domingo, 28 de julho de 2013

Pastor Asaph Borba participa da Jornada Mundial da Juventude e afirma que Jesus “foi entronizado” no JMJ



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cantor Asaph Borba publicou em sua página no Facebook um texto em que compartilhou sua experiência de ministração durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), evento organizado pela Igreja Católica no Rio de Janeiro, com a presença do papa Francisco.
Evangélico, conhecido como um dos pioneiros do estilo “louvor e adoração” na música gospel nacional, Asaph vinha enfrentando críticas por sua participação no evento católico.
Num texto publicado antes de sua participação, Borba lamenta o sentimento de divisão que muitos evangélicos alimentam em relação aos fiéis católicos: “Mesmo sendo organizado pelo segmento carismático, é latente o quanto a Igreja evangélica brasileira é preconceituosa quanto à ramificação romana. Parece que, se Jesus resolvesse vir para o Rio nesta semana, em que o Papa também está por aqui, o último lugar aonde ele poderia pregar ou cantar seria em um dos eventos católicos. Apostasia, ecumenismo, se vendendo para Roma, desviado e outras, foram críticas à minha pessoa, fruto de leituras feitas por alguns dos meus seguidores, que parecem preferir que as pessoas católicas estejam isoladas do que, recebendo a palavra e ministração de um dos seus comuns, no caso eu”.
A apresentação de Asaph Borba na JMJ aconteceu na última quarta-feira, 24 de julho. Logo após o final do evento, o cantor voltou ao Facebook para compartilhar sua experiência.
Queridos, hoje pude ver o que Deus pode fazer quando quebramos as barreiras que nos separam não apenas dos católicos, mas das vidas. Só podemos ser influência e bênção para alguém se estivermos próximos. Parece que vivemos uma GIRAD [jihad] evangélica. A transformação do Brasil sem dúvida passa pelos católicos. Hoje Cristo foi entronizado na JMJ – Rio – Sem sombra de dúvida estava no lugar certo fazendo a coisa certa – Exaltando Jesus nosso amado!”, escreveu.

Repercussão e reações

No Twitter, o cantor compartilhou sentimentos e pensamentos a respeito do evento: “JMJ – Lugar de simplicidade e de um sublime mover de Deus, só quem estava pode dizer – Obrigado irmãos o mover do Espírito foi sobrenatural”, afirmou.
Respondendo as críticas de seus seguidores por suas palavras a respeito do evento católico, Asaph expôs um comportamento inadequado de alguns evangélicos: “Por favor, irmãos e cristãos, recebo as críticas, mas não escrevam palavrões para não escandalizar os não crentes!”, pediu.

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   Mais tarde, o cantor voltou ao assunto, e afirmou que “sem dúvida a transformação do Brasil passa pelos católicos”, elogiando a proposta do evento e a postura da ala carismática da Igreja Católica.

O Papa não me representa

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Por Equipe iPródigo

Fala galera! A nova fase do Pródcast continua. Nesse episódio, aproveitamos a visita do Papa ao Brasil para nos reunimos com o Rev. Emilio Garofalo Neto e discutirmos o relacionamento dos cristãos protestantes e evangélicos com o Papa e a Igreja Católica. A Reforma já acabou e nossa separação é apenas fruto de um passado distante e irrelevante? Por que os reformadores diziam que o Papa é o anticristo? Como, afinal, o “santo padre” usurpa o trono do Salvador? Saiba sobre esse polêmico e importante assunto nessa edição do Pródcast.
Duração: 37:52 | Aperte play ou clique com o botão direito em Download | Feed
O Pródcast mudou. Agora temos um novo formato, mais ágil, mais rápido, e direto ao assunto. Nossa ideia é que isso sirva para facilitar a produção de mais episódios e facilite para você que não tem tanto tempo para ouvir programas muito longos. Assim, todo mundo sai ganhando. Esperamos assim continuar produzindo material que seja útil para vocês.
Em Cristo,
Equipe iPródigo.
Textos bíblicos usados
E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. (Atos 3.6)
Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora. (1 João 2.18)
Eis lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. (Deuteronômio 18.18)
Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós. (Romanos 8.34)
E quando Pedro viu isto, disse ao povo: Homens israelitas, por que vos maravilhais disto? Ou, por que olhais tanto para nós, como se por nossa própria virtude ou santidade fizéssemos andar este homem? (Atos 3.12-13)
Citados no Pródcast
O Papado e os três ofícios de Cristo – parte 1 | parte 2 , por Emilio Garofalo Neto
Jesus fala a Roma, por David Mathis
Não existem papas humildes, por Steve Meister
Entre Roma e Nova Jerusalém, por Josaías Jr.
Documentos da Igreja Católica
Constituição Dogmática da Igreja de Cristo (Pastor Aeternus) 1870. Documento do Concílio Vaticano I.
Ecclesia de Eucharistia. Bula do Papa João Paulo II. 2003.
Mystici Corporis Christi, Encíclica de Pio XII. 1943.
Redemptoris Mater. Encíclica de João Paulo II. 1987.
Verbum Domini. Exortação Apostólica Pós-Sinodal de Bento XVI. 2010.
Ut Unum Sint. Encíclica de João Paulo II. 1995.

Francisco é diferente – só que não!

 
Francisco toca na imagem de “nossa Senhora Aparecida” 
antes de rezar missa 
no santuário dedicado 
à padroeira do 
Brasil.

Por Bispo José Moreno
Há cerca de trinta dias, conversei com uma jovem evangélica muito comprometida com o departamento de missões de sua igreja e com obras sociais, a qual me foi apresentada por um amigo comum, pastor, que a conhece de uma temporada missionária em outro país.
Ela me pareceu muito dinâmica, alegre, bem disposta e, sobretudo, temente a Deus, o que é a característica principal de um missionário cristão. Além disso, tem formação superior e pós-graduação. E, se isso não bastasse, é morena, bonita e solteira. Como eu tenho um filho jovem, logo pensei em tê-la como nora…
Mas o que me surpreendeu naquele encontro não foram os muitos dotes dessa jovem. Fiquei particularmente admirado com a empolgação dela com a vinda de Francisco ao Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude. Pelo que disse, é bem provável que ela seja um dos muitos milhares de jovens presentes nos encontros que o papa está tendo com eles aqui na Cidade Maravilhosa.
De fato, Francisco é atraente. É sorridente, humilde, afetuoso, acessível. Tem uma postura bem diferente da dos seus antecessores: abriu mão do trono dourado no Vaticano e o substituiu por uma cadeira de madeira bem simples; não usa a estola vermelha bordada a ouro; seu anel é de prata e não de ouro; sua cruz é a mesma que usava antes, de metal comum; recusou os luxuosos aposentos papais e vive modestamente, sem ostentação. Não exige tapete vermelho e anda a pé; quando precisa usar um automóvel, prefere modelos populares, sem luxo.
Não há dúvida que ele é diferente. Ele quer uma igreja pobre, próxima do povo; escandaliza-se ao ver padres e bispos locomovendo-se em carros suntuosos, último tipo. Está bem claro para todos que ele será um dos mais populares papas da história. E tenho certeza de que fará mudanças radicais na cúpula da Igreja romana. Obviamente, essa popularidade e essas mudanças repercutirão em diversos setores religiosos e laicos no mundo todo. E atrairão, como se sabe, muitos evangélicos.
Mas, um momento!
Os evangélicos vão se tornar devotos de Maria também? Pois Francisco é devotíssimo da bem-aventurada mãe de nosso Senhor Jesus Cristo, a quem os romanos chamam de “nossa Senhora”. A seu pedido, o roteiro da sua vinda ao Brasil foi modificado, para que ele fosse rezar em Aparecida perante a imagem da “nossa Senhora”.
Os evangélicos serão aceitos na eucaristia romana (ceia do Senhor)? E, se forem, aceitarão tranquilamente a doutrina da transubstanciação? Concordarão com o sacrifício da missa? Buscarão as indulgências? Participarão da “veneração” das imagens dos santos? Recorrerão à intercessão dos santos? Fugirão do purgatório?
Francisco é diferente – só que não, pois como papa ele é o chefe da Igreja que pratica todas essas – e outras – distorções do texto sagrado, o qual chamamos de Bíblia, nossa única regra de fé e prática.
A Reforma Protestante veio depurar a igreja. Os evangélicos, em tese, são herdeiros da reforma e não do romanismo. O moto protestante é:“Ecclesia reformata et semper reformanda est”. Enquanto isso, a Igreja romana segue firme nas suas tradições, imutável. Mas o papa é pop.
Por isso fiquei pensando naquela jovem evangélica empolgada com a vinda de Francisco ao Brasil. Acho que a falha está do nosso lado. Estamos errando por não ensinar corretamente os nossos jovens. Até quando?

Temos apenas uma mensagem para o mundo!




Por Josemar Bessa

Existem dois tipos de cristianismo. Há um cristianismo que olha para Cristo com um grande reformador, um grande filantropo, um grande inspirador... Cristo é visto como fonte de inspiração para canalizar a força humana para suas utopias. Cristo é simplesmente um inspiração e incentivo à educação e boas obras. É o cristianismo da melhoria social. É o cristianismo da bondade pessoal que pode ser despertada em cada ser humano...
Há outro tipo de cristianismo, é o cristianismo da Redenção! Esse é o cristianismo que olha para os homens, TODOS os homens em toda parte, como pecadores perdidos, ele olha para os homens como pecadores incapazes de se salvar e de salvar sua sociedade... Cristo sendo enviado, não como um exemplo para o homem natural seguir, um grande reformador social, um grande filantropo ou inspirador... Mas que veio para morrer e estar debaixo da ira que a santidade e a justiça de Deus exige de um mundo que, como Lutero descreveu, sendo incurvatus in si, se tornou inimigo de Deus e filho da ira. E pela expiação do seu sangue, pelos sofrimentos de Sua cruz, todos que forem trazidos a ele, serão justificados diante de Deus, regenerados...

