sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

É o ministério A Voz da Verdade uma igreja evangélica?


O unicismo é hoje uma das doutrinas que mais causa transtornos aos evangélicos brasileiros. Dentre os assim chamados "sabelianistas" (defensores ou seguidores da doutrina de Sabélio), a Igreja "Evangélica" A Voz da Verdade é uma das que mais se destacam em nosso país; são exclusivistas e não medem palavras ao nos chamar de “desviados”. Embora não possa ser comparada a Igreja Tabernáculo da Fé – que também professa o unicismo – a IEVV é, sim, uma seita.

Origem

A IEVV foi fundada por Freud Moisés, após uma revelação que o tornaria conhecido como o “homem que encontrou Jesus no cinema”. Filho de libaneses, converteu-se em 1953. Antes foi um farrista, um jogador viciado, mulherengo e sem paz. Teve um chamado “especial”, Jesus apareceu-lhe na tela de um cinema e disse que o faria pescador de almas. Transformado e arrependido começou a anunciar que existe somente um Deus e seu nome é Jesus. Dezenove anos depois, em 1973, Freud Moisés daria inicio ao conjunto Voz da Verdade, na antiga Igreja Pentecostal Unida do Brasil, da vila Paraíso, Santo André (SP). Depois de alguns conflitos surgidos entre o conjunto e a Igreja local, envolvendo questões de usos e costumes, se desligam, para fundar, na rua Casa Branca, 168, no bairro do mesmo nome, a Igreja Evangélica Voz da Verdade. Ali permaneceu, até se mudar para o seu atual endereço, no antigo cinema Tangara II, no Studio Center, no centro de Santo André. [1]
Como parte de seu programa anual, realizam periodicamente acampamentos em que são ministrados estudos e outras atividades da Igreja, sempre regadas ao som do conjunto A Voz da Verdade.

Declaração doutrinária

O Estatuto da Igreja Evangélica A Voz da Verdade (IEVV) assim declara:
  1. Quando a Bíblia se refere a Deus, esta falando no Espírito Santo que é o Pai, criador e sustentador de tudo;
  2. Jesus tanto é o Pai, como é o Filho;
  3. Antes da manifestação de Jesus como homem, não havia Filho de Deus (somente os anjos eram tidos como filhos de Deus);
  4. Jesus pode ser Pai e também Filho? É muito lógico que sim, pois Ele é Deus. [2]

Literatura

A única “obra” impressa pela IEVV é o pequeno livrete “Revelação do Amor”, de Rita de Cássia Moisés. Com um total de 48 páginas, esboça de maneira superficial a doutrina unicista. É uma obra que, diferente do livro A Unicidade de Deus – de David K. Bernard -, não pode ser considerada uma “jóia” da literatura unicista. Dentre os principais temas abordados, destacamos:

  1. Conheça a Bíblia Sagrada;
  2. Cristo, a Palavra Viva;
  3. Quem afinal é o Senhor?
  4. Quem é Deus senão o Senhor?
  5. A natureza de Jesus: divina e humana;
  6. O que Deus diz de si mesmo?
  7. O batismo segundo a Bíblia;
  8. O mistério de Deus: Cristo;
  9. Deus estava em Cristo reconciliando o mundo com sigo mesmo;
  10. Deus em Jesus.

Escândalos

Para refrescar um pouco a memória dos que acreditam que o conjunto tem algum compromisso com as igrejas evangélicas, vejamos a seguinte linha cronológica de escândalos envolvendo A Voz da Verdade.

a. No dia 11 de maio de 1993, o CLC (Centro de Literatura Cristã) enviou uma carta para o Ministério Voz da Verdade suspendendo a distribuição do seu material, até que o referido explicasse a possível evidência de louvores a deuses estranhos. A resposta foi dada pelo pastor da Voz da Verdade cinco dias depois dizendo que não precisava do CLC e que seria um favor o CLC não adquirir seu material: "Não precisamos do Centro de Literatura Cristã; vocês e nada são a mesma coisa!". [3]

b. Inconformado com as verdades reveladas na lição 5 da revista da Escola Dominical, intitulada "Seitas Modalistas", do segundo trimestre de 1997, em que o pastor Esequias Soares da Silva menciona o conjunto Voz da Verdade com sua igreja na lista das seitas unicistas, o pastor Freud Moisés telefonou para o pastor Esequias ameaçando levar o caso aos tribunais. Após isso, o conjunto resolveu produzir um CD, distribuído gratuitamente para os crentes, com três estudos bíblicos defendendo o unicismo. [4]

c. Um certo jornal de Bauru, edição de julho de 1999, pág. 10 publicou a seguinte manchete: “Voz da Verdade diz que não é seita”. Tratava-se da apresentação do conjunto por ocasião do lançamento do seu CD – “Quando Deus se cala”. Estiveram presentes, segundo o jornal, cerca de 1500 pessoas, que pagaram de R$ 8,00 a R$ 10,00 pelo ingresso. O gasto total foi de R$ 12.000,00 e só o Voz da Verdade cobrou R$ 4,5 mil livre. Na entrevista concedida por um dos integrantes da banda, afirmou ele: “Atualmente o grupo Voz da Verdade tem sido perseguido por um fantasma: o boato de serem uma seita que prega heresias. Comentários, no mínimo, maldosos sendo que até agora ninguém provou que isso seria verdade. [5]

d. Nenhum outro escândalo teve maior repercussão do que o ocorrido em maio de 2001. Por ocasião do Fest-Gospel 2001, o pastor Carlos A. Moisés desafiou os pastores presentes a provarem que Deus tem sócio. Argumentou que quem acredita na doutrina da Trindade acredita nos ensinos pregados pelo Papa. Questionados pelo CACP via e-mail, o Pr. Carlos A. Moisés enviou a seguinte resposta: "Primeiramente, eu gostaria de lhe informar que quem vos escreve é o mesmo que estava gritando no palco em São José do Rio Preto. Em segundo lugar, não estou nem um pouco preocupado... você e nada pra mim é igual a NADA. Alguém, como você, que nega o nome de JESUS não é merecedor de minha apreciação. Se a tua igreja não cantar, MILHÕES de igrejas cantarão por todo o Brasil, por isso você não faz DIFERENÇA. O dia que você conseguir fazer com que as igrejas de todo o país parem de cantar nossos hinos, aí você será um vencedor”.

Esse é o conjunto que o pastor Samuel Ferreira diz tanto gostar. Rasgue então sua Bíblia e entre para as fileiras unicistas, ou então testemunhe firmemente sua crença. Como diz o professor Esequias: a doutrina da Trindade é uma questão de vida ou morte. Infelizmente poucos líderes parecem levar isso a sério, abrindo suas portas e permitindo que o conjunto faça de suas ovelhas consumidores de suas músicas e CDs, além de embutir em sua mente a crença em um deus que se manifesta ao homem através de máscaras ou manifestações.

Se ele sabe de tudo, por que precisamos informá-lo de nossas necessidades e aborrecê-lo com orações?


Pergunta: Se ele sabe de tudo, por que precisamos informá-lo de nossas necessidades e aborrecê-lo com orações?

Deus nos criou originalmente para mantermos uma comunhão especial com Ele e entre nós mesmos. Esta comunhão era plena antes do pecado do primeiro homem, Adão, ainda lá no Jardim do Éden. Depois da queda, o homem a perdeu contato com o Criador, e somente se Ele viesse ao nosso encontro, tal religação seria possível.
Deus Pai se aproximou do homem através de visões, de sonhos, de manifestações físicas de Sua presença, através de anjos, através dos profetas, através da Palavra escrita e através de Jesus. Em todas estas manifestações, Deus quis criar um novo relacionamento conosco; e o homem convertido, então, se comunicou com Deus. Toda e qualquer comunicação com Deus é uma forma de oração.
Orar não é, como alguns pensam, ‘bajular’ Deus para conseguir alguma coisa. É se relacionar com o Pai Celestial. Eu não consigo imaginar como manter uma comunhão com meus pais terrenos, ou com minha esposa, por exemplo, sem conversar com eles. Eles até poderiam saber o que eu quero e o que eu gosto, mas creio que isto não substituiria um diálogo com eles sobre as minhas expectativas.A oração, portanto, é uma forma de manter o nosso relacionamento com o Senhor ativo; Deus fala através da Palavra, sinais, sonhos, visões. A medida que nossa vida espiritual se desenvolve, mais oramos. Orar não é um peso; a não ser que você se considere tão autosuficiente para achar chato qualquer necessidade de diálogo. Nós não ‘aborrecemos’ a Deus quando oramos; é uma ordem dEle que façamos isto, segundo Filipenses 4:6-7. Ela até mesmo é uma forma de servir (Lucas 2:36-38). Orar é uma forma de dizer ao Pai que confiamos nas Suas palavras, pois muito do que pedimos estão baseadas naquilo que Ele mesmo nos prometeu.


Mesmo Jesus orou; e se o Filho de Deus o fez, é porque é o certo a ser feito. Deus sabe o que vamos pedir. Ele concede muito mais do que pedimos segundo a vontade dEle (1 João 5.15). Mas se não oramos, demonstramos, acima de tudo, falta de fé. Até mesmo aquela fé que crê que o Senhor estará ouvindo (1 João 5.14). E sem fé, é impossível agradar a Deus (Hebreus 11.6).