domingo, 17 de fevereiro de 2013

Psicóloga afirma que homossexuais sofrem distúrbio psicológicos

 
A psicóloga Rozângela Alves Justino, 50 anos, evangélica pela Igreja Batista, tem uma visão bem diferenciada da maioria quando o assunto é homossexualidade. A psicóloga considera a homossexualidade um distúrbio psicológico, e oferece cura para isto.
Rozângela que foi formada em 1981 pelo Centro Universitário Celso Lisboa, do Rio de Janeiro, especializada em psicologia clinica e escolar, declarou que tem a mesma visão da Organização Mundial da Saúde (OMS), e disse: “existe a orientação sexual egodistônica, que é aquela em que a preferência sexual da pessoa não está em sintonia com o eu dela. Essa pessoa queria que fosse diferente, e a OMS diz que ela pode procurar tratamento para alterar sua preferência. A OMS diz que a homossexualidade pode ser um transtorno, e eu acredito nisso”.
A psicóloga afirmou que já teve pacientes que a procuraram, para alterar sua orientação sexual, ela diz que estas pessoas se mostravam insatisfeitas e mal consigo mesmas após ter alguma relação homossexual. “Elas podem até sentir alguma forma de prazer no ato sexual, mas depois ficam incomodadas. Aí vão procurar tratamento”, disse a psicóloga.
Ela disse também que durante sua carreira já viu muitos homossexuais mudarem suas orientações sexuais sozinhos, pessoas que foram motivadas a deixar a homossexualidade e realmente deixaram, com esforço próprio ou com ajuda de grupos direcionados a isto. Ela ainda afirma que apesar disto, quem procura um profissional tem um maior conforto.
Na entrevista foi perguntado se não seria melhor ela ajudar as pessoas a aceitarem suas condições sexuais do que as fazer mudar de opinião. Ela respondeu; “Esse discurso está por aí, mas não faz parte do grupo de pessoas que eu atendo. Normalmente, elas vêm com um pedido de mudança de vida”.
Durante a entrevista quando perguntaram pra ela se achava cruel achar que gays tem alguma coisa errada, ela alegou que cruel e ela ser proibida de ajudar as pessoas que querem deixar procura-la para deixarem de ser homossexuais. “O que eu acho cruel é ser uma profissional que quer ajudar e ser amordaçada, não poder acolher as pessoas que vêm com uma queixa e com um desejo de mudança. Isso é crueldade. Eu estou me sentindo discriminada. Há diversos abaixo-assinados de muitas pessoas que acham que eu preciso continuar a atender quem voluntariamente deseja deixar a atração pelo mesmo sexo”, afirmou a psicologa.
 
Rozângela também disse que a maior parte das pessoas que procuraram ela para deixarem de ser homossexuais, já foram abusados sexualmente quando eram mais jovens, e ressalta que: “Enquanto nós conversamos aqui, milhares de crianças são abusadas sexualmente. Os estudos mostram que os abusos, especialmente entre os meninos, são muito comuns. Aquelas brincadeiras entre meninos também podem ser consideradas abusos. O que vemos é que o sadomasoquismo começa aí, porque o menino acaba se acostumando àquelas dores. O homossexualismo também”.

Minhas impressões sobre 15ª Consciência Cristã



Por Renato Vargens
Terminou ontem a noite em Campina Grande na Paraíba, o XV encontro para uma Consciência Cristã. Durante sete dias, preletores de todo Brasil, ministraram a Palavra de Deus a um público aproximado de sessenta mil pessoas. Na ocasião líderes como Hernandes Dias Lopes, Aurivam Marinho, Geremias do Couto, Mauro Meister, Norma Braga, Joaquim de Andrade, Ricardo Bitum, José Bernardo, Jay Baumann e outros tantos mais abrilhantaram o evento anunciando com profundidade o Evangelho de Jesus.
O Encontro para a Consciência Cristã pode ser considerado o maior da América Latina. Nele são abordados temas como apologética, família, eclesiologia, música, comportamento, politica, dentre tantos outros mais.
Quanto à participação popular tivemos uma enorme multidão participando entusiasticamente de cada seminário, além obviamente de lotar as plenárias noturnas. De fato, Deus se fez presente naquele lugar, abençoando pastores, igrejas e milhares de pessoas de todo Brasil, levando-nos a crêr que em Cristo, podemos desfrutar de momentos preciosos de comunhão e edificação no Senhor.
Nessa Consciência Cristã, eu particularmente fui marcado por dois momentos. O primeiro quando cinco mil pessoas se ajoelharam diante do Eterno, clamando a Deus pelo Brasil e por um avivamento. O segundo quando milhares de irmãos em Jesus, deixaram de lado suas diferenças denominacionais e juntos celebraram a ceia do Senhor. Que momentos preciosos foram aqueles! Deus foi glorificado naquele lugar!
Parabéns a Vinacc e ao povo paraibano pelo XV Encontro para a Consciência Cristã. Minha oração, desejo e expectativa é que em 2014, na XVI edição do evento, a graça de Deus se manifeste de forma especial sobre a Paraíba e o Brasil trazendo sobre essa sofrida nação lampejos de um salutar avivamento.
Soli Deo Gloria!
Renato Vargens

Pastor come Bíblia e causa polêmica



 
Uns cheiram… outros comem!
O nome do doidão é Elvis Breves, e é pastor da igreja Assembleia de Deus Vivendo em Cristo de São Gonçalo (RJ).
No ano passado o pastor Lucinho, da Igreja Batista da Lagoinha (MG), causou uma tremenda polêmica ao aparecer cheirando uma Bíblia, em uma alusão ao consumo de cocaína e foi duramente criticado. Ao comentar o fato, o pastor Elvis (comedor de bília), defendeu Lucinho: “Acredito que o pastor Lucinho quis mostrar que devemos ser dependentes da palavra do Senhor. O Lucinho é louco por Jesus e eu sou Pirado pelo Espírito Santo”.
Fico me perguntando o que virá no futuro. Qual será o proximo modismo? Fumar Biblia? Usá-la como papel higienico? (simbolizando a “limpeza espiritual”? #fikdik). Parece que a maluquice nao tem limites mesmo!

Não há poder em suas palavras


Por Marcos Batista Lopez
Existe um documentário nas locadoras, muito controvertido. É o vídeo do Dr. Masaru Emoto que alega ter descoberto o poder da água, e que nossas palavras e pensamentos positivos podem influenciar até um copo de água. Bons pensamentos e palavras agradáveis formam lindos cristais de água, ao passo que maus pensamentos e palavras negativas não se formam cristais ou aparecem maus formações de cristais.
Tudo com um ar cientifico, laboratórios onde são apresentados suas descobertas, livros editados como a “A Mensagem da água” e o vídeo – O Poder da Água – a força dos nossos pensamentos e emoções”.
O vídeo – O Poder da Água – pode ser enquadrado como “Pseudociência”, ou seja não faz parte da ciência reconhecida ou ortodoxa. A problemática é que milhões acabam aceitando estas descobertas “cientificas” como comprovadamente verdadeiras.
Cristãos podem beber desta fonte?
Trazendo estas questões para o Cristianismo, veremos logo em breve – se já não estiverem acontecendo em alguns lugares – alguns pregadores falando sobre esta descoberta que afirma “O Poder das Palavras.” Nos anos oitenta e inicio dos anos noventa não ouvíamos este falso ensino de “Poder das palavras” em muitos lugares cristãos. Mas no final dos anos noventa e entrando no Novo Milênio este falso ensino se popularizou e ganhou força.
Este ensino Neopentecostal está muito em moda nestes dias onde muitos pregadores dizem que “Há Poder em Suas Palavras” e expõem um sermão cristão misturado com paganismo místico. Todo este ensino de “há poder nas palavras” surgiu no mundo cristão nos anos 50 quando um pastor americano Norman Vicent Peale lançou o livro O Poder do Pensamento Positivo – em 1952. Era um livro evangélico de auto-ajuda, que ensinava que a fé pode conseguir qualquer coisa. A síntese do livro é a seguinte formula: “Ore, imagine, realize”.
A Revista Veja de 4 de abril de 2007, apresenta a crença no pensamento positivo é bem explorado pela filosofia da “Auto-Ajuda”, sendo que a revista declara na pg. 78:
Ninguém obviamente pode “atrair” um câncer ou se curar de um tumor apenas pela força do pensamento negativo ou positivo, conforme o caso. Todas as pesquisas criteriosas mostram isso com clareza aritmética.”
Devemos entender que este ensino não provém da Bíblia, mas das seitas místicas e movimentos esotéricos, como a Nova Era, que também ensinam que “as palavras tem poder”. Nem Jesus nem a Igreja Primitiva, nem os apóstolos, assim como em toda a Historia da Igreja Cristã Mundial não encontramos estes ensinos, é algo pagão e provém de mitos, é um ensino que veio do mundo das superstições e compartilhado no mundo pagão sem Deus (2Tm 4: 3,4).
Qualquer passagem usada para defender tal ensino é uma afronta a inteligência, pois não existe tal ensino em toda a Bíblia, no Antigo Testamento e também no Novo Testamento. Passagens do Antigo testamento como Provérbios 18.21 ensinam “um poder nas palavras”? O único ensino de “poder nas palavras” que observamos pela Bíblia é o poder destruidor das palavras e seus efeitos. Por exemplo: Através de palavras ofensivas a uma pessoa poderei magoar um irmão de tal maneira que será mais fácil conquistar uma cidade do que aquele irmão (Pv 18.19).
Aliás, por todo o capitulo 18 de provérbios o ensino do bom uso da língua é uma realidade, mas o ensino místico e esotérico de que nossas palavras sejam “entidades” carregadas de bênçãos e maldições, não encontra apoio nem no judaísmo nem na Bíblia, mas no ocultismo.
Em Provérbios 18.7, encontramos tal declaração: “A boca do tolo é a sua própria destruição”, ou seja, não que as palavras que saem de nossas bocas sejam maldições, mas por falar demais ou em horas inapropriadas, poderei acarretar vários problemas e destruições que poderiam ser evitadas. No Novo Testamento o ensino sobre a língua e as palavras que proferimos se encontra em algumas passagens dentre elas (Tiago 3.1-12).
Onde apresenta o dever de controlar este membro e também é apresentado o seu poder destrutivo. O poder da língua (VV.3-5), que é comparado ao freio do cavalo, ao leme e ao fogo, mas o ensino ocultista e esotérico que muitos alardeiam de “há poder das palavras”, não encontra apoio em nenhuma passagem das Escrituras. O que existe na verdade, são os efeitos destas palavras sobre as pessoas, nada mais!
Alguns usando passagens indevidas, e outros usando argumentações sem a devida interpretação fazem muita confusão. Por exemplo, alguns argumentam que Jesus é apresentado sendo o Verbo e falar e não pensar quando ia realizar suas obras, era para mostrar ao povo que “As Palavras tem Poder”. Este raciocínio é falso, pois na verdade a intenção de Jesus era mostrar para as pessoas que Ele era o Cristo. Quando Deus disse que: “Haja Luz”, não estava ensinando que “Há Poder nas suas Palavras”, mas sim que Ele é o Criador de todas as coisas, e somente Ele pode realizar obras criadoras. O ensino que afirma que devemos “anular as palavras de maldições senão damos legalidade para o Diabo”, também não é sustentável pela Palavra de Deus.
Conclusão
Estamos presenciando a era do fim, os momentos que antecedem o Anticristo, e é notório que a mentira se espalhe de uma maneira mais eficaz. A Operação do Erro já opera nos filhos da desobediência (2 Tss. 2.8-11) e a mentira encontrará mais aceitação entre aqueles que não obedecem a Palavra do Senhor, e também de cristãos materialistas e secularizados.
O líder que hoje menosprezar a Historia da Igreja e a Hermenêutica Bíblica aceitará enganos quase imperceptíveis. Nosso dever como lideres é conhecer a Bíblia de uma maneira profunda (Tito 1:9). Infelizmente quem sofre é o povo de Deus por acreditar nestes falsos ensinos e palavras mágicas que são usadas pelas seitas da Nova Era, assim como pelo Xamanismo, Seicho-No-Ie, Logosofia e toda sorte de ocultismo.
Recomendamos a leitura de livros que alertam sobre o engano pelos falsos mestres em nosso meio. Somente para citar alguns: “O que estão fazendo com a Igreja” – Augusto Nicodemus- Ed Mundo Cristão – “Evangélicos em Crise”- Paulo Romero, Mundo Cristão –“ Erros que os pregadores devem evitar”, Ciro Sanches Zibordi, CPAD.

Eu estou indo para sempre!




Por Josemar Bessa

Em 23 de agosto de 1683 - um dia antes de morrer - John Owen (Um gigante na história da igreja)  ditou uma carta final para seu amigo Charles Fleetwood. Parte dela diz:
Eu estou indo para Ele a quem a minha alma tem amado, ou melhor, que me amou com um amor eterno, que é todo fundamento de toda minha consolação. A passagem é muito cansativa e sofrida, através de fortes dores de vários tipos que são acompanhadas de uma febre intermitente. . . Eu estou deixando o navio da igreja em uma tempestade, mas enquanto o grande piloto está nele a perda de um pobre remador será desprezível.
Apesar de ser um dos maiores nomes na história da igreja neste mundo, John Owen entendeu, como todos devemos entender, que depois de vivermos totalmente para Deus aqui, devemos partir em paz sabendo que é Deus quem edifica e guarda sua igreja e não nós. Somos apenas pobres remadores. O capitão levará o barco até o porto: “Eu edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não poderão vencê-la.” - Mateus 16:18 – Ele edifica e garante a entrada de cada santo, cada homem regenerado que compõe a Sua igreja, na glória: “Àquele que é poderoso para impedi-los de cair e para apresentá-los diante da sua glória sem mácula e com grande alegria, ao único Deus, nosso Salvador, sejam glória, majestade, poder e autoridade, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, antes de todos os tempos, agora e para todo o sempre! Amém.” - Judas 1:24-25

Somos apenas remadores, talvez não como John Owen foi, mas ainda assim remadores. Remem enquanto esse é o tempo determinado para nós fazermos isso. Depois Ele nos receberá na glória e continuará edificando Sua igreja.

As Duas Partes da Predestinação.


Por Louis Berkhof
A predestinação inclui duas partes, a saber, eleição e reprovação, a predeterminação tanto dos bons como dos maus para o seu fim definitivo, e para certos fins próximos, que servem de instrumentos para o cumprimento do seu destino final.
1. ELEIÇÃO
a. A idéia bíblica da eleição. A Bíblia fala de eleição em mais de um sentido. Há (1) a eleição de Israel como povo, para privilégios especiais e serviço especial, Dt 4.37; 7.6-8; 10.15; Os 13.5. (2) A eleição de indivíduos para algum ofício, ou para a realização de algum serviço especial, como Moisés Ex 3, os sacerdotes, Dt 18.5, os reis, 1 Sm 10.24; Sl 78.70, os profetas, Jr 1.5, e os apóstolos, Jo 6.70; At 9.15. (3) A eleição de indivíduos para serem filhos de Deus e herdeiros da glória eterna, Mt 22.14; Rm 11.5; 1 Co 1.27, 28; Ef 1.4; 1 Ts 1.4; 1 Pe 1.2; 2 Pe 1.10. Esta última é a eleição aqui considerada como parte da predestinação. Pode-se definir como o ato eterno de Deus pelo qual Ele, em Seu soberano beneplácito, e sem levar em conta nenhum mérito previsto nos homens, escolhe um certo número deles para receberem a graça especial e a salvação eterna. Mais resumidamente, pode-se dizer que a eleição é o propósito de Deus, de salvar certos membros da raça humana, em Jesus Cristo e por meio dele.
b. Características da eleição. As características da eleição e as dos decretos em geral são idênticas. O decreto da eleição é:
(1) Uma expressão da vontade soberana de Deus, do beneplácito divino. Significa, entre outras coisas, que Cristo como Mediador não é a causa impulsora, motriz ou meritória da eleição, como alguns têm asseverado. Pode-se-lhe chamar causa mediata da concretização da eleição, e causa meritória da salvação para a qual os crentes foram eleitos, mas Ele não é a causa motriz ou meritória da eleição propriamente dita. Isso é impossível, visto que Ele mesmo é objeto da predestinação e eleição, e porque, quando se incumbiu da Sua obra mediatória no Conselho de redenção, já fora fixado o número dos que Lhe foram dados. A eleição precede logicamente ao Conselho de paz. O amor eletivo de Deus precede ao envio do Seu filho, Jo 3.16; Rm 5.8; 2 Tm 1.9; 1 Jo 4.9. Ao dizer-se que o decreto da eleição se origina no beneplácito divino, exclui-se também a idéia de que ela é determinada por alguma coisa existente no homem, como a fé ou as boas obras previstas, Rm 9.11; 2 Tm 1.9.
(2) É imutável e, portanto, torna segura e certa a salvação dos eleitos. Deus executa o decreto da eleição coma sua própria eficiência, pela obra salvadora que realiza em Jesus Cristo. É Seu propósito que certos indivíduos creiam e perseverem até o fim, e Ele assegura este resultado pela obra objetiva de Cristo e pelas operações subjetivas do Espírito Santo, Rm 8.29, 30; 11.29; 2 Tm 2.19. É o firme fundamento de Deus que permanece, “tendo este selo: o Senhor conhece os que lhe pertencem”. E, como tal, é fonte de abundante consolação para os crentes. Sua salvação não depende da sua obediência incerta, mas tem a garantia do propósito imutável de Deus.
(3) É eterna, isto é, desde toda a eternidade. Esta eleição divina jamais deve ser identificada com alguma seleção temporal, seja para o gozo da graça especial de Deus nesta vida, seja para privilégios especiais e serviços de responsabilidade, seja para a herança da glória por vir, mas, antes, deve ser considerada eterna Rm 8.29, 30; Ef 1.4, 5.
(4) É incondicional. A eleição não depende de modo algum da fé ou das boas obras humanas previstas, como ensinam os arminianos, mas exclusivamente do soberano beneplácito de Deus, que é também o originador da fé e das obras, Rm 9.11; At 13.48; 2 Tm 1.9; 1 Pe 1.2. Desde que todos os homens são pecadores e perderam o direito às bênçãos de Deus, não há base para essa distinção neles; e desde que até a fé e as obras dos crentes são fruto da graça de Deus, Ef 2.8, 10; 2 Tm 2.21, mesmo estas, como previstas por Deus, não podem fornecer a referida base.
(5) É irresistível. Não significa que o homem não possa opor-se à sua execução até certo ponto, mas significa, sim, que a sua oposição não prevalecerá. Tampouco significa que Deus, na execução do Seu decreto, subjuga de tal modo a vontade humana que seja incoerente com a liberdade da ação humana. Significa, porém, que Deus pode exercer e exerce tal influência sobre o espírito humano que o leva a querer o que Deus quer, Sl 110.3; Fp 2.13.
(6) Não merece a acusação de injustiça. O fato de que Deus favorece alguns e passa por alto outros, não dá direito à acusação de que sobre Ele pesa a culpa de agir com injustiça. Só podemos falar de injustiça quando uma parte pode reivindicar algo de outra. Se Deus devesse o perdão do pecado e a vida eterna a todos os homens seria injustiça se Ele salvasse apenas um número limitado deles. Mas o pecador não tem, absolutamente, nenhum direito ou alegação que possa apresentar quanto às bênçãos decorrentes da eleição divina. De fato, ele perdeu o direito a essas bênçãos. Não somente não tem direito de pedir contas a Deus por eleger uns e omitir outros, como também devemos admitir que Ele seria perfeitamente justo, se não salvasse ninguém, Mt 20.14, 15; Rm 9.14, 15.
c. O propósito da eleição.
O propósito desta eleição eterna é duplo: (1) O propósito próximo é: a salvação dos eleitos. A palavra de Deus ensina claramente que o homem é escolhido ou eleito para a salvação, Rm 11.7-11; 2 Ts 2.13. (2) O objetivo final é a glória de Deus. Mesmo a salvação dos homens está subordinada a esta finalidade. Em Ef 1.6, 12,14 dá-se muita ênfase ao fato de que a glória de Deus é o supremo propósito da graça da eleição. O evangelho social dos dias atuais gosta de salientar que o homem é eleito para servir. Na medida em que isto vise negar que a eleição do homem é para a sua salvação e para a glória de Deus, é claramente contrário à Escritura. Entretanto, entendida pelo que ela é em si mesma, sem segundas intenções, a idéia de que os eleitos foram predestinados para servir ou para as boas obras, é inteiramente escriturística, Ef 2.10; 2 Tm 2.21; mas esta finalidade é subserviente às finalidades já indicadas.
2. REPROVAÇÃO.
Os nossos padrões confessionais não falam somente de eleição, mas também de reprovação.1* Agostinho ensinou a doutrina da reprovação, bem como a da eleição, mas essa “dura doutrina” enfrentou muitíssima oposição. Em geral os católicos romanos, e a grande maioria dos luteranos, arminianos e metodistas, rejeitam esta doutrina em sua forma absoluta. Se ainda falam de reprovação, é somente de uma reprovação baseada na presciência. É mais que evidente que Calvino tinha consciência da seriedade desta doutrina, pois fala dela como um “decretum horribile” (decreto terrível).2 Não obstante, não se sentiu com liberdade para negar o que ele considerava uma importante verdade da Escritura. Em nossos dias, alguns eruditos que se arrogam filiação à fé reformada, calvinista, levantam obstáculos a esta doutrina. Barth ensina uma reprovação que depende da rejeição humana da revelação de Deus em Cristo. Brunner parece ter um conceito mais bíblico da eleição que Barth, mas rejeita inteiramente a doutrina da reprovação. Admite que ela se reduz logicamente da doutrina da eleição, mas adverte contra a direção da lógica humana neste caso, desde que a doutrina da reprovação não é ensinada na Escritura.3
a. Exposição da doutrina. Pode-se definir a reprovação como o decreto eterno de Deus pelo qual Ele determinou deixar de aplicar a um certo número de homens as operações da Sua graça especial, e puni-los por seus pecados, para a manifestação da Sua justiça. Os seguintes pontos merecem ênfase especial: (1) Há dois elementos na reprovação. Segundo a descrição mais comum na teologia reformada (calvinista), o decreto da reprovação compreende dois elementos, a saber, a predestinação, ou determinação de deixar de lado alguns homens; e a condenação (às vezes chamada pré-condenação) ou determinação de punir os que são deixados de lado – puni-los por seus pecados. Como tal, o decreto incorpora um dúplice propósito: (a) deixar de lado alguns na dádiva da graça regeneradora e salvadora; e (b) destina-los à desonra e à ira de Deus pelos seus pecados. A Confissão Belga só menciona o primeiro propósito, mas os Cânones de Dort mencionam dois. Alguns teólogos reformados gostariam de omiti o segundo elemento do decreto da reprovação. Dabney prefere considerar a condenação dos ímpios como prevista e como intencional resultado da sua preterição, privado, assim, a reprovação do seu caráter positivo; e Dick é de opinião que o decreto para condenar deve ser considerado como um decreto à parte, e não como parte e não como parte integrante do decreto da reprovação. Parece-nos, porém, que não temos base para excluir o segundo elemento do decreto da reprovação, nem para considera-lo um decreto diferente. O lado positivo da reprovação é ensinado com tanta clareza na Escritura como o oposto da eleição, que não podemos considerá-las como algo puramente negativo, Rm 9.21, 22; Jd 4. Contudo, devemos notar diversos pontos de distinção entre os dois elementos do decreto da reprovação:
(a) A predestinação é um ato soberano de Deus, um ato dos Seu puro e simples beneplácito, em que os deméritos do homem não entram em consideração, ao passo que a pré-condenação é um ato judicial, que impõe castigo. Ate os supralapsários se dispõem a admitir que na condenação o pecado é levado em conta.
(b) O motivo da predestinação é desconhecido para o homem. O pecado não pode ser, pois todos os homens são pecadores. Podemos dizer apenas que Deus passou por alto alguns por sabias e boas razões, suficientes para Ele. Por outro lado, o motivo da condenação é conhecido: é o pecado.
(c) A preterição é puramente passiva, um simples deixar de lado, sem nenhuma ação exercida sobre o homem, mas a condenação é eficiente e positiva. Os são deixados de lado são condenados por causa do seu pecado. (2) Devemos, porem, estar vigilantes contra a idéia de que, como a eleição e a reprovação determinam com certeza absoluta o fim para qual o homem é predestinado e os meios pelos quais esse fim é atingido, também implica que, tanto no caso da reprovação como no da eleição, Deus faz acontecer, por Sua eficiência pessoal e direta, tudo quanto Ele decretou. Significa que, conquanto se possa dizer que Deus é o Autor da regeneração, da vocação eficaz, da fé, da justificação e da santificação dos eleitos e, portanto, mediante Sua ação direta sobre eles, leva a eleição deles à realização concreta, não se pode dizer que Ele é também o autor da Queda, da condição iníqua e dos atos pecaminosos dos reprovados, agindo diretamente sobre eles e, portanto, sendo o responsável direto por isso tudo, efetuando a concretização da reprovação deles. Sem duvida nenhuma, o decreto de Deus deu certeza à entrada do pecado no mundo, mas Ele não predestinou alguns para o pecado, como predestinou outros para a santidade. E, como o santo Deus que é, Ele não pode ser o autor do pecado. A posição que Calvino toma sobre este ponto é claramente indicada nos seguintes pronunciamentos, que se acham nos Calvin’s Articles on Predestination (Artigos de Calvino sobre a Predestinação):
“Embora a vontade de Deus seja a suprema e a primeira causa de todas as coisas, e Deus mantenha o diabo e todos os ímpios sujeitos à Sua vontade, não obstante, Deus não pode ser denominado causa do pecado, nem autor do mal, e nem esta exposto a nenhuma culpa”.
“Embora o diabo e os reprovados sejam servos e instrumentos de Deus para a execução das Suas decisões secretas, não obstante, de maneira incompreensível, Deus de tal modo age neles e por meio deles que não contrai nenhuma mancha da perversão deles, porque utiliza a malicia deles de maneira justa e reta, para um bom fim, apesar de muitas vezes estar oculta aos nossos olhos essa maneira”.
“Agem com ignorância e calunia os que dizem que, se todas as coisas sucedem pela vontade e ordenação de Deus, Ele é o autor do pecado; porque não fazem distinção entre a depravação dos homens e os desígnios ocultos de Deus”.1 (3) Deve-se notar que aquilo com que Deus decidiu deixar de lado alguns homens, não é a Sua graça comum, mas a Sua graça regeneradora, que transforma pecadores em santos. É um erro pensar que, nesta vida, os reprovados estão inteiramente destituídos do favor de Deus. Deus não limita a distribuição dos dons naturais por causa da eleição. Nem sequer permite que a eleição e a reprovação determinem a medida desses dons. Muitas vezes os reprovados gozam maior medida das bênçãos naturais da vida que os eleitos. O que efetivamente distingue estes daqueles é que estes são objeto da graça regeneradora e salvadora de Deus.
b. Prova da doutrina da reprovação. A doutrina da reprovação decorre naturalmente da lógica da situação. O decreto da eleição implica inevitavelmente o decreto da reprovação. Se o Deus de toda a sabedoria, de posse de conhecimento infinito, se propôs eternamente a salvar alguns, então, ipso facto, também se propôs eternamente a deixar de salvar outros. Se Ele escolheu ou elegeu alguns, então, por esse mesmo fato, rejeitou outros. Brunner se precavém contra este argumento, desde que a Bíblia não diz uma só palavra com vistas a ensinar uma predestinação divina para a rejeição. Mas nos parece que a Bíblia não contradiz, antes justifica a lógica em questão. Visto que a Bíblia é, primordialmente, uma revelação da redenção, naturalmente não tem tanto que dizer da reprovação como o tem da eleição. Mas o que ela diz é deveras suficiente, cf. Mt 11.25, 26; Rm 9.13, 17, 18, 21, 22; 11.7; Jd 4; 1 Pe 2.8. 1 Conf. Belg., Art. XVI; Canons of Dort, I, 15. * Conf. Presb. (Westminster), III. III, VII. Nota do Tradutor. 2 Inst., III. 23, 7. 3 Our Faith, p. 32, 33 1 Citados por Warfield em Studies in Theology, p. 194.

A Predestinação e o Amor de Deus



Por Matt Perman

Cada cristão deveria estudar a predestinação. É uma doutrina de vital importância porque tem a ver com a pessoa de Deus e como Ele nos salva. Martinho Lutero disse que ela se encontrava no coração do Evangelho. O fato de pensar que o que cremos, a respeito da predestinação, não é importante, seria como dizer: Deus, estou contente por ter me salvado. Mas não sei como fizeste isso. Como um filho de Deus não se deleita em compreender o plano que Deus executou para salvá-lo, ou salvá-la?

Como veremos, ter uma correta convicção a respeito da predestinação é de fato dar a Deus a glória que Lhe é devida. E isso pode fazer vislumbrar a maravilhosa experiência do conhecer o que, de fato, significa ser amado por Deus para sempre. Mas antes de provar a glória e o amor de Deus percebidos na predestinação, é importante definir o que é predestinação e aonde que a Bíblia ensina isso.

O que é predestinação?

Em sua forma mais elementar, predestinação (algumas vezes denominada eleição) simplesmente significa que Deus decide quem Ele irá salvar. Esse aspecto doutrinário não possui controvérsias. O aspecto controvertido vem quando perguntamos: Em que se baseia Deus para decidir quem será salvo? Há duas posições para isso. Uma é chamada a visão Arminiana, a qual sustenta que Deus escolhe salvar aqueles que Ele dantes sabia que iriam escolhê-Lo. Nessa visão, compete ao indivíduo, afinal, ser salvo ou não; então Deus escolhe, em resposta à escolha individual. Não é isso o que eu entendo por predestinação.

Acredito que a Bíblia ensina o que é comumente chamado de Calvinismo. Deus decide incondicionalmente quem será salvo à parte de qualquer condição encontrada na pessoa. Significa dizer que é Deus quem decide, afinal, quem irá crer em Cristo e quem será salvo. Deus baseia Sua decisão em Si próprio e apenas em Seu santo propósito, não numa fé preconcebida que um pecador exercitaria através de seu livre-arbítrio. De fato, a humanidade é tão pecadora que se Deus nos deixasse a escolha final para a salvação, todos nós O rejeitaríamos

Onde isso é ensinado?

Esse ensinamento, denominado eleição incondicional, é abundantemente ensinado na Bíblia. Jesus disse para Seus discípulos que vós não Me escolhestes a Mim, mas Eu vos escolhi a vós... (Jo 15:16). Em João 10:26, Jesus disse aos judeus incrédulos que vós não credes, porque não sois das Minhas ovelhas. Ele não disse vós não sois Minhas ovelhas, porque não crêem. Ele disse o contrário. Notoriamente, você não se torna uma ovelha pela fé. Deus deve ter escolhido fazer de você uma ovelha antes de você vir a crer. E aqueles que Deus torna ovelhas de Cristo sempre virão a Ele. As Minhas ovelhas ouvem a Minha voz, e Eu as conheço, e elas Me seguem; Eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da Minha mão. (Jo 10:27-28). Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco; a essas também Me importa conduzir, e elas ouvirão a minha voz (Jo 10:16).

Atos 13:48 nos dá o motivo pelo qual alguns dos que ouviram as pregações de Paulo creram: e creram todos quantos haviam sido destinados para a vida eterna. Em Romanos 9:16, Paulo nos relata que aquela eleição não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus que usa de misericórdia. Os Arminianos dizem que a eleição é para o homem que a quiser. O Calvinismo diz que não é para o homem que a quiser. O apóstolo Paulo não estabeleceu definitivamente o resultado neste versículo?

Em Romanos 9:10-13 Paulo dá Jacó e Esaú como exemplos de dois tipos de pessoas, o eleito e o não-eleito, e então diz que pois não tendo os gêmeos ainda nascido, nem tendo praticado bem ou mal, para que o propósito de Deus segundo a eleição permanecesse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama, foi-lhe dito: O maior servirá ao menor. Como está escrito, Amei a Jacó, e aborreci a Esaú. Paulo é claro [ao dizer] que a escolha de Deus não está em nada baseada no indivíduo. Se isso não está claro a você, eu te encorajo a ler novamente o versículo.

Romanos 9:18 também é muito claro [ao dizer] que a salvação é escolha definitiva de Deus, não do homem. Portanto, tem misericórdia de quem quer, e a quem quer endurece. Romanos 11:6 diz que os Judeus crentes no dia de Paulo eram uns remanescentes conforme a graciosa escolha de Deus. Em II Timóteo 2:25 aprendemos que o arrependimento é causado por Deus e Ele afinal decide se a pessoa irá se arrepender ou não: ...corrigindo com mansidão os que resistem, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade."

Em Efésios 1:4-6 Paulo nos diz que [Deus] nos elegeu nEle antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dEle em amor; e nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para Si mesmo, segundo o beneplácito de Sua vontade. Ele relata que a predestinação é baseada junto ao bel-prazer da vontade de Deus, não da nossa.

Deus é capaz de salvar aquele em quem Ele se apraz, o que faz dEle o único que finalmente determina os que recebem a salvação. ...o Filho dá a vida a quem Ele quer (Jo 5:21). Se Deus se propõe em salvar uma pessoa, Ele efetuará seu propósito a todo o instante: Todo o que o Pai Me dá virá a Mim; e o que vem a Mim de maneira nenhuma o lançarei fora. (Jo 6:37). De acordo com este versículo, quem vem a Jesus? Resposta: aqueles que o Pai Lhe deu! A razão pela qual uma pessoa vem a Jesus é porque o Pai primeiramente a escolheu para dar-lhe a Jesus, e ninguém daqueles escolhidos para salvação deixarão de vir. Evidentemente, o ser humano não tem o poder definitivo de veto para malograr a vontade salvífica de Deus. Jó diz a Deus que Bem sei que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido (Jó 42:2).

A Predestinação é centrada em Deus

Pelo fato de Deus ser o mais valioso e mais virtuoso ser no Universo, a meta de Deus em tudo que Ele faz é glorificar a Si mesmo. Se Ele, afinal, não atuasse para Sua glória em todas as coisas, Ele não seria justo. Isto ocorre porque Ele estaria designando o valor de algo mais, acima da infinita virtude de Sua glória. Com a predestinação, não é diferente. Sua meta final nesta é glorificar a Si mesmo: e [Ele] nos predestinou... para o louvor da glória da Sua graça. (Ef 1:5-6)

Mas [o fato de] Deus buscar Sua própria glória em todas as coisas não é desamor. Ao invés disso, Quando você pára para pensar sobre isso, esta é a coisa mais amorosa que Deus já pôde fazer até hoje; pois o maior benefício que os seres humanos podem receber até agora é de conhecer e de participar da glória de Deus. [1] O propósito de Deus de glorificar a Si mesmo não é estranho com o Seu amor por nós! Para Deus, significa atuar em amor maior justamente quando Ele atua à busca de Sua glória! O Teocentrismo do amor de Deus é algo maravilhoso! Mesmo ao nos amar, o valor superior da virtude de Deus é magnificado.

A grandeza do amor eletivo de Deus

Desta forma, a eleição é ao mesmo tempo glorificar a Deus e é também a expressão final do amor de Deus. Por conseguinte, se não temos um entendimento conveniente sobre a eleição, não teremos um entendimento conveniente sobre o modo pelo qual Deus nos ama. Mas se entendemos e cremos que Deus incondicionalmente escolheu para nos salvar isto nos evidenciará a irresistível experiência de ser amado pessoalmente pelo vigoroso amor eletivo de Deus. [2]

No Novo Testamento, a eleição, por parte de Deus, individual e incondicional dos Seus santos, novamente está cada vez mais aliada ao Seu amor por cada um deles de maneira individual. [3] Conhecendo, irmão, amados de Deus, a vossa eleição (I Ts 1:4). Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de coração compassivo, de benignidade... (Cl 3:12). Mas Deus, sendo rico em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos) (Ef 2:4-5). A construção em grego de João 13:1 indica que Deus ama Seus filhos de maneira mais completa do que Sua capacidade de amar as criaturas. ...tendo amado a Si mesmo que estava no mundo, Ele os amou até o fim. [4] Ademais, o amor de Deus por Seus filhos não tem começo nem fim. Ele não começou a te amar quando você nasceu, mas quando você foi feito uma de Suas ovelhas, Ele tem te amado para sempre. Pois que com amor eterno te amei, também como benignidade te atraí. (Jr 31:2-3). Mas é de eternidade a eternidade a benignidade do Senhor sobre aqueles que O temem. (Sl 103:17). Agora considere essa grande verdade: se você é crente em Cristo, isto [ocorre] porque Deus te escolheu de maneira pessoal, individual, incondicional e cheia de amor, para a salvação, antes da fundação do mundo.

O especial amor eletivo de Deus é grande conforto e força para o coração. Muitas pessoas não têm experiência pessoal de conhecer que foram eternamente amadas por Deus e por Ele serão cuidadas com amor onipotente e supridor de todas [as necessidades] para todo o sempre. Muitas pessoas pensam no amor de Deus apenas em termos de algo que oferece e espera, mas não nos conduz a Ele mesmo e atua com entusiasmo infinito para nos manter e nos glorificar para sempre. Ainda esta é a experiência disponível para todo aquele que vier e beber de graça da água da vida (Ap 22:17). [5]

Enquanto é verdade que Deus ama a todas as pessoas (não apenas Seus eleitos), Ele não ama a todos da mesma maneira. Ele ama Seus eleitos com um amor especial, vigoroso, intenso, afetivo e eletivo que não pode falhar. Você já se habituou a crer que Deus ama aqueles que são condenados eternamente ao inferno da mesma maneira que Ele te ama, uma de suas ovelhas? Se sim, apague essa idéia da sua mente; se não, ela encobrirá sua experiência do amor de seu Pai por mais tempo. Regozije-se na grandeza do Seu especial amor por você. Para Deus, amar Seus santos da mesma maneira que Ele ama aqueles que Ele condenou eternamente ao inferno seria como um esposo dizendo: Claro, eu amo minha esposa. Mas eu a amo da mesma maneira que amo todas as outras mulheres.

A eleição incondicional de Deus por você é uma expressão do profundo amor dEle por você. Ser incondicionalmente escolhido significa simplesmente ser incondicionalmente amado. Muitos evangélicos norte-americanos adoram falar do amor incondicional de Deus; entretanto, furtam a si mesmos o conforto e o deleite das grandes implicações que ele traz que o amor incondicional é manifestado na eleição incondicional. J. I. Packer descreve como a recusa do amor incondicional de Deus e o invencível amor eletivo tem resultado numa redução da grandeza do Evangelho nas mentes de muitos norte-americanos: Falamos do trabalho remidor [de Cristo] como se Ele não tivesse feito nada mais do que agonizar o mais possível por nós para nos salvarmos pela fé; falamos do amor de Deus como se este não fosse mais do que a boa vontade de receber aquele que irá mudar [de vida] e crer; e depreciamos o Pai e o Filho, não quanto à atuação independente em conduzir pecadores a Eles, mas quanto ao esperar na silenciosa impotência da porta de nossos corações para Os deixarmos entrar. [6]

Também, freqüentemente, acabamos por mudar o tom do amor de Deus dentro do desejo impotente de salvar uma pessoa, o qual não atua decisivamente para realmente trazermos essa pessoa a Cristo. Não é o tipo de amor que o Novo Testamento ensina. O amor de Deus salva. Todo o que o Pai Me dá virá a Mim (Jo 6:37).

