sábado, 30 de novembro de 2013

CONFIRMADO!!!

DIA 15 DE DEZEMBRO EM AURELINO LEAL/ BAHIA.
REALIZAÇÃO: PREFEITURA MUNICIPAL DE AURELINO LEAL
ADMINISTRAÇÃO: LIU ANDRADE
 
 
 

Se eu não tiver amor...


Por Pablo Massolar

"Ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria..." este é um conhecido refrão de uma das músicas de Renato Russo, compositor e intérprete da banda Legião Urbana e também o trecho de uma das cartas que o apóstolo Paulo escreveu à igreja de Corinto, no Novo Testamento.

A poesia de Renato lida inteira, na verdade, pouco tem a ver com o contexto macro de I Corintios 13, que trata do amor ágape, o amor que tudo sofre, tudo espera e tudo crê sem precisar de nada em troca.

Renato interpreta de forma equivocada e míope o amor de I Coríntios como sendo o amor eros, o amor da atração sexual, do namoro. O amor sexual depende da troca, do alimento diário de carinho, depende do apelo sensual, dos jogos de sedução e tantos outros elementos que fazem um homem e uma mulher se apaixonarem, por exemplo.

Nada errado em se amar assim. É bom! É prazeroso! Mas o texto da carta do apóstolo Paulo vai muito além da troca disputada e acariciada deste amor.

O amor eros um dia passa, um dia se esfria e perde o vigor. Até mesmo o amor phileo, o amor dos amigos, dos filhos e pais perde força e muitas vezes não consegue ser correspondido à altura e se frustra. Mas o amor ágape permanece inviolável, inabalável. Perdoa mesmo sem vontade ou sem forças. Perdoa o imperdoável. Acredita no inacreditável, não de forma boba ou inconsciente, mas dá nova chance. Diz a verdade, mesmo que seja dura, quando preciso. Se doa mesmo sabendo que não receberá nada em troca. Este amor é aprendido, exercitado e alimentado no amor eterno de Deus. A Graça de Deus é ágape e reside aí a necessidade de, como filhos de Deus, aprendermos a desenvolver o amor ágape nas nossas relações interpessoais.

João, na sua 1ª carta, diz: "Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor" e ainda "Se alguém diz: eu amo a Deus, mas odeia o seu irmão, é mentiroso. Pois ninguém pode amar a Deus, a quem não vê, se não amar o seu irmão, a quem vê".

O amor de Deus nos reconciliou com ele por Graça, sem que nós merecêssemos, sem esforço da nossa parte, mesmo que não consigamos ficar de pé por muito tempo e tantas vezes caiamos e erremos novamente. O amor de Deus opera em nós, mesmo enquanto andamos no erro, no pecado.

Jesus ensina que devemos amar assim também. O perdão, graça e bênçãos que recebemos de Deus devem ser devolvidos àqueles que estão à nossa volta. Todos! O amor ágape não ama só quem devolve amor, mas ama também ao que o odeia, ao que nem se sabe amado ou o despreza.

O amor ágape é livre e não é privilégio de qualquer grupo em particular. É para todos. Vai onde ninguém se dispõe a ir, consegue romper os grilhões da maldade, da morte e opera doando-se abundantemente, sem ressentimento. Não conhece nomes, títulos ou passado. Não diz: "eu te amo enquanto me amares", mas ama poderosamente em oração e lágrimas se preciso, mas ama.

Ágape é um dom, um presente gratuito. Imerecido! Por isso se perpetua sem precisar do incentivo ou de "fazer por onde". Ágape dá a vida não somente pelos amigos, mas também pelos inimigos e deseja que sua vingança seja sempre transformada no abraço apertado do perdão, da reconstrução do caminho em direção à vida e não à morte.

O convite de Deus é sempre ao amor ágape. Este é o princípio e a finalidade de todas as coisas. Nele somos aperfeiçoados pelo e para o amor. Se não for assim, nada seremos, ainda que façamos chover curas, milagres e profecias.

Amamos nossos inimigos e ofensores com amor ágape ou exercemos sobre eles apenas o phileo enquanto durar nosso ânimo?

Vivemos o que pregamos como verdade ou nos conformamos nas nossas próprias fraquezas como desculpa para nada fazer ou falar?

Estamos mesmo dispostos a amar com tamanha entrega e viceralidade até as últimas consequências na Graça e no poder de Deus?

Particularmente, eu acredito que um dia todos nós seremos julgados não meramente pelo que fizemos de certo ou errado, pelo pecado que cometemos. Mas seremos medidos pelo bem que deixamos de fazer, pelo perdão que nos recusamos a oferecer e pela mão que não estendemos como graça aos nossos inimigos.

Paulo termina sua carta dizendo que no final de todas as coisas, de todos os tempos, poderes e universos, permanecerão apenas a fé, a esperança e o amor, mas o maior destes três é o amor.
 

Não é chorando que se demonstra amor por Deus


Por Ruy Cavalcante

Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele”. (João 14:21)

Gostaria de desconstruir neste post um pensamento comum que ronda nossas igrejas, especialmente entre aqueles que nunca decidiram se envolver demais com o serviço cristão ou que não acham tão relevante a necessidade de se santificar. Como o assunto é muito claro na bíblia, em poucas linhas será possível concluir esta “empreitada”.

Me refiro a forma com o qual nosso amor por Deus se manifesta.

Aparentemente, muitos irmãos acreditam que por frequentarem cultos, levantarem as mãos durante o período de louvor, orarem fervorosamente durante as ministrações, participarem de eventos e shows gospels e coisas afins estão, com isso, revelando a Deus e aos homens que amam ao Senhor de verdade. Se por acaso aparecerem lágrimas, então o amor é quase perfeito.

Mas não foi assim que Cristo ensinou.

As nossas práticas devocionais, a nossa frequência nos cultos, as nossas lágrimas e a nossa aptidão para entoar cânticos com “ousadia” não demonstram amor, antes devem ser realizadas em consequência dele e não o contrário.

Quantas pessoas conhecemos capazes de choramingar por oras durante shows evangélicos, vigílias e cultos, mas que no dia seguinte retornam às suas práticas carnais?

Jesus afirma sem deixar dúvidas: o que comprova o nosso amor por Deus é a obediência à Sua Palavra. A mesma Palavra que nos manda negar a nós mesmos, ajudar o necessitado, buscar a santidade, servir a Deus, não viver em busca de benefícios pessoais e sim o benefício comum a todos, ser puros, constantes, perdoadores, honestos, verdadeiros, servos uns dos outros e tantas outras coisas que, semelhantes a estas, formam o caráter de um verdadeiro cristão.

“Se me amardes, guardareis os meus mandamentos”. (Jo 14:15)

Ninguém jamais pode dizer que ama a Jesus sem que seja submisso à sua Palavra, obediente e praticante dela. Quem não obedece é um mentiroso quando diz que o ama,lembre-se disso.

