quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O diabo do homem faz a Bíblia falar

 


“E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela”. (Gênesis 3.6, ênfases minhas)
Todos conhecemos o relato da tentação. Nele lemos ter o diabo sugerido a Eva que o fruto proibido daria um conhecimento tal que não se tinha domínio. Deus, ainda segundo o diabo, omitiu conhecimento, poder e domínio que agora tinham o seu desvelamento tornados possíveis seguindo os rastros indicados pela serpente. Eva, então, viu, desejou e tomou para si o fruto, e o deu a seu marido. O conhecimento veio, mas não do modo como desejaram.

Quando era pastor em uma igreja aqui em São Paulo, durante a reunião com o grupo de jovens, um deles perguntou: “Pastor, por que a Bíblia não fala nada sobre grandes temas da humanidade?”. Perguntei “Quais temas?”. O jovem disse: “A construção das pirâmides, o advento de Hitler…”.

A Bíblia, o texto sagrado dos cristãos, deveria ser usada somente para anunciar a salvação da alma. A mim parece ser este o eixo natural, o tema central já em Gênesis que segue até ao Apocalipse. O assunto da Bíblia é a salvação por causa da Queda descrita acima, e esta salvação é realizada em Jesus, que é amplamente anunciado em suas páginas.
 
Assim, o texto da Bíblia tem sua maior concentração nos assuntos pertinentes a salvação. Para o autor divino (Yahweh) e os autores humanos (sacerdotes, apóstolos, profetas e outros), a “humanidade” a quem a Bíblia se dirige, é a humanidade toda. A Bíblia registra grandes temas relativos à humanidade. Em outras palavras, todas as coisas necessárias ao conhecimento humano (eventos, histórias, pessoas, testemunhos etc.) e inerentemente relevantes ao universo religioso judaico-cristão, estabelecido e permanente há pelo menos seis mil anos, estão contidos na Bíblia.
No entanto, do Iluminismo para cá, a Bíblia tem sido atacada de todas as formas, usada indevidamente, acusada de todos os crimes, recusada por todas as declarações que faz. Mas ela está aí, aumentando a sua presença, sendo traduzida para novos idiomas e dialetos e sendo exportada para culturas que antes a rejeitavam.
Os ataques contra ela parecem não ameaçá-la: ninguém há que ofereça substituto ao modelo de salvação da alma humana como a Bíblia. Acusá-la de imprecisão científica? A Bíblia não é um livro de ciências; é um livro que trata da salvação, como disse. Ela tem erros nas informações geográficas? Seu assunto é a salvação. Há imprecisão historiográfica? Ela se ocupa da alma humana. Essas acusações não dizem respeito ao seu “negócio principal” e ela não faz concessões: seu foco é a salvação do pecador perdido.
 
Se o empenho do Iluminismo e da modernidade não afetaram a credibilidade da Bíblia, a outras correntes mais modernas ela parece ter envelhecido; sua proposta precisava de uma repaginada.
 
Com lentes inadequadas para enxergar as propostas anunciadas por seus autores supracitados, novas abordagens foram aplicadas na leitura do texto bíblico para “readequá-la” a mente moderna. Resumidamente, num continente impregnado pelo racionalismo cientificista, o programa de demitologização dos teólogos liberais não sobreviveu até aos nossos dias. Ela não abriu mão de suas histórias, ainda que parecessem míticas.
Já nos Estados Unidos, o próprio berço de ouro deu ocasião a aplicação de uma abordagem capitalista e consumista, para que ela falasse a linguagem do mercado; e foi criada a pobre Teologia da Prosperidade (e da saúde do corpo).[1]
Na América Latina, quando a massa pobre era a regra no continente, uma leitura libertária da Biblia (ou ao menos de alguns textos específicos), deu ocasião, primeiramente no seio da Igreja Católica e mais recentemente no meio evangélico, a Teologia da Libertação. Quiseram que a Bíblia declarasse sua opção pelos pobres, já que eram muitos. Quando conjunturas econômicas mais favoráveis avançaram, os evangélicos importaram dos Estados Unidos o que havia sobrado da Teologia da Prosperidade, seduzindo-a a prometer vida mansa, tal qual um gênio da lâmpada.
E assim a Bíblia tem sido sequestrada e usada para fins outros. No cativeiro da cultura onde é feita refém, quem se aproxima dela com concepções ou conveniências próprias usam-na para fazê-la falar o que querem ouvir, o que é agradável aos olhos e o que é desejável entender. Tal qual o diabo fez, toda tentativa de fazer ou usar a Bíblia para uma finalidade estranha ao seu sentido particular, é uma tentativa diabólica. Esses não terão parte na árvore da vida (Ap 22.19), a qual é destinada a quem perseverar.

Em todos os casos, a Bíblia sobreviverá a cada um de nós preservando em suas páginas a mensagem para a qual foi planejada e escrita. E que bom que tem sido assim, que ela viva por si, até mesmo sem essa minha defesa.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A tragédia de Santa Maria: Deus está do lado dos que sofrem


Por Leonardo Gonçalves

Tragédias como a de Santa Maria – RS costumam suscitar o debate sobre a soberania de Deus e a responsabilidade humana. Um debate besta, diga-se de passagem, uma vez que a Bíblia afirma tanto uma coisa como a outra. É verdade que não podemos explicar o paradoxo, mas podemos aceitar a verdade revelada e crer que Deus é poderoso até mesmo para extrair o bem do mal, redimindo a dor das famílias enlutadas.

Mesmo assim, os corações sensíveis costumam perguntar-se: “Onde está Deus em uma hora assim?”. De certo, é uma pergunta complicada, mas pode ser dissipada à luz do evangelho: Jesus sempre se posicionou ao lado dos sofredores. Creio que em momentos assim, devemos recordar este fato. Jesus se interessa em nosso sofrimento, pois ele mesmo experimentou na carne o que é sofrer. Ele é empático à nossa dor.

Em lugar de perguntar onde está Deus em meio à tragédia, devemos recordar que todo caos neste mundo foi desencadeado pelo pecado. Este mundo não é mais aquela criação original de Deus, porém o Senhor promete em sua palavra que haverá um dia em que ele restaurará todas as coisas. Naquele dia, diz o profeta-apostolo, “Ele enxugará dos olhos toda lagrima, e já não haverá morte, nem pranto, nem clamor ou dor” (Ap 21.4). Até lá, no entanto, permanece a máxima inexorável: “no mundo tereis afliçoes”.

