quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Paulo, apóstolo de Cristo Jesus

Por Vincent Cheung

Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, segundo a promessa da vida que está em Cristo Jesus, a Timóteo, meu amado filho: Graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor. (2 Timóteo 1.1-2)
 
Como Paulo escreve em outro lugar, ele foi “circuncidado no oitavo dia de vida, pertencente ao povo de Israel, à tribo de Benjamim, verdadeiro hebreu” (Filipenses 3.5). Ele era um dos fariseus, uma seita muito rigorosa da religião judaica. Antes de se converter à fé cristã, tudo isso contava como algo, mas depois ele perceberia que seu pano de fundo não lhe rendeu nenhum favor aos olhos de Deus. Ele teria que se chegar a Deus de outra forma.
Lucas apresenta-o em Atos 7. Ele era chamado Saulo naquele tempo, e consentiu quando os judeus apedrejaram Estevão até à morte. De uma perspectiva não cristã, ou da perspectiva daqueles cegos para a verdade, Saulo era um judeu perfeito, um fariseu justo, um erudito altamente credenciado. Contudo, a verdade era que ele era um cúmplice do assassinato de um homem inocente. Em Atos dos Apóstolos, essa é a primeira coisa que aprendemos sobre ele.
Saulo continuou nessa direção, e Atos 9 registra que ele “respirava ameaças de morte contra os discípulos do Senhor”. Ele recebeu autoridade do sumo sacerdote para visitar Damasco, a fim de capturar e aprisionar os cristãos dali. Parece que uma pessoa que perseguiria, aprisionaria e até mesmo assassinaria outros deve ser séria sobre suas próprias convicções. De fato, ele era um homem zeloso. Mas como mais tarde admitiria, ele agiu em “ignorância e incredulidade”. Seu zelo não era informado pela verdade, e não procedia de uma abertura para com Deus, ou fé no que Deus tinha revelado. Aqueles que se opõem e perseguem os cristãos são, por definição, pessoas injustas e sem inteligência.
Sua religião não o tornou um homem piedoso. Fez dele um assassino. O problema não estava na religião em si. Saulo tinha um tipo específico de religião: ou foi essa religião que o tornou um assassino, ou ele tornou-se um assassino porque seu comprometimento a essa religião era defeituoso ou distorcido. Contudo, sua devoção à sua religião pareceria “irrepreensível” (Filipenses 3.6). Dessa forma, mesmo que houvesse um lado pessoal e subjetivo em seu grande erro, havia também um lado público e objetivo.
Havia algo errado em sua religião. Não estou me referindo à religião do Antigo Testamento. Esse é o equívoco que muitas pessoas fazem – eles assumem que a religião dos judeus e dos fariseus era a religião do Antigo Testamento. Não, embora a religião deles fosse baseada no Antigo Testamento, em geral era muito diferente e mesmo antagônica a ele, contradizendo-o em espírito e em letra. Algumas pessoas cometem o equívoco de pensar que os fariseus eram hostis a Jesus porque eles eram muito inflexíveis quanto a seguir a lei de Moisés ou o Antigo Testamento. Mas eles faziam o oposto. Jesus disse que eles anulavam os mandamentos de Deus por meio das suas tradições (Mateus 15.6). Eles tinham inventado regras e costumes que eram supostamente consistentes com os mandamentos de Deus, mas que na verdade redefiniam e substituíam os mandamentos de Deus em suas vidas. Ele disse que a profecia de Isaías se aplicava a eles: “Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens” (Mateus 15.9).
A religião dos judeus e dos fariseus não era a religião do Antigo Testamento. Era um sistema que eles tinham fabricado para se escusarem de aceitar as palavras dos profetas. Jesus disse que eles nem mesmo criam no Antigo Testamento: “Se vocês cressem em Moisés, creriam em mim, pois ele escreveu a meu respeito. Visto, porém, que não creem no que ele escreveu, como crerão no que eu digo?” (João 5.46-47). A fé em Cristo, e dessa forma a fé no Novo Testamento, segue-se naturalmente da fé no Antigo Testamento, porque Cristo cumpriu o Antigo Testamento. Os judeus e os fariseus não seguiam a revelação de Deus, mas sua própria tradição humana. Devemos corrigir a ideia que eles eram hostis a Cristo porque eram muito obcecados com a precisão em sua doutrina e obediência. Não, eles eram hostis a Cristo porque se preocupavam muito mais sobre como evitar crer e obedecer à palavra de Deus enquanto davam a aparência de devoção religiosa, e Cristo expôs a hipocrisia deles.