Cuidado irmãos, fujam do engano de que amar a Deus significa apenas chorar. Mais cuidado ainda com aqueles que colocam o amor por Deus relacionado ao dinheiro. Deus não busca dinheiro, o que Ele busca são corações quebrantados dispostos a adorá-lo continuamente com suas vidas, pois é isso que significa adorá-lo em espírito e em verdade (Sl 34:18; Sl 51:17; Jo 4:23-24).

Obedecer a Deus é obedecer à Palavra de Deus e não às palavras de seu pastor, apóstolo, líder, cantor gospel, professor da EBD ou blogueiro preferido, salvo se seus conselhos forem compatíveis com ela (At 5:29). Mas como saber se de fato são?

Lendo a bíblia, meditando nela dia e noite.

“Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores; antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e noite”. (Sl 1:1)

Portanto irmãos, vocês podem morrer assim se quiserem, mas se depender de mim não será por engano, mas conscientes, porque só ama Jesus quem O obedece!

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Você acha que seu casamento está no fim? Creio que após ler está história você terá uma certeza...


Naquela noite, enquanto minha esposa servia o jantar, eu segurei sua mão e disse: "Tenho algo importante para te dizer". Ela se sentou e jantou sem dizer uma palavra. Pude ver sofrimento em seus olhos.

De repente, eu também fiquei sem palavras. No entanto, eu tinha que dizer a ela o que estava pensando. Eu queria o divórcio. E abordei o assunto calmamente.

Ela não parecia irritada pelas minhas palavras e simplesmente perguntou em voz baixa: "Por quê?"
Eu evitei respondê-la, o que a deixou muito brava. Ela jogou os talheres longe e gritou "você não é homem!"
Naquela noite, nós não conversamos mais. Pude ouvi-la chorando. Eu sabia que ela queria um motivo para o fim do nosso casamento. Mas eu não tinha uma resposta satisfatória para esta pergunta. O meu coração não pertencia a ela mais e sim a Jane. Eu simplesmente não a amava mais, sentia pena dela.

Me sentindo muito culpado, rascunhei um acordo de divórcio, deixando para ela a casa, nosso carro e 30% das ações da minha empresa.

Ela tomou o papel da minha mão e o rasgou violentamente. A mulher com quem vivi pelos últimos 10 anos se tornou uma estranha para mim. Eu fiquei com dó deste desperdício de tempo e energia mas eu não voltaria atrás do que disse, pois amava a Jane profundamente. Finalmente ela começou a chorar alto na minha frente, o que já era esperado. Eu me senti libertado enquanto ela chorava. A minha obsessão por divórcio nas últimas semanas finalmente se materializava e o fim estava mais perto agora.

No dia seguinte, eu cheguei em casa tarde e a encontrei sentada na mesa escrevendo. Eu não jantei, fui direto para a cama e dormi imediatamente, pois estava cansado depois de ter passado o dia com a Jane. Quando acordei no meio da noite, ela ainda estava sentada à mesa, escrevendo. Eu a ignorei e voltei a dormir.

Na manhã seguinte, ela me apresentou suas condições: ela não queria nada meu, mas pedia um mês de prazo para conceder o divórcio. Ela pediu que durante os próximos 30 dias a gente tentasse viver juntos de forma mais natural possível. As suas razões eram simples: o nosso filho faria seus exames no próximo mês e precisava de um ambiente propício para preparar-se bem, sem os problemas de ter que lidar com o rompimento de seus pais.

Isso me pareceu razoável, mas ela acrescentou algo mais. Ela me lembrou do momento em que eu a carreguei para dentro da nossa casa no dia em que nos casamos e me pediu que durante os próximos 30 dias eu a carregasse para fora da casa todas as manhãs. Eu então percebi que ela estava completamente louca mas aceitei sua proposta para não tornar meus próximos dias ainda mais intoleráveis.

Eu contei para a Jane sobre o pedido da minha esposa e ela riu muito e achou a ideia totalmente absurda.

"Ela pensa que impondo condições assim vai mudar alguma coisa; melhor ela encarar a situação e aceitar o divórcio" , disse Jane em tom de gozação.

Minha esposa e eu não tínhamos nenhum contato físico havia muito tempo, então quando eu a carreguei para fora da casa no primeiro dia, foi totalmente estranho. Nosso filho nos aplaudiu dizendo"O papai está carregando a mamãe no colo!"Suas palavras me causaram constrangimento. Do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa, eu devo ter caminhado uns 10 metros carregando minha esposa no colo. Ela fechou os olhos e disse baixinho "Não conte para o nosso filho sobre o divórcio" Eu balancei a cabeça mesmo discordando e então a coloquei no chão assim que atravessamos a porta de entrada da casa. Ela foi pegar o ônibus para o trabalho e eu dirigi para o escritório.

No segundo dia, foi mais fácil para nós dois. Ela se apoiou no meu peito, eu senti o cheiro do perfume que ela usava. Eu então percebi que há muito tempo não prestava atenção a essa mulher. Ela certamente tinha envelhecido nestes últimos 10 anos, havia rugas no seu rosto, seu cabelo estava ficando fino e grisalho. O nosso casamento teve muito impacto nela. Por uns segundos, cheguei a pensar no que havia feito para ela estar neste estado.

No quarto dia, quando eu a levantei, senti uma certa intimidade maior com o corpo dela. Esta mulher havia dedicado 10 anos da vida dela a mim.

No quinto dia, a mesma coisa. Eu não disse nada a Jane, mas ficava a cada dia mais fácil carregá-la do nosso quarto à porta da casa. Talvez meus músculos estejam mais firmes com o exercício, pensei.

Certa manhã, ela estava tentando escolher um vestido. Ela experimentou uma série deles mas não conseguia achar um que servisse. Com um suspiro, ela disse "Todos os meus vestidos estão grandes para mim". Eu então percebi que ela realmente havia emagrecido bastante, daí a facilidade em carregá-la nos últimos dias.

A realidade caiu sobre mim com uma ponta de remorso... ela carrega tanta dor e tristeza em seu coração..... Instintivamente, eu estiquei o braço e toquei seus cabelos.

Nosso filho entrou no quarto neste momento e disse "Pai, está na hora de você carregar a mamãe". Para ele, ver seu pai carregando sua mãe todas as manhãs tornou-se parte da rotina da casa. Minha esposa abraçou nosso filho e o segurou em seus braços por alguns longos segundos. Eu tive que sair de perto, temendo mudar de idéia agora que estava tão perto do meu objetivo

Mas o seu corpo tão magro me deixou triste. No último dia, quando eu a segurei em meus braços, por algum motivo não conseguia mover minhas pernas. Nosso filho já tinha ido para a escola e eu me vi pronunciando estas palavras: "Eu não percebi o quanto perdemos a nossa intimidade com o tempo".
Eu não consegui dirigir para o trabalho.... fui até o meu novo futuro endereço, saí do carro apressadamente, com medo de mudar de idéia...Subi as escadas e bati na porta do quarto. A Jane abriu a porta e eu disse a ela "Desculpe, Jane. Eu não quero mais me divorciar".