Creio que em lugar de içar dedo acusador, a igreja deveria se posicionar ao lado dos que sofrem, pois é lá que Cristo está. Como corpo de Cristo, precisamos levar consolação aos corações dos parentes das vitimas desta catástrofe. Em lugar de perder-nos em debates teológicos que não vão levar a nenhum lugar, e ainda aprofundarão a dor no coração de quem perdeu um pedaço de si, devemos levar esperança onde ela está prestes a extinguir-se.

Aos profetas despiedados, evangélicos sem evangelho, urubus religiosos cujo oficio no ultimo dia tem sido insultar a memoria das vitimas do incêndio em Santa Maria lançando em rosto seus pecados, gostaria de fazê-los recordar as palavras de Jesus no evangelho de Lucas, muito propicias em tempos de calamidade:

“E naquele mesmo tempo, estavam presentes ali alguns que lhe falavam dos galileus cujo sangue Pilatos misturara com os seus sacrifícios. E respondendo Jesus, disse-lhes: Cuidais vós que esses galileus foram mais pecadores do que todos os galileus, por terem padecido tais coisas? Não, vos digo; antes, se vos não arrependerdes, todos de igual modo perecereis. E aqueles dezoito sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, cuidais que foram mais culpados do que todos quantos homens habitam em Jerusalém? Não, vos digo; antes, se vos não arrependerdes, todos de igual modo perecereis.” (Lucas 13:1-5)

Que Deus abençoe as famílias das vitimas do incêndio em Santa Maria. E que Deus fortaleça a igreja gaúcha para ser “a fortaleza do necessitado na sua angústia, refúgio contra a tempestade” (Isaías 25.4).

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Como barro nas mãos do oleiro


 
Por Rev. Hernandes Dias Lopes
Jeremias 18.1-6 é um dos textos mais sugestivos da Bíblia. O profeta é chamado não para pregar um sermão, mas para fazer o sermão. Ele desce à casa do oleiro para ver como este molda o barro informe e faz dele um vaso belo, útil e precioso. Esse importante relato nos ensina grandiosas lições espirituais. Vejamo-las.

1. O oleiro dá forma ao vaso – O oleiro apanha o barro informe e amorfo e dá a ele uma forma única e singular. Nós somos como o barro. Se abandonados à nossa própria sorte, somos como barro sem vida e sem forma. Deus é o oleiro que toma esse barro, trabalha nele e o molda segundo o seu querer. O barro é totalmente passivo nas mãos do oleiro. Ele recebe a forma que o oleiro quer. O oleiro é soberano em fazer do barro o que lhe apraz. Foi Deus quem nos criou e nos deu forma. Ele é quem nos molda segundo o seu querer e para os propósitos soberanos da sua vontade. O barro não pode rebelar-se contra o oleiro nem fazer sua própria vontade. Cabe-lhe sujeitar-se humildemente ao propósito do oleiro.

2. O oleiro dá beleza ao vaso – O oleiro não apenas dá forma ao vaso, mas também beleza. A peça de barro é modelada, desenhada, pintada, levada ao forno e vitrificada. É um dos itens mais funcionais que existem e, também, um dos mais belos. Nós somos feitura de Deus. Somos o seu poema mais belo, a menina dos seus olhos, a sua herança e a sua delícia. Deus não apenas nos criou, mas também está nos modelando e nos transformando na imagem de Cristo. Deus está trabalhando em nós e nos refinando até que a beleza de Cristo seja vista em nós. Nós somos o santuário da habitação de Deus. A glória de Deus está neste santuário. As digitais de Deus e a beleza divina estão estampadas neste vaso. A glória do vaso não está em seu material. Ele é de barro, mas o que tem dentro deste vaso é que lhe dá beleza e valor. O apóstolo Paulo escreve: “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2Co 4.7).

3. O oleiro dá utilidade ao vaso – Normalmente, fazemos distinção entre o que é útil e o que é belo; entre o necessário e o elegante. Um vaso é sempre útil. Ele é moldado para ser usado com um propósito. Nós somos salvos para sermos vasos de honra. Um vaso para ser útil precisa estar limpo e sem rachaduras. Um vaso é usado para ornamentar e para transportar algum conteúdo. Como vasos de honra, refletimos a glória do nosso Deus e transportamos um senso real da sua presença. Assim como cada vaso é uma obra de arte singular, somos também obras primas do criador. Não há ser humano que não seja útil e que não tenha o seu papel dentro do propósito divino. Não há ser humano que não seja único, dotado de linhas, cores e formas, totalmente distintas de qualquer outro. Deus não faz vasos em série. Cada vaso é singular.

4. O oleiro faz de novo o vaso estragado – O oleiro não jogou fora o vaso que se lhe estragou na mão. Ele fez dele um outro vaso, um vaso novo conforme sua vontade. Deus amassa e pressiona, estica e comprime o barro. O trabalho do oleiro é reiniciado hábil e pacientemente. Deus não joga fora o vaso que foi danificado. “Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel?” (Jr 18.6). Deus não desiste de nós. Ele nos dá uma segunda chance e nos oferece a oportunidade de recomeçar uma nova caminhada. Esse processo não é indolor, mas seu resultado é glorioso. Deus quebra o vaso e faz dele um vaso novo. Deus amolece o barro, amassa-o, molda-o e depois o leva ao fogo. Então, depois desse processo, renasce um vaso belo, útil e precioso, um vaso de honra!

domingo, 27 de janeiro de 2013

Será mesmo que Deus ama e deseja a salvação de todos?