Agora, que tipo de cristianismo é a revelação do Livro? Não é difícil encontrar uma resposta final. Paulo diz: “Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” - 1 Coríntios 15:3

A grande doutrina fundamental da fé cristão é esta: Cristo morreu por nossos pecados! Cristo morreu por nossos pecados segundo as Escrituras. Eis o que Ele veio fazer. Um grande reformador, um grande filantropo, um grande inspirador...?

Cristianismo é essencialmente redenção! Isso separa o cristianismo de todas as religiões do mundo. Confucionismo, por exemplo, tem uma ética elevada. Tenta reformar o homem e o mundo através do melhoramento crescente do homem que lá no fundo, é bom... Assim são muitas outras. Há outras religiões monoteístas. Há religiões com doutrinas “bonitas” que apelam para aquilo que o homem tem de melhor...
Mas a doutrina que separa a fé de Cristo de qualquer outra, é que o evangelho é um evangelho de Redenção. Tem a ver com a libertação do homem da ESCRAVIDÃO e do DOMÍNIO TOTAL das cadeias e dos grilhões do pecado. Escravidão da qual o homem é completamente impotente para escapar, necessitando por isso de Redenção.

Esse cristianismo, apesar de verdadeiro, jamais será popular no coração orgulhoso do homem incurvatus in si. É por isso que Cristo morreu, este é o propósito, para nos livrar da pena da IRA e do JULGAMENTO de Deus sobre os pecados de homens totalmente escravizados pelo pecado.

A insígnia do cristianismo não é uma sarça ardente, não é um candelabro de sete braços... não é uma coroa resplandecente... O sinal da fé cristã é a CRUZ! E nesse cristianismo, e somente nesse, Cristo é exaltado acima de todo nome.

No cristianismo bíblico o homem incapaz nada pode fazer por si mesmo em sua depravação, não pode olhar para Cristo como um exemplo e ir se reformando, não pode ir evoluindo pela inspiração do homem chamado Jesus que andou neste mundo, não receberá então, por sua completa incapacidade, nenhum aplauso - Cristo faz a Redenção.

Em Filipenses 2.7-11, Paulo diz: “Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai”.

Por quê? Porque Ele “morreu por nossos pecados segundo as Escrituras” (1 Co 15.3). Esta é a mensagem do evangelho!! O maior conhecimento que um homem no púlpito pode mostrar, o mais excelente conhecimento é este: “Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado”. 1 Coríntios 2:2

O cristão não se gloria em sua própria sabedoria, estratégia, capacidade humana de mudar o mundo... Ele se gloria numa única coisa: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo”. Gálatas 6:14

Os homens que saíram a proclamar a verdade pelo vasto e poderoso Império Romano, não pregaram sobre um grande filantropo, um grande exemplo, um grande inspirador de mudanças para melhorar o Império... Eles nunca pensaram em colocar Cristo na classe de um Seneca, um Sócrates, um Abraham Lincoln... Ele é colocado SÓ. Ele é o Grande Redentor: “Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” - 1 Coríntios 15:3

Sua obra expiatória e redentora é o centro sobre o qual toda a mensagem fluía. Ela estava agarrada a cruz. Um grande e bom resumo disso, está na introdução que João Batista faz do Filho de Deus neste mundo: “No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. João 1:29 - É inútil buscar relevância (numa sociedade que baniu o pecado de seu vocabulário) e aceitação no mundo dizendo por exemplo, “Eis o Cordeiro de Deus que faz a reforma social do mundo”.

É expresso claramente o propósito e ministério de Cristo como o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo para tirar os nossos pecados: “E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado”. 1 João 3:5

Essa é a mensagem do Novo Testamento. Quando Cristo começou seu ministério público, imediatamente Ele começou a dizer que ele devia sofrer, que ele devia morrer, para que fosse ressuscitado dentre os mortos. Na primeira purificação do templo, Ele disse: “Jesus lhes respondeu: "Destruam este templo, e eu o levantarei em três dias". João 2:19

Eles não entenderam o que ele esta dizendo, mas nós sabemos o que Ele quis dizer. Sua morte e ressurreição. No capítulo seguinte ele fala com Nicodemos, e ele disse a esse mestre em Israel, a esse fariseu: “Da mesma forma como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do homem seja levantado” - João 3:14

Quando os judeus pedira um sinal – “Mostre-nos um sinal” – Jesus respondeu: “"Esta é uma geração perversa. Ela pede um sinal miraculoso, mas nenhum sinal lhe será dado, exceto o sinal de Jonas.” - Lucas 11:29 – Eles não puderam entender, mas nós entendemos. Ele esteve no coração da terra e ressuscitou dentre os mortos.

Quando os gregos vieram para vê-Lo: "Queremos ver Jesus", o Senhor foi movido em seu espírito, e disse: " Mas eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim". - João 12:32

“Se o grão de trigo cair na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto” – João 12.24 – Podíamos continuar e continuar. Durante todo o Livro, esse é o mesmo tema repetido de várias formas, como na Nona Sinfonia de Beethovem. E nós podemos ouvi-lo novamente, novamente e novamente.

O evangelho, o verdadeiro cristianismo não tem dois, três, quatro, ou dezenas de temas. Ele tem um, e ele é completo e perfeito. Ele basta. Ele é nossa única mensagem ao mundo: “Pois o que primeiramente lhes transmiti foi o que recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras” - 1 Coríntios 15:3. Mas do que a mensagem que devemos proclamar, esta é a única coisa na qual nos gloriamos: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo”. Gálatas 6:14

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Você de Fato está em Cristo?



Por M. Lloyd-Jones
Não examine só o que você alega crer - certamente devemos crer nas coisas certas; você não poderá ser cristão se não crer num mínimo irredutível - mas, examine-se perguntando a si mesmo: "Que parte o cristianismo desempenha em minha vida? Ele me domina, me controla? Ele é a coisa maior na minha vida, ou é algo que eu acrescento?" Bem, no cristão verdadeiro o cristianismo é sempre central; é sempre o fator determinante. O cristão não faz o mínimo, mas o seu desejo é fazer o máximo. Esse é sempre o seu interesse, muito embora ele falhe, ao passo que aqueles que se enganam deliberadamente sempre fazem o mínimo.
E depois, como o nosso Senhor destaca tão claramente na parábola do semeador no capítulo 4 de Marcos, os que se julgam cristãos e não são logo mostram isso por deixarem que os cuidados deste mundo e as diversas outras preocupações e ambições que surgem na vida sufoquem "a palavra". Vejam vocês, todas as sementes nasceram, mas somente num caso havia vida. Nos outros havia uma aparência de vida, mas não era real. E como dizer onde está a diferença? Pois bem, o nosso Senhor disse que "os cuidados deste mundo, e os enganos das riquezas e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra". E esta é outra maneira pela qual a falta de fé verda­deira sempre se trai. Não importa o que eu diga, finalmente é isso que eu faço. Quais são as minhas prioridades? Que coisas me controlam? Quais me dominam? Que coisas mais contam e vêm em primeiro lugar para mim?
A seguir, outra maneira de me provar é ver como eu reajo à perseguição. Você gostaria de saber se é cristão ou não? Eis um teste muito bom: como você reage quando pessoas que o conhecem tendem a ridicularizá-lo porque você é cristão? Você diz: "Eu sou cristão"? Não se dá o caso de que às vezes você tenta ocultar isso para poder gozar boa opinião dos outros, para que os outros o elogiem, ou para que não riam de você? Seria sua fé cristã algo que você tem a tendência de ocultar? Naturalmente você a deseja - sim, mas a seu modo. E quando surge a perseguição, ela murcha e se encolhe (Marcos 4:6,17). Aí estão várias maneiras pelas quais podemos pôr à prova a realidade da nossa fé.
E a maneira final pela qual este homem, Simão, deu prova de que nunca tinha sido cristão está em sua reação à repreensão de Pedro. Pedro o repreendeu e lhe disse: "Ora a Deus, para que porventura te seja perdoado o pensamento do teu coração55 (versículo 22). E a frase, "o pensamento do teu coração", traz à tona tudo o que tenho tentado dizer. Isso era o que Simão tinha planejado em sua mente, foi o que ele tinha pensado. Mas a sua reação foi: "Respondendo, porém, Simão, disse: orai vós por mim ao Senhor, para que nada do que dissestes venha sobre mim”.
 
"Que há de errado nisso?”, vocês dirão.