Ela olhou para mim sem acreditar e tocou na minha testa "Você está com febre?" Eu tirei sua mão da minha testa e repeti "Desculpe, Jane. Eu não vou me divorciar. Meu casamento ficou chato porque nós não soubemos valorizar os pequenos detalhes da nossa vida e não por falta de amor. Agora eu percebi que desde o dia em que carreguei minha esposa no dia do nosso casamento para nossa casa, eu devo segurá-la até que a morte nos separe".

A Jane então percebeu que era sério. Me deu um tapa no rosto, bateu a porta na minha cara e pude ouvi-la chorando compulsivamente. Eu voltei para o carro e fui trabalhar.

Na loja de flores, no caminho de volta para casa, eu comprei um buquê de rosas para minha esposa. A atendente me perguntou o que eu gostaria de escrever no cartão. Eu sorri e escrevi: "Eu te carregarei em meus braços todas as manhãs até que a morte nos separe".

Naquela noite, quando cheguei em casa, com um buquê de flores na mão e um grande sorriso no rosto, fui direto para o nosso quarto onde encontrei minha esposa deitada na cama - morta.

Minha esposa estava com câncer e vinha se tratando a vários meses, mas eu estava muito ocupado com a Jane para perceber que havia algo errado com ela. Ela sabia que morreria em breve e quis poupar nosso filho dos efeitos de um divórcio - e prolongou a nossa vida juntos proporcionando ao nosso filho a imagem de nós dois juntos toda manhã. Pelo menos aos olhos do meu filho, eu sou um marido carinhoso.

Os pequenos detalhes de nossa vida são o que realmente contam num relacionamento. Não é a mansão, o carro, as propriedades, o dinheiro no banco. Estes bens criam um ambiente propício a felicidade mas não proporcionam mais do que conforto. Portanto, encontre tempo para ser amigo de sua esposa, faça pequenas coisas um para o outro para mantê-los próximos e íntimos. Tenham um casamento real e feliz!

Muitos fracassados na vida são pessoas que não perceberam que estavam tão perto da sua bênção e preferiram desistir..

UM CASAMENTO CENTRADO EM CRISTO É UM CASAMENTO QUE DURA UMA VIDA TODA.

PROCURA-SE A FIDELIDADE



Por Fabio Campos
Texto base: “Já não há quem seja fiel; já não se confia em ninguém entre os homens”. – Salmos 12.1 NVI

A Palavra de Deus diz que “todos pensam que são bons e fiéis, mas tente achar alguém que realmente seja” (Pr 20.6). Alguém já disse que a rainha das virtudes é a perseverança. Eu corroboro este pensamento dizendo que a fidelidade é a princesa. Só saberemos de fato quem realmente é fiel no último suspiro de vida. Por quê? Imagine alguém que foi fiel por 99 anos, mas que aos 100, foi infiel. Não poderá ser mais chamado de fiel e sua vida virtuosa levada nestes 99 anos não valerá de nada devido a este ato falho. Por isso que a “fidelidade verdadeira” é escondida de nossa vista, mas Deus conhece cada pensamento e intenção do coração. É uma virtude para poucos. Haja vista as traições e as fraudes vivenciadas nos relacionamentos que contemplamos diariamente.

A fidelidade constitui no respeito aos compromissos assumidos ou ao vínculo com alguém ou com alguma coisa. Ela depende de você e não dos outros. Nós é que decidimos ser fieis ou infiéis. É algo determinado de acordo com o caráter e firmemente cumprido, não dependendo do que o outro faça ou deixe de fazer. Quem deu a palavra e prometeu cumpri-la fomos nós.

Essa semana aconteceu um fato inusitado que me levou a arrazoar neste tema. Estava na academia e uma senhora me disse para ser constante na frequência com os exercícios e também na dieta alimentar. Até aí tudo dentro do script. A questão foi quando ela disse que isso ajudaria minha esposa a não procurar os “malhados” fora de casa. Olha o pensamento mundano e demoníaco. Para não a constranger desviei a conversa para outro rumo, mas pensei comigo no mesmo instante: “Eu conheço minha esposa”-, e antes dela ser fiel a mim, ela é fiel e temente a Deus. Olha só o pensamento da nossa cultura: “A minha fidelidade depende do desempenho do outro”.

Ao ministro e despenseiro de Deus é necessário que seja encontrado fiel (1 Co 4.2). O Senhor se deleita na fidelidade, pois Ele é fiel. A todos estes [os fiéis] Ele os protege (Sl 31.23) e confia suas riquezas espirituais (Nn 12.7). Não há nada mais seguro para nós do que lidarmos com pessoas sinceras, dignas e fieis - de caráter irrepreensível - que julga bem as coisas e que não se vendem a fraude para ajuntar riquezas que só lhe trarão desgraças e tormentas. Como é bom se relacionar com gente decidida em si - que não anda conforme o ditado do momento e nem abandonam suas convicções -, pois sabem que a credibilidade é mais cara do que todo o dinheiro e status do mundo.

A Escritura nos ensina a termos fidelidade em tudo e para com todos (3 Jo 1.3). Precisamos ser fieis aos nossos cônjuges, líderes espirituais, irmãos, familiares e patrões. A empresa que você trabalha precisa da sua confiança; ou você é daqueles que é facilmente levado a mudar por apenas trinta moedas? É preciso levar as coisas com mais seriedade. Se as pessoas forem infiéis a você [e isso será inevitável], permaneça fiel; não por ela, mas por você, pois não será virtude se rebaixar ao nível desta “coitada criatura” que ainda não entendeu o que o homem semear isto também colherá.

Ser fiel a Deus é o principal para ser fiel em tudo, pois o temor ao Senhor é o principio da sabedoria. O fofoqueiro nunca será fiel. Mas a pessoa séria é discreta (Pr 11.13). Precisamos estar mais atentos nos relacionamentos, naquilo que confidenciamos e a quem estamos colocando dentro de nossos lares. O Senhor é eternamente fiel e isto constitui toda nossa segurança (Sl 117.2), pois está escrito: “se formos infiéis, Ele pode até nos negar, mas permanece fiel, pois não pode negar a si mesmo”.

Fica a reflexão para nós: “Você passa segurança as pessoas nos seus relacionamentos e nos seus afazeres”? Muitos ainda não sabem os motivos pelo qual as coisas não caminham como deveriam. “Os impostores vão de mal a pior – enganando e sendo enganados”. É simples, seja fiel no pouco e tenha certeza que no muito será colocado. Tudo é uma questão de escolha independentemente das situações.