Heitor Alves
Se fizermos esta pergunta para todos o evangélicos, a maioria esmagadora responderiam afirmativamente. São vários os motivos para se responder positivamente a pergunta. Existe um sentimento de que o homem é bom e que não merece ser castigado. O interessante é que querem que Deus sinta este mesmo sentimento quando o assunto é condenação. Deus não pode condenar o homem e nem quer fazer isso. O homem tem valor. Ele é bom, não é tão mau a ponto de merecer o inferno.
Este sentimento tem penetrado nas igrejas evangélicas, distorcendo a teologia bíblica. A teologia predominante nos púlpitos é uma teologia humanista, uma teologia agradável ao homem. Se ouve, domingo após domingo, assuntos relacionados ao existencialismo, onde colocam Deus como um super-herói preparado para enfrentar as dificuldades que o homem venha a sofrer. Se Deus procura "evitar" que o homem sofra nesta vida, muito mais Ele fará na alma do homem. Por isso, vemos aquela doutrina satânica de que Deus deseja e quer a salvação de todos os homens!
Esse é o resultado prático de um cristianismo que jogou no lixo as Sagradas Escrituras. Estão pisando na Palavra de Deus. Rasgando suas páginas e jogando-as nas fogueiras de uma "inquisição" construída para não abalar a credibilidade e não desvalorizar o homem. E de que modo é praticada esta moderna "inquisição"? Não é mais com fogueiras literais ou confisco de bens, ou até mesmo de perda da liberdade. Mas esta moderna forma de "inquisição" é praticada quando é negada a autoridade absoluta e suprema das Escrituras sobre a igreja, e se busca novas revelações extrabíblicas, tratando-as como suprema autoridade.
Por isso encontramos uma grande hostilidade quando vamos expor o que de fato as Escrituras afirmam sobre os assuntos abandonados pelos evangélicos atuais, dentre eles o assuntos sobre a expiação limitada.
Deixando de lado todas as emoções ou humanismo, vamos expor aquilo que a Bíblia fala a respeito do desejo de Deus com respeito a salvação do homem. Afinal de contas, Deus quer a salvação de toda a humanidade?
Todos os arminianos, sem exceção, ao começarem uma discussão a respeito do amor de Deus, lembram logo de João 3.16. “Deus amou o mundo”! Todos são alvos do amor de Deus! É injusto lembrarmos apenas do verso 16. Por que não citar até o verso 21?
16 Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
17 Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
18 Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.
19 O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más.
20 Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem argüidas as suas obras.
21 Quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque feitas em Deus.
O texto não diz que Deus ama todos os homens. Jesus está dizendo que o amor de Deus não se estende apenas aos judeus de sua época, mas o seu amor alcança pessoas além dos limites da Judéia. O seu amor se estende também aos gentios. Interessante que os arminianos não conseguem enxergar que o alvo do amor de Deus são aqueles que crêem em Jesus Cristo, e somente eles. Veja que o verso 18 decreta a condenação daqueles que não crêem "porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus". Deus não pode amar aquele que se mantém rebelde contra Jesus. O amor de Deus não está nele, e sim a sua ira: "Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus" (Jo 3.36).
O curioso do ensinamento arminiano é que a teologia arminiana diz uma coisa e a bíblia diz outra. Por exemplo: se Deus ama a todos indiscriminadamente (como afirmam os arminianos) a lógica é Cristo orar e desejar a salvação de todos! Mas ele não deseja isso. Podemos notar isso na oração que ele faz em João 17. Cristo ora para que Deus conceda a vida eterna para um grupo seleto de pessoas: "Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e eles têm guardado a tua palavra. Agora, eles reconhecem que todas as coisas que me tens dado provêm de ti; porque eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste, e eles as receberam, e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste" (Jo 17.6-8). Em seguida, Cristo fulmina os arminianos com as seguintes palavras: "É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus" (v.9). Por todo o capítulo 17, Cristo repete sempre as mesmas palavras "aqueles que tu me deste", "homens que me deste do mundo".
Eu não posso acreditar que há um desentendimento entre o Pai e o Filho. Não posso acreditar numa confusão na Trindade! Deus desejando salvar a todos, mas o Filho orando por alguns. O próprio Jesus afirmou que Ele veio fazer a vontade do Pai, esta é a sua comida (Jo 4.34). Deus não ama a todos e não quer a salvação de todos!
Para encerrar, tenho mais uma prova de que Deus não deseja a salvação de todos. A prova está em Mateus 11.20-24.
20 Passou, então, Jesus a increpar as cidades nas quais ele operara numerosos milagres, pelo fato de não se terem arrependido:
21 Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom se tivessem operado os milagres que em vós se fizeram, há muito que elas se teriam arrependido com pano de saco e cinza.
22 E, contudo, vos digo: no Dia do Juízo, haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que para vós outras.
23 Tu, Cafarnaum, elevar-te-ás, porventura, até ao céu? Descerás até ao inferno; porque, se em Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se fizeram, teria ela permanecido até ao dia de hoje.
24 Digo-vos, porém, que menos rigor haverá, no Dia do Juízo, para com a terra de Sodoma do que para contigo.
Cristo passa a condenar as cidades que tiveram a oportunidade de presenciar a pregação do evangelho (que naquela época era acompanhada da operação de milagres que testificavam da pregação). Corazim, Betsaida e Cafarnaum foram as cidades onde Cristo pregou o evangelho e mesmo assim estas cidades não se converteram. A partir daí, Cristo nos revela algo que nos incomoda: ele começa a “passar na cara” destas cidades que se ele tivesse pregado (e operado milagres) nas cidades de Tiro, Sidom e Sodoma, elas teriam se arrependido “com pano de saco e cinza” e permanecido “até ao dia de hoje”.
Se Cristo sabia que essas cidades iriam se arrepender com sua pregação, então, porque ele não foi até elas? Porque Cristo abriu mão dessas cidades, sabendo que os seus habitantes seriam convertidos e ingressados no reino dos céus? Deus não ama a todos? Então porque Deus deixou de fora dos céus os homens, as mulheres, os idosos, as crianças, os jovens e os adolescentes de Tiro, Sidom e Sodoma? Não foi o próprio Jesus quem afirmou: “Eu vos afirmo que, de igual modo, há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende” (Lucas 15:10)? Porque Deus evitaria causar uma grande festa no céu por ocasião de três cidades arrependidas? Deus não ama a todos?
Isso me faz lembrar um outro texto: Isaías 6.9-13:
9 Então, disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvi, ouvi e não entendais; vede, vede, mas não percebais.
10 Torna insensível o coração deste povo, endurece-lhe os ouvidos e fecha-lhe os olhos, para que não venha ele a ver com os olhos, a ouvir com os ouvidos e a entender com o coração, e se converta, e seja salvo.
11 Então, disse eu: até quando, Senhor? Ele respondeu: Até que sejam desoladas as cidades e fiquem sem habitantes, as casas fiquem sem moradores, e a terra seja de todo assolada,
12 e o SENHOR afaste dela os homens, e no meio da terra seja grande o desamparo.
13 Mas, se ainda ficar a décima parte dela, tornará a ser destruída. Como terebinto e como carvalho, dos quais, depois de derribados, ainda fica o toco, assim a santa semente é o seu toco.
Deus envia Isaías para pregar a um povo que não se arrependerá. Não se arrependerá porque Deus tornará insensível o coração desse povo. Não se arrependerá porque Deus endurecerá os ouvidos. Não se arrependerá porque fechará os olhos, para que não venha ele a ver com os olhos, a ouvir com os ouvidos e a entender com o coração, e se converta, e seja salvo”.
Somente os eleitos de Deus são os alvos do amor salvífico de Deus. Somente os seus eleitos experimentarão a graça de serem participantes do seu reino.
Não cabe a nós imaginarmos quem é o alvo do amor de Deus e quem não é. Não temos esse poder. Não podemos deixar de pregar o evangelho a alguém achando que esse alguém não faça parte dos eleitos. Resta-nos pregar o evangelho ao máximo de pessoas possíveis, sem fazer distinção. Precisamos olhar para as pessoas como um “eleito” em potencial. Todos os homens são passíveis de receberem a Cristo de bom grado e de coração. Por isso precisamos pregar o evangelho a toda criatura. A pregação do evangelho a todos não garante salvação. Precisamos ser o agricultor que joga as sementes em vários tipos de solos; mas isso não garante que todos os solos receberão as sementes e se transformarão em belas plantas e árvores. Deus mesmo fará com que as sementes da Sua palavra caia em corações que Ele mesmo preparou para recebê-las.
Devemos cumprir com nossa obrigação de pregar o evangelho a todos. Inclusive aos nossos parentes. Não sabemos o que Deus planejou para a vida de cada um deles. Não sei o destino eterno da minha esposa, do meu filho, do meu marido, do meu irmão, do meu pai, da minha mãe... Não cabe a mim fazer conjecturas. Cabe a mim pregar o evangelho e orar a Deus e entregar a alma do meu parente nas mãos de Deus.
O próprio Espírito de Deus acalmará nossa ansiedade, acalmará nosso espírito, se estivermos com dúvidas a respeito daquele parente que faleceu. Por mais que seja triste e dolorosa a partida de um ente querido que morreu sem Cristo, Deus mesmo nos dará o consolo necessário e suficiente para nossa dor. A nossa postura diante de Deus deve ser uma postura de honra, louvor, adoração, de submissão, de entrega total de nossas vidas a Ele, reconhecendo que Ele pode fazer o que bem entender com suas criaturas.
Soli Deo Gloria!