Oh, o que há de errado nisso é que até mesmo aí ele estava interessado na coisa errada! O que o preocupava era o temor da punição; não viu a enormidade do que tinha feito, não odiou este coração enganoso que havia nele. Não perguntou, "Oh, como posso livrar-me disto?” Nada disso. "Orai por mim, para que eu possa escapar do castigo.” E essa tem sido sempre uma das principais características desta falsa espécie de profissão. E um interesse em não ir para o inferno, não um desejo positivo de ir pra o céu. O interesse real está posto neste mundo, porém nós queremos evitar as conseqüências disso. Não há "fome e sede de justiça55, não há anseio por Deus e por conhecer Deus. Não, não, é um temor negativo e um desejo de ser salvo das conseqüências do pecado, ou das conseqüências de uma vida vivida de acordo com a natureza.
Temos aí, pois, as lições que nos são reveladas tão clara­mente neste caso de Simão, o feiticeiro. Você é cristão? Você está seguro de que é cristão? Não me diga apenas: "Eu creio”. Simão creu. Não diga: "Eu fui batizado”. Ele foi. Não diga: "Eu pertenço à igreja". Ele pertencia. Não diga: "Eu realmente admiro estas coisas". Ele as admirava. Eis a questão funda­mental: qual é o estado do seu coração? O que você realmente deseja? Você realmente sabe que tem dentro de si uma alma que durará para sempre? Você se preocupa com essa alma? Qual é o seu real interesse no Senhor Jesus Cristo? Você diz que crê nEle - mas, será que crê mesmo? Estas são as perguntas, e são muito sérias.
Estamos neste mundo, nesta vida, somente uma vez -depois, nunca mais. O nosso destino eterno é determinado neste mundo e nesta vida, e tudo depende da nossa relação com esta Pessoa bendita. Cristo não é apenas uma cobertura para o pecado, não é tão-somente alguém que o desculpa quando você persiste no pecado. Não, não! Ele pregava Alguém a quem se referiu como "Pai santo" (João 17:11), Aquele que tinha dito: "Sereis santos, porque eu sou santo" (Levítico 11:44). Porventura é seu desejo ser santo, pertencer a Deus, ser libertado desta vida de pecado, infelicidade e vergonha, e tornar-se, verdadeiramente, filho de Deus e herdeiro da bem-aventurança eterna e sempiterna? No feiti­ceiro Simão você vê o fingimento, o embuste, o temporário, o falso, aquilo que não tem nenhum valor para Deus, que vê todas as coisas, pois "todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar" (Hebreus 4:13). Qual é o real desejo do seu coração? E o real desejo do seu coração que proclama o que você é.
Como sou grato a Deus por poder dizer, em conclusão, que, seja qual for a sua posição, se você vê que é errada, que é falsa, faça o que Pedro disse a Simão que fizesse - arrependa-se! Vá ter com Deus reconhecendo o seu erro e peça-Lhe que torne sua fé real, torne-a verdadeira. Ele não recusará isso a você. Mesmo a um homem como o feiticeiro Simão os após­tolos disseram: ore a Deus. Arrependa-se. Lance-se aos cuidados da Sua misericórdia. Não é tarde demais.
Bendito seja o nome de Deus por tão grande, tão maravilhosa salvação que, embora tentemos enganar Deus e enganar a nós mesmos ao mesmo tempo, nem isso nos lança fora definitivamente, se tão-somente nos arrependermos, se tão-somente reconhecermos e confessarmos o nosso pecado, e pedirmos a Deus que nos liberte e que nos dê um coração limpo, um novo coração, um coração puro, um coração que seja correto para com Ele, e não falso. Graças a Deus, esta continua sendo a mensagem do evangelho! Queira Deus abrir os nossos olhos e dar a todos nós a certeza de que somos crentes verdadeiros, nascidos de novo, nascidos do Espírito de Deus, e, portanto, filhos de Deus, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

A Dolorosa Lição de Aprender a ter Gozo


Não existe servir como este

Por John Piper

Servir a Deus não é o mesmo que servir a qualquer outra pessoa. Deus é extremamente zeloso de que entendamos e gozemos isso. Por exemplo, Ele nos manda: "Servi ao SENHOR com alegria" (SI 100.2). Existe uma razão para essa alegria. A razão é apresentada em Atos 17.25: "[Deus não] é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais". Servimos a Deus com alegria porque não carregamos o fardo de satisfazer as necessidades dEle. Pelo contrário, nos regozijamos em um serviço no qual Ele satisfaz nossas necessidades.

O salmista compara este servir com a dependência de um servo para com o seu gracioso senhor: "Como os olhos dos servos estão fitos nas mãos dos seus senhores, e os olhos da serva, na mão de sua senhora, assim os nossos olhos estão fitos no SENHOR, nosso Deus, até que se compadeça de nós" (SI 123.2). Servir a Deus sempre implica receber graça de Deus.

Em 2 Crônicas 12, encontramos uma história que revela quão zeloso Deus se mostra em que recebamos graça e nos gloriemos nela. Roboão, o filho de Salomão, que governava no reino do Sul, depois da revolta das dez tribos, "deixou a lei do SENHOR" (V. 1). Escolheu não servir ao Senhor e prestar serviço a outros deuses e a outros reinos. Como julgamento, Deus enviou a Sisaque, rei do Egito, contra Roboão, com mil e duzentos carros e sessenta mil cavaleiros (v. 3).

Em sua misericórdia, Deus enviou o profeta Semaías com esta mensagem: "Assim diz o SENHOR: Vós me deixastes a mim, pelo que eu também vos deixei em poder de Sisaque" (v. 5). O resultado feliz desta mensagem foi que Roboão e seus príncipes se humilharam, em arrependimento, e disseram: "O SENHOR é justo" (v. 6).

Quando viu que eles se humilharam, o Senhor disse: "Humilharam-se, não os destruirei; antes, em breve lhes darei socorro, para que o meu furor não se derrame sobre Jerusalém, por intermédio de Sisaque" (v. 7). E, como disciplina para eles, o Senhor acrescentou: "Serão seus servos, para que conheçam a diferença entre a minha servidão e a servidão dos reinos da terra" (v. 8).

E assim aconteceu. Deus é zeloso de que conheçamos a dife¬rença entre o servir a Ele e o servir a qualquer outra pessoa. A lição que Roboão e seus príncipes tiveram de aprender foi a de que servir a Deus é uma realização alegre ou, como Jesus disse, um fardo leve e um jugo suave (Mt 11.30). Disto podemos aprender, como afirmou Jeremy Taylor, que Deus ameaça coisas terríveis, se não queremos ser felizes. Foi isso que Moisés disse em Deuteronômio 28.47-48: "Porquanto não serviste ao SENHOR, teu Deus, com alegria e bondade de coração... servirás aos inimigos que o SENHOR enviará contra ti".

A verdade é clara: servir a Deus é receber, é ser abençoado, é ter gozo e benefício. Essa é a razão por que sou tão zeloso em dizer que, em nossa igreja, a adoração aos domingos e a adoração por meio da obediência diária não são um dar para Deus, e sim um receber de Deus.

Acautele-se de servir a Deus de um modo que O torna parecido com os deuses das nações. Que todo o nosso servir seja realizado na força que Ele supre (1 Pe 4.11)

Sentindo toda tensão por tua infidelidade!


Por Josemar Bessa
Neemias 9 é uma oração. É uma oração muito parecida com a grande oração de Abraão ou a grande oração de Esdras em Esdras 9, ou a grande oração de Daniel em Daniel 9. Destina-se a nossa instrução. É feita para nos ajudar em nossa vida pessoal de verdadeira comunhão com Deus.
 
“...E pão dos céus lhes deste na sua fome, e água da penha lhes produziste na sua sede; e lhes disseste que entrassem para possuírem a terra pela qual alçaste a tua mão, que lhes havias de dar. Porém eles e nossos pais se houveram soberbamente, e endureceram a sua cerviz, e não deram ouvidos aos teus mandamentos. E recusaram ouvir-te, e não se lembraram das tuas maravilhas, que lhes fizeste, e endureceram a sua cerviz e, na sua rebelião, levantaram um capitão, a fim de voltarem para a sua servidão; porém tu, ó Deus perdoador, clemente e misericordioso, tardio em irar-te, e grande em beneficência, tu não os desamparaste. Ainda mesmo quando eles... Porém tu és justo em tudo quanto tem vindo sobre nós; porque tu tens agido fielmente, e nós temos agido impiamente...” - Neemias 9:15-33
 
Esta é uma oração. E eu quero dizer em primeiro lugar que o que temos aqui pertence à área da experiência. É experiencial o que temos aqui. Isso é mais do que apenas uma confissão de fé. Isso é mais do que apenas algo cerebral. Isso é mais do que confessar o que eles sabem. Esta é uma confissão de sua experiência. Eles sentem o peso da condenação como povo de Deus.

O Espírito de Deus veio sobre eles ao ouvirem a Palavra lida, conforme o Espírito Santo escreveu essa palavra em seus corações. Eles estão profundamente conscientes de que seus pais e eles próprios pecaram. Eles não estão vivendo uma relação com Deus que eles deveriam estar vivendo. Na oração não há racionalizações ou justificações.

É profundamente comovente. É quase como um casamento desfeito. É como se o povo de Deus fosse como uma esposa infiel, dizendo ao esposo, sentindo agora toda a apreensão e tensão e nervosismo por sua infidelidade, que este casamento está quebrando. E é quase como se o povo de Deus coletivamente estivessem chegando a Ele e dizendo: 'Eu quero que esse casamento dê certo. Eu fui infiel. Eu fui infiel. Você tem todo o direito de me expulsar. Você tem todo o direito de se divorciar de mim. Mas eu quero começar de novo. Eu vou fazer de tudo para que ele funcione. Eu te amo '. É uma confissão que está vindo de um coração partido. A Palavra tem quebrado seus corações ( E como isso é raro hoje, tanto individualmente quando coletivamente). Seu espírito está quebrado, quebrado do seu orgulho, quebrado de sua auto-confiança.

Eu me pergunto se você alguma vez chegou diante de Deus assim? Talvez eu devesse perguntar, você chegou diante de Deus assim recentemente? A Palavra de Deus tem quebrado teu espírito? Tocado em você? Condenado você? Mostrado onde você errou e se desviou e foi infiel como um crente, como cristão, como um membro da igreja?

Devemos perguntar isso a nós mesmos porque estar em Cristo é estar numa verdadeira relação com Deus que afeta cada segundo da vida. Queremos ouvir o que Ele tem para nos dizer. O que Ele tem falado com você tem tocado o reino da experiência cristã? Porque é lá que começa esta oração.

Observe, por outro lado, que esta oração concentra-se em Deus. O foco é sobre o pecado, uma vida que não está sendo vivida a altura do chamado, mas o foco está em Deus, refletindo sobre os atributos de Deus, refletindo sobre a graça de Deus, refletindo sobre o caráter de Deus, a misericórdia de Deus... Mais e mais e mais este capítulo de Neemias se volta para Deus.