“Meus olhos aprovam os fiéis da terra, e eles habitarão comigo. Somente quem tem vida íntegra me servirá. Quem pratica a fraude não habitará no meu santuário; o mentiroso não permanecerá na minha presença”. – Salmos 101. 6-7 NVI

Pense nisso!

Culpa!



Por John Owen (1616 - 1683)

Esforce-se por encher sua mente e sua consciência com uma percepção clara e constante da culpa, do perigo e do mal do desejo pecaminoso que está perturbando você.

1. A culpa do seu desejo pecaminoso

O cristão precisa se recusar a ser enganado pelos argumentos enganosos da sua natureza pecaminosa. Ela sempre procurará apresentar desculpas para diminuir a gravidade da sua culpa. Está sempre pronta a raciocinar da seguinte maneira:

"Talvez isto seja mal, mas há coisas que são piores! Outros santos não apenas têm pensado nessas coisas como as têm praticado..."

Mediante centenas de maneiras diferentes o pecado procurará impedir que a mente elabore uma compreensão correta da sua culpa. Como os profetas nos disseram: "A sensualidade, o vinho e o mosto tiram o entendimento" (Os. 4:11).

Da mesma maneira como estes desejos pecaminosos têm pleno êxito em produzir isso nos não-cristãos, assim também, até certo ponto, terão sucesso ao agirem nos cristãos.

Em Provérbios, encontramos um quadro triste de um jovem que foi seduzido por uma prostituta. Este jovem carecia de "juízo" (Prov. 7:7). Qual era exatamente o "juízo" de que carecia? A resposta é que não sabia que entregar-se a sua lascívia iria lhe "custar a vida" (Prov. 7:23) - não levou em conta a culpa do mal no qual estava envolvido.

Se quisermos mortificar o pecado, precisamos perceber plenamente que ele procurará prejudicar nossa percepção da culpa envolvida nele. Precisaremos, então, fixar uma compreensão correta dessa culpa em nossas mentes. Há duas coisas que devemos ter em mente que nos ajudarão nesse sentido:

a) O pecado de um cristão é muito mais grave que o de um incrédulo.

A graça de Deus que está agindo no cristão enfraquecerá o poder do pecado que não é mais seu mestre como, infelizmente, continua sendo dos incrédulos (veja Rom. 6:14,16). Ao mesmo tempo, contudo, a culpa do pecado num cristão é pior pelo fato de que o cristão peca contra a graça!

"Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum. Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?" (Rom. 6:1,2).

Neste texto a ênfase está na palavra "nós" (subentendida). Como é que nós faremos isso? Sem dúvida somos piores do que qualquer outro se praticarmos o pecado. Pecamos contra o amor de Deus. Pecamos contra a misericórdia de Deus. Pecamos a despeito da promessa de ajuda para derrotarmos o pecado. Muito mais poderia ser dito, todavia deixem que essa consideração final fique gravada nas suas mentes.

No coração de cada cristão há muito mais mal e culpa no pecado que permanece lá, do que haveria em uma igual medida de pecado num coração que não tem a graça de Deus.

b) Pense em como é que Deus vê o seu pecado

Quando Deus contempla as aspirações por santidade que a graça tem produzido no coração de qualquer um dos Seus servos, Ele vê mais beleza e excelência nelas do que vê nas mais gloriosas obras dos homens destituídos da graça. Sim, Deus até mesmo vê mais beleza e excelência nestas aspirações internas, do que vê na maioria dos seus atos externos. Isso é porque há quase sempre uma maior mistura de pecado nas nossas ações exteriores do que nas aspirações e desejos por santidade de um coração com a graça de Deus.

Por outro lado, Deus vê grande mal no desejo pecaminoso de um cristão. Ele vê maior mal nesse desejo pecaminoso, do que vê nos atos visíveis e notórios dos ímpios. Ele vê ainda maior mal nele do que vê em muitos pecados externos nos quais os santos possam cair. Por quê? E porque Deus vê que há mais disposição interna contra o pecado propriamente dito, e geralmente há mais humilhação pelo pecado. É por isso que Cristo trata da decadência espiritual nos Seus filhos, indo à raiz e expondo seu verdadeiro estado. "Eu conheço..." (Apoc. 3:15).

Leitor, você precisa deixar que estas e outras considera¬ções semelhantes o levem a uma clara consciência da culpa pelo desejo pecaminoso que habita em você. Não subestime nem procure desvencilhar-se da sua culpa nisto, ou seu desejo pecaminoso se fortalecerá e prevalecerá sem que você o perceba.

2. O perigo do seu desejo pecaminoso

Há muitos perigos a serem considerados, mas nós nos limitaremos a quatro deles:

a) O perigo de sermos endurecidos

Considere as advertências de Hebreus 3:12,13. Nestas palavras o escritor solenemente admoesta seus leitores a que façam tudo que estiver ao seu alcance para evitar que sejam "endurecidos pelo engano do pecado". O endurecimento mencionado aqui é a apostasia total, um endurecimento que "afasta do Deus vivo". Qualquer desejo pecaminoso que se deixe sem mortificar opera tal endurecimento e consegue fazer pelo menos algum progresso nessa direção. A pessoa que está lendo estas palavras pode ter sido certa vez muito terna para com Deus e freqüentemente percebido o mover--se do seu coração pela Sua Palavra. Agora, no entanto, eis que as coisas mudaram e ela pode negligenciar os deveres de orar, de ler e de ouvir a Palavra de Deus, com pouca preocu¬pação. Não é suficiente que seu coração trema ao pensar em se endurecer, a tal ponto que você pense levianamente do pecado, da maravilha da graça de Deus, da misericórdia de Deus, do precioso sangue de Cristo, da lei de Deus, do céu e do inferno. Leitor, tome cuidado. Isso é o que um desejo pecaminoso que não foi mortificado fará, se for deixado sem ser examinado.

b) O perigo de alguma grande punição temporal

Embora Deus nunca vá abandonar completamente os Seus filhos por deixarem de mortificar seus desejos pecaminosos, talvez Ele os castigue, causando-lhes dor e tristeza (veja Sal. 89:30-33). Pense em Davi e em todas as tribulações que teve porque deixou de mortificar os desejos pecaminosos por Bate-Seba. Não significaria nada para você que seu fracasso em mortificar os desejos pecaminosos na sua vida possa trazer sobre você castigos dolorosos que podem continuar com você até o túmulo? Se não tem receio de tal coisa, então há uma boa razão para temer que seu coração já esteja endurecido.

c) O perigo de perder a paz e a força pelo resto da vida

A paz com Deus e a força para andar diante de Deus são essenciais para a vida espiritual da alma. Sem gozar destas coisas em certa medida, viver é morrer. Quando uma pessoa persiste em deixar de mortificar os seus desejos pecaminosos, mais cedo ou mais tarde será privada de ambas essas bênçãos. Que paz ou que força pode desfrutar uma alma quando Deus diz: "Por causa da indignidade da sua cobiça eu me indignei e feri o povo; escondi a face, e indignei-me..." (como Ele fez em Is. 57:17)? Ainda noutra ocasião Deus diz: "Irei, e voltarei para o meu lugar, até que se reconheçam culpados" (Os. 5:15). E, quando Deus age assim, o que será da paz deles e de sua força?