Assim, Paulo, ou Saulo, era um homem zeloso. Mas esse zelo por sua religião o levou a ódio e assassinato contra o povo de Deus. Alguns poderiam dizer que isso era um caso de zelo mal direcionado. Isso não é inteiramente errado, mas a questão não era tão simples. Zelo não é uma atitude ideologicamente neutra – uma pessoa é zelosa por algo. Visto que uma pessoa é zelosa por algo, isso significa que zelo tem conteúdo, e visto que o conteúdo – as crenças ou ideologias – pode ser correto ou errado, então o zelo pode ser correto ou errado. Portanto, quando o zelo de uma pessoa o leva a fazer algo errado, se esse zelo é consistente com e um produto de sua ideologia pelo que ele é tão zeloso, então o próprio zelo é errado. Ele não é apenas um zelo mal direcionado, mas um zelo errado ou perverso, e um tipo diferente de zelo daquele zelo pelo que é verdadeiro e correto.
Não devemos supor que Paulo tinha uma atitude zelosa natural que era boa em si mesmo, mas apenas mal direcionada, e que esse zelo fez dele um crente mais eficaz uma vez que o zelo foi redirecionado pelo evangelho. Novamente, isso assume que zelo pode ser considerado em si mesmo, à parte daquilo pelo que a pessoa é zelosa, de forma que uma pessoa pode usar o mesmo zelo para esse ou para aquele, dependendo de como ele é direcionado. Contudo, o zelo não pode ser separado da ideologia. Não, Paulo tinha o tipo errado de zelo, um zelo que o tornou um assassino. Era um tipo de zelo que, por sua própria admissão, era baseada na “ignorância e incredulidade”. O zelo que ele exibiu como um cristão era baseado num fundamento inteiramente diferente, um que foi gerado pela obra do Espírito e um entendimento correto da graça do Senhor Jesus Cristo. E visto que o Espírito opera em todos do povo de Deus, e visto que todos do povo de Deus podem entender a graça de Deus, todos os cristãos podem possuir grande zelo pelas coisas de Deus. Isso não é algo que pertence a pessoas como Paulo à parte do evangelho, mas algo que é tornado disponível a todos os que creem no evangelho.
A fé de Jesus Cristo era o cumprimento das palavras dos profetas. Paulo não viu isso no início. Ele percebeu Cristo como uma ameaça à sua religião, embora grande parte dela não fosse procedente da religião do Antigo Testamento, mas da tradição humana, isto é, da invenção humana. Assim como Ismael zombou de Isaque, o filho da promessa, e assim como os fariseus perseguiram Cristo, o Filho da Promessa, os judeus perseguiram os cristãos. Os herdeiros da tradição humana sempre perseguirão os herdeiros da revelação divina. Não devemos ter a mínima simpatia pela posição de Paulo antes de sua conversão. Ele seguia a tradição em vez da Palavra de Deus. Seu entendimento da lei era errado. Ele nem mesmo cria no que foi escrito por Moisés. Se tivesse crido na Palavra de Deus, ele teria crido no evangelho de Cristo prontamente. Mas ele não o fez. Ele estava errado.

12 conselhos preciosos para pregadores da Palavra



Por Renato Vargens
Hoje é domingo e em todo Brasil um número incontável de pastores e pregadores subirão aos púlpitos de suas igrejas onde pregarão o Evangelho da Salvação Eterna.
Isto posto, gostaria de oferecer a esse exército de ministros algumas dicas preciosas para a preparação, desenvolvimento e aplicação da mensagem:
1- Pregue para a glória de Deus. A motivação do ministro deve ser a glória do Senhor e não a exaltação do seu próprio nome e ministério.