É uma ótima maneira de reformar nossa oração. É a maneira bíblica de reformar nossa vida cristã. Não é tudo sobre o "eu". Não é tudo sobre a minha família. Não é tudo sobre a minha segurança pessoal. Não é tudo sobre a minha saúde. Trata-se do Senhor. Trata-se de Deus, esta aliança do Senhor, este Deus de Abraão, o Deus de nossos pais.

Observe que o que os levou a este ponto é na verdade um reconhecimento da intensidade de seu fracasso. Não há dica aqui de qualquer tentativa de desculpar-se.

Você percebe, nos versos 16-17, que eles se comparam ao Egito. Eles não são melhores do que o Egito. O Egito era seu inimigo. O Egito foi historicamente seu opressor, mas agora estão vendo que eles não são melhores do que o seu inimigo. Eles não são melhores do que o Egito. Isso é o caminho do crescimento. Eles cresceram. A adversidade fez isso. O julgamento fez isso. Isto os ensinou a confiar em Deus. Ensinou-lhes que não podiam ter confiança além da confiança que está no cerne das misericórdias da aliança de Deus. Esse é o único lugar certo e seguro para descansar.

Samuel Rutherford uma vez escreveu essas linhas, "A Graça cresce melhor no inverno." Talvez você esteja consciente de um inverno em sua alma agora. Talvez você esteja consciente que você não é o que você deveria ser, que você não está seguindo o Senhor tanto quanto você deveria. Você não está lendo a sua palavra ou sendo transformado por Sua palavra como deveria. Você está ciente disso. Você está consciente disso. O Espírito trouxe-lhe a sua atenção. Bem, use isso. Use isso para lançar-se sobre as misericórdias de Deus. Corra para o Senhor em sua fraqueza, sua fragilidade, em seu quebrantamento! "Senhor, dá-me uma percepção clara de meu pecado, que eu possa ter um maior senso de Sua beleza!"

Ser infantil ou ser como criança – uma distinção importante



Por Carl Trueman
Há uma importante distinção que é absolutamente vital para uma boa teologia e uma vida cristã saudável. É também uma distinção que parece ter sido perdida por um crescente número de pessoas tanto no lado esquerdo quanto no direito do espectro teológico. É a distinção entre ser como criança e ser infantil. Cristãos são chamados a terem uma fé do primeiro tipo; não do segundo.
Eu suspeito que as próximas gerações talvez olhem para trás, para os dias de hoje, e vejam uma era de incomparável infantilidade na história da humanidade. As vastas somas de dinheiro pagas para que homens adultos brinquem de jogar para nosso entretenimento é simplesmente inacreditável. A influência cultural lançada por jovens estrelas pop é até bizarra. Digo, qualquer que seja a opinião de alguém sobre um sistema estatal de saúde, não é óbvio que as opiniões do Justin Bieber sobre o assunto deveriam ser seguramente ignoradas? E a necessidade compulsiva de pessoas aparentemente inteligentes de twittar as mais tolas banalidades de suas vidas para o domínio público é surpreendente. A esses atos de infantilidade relativamente triviais podemos adicionar também algo mais sinistro: o desenvolvimento de uma cultura política e legal que se recusa a reconhecer qualquer meio termo. Quanto à moralidade, as crianças mimadas realmente tomaram o universo do discurso moral, quando é mais provável que um homem que deixa sua esposa por outro homem seja louvado como herói cultural por sua bravura do que taxado de imoral e cretino por sua capitulação covarde aos seus hormônios.
Infelizmente, isso também tem afetado a igreja. Muitas megaigrejas têm crescido por meio do casamento inesperado, mas indubitavelmente bem sucedido, de uma teologia esparsamente ortodoxa com um linguajar infantil. Indo além, muitos cristãos de igrejas não tão ‘mega’ também têm hábitos e pessoas infantis. Não são simplesmente aqueles pastores que se vestem como adolescentes desleixados quando pregam que exibem tais características. Todos nós podemos ser tentados nessa direção quando não nos dão o que queremos e procedemos imediatamente para derrubar das prateleiras todos os brinquedos que temos. E o que se pode dizer sobre o consistente fracasso da blogosfera cristã, do menor ao maior, em entender que algumas coisas são próprias à esfera pública e que outras devem ser mantidas privadas? Saber quando falar em público e quando se manter discreta e modestamente em silêncio (especialmente sobre os próprios sucessos) costumava ser uma parte muito básica do que significava amadurecer.
Talvez, no centro dessa infantilidade, esteja a inabilidade de reconhecer qualquer tipo de autoridade externa. O bebê chorando pelo bichinho de pelúcia confiscado está expressando seu ultraje ao mundo ter mudado contra sua vontade, tanto quanto a adolescente cuja vida foi (e eu cito diretamente) ‘tipo, totalmente arruinada’ porque seu celular lhe foi tirado por uma noite por um pai aborrecido. Muito do que consideramos comportamento infantil, como birras, irresponsabilidade e insolência, contém uma dose significativa de repúdio por autoridades externas.
Alguns anos atrás, me lembro de confrontar alguém sobre a questão da autoridade bíblica. Esse indivíduo, na época um cristão professo, simplesmente não conseguia aceitar a afirmações que a Bíblia fazia sobre sua vida. Gradualmente percebi um padrão: essa pessoa também odiava o fato de ter que prestar contas ao seu chefe, que os presbíteros de sua igreja desejavam que ele lhes prestasse contas, e que também deveria ser submisso a seu pai. Ficou claro para mim que essa pessoa não estava lutando contra a autoridade bíblica em particular; ele lutava contra autoridades externas em geral. Ironicamente, o Ocidente tem considerado esse tipo de individualismo e independência como sinais de maturidade. E conforme vemos os últimos estágios desse projeto se desenvolverem perante nossos olhos, e o mundo Ocidental se tornar um lugar onde tribunais são necessários para decidir quais banheiros as crianças de cinco anos devem usar, acredito que a trajetória dessa infantilidade já esteja bastante clara. E, por falar nisso, nesse caso a que me refiro, foram as crianças de cinco anos, não os adultos, que ganharam. Isso deveria te dizer algo.
Ser como criança, entretanto, é a própria antítese da infantilidade. Se infantilidade envolve a recusa em reconhecer autoridades externas e, assim, uma recusa em reconhecer os próprios limites e falta de exclusividade nesse mundo, ser como criança é muito diferente disso. Ser como uma criança é aceitar que você não é a medida de todas as coisas. Crianças são aqueles seres que são os melhores em olhar para os outros, especialmente os adultos, para aprenderem as coisas sobre as quais ainda são ignorantes. Ser como uma criança envolve confiar no pai ou no irmão mais velho em busca de proteção, sabedoria, e saber que os adultos têm competências e habilidades que servem para ajudar.
No mundo cristão, é possível adicionar que isso envolve uma aceitação do poder e da autoridade de Deus, da suficiência de Sua revelação e a adequação completa da salvação provida em Cristo. Também envolve estar envolvido na igreja local, buscando nos presbíteros e diáconos suporte e cuidado. Envolve perceber que não se vive longe, ou acima, do corpo de Cristo: deve-se ser parte dele, e estar sob a autoridade da cabeça.
Voltando ao exemplo do homem que citei anteriormente. Eu lembro de um comentário feito por Karl Barth sobre as Escrituras. Veja bem, eu não concordo com a visão de Barth das Escrituras, mas esse comentário foi muito marcante para mim desde que o li. Era mais ou menos assim: eu sei que a Escritura é a palavra de Deus da mesma forma que sei que minha mãe é minha mãe. Veja, eu confesso que nunca pedi um teste de DNA para minha mãe. Eu tenho uma cópia da minha certidão de nascimento, na qual o nome dela aparece, mas eu nunca usei isso como a base do meu relacionamento com ela, nem tentei descobrir se essa certidão foi forjada como parte de uma ampla conspiração para me confundir. Eu simplesmente sempre soube que a minha mãe é minha mãe e não vejo essa convicção como sendo, nem de longe, irracional, vergonhosa, sem fundamento ou ridícula. Confesso que me lembro de um momento particularmente desagradável de meus anos de juventude em que gritei “você não é minha mãe!” para ela, mas esse brado foi mais um insulto calculadamente cruel, não uma afirmação de fatos biológicos ou crenças pessoais. Também diria que, ironicamente, essa afirmação marcou o ápice da minha estupidez e infantilidade adolescente.
Herman Bavinck dizia que o cristão aceita a revelação especial de Deus em Cristo com a fé de uma criança. Isso é uma afirmação implausível em um mundo onde ser como criança é tão desprezível e ser infantil tão exaltado. Mas ela captura com precisão o pensamento expresso justamente por Cristo, que apontou para as crianças como paradigmas da maneira com que suas palavras deveriam ser recebidas.
Crescimento em maturidade cristã deveria se manifestar de diversas formas. Uma delas é que deveríamos nos tornar cada vez menos enamorados pelos mitos que contamos a nós mesmos sobre quão únicos nós somos como indivíduos, sobre termos potencial ilimitado, sobre como realmente temos a última palavra sobre tudo. Resumindo, deveríamos nos tornar menos infantis. Pelo contrário, deveríamos nos tornar mais conscientes do quanto somos exatamente como todo mundo – limitados, dependentes, finitos, caídos. Também deveríamos aprender cada vez mais a encontrar nossa realização em descansar na simples fé bíblica e catequética que descreve quem somos, o que precisamos e como podemos achar isso ao nos submetermos em fé reverente e humilde a Cristo. Em outras palavras, devemos nos tornar menos infantis e mais como crianças.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Religião é dinheiro?


Por Derval Dasilio

Há mansões nesse lindo país”. O hino evangélico foi levado ao pé da letra quando pastores passaram a adquirir casas luxuosas na Flórida e no Brasil. Condomínios de luxo, prédios em bairros nobres, compõem o patrimônio da corrupção. Não só, porque dízimos e ofertas geram proventos de milhões para os parentes dos dirigentes e laranjas eclesiásticos que levam dinheiro para contas no exterior. Uma família milionária distribui as benesses a privilegiados (A Gazeta, ES – 08/fev/2012).