Pense, leitor, seria o caso de que em breve, talvez, você não mais veja a face de Deus com paz? Talvez amanhã você não seja capaz de orar, de ler, de ouvir ou de realizar quaisquer deveres com pelo menos um pouco de gozo, vida ou vigor. Talvez Deus lance suas setas em você, e o encha de angústia, de temores e de perplexidades. Considere isto um pouco, que embora Deus não o destrua totalmente, Ele poderá lançá--lo em um estado no qual você sinta que isto é o que acontecerá com você. Não deixe de lado esta consideração até que sua alma trema dentro de você.

d) O perigo da destruição eterna

Há tal conexão entre a persistência no pecado e a destruição eterna que enquanto uma pessoa estiver sob o poder do pecado, ela precisa ser advertida sobre a destruição e a separação eterna de Deus. O fato de Deus ter resolvido livrar alguns da permanência no pecado (a fim de salvá-los da destruição) não muda o outro fato (igualmente verdadeiro) de que Deus não livrará da destruição quem permanecer no pecado. A regra de Deus é muito clara. "Aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia para a sua própria carne, da carne colherá corrupção..." (Gál. 6:7,8). Quanto mais claramente reconhecermos a realidade de que os desejos pecaminosos que não foram mortificados levarão a destruição eterna, mais claramente veremos o perigo de permitir que qualquer desejo pecaminoso na nossa vida permaneça sem ser mortificado. O desejo pecaminoso é um inimigo que nos destruirá se antes não o destruirmos. Que isso penetre fundo na sua alma. Não se contente com a suposição de que já foi suficientemente fundo enquanto não tremer ao pensar em ter um inimigo vivendo dentro de você, que o destruirá se antes você não o destruir.

3. Os males da sua lascívia

O perigo se preocupa com futuras possibilidades mas o mal com as atuais. Há muitos males relacionados com um desejo pecaminoso que não tenha sido mortificado, porém focalizaremos nossa atenção apenas em três deles:

a) Entristece o santo e bendito Espírito de Deus

O grande privilégio dos cristãos é que o Espírito de Deus vive dentro deles. Por causa disso, os cristãos são especial-mente exortados em Efésios 4:25-29 a se absterem de uma variedade de desejos pecaminosos e motivados a fazer isso com as seguintes palavras:

"E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção" (Ef. 4:30).

Assim como uma pessoa terna e amorosa se entristece com a falta de bondade de um amigo, assim também o Espírito Santo é entristecido quando um cristão permite que desejos pecaminosos que não foram mortificados vivam no seu coração. O Espírito Santo escolheu nossos corações como Sua habitação. Ele veio fazer por nós todo o bem que desejamos. O Espírito Santo Se entristece muito quando um cristão compartilha seu coração, que Ele veio possuir, com seus inimigos (nossos desejos pecaminosos), os próprios inimigos que Ele veio ajudar a destruir.

Ó, cristão, considere quem e o que você é; considere quem é o Espírito que você está entristecendo, o que Ele fez por você e o que Ele pretende fazer por você. Envergonhe--se de cada desejo pecaminoso que não mortificou e que dessa maneira permitiu que maculasse o Seu templo.

b) O Senhor Jesus Cristo é ferido novamente pelo desejo pecaminoso que não foi mortificado.

Quando o desejo pecaminoso permanece sem ser mortificado no coração de um cristão, a nova criação de Cristo naquele coração é ferida, Seu amor é frustrado, Seu inimigo gratificado. Assim como um abandono total de Cristo pelo engano do pecado é estar "crucificando para si mesmos o Filho de Deus, e expondo-o à ignomínia" (Heb. 6:6), do mesmo modo, abrigarmos pecados que Ele veio para destruir O fere e O entristece.

c) Rouba a utilidade de um cristão

Desejos pecaminosos que não tenham sido mortificados geralmente produzem uma doença espiritual na vida da pessoa. Seu testemunho raramente recebe a bênção de Deus. Muitos cristãos permitem que desejos pecaminosos que destroem a alma vivam nos seus corações. Esses jazem como vermes à raiz da sua obediência, e a corroem e a enfraquecem dia após dia. Todas as graças, todas as maneiras e todos os meios pelos quais as graças possam ser exercidas e aperfeiçoadas, são impedidos desta maneira; e Deus mesmo nega a este homem qualquer sucesso.

Conclusão

Nunca se esqueça da culpa, do perigo e da malignidade do pecado. Pense muito nestas coisas. Permita que elas encham sua mente até que levem seu coração a tremer.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Não, Cristo não é o sobrenome de Jesus: descubra o que esse título significa



Por R. C. Sproul
Por todo o Novo Testamento, nós encontramos muitos títulos para Jesus de Nazaré—"Filho de Deus", "Filho do Homem", "Senhor", entre outros. No entanto, o título que é mais frequentemente dado a Jesus no Novo Testamento é aquele que nos é familiar, mas que nós não entendemos bem. É o título de "Cristo".

Por que eu digo que nós não entendemos bem esse título? Eu digo isso porque "Cristo" é utilizado tantas vezes em conjunto com o nome "Jesus", que temos a tendência de pensar que esse é o seu sobrenome. No entanto, "Cristo" não é um sobrenome para Jesus. Ele teria sido conhecido como "Jesus Bar-José", que significa "Jesus, filho de José". Ao invés disso, "Cristo" é o título supremo de Jesus. Mas o que isso significa?

O significado de Cristo é tirado do Antigo Testamento. Deus prometeu aos antigos israelitas que o Messias viria para libertá-los do pecado. A ideia do Messias é transportada para o Novo Testamento com o título de Cristo. A palavra grega Christos, de onde nós obtemos a palavra Cristo, em português, é a tradução do termo hebraico Mashiach, que é a fonte para a palavra Messias, em português. Mashiach, por sua vez, está relacionada com o verbo hebraico masach, que significa "ungir". Portanto, quando o Novo Testamento fala de Jesus Cristo, ele está dizendo "Jesus, o Messias", que significa literalmente "Jesus, o Ungido".

