sexta-feira, 5 de abril de 2013

Homofobia: Não cabe ao cristão discriminar


Por Elben M. Lenz César

Além de não poder praticar nem dar seu aval à conduta sexual adulterina e à homossexual, o cristão precisa aprender a arte da convivência com aqueles que as praticam. Por ter se comprometido espontaneamente com Cristo ao se converter, o cristão é membro de uma comunidade cristã e responsável por seu comportamento e testemunho. Porém, ele não é retirado do mundo, da sociedade no meio da qual vive. Segundo Paulo, o cristão não deve ficar separado dos não-cristãos, que vivem a seu bel-prazer. Para viverem separados, os cristãos “teriam de sair deste mundo” (1Co 5.10, NTLH), atitude com a qual Jesus não concorda. Na oração sacerdotal do Cenáculo, Jesus é claro: “Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno” (Jo 17.15, NTLH). Retirado do mundo, o cristão jamais seria “o sal da terra” e “a luz do mundo” (Mt 5.13-16).

Por uma questão de princípios, se o cristão não se retira da sociedade, ele tem de aprender a conviver com seus contemporâneos e vizinhos, sem se deixar influenciar ou enredar por eles. Convivência e conivência são coisas distintas: “convivência” é viver com outra pessoa; “conivência” é cumplicidade, colaboração, conluio.

Não cabe ao cristão discriminar, desprezar, odiar, maltratar, humilhar ou apedrejar o homossexual ou a lésbica, em uma sociedade em que há muitos outros desvios, como a injustiça, a avareza, o consumismo, a hipocrisia, a idolatria, o ódio, a vingança, a arrogância, a frivolidade e assim por diante. Cabe ao cristão conviver com todas essas pessoas, com temor e tremor, sem espírito de superioridade, reprovando todas essas coisas mais pela conduta do que pelas palavras.

O ensino de Paulo tem um valor imenso se o contexto for considerado. Não há concessão alguma ao desregramento sexual. No mesmo capítulo, o apóstolo é enfaticamente contrário à presença de certo indivíduo da comunidade cristã de Corinto que estava tendo relações com a mulher de seu pai (já morto ou não), provavelmente sua madrasta. Ele deveria ser temporariamente afastado dos privilégios da comunidade, até que sua natureza carnal fosse suplantada pela nova natureza (1Co 5.1-5). No capítulo seguinte, Paulo recorda que entre os membros fundadores da comunidade cristã havia ex-homossexuais ativos e ex-homossexuais passivos, bem como muitos outros ex-isto-e-aquilo (1Co 6.9-11).

Na comunidade, o critério seria um; na sociedade, seria outro. Não se pode exigir que o não-cristão se comporte como cristão, mas é lícito exigir que o cristão se comporte como cristão.

