terça-feira, 19 de março de 2013

Vídeo mostra a emoção de cristãos chineses a ver uma Bíblia pela primeira vez

Vídeo mostra a emoção de cristãos chineses a ver uma Bíblia pela primeira vez

Nesta segunda-feira (18), o site Christian Headlines, dedicado a notícias evangélicas divulgou um vídeo que mostra a emoção de cristãos chineses que receberam pela primeira vez na vida uma Bíblia Sagrada. O vídeo não tem data nem local de gravação, mas certamente foi gravado pelo celular de um missionário que fez a entrega do Livro Sagrado.
O vídeo foi divulgado por vários outros sites cristãos, causando um impacto. Já que na China a venda de exemplares das Escrituras é proibida pelo governo, oficialmente ateísta. Existem relatos rotineiros de Bíblias confiscadas e prisões de quem as transportavam. Com a evolução da tecnologia muitos tinha acesso a Bíblias virtuais que vinham dentro de um cartão de memória, mas que para os cristãos chineses não substitui a versão do livro em papel.
Muitas missões estão envolvidas na árdua tarefa de adentrar o país mais populoso do mundo com exemplares para distribuir entre a igreja subterrânea, que está espalhada pelo país. Sabe-se que é comum entre as igrejas de lá os crentes fazerem cópias manuscritas, pois em geral apenas os líderes tem seus exemplares.
Curiosamente, milhões de Bíblias são impressas por gráficas chinesas, por conta de seu preço competitivo, mas em outros idiomas. Anos atrás David Aikman, autor do livro “Jesus em Beijing” ressaltava a incongruência de o governo chinês proibir a religião no país, mas nas livrarias comuns é possível encontrar livros budismo, ateísmo e islamismo, incluindo o Alcorão.
Embora seja crescente, o número de cristãos na China é desconhecido. De modo especial, informações atualizadas sobre a situação de cristãos na China podem ser obtidas em sites como Portas Abertas, Voz dos Mártires, China Aid e Compassion International .

Uma Segunda Reforma? Avaliando as declarações iniciais do Papa Francisco

 
Por Solano Portela
 
O novo líder da Igreja Católica, escolhido em um dia considerado por muitos “cabalístico” (13.03.13), já recebeu diversos comentários e reações aos seus primeiros pronunciamentos. Mesmo sendo muito cedo para qualquer análise ou opinião, observamos que todos os segmentos, os dos católicos, evangélicos e até os que se declaram sem religião, estão, por razões diversas, perplexos.

Aqueles com os quais a mídia fez coro, na expectativa da eleição de um Papa que fosse “progressista”, se espantaram com a posição do Dom Jorge Mario Bergoglio, agora Papa Francisco, com relação à união de gays, à questão do homossexualismo como “apenas” uma opção sexual e sobre o aborto. Ele é contra, ponto final! Na esfera política latino-americana, o distanciamento do Papa da tiete chavista Cristina Kirchner e alegados alinhamentos passados com a direita argentina, também fez com que este grupo ficasse não somente eriçado, como igualmente frustrado. Em adição, muitos “sem religião”, que dizem não ligar a mínima para o papado, têm comentado essas posições e declarações do Papa, franzindo o cenho em desaprovação ainda que meio veladamente.

Católicos se espantaram porque ele não colocou, de início, o envolvimento social como prioridade máxima da Igreja. Em vez disso, contrariou a mensagem que tem soado renitentemente ao longo das quatro últimas décadas, especialmente em terras brasileiras, proclamada pelos politizados “teólogos da libertação”, ou da natimorta “teologia pública”. Ele aparentou priorizar as questões espirituais!

Exatamente por isso, no campo evangélico, chamou atenção a sua declaração de que a missão da Igreja é difundir a mensagem de Jesus Cristo pelo mundo. Na realidade, o Papa disse que se esse não for o foco principal, a Instituição da Igreja Católica Romana tende a se transformar em uma “ONG beneficente”, mas sem relevância maior à saúde espiritual das pessoas! Ei! Disseram alguns evangélicos – essa é a nossa mensagem!!