2- Evite o improviso. Suba ao púlpito convicto daquilo que irá falar ao coração daqueles que o Senhor os confiou.
3- Mate-se de estudar e ressuscite através da oração. O ministro que não dedica tempo ao estudo bíblico e a oração não vale um vintém.
4- Não caia na tentação de pregar um sermão politicamente correto. Pregue a Palavra Deus! Pregue as Escrituras.
5- Você não foi chamado por Deus para promover entretenimento aos ouvintes. Você é um pregador do Evangelho. Anuncie Cristo, pregue Cristo e proclame as inexoráveis verdades da Palavra de Deus.
6- Não seja superficial. Muito pelo contrário, seja profundo não suas colocações. Contudo, lembre-se que profundidade não está relacionado a a falar de modo difícil. Spurgeon por exemplo era profundo, todavia, qualquer pessoa que o ouvia conseguia entendê-lo.
7- Não pregue outra coisa a não ser Cristo Crucificado. Você não foi chamado para pregar técnicas de psicanálise, psicologia humana, ou auto-ajuda. Você não foi chamado para pregar outra mensagem a não ser o Evangelho de Cristo.
8- A Bíblia deve ser a fonte da sua mensagem. Por mais interessante e profundo que seja um livro, a Biblia é a nossa única e exclusiva regra de fé, portanto, é dela que devemos extrair e fundamentar nossos sermões.
9- Cuidado com a arrogância. O púlpito é um lugar santo. Você não foi chamado para testesmunhar sobre os seus feitos e sim sobre a grandeza de Deus. Os puritanos tinham por hábito nunca relatarem no pulpito aquilo que faziam ou deixavam de fazer e sim expor as Escrituras.
10- Pregue com fogo e razão. Jonathan Edwards costumava dizer que o pregador precisa ter luz na mente e fogo no coração.
11- Pregue com o coração enchargado pelo amor. O pregador que não ama não pode pregar o evangelho. O amor é um dos fundamentos da nossa mensagem. O pregador ama as pessoas por isso prega.
12 – Pregue exclusivamente a Palavra de Deus.
E por fim lembre-se: “O pregador não é um profissional; seu ministério não é uma profissão.” (E.M. Bounds)
Pense nisso!

QUANDO O “MINISTÉRIO” ATRAPALHA A VIDA CRISTÃ


Por Samuel Toralbo
Em tempos, onde a deturpação do significado do ministério eclesiástico é alarmante, os propósitos e as motivações no ingressamento da vida ministerial são estarrecedores e preocupantes. As intenções e os propósitos equivocados podem ser gerados por inúmeras razões – através de uma cultura religiosa que interpreta crescimento espiritual, ou vida vitoriosa somente quando o individuo é chamado para o ministério eclesiástico, onde jargões como: “Um dia você também estará aqui no púlpito”, ou “Deus não te chamou para ser mais um no meio do povo, mas para se assentar aqui no púlpito em meio aos príncipes” são bastante comuns em inúmeros ajuntamentos de cristãos, descaracterizando assim o significado do discípulo de Cristo Jesus. Não é raro o crescimento da motivação ministerial simplesmente pelo fato do desejo pessoal pelo status, objetivos financeiros, ou até mesmo por falta de opções ou oportunidades na vida profissional.
De modo que, primeiramente é importante ponderar que, o ministério não é uma questão de ordem que acontece na horizontal (que parte do homem), mas antes, é uma escolha que acontece na vertical (é Deus quem chama e capacita para o serviço ministerial) – “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,” (Efésios 4.11)
O objetivo não é desestimular aqueles que foram chamados para o santo ministério, mas antes, alertar aqueles que não sendo chamado, a evitar o encantamento do “glamour ministerial” que é vendido por algumas lideranças insanas desprovidas de amor e verdade. É loucura ingressar no ministério eclesiástico sem nunca ter sido chamado por Deus para o mesmo.