Nas semanas que antecedem a Páscoa de 2006, em Vitória (ES), diante das câmeras, um líder era preso pela Polícia Federal, juntamente com um suplente de senador, do bloco evangélico no Congresso Nacional (A Gazeta 8/mar/2006). Era trancafiado enquanto exibia um exemplar da Bíblia diante das câmeras. A acusação era de roubo ao erário e formação de quadrilha, estava ligado a um senador também evangélico. “Usam-se igrejas como fachadas, e como negócios religiosos”, sugeria o jornal. Também na Quaresma, 2012, no mesmo estado e região, a Igreja Cristã Maranata e a Assembleia de Deus passam por investigação policial e pelo Ministério Público Federal pelos mesmos motivos.

Para os novos evangélicos, “religião é dinheiro”, enquanto cometem abusos (evidentemente consentidos) contra a comunidade de fieis. O momento é identificado como “grandes igrejas, grandes negócios”. É possível conceber passivamente, sem indignação, a existência de “profissionais da santidade” – pessoas destacadas e separadas para a busca pessoal do “estado de perfeição espiritual”, como querem os evangélicos dessas denominações? Preocupações com a honestidade civil, cidadania, justiça e a solidariedade para com os fracos, desaparecem enquanto a “graça” materializada em moeda sonante é distribuída por mãos levianas? O “perdão” eclesiástico, obtido em prestações, dízimos e ofertas compulsórias, cessa quando o fiel para de pagar, ou ele tem que se endividar mais para continuar no sistema?

A polícia investiga o enriquecimento ilícito na Igreja Cristã Maranata, a partir de denúncias vindas de descontentes dentro da mesma. A direção do império evangélico, tentando abafar o assunto, protocolou uma ação na justiça de valor extremamente baixo. Traindo a cúpula, agindo em proveito próprio, o administrador do caixa único foi “descoberto” e acusado na justiça de um desvio de pouco mais de 2 milhões de reais. Uma auditoria externa, porém, para o acerto de contas interno, teria constatado um valor superior a 20 milhões somente nos últimos dois anos. A ação corria em segredo de justiça, mas vazou. A tv e a imprensa escrita publicam os desdobramentos da denúncia pública, desmentindo seguidamente as declarações oficiais da igreja em matérias pagas.

O Ministério Público passa a investigar a denominação. Um caso de polícia, na procura de criminosos espertalhões (que se defendem contratando raposas especializadas no crime organizado há anos). Seria uma tarefa relativamente fácil para a polícia, uma vez que o centralismo da direção numa mesma família milionária permitiria constatar, por meios legais, a fonte de enriquecimento de cada um de seus membros, e expressivos registros patrimoniais à custa dos fieis. Contratados pela cúpula, parentes chegam a ter proventos de 4 milhões (Gazeta Online 12/fev/2012). No “baixo-clero”, porém, não há salários. Como mariposas em torno do alto clero, um rebanho denominacional dos maiores do país é orientado a recusar a “infâmia da imprensa sensacionalista”. Mas esta fornece provas chocantes, de que a denominação evangélica funcionaria como um banco clandestino.

As perguntas estão no ar: por que o pastor vice-presidente não foi expulso de imediato, descoberto com a boca na botija, como se faz com fieis que cometem infidelidades e desvios bem menores? O vice-presidente seria um arquivo vivo, detentor de informações que envolvem o grupo diretor por inteiro? Se a igreja arrecada perto de 500 milhões por ano, prestações de financiamentos internos (habitação, veículos, planos de saúde etc.), dízimos e ofertas, sem distinção, por que se preocuparia com uma ninharia de 2 milhões desviados? O esquema envolve quantos, dos quase três mil pastores do movimento, e apoiadores políticos, congressistas, deputados e vereadores locais? Como, por anos a fio, a corrupção das lideranças teria passado despercebida, levando-se em conta a movimentação milionária através dos anos, sem o conhecimento das demais lideranças? Onde entra o Banco Central e a Constituição Federal? Seria possível uma comparação à prática comum no pentecostalismo dos últimos 40 anos, no Brasil, em negócios religiosos “livres” de obrigações fazendárias? Investigarão também a Assembleia de Deus, denunciada por uma fraude espetacular, na Grande Vitória (ES)?

O movimento neoevangélico pentecostal surgiu há quatro décadas, exatamente no momento em que denominações históricas (iniciadas por volta de 1850/70), século 19, começavam a rachar. Igrejas batistas, congregacionais, metodistas, presbiterianas, episcopais anglicanos, pertencentes ao período conhecido como “protestantismo de missões” – denominado histórico –, são atingidas pelas primeiras divisões pentecostais a partir de 1960. A Assembleia de Deus inaugurara o movimento pentecostal em 1910, e juntamente com a Congregação Cristã do Brasil (1912), construiu-se à parte das missões protestantes norte-americanas.

Bem-sucedido, o pentecostalismo anárquico, sem vínculo denominacional, das últimas quatro décadas – centenas de “igrejas de dono”, ou famílias –, também comprometeu a identificação “evangélica” e “pentecostal” por inteiro. As denominações evangélicas históricas, até o momento, têm passado ao largo da corrupção sistemática nesse cenário. Mais temas para a pesquisa da história social do protestantismo. O último censo do IBGE (2010) aponta, por estimativa, 31% de crentes evangélicos, hoje, no Brasil. Apenas 5% dos evangélicos brasileiros pertencem ao protestantismo histórico não-pentecostal.

A partir da Assembleia de Deus (a AD mais recente, fique claro, é ligada visceralmente à comunidade assembleiana nacional), Igreja Universal do Reino de Deus; Igreja Internacional da Graça, Igreja Internacional do Poder Deus, Igreja Batista da Lagoinha, Comunidade Sara Nossa Terra, Renascer em Cristo etc, apareceu o prefixo “neo” para os pentecostais dos afluentes das últimas décadas. Impérios eclesiásticos se formam, com uma movimentação financeira gigantesca que o fisco não alcança, controlados por famílias, ou clãs evangélicos, desde a fundação.

O movimento pentecostal da Maranata é discreto e contundente, diferente das denominações midiáticas, exuberantes, recentes. Sua ênfase na santidade e avivamento esconde o verdadeiro objetivo a alcançar? Sem dúvida, é um sucesso empresarial, entre outras. Aparentemente, estas denominações são altamente organizadas, e de eficiência inegável na arrecadação, conforme os números e nas estatísticas. Escândalos permanentes e recentes, porém, mostram a face oculta desse movimento vitorioso.