A doce ilusão de um reino de Deus no Brasil


Por João A. de Souza Filho
Pois meus amigos, vocês que são leitores assíduos do que venho escrevendo poderão ou não concordar comigo de que a igreja brasileira vive a doce ilusão de que é possível implantar o reino de Deus através da política. A velha crença de que se tivermos um governo cristão, com um Presidente comprometido com os ideais de Cristo, e que se tivermos no Senado e na Câmara bons cristãos – evangélicos é claro – dizem alguns, teremos outro Brasil.
Não quero desiludi-los. Nem me refiro a ter ou não mais liberdade religiosa, porque esta liberdade está garantida pela atual constituição. Quem sabe os amigos do “rei” ganhariam mais emissoras de rádio e de tevê; que mais verbas da cultura ajudassem as editoras a publicar livros com cunho cristão e que livrarias se interessassem por tudo o que gospel.
Mas, a igreja nunca precisou de liberdade para pregar o evangelho, porque este é pregado independentemente de haver liberdade ou não, com a única possibilidade de que os cristãos não sejam julgados e presos. Mas, se tivéssemos um governo totalmente evangélico, por certo que caminharíamos para um governo radical, xiita, que censuraria tudo o que fosse escrito, televisado ou falado no rádio, cerceando a liberdade religiosa de credos diferentes dos cristãos. Não é verdade? Os evangélicos não são maduros suficientemente para governarem uma nação, porque, caso o presidente por eles eleito comparecesse a uma festa social e beneficiasse credos diferentes, logo haveriam de execrá-lo do poder. É assim que funciona. Seríamos iguais aos países religiosos totalitários do Oriente.
O segundo aspecto é que desde as eleições de 1988 ainda não vi um político evangélico que não tenha se corrompido moral e politicamente com a política. Obviamente que o político precisa, primeiramente se comprometer com os ideais de seu partido, inda que tais ideais sejam de partidos que sistematicamente perseguiram e mataram os cristãos na Europa Oriental em décadas passadas. Os políticos que não se comprometem com o programa do seu partido são expulsos, e, convenhamos o programa do partido do atual governo é contrário aos ideais cristãos. Os políticos evangélicos os não-evangélicos têm um discurso atraente e convincente antes de serem eleitos, mas depois a prática da política os conduz pelos corredores da propina e do enriquecimento – às vezes ilícito – esquecendo-se de onde vieram, e das promessas feitas em campanha.
O terceiro aspecto, é que o sistema mundial que governa o curso deste mundo está nas mãos de Satanás, e o mundo só terá um governo de justiça por ocasião do segundo advento de Cristo. Qualquer pessoa, por mais intencionada que esteja terá que seguir o curso do sistema, ou chocar-se-á contra ele e se espatifará. Isso tem acontecido com todos os que não concordam com o sistema. Conheço vários ex-políticos que se desiludiram porque o sistema os estava destruindo, e alguns até foram destruídos. É bem possível que alguns que estão no cenário da política nacional não tenham se corrompido – o que não acredito – porque em escala menor ou maior já obtiveram vantagens pessoais com o cargo que exercem.
Os apóstolos deixaram claro seu posicionamento em relação ao sistema, avisando que o mundo está no maligno; que o deus deste século cega o entendimento das pessoas. Se a tendência é o de deixar a malignidade tomar conta do coração, como Deus alertou o povo de Israel – “e não seja maligno o teu coração” (Dt 15.10), imagine cair no sistema maligno! “Que harmonia, entre Cristo e o Maligno?” (2 Co 6.15) pergunta Paulo. Nenhuma, diz João, porque “o mundo inteiro jaz no Maligno” (1 Jo 5.19), e Jesus afirmou que nada tem a ver com o “príncipe deste mundo” (Jo 14.30).
Admiro a todos os políticos evangélicos que se arriscam trilhar o perigoso caminho da política sob cuja égide age abertamente Satanás. Oro por eles, como sempre orei por meus amigos que desde 1988 entraram para a política e se corromperam. Construíram uma “linda” carreira e a tão sonhada estabilidade financeira, ao custo de algumas perdas, quem sabe, a maior delas, a perda do galardão que lhes estava preparado. Não me refiro à salvação, adquirida pelos méritos de Cristo, mas ao galardão que está preparado a todos os que são fieis. Reconheço seus avanços e a forma como impediram que certos decretos e leis fossem estabelecidos com prejuízo para o povo de Deus, e nisto são elogiáveis – mas também sei que a igreja vive acima das leis, sua existência terrena é revestida de transcendentalidade.
Como afirmou certo escritor no passado: “... a trilogia das atividades humanas se resume nestas palavras: fama, prazer e bens. Tudo está subordinado a esses três objetivos, em defesa dos quais o mundo apresenta hábeis argumentos, criando a ilusão de que são realmente dignos”.
Pense nisso. Vote consciente, afinal, vivemos numa falsa democracia em que somos obrigados a votar. Escolha bem, se é que você tem opções, caso contrário, compareça às urnas e opte por não votar em ninguém! Para o bem do país!