Marco Feliciano, direitos humanos e a desordem pública



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Por Ruy Marinho
Eu sei que o assunto está extremamente saturado no momento. Mas eu não posso deixar de expor a minha opinião pessoal.
Como cristão reformado e calvinista, sou declaradamente discordante da teologia que o Pr. Marco Feliciano segue por entender que é distorcida, mística, destrutiva e compromete a integridade das Escrituras.
Discordo do fato dele utilizar o título de “pastor” para se promover a cargos políticos, pois creio que o chamado pastoral é inegociável. Concordo com Spurgeon, quando disse certa vez ao seu filho: “Meu filho, se Deus te chamou para ser missionário, eu ficaria triste ao ver-te ser reduzido a um rei”. Neste sentido, compartilho a mesma opinião que o Rev. Augustus Nicodemus: “Quando o pastor ganha certa popularidade, e depois se elege, ele tem que renunciar o ofício de pastor, pois se ele falar qualquer bobagem, essa lama respinga em toda a igreja evangélica. Fazendo isso, ele preserva a Igreja de vexames, e evita toda essa bagunça que estamos vendo”.
Por fim, não votei e jamais votaria em Marco Feliciano como político por entender que ele não possui preparo suficiente para representar os princípios cristãos na esfera política, além de ter feito alianças com expoentes marxistas, como por exemplo, o seu apoio à candidatura da Dilma para presidente, dentre outros problemas políticos e pessoais.
Porém, não posso deixar de julgar com reta justiça a questão do referido deputado perante o contexto atual em que vivemos na política de nosso país. O momento é muito grave e requer de nós, cristãos, um posicionamento contundente e atuante em defesa da família e dos bons costumes.
Infelizmente carecemos de políticos cristãos sérios e bem preparados, comprometidos com um testemunho íntegro fiel às Escrituras. Oro para que no Brasil tenhamos políticos segundo Romanos 13, acima de tudo tementes a Deus, que representem os princípios cristãos da família, bem como que a igreja tenha uma participação mais efetiva na esfera política, não com candidatos “pastores”, mas com políticos cristãos muito bem preparados para esta área de atuação tão delicada e corrompida.
Mas, contentando-se com o que temos atualmente – tendo em vista à urgência do momento, sejam pastores ou padres políticos, creio que obviamente eles irão defender os princípios e valores morais tradicionais “básicos”, independente de suas linhas teológicas, das quais eu possa discordar. São eles que atualmente estão na “linha de frente” dessa verdadeira guerra intelectual instalada no ambiente político brasileiro. Querendo ou não, são os que combatem diretamente o marxismo cultural instalado na esfera política, ideologia que tem como um dos principais objetivos destruir os princípios cristãos na sociedade.
Diante do exposto, a realidade é que o deputado Marco Feliciano, além de ter sido democraticamente eleito com mais de duzentos mil votos, ele foi legalmente constituído presidente da referida Comissão dos Direitos Humanos e Minorias pelos próprios deputados membros desta comissão. Se ele vai desenvolver o seu papel de forma íntegra e correta, só o tempo vai nos dizer. Neste caso, temos que “pagar para ver” e cobrá-lo se não cumprir com o esperado.
Mas, a grande questão que devemos contrabalancear é a violenta intolerância religiosa e a baderna promovida pelos ativistas “gaysistas” e outros esquerdistas aliados, ideologicamente contrários não somente ao Marco Feliciano, mas também aos princípios cristãos. Perseguir, humilhar, achincalhar, escarnecer e ridicularizar alguém por ter feito “declarações filosóficas” (obviamente desastrosas e algumas teologicamente questionáveis) é no mínimo contraditório – para não dizer criminoso, pois o caminho para denunciar qualquer suspeita de ato criminal é a Justiça. Se alguém acha que o Marco Feliciano cometeu algum crime, que acione a Justiça e formalize a sua denúncia. Porém, os ativistas “gaysistas” parecem ignorar as leis. Afinal, eles chegam no extremo da desordem pública ao promover um violento terrorismo emocional, inconstitucional e repulsivo, ao ponto de desrespeitar as leis vigentes em nosso país e até mesmo à nossa Carta Magna, haja vista o protesto ilegal feito na porta da Igreja de Marco Feliciano pelos militantes gays, que aos gritos de palavras de desordem, palavrões e ameaças de agressão, violaram o ambiente de culto religioso protegido pela Constituição Federal (veja aqui). Até mesmo assuntos urgentes, onde a preservação de vidas humanas dependem das atividades da CDHM, foram completamente desrespeitadas pelos ativistas intolerantes (veja aqui).
Chegando ao cúmulo da contradição, notamos que por algum motivo que precisa ser apurado, os mesmos ativistas esquerdistas que aprontam a maior baderna na “casa do povo”, não fazem a mesma “algazarra democrática” para protestar por algo muito mais grave do que qualquer declaração filosófica, ou seja, pelo fato de políticos condenados pela justiça (José Jenuíno, João Paulo Cunha e Paulo Cesar Maluf) ocuparem a Comissão de Constituição e Justiça – de todas as comissões a mais importante do Congresso Nacional, além da nomeação como presidente do Senado Federal o Senador Renan Calheiros, também condenado pela justiça. Quanta incoerência!
Portanto, quero registrar a minha nota de repúdio a perseguição que o deputado Marco Feliciano está sofrendo por parte dos ativistas “gaysistas”, dos demais aliados marxistas e até mesmo da mídia. Desejo que ele “não renuncie” e continue firme na resistência à toda essa perseguição religiosa. Mesmo discordando dele no que concerne aos campos teológico e ético, espero que ele desempenhe com coerência e honestidade a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, onde há muito tempo tem sido colocado como ênfase principal a parte das “minorias” em detrimento dos direitos humanos de fato.
Soli Deo Gloria!