O apóstolo Paulo declara: “Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja.” (I Timóteo 3.1), Paulo não afirma que, aquele que desejar o ministério receberá o mesmo, mas apenas diz que é um excelente desejo. E mais do que isto, em seguida Paulo expõe a lista de características que deve pautar o ministério eclesiástico, como quem diz: “Está pronto para uma vida de renuncia, perseguições, e sofrimento?”
A grande deturpação na atualidade é que a lista de considerações que encontramos em Paulo para aqueles que desejam o ministério não passa nem perto de algumas outras listas que tem sido oferecida aos novos pretendentes ao ministério cristão. Enquanto que, na listagem de Paulo o obreiro precisar ser:
- irrepreensível,
- marido de uma mulher,
- vigilante,
- sóbrio,
- honesto,
- hospitaleiro,
- apto para ensinar,
- não dado a vinho,
- não espancador,
- não cobiçoso de torpe ganância,
- moderado,
- não contencioso,
- não avarento,
- que governe bem sua casa,
- não neófito (inexperiente na caminha da fé),
- e com bom testemunho,
Na listagem de algumas “lideranças” pós moderna, o que consta como observações para a vida ministerial é:
- ser carismático,
- manter a visão da igreja em arrecadações e desafios financeiros,
- manifestar os dons espirituais,
- elegante e de boa aparência,
- atingir a meta de arrecadação mensal,
- pregar uma mensagem bacana e motivacional,
- ostentar o sucesso “espiritual” (bons carros, roupas, joias, e bens materiais), para estimular a fé dos irmãos.
- e manter sempre a imagem de um herói (super homem)
Observe a disparidade na natureza do significado do ministério cristão que acompanhava a igreja primitiva com, aquela que, paira em algumas congregações cristãs no século XXI. Recentemente perguntei a um pregador em que consistia o seu interesse em pregar o evangelho, o que logo me respondeu: “dinheiro”. De modo que, a compreensão equivocada do significado do ministério cristão, fatalmente gerará motivações pervertidas e adoecidas.
Atualmente, parece pairar no ar uma certa irresponsabilidade por parte de algumas lideranças que unge, consagra, e separa ao ministério cristão, pessoas que nunca Deus chamou para o tal oficio.
Sendo de grande importância neste momento a reflexão sobre a declaração paulina que diz: “Cada um fique na vocação em que foi chamado.” (I Coríntios 7.20). Certamente, Paulo estava querendo evitar desmandos e enganos na igreja em Corinto, desejando que os irmãos entendessem a importância de uma vida pacificada, tranquila e relevante através de Cristo Jesus, naquilo que foram chamados, não necessariamente no ministério eclesiástico.
Certa vez, Martinho Lutero foi abordado por um homem que acabará de se converter. Desejando desesperadamente servir ao Senhor, ele perguntou a Lutero:
“O que devo fazer agora?”
Lutero respondeu: “Atualmente, qual é sua profissão?”.
“Sou um sapateiro”.
Para surpresa dele, Lutero respondeu: “Então faça um bom sapato e venda por um preço justo”.
Fica evidente a dificuldade na compreensão deste princípio bíblico em uma geração (contemporânea) ávida pela exposição publica ministerial, onde a ideia é de que todos devem ser apóstolos, pastores, ou possuir algum tipo de poder supra-humano.
Porém, a verdade eterna de Deus permanece afirmando que, nem todos cristãos foram chamados ao pastorado, mas todos convocados para uma vida piedosa, nem todos serão profetas, mas todos discípulos de Cristo, nem todos se tornarão evangelistas, mas todos deverão anunciar as boas novas de salvação, nem todos serão mestres, mas todos manifestação o conhecimento do evangelho, e por fim, nem todos serão chamados apóstolos, mas “a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;” (João 1.12)
Sendo assim, melhor é terminar a caminhada cristã sendo salvo em Cristo Jesus, sem nunca ter sido pastor ou apóstolo, do que, ingressar no ministério sem ter sido chamado por Deus e terminar a carreira como um obreiro reprovado e relativizado na fé e na esperança.

ESQUIZOFRENIA GOSPEL



Por Zilton Alencar
A esquizofrenia não é considerada doença, mas transtorno mental que ataca pelo menos 1% da população mundial. Dentre as suas muitas manifestações, uma das mais comuns se caracteriza por delírios paranóides, aonde a pessoa se sente perseguida, odiada, rodeada de inimigos. Entretanto, se observarmos o universo “gospel” de nossos dias, veremos que 1% de esquizofrênicos em nosso meio é uma porcentagem modesta ante o quadro que se nos apresenta. Os crentes de um modo geral se sentem eternos perseguidos por uma cifra enorme de inimigos, tanto dentre vizinhos incrédulos, patrões perseguidores, colegas de trabalho escarnecedores e maus, e até irmãos da fé, dentro de nossas Igrejas, sentados ao nosso redor e derredor nos cultos de adoração a Deus. O “esquizofrênico Gospel” se considera assim, odiado pelos de fora e até pelos próprios irmãos, ao melhor estilo de José, filho de Jacó, que anseiam e trabalham diuturnamente pela sua queda. Querem sua posição no coral, na equipe de louvor, na classe de EBD, no corpo de Obreiros, na direção do Círculo de Oração… Querem seu emprego, seu salário e sua posição empresarial ou profissional, querem seus dons e talentos e alguns mais afoitos querem até o seu casamento, seu marido ou sua esposa, os seus filhos obedientes, a harmonia de seu lar!
Infelizmente, somos ensinados e “treinados” a agirmos assim. Tanto as mensagens que são pregadas em nossos púlpitos como as músicas que infestam nosso cancioneiro gospel contribuem para que esta esquizofrenia se alastre entre nós. Interpretações equivocadas do AT levam muitos pregadores a julgar que somos rodeados uma grande nuvem de inimigos.
Os hits de nossa “Parada de Sucessos Gospel” contribuem também ― e muito!― para fomentar este mal. Grande parte dos “hinos” atuais falam que nossos inimigos estão constantemente tramando contra nós, mas serão destruídos, teremos vitória sobre eles, eles contemplarão de pé a nossa vitória etc. A canção “RESSUSCITA-ME” mostra que os nossos inimigos “estão tentando sepultar as nossas alegrias, e querem ver os nossos sonhos cancelados”. “SABOR DE MEL” segue o mesmo padrão, pois no dia de nossa vitória os nossos inimigos vão estar na plateia, enquanto nós estaremos no palco, devidamente honrados, e aqueles arrependidos.
Os crentes também são os maiores e mais fieis adeptos das teorias de conspiração que pululam nas redes sociais e sites, e que estão invadindo nossas igrejas e seus cada vez mais escassos e simplórios Cultos de Doutrina e EBD. Ao invés de aproveitarmos estes Cultos para ensinarmos as Escrituras e a sã doutrina, ensinamos as teorias loucas e as fábulas, tão combatidas no NT (1 Tm 1:4; 4:7; Tt 1:14; 2 Pe 1:16).
Existem os ímpios (e até crentes!) que usam até da feitiçaria em seu afã de nos destruir. Fazem “despachos” para nos matarem, para nos lançarem no leito, para que percamos o emprego, para que haja separação de meu casamento e coisas afins…
Mas ainda existe aqui aonde moro a famosa “macumba gospel”, chamada de “oração contrária”. Muitos crentes que eu conheço se dizem vítimas de irmãos-inimigos que, não suportando qualquer sinal de prosperidade em suas vidas, passam a orar contra eles, pedindo a Deus que não mais os abençoe, que seus negócios não prosperem etc. Sinceramente, não consigo imaginar um Deus cujo atributo eterno é a justiça ouvindo e atendendo qualquer tipo de oração que se enquadre nesta categoria! Se Deus me ouve somente nas petições que são da Sua vontade (1 Jo 5:14), para que temer qualquer oração que não se enquadre nesta condição?
E assim caminha a cristandade… Igrejas cheias de crentes que se recusam a conhecer e prosseguir em conhecer ao Senhor (Os 6:3), que desconhecem e descumprem as Escrituras, que se julgam perseguidos e rodeados de inimigos Uma epidemia de esquizofrenia digna de algumas considerações à luz da Escritura:
1. Nosso inimigo não é a carne e nem o sangue (Ef 6:12). Neste aspecto, reside a certeza de que os que nos rodeiam não são nossos inimigos, e mesmo os que assim se declaram não são os nossos verdadeiros inimigos. O diabo é o inimigo, e é a este inimigo em particular a quem devemos combater, e não aos inimigos de carne e sangue. Erramos, pois, primordialmente por não sabermos reconhecer quem é nosso verdadeiro inimigo, e cometemos tal erro primário porque nos recusamos a dar ouvidos às Escrituras!
2. Cremos em um Deus protetor. Ele, dentro da Sua soberana vontade, protege aqueles que são Seus filhos por adoção em Cristo. Desde o AT ele já fazia isto, tratando Israel sob proteção. Quando Balaque alugou os “serviços proféticos” de Balaão para amaldiçoar o povo de Deus, o próprio Senhor lhe respondeu pela boca do profeta mercenário: “Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa?” (Nm 23:8). Logo, não há NADA que os nossos “inimigos” façam contra nós que venha nos fazer qualquer efeito maléfico, se não for a vontade do Senhor.
3. Em nenhum lugar do Novo Testamento somos orientados a viver este tipo de paranoia, medo, fobia, ojeriza de nossos inimigos. O Evangelho nos ensina a não resistirmos às provocações deles. Quem nos ferir a face, demos a outra. Quem quiser nossa túnica, cedamos a capa. Quem quiser nos obrigar a caminhar uma milha, caminhemos duas. E tudo isso voluntariamente (Mt 5:38-42)! Paulo, escrevendo aos romanos, prescreveu com detalhes: “A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens. Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12:17-21).
4. Jesus deixou muito claro qual deve ser nossa relação com os que se posicionam abertamente como nossos inimigos: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e aborrecerás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem, para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céu…” (Mt 5:43-45). Nossa postura enquanto seguidores de Cristo não é desprezar, retaliar ou mesmo orar pedindo que eles sejam fulminados, julgados, desejar que eles assistam humilhados à nossa exaltação etc. Paulo reafirma esta mesma verdade quando ensina à igreja em Roma: “Abençoai aos que vos perseguem; abençoai e não amaldiçoeis” (Rm 12:14).
Lamentavelmente, pregadores e suas “mensagens”, cantores e seus “hinos” têm-nos ensinado uma relação completamente antibíblica com os nossos inimigos. Eles estão fomentando em nosso meio não uma submissão ao que ensinam as Escrituras, mas um ensino mau e legalista de que devemos resistir aos nossos inimigos, odiá-los, orar pedindo a Deus justiça e juízo sobre eles. Somos chamados ao AMOR, e este amor não se resume aos nossos irmãos na fé, pois bem nos ensinou nosso Mestre: “se amardes os que vos amam, que galardão havereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis demais? Não fazem os publicanos também assim? Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5:46-48). Se insistimos nõ ouvir a Jesus, mas seguir falsas pregações e dar ouvidos a hinos espúrios, não estamos contribuindo para nossa própria esquizofrenia?
Voltemos à Palavra! Observemos aonde caímos, e tornemos para o caminho (Ap 2:4-5)! Desprezemos os ensinos errados! Roguemos ao Senhor que nos cure desta esquizofrenia louca! Mesmo que tenhamos inimigos declarados, que a inimizade não parta de nós. Oremos por eles! Falemos bem deles! Abençoemos! Estevão, o primeiro mártir de nossa fé, mesmo sendo apedrejado orou por seus inimigos na hora de sua morte (At 7:60); suas últimas palavras foram A FAVOR de seus algozes. Na época da Igreja Primitiva parece que não existiam esquizofrênicos no seio da Igreja. Pelo menos Estêvão e os primeiros mártires sabiam se portar varonilmente, mesmo rodeados de inimigos. Perdoavam e abençoavam. Que suas vidas nos sirvam de exemplo, e nos estimule a mudar nossa conduta, antes que esta “esquizofrenia gospel” vire uma epidemia real, incurável e incontrolável