Se ele é todo poderoso, como ofendê-lo, como resistir a ele?

 

Se ele é todo poderoso, como ofendê-lo, como resistir a ele?

A pergunta correta é: Se Deus é todo-poderoso, como podemos agir com livre-arbítrio?

Nos dias da criação, Deus construiu um universo perfeito. Todos os seres vivos, sistemas ecológicos, leis físicas… tudo estava sob seu perfeito controle. Até o homem foi feito na maior perfeição e teve as demais coisas criadas sujeitas à sua vontade, pois assim Deus determinou. E Deus fez mais: presenteou o homem com um atributo que nenhuma das suas outras criaturas teve: livre-arbítrio, o direito de escolher segundo seu desejo. E Ele fez desta forma porque queria que o homem estivesse em comunhão plena com seu Criador, por vontade própria; que o servisse e fosse seu amigo, não por obrigação, mas por amor. Amor livre, pois amor forçado não é amor, é estupro. E assim Adão e Eva foram criados.

É obvio que a liberdade de escolha é uma faca de dois gumes: pode-se tanto escolher o bem quanto o mal. E Deus estava ciente disto. Uma de suas características que O eleva ao status de Todo-Poderoso é a onisciência: o poder de saber todas as coisas, até mesmo antes delas acontecerem – chamado presciência. Desta forma, é impossível que alguém surpreenda a Deus. A queda do homem em Adão não pegou Deus de surpresa.

Mas Deus tratou todas as consequências do pecado humano antes do primeiro homem ser aparecido na face da terra: (…) do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo (Ap. 13:8). E ninguém pode criticá-lo pela forma que Ele fez (e faz) isto: acaso o oleiro há de ser reputado como barro, de modo que a obra diga do seu artífice: Ele não me fez; e o vaso formado diga de quem o formou: Ele não tem entendimento? (Is 29:16). Deus age no momento mais oportuno sempre e a Sua vontade por fim ficará evidente a todos: (…) e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai (Flp 2:11).

Como ofendê-lo? Como resistir a Ele? Todo pecado é uma ofensa direta contra Deus. Pecar é resistir à sua Vontade soberana. É usar a boa estrutura de tudo que Deus criou contra o objetivo que Deus desejou para esta estrutura. Mas Deus não fica sem ação diante destes atos de rebeldia. Ele pode agir com justiça em todas as situações. Ele deixaria de ser todo-poderoso se assim não fosse. O grande poder de Deus está no fato de Ele poder agir em qualquer ocasião; nada sai do seu controle. Como seres finitos que somos, parece-nos às vezes que o mal está ganhando. Mas o final já está escrito, com o grande Vencedor, Jesus Cristo, reinando triunfante (1Co 15.24-28; Ap 20-22).

sábado, 26 de janeiro de 2013

Uma carta aberta à minha filha



Por Byron Yawn
(E uma exortação velada a pais cristãos e a jovens adultos cristãos em todos os lugares)
Querida L.Y.,
Em uma caixa em algum lugar na garagem há um filme de nós dois. Apesar de estar jogado e perdido, ele continua passando em minha memória. Eu estou te segurando. Você cabe perfeitamente em minhas mãos. Meu coração se encaixa perfeitamente entre seus dedos – por menor que eles sejam. Foi há muito tempo. É a personificação daquela velha metáfora que usamos para descrever pais e filhas: “Presos em seus braços” ou algo parecido. Não há dúvida, estou entrelaçado. Sempre estive. Silenciosamente, eu me abaixo e sussuro algo para você. Fica difícil decifrar o que estou te dizendo nessa velha fita empoeirada. Mas eu sei exatamente o que eu disse: “Você sempre será essa criança aqui em minhas mãos. Nunca vou te abandonar nem te desamparar. Te amo”. Já faz quatorze anos, mas é como se fosse hoje.
Um dia, se Deus permitir, você saberá quão profundamente um pai ama seu filho. É a veia sem fim no coração de um pai. Mas você nunca saberá quão intensamente um pai ama uma filha. É difícil colocar em palavras. É uma mistura de força e suavidade que só existe nesse relacionamento. Um amor de pai paira como uma cidadela sobre o tesouro intocável da vida da sua filha. (É por isso que seu pai age como um suspeito atirador escondido à sua volta.) Uma filha cresce dentro de suas barreiras seguras. O amor de um pai pela sua filha é um preservador contra milhares de doenças tentando infectar a inocência da vida dela.
É de se espantar porque jovens são reduzidas às lágrimas quando elas olham para trás no filme de suas vidas e não conseguem ver a doçura de um pai? É profundamente lamentável… e desnecessário. Garotas precisam de pais. Negligência aqui é cruel. A pior coisa que um pai pode fazer às vezes é não fazer nada. Parece que eu aconselho a onipresente jovem com coração ferido toda semana. Ela é a jovem mulher perdida que busca valor próprio nas afeições de um rapaz – nunca tendo recebido isso do pai. A dor dela é profunda. A ternura é um poder sublime nas mãos de um pai. É impressionante ver o que o tempo investido mostrando amor aos oito anos faz a uma pequena garota quando ela tem vinte e oito. Ele constroi confiança como poucas coisas conseguem fazer. É uma fundação colocada dentro do coração.
Você não percebe completamente agora, mas um dia, em meio às dificuldades da vida, você verá o que eu tenho feito todos esses anos. Você verá o que eu sussurrei para você muitos anos atrás. Na escuridão da sua dor, você tocará o fundo e de repente sentirá uma fundação abaixo de você. Eu sei que você me ama. Sei que você me respeita mais do que qualquer outro homem nesse planeta. Mas eu não estive voltando seu coração para mim, tão quanto para o Meu Deus. Minha liderança em sua vida tem a intenção de te dar um pequeno vislumbre do incrível poder dEle sobre todas as coisas, incluindo você. Eu sei que o Meu Deus te sustentará.
Quando a hora chegar você sentirá uma firmeza que você nunca sentiu antes. Ali, naquele momento, o amor dEle será meu maior presente para você. Uma visão do poderoso Deus, que tenho diligentemente te mostrado conversa após conversar e carinho após carinho, aparecerá e te agarrará. Meu próprio amor, incompleto e imperfeito, agora fará sentido na infinita sombra dEle. Você se curvará calmamente sobre a sua vida e dirá: “Obrigado, papai. Deus é Grande. Ele nem me abandonou nem me desamparou”. Seu pai terreno ficará contente em ser ofuscado pelo seu Pai Celestial. Você não é minha. Você é dEle. Eu me alegrarei de dentro da fenda da grandeza dEle enquanto observo minha filha adorar com os joelhos que no passado eu colocava band-aids.
Oro para que meu cuidado por você revele nitidamente o amor do Nosso Salvador. Incondicional. Sacrificial. Paciente. Verdadeiro. Servil. Consistente. Presente. Oro para que meu sentimento sincero seja um contraste aos muitos enganos que se fazem passar por amor nesse mundo. Oro para que a visão de seu pai em adoração quebrantada por Cristo te dê a coragem para erguer o seu próprio coração em louvor diante da humanidade. Oro para que minha confissão transparente de pecado e fraqueza te incline a se refugiar na justiça de Cristo diante do seu pecado e fraqueza. Oro mais intensamente para que você não tenha meramente copiado a fé de seu pai, mas sinceramente tenha encontrado ao Senhor Jesus Cristo como o supremo objeto de sua própria fé.
Querida filha, não se acomode. Ame um homem que ame a Cristo mais do que a você – e a você mais do que ele mesmo. Seja atraída por ternura, humildade, abnegação, coerência e sacrifício. Busque aquele homem que carrega a marca da cruz do nosso Senhor na vida dele. Ame aquele homem que não vive no temor das suas emoções, mas no temor do seu Senhor. Não se case com um garoto… não importa quantos anos ele tenha. Não se apaixone pelo primeiro jovem que se aproxima de você e te dá atenção. Ao invés disso, siga aquele homem que se aproxima e se assemelha a graça incondicional do seu Senhor Jesus.
Lamento tanto pela condição geral da juventude masculina. Lamento por eles confundirem desejo sexual com amor. Entristeço-me por eles serem mais competentes em jogar do que em equilibrar o orçamento. Sofro por eles saberem mais sobre esportes do que doutrina. Desculpo-me por eles saberem melhor como manusear uma arma (o que é completamente respeitável em um sentido) do que eles sabem tratar uma mulher. Sei que piedade em um homem é difícil de achar. Mas ache-a. Senão, você vai passar sua vida criando o homem que você achava que tinha se casado. A igreja e essa cultura estão cheia de meninos disfarçados de homens. Deixe-os para lá.
O homem que você está procurando não é um menino. Ele é um servo. Ele se preocupa com suas necessidades acima das dele. Se sou pelo menos em parte o homem que afirmo ser, você deve olhar para o amor do seu pai pela sua mãe e saber o que estou descrevendo. Você deve ser capaz de reconhecer quando você o vir. Aquele homem que entregará a vida dele pela sua é o tipo de homem que você facilmente pode dar a sua vida por ele. O homem que se auto-sacrifica é fácil servir sacrificialmente.
Pela graça de Deus, eu pretendi apenas que meu próprio amor servisse como um limite máximo em sua alma. Nada, com exceção do amor de Cristo, será maior que o meu amor. Assim, quando aquele homem – por quem oro todos os dias – se aproximar e ultrapassar o amor do seu pai, você voluntariamente dará seu coração a ele. E eu (secretamente desejando atirar nele e enterrar seus restos em um lugar secreto) amorosamente darei meu tesouro a esse homem que derrubou a fortaleza do amor do seu pai com uma arma tão fina quanto um avental de servo.
Seu Pai.
***
Byron é o pastor sênior da Community Bible Church em Nashville/USA.
Traduzido por Alex Daher | iPródigo.com | Original aqui.