Nos tempos do Antigo Testamento, as pessoas eram ungidas quando chamadas para servirem como profeta, sacerdote ou rei. Por exemplo, quando Saul foi o primeiro rei de Israel, o profeta Samuel ungiu sua cabeça com óleo, de forma cerimonial (1 Samuel 10:1). Este rito religioso foi realizado para mostrar que o rei de Israel tinha sido escolhido e capacitado por Deus para o reinado. Da mesma forma, os sacerdotes (Êxodo 28:41) e profetas (1 Reis 19:16) foram ungidos segundo o mandamento de Deus. Em certo sentido, qualquer um no Antigo Testamento que tenha sido separado e consagrado para servir era um messias, por ter recebido uma unção.

Mas o povo de Israel ansiava por aquele indivíduo prometido que era para ser, não apenas um messias, mas o Messias, Aquele que seria separado e consagrado por Deus de forma suprema para ser o Profeta, Sacerdote e Rei do povo. Assim sendo, no momento em que Jesus nasceu, existia uma grande expectativa entre os judeus que haviam esperado pelo Messias durante séculos.

Surpreendentemente, quando Jesus começou o seu ministério público, poucos o reconheceram por quem ele era, apesar das muitas evidências de que ele possuía uma unção de Deus que ultrapassou em muito aquela que repousara sobre qualquer outro homem. Sabemos que houve uma grande confusão a seu respeito, mesmo depois dele haver ministrado por algum tempo. Em um ponto, Jesus perguntou aos seus discípulos: "Quem diz o povo ser o Filho do Homem?" (Mateus 16:13 b). Ele estava analisando a sua cultura, verificando os rumores sobre si mesmo. Em resposta à pergunta de Jesus, os discípulos enumeraram vários pontos de vista que estavam sendo apresentados: "Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas" (versículo 14). Jesus estava sendo identificado com todos os tipos de pessoas, mas nenhuma dessas especulações estava correta.

Em seguida, Jesus perguntou aos discípulos: "Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou?" (versículo 15b). Pedro respondeu com o que é conhecido como a grande confissão, uma declaração de sua crença sobre a identidade de Jesus: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (versículo 16). Com essas palavras, Pedro declarou que Jesus era o Christos, o Mashiach, o Ungido.

Então Jesus disse algo interessante. Ele disse a Pedro que este era abençoado por ter aquela compreensão da identidade de Jesus. Por que ele disse isso? Jesus explicou: "porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus" (versículo 17). Pedro havia recebido uma revelação divina de que Jesus era o Messias, não era algo que ele havia discernido pela sua própria capacidade. Novamente, isso me deixa maravilhado, porque alguém poderia pensar que quase todo mundo que encontrou Jesus o tenha reconhecido imediatamente como o Messias. Afinal, não há falta de informação no Antigo Testamento sobre a vinda do Messias—onde ele nasceria, como ele se comportaria e que poder ele manifestaria— e todos podiam ver o que Jesus estava fazendo—ressuscitando pessoas dentre os mortos, curando todos os tipos de doenças e ensinando com grande autoridade. Mas, é claro, eles não o reconheceram. A unção de Jesus não era imediatamente aparente.

Muitas pessoas hoje em dia têm coisas positivas a dizer sobre Jesus como um modelo de virtude, um grande mestre e assim por diante, mas eles não chegam a dizer que ele é o Messias. Esta é a grande diferença entre cristãos e não cristãos. Só quem nasceu de novo pode confessar que Jesus é o Cristo. Você pode?

A mulher santifica o marido descrente – O que isso significa?


Por Josemar Bessa

Este é um problema que surgiu na igreja em Corinto, e certamente surgiu em toda a igreja primitiva. Algumas pessoas tentam usar esse texto com o propósito de validar um servo de Deus escolher alguém ímpio para se casar. Esse é o problema de ir a Bíblia tentando achar justificativas para escolhas que Deus deixou claro que não devem ser feitas, e não ir a Bíblia para buscar a verdade de Deus sobre todas as coisas, inclusive relacionamentos, casamentos...

Paulo está falando sobre a conversão de um homem ou mulher casados, quando o outro cônjuge permanece ímpio, e não sobre o servo de Deus deliberadamente escolhendo esta situação. Essa era uma situação comum na igreja primitiva e hoje também: “Se algum irmão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, não a deixe. E se alguma mulher tem marido descrente, e ele consente em habitar com ela, não o deixe.” - 1 Coríntios 7:12-13

Imagine, por exemplo, uma mulher que pela pregação da Palavra foi regenerada e creu no Evangelho. Ela se tornou viva, se arrependeu, exerceu fé. Ela é uma nova criatura em Cristo mas está casada com um marido não-cristão (ou  um marido com uma esposa não-cristã).

A questão que surgiu naqueles dias, e que é pertinente hoje é: e agora, devo me divorciar? A luz está ligada as trevas...? Serei corrompido por este relacionamento? A pureza de Cristo vai ser corrompida por isso? Paulo está falando de alguém que sendo regenerado tem agora uma vida para o Senhor... e não de um cristão nominal, mundano... em que o estilo de vida nada mais é do que o do mundo, escolhendo deliberadamente estar em jugo desigual... Mas de alguém que se converte já estando casado ou casada. Então ele diz: “E se alguma mulher tem marido descrente, e ele consente em habitar com ela, não o deixe.” – Ou seja, se por causa do sua vida em Cristo o cônjuge descrente quiser deixá-lo, a relação com Cristo tem toda a prioridade, mas se o descrente consente em viver junto, essa não é uma razão para deixar o relacionamento (casamento). Paulo não está falando de alguém que é cristão escolhendo deliberadamente um cônjuge não cristão.

A questão em Corinto (e ainda hoje ) era – Estou sendo corrompido, minha pureza em Cristo está sendo corrompida? Devo deixar meu casamento? E outro pensamento que surgiu junto com esse era: E meus filhos? Se eu sou cristã e meu marido não é cristão, os meus filhos vão ser poluídos, impuros pela presença de um não cristão (ímpio) na família? Preciso sair dessa situação para proteger meus filhos das más influências do cônjuge não regenerado? Todas essas questões eram comuns quando alguém em um mundo pagão era regenerado e o cônjuge não. Muitas vezes, o marido não convertido abandonava a esposa – mas a questão era se isso podia partir do convertido. A resposta como vimos era: “E se alguma mulher (ou marido) tem marido descrente, e ele consente em habitar com ela, não o deixe.”(v.13) – O verso 15 diz que se o cônjuge incrédulo desejar se divorciar por causa de Cristo, da conversão do outro cônjuge, este que foi abandonado não está mais preso aquela pessoa: “Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não esta sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz. Porque, de onde sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? ou, de onde sabes, ó marido, se salvarás tua mulher?” 1 Coríntios 7:15-16 – Se ele quer ir, deixai-o ir. Ou seja, se for a escolha do cônjuge não regenerado, por causa do evangelho, se divorciar, deixe-o ir. Mas você ( que foi regenerado ) não faça isso. Por quê. O verso 14 diz: “Porque o marido descrente é santificado pela mulher; e a mulher descrente é santificada pelo marido; de outra sorte os vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos.” - 1 Coríntios 7:14
 
Paulo não está falando de salvação. Nem todos os cônjuges incrédulos se converterão, isso não é algo que se possa contar como certo. Ele diz: “Porque, de onde sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? ou, de onde sabes, ó marido, se salvarás tua mulher?” – Ao falar então que “o marido descrente é santificado pela mulher; e a mulher descrente é santificada pelo marido” – o que Paulo está ensinando?