[Minhas ovelhas] jamais perecerão (Jo 10:28). Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida... nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor (Rm 8:38-39). Porque os que dantes conheceu (isto é, primeiramente amou e escolheu), também os predestinou para serem conformes à imagem de Seu Filho... e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou. (Rm 8:29-30). O conhecimento primordial de Deus citado nesse versículo não significa que Ele olhou com desdém os corredores da história e predestinou aqueles que Ele primeiro conheceu como os que seriam por Ele escolhidos. Esse versículo fala de Deus conhecendo as pessoas, não os fatos. Na Bíblia, o conhecimento divino de alguém é algo pessoal e íntimo que envolve compromisso e seleção por Sua parte. Isso torna-se claro com o uso desse termo em muitas passagens, incluindo Jr 1:5 e Am 3:2. Em Jeremias 1:5 Deus diz, Antes que eu te formasse no ventre te conheci, e em Amós 3:2 Ele diz que De todas as famílias da terra só a vós (Israel) vos tenho conhecido [isto é, escolhido]. Jesus diz conheço as Minhas ovelhas, e elas Me conhecem (Jo 10:14). O que Romanos 8:29-30 diz é, então, que Todos aqueles que Deus escolheu para colocar junto de Seu amor e Ele pessoalmente Se comprometeu antes de ter criado o mundo, ... Ele também justificou.

O adágio popular Deus amará você lealmente até o inferno (com o intuito de preservar seu livre- arbítrio) insulta a grandiosidade do amor eletivo de Deus e faz dele antropocêntrico. Crendo em algo do tipo pode furtar de você uma apreciação e deleite completos da verdade do amor profundo e vigoroso de Deus por você.

J. I. Packer realiza um trabalho magistral ao mostrar a radical diferença de concepções do amor de Deus entre o Calvinismo e outras visões que fazem da salvação algo que, afinal, dependa de uma decisão pessoal, para se crer, ao invés disso, na soberana eleição de Deus. Ao passo que, para o Calvinismo, a eleição de Deus é quem resolve para salvar, para o Arminianismo a salvação não repousa nem na eleição divina nem na cruz de Cristo, mas com a cooperação de cada um aliada com a graça, que é algo que Deus não garante de Si mesmo. [7] Como resultado da visão Arminiana, Nossas mentes estão condicionadas a imaginar a cruz como uma redenção que realiza menos do que a libertação, e de Cristo como um Salvador que faz menos do que a salvação, e do amor de Deus como uma fraca afeição que não pode manter qualquer um no inferno sem auxílio, e da fé como a ajuda humana da qual Deus necessita para Seus propósitos... [8] O Calvário... não meramente fez possível a salvação para aqueles por quem Cristo morreu; isto garantiu que eles seriam trazidos para a fé e suas salvações tornar-se-iam reais. A cruz salva. Quando os Arminianos apenas disserem: Eu não posso ter conquistado minha salvação sem o Calvário, os Calvinistas irão dizer, Cristo conquistou minha salvação para mim no Calvário. [9]

Que concepção do amor de Deus é maior (sem mencionar, bíblica): a que diz que, em Seu amor, tudo o mais que Deus pode fazer é tornar possível a salvação, ou aquela que diz que o amor de Deus é tão maravilhoso e grandioso que pode trabalhar sempre de maneira eficaz para tornar realidade uma salvação pessoal? Como o amor de Deus pode ser sempre um rochedo de refúgio se sua eficácia depende, afinal, de se estar próximo à nossa vontade vacilante e pecadora? Se Deus me ama e deseja de todo o Seu coração me levar ao paraíso, para com Ele estar e experimentar eternamente de Seu amor, que bondade é essa se Ele é menos poderoso para garantir que isso irá acontecer? Os Arminianos louvam a Deus por Seu amor em providenciar um Salvador para todos os que possam vir a encontrar a vida; os Calvinistas o fazem da mesma forma, e então continuam a louvar a Deus por realmente trazê-los aos pés do Salvador. [10]

Evidentemente, a predestinação nos dá um entendimento conveniente da maravilhosa graça e amor de Deus. Seu amor não apenas faz possível nossa salvação, mas a torna realidade. Deus não barganha com as pessoas; Ele não oferece apenas a salvação para aqueles a quem Ele profundamente ama e pára aí; Ele faz o efetivo oferecimento Ele os salva. Podemos nos confortar nesse forte, poderoso, intenso e carinhoso amor de Deus que não irá cessar em nada para manter aquele que é amado para a perdição. Se nós não entendemos a nossa divina eleição, não podemos nos acalentar e nos deleitar em Seu grande amor por nós. Ademais, não podemos dar toda glória a Deus por Sua graça que nos salvou se pensarmos que tudo o que Deus fez foi nos tornar possível a salvação, mas não cuidou das medidas necessárias para nos salvar com certeza. Se pensarmos que nossa escolha foi o elemento decisivo em nossa salvação, não estaremos dando toda glória ao Senhor.

Há talvez um problema em sua mente sobre esse retrato do amor de Deus. Nos dias da Reforma, desde [então], os tratamentos do amor de Deus na eleição foram freqüentemente moldados, encobertos, e de fato havia opções por questionamentos de natureza abstrata sobre a soberania de Deus na condenação [escolhida não para salvar ninguém]. Mas no Novo Testamento, mais precisamente em Romanos 8:28-11:36 e em Efésios 1:3-14, a eleição é um tema pastoral, fascinante para encorajamento dos crentes, confirmação, sustento, e louvor. [11]. Imploro a você para deixar as Escrituras falarem. Deixem-nas contarem a você sobre o amor de Deus ao invés de moldar seu entendimento com suposições dos arredores, de como você pensa que Deus deveria amar ou não. Não deixe o fato de que Deus não escolheu amar todos da mesma maneira, de mantê-lo regozijado no amor especial, perfeito e vigoroso que Deus tem por você.

Concluindo, um correto entendimento sobre o amor de Deus, especialmente tal como manifesto na incondicional eleição, proverá para uma igreja forte, fiel, leal e cheia de alegria. (...) Força do caráter, fidelidade na conduta, coragem da convicção, humildade de espírito, e esperança para o futuro são todas sustentáculo para essas gloriosas doutrinas da graça. Com elas, a igreja será mais forte; sem elas, a igreja terá obstáculos. [12]

A Soberania Absoluta de Deus



Nos céus, estabeleceu o SENHOR o Seu trono, e o Seu reino domina sobre tudo. - Salmos 103:19

Por Jason A. Van Bemmel

Você se lembra de quando descobriu que seu pai não era todo-poderoso? Quando era menino, eu realmente achava que meu pai podia fazer qualquer coisa. Meu pai é bastante habilidoso e grande (mais de 1,98 m), e para um garoto de 6 anos, ele se parecia com o Super Homem. No entanto, como todos vocês, eu tive que enfrentar a dura e lenta constatação de que meu pai não era, de fato, onipotente, até que, quando adolescente, passei a imaginar se o meu pai podia realmente fazer alguma coisa certa.

Algumas pessoas (mesmo aquelas que se intitulam "cristãs") acham que as nossas típicas experiências da infância com nossos pais terrenos é um modelo para aquilo que deve acontecer em relação a nossa visão de Deus ao longo do tempo, à medida que amadurecemos em nossa fé. As crises e os conflitos vêm, razão pela qual devemos ver que um mundo cheio de maldade é incompatível com um Deus todo-poderoso e completamente bom. Uma vez que todos nós acreditamos que Deus é bom, devemos então abandonar a idéia de que Deus é todo-poderoso em favor de um Deus que se parece muito mais como nossos pais limitados e falíveis.


A Bíblia não nos dá qualquer espaço para uma visão tão pálida de Deus. EmEscritura após Escritura, Deus brilha com esplendor como o grande e glorioso Rei do Universo. "Porque para Deus não haverá impossíveis", a Bíblia proclama corajosamente e repetidas vezes (ver Lucas 1:37 e Marcos 10:27). "Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar”, Deus relembra o seu povo duvidoso em Isaías 59. "Ninguém há como o SENHOR, nosso Deus”, nos é dito repetidas vezes e nos é dito exatamente o que isso significa: Ninguém é como Deus em majestade, em santidade, na soberania e na fidelidade dos pactos (mantendo suas promessas absolutamente).


Dois encontros com Soberania

Uma forma de analisar a soberania absoluta de Deus é através dos olhos de duas pessoas que estiveram cara a cara com Ele de maneiras diferentes: Jó e Nabucodonosor. Jó era um homem de Deus justo, que viu a soberania de Deus em ação nos seus momentos de provações. Nabucodonosor foi um imperador orgulhoso que aprendeu a lição da soberania de Deus da maneira mais difícil, por ser destituído de seu poder e de sua sanidade por Deus.

Imagine ser tão fiel a Deus a ponto de Deus perceber e começar a se gabar de você. Deus estava tão orgulhoso da justiça de Jó que Ele se gabou de Jó com Satanás. Em resposta à aprovação de Deus sobre Jó, Satanás fez um trato com Deus e conseguiu permissão para testá-lo severamente. Contudo, não perca o ponto aqui: Satanás teve que obter autorização de Deus antes que pudesse tocar em Jó. Deus está no controle, inclusive das atividades de Satanás contra o Seu povo.

No ponto mais profundo de seu desespero, Jó desejou nunca ter nascido e questionou as razões de Deus por enviar tais provações à sua vida. Embora Jó nunca tenha pecado contra Deus em acusá-Lo de injustiça, ele quis saber dos motivos que Deus teria para prová-lo de forma tão severa (de uma forma que pareceu a Jó como uma severa punição). Jó não entendia porque seus filhos morreram, porque perdeu toda a sua riqueza ou porque seu corpo estava coberto de chagas. Ele não tinha respostas, e seus amigos foram de pouca ajuda, mas ele sabia que a mão de Deus devia estar por trás daquelas suas horas escuras. E ele estava certo.

Sobre as perguntas de Jó, Deus proferiu suas próprias perguntas. Em uma furiosa tempestade, a voz de Deus surge para desafiar Jó e para relembrá-lo de quem é quem no universo. “Onde estavas tu", Deus começou, "quando eu lançava os fundamentos da terra?" Em outras palavras: "Quem exatamente você pensa que é para questionar Deus?”.

No final das contas, a resposta de Jó a Deus foi simples, profunda e a única verdade que todos nós precisamos saber, em última análise: "Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado. Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza.” (Jó 42: 2, 5-6). Jó tinha aprendido que Deus era Deus, e isso foi o bastante para ele.

Ao contrário de Jó, Nabucodonosor não era um servo de Deus, justo e humilde. Na verdade, ele era um governante arrogante que construiu um ídolo de 27 metros para si mesmo e ordenou que todos se curvassem e o adorassem. No entanto, este pecador perverso precisava, tanto quanto o justo servo de Deus, saber a verdade sobre quem realmente estava no trono e era digno de adoração. Então Deus deu ao Rei Nebby (Nabucodonosor) um sonho.

No sonho, tal como interpretado por Daniel, Nabucodonosor soube que ele estaria, em breve, despojado de toda a sua dignidade e sanidade, e iria viver como um animal selvagem no deserto. Por quê? Nabucodonosor, havia se tornado orgulhoso e achava que sozinho era responsável pelo grande reino que havia construído. Ao olhar para fora sobre a gloriosa Babilônia, ele proclamou: "Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder e para a glória da minha majestade? (Dn 4:30).

Depois que Deus humilhou Nabucodonosor, seu coração foi mudado e ele reconheceu que somente Deus é soberano sobre as questões das nações. Nabucodonosor proclamou:

“Pois seu domínio é sempiterno, e cujo reino é de geração em geração. Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?” - Daniel 4:34-35


Através da vida e exemplo de Jó, aprendemos que Deus é soberano sobre o nosso sofrimento. Todo sofrimento vem da mão de Deus e serve aos seus propósitos últimos, embora o sofrimento possa vir através de uma variedade de causas secundárias (doença, desastres naturais, opressão demoníaca, pecado, etc.). Através da vida e exemplo de Nabucodonosor, aprendemos que Deus também é soberano sobre as nações e os governantes do mundo. Ele levanta reis e presidentes e os usa para a Sua vontade, muitas vezes para abençoar uma nação e, muitas vezes para trazer juízo e destruição. Mais uma vez Deus usa as causas secundárias (eleições, revoluções, etc.), mas a mão por trás de tudo isso é a Sua, e a Sua somente.



Soberano Sobre Tudo

A completa soberania de Deus sobre todas as coisas é um dos principais temas da Bíblia e é ensinada explicitamente em vários lugares e também mostrada em repetidos exemplos. Algumas vezes a mão de Deus é mais visível e, algumas vezes mais escondida, mas Sua mão está sempre atuando e Sua vontade é sempre realizada. Na verdade, toda a história da Bíblia é a história da atividade soberana de Deus no mundo. Considere o que aprendemos com os seguintes livros da Bíblia:

Gênesis nos ensina que Deus é soberano sobre a criação e julgamento (o Dilúvio, Babel, Sodoma e Gomorra) e a eleição (a chamada de Abraão, a escolha de Jacó sobre Esaú).

Êxodo nos ensina que Deus é soberano sobre a libertação do seu povo e seus padrões morais (os 10 Mandamentos).

Levítico e Números nos ensinam que Deus é soberano sobre a organização do seu povo e sobre a adoração corporativa.

Deuteronômio, mais uma vez, enfatiza o senhorio de Deus sobre seu povo e Seu direito absoluto para abençoar e amaldiçoar conforme os padrões da Sua aliança, ou do Seu Pacto.

Josué nos ensina a soberania de Deus sobre as vitórias e derrotas do Seu povo (a batalha em Ai).

Juízes ensina o poder e o controle de Deus sobre a opressão e livramento do Seu povo.

Ruth nos ensina a soberania de Deus na vida dos estrangeiros e na linhagem do Messias.

• Os livros de Samuel, Reis e Crônicas mostram a mão de Deus na história da nação de Israel, para abençoar e amaldiçoar como Ele prometeu fazer em Deuteronômio.


Poderíamos continuar e continuar. A Bíblia nunca se acanha em afirmar a soberania absoluta de Deus, mesmo quando as coisas são mostradas a partir de um ponto de vista humano e o rosto de Deus é mais velado no desenrolar da história.


Soberano Sobre a Salvação

Iremos lidar com esta área da vida de forma mais explícita em posts futuros, mas devemos fazer uma pausa neste ponto e enfatizar o ensino bíblico de que a soberania de Deus se estende a nossa salvação também. A salvação pessoal dos indivíduos não é uma área que Deus tenha deixado fora de seu interesse pessoal e controle. Pensar desta forma realmente compartimenta a nossa fé do resto da "realidade" e minimiza o impacto que a nossa salvação tem sobre o resto de nossas vidas e o impacto que a fé do povo de Deus tem tido sobre a história humana.

Pense nisso por um minuto: Se Deus está no controle completo do mundo e da história humana, é possível que ele não controle quem é salvo e quem não é? Isso tornaria a salvação um fator sem importância nos assuntos do mundo e da história humana. Se a salvação é o que a Bíblia diz que é, o mais importante de todos os assuntos humanos, é possível que Deus pudesse deixar apenas esta área intocada por Sua vontade soberana?