J. C. Ryle – O que é ser salvo?



poucos salvos Jc Ryle
Este é um assunto que precisa ser esclarecido. Até que saibamos disso, não faremos nenhum progresso. Por ser “salvo” eu posso ter em mente uma coisa, e você pode ter em mente outra. Deixe- me mostrá-lo o que a Bíblia diz sobre ser “salvo”, e então não haverá mal-entendidos.
Ser salvo não é meramente professar e chamar a nós mesmos de Cristãos. Podemos ter todas as partes exteriores do Cristianismo, e ainda estarmos perdidos apesar de tudo. Nós podemos ser batizados na Igreja de Cristo, participar da mesa de Cristo, ter conhecimento Cristão – ser reconhecidos como homens e mulheres Cristãs; e ainda sermos almas mortas por toda nossa vida – e ao fim, no dia do julgamento, se achar à esquerda de Cristo, entre os bodes. Não: isto não é salvação! Salvação é algo muito maior e mais profundo que isto. Agora, o que é?
(a) Ser salvo é ser liberado nesta vida presente da culpa do pecado, pela fé em Jesus Cristo, o Salvador. É ser perdoado, justificado, e livre de cada acusação de pecado, pela fé no sangue de Cristo e em Sua mediação. Todo aquele que com seu coração crê no Senhor Jesus Cristo, é uma alma salva. Ele não perecerá. Ele tem a vida eterna. Esta é a primeira parte da salvação, e a origem de todo resto. Mas isto não é tudo.
(b) Ser salvo é ser liberado nesta vida presente do poder do pecado, pelo novo nascimento, e santificado pelo Espírito de Cristo. É ser livre do domínio abominável do pecado, do mundo, e do diabo, tendo uma nova natureza introduzida em nós pelo Espírito Santo. Todo aquele que é dessa maneira renovado no espírito de sua mente, e convertido, é uma alma salva. Ele não perecerá. Ele entrará no reino glorioso de Deus. Esta é a segunda parte da salvação. Mas ainda não é tudo.
(c) Ser salvo é ser liberado no dia do julgamento, de todas as terríveis consequências do pecado. É ser declarado inocente, imaculado, irrepreensível, e completo em Cristo, enquanto outros são achados culpados e condenados para sempre. É ouvir aquelas palavras confortantes: – “Vinde, benditos!”; enquanto outros ouvem aquelas palavras atemorizantes: – “Apartai-vos de mim, malditos!” (Mateus 25.34,41). É ser aceito e confessado por Cristo, como um de Seus filhos e servos queridos, enquanto outros são rejeitados e lançados fora para sempre. É ser declarado livre da parte do iníquo: – do bicho que nunca morre, do fogo que nunca se apaga, do choro, do gemido, e do ranger de dentes, que nunca tem fim. É receber a recompensa preparada para os justos, no dia da segunda vinda de Cristo – o corpo glorioso, o reino incorruptível, a incorruptível coroa de glória, e a alegria eterna. Esta é a salvação completa.
Esta é a “redenção” que os verdadeiros Cristãos são encorajados a olhar e desejar (Lucas 21.28). Esta é a herança de todos os homens e mulheres que creem e nascem de novo. Pela fé eles já são salvos. Aos olhos de Deus sua salvação final é uma coisa absolutamente certa. Seus nomes estão no livro da vida. Suas mansões no céu já estão preparadas. Mas ainda há uma parte da redenção e da salvação que eles não alcançarão enquanto estiverem no corpo. Eles são salvos da culpa e poder do pecado; mas não da necessidade de vigiar e orar. Eles são salvos do medo e amor do mundo, mas não da necessidade diária de lutar. Eles são salvos da servidão do diabo; mas não são salvos de serem atormentados por suas tentações. Porém quando Cristo vier à salvação dos crentes estará completa. Eles já a possuem no broto Eles a verão então na flor.
Salvação é isto. É ser salvo da culpa, poder, e consequências do pecado. É crer e ser santificado hoje, e ser salvo da ira de Deus no último dia. O salvo que tem a primeira parte na vida presente, terá sem dúvida a segunda parte na vida por vir. Ambas as partes serão unidas. O que Deus juntou, nenhum homem tente dividir. Que ninguém sonhe que será salvo no fim, se primeiro não nascer de novo.
Que ninguém duvide, se nasceu de novo aqui, que certamente será salvo no mundo porvir.
Que nunca seja esquecido que o objetivo principal de um ministro do Evangelho é promover a salvação das almas. Eu afirmo como um fato certo que não é um ministro verdadeiro quem não sente isso. Não falo de mandamento de homens! Tudo pode estar sendo feito corretamente, e de acordo com as regras. Ele pode usar um casaco preto, e ser chamado de “reverendo”. Mas se a salvação das almas não é o grande interesse – a paixão dominante; o pensamento cativante de seu coração – ele não é um verdadeiro ministro do Evangelho: ele é um assalariado, e não um pastor. Congregações podem tê-lo chamado, mas ele não é chamado pelo Espírito Santo. Bispos podem tê-lo ordenado, mas não Cristo.
Para qual propósito os homens supõem que os ministros são enviados à frente? É meramente para usar um sobrepeliz, e ler as cerimônias, e pregar um certo número de sermões? É meramente para administrar os sacramentos, e oficiar em casamentos e funerais? É meramente para ter uma vida confortável, e estar em uma profissão respeitável? Não, sem dúvida! Nós somos enviados avante para outros fins que esses. Nós somos enviados para trazer homens das trevas para a luz, e do poder de Satanás para Deus. Nós somos enviados para convencer homens a fugir da ira vindoura. Nós somos enviados para atrair homens do serviço do mundo para o serviço para Deus, para despertar os que dormem – para alertar o desatento – e “por todos os meios chegar a salvar alguns” (1 Coríntios 9.22).
Não pense que tudo acaba quando estabelecemos cerimônias regulares, e persuadimos as pessoas a assisti-las. Não pense que tudo acaba, quando congregações cheias estão reunidas, e a mesa do Senhor está repleta, e a escola paroquial está lotada. Nós queremos ver a obra manifesta do Espírito entre o povo, um senso evidente de pecado, uma fé vigorosa em Cristo – uma resoluta mudança de coração, uma separação nítida do mundo, uma andar santo com Deus. Em resumo, nós queremos ver almas salvas – e nós somos tolos e impostores, cegos condutores de cegos, se descansamos satisfeitos com qualquer coisa menos que isso.
Afinal, o grande objetivo de ter uma religião é ser salvo. Esta é a grande questão que temos que assentar em nossas consciências. O assunto para nossa consideração não é se vamos à igreja ou à capela – se nos aprofundamos em certos costumes e cerimônias – se observamos certos dias, e executamos um certo número de deveres religiosos. O importante é se, depois de tudo, nós seremos “salvos”. Sem isso todos os nossos atos religiosos são desgastantes e o labor é em vão.
Nunca, nunca nos contentemos com algo menos do que uma religião salvífica. Seguramente estar satisfeito com uma religião que não dá nenhuma paz na vida, nenhuma esperança na morte, nenhuma glória no mundo que virá, é estupidez infantil.

RELIGIÃO OU MAGIA?


Muita gente entre nós confunde religião e magia. Isto se deve a três fatores: a Bíblia vista como livro de receitas mágicas, o pastor visto como pajé, e o culto entendido como manipulação de forças espirituais. Os dois últimos são a base de cultos animistas e pagãos. Juntou-se-lhes a compreensão errada da Bíblia (primeiro item) e eis uma prática animista com tintura bíblica. Não se estuda a Bíblia para reger a vida por ela, mas para extrair práticas que legitimem a magia bíblica.

Há muitas diferenças entre magia e religião. Pelo espaço e natureza desta pastoral, cito três: (1) A magia busca manipular forças espirituais para benefício; a religião procura a vontade de Deus e o ajustar-se a ela; (2) A magia busca facilidade para viver; a religião busca maturidade para saber viver; (3) A magia busca resolver problemas pessoais, sem noção do outro; a religião se preocupa também com o próximo e o mundo. Na magia, a questão é: eu diante da força espiritual ou cósmica para resolver meu problema. Na religião, a questão é como ser usado por Deus como agente de transformação.

O evangelho não é magia. Alguns cultos não refletem sobre Deus, mas sobre como usá-lo. Ou são formatados para as pessoas se sentirem bem. Muitos cânticos seguem esta linha: criar uma sensação de bem estar, de relaxamento espiritual, em vez de proclamar as grandes verdades da Bíblia. A música evangélica não apenas expressa sentimentos, mas também proclama a grandeza de Deus, seu amor, sua salvação. Mas eis visão de magia: o culto é para nos sentirmos bem, não para estarmos diante do Totalmente Outro, do Transcendente, do Santo, e nos submetermos a dele.

A experiência de Isaías foi fantástica. Entre a fumaça viu Alguém no trono. Ficou aterrado (Is 6.5). Arrebatado em espírito, João teve uma visão do Cristo glorificado. Resultado: “Quando o vi, caí aos seus pés como morto” (Ap 1.17). O verdadeiro culto produz temor, reverência, consagração e serviço. Como Isaías: “E eu respondi: Eis-me aqui. Envia-me!” (Is 6.8). Há muita adoração e louvor hoje! Multiplicam-se cultos e reuniões evangélicas! Mas há escassez de santidade e de serviço. As pessoas vão aos cultos, sentem-se bem, fazem uma catarse, mas não são transformadas! Os líderes evangélicos não têm reputação de santos no Brasil, mas de espertalhões.

Magia ou religião? Liberação emocional ou adoração? O Deus verdadeiro, manifestado em Jesus, ou a estética do culto? Foi o Ruah (Espírito) de Deus quem falou ou a psiquê (a interioridade) que se manifestou? Magia aliena e produz uma vida vazia e artificial. A verdadeira religião, o evangelho de Jesus, produz segurança, equilíbrio, maturidade, realização. É dizer “achamos o Messias” (Jo 1.41).

Você busca magia ou religião?

MAÇONARIA - ORGANIZAÇÃO FRATERNA OU RELIGIÃO?


Por Fernando Galli.

Quando nossos amados irmãos em Cristo Jesus são convidados a se tornarem maçons, é lhes dito que a Maçonaria não é uma religião. Por quê? Porque os convidados a ingressar nela já possuem uma religião. Evidentemente, ninguém se sentiria bem em afirmar ter duas religiões. Poderíamos frequentar duas denominações da mesma religião cristã (Quadrangular e Batista, por exemplo), e mesmo assim seria estranho, mas jamais conseguiríamos ser judeus e cristãos ao mesmo tempo. Afim de evitar problemas com a consciência religiosa dos convidados, os maçons não se intutulam de religião, mas de organização, ordem ou fraternidade. Outros ainda definem a maçonaria como uma sociedade que objetiva unir os homens, no sentido mais amplo e elevado do termo e, por esse esforço de unir homens, admite pessoas de todos os credos religiosos sem nenhuma distinção ou preconceito. Mas o que mostram os fatos? É uma organização ou uma religião?

O Conceito Maçônico de Religião

Antes de provarmos que a maçonaria é uma religião, precisamos entender o conceito que eles possuem de religião. Observe o que uma das obras de autores maçônicos descreve sobre isso:

"A idéia maçônica é a religião é absoluta, eterna e imutável; que não é um dogma, ou coleção de dogmas, mas uma reverência e humildade diante das ideias de infinitude e de Eternidade (...) As ideias de Deus, a retribuição, a vida vindoura - esses grandes fatos da religião não pertencem a uma só seita ou partido; constituem o fundamento de todos os credos. Religião (...) é o mesmo ontem, hoje e para sempre. O sectarismo é apenas a estrutura material, mutável e falível." - Macoy, A Dictionary of Freemasonry, pp. 324, 325, "Religion".

O que essas palavras tentam nos ensinar? Um conceito maçônico de religião genérico, mas ao mesmo tempo relativista, que poderia ser enquadrado em todo tipo de credo. Para os maçons, a verdadeira religião não é o Cristianismo, o Budismo, o Islamismo, por exemplo, mas as verdades que perduram ontem, hoje e sempre nessas crenças, as quais foram desfiguradas pelo sectarismo. Em contrapartida, para o cristianismo, religião verdadeira é um modo de vida baseado na Palavra de Deus, a Bíblia, resultante da transformação que o Espírito Santo faz na vida de todo aquele que aceitou a Jesus como o seu único e suficiente Salvador. Outra obra maçônica confirma a idéia de religião no mundo maçônico:

"Seus imortais fundadores [religões] foram todos Mensageiros da Verdade única, que deram à humanidade seu evangelho de União e Fraternidade, para que através do amor as almas se religuem entre si ao Deus Supremo. Tal foi, em essência, a mensagem de Vyâsa, Hermes Trismegisto, Zarathustra, Orfeu, Krishna, Moisés, Pitágoras, Platão, Cristo, Maomet e outros. Por isso, a máxima imparcialidade deve presidir o estudo das religiões, para que seja realmente compreensivo a todos." - FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio. Dicionário de Maçonaria. Seus Mistérios. Seus Ritos. Sua Filosofia. Sua história. Página 368. Editora Pensamento. SãoPaulo.

Percebe-se, com a definição acima, que a verdadeira religião do ponto de vista maçônico não está centralizada em Jesus Cristo, o qual disse "Eu sou a verdade" (João 14:6), mas numa base comum, numa verdade comum a todas as formas de religião como nós concebemos. É nesses termos que a maçonaria se define como a verdadeira religião. Por isso, seu ícone Albert Pike, grande líder da maçonaria entre 1859 e 1891, escritor da mais importante obra maçônica Morals and Dogma, o qual era satanista declarado, escreveu sobre o que ele chama de religião filosófica maçônica:

"E a verdadeira e pura religião filosófica é a crença em Lúcifer, o igual de Adonai; Mas Lúcifer, Deus da luz e Deus do bem, está lutando pela humanidade contra Adonai, o Deus da escuridão e do mal." - Instructions to the 23 Supreme Councils of the World, Albert Pike, Grand Commander, Sovereign Pontiff of Universal Freemasonry, July 14, 1889.

Então, se a verdadeira religião filosófica para Albert Pike é a crença em Lúcifer (Satanás), o igual de Adonai (o nosso Deus na Bíblia, o Senhor), isso significa que a Maçonaria aceita como parte de seus integrantes seguidores do Diabo, e pior do que isso, que no Satanismo, que também é uma forma de religião, podemos encontrar a verdadeira religião dentro do conceito maçônico sobre esse tema.

Com todas essas declarações supracitadas, entendemos que algo muito maligno está por trás do conceito de religião na Maçonaria. Retiram Jesus do centro, igualam-no a Khisna, Pitágoras, Platão, Maomé e outros, e ainda permite que satanistas façam parte dessa suposta "religião verdadeira" com seus princípios morais, filosóficos e místicos. Pela declaração de Albert Pike, já sabemos o maligno que atua no meio maçom. Não é uma pena que cristãos (pastores e diáconos e membros) estejam no meio dessa religião maldita?

Por que a Maçonaria é Realmente Uma Religião?

J. Scott Horrell, cristão perseguido por maçons brasileiros (muitos deles pastores e diáconos da Convenção Batista Brasileira e de outras denominações cristãs), autor do livro Maçonaria e Fé Cristã, citou em sua obra as Nove Características de "religião" mencionadas na obra The Encyclopedia of Philosofy, de William Alston, verbete "Religion (Religião), também em Ankerberg, na obra Secret Teachings, páginas 37, 38, 286. (HORREL J. Scott. Maçonaria e Fé Cristã. Fraternidade beneficente ou religião pagã? Uma análise a partir do contexto brasileiro. Páginas 56, 57. Editora Mundo Cristão. São Paulo. 1995. Seguem, abaixo, as nove características de "religião" e trechos de obras maçônicas que comprovam a Maçonaria como enquadrada nessas características.

(1) "A Crença num Ser ou seres sobrenaturais." Crê a Maçonaria num Ser ou em seres sobrenaturais?" Sim. "

"A Maçonaria é uma organização fraterna (...). Não é uma religião; mas é uma sociedade de homens religiosos, na medida em que exige de seus membros que acreditem na existência de um "Ser Supremo". O nome desse Ser, o texto sagrado em que é revelado e a forma pela qual deve ser adorado são assuntos que cada maçom deve resolver por si." - MACNULTY, W. Kirk. A Maçonaria. Símbolos, segredos, significado. Página 9. WMF Martins Fontes. São Paulo. 2007.

"DEUS - Ser Supremo em que se alicerçam todas as religiões, e cuja denominação varia em cada povo, seita e instituição. A Maçonaria o designa sob o sugestivo título de O Grande Arquiteto do Universo."- FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio. Dicionário de Maçonaria. Seus Mistérios. Seus Ritos. Sua Filosofia. Sua história. Página 117. Editora Pensamento. São Paulo.

"No grau 28.o do Rito Escocês Antigo e Aceito figuram os sete anjos querubins, presidentes dos sete planetas conhecidos dos antigos [...]. "- FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio. Dicionário de Maçonaria. Seus Mistérios. Seus Ritos. Sua Filosofia. Sua história. Página 41. Editora Pensamento. São Paulo. "A Maçonaria não é espírita; contudo, não condena o espiritismo, e aceitaa presença dos irmãos que estão no oriente eterno [céu] e sua comunicação mental. Nas exéquias de um maçom, passados 33 dias, por ocasião da formação das cadeias de união, não raramente almas de defuntos apresentam-se tomando parte da cerimônia." - Dicionário Filosófico de Maçonaria, página 66; LIMA, Eliseu Dourado. RECCO, Myrian Cassou Terra. Andando com o Inimigo? Página 109. Editora Descoberta. Londrina -Cuririba. 2000.

Conforme se observa, a Maçonaria, mesmo negando ser uma religião, afirma disignar o Ser Supremo, Deus, como o Grande Arquiteto do Universo. Ensinam a existência de anjos. e de espíritos (almas) de falecidos maçons que se fazem presentes no 33.o dia após o sepultamento de um maçom. Então, enquadram-se na primeira característica de religião. Possuir um Ser ou seres sobrenaturais.

(2) "A distinção entre objetos sagrados e profanos." Entre os maçons, é sabido que há objetos sagrados e também os iniciados ali são chamados de profano. Por exemplo:

"BÍBLIA - Na grande maioria das Lojas maçônicas entre os povos cristãos constitui o seu Volume de Conhecimento Sagrado." - FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio. Dicionário de Maçonaria. Seus Mistérios. Seus Ritos. Sua Filosofia. Sua história. Página 41. Editora Pensamento. São Paulo.

"PROFANO - (...) Termo adotado (...) que na maçonaria se qualificam os não-iniciados." - FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio. Dicionário de Maçonaria. Seus Mistérios. Seus Ritos. Sua Filosofia. Sua história. Página 343. Editora Pensamento. São Paulo.

A maçonaria também possui outros objetos como o Compasso, O Esquadro, as Luvas, o Avental, etc. Todos com um significado filosófico e místico, e se místico, há por trás o conceito de sagrado.

(3) "Atos rituais orientados para esses objetos." Toda loja maçônica (grupo de maçons que se reúnem num templo) possui dezenas de ritos. Veja como isso é verdade:

"RITO - Solene ato religioso, e por extensão, qualquer das práticas e fórmulas usadas nos diversos cultos. (...) Na Maçonaria, que conta com algumas dezenas de Ritos, se entende como tal o conjunto de regras segundo as quais se praticam as cerimônias e se comunicam os graus, sinais, toques, palavras e todas as demais instruções secretas daí decorrentes." - FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio. Dicionário de Maçonaria. Seus Mistérios. Seus Ritos. Sua Filosofia. Sua história. Página 371. Editora Pensamento. São Paulo.

"Eu, ________________, juro e prometo, de minha livre vontade e por minha honra e por minha fé, em presença do Grande Arquiteto do Universo e perante esta assembleia de maçons [...] nunca revelar qualquer dos mistérios da maçonaria que me vão ser confiados [...] nunca os escrever, gravar, imprimir [...] Se violar este juramento, seja-me arrancada a língua, o pescoço cortado e meu corpo enterrado na areia do mar [...] sendo declarado sacrilégio para Deus e desonrado para os homens. Amém.” – Juramento extraído da Série Apologética do Instituto Cristão de Pesquisas, Volume 6, página 118.

Não restam dúvidas de que na Maçonaria encontramos ritos de caráter religioso e cerimônias nas quais se verificam atos rituais dedicados aos objetos e até aos homens, como no caso da aceitação de iniciantes, chamados de profanos. Acima, lê-se o ritual de iniciação na religião maçônica.

(4) "Um código moral com sanção divina." A maçonaria possui o Código Maçônico, conforme afirma o Sr. Joaquim Gervásio de Figueiredo, que em sua obra se assina grau trigésimo:

"CÓDIGO MAÇÔNICO - Coletânea de preceitos que constituem o código moral da Maçonaria." - FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio. Dicionário de Maçonaria. Seus Mistérios. Seus Ritos. Sua Filosofia. Sua história. Página 371. Editora Pensamento. São Paulo.

"Mandamentos. Por fim, falemos um pouco dos mandamentos da Maçonaria. [...] Na verdade, esse texto surgiu na Internet e é reproduzido pelos sites ligados às Potências oficiais maçônicas. É adotado, pela maioria delas, por ser um texto conciso e reproduzir fielmente o pensamento maçônico. 1o. - Adora o Grande Arquiteto do Unverso. 2o. - O verdadeiro culto que se pode tributar ao Grande Arquiteto do Universo consiste nas boas obras. [...]" - COUTO, Sérgio Pereira. Maçonaria. Para não-iniciados. Paginas 32-34. Editora Universo dos Livros. São Paulo. 2007.

Assim, se os maçons confessam ter um código moral e mandamentos, evidentemente que creem serem estes sancionados pelo deus deles, o GADU - Grande Arquiteto do Universo. Pergunta-se, também, aos maçons, que se fazer boas obras é um sinal de culto a GADU, as boas obras que eles fazem nas suas Lojas não evidenciam culto a um deus, portanto, não seria a Maçonaria uma religião?

(5) "Sentimentos religiosos despertados por objetos ou rituais sagrados e relacionados, em teoria, com Deus ou deuses." Os maçons se enquadram nessa característica religiosa, até mesmo dentro de suas lojas. Observe:

"33o. - Concentra, ao menos, uma vez por dia, todas as vibrações da tua alma, no sentido de estares em contato com o Grande Arquiteto do Universo (Deus) ." - COUTO, Sérgio Pereira. Maçonaria. Para não-iniciados. Paginas 32-34. Editora Universo dos Livros. São Paulo. 2007.