Paulo está simplesmente dizendo que é o inverso que acontece – se de fato o cônjuge convertido foi de fato regenerado e vive uma nova vida – deve entender que maior é aquele que agora habita, dirige e santifica ele do que aquele que está no mundo. O poder e a graça de Deus manifesta na vida do cônjuge convertido é tão grande, que ao invés de dele ser influenciado pelo mal na vida do não regenerado, o não regenerado será influenciado pela graça, que opera os frutos do Espírito, e o poder de Deus na vida do convertido. Esse é o ponto de Paulo, ao invés do marido descrente ter uma influência mundana ou não santificadora sobre a esposa, o oposto é verdadeiro, a luz resplandecerá sobre as trevas, e o outro sofrerá a influência da vida transformada do que foi regenerado e é uma nova criatura.

Agora, de que tipo de santificação estamos falando? A palavra está falando simplesmente que há um certo grau de pureza, um certo grau de separação do mal... Ou seja, o cônjuge cristão em um casamento, reduz a força total da impureza e do mal na vida do lar. Num casamento entre dois incrédulos, você tem um mal absoluto operando. Você tem o mundo, a carne, o diabo... e você não tem nada para mitigar este mal. Este mal não tem nada para diluí-lo, enfraquecê-lo. Mas quando um desses cônjuges de fato se converte, de fato é regenerado, esse mal que era absoluto é atenuado.

Então estamos falando aqui de “santificação conjugal”, santificação familiar e não de santificação espiritual produzida pela salvação de um homem. O ponto aqui é que você, que foi regenerado, vai exercer um efeito positivo na medida em que sua presença naquele ambiente íntimo, na casa, no casamento... é sustentado pela graça e o poder de Deus para uma nova vida, e a benção de Deus que flui através dessa nova vida, irá atenuar o mal, que num casamento entre incrédulos seria pleno. Ou seja, haverá um efeito santificante num sentido temporal, num sentido terreno sobre o seu cônjuge descrente. E esse efeito atingirá os filhos: “...de outra sorte os vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos.” - 1 Coríntios 7:14



A palavra é usada aqui nestes mesmos termos. O que significa? Se o convertido está preocupado com seus filhos, seriam “imundos” crescendo num lar assim... O que Paulo está ensinando é – Se ambos os pais são não-cristãos, há um nível de mal absoluto que domina o lar, porque Deus não está lá em seu poder e graça. Mas sendo um dos cônjuges é de fato regenerado, os filhos  já não estão sob o impacto total da impureza de uma vida não regenerada, mas em certo grau, este mal é mitigado, restringido, há um certo grau de separação do mal pela presença de uma mãe ( ou pai ) cristão (Regenerado).

Ou seja, sua relação com Deus e a benção que flui de sua vida separada para Deus, terá um efeito positivo sobre o marido e os filhos, um efeito de restrição, em parte, do mal de uma vida não regenerada.  Então Paulo diz, não se separe por causa disso. Se isso partir do cônjuge não cristão por causa de Cristo, você não estará mais em servidão, mas não parta de você por esses motivos alegados. Fique lá, e a obra de Deus através da sua vida terá um impacto atenuante sobre o mal em seus filhos e seu lar. Mitigando o mal que seria pleno pela influência de sua vida limpa e santa que flui da regeneração e santificação de sua vida.

Não há garantias de salvação - “Porque, de onde sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? ou, de onde sabes, ó marido, se salvarás tua mulher?” – Mas a presença de uma pessoa regenerada e vivendo para Deus, mitigará o mal, influenciando e não sendo influenciada.

Fonte: Josemar Bessa

A Mulher Siro-Fenícia – existe lugar para cachorro?

 
Por Emilio Garofalo Neto
O encontro de Jesus com a mulher Siro-Fenícia é um dos pontos mais complicados e intrigantes dentre todos os encontros registrados de Jesus. Leia o texto, Mateus 15.21-28 (Marcos 7.24-30).

O que está acontecendo aqui? Por que Jesus está interagindo com essa estrangeira? Ele não veio para os da casa de Israel? Por que ele a chama de cadela? E por que ela nem se ofende?

É preciso entender algumas coisas sobre o contexto do que vem se passando nesse ponto do evangelho e também algumas considerações sobre etnia para vermos bem o que esse texto ensina.  Após andar por toda a Galileia  Jesus estava para começar um período mais intenso de instrução aos Doze; isso envolveu ele se dirigir mais frequentemente a regiões gentílicas. Nesse evento Jesus vai para noroeste da Galileia  para a região de Tiro, onde fica hoje o Líbano. Note que este era terreno gentio: território de antigos inimigos e (às vezes) aliados de Israel; foram os de Tiro que introduziram a adoração a Baal para Israel. Foram eles que se aliaram a Davi e Salomão em certas ocasiões.  Isso é importante em nossa história, não é que uma mulher gentia aparece em território judeu – Jesus e seus discípulos é que estão indo, intencionalmente ao território dela.

Precisamos entender um pouco melhor biblicamente essa questão da diferença étnica, da identidade cultural.  O ideal de pureza racial é uma tolice, mas todos nós entramos um pouco nele. Todos temos uma origem comum em Adão e Eva, e depois, em  Noé,  a partir de três grandes ramos (Sem, Cam e Jafé). Deles vem toda a diversidade do mundo. Não percebemos, mas instintivamente achamos que na história bíblica os personagens ou são brancos caucasianos ou o que chamaríamos de árabes hoje em dia; Livros de histórias bíblicas infantis perpetuam estas ideias errôneas. Mas a realidade é muito mais complexa. Os Hebreus são apenas um de diversos grupos semitas;  e mesmo dentro desse grupo não há uma linhagem de pureza étnica. Vamos lembrar a origem destes: Abraão vem da Terra de Ur. Isaque voltou para conseguir uma esposa dentro os Arameus, assim o fez também Jacó (Israel). Mas os filhos de Jacó se casam com mulheres Cananeias e José se casa com uma Egípcia. Desta mistura vêm as tribos de Israel! Hoje talvez pensemos em judeus como um povo bem branquelo ( fãs de Big Bang Theory sabem disso…), porque mais tarde houve bastante mistura como povos europeus. Mas Jesus e seus discípulos não eram assim. No AT, temos exemplos de povos diversos como os oriundos da África negra, Egípcios, Fenícios, Assírios… Sabe quem eram os mais parecidos fisicamente com os caucasianos de hoje? Os Filisteus e os Hititas.