Felizmente, a Bíblia não nos deixa no escuro com estas questões. Através de exemplos humanos e ensinamentos explícitos, a Bíblia estabelece o senhorio de Deus sobre a salvação. Considere os seguintes exemplos pessoais da Bíblia:


1. A Chamada de Abraão (Gênesis 12)

2. A escolha de Jacó sobre Esaú (Malaquias 1:2-3 e Romanos 9:13)

3. A Chamada de Moisés para a liderança sobre Israel (Êxodo 3)

4. A escolha do próprio Israel dentre as nações do mundo (cf. Ezequiel 16, entre outros)

5. A chamada de Jeremias (Jeremias 1)

6. A vocação dos Discípulos nos Evangelhos

7. A salvação de Saulo na estrada de Damasco (Atos 9)


E considere os seguintes versos através de toda a Bíblia:

"Porquanto amou teus pais, e escolheu a sua descendência depois deles, e te tirou do Egito, ele mesmo presente e com a sua grande força" Deuteronômio 4:37

"E clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação." - Apocalipse 7:10

"De longe se me deixou ver o SENHOR, dizendo: Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí" - Jeremias 31:3

"Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça." Efésios 1:4-6

"Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda." João 15:16

"Porque tu és povo santo ao SENHOR, teu Deus; o SENHOR, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra." - Deuteronômio 7:6

"Teu servo está no meio do teu povo que elegeste, povo grande, tão numeroso, que se não pode contar." I Reis 3:8

"Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;" -1 Pedro 2:9

O conceito de escolha soberana de Deus na salvação não é um conceito secundário, obscuro, escondidos em algum canto escuro da Bíblia. Ele é claro, repetidamente afirmado como fato e ilustrado com exemplos pessoais. Repito, vamos olhar para isto de forma mais cuidada e atenta em post futuros, mas por enquanto já podemos dizer o seguinte: Um Deus verdadeiramente soberano também deve ser soberano sobre a salvação dos indivíduos, ou então ele não é realmente soberano.



Um Deus Verdadeiramente Soberano: Nossa Única Esperança e o Único Verdadeiro Deus

Se você vem até mim e me diz que conhece minha esposa, eu provavelmente lhe faria algumas perguntas quase que imediatamente: Como é que você a conhece? Há quanto tempo você a conhece? O que você acha dela? Suas respostas a estas perguntas me confirmariam se a pessoa que você conhece é de fato a minha esposa ou não. Se você disser que a conheceu na escola secundária em Kansas e que você a conhece desde então, há quase 20 anos, e que ela é uma pessoa muito severa e zangada, eu saberia, com certeza, que você não conheceu, de fato, a minha esposa. Nenhuma dessas coisas são verdadeiras a respeito dela, e assim, você estaria, obviamente, enganado sobre quem você acha que conhece.

Conhecer a Deus é um pouco mais difícil, mas não é uma questão fundamentalmente diferente. Eu conheço Deus. Eu me encontro com Ele regularmente em Sua Palavra e na oração. Eu O conheço pela maior parte da minha vida, e descobri que Ele é santo e bom, misericordioso e justo. Milhões de cristãos ao redor do mundo compartilham o meu conhecimento de Deus e de Seu caráter, como revelado nas Escrituras.

Outras pessoas no mundo também dizem conhecer a Deus. Na verdade, a maioria das pessoas dizem conhecê-Lo de alguma forma, mas para a maioria delas, o deus que conhecem não é o Deus vivo da Bíblia. Eles imaginam Deus como "a grande força" ou "Alá do profeta Maomé", ou "brâmane", ou como uma espécie de observador impotente do universo que Ele criou. Nenhum desses conceitos de Deus é preciso, e nenhuma das pessoas que afirmam conhecer a Deus dessa forma, absolutamente O conhecem de fato. Eles encontraram alguma outra pessoa, talvez um produto da sua imaginação de um personagem da ficção de outra pessoa, mas não encontraram Deus.

É possível, é claro, conhecer a Deus verdadeiramente sem saber tudo o que Ele revelou com precisão. Todos nós estamos nesta posição, em um grau ou outro. Nenhum ser humano jamais poderá conhecer a Deus de forma exaustiva, e todos nós que O conhecemos verdadeiramente, somos continuamente surpreendido por aspectos do seu caráter e somos regularmente desafiados pela Sua Palavra da verdade. Contudo, para alegar conhecer a Deus verdadeiramente, você deve conhecer um nível mínimo da verdade sobre Ele.

A soberania de Deus não é um nível avançado de conhecimento sobre Deus. Não é um mistério escondido, nem é ela um conceito mais elevado só para os crentes maduros. Ela é a essência do que queremos dizer quando dizemos Deus. Quem é Deus? Deus é o soberano, o criador e o Rei do universo. Embora possamos jamais compreender completamente todas as profundas complexidades da soberania de Deus, devemos reconhecer que Ele é realmente soberano. Ele é o Senhor. Ele governa sobre tudo. Ele é Deus.

Algumas pessoas temem a soberania de Deus. Podem pensar que, de algum modo, ela comprometa a bondade de Deus – de que se Deus está no controle de calamidades e catástrofes do mundo, que Ele não pode ser totalmente bom. Eles também podem pensar que um Deus absolutamente soberano conflita com a sua compreensão do livre-arbítrio humano. Talvez isso ocorra mesmo.

Os maiores filósofos e teólogos do mundo têm lutado por milênios para explicar como a soberania de Deus interage com Sua bondade e com as nossas escolhas. As respostas podem nunca serem completamente conhecidas, e a Bíblia não nos dá, necessariamente, uma explicação exata. O que ela faz de forma clara e categórica é afirmar que Deus é soberano, que Ele é bom e que Ele nos mantém responsáveis por nossas escolhas. Provavelmente seja necessária a mente de Deus para entender exatamente como estas coisas funcionam em conjunto.

Permitam-me explicar como a soberania de Deus me dá conforto quando penso sobre a bondade de Deus e o problema do mal, bem como sobre minhas próprias escolhas. Sabendo que Deus é o Senhor é o único modo em que encontro alguma paz neste mundo tão cheio de maldade. A minha escolha é esta: Ou Deus tem um bom motivo e um plano por trás de todo o mal e sofrimento que vejo no mundo, ou então o mal e o sofrimento que vejo é sem sentido e até mesmo além do controle de Deus. A primeira opção me dá esperança e me leva a adorar, mesmo nos momentos mais sombrios. A segunda só me enche de desespero.

O mesmo pode ser dito de minhas próprias escolhas. Se eu fosse o rei da minha própria vida, o capitão do meu próprio destino, eu nunca teria um momento de descanso. Eu estaria eternamente repensando o que fiz e me afligindo para entender por que minha vida passou por tantas reviravoltas. Tantas coisas estão fora do meu controle e tantas das minhas escolhas são baseadas em motivações pecaminosas ou informações incompletas. No final das contas, devo descansar na mão de Deus, que está em ação em cada segundo da minha vida. Isto não desculpa o meu pecado de forma alguma, nem me alivia da minha responsabilidade por minhas escolhas, mas me dá uma paz que ultrapassa a minha limitada compreensão.

O Deus soberano, "aquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade", é o Deus da Bíblia, o Deus único e verdadeiro. Fé em Sua soberania é a única esperança para a minha vida, e a única esperança para este mundo aparentemente caótico em que vivemos. Ou Ele é Deus, ou Ele não é. Ou Ele está no seu trono e no controle, ou então o mundo e todos os seus habitantes vivem em uma anarquia cósmica. A Bíblia é clara sobre qual opção é verdadeira. Em qual você vai acreditar?

O SENHOR, porém, está no seu santo templo;
cale-se diante dele toda a terra. - Habacuque 2:20

Reina o SENHOR;
tremam os povos.
Ele está entronizado acima dos querubins;
abale-se a terra.

O SENHOR é grande em Sião

e sobremodo elevado acima de todos os povos. - Salmo 99:1-2