BODAS DE PORCELANS


Veja os 20 versículos que provam que a teologia da prosperidade está certa



 
O colunista André Sanches após ler a matéria da revista Forbes a qual listava os 5 pastores mais “abençoado$$” do Brasil resolveu respaldar a Teologia da Prosperidade, exposta escancaradamente por muitos líderes evangélicos. Abaixo você verá, baseado na revela$ão do deu$ (Mamon), os argumentos irrefutáveis.
(Clicando Aqui, você verá a matéria inspiradora, publicada pelo Gospel Mais)
1- “Deus quer te abençoar, mas se você não ofertar, Ele não terá poder de fazer isso por você” (II Heresias 3. 16)
2 – “Você pode desonrar seu pai e sua mãe e até deixá-los passar necessidades, mas nunca seu apóstolo” (I Apostolicensses 1.1)
3 – “A oferta é a alavanca que move a mão de Deus a seu favor” (1 Cretinices 4. 3)
4 – “A fé sem ofertas é morta” ( 1 Dólar 1.8)
5 – “E Jesus entrou em Jerusalém montando seu jumentinho de dez mil talentos” (Juao 15. 23)
6 – “Disse o apóstolo, cheio do espírito, a todos que o ouviam: Minha conta corrente é 1.000/07” (II Conta Corrente 1. 71)
7 – “Assim que a oferta entrar na conta corrente deus dirá ao anjo Money: Destranque as janelas do céu e prenda o devorador na casinha” ( II Malaquias 3.15)
8 – “É com a semente que sai da sua carteira que a obra de deus é realizada na terra” ( I Heresias 2.8)
9 – “Participe das campanhas de vitória financeira e Deus tirará dos ricos e dará a você” (1 Robin Hood 2. 3)
10 – “E alguns paulistanos foram mais nobres que os de Boraceia, pois semearam nesse ministério em dólar.” ( 1 Tio Patinhas 1. 7)
11 – “deus quer te dar a melhor roupa, o melhor carro, a melhor casa… só não te deu ainda porque você não tem determinado isso a ele com fé” (Absurdicensses 1. 25)
12 – “Assim ordenou também o senhor que os que pregam o evangelho que fiquem ricos com o evangelho” ( I Falácia 1. 1)
13 – “Primiciar é mover a mão de Deus a seu favor e a favor dos donos da igreja” ( I Primicias 1. 1)
14 -“Confia no senhor, dê sua oferta, faça sacrifícios financeiros e os seus desígnios serão estabelecidos” (Absurdicensses 8. 32)
15 – “E Gesuis encontrou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombas e também os cambistas assentados; parabenizou-os pelas boas vendas que faziam, porém, expulsou os que ali oravam e quebrantavam seus corações, mas não ofertavam e nem compravam nada, bem como todo pobre que ali estava, e disse-lhes: A casa me meu pai é casa de negócio e não um covil de doentes e pobres!” (Indireticensses 2.8)
16 – “É mais fácil passar um camelo pelo buraco de uma agulha do que entrar alguém que não oferta, que não primicia, que não faz sacrifícios financeiros, nas igrejas da teologia da prosperidade” ( Sofismas 3. 12)
17 – “Porque o amor do dinheiro é a raiz de todas as bênçãos” ( 1 Mamon 1. 1)
18 – “Sacrifícios agradáveis a deus são os dízimos e as ofertas; coração que determina e exige, não os desprezarás, ó deus” (Salmos de Mamon 119. 3)
19 – “O maior mandamento é: Amarás a Mamon, teu deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. O segundo, semelhante a este, é: Honre e oferte aos seus líderes como a ti mesmo” ( 2 Leis de Mamon 2. 15)
20 – “Pelas suas ofertas o conhecereis. Pode, acaso, de um coração cheio de fé e do espírito, sair uma oferta pequena? (Apolion 15. 12)