Como Deus pôde ordenar um genocídio?

 
Por Justin Taylor
Essa é uma boa e difícil questão. A maneira como respondemos tanto refletirá quanto informará qual o nosso entendimento de justiça e misericórdia.

A pergunta é sobre o que acontece no livro de Josué, quando Deus ordena a Israel que massacre os cananeus, a fim de que a Terra Prometida seja ocupada. Foi uma guerra sangrenta, com destruição total, onde Deus usou seu povo para executar seu julgamento moral contra seus inimigos perversos. Para avançarmos numa resposta será útil pensar cuidadosamente sobre os tijolos que constroem uma cosmovisão cristã em relação à justiça e misericórdia de Deus.

1. Como criador de todas as coisas e regente de todos os povos, Deus tem os direitos absolutos de propriedade sobre todas as pessoas e lugares.

“No princípio Deus criou os céus e a terra” (Gn 1.1), “o mar e tudo o que neles há.” (At 14.15). Isto significa que “Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem” (Sl 24.1). Como Deus diz: “a terra toda é minha” (Ex 19.5) e “todos os animais da floresta são meus” (Sl 50.10). O fato de Deus ser dono de tudo significa que ele é livre para fazer o que desejar sobre todas as coisas. “O nosso Deus está nos céus, e pode fazer tudo o que lhe agrada” (Sl 115.3). Dentro desta livre soberania, Deus “determinou os tempos anteriormente estabelecidos e os lugares exatos em que [cada nação] deveria habitar” (At 17.26). Deus tem direitos de Criador, e ninguém pode lhe dizer: “O que fazes?” (Jó 9.12).

2. Deus não é apenas o criador, regente e proprietário final de tudo, mas ele é justo e reto em tudo o que faz.

Abraão perguntou a Deus a mesma questão que fazemos: “Não agirá com justiça o Juiz de toda a terra?” (Gn 18.25). A resposta implícita é: “Claro que sim!”. Este é o outro lado da pergunta de Paulo em Romanos 9.14: “Acaso Deus é injusto?”. A resposta de Paulo: “De maneira nenhuma!”. Moisés proclamará: “Ele é a Rocha, as suas obras são perfeitas, e todos os seus caminhos são justos. É Deus fiel, que não comete erros; justo e reto ele é” (Dt 32.4).

É um lugar-comum em nossa cultura perguntar se foi correto ou justo algo que Deus fez. Mas se você parar para pensar, essa questão é, na verdade, ilegítima. Simplesmente pressupõe que nós somos os juízes; nós colocamos “Deus no banco dos réus” e o examinamos; Deus deve se conformar ao nosso senso de justiça e retidão e equidade – se Deus passar no teste, muito bom, mas se não, ficamos chateados e nos tornamos o acusador. Esqueça essa ideia! Como diz Deuteronômio 32.4: “todos os seus caminhos são justos” – por definição. Se Deus faz algo, então é justo. Pensar de outra maneira é o ato definitivo de arrogância: usar nossa mente e opiniões e concepções como o padrão supremo do universo.

Isto, entretanto, não impossibilita o questionamento e a busca para se conseguir um entendimento maior. Enquanto é definitivamente ilegítimo perguntar se os caminhos de Deus são justos ao assegurar a Terra Prometida, é perfeitamente apropriado e edificante procurar entender como os caminhos de Deus são justos – seja em ordenado a destruição dos cananeus, seja em outra ação. Essa é a tarefa da teologia – ver como os vários aspectos da verdade e revelação de Deus se combinam.

3. Todos nós merecemos a justiça de Deus; nenhum de nós merece a misericórdia de Deus.

Como vimos acima, Deus é absolutamente justo em tudo o que faz. A única coisa que cada um de nós merece de Deus é sua justiça. Nós quebramos sua lei, nos rebelamos contra ele e seus caminhos, e a divina justiça exige que recebamos o castigo divino na proporção da nossa traiçoeira e desleal rebