sua expressão no arminianismo moderno, mais culto e iluminado que o arminianismo popular, mas nem por isso menos errado, pois sutilmente solapa a Sola Gratia. Contra pelagianos e semis-pelagianos, temos a voz de Deus via profeta Isaías. Notemos que Deus afirma dos homens que "não perguntavam por mim". Isso revela desinteresse por parte do homem natural das coisas espirituais. Deus e o estado de sua alma não faz parte das cogitações do homem. Qual assunto, por mais frívolo que seja, é mais importante que as coisas espirituais e santas. Continua o Senhor dizendo que os homens "não me buscavam". Isto mostra que além de desinteresse, os homens não sentem necessidade de Deus. Vivem num vazio existencial mas não atinam que Deus seja o que precisam para dar sentido à sua existência. Correm atrás de dinheiro, prazeres, fama e tantas outras coisas, e quando a alcançam "é apenas canseira e enfado". Mas em sua cegueira não sentem que Deus é e tem o que precisam, então vão em busca de mais dessas mesmas coisas, pensando que se trata de quantidade. É quando os homens estão nessa indiferença em relação a Deus e quando concentram seus esforços em buscar o que não lhes satisfará, que Deus diz "fui achado por aqueles que não me buscavam". Mesmo que eles não procurassem por Ele, o Senhor disse "eis-me aqui, eis-me aqui"! É Deus que vem ao encontro do homem, que desperta nele interesse e que coloca dentro dele um coração que anele por Jesus. O pelagiano pode esperar que sua natureza o incline para o bem, isso nunca acontecerá. Arminiano pode apostar suas fichas num livre arbítrio capaz de cooperar com a graça. Mas nós diremos com Salomão: "Leva-nos após Ti" (Ct 1:4).

Tudo é definido em termos de nós, e isso contamina tudo!

Por Josemar Bessa 
 A visão da Paternidade de Deus se perdeu completamente. Se olharmos os Puritanos, Reformadores... teremos uma visão completamente diferente da que temos hoje no meio evangélico. Se você for de igreja em igreja hoje e perguntar o que as pessoas entendem pela Paternidade de Deus, elas responderão que significa que "Deus me ama, que Ele vai cuidar de mim, vai me guiar, me levar pro céu...” Basicamente isso é “verdade”, mas onde está o problema???? Está no me, me, me, me... sem fim – tudo é definido em termos de nós – humanos. Este é o ponto de vista predominante e isso a tudo contamina. Quando Deus nos deu os Dez Mandamentos – na Segunda Tábua, o mandamento mais precioso para os filhos é “Honra teu pai e tua mãe...” (Ex 20.12). Deus quer nos ensinar o exato oposto daquilo que domina a mente “evangélica atual” – “Honra o teu pai!...” – Quando pensamos na Paternidade de Deus deveríamos em primeiro lugar não pensar nada a nosso próprio respeito. – Mas na Honra de nosso Pai. Como Ele deve ser honrado, respeitado, obedecido, venerado. Como deveríamos em tudo defender Sua vontade expressa em Sua Palavra... Em nossa sociedade perdemos a dimensão central e bíblica da paternidade. A idéia de respeito, honra e obediência. O pai é só um amigão que vive para satisfazer nossas necessidades... Não podemos conhecer Deus, o Pai, com essa idéia em mente. Thomas Watson (Puritano - 1610-1686) nos mostra uma visão completamente diferente de como filhos deviam ver seus pais e como conseqüência, ver a Deus, o Pai. Ele diz: “como as crianças deviam ver seus pais e demonstrar honra a eles?” – E ele mesmo responde baseado em grande quantidade e textos bíblicos: “Devem mostrar com um amor reverencial. Com um temor misturado com amor expressado com palavras e gestos”. É isso que vemos hoje nos lares? Mesmo nos lares evangélicos? É esse o ar que respiramos em meio as famílias? NÃO!! Amor, estima reverencial não é dado pelos filhos e nem esperado pelos pais. Como poderíamos esperar que hoje se tivesse uma visão correta da Paternidade de Deus? O ideal de paternidade é completamente secular – Deus como Pai não é honrado – um amor reverencial não é prestado a Deus – Ele tão somente é visto como alguém que se nos “ama’, deve nos fazer felizes, nos dando coisas e não nos negando nada. Que definição pífia nós temos de amor, felicidade, paternidade... É pífia, pois vem do mundo e não de Deus, não de Sua Palavra. Como resultado, Deus é tremendamente desonrado onde devia receber toda honra – na igreja. Esta é a mensagem de Deus para nós: “O filho honra o pai ( pelo menos devia), e o servo, ou seu senhor” – então Deus pergunta – “Se eu sou Pai, onde está minha honra? E se Sou Senhor, onde está o respeito para comigo? – diz o Senhor dos exércitos” (Ml 1.6). Ah! Grande parte dos problemas que vivemos no evangelicalismo hoje não está aí? Heresias, desvios claros da Palavra, desprezo sobre o ensinamento apostólico, endeusamento do dinheiro, misticismo, abandono das Doutrinas da Graça... Tudo cabe nessa denúncia – “Se eu sou Pai, onde está a minha honra?” – A idéia de que Deus existe para nós e não nós para sua glória e honra e todos os demais desvios estão incluídos nesta pergunta. O que Deus está dizendo é que Sua Paternidade gloriosa implica em um DEVER SAGRADO de seus filhos em honrá-lo, obedecê-lo, respeitá-lo e demonstrar amor reverencial. Deus em Sua Palavra usa os profetas para nos ajudar a sentir a MAJESTADE DE NOSSO PAI. Deus não nos mostra simplesmente que devíamos mostrar gratidão por um pai que cuida de nós (e Ele cuida) – Ele vai muito além. Devíamos mostrar honra a um Pai que é todo majestoso e auto-suficiente: “Se eu sou Pai, onde está minha honra? E se Sou Senhor, onde está o respeito para comigo? – diz o Senhor dos exércitos” – Ele é o Senhor dos Exércitos – o grande “Eu Sou”! Um evangelho que não leva o homem em tudo a honrar e glorificar a Deus; e sim ver Deus de uma maneira utilitária, mundana e secular – é um evangelho falso.