A síndrome do estrelismo gospel



Por Samuel Torralbo

Segue abaixo alguns dos sintomas que caracteriza alguém que possivelmente tenha sido contaminado pelo vírus da síndrome do estrelismo gospel:
1 – Necessidade de aparecer na mídia, inclusive a secular.
2 – Sensação de que, o culto não acontece sem a sua presença.
3 – Tristeza quando um crente não pede autografo.
4 – Não participa do culto, porque chega sempre na hora de se apresentar (pregar ou cantar).
5 – Fica ressentido quando é chamado de irmão, ao invés de reverendo, cantor, bispo ou pastor.
6 – No culto o seu assento precisa ter um lugar de destaque.
7 – Participa do evento somente quando o hotel é cinco estrelas, e a viagem é de primeira classe.
8 – Sucesso ministerial é sinônimo de vendas de Cds, Dvds, ou livros, como também, uma agenda cheia de compromissos.
9 – Para que um mero mortal consiga falar com ele (a), precisa passar pela secretaria.
10 – Comparece ao culto somente quando o cachê (que normalmente é exorbitante), já está pago ou previamente combinado.
O antídoto contra este veneno que tem se alastrado no tempo presente em muitos corações ávidos pelo “sucesso ministerial”, continua sendo aquele proposto por Paulo (o apóstolo): “Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.” (Gálatas 6.14)
***
Samuel Torralbo é colunista do Púlpito Cristão, e contribui com a subversividade ao mundo Gospel.
Ainda sugiro, para complemento, o texto Dossiê do Astro Gospel.

Se ele é todo poderoso, como ofendê-lo, como resistir a ele?

 

Se ele é todo poderoso, como ofendê-lo, como resistir a ele?

A pergunta correta é: Se Deus é todo-poderoso, como podemos agir com livre-arbítrio?

Nos dias da criação, Deus construiu um universo perfeito. Todos os seres vivos, sistemas ecológicos, leis físicas… tudo estava sob seu perfeito controle. Até o homem foi feito na maior perfeição e teve as demais coisas criadas sujeitas à sua vontade, pois assim Deus determinou. E Deus fez mais: presenteou o homem com um atributo que nenhuma das suas outras criaturas teve: livre-arbítrio, o direito de escolher segundo seu desejo. E Ele fez desta forma porque queria que o homem estivesse em comunhão plena com seu Criador, por vontade própria; que o servisse e fosse seu amigo, não por obrigação, mas por amor. Amor livre, pois amor forçado não é amor, é estupro. E assim Adão e Eva foram criados.

É obvio que a liberdade de escolha é uma faca de dois gumes: pode-se tanto escolher o bem quanto o mal. E Deus estava ciente disto. Uma de suas características que O eleva ao status de Todo-Poderoso é a onisciência: o poder de saber todas as coisas, até mesmo antes delas acontecerem – chamado presciência. Desta forma, é impossível que alguém surpreenda a Deus. A queda do homem em Adão não pegou Deus de surpresa.

Mas Deus tratou todas as consequências do pecado humano antes do primeiro homem ser aparecido na face da terra: (…) do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo (Ap. 13:8). E ninguém pode criticá-lo pela forma que Ele fez (e faz) isto: acaso o oleiro há de ser reputado como barro, de modo que a obra diga do seu artífice: Ele não me fez; e o vaso formado diga de quem o formou: Ele não tem entendimento? (Is 29:16). Deus age no momento mais oportuno sempre e a Sua vontade por fim ficará evidente a todos: (…) e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai (Flp 2:11).

Como ofendê-lo? Como resistir a Ele? Todo pecado é uma ofensa direta contra Deus. Pecar é resistir à sua Vontade soberana. É usar a boa estrutura de tudo que Deus criou contra o objetivo que Deus desejou para esta estrutura. Mas Deus não fica sem ação diante destes atos de rebeldia. Ele pode agir com justiça em todas as situações. Ele deixaria de ser todo-poderoso se assim não fosse. O grande poder de Deus está no fato de Ele poder agir em qualquer ocasião; nada sai do seu controle. Como seres finitos que somos, parece-nos às vezes que o mal está ganhando. Mas o final já está escrito, com o grande Vencedor, Jesus Cristo, reinando triunfante (1Co 15.24-28; Ap 20-22).

15 Minutos! ( Uma geração destruída!)



Por Josemar Bessa

O que você mais deseja? Você dispõe de 15 minutos para isso? O tempo que dispomos para as coisas revelam mais nosso desejo sobre elas do que meras palavras. A  verdade é que a maioria das coisas que você deseja você dedica muitos mais tempo que isso. Mas vamos ver o que 15 minutos representam...

Antes de falarmos dos 15 minutos, pense na excelência transcendente deste objeto aqui descrito: "Porque é melhor a sua mercadoria do que artigos de prata, e maior o seu lucro que o ouro mais fino. Mais preciosa é do que os rubis, e tudo o que mais possas desejar não se pode comparar a ela.” – Prata, ouro, dinheiro... – Você dedica bem mais que 15 minutos por dia a tudo isso. Mas o texto aqui fala da Sabedoria Divina! O quê 15 minutos tem haver com isso?

Os homens desejam saúde -, mas a saúde do corpo é apenas por um tempo. Sabedoria divina dá perpétua saúde, tanto do corpo como da alma.

Os homens desejam riqueza - mas as riquezas não são para sempre. Sabedoria divina dá insondáveis ​​riquezas - riquezas duráveis ​​e justiça.

Os homens desejam a vida - mas a vida humana é breve. Sabedoria divina dá a vida eterna, e vida em perfeição e bem-aventurança interminável.

Os homens desejam a honra - mas a honra terrena está desaparecendo. Sabedoria divina confere as mais altas honras, associando-nos a íntima comunhão do Deus Trino, que é a fonte de toda verdadeira honra.

Os homens desejam o prazer - mas o que faz a quantidade prazer terreno? Sabedoria divina nos leva a rios de prazer, a oceanos de alegria, a fontes do mais puro prazer!

Os homens desejam fama - mas a fama entre os pecadores não passa de um sopro de respiração como a própria vida deles. Sabedoria divina nos faz conhecidos, se não na terra - no céu, se não no tempo - na eternidade.

“Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento; Porque é melhor a sua mercadoria do que artigos de prata, e maior o seu lucro que o ouro mais fino. Mais preciosa é do que os rubis, e tudo o que mais possas desejar não se pode comparar a ela. Vida longa de dias está na sua mão direita; e na esquerda, riquezas e honra. Os seus caminhos são caminhos de delícias, e todas as suas veredas de paz. É árvore de vida para os que dela tomam, e são bem-aventurados todos os que a retêm.” - Provérbios 3:13-18

Mas e os 15 minutos, você pergunta, onde entram? Não há qualquer desculpa para a ignorância a respeito de Deus, das doutrinas essenciais do Evangelho que marcam nossa geração!
Olhe,

Numa leitura normal, somos capazes de ler cerca de 250 palavras por minuto.  Imagine que você resolva dedicar apenas 15 minutos por dia para leitura teológica séria para aprofundar sua compreensão da verdade bíblica. Em um ano (365 dias), você leria cerca de 5.475 minutos. Multiplique isso por 250 palavras por minuto e você terá 1.368.750 palavras por ano.

Agora a maioria dos livros têm entre 300 e 400 palavras por página. Então, se tomarmos 350 palavras por página e dividir isso em 1.368.750 de palavras por ano, temos 3.910 páginas por ano. Isto significa que em 250 palavras por minuto, 15 minutos por dia, você pode ler cerca de 20 livros de tamanho médio por  ano!

15 minutos! Você não tem isso para Deus? Ele te dá 24 horas por dia - Você tem muito mais que 15 minutos - olhe tudo o que você faz no dia, olhe o tempo do entretenimento, conversas, redes sociais, estudo, trabalho... somos indesculpáveis. Falamos de líderes ensinando falsas doutrinas, corrompendo a verdade, mas todo o povo é indesculpável.

Aplique estas mesmas proporções (250 palavras por minuto) a Bíblia (ACF) e teremos o seguinte:

Toda a Bíblia -  levaria cerca de 52,5 horas.


Gênesis (38.262 palavras): 2 horas e 33 minutos.

Êxodo (32.685 palavras): 2 horas e 11 minutos.

Levítico (25.541): 1 hora e 42 minutos.

Números (32.896): 2 horas e 12 minutos.

Deuteronômio (28352): 1 hora e 44 minutos.

Josué (18854): 1 hora e 15 minutos.

Juízes (18966): 1 hora e 16 minutos.

Ruth (2574): 10 minutos.

1 Samuel (25048): 1 hora e 40 minutos.

2 Samuel (20600): 1 hora e 22 minutos.

1 Reis (24.513): 1 hora e 38 minutos.

2 Reis (23.517): 1 hora e 34 minutos.

1 Crônicas (20365): 1 hora e 22 minutos.

2 Crônicas (26069): 1 hora e 44 minutos.

Esdras (7440): 30 minutos.

Neemias (10480): 42 minutos.

Ester (5633): 23 minutos.

Jó (18098): 1 hora e 12 minutos.

Salmos (42704): 2 horas e 52 minutos.

Provérbios (15038): 1 hora.

Eclesiastes (5579): 22 minutos.

Cantares (2658): 11 minutos.

Isaías (37036): 2 horas e 28 minutos.

Jeremias (42654): 2 horas e 51 minutos.

Lamentações (3411): 14 minutos.

Ezequiel (39401): 2 horas e 38 minutos.

Daniel (11602): 46 minutos.

Oséias (5174): 21 minutos.

Joel (2033): 8 minutos.

Amos (4216): 17 minutos.

Obadias (669): 3 minutos.

Jonas (1320): 5 minutos.

Miquéias (3152): 13 minutos.

Naum (1284): 5 minutos.

Habacuque (1475): 6 minutos.

Sofonias (1616): 6 minutos.

Ageu (1130): 5 minutos.

Zacarias (6443): 26 minutos.

Malaquias (1781): 7 minutos.



Mateus (23343): 1 hora e 34 minutos.

Marcos (14949): 1 hora.

Lucas (25640): 1 hora e 43 minutos.

João (18658): 1 hora e 15 minutos.

Atos (24.229): 1 hora e 37 minutos.

Romanos (9422): 38 minutos.

1 Corinthians (9462): 38 minutos.

2 Coríntios (6046): 24 minutos.

Gálatas (3084): 12 minutos.

Efésios (3022): 12 minutos.

Filipenses (2183): 9 minutos.

Colossenses (1979): 8 minutos.

1 Tessalonicenses (1837): 7 minutos.

2 Tessalonicenses (1.022): 4 minutos.

1 Timóteo (2.244): 9 minutos.

2 Timóteo (1.666): 7 minutos.

Tito (896): 4 minutos.

Filemon (430): 2 minutos.

Hebreus (6897): 28 minutos.

Tiago (2304): 9 minutos.

1 Pedro (2476): 10 minutos

2 Pedro (1553): 6 minutos.

1 João (2517): 10 minutos.

2 João (298): 1 minutos.

3 João (294): 1 minuto.

Judas (608): 2 minutos.

Apocalipse  (11.952): 48 minutos.


Diga a verdade, esta geração é vítima de uns poucos de distorcem a Palavra? É claro que não! Seu estado mostra que toda essa geração de cristãos valorizam, e não apenas líderes.

Vamos, portanto, valorizar , ou preferir a verdadeira sabedoria para tudo, para todas as coisas desejáveis, que são tão valiosas, segundo a Palavra de Deus,  que não existe preço que pudesse pagar.

Vamos diligentemente buscar sabedoria. Deus lhe dá, e dá livremente e generosamente, sem repreensão. Vamos nos certificar de que possuímos essa sabedoria. Há falsificações. Alguns estão enganados. Podemos estar enganados. Vamos, portanto, examinar cuidadosamente a nós mesmos, pois é um assunto da maior importância.

Vamos também procurar mostrar sabedoria.

Ao evitar o pecado.
Ao escolher sábios companheiros.
Ao trabalhar na causa de Deus.
Mantendo sempre a vida eterna em vista.

Vamos tentar induzir os outros a abraçar a sabedoria. Ela “convida” os filhos dos homens. Ela deu um banquete suntuoso. Ela está disposta a receber a todo o que vir. Ouça o convite: ““Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento; Porque é melhor a sua mercadoria do que artigos de prata, e maior o seu lucro que o ouro mais fino. Mais preciosa é do que os rubis, e tudo o que mais possas desejar não se pode comparar a ela. Vida longa de dias está na sua mão direita; e na esquerda, riquezas e honra. Os seus caminhos são caminhos de delícias, e todas as suas veredas de paz. É árvore de vida para os que dela tomam, e são bem-aventurados todos os que a retêm.” - Provérbios 3:13-18