Bom, não é a primeira vez na história que um prelado católico reconhece que a Igreja tem estado equivocada em seus caminhos e mensagem. Já houve um monge agostiniano que, estudando a Bíblia, verificou que tinha que retornar às bases das Escrituras e reavivar a missão da igreja na proclamação do evangelho, libertando-a de penduricalhos humanos absorvidos através de séculos de tradição. Estes possuíam apenas características místicas, mas nenhuma contribuição espiritual e de vida que fosse real às pessoas. Assim foi disparado o movimento que ficou conhecido na história como a Reforma do Século 16, com as mensagens, escritos e ações de Martinho Lutero, em 1517. Lutero foi seguido por muitos outros reformadores, que se apegaram à Bíblia como regra de fé e prática.

Entendo, portanto, que não seria impossível uma “segunda reforma” dentro da Igreja Católica, se esta declaração inicial do Papa Francisco for levada a sério, por ele próprio e por seus seguidores. É importante lembrar, entretanto, que proclamar a mensagem de Jesus Cristo é algo bem abrangente e sério. Entre outras coisas que poderiam ser mencionada, a Igreja Católica precisaria se definir com coragem nessas cinco áreas cruciais:

1. Rejeitar apêndices aos livros inspirados das Escrituras. Ou seja, assumir lealdade apenas às Escrituras Sagradas, rejeitando os chamados livros apócrifos. Proclamar as palavras de Jesus, nesta área, é aceitar tão somente o que ele aceitou. Em Lucas 24.44, Jesus referiu-se às Escrituras disponíveis antes dos livros do Novo Testamento, como “A Lei de Moisés, Os Profetas e Os Salmos” – essa era exatamente a forma da época de se referir às Escrituras que formam o Antigo Testamento, em três divisões específicas (Pentateuco, livros históricos e proféticos e livros poéticos) compreendendo, no total, 39 livros. Representam os livros inspirados aceitos até hoje pelo cristianismo histórico, abraçado pelos evangélicos, bem como pelos Judeus de então e da atualidade. Ou seja, nenhuma menção ou aceitação dos livros apócrifos, não inspirados, que foram inseridos 400 anos depois de Cristo, quando Jerônimo editou a tradução em Latim da Bíblia – a Vulgata Latina[1]. Evangélicos e católicos concordam quanto aos 27 livros do Novo Testamento, mas essas adições à Palavra são responsáveis pela introdução de diversas doutrinas estranhas, que nunca foram ensinadas ou abraçadas por Jesus e pelos apóstolos. Proclamar a palavra de Jesus ao mundo começa com a aceitação das Escrituras do Antigo e Novo Testamento, e elas somente, como fonte de conhecimento religioso e regra de fé e prática.

2. Rejeitar a mediação de qualquer outro (ou outra) entre Deus e as Pessoas, que não seja o próprio Cristo. Não acatar a mediação de Maria, e muito menos a designação dela como co-redentora, lembrando que o ensino da palavra é o de que “há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1 Timóteo 2.5). Na realidade, a Igreja precisa obedecer até à própria Maria, que ensinou: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (João 2.5); e Ele nos diz: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao pai, senão por mim(João 14.6). Foi um momento revelador da dificuldade que o Papa tem na aderência a essa mensagem da Bíblia, observar sua homilia pública (angelus) de 17.03.2013. Após falar várias coisas importantes e bíblicas sobre perdão e misericórdia divina, finalizou dizendo: “procuremos a intercessão de Maria”... Não é assim que irá proclamar a palavra de Jesus ao mundo, pois precisa apresentá-lo como único e exclusivo mediador; nosso advogado; aquele que pleiteia e defende a nossa causa perante o tribunal divino.

3. Rejeitar as imagens e o panteão de santos composto por vários personagens que também são alvo de adoração e devoção devidas somente a Cristo. Essa característica da Igreja Católica está relacionada com a utilização de imagens de escultura, como objeto de adoração e veneração; e também precisaria ser rejeitada. Ela contraria o segundo mandamento e desvia os olhos dos fiéis daquele que é o “autor e consumador da fé - Jesus” (Hebreus 12.2). Proclamar a palavra de Jesus ao mundo significa abandonar a prática espúria e humana da canonização de mortais comuns, pecadores como eu e você, em complexos, mas inúteis processos eclesiásticos, que não têm o poder de aferir ou atribuir poderes especiais a esses santos.

4. Rejeitar o ensino de que existe um estado pós-morte que proporciona uma “segunda chance” às pessoas. A doutrina do purgatório não tem base bíblica e surgiu exatamente dos livros conhecidos como apócrifos (em 2 Macabeus 12.45), sendo formalizada apenas nos Concílios de Lyon e Florença, em 1439. Mas Jesus e a Bíblia ensinam que existem apenas dois destinos que esperam as pessoas, após a morte: Estar na glória com o Criador – salvos pela graça infinita de Deus (Lucas 23.43 e Atos 15.11), ou na morte eterna (Mateus 23.33), como consequência dos nossos próprios pecados. Proclamar a palavra de Jesus ao mundo é alertar as pessoas sobre a inevitabilidade da morte eterna, pregando o evangelho do arrependimento e a boa nova da salvação através de Cristo, sem iludir os fiéis com falsos destinos.

5. Rejeitar os “mantras” religiosos, que são proferidos como se tivessem validade intrínseca, como fortalecimento progressivo pela repetibilidade. É o próprio Jesus que nos ensinou, em  Mateus 6.7: “... orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos”. É simplesmente incrível como a ficha não tem caído na Igreja Católica, ao longo dos séculos e, mesmo com uma declaração tão clara contra as repetições, da parte de Cristo, as rezas, rosários, novenas, sinais da cruz etc. são promovidos e apresentados como sinais de espiritualidade ou motivadores de ação divina àqueles que os repetem. Proclamar a palavra de Jesus ao mundo é dirigir-se ao Pai como ele ensina, em nome do próprio Jesus, no poder do Espírito Santo, abrindo o nosso coração perante o trono de graça (Filipenses 4.6).

Confesso que admiro a coragem deste homem, que, enquanto cardeal se pronunciou claramente contra alguns pecados aberrantes que estão destruindo a família e a sociedade. Peço a Deus que dê forças às nossas lideranças evangélicas, e a nós mesmos, para termos intrepidez no interpelar de governantes e da mídia, quando promovem leis e comportamentos que contradizem totalmente os princípios que Deus delineia em Sua Palavra. Estes sempre são os melhores para o bem da humanidade, na qual o povo de Deus (incluindo nossos filhos e netos) está inserido.

Mas quanto a uma possível Segunda Reforma, vou ficar cauteloso e com muitas dúvidas. No momento em que eu testemunhar mudanças, como as que apresentei acima, vou me animar, entusiasmar e bater palmas – talvez ela esteja em andamento! Até lá, entretanto, continuarei triste em ver tantos olhos e esperanças fixados em mitos, misticismo e na pessoa humana, em vez de no Deus único soberano, esperança de nossas vidas, que nos fala em Cristo Jesus, pelo poder do Espírito Santo, que é real e eterno e não temporal como o Papa.

Por que a maldição caiu sobre Canaã no lugar de Cam?

cham

Por Pr. Marcelo Oliveira
Todos os amantes das Escrituras já se depararam com uma pergunta inquietadora: Por que Canaã foi amaldiçoado no lugar de Cam? Visto que as maldições e bênçãos sobre os três filhos têm em vista seus descendentes, não é de estranhar que a maldição recaia sobre o filho de Cam, e não sobre o próprio Cam (Gn 9.18-22), especialmente em razão de Deus já haver abençoado este justo sobrevivente do dilúvio (Gn 9.1). Prezados leitores [as], quem pode amaldiçoar aquele que o Eterno abençoou? Leia atentamente Gênesis 9.1

Como o filho mais jovem injuriava a seu pai, assim a maldição recairá sobre seu filho mais jovem, que presumivelmente herda sua decadência moral (cf. Lv 18.3; Dt 9.3). Em adição aos cananitas, os descendentes de Cam incluem alguns dos inimigos mais ferrenhos de Israel: Filístia, Assíria, Babilônia (cf. Gn 10.9-13). Por trás da profecia de Noé está o conceito de solidariedade corporativa. A justiça de Noé é reproduzida em Sem e Jafé; sua imoralidade, em Cam. A imoralidade de Cam contra seu pai estará estigmatizada em seus descendentes; e a modéstia de Sem e jafé, nos seus.

O erudito Cassuto explica a expressão “servo dos servos” (Gn 9.25): ‘Os cananitas se destinavam a sofrer a maldição e a servidão não em decorrência dos pecados de Cam, mas porque eles mesmos agiam como Cam, em decorrência das suas próprias transgressões. A servidão de Canaã é espiritual, não apenas política. A maldição posta sobre Canaã o liga à maldição sobre a serpente (Gn 3.14) e sobre Caim (Gn 4.1). Entretanto, a maldição geral não é exceção. Como a cena deixa bem claro, a diferença entre os prospectos futuros dos irmãos ancestrais pertence à sua moralidade, não à sua etnia como tal.