segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Natal, uma boa nova de grande alegria

  Por Rev. Hernandes Dias Lopes
O Natal é a celebração do nascimento de Jesus, o Filho de Deus. Muitos cristãos hesitam em comemorar o Natal e outros chegam mesmo a fazer oposição a essa comemoração, em virtude de não sabermos, com exatidão, a data precisa em que aconteceu esse fato auspicioso. Ainda outros desaconselham a celebração do Natal em virtude dos vários adendos acrescidos à festividade como presépio, árvore enfeitada e Papai Noel. Entendemos, que esses acréscimos não fazem parte do verdadeiro Natal e não devem distrair nossa atenção. Precisamos, portanto, resgatar o verdadeiro sentido do Natal e devolvê-lo a seu verdadeiro dono, Jesus Cristo, nosso Salvador. 
A celebração do Natal é legítima, pois o primeiro Natal foi motivo de festa no céu e na terra, comemorado pelos anjos e pelos homens. A grande notícia anunciada pelo anjo do Senhor, aos pastores de Belém foi: “Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.10,11). Natal é a verdade bendita de que o Eterno entrou no tempo, Deus se fez homem e o Senhor dos senhores se fez servo. Natal é o cumprimento do plano da redenção, traçado nos refolhos da eternidade. Natal é a concretização da promessa do Pai e o cumprimento das profecias anunciadas pelos patriarcas e profetas. Natal é a consumação da esperança de Israel. Na plenitude dos tempos, o Cristo de Deus, nasceu de mulher, nasceu sob a lei, para nos redimir dos nossos pecados.

Natal não é festa gastronômica. Natal não é o comércio guloso capitaneado pelo velho bojudo de barbas brancas. Natal não é troca de presentes nem ruas enfeitadas com cores policromáticas. Natal é a luz do céu invadindo a escuridão da terra. Natal é o Verbo eterno de Deus, se fazendo carne para habitar entre nós, cheio de graça e de verdade. Natal é o Deus que nem o céu dos céus pode contê-lo esvaziando-se, a ponto de nascer como um bebê numa pobre vila da Judéia. Natal é o criador e dono do universo despojando-se de sua glória para calçar as sandálias da humildade, fazendo-se pobre para tornar-nos ricos. Natal é a proclamação embalada nas asas da alegria, anunciando que Jesus é o Salvador do mundo, o Messias prometido, o Senhor do universo.

Natal é a evidência mais eloquente do amor de Deus aos pecadores. Quando Deus criou o universo, fê-lo pela palavra do seu poder. Quando Deus criou o homem, colocou a mão no barro. Porém, quando Deus desceu para resgatar o homem entrou no barro, pois o Verbo se fez carne, vestiu pele humana e armou sua tenda entre nós. Natal é a consumação da maior dádiva de Deus ao homem. Deus amou o mundo e deu seu Filho Unigênito para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Deu-o não a quem merece, mas a pecadores indignos. Deu-o não para ser exaltado entre os homens, mas para ser cuspido por eles. Deu-o não para entrar na história como o Rei da glória, mas para carregar a cruz maldita, como servo sofredor. Deu-o não na última hora, mas desde a eternidade!

Natal é a festa da salvação. É a celebração que nos remete ao plano eterno de Deus, quando a própria Trindade, no recôndito dos tempos eternos, decidiu nos amar e nos destinar para a salvação. Nesse projeto divino, o Pai envia o Filho e o Filho se submete ao Pai. Nesse decreto eterno, o Pai escolhe um povo e o dá como presente a seu Filho. O Filho deixa a glória que sempre teve com o Pai e desce para morrer em favor desse povo. O Espírito Santo, regenera e sela esse povo como propriedade exclusiva de Cristo. Agora, nós, povo de Deus, povo redimido, alcançado pela graça, devemos exaltar pelos séculos sem fim, o Cordeiro de Deus, por tão grande salvação.

Que o Natal de Jesus seja celebrado por todos nós, com fervor efusivo, com alegria indizível e com entusiasmo sem igual!

O Evangelho da Mentira

Por A.W. Pink
Satanás não é um iniciador; ele é um imitador. Deus tem um Filho unigênito, o Senhor Jesus Cristo; de modo similar, Satanás tem o “filho da perdição” (2 Ts 2.3). Existe uma Trindade Santa; de maneira semelhante, existe a Trindade do Mal (Ap 20.10). Lemos nas Escrituras a respeito dos “filhos de Deus”? Lemos também sobre os “filhos do maligno” (Mt 13.38). Deus realmente realiza em seus filhos tanto o querer como o executar a sua boa vontade? Somos informados que Satanás é o “espírito que agora atua nos filhos da desobediência” (Ef 2.2). Existe um “mistério da piedade” (1 Tm 3.16)? Também existe um “mistério da iniqüidade” (2 Ts .7).
A Bíblia nos diz que Deus, por meio de seus anjos, sela os seus servos em suas frontes (Ap 7.3)? Aprendemos igualmente que Satanás, por meio de seus agentes, coloca uma marca sobre as frontes de seus servidores (Ap 13.16). As Escrituras nos revelam que o “Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus” (1 Co 2.10)? De maneira semelhante, Satanás possui as suas “coisas profundas” (Ap 2.24). Cristo realiza milagres? Satanás também pode fazer isso (2 Ts 2.9). Cristo está assentado em seu trono? De modo semelhante, Satanás tem o seu trono (Ap 2.13). Cristo possui uma Igreja? Satanás tem a sua sinagoga (Ap 2.9). Cristo é a luz do mundo? De modo similar, o próprio Satanás “se transforma em anjo de luz” (2 Co 11.14). Cristo designou os seus apóstolos? Satanás também possui os seus apóstolos (2 Co 11.13). Tudo isso nos leva a considerar o “Evangelho de Satanás”.
Satanás é um arquiimitador. Ele está agora em atividade no mesmo campo em que o Senhor Jesus semeou a boa semente. O diabo está procurando impedir o crescimento do trigo, utilizando-se de outra planta, o joio, que em aparência se assemelha muito ao trigo. Em resumo, por meio de um processo de imitação, Satanás está almejando neutralizar a obra de Cristo. Portanto, assim como Cristo tem um evangelho, Satanás também possui um evangelho, que é uma imitação sagaz do evangelho de Cristo. O evangelho de Satanás se parece tanto com aquele que procura imitar, que multidões de pessoas não-salvas são enganadas por este evangelho.
O apóstolo Paulo se referiu a este evangelho, quando disse: “Admirame que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo” (Gl 1.6,7). Este falso evangelho estava sendo proclamado mesmo nos dias do apóstolo, e uma terrível maldição foi lançada sobre aqueles que o pregavam. O apóstolo continuou: “Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema” (v. 8). Com a ajuda de Deus, nos esforçaremos para explicar, ou melhor, para desmascarar este falso evangelho.
O evangelho de Satanás não é um sistema de princípios revolucionários, nem mesmo um programa de anarquia. Este evangelho não promove conflitos ou guerras, mas tem como alvo a paz e a unidade. Não procura colocar a mãe contra a filha, nem o pai contra o filho; ao invés disso, ele fomenta o espírito de fraternidade pelo qual a raça humana é considerada uma grande “irmandade”. Este evangelho não procura mortificar o homem natural, e sim aprimorá-lo e enaltecê-lo. O evangelho de Satanás defende a educação e a instrução, apelando ao “melhor que há no íntimo do ser humano”; tem como alvo fazer deste mundo um habitat tão confortável e agradável, que a ausência de Cristo não será sentida e Deus não será necessário. O evangelho de Satanás se esforça para manter o homem tão ocupado com as coisas deste mundo, que não tem ocasião nem inclinação para pensar no mundo por vir. Este evangelho propaga os princípios do auto-sacrifício, da caridade e da benevolência, ensinando-nos a viver para o bem dos outros e sermos bondosos para todos. Apela fortemente à mentalidade carnal, tornando-se popular entre as massas, porque ignora os solenes fatos de que, por natureza, o homem é uma criatura caída, está alienado da vida de Deus, morto em delitos e pecados, e de que a única esperança se encontra em ser nascido de novo.
Em distinção ao evangelho de Cristo, o evangelho de Satanás ensina que a salvação se realiza por meio das obras; incute na mente das pessoas a idéia de que a justificação diante de Deus ocorre com base nos méritos humanos. A frase sagrada do evangelho de Satanás é: “Seja bom e faça o bem”; mas falha em reconhecer que na carne não habita bem algum. O evangelho de Satanás anuncia uma salvação que se realiza por meio do caráter, uma salvação que é o reverso da ordem estabelecida por Deus, em sua Palavra — o caráter se manifesta como fruto da salvação. As ramificações e organizações deste evangelho são multiformes. Temperança, movimentos de reforma, associações de cristãos socialistas, sociedades de cultura ética, congressos sobre a paz, todas estas coisas são empregadas (talvez inconscientemente) em proclamar este evangelho de Satanás — a salvação pelas obras. Cristo é substituído pelo cartão de apelo; o novo nascimento do indivíduo é trocado pela pureza social; e a doutrina e a piedade são substituídas por filosofia e política. A cultivação do velho homem é considerada mais prática do que a criação de um novo homem em Cristo Jesus, enquanto a paz universal é procurada sem a interposição e o retorno do Príncipe da Paz.
Os apóstolos de Satanás não são donos de bares e negociantes de escravos brancos; em sua maioria, eles são ministros do evangelho ordenados por igrejas. Milhares daqueles que ocupam os púlpitos das igrejas modernas não estão mais engajados em apresentar as verdades fundamentais da fé cristã; eles deixaram de lado a verdade e se entregaram a fábulas. Em vez de magnificarem a grande vileza do pecado e revelarem as suas eternas conseqüências, tais ministros minimizam o pecado, por declararem que este é apenas uma ignorância ou uma ausência do bem. Em vez de advertirem seus ouvintes a fugirem da “ira vindoura”, tais ministros tornam Deus um mentiroso, por declararem que Ele é muito amável e misericordioso e que, por isso mesmo, não enviará qualquer de suas criaturas para o tormento eterno. Em vez de declararem que, “sem derramamento de sangue, não há remissão”, tais ministros apenas apresentam Cristo como o grande Exemplo e exortam seus ouvintes a seguirem os passos dEle. Temos de afirmar a respeito desses ministros: “Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus” (Rm 10.3). A mensagem deles talvez pareça bastante plausível, e seu objetivo, digno de louvor; todavia, lemos a respeito deles: “Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras” (2 Co 11.13-15). Além do fato de que centenas de igrejas estão sem líderes que proclamem fielmente todo o conselho de Deus e apresentem o caminho de salvação dEle, também temos de encarar o fato de que a maioria das pessoas destas igrejas provavelmente têm de aprender a verdade por si mesmas