"Quando um maçom morre, observa-se também o sentimento religioso numa das orações comumente feitas emfavor deles: "Que a alma de nosso irmão suba à sua celeste pátria. [...] Que o Grande Arquiteto do Universo receba-a benignamente e lhe conceda a recompensa dos justos." - Ritual dos Graus Simbólicos do Rito Escocês Antigo e Aceito. LIMA, Eliseu Dourado. RECCO, Myrian Cassou Terra. Andando com o Inimigo? Página 109. Editora Descoberta. Londrina -Cuririba. 2000.

"A Escritura Sagrada é aberta sempre que a Loja está em obra e é usada nos juramentos. Entretanto, o Candidato jura sobre o livro que ele mesmo considera sagrado. Se houver irmãos de várias religiões na mesma loja, abrir-se-ão exemplares dos livros sagrados de cada uma. [...] Do ponto de vista metafísico, a Escritura Sagrada representa a origem divina da qual emanam o Espírito (Compasso) e a Alma (Esquadro)." - MACNULTY, W. Kirk. A Maçonaria. Símbolos, segredos, significado. Página 276. Editora WMF Martins Fontes. São Paulo. 2007.

Não há como negar sentimentos religiosos por objetos dentro da loja. O muculmano jurará sobre o Alcorão; o cristão sobre a Bíblia; o judeus sobre a Torah. Ninguém ousaria afirmar que jurar sobre um livro sagrado não desperta sentimento religioso.

(6) "A oração." No site da Grande Loja do Paraná há uma oração maçônica a GADU, com as seguites palavras:
"Humilhemo-nos diante de ti Grande Arquiteto do Universo! Ajudai-nos em nosso dia a dia derramando sobre nossas cabeças as suas bênçãos divinas! Fazei que nossos pensamentos sejam todos voltados para o bem, de nossos irmãos, de nossas famílias e de toda humanidade! Daí nos força e coragem para que possamos seguir seus passos como os astros criados por ti percorrem no infinito ao redor do Sol em trajetória perfeita! Que possamos ser fiéis às causas maçônicas, seguindo suas Leis e Regulamentos, de modo que possamos difundir todo o bem que nos ensinastes! Humilhemo-nos Senhor! Para que possamos não criticar quem quer que seja! Para que nossas mentes estejam sempre limpas! Iluminai-nos Senhor com o brilho de sua luz para que possamos irradiar bondade ao nosso redor! Lembrai-nos Senhor de que se julgamos somos passíveis de sermos julgados! Lembrai-nos que a máxima: Liberdade; Igualdade e Fraternidade estejam sempre em nossos corações! Assim Seja! AMEM!" - http://www.lojahugosimas.com.br/?q=node/76

Relataram-se, também, através de irmãos cristãos ex-maçons e de esposas de maçons falecidos que participaram de cerimônias fúnebres maçônicas orações em favor do maçom que partiu, com dizeres do tipo: "Irmão ______, para a luz!"

(7, 8) "Uma cosmovisão que engloba o lugar do indivíduo no mundo. A organização da vida ao redor dessa cosmovisão." Como toda religião possui uma cosmovisão, o relativismo e subjetivismo são convicções fundamentais da cosmovisão maçônica. Propõe-se a exclusão de todo e qualquer dogma. A verdade para a Maçonaria é relativa, pois nega-se a possibilidade de um conhecimento objetivo da verdade. Afirmam:

"A verdade absoluta não existe no mundo finito e condicionado onde vive o homem; ali só existem verdades relativas, em que o ser humano tem de se apoiar." - FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio. Dicionário de Maçonaria. Seus Mistérios. Seus Ritos. Sua Filosofia. Sua história. Página 371. Editora Pensamento. São Paulo.

Uma pergunta surge aos maçons, principalmente aos cristãos que por esse caminho se aventuram: "Jesus, para o maçom, é uma verdade absoluta?" (João 14:6) Nem mencionam o nome deJesus. Sobre seu Deus genérico, a Maçonaria lhe atribui nome, de forma subjetiva, e deixa, conforme vimos, a critério do maçom dar nome a seu deus, desde que creia num. Por isso, relemos:

"O nome desse Ser (...) são assuntos que cada maçom deve resolver por si." - MACNULTY, W. Kirk. A Maçonaria. Símbolos, segredos, significado. Página 9. WMF Martins Fontes. São Paulo. 2007.

Com isso em mente, os maçons (que professam o cristianismo ou não), no modo de viver como maçom, principalmente dentro da sua Loja, não pode confessar a Jesus como a verdade, com a desculpa de não magoar seus irmãos de outras religiões (Budismo, Xintoísmo, Judaísmo, etc) que não veem Jesus da forma bíblica e cristã. Fora e dentro da loja precisam viver fazendo boas obras como maçom para serem salvos e alcançarem o Oriente Eterno, e como cristãos basta-lhes a fé. (Efésios 2:8, 9) E nem podem falar da verdade que creem como maçons a não-maçons, porque é segredo. É uma verdade relativa, e secreta, destinada somente a eles. Exclusivismo característico de movimentos religiosos. Para eles não há dogmas, mas há landmarks, as quais chegam a dizer que pessoas com defeito físico não podem ser maçons, pois não poderão fazer os sinais secretos deles. Enquanto a verdade de Jesus convida aleijados, cegos, surdos e mudos até ele, a verdade relativa maçônica expele-os com a seguinte landmark:

"Por esse Landmark, os candidatos à iniciação devem ser isentos de defeitos ou mutilações, livres de nascimento e maiores. Um a muher, um aleijado ou um escravo não podem ingressar na fraternidade." - COUTO, Sérgio Pereira. Maçonaria. Para não-iniciados. Pagina 31. Editora Universo dos Livros. São Paulo. 2007.

Uma cosmovisão e prática nada a ver com o Cristianismo de Jesus. Então, por que um cristão deveria ser maçom? Infelizmente, há muitos entre nós. O interessante é como os maçons organizam a vida ao redor dessa cosmovisão.

"A Maçonaria [...] propaga os princípios morais e busca promover a prática do amor fratermo e da atividade caritativa entre todas as pessoas - não somente entre maçons." - MACNULTY, W. Kirk. A Maçonaria. Símbolos, segredos, significado. Página 9. Editora WMF Martins Fontes. São Paulo. 2007.

Enquanto que para o Cristão, Jesus é o nosso exemplo de amor, para o maçons não há um referencial tão especial como o de Jesus para amar a ponto de morrer por nós e nos salvar. Embora falem de uma lenda da morte de Hiran-Abiff que os motiva a imitá-lo, ele não é nada diante do que Jesus fez. Mas o ponto em questão é: Com um Deus genérico e subjetivo, com uma verdade relativa, dada a vários líderes de várias religiões, eles possuem uma cosmovisão sim, embora neguem isso para não serem enquadrados como religião, cosmovisão esta que molda a vida do maçom em relação à sua crença e seu modo de agir. Tanto que se admite sobre a influência do que consideramos cosmovisão maçônica:

"Para um maçom 'regular', a sociedade só será mais perfeita se isso decorrer do processo de aperfeiçoamento individual, de cada um, enquanto para um maçom 'irregular', o essencial é ser ele o agente de tal transformação da sociedade." - COUTO, Sérgio Pereira. Maçonaria. Para não-iniciados. Pagina 31. Editora Universo dos Livros. São Paulo. 2007.

Com essa cosmovisão de transformar a sociedade, justifica-se chegarem os maçons até mesmo a considerar como irmão espíritas, hinduístas, satanistas, budistas dentro da perspectiva maçônica. Deve ser horrível dentro da loja um cristão chamar um espírita de irmão, e fora dela tentar evangelizá-lo.

(9) "Um grupo social que é unificado pelas características acima." As Landmarks, as mais antigas leis que regem a maçonaria, e os mandamentos maçônicos, unem os maçons de todos os Ritos em seus ideais comuns. Os maçons formam um grupo social, que se ajudam financeiramente, espiritualmente e até juridicamente. Certo advogado cristão comentou:

"A causa estava ganha. Mas o advogado do meu oponente era maçom e o juiz também. Inexplicavelmente, perdi a ação."

É comum também, infelizmente, em muitas igrejas cristãs, pastores maçons deixarem seu pastorado para outros pastores maçons. Também, observa-se membros de igrejas batistas, metodistas e presbiterianas, os quais são maçons, formarem panelinhas, despejando da igreja com suas artimanhas todos aqueles, inclusive pastores, que se posicionarem contra a Maçonaria. Um pastor batista confessou:

"Quando me posicionei contrário à maçonaria numa determinada igreja da Convenção Batista do Rio de Janeiro, não demorou muito para me expulsarem de lá."

Por isso, nossos pastores são assediados pelos maçons. E novos pastores maçons significará novos pastores, diáconos e irmãos sem cargos no rol de membros maçônico.

Considerações finais

Pode-se constatar aqui que realmente a Maçonaria preenche todosos requisitos para uma religião. Tem um Deus, uma lojas (grupo de maçons) que se reúnem num templo. Oram. Creem em espíritos e em anjos. Possuem uma cosmovisão e um código de moral com sanção divina. Embora alguns maçons digam que ainda assim não são uma religião porque não possuem uma teologia e sacramentos, mas a partir do momento que possuem um deus, já há, mesmo que velada, ou não sistematizada, uma teologia. E quanto aos sacramentos, não seria apenas a ausência deles (batismo e ceia do Senhor) que descaracterizaria a Maçonaria como religião, diante de tantas evidêncas já apontadas. Espera-se, com esse texto, alertar os cristãos a evitarem em suas igrejas, com todo o respeito, que cristãos se filiem a essa religião satânica.