Com isso tudo em mente voltemos ao encontro de Jesus com essa gentia. Vale lembrar que você, distinto leitor(a), provavelmente tem mais  em comum com ela do que com Jesus e os discípulos – nós somos gentios.  Nascida gentia, com background pagão. Não uma filha de Abraão geneticamente… Ela sabe que não poderia vir até Jesus, mas ela foi assim mesmo; Tim Keller diz “Existem covardes, existem pessoas normais, existem corajosos e existem pais” – ela vai encarar o que for necessário pelo bem estar de sua filhinha.

Algo estranho se passa então, como é que aqueles que deveriam estar aprendendo de Jesus se ressentem da presença dessa gentia? Por quê? Por que é que eles não abraçam essa mulher e a acolhem ao pacto? Ela está voluntariamente vindo até Cristo e eles querem rejeitá-la. Se a diversidade étnico-cultural é algo criado por Deus, porque ressentimos tanto? Em nossa pecaminosidade nós não gostamos da diversidade criacional, preferimos a unidade e a segurança dos semelhantes.

Mas e Jesus? Ele a trata melhor que os fariseus ou os discípulos fariam. Como assim trata bem? Ele a chama de cadela! Vamos olhar com mais cuidado para estas palavras duras. Não é surpresa pra ninguém que há varias sugestões de interpretação dessa passagem. Creio que o que está acontecendo aqui é um teste elaborado por Jesus para examinar o coração dela e o coração dos discípulos.
Vejamos:

 

1 – O teste para a mulher


Havia desde o início uma prioridade pactual a Israel; mas o pacto com Abraão já deixava claro que a salvação estaria disponível a todas as nações da terra – prioridade nunca foi exclusividade. Tivemos exemplos como Rute e Raabe – que foram parar na genealogia do Senhor Jesus. A ideia era que primeiro se alimentam as crianças da casa e não os cães – os judeus sendo primeiro e depois os gentios. Mas lembre-se da historia do próprio Senhor Jesus e seu acolhimento frequente entre gentios quando mesmo os judeus não queriam nada com ele. Herodes tentou matá-lo quando ainda neném, ele foi se refugiar em terreno gentio com seus pais. Os fariseus e escribas queriam acabar com ele. As cidades o rejeitavam; mas os magos gentios do oriente vêm e o adoram. Israel era lugar perigoso; terrenos gentios eram seguros.  

Curiosamente gentios em muitos casos eram mais abertos que os judeus. Ele elogia a fé de gentios como o centurião enquanto critica a falta de fé dos judeus. Parece que as crianças estão recusando a comida… devem achar que não precisam mais de pão. Jesus usa a percepção das separações étnicas para avaliar sua fé; talvez ele estivesse querendo ver se ela não estava no fundo apenas buscando um operador de milagres, ou se entendia que ele era algo mais.

A mulher não se ofende com as duras palavras de Cristo; ela sabe que não tem direitos diante de Deus. Se o que Deus tem pra ela são migalhas, ela as aceitará de bom grado. Quão diferente da atitude arrogante de tantos que se julgam merecedores! Ela demonstra uma medida de fé: note que ela chega ajoelhando, ela o chama de Senhor, ela sabe acerca de seu poder. Com o pouco de conhecimento acerca de Cristo que tem ela já é movida a ação. Note ainda que ela pega muito mais rápido a linguagem figurada do que os discípulos! Jesus não precisa ficar explicando as metáforas como tinha que fazer com os doze… Ele no fundo diz: você não é digna de se sentar à mesa. Mas ele deixa a porta aberta ao dizer primeiro se alimentam as crianças… quem sabe não sobra algo para você. É vital notarmos que ela aceita sua condição – ela reconhece que não é digna de ser ajudada por Cristo. Ela com fé diz: eu não mereço pão, não sou parte do povo escolhido, se pela tua bondade o que tem para mim são migalhas, quero as migalhas com alegria! Ela não declara ou exige pão, como se merecesse. Ela não é orgulhosa a ponto de não aceitar o que Cristo diz acerca dela! Mas nós somos muitas vezes. Nós odiamos a ideia de que somos depravados e impuros; afinal passamos a vida ouvindo comerciais de TV dizendo que merecemos tanto… aceitar o que a Bíblia fala a nosso respeito é difícil! À luz disso tudo, Jesus elogia sua fé; coisa que não vemos ele fazendo acerca dos discípulos! Logo antes tinham sido  repreendidos pela sua falta de entendimento. Ela passa no teste com louvor. E ela recebe mais que migalhas, não é verdade?

 

2 – Teste para os discípulos


Lembre-se que por vezes Jesus, o grande professor; lançava perguntas complicadas ou dizia coisas estranhas para fazer o povo pensar e agir. Lembre-se que às vezes ele falava um provérbio comum de sua época e logo virava ele de cabeça para baixo, mostrando que a sabedoria popular era muitas vezes tolice popular. Creio que isso está acontecendo aqui também.

Em Mateus fica registrado que os discípulos pediram que Cristo se livrasse dela; eles não eram tão diferente dos fariseus em sua falta de compaixão. Mas o que eles tinham de ter feito era ter pedido a Cristo por ela! Talvez ao Jesus falar aquilo ele estivesse esperando pela ação dos discípulos. A essa altura, eles já deveriam ter aprendido misericórdia com Cristo – Pedro mesmo já clamara ao Senhor por ajuda como ela estava fazendo ali. Essa é a primeira falha.

Mas a outra falha dos discípulos é mais interessante. Note bem. Eles ouviram Jesus dizer algo como “não há pão suficiente…os cães só comem se sobrar… é um mundo de recursos limitados…não há pão para todos…alguém tem de ficar sem pão.” Agora, note na sua Bíblia o que acontece no capítulo anterior e o que acontece no capitulo seguinte. Percebeu? Essa história esta entre as duas ocasiões da multiplicação do pão!! Na economia do reino a surpreendente mensagem é que há pão para todos! Os discípulos ainda estão operando numa visão humana mui limitada do alcance da graça e do poder de Cristo. Eles deveriam ter tido:  “mas Senhor, tu és capaz de fazer pão se multiplicar – não há limites! Não é necessário que apenas as crianças comam!” Israel era culpado de usar a verdade de sua prioridade como desculpa para não ir aos gentios, para não fazer o que Cristo estava fazendo! Indo na terra de gentios e trazendo boas novas a estes!

O evangelho do reino é para todas as nações; as boas novas envolvem o fato de que Cristo morreu numa cruz para que cães de toda raça, língua e nação pudessem ser adotados na família e se sentarem à mesa, tornando-se criacinhas. Dá pra ver porque é que chamam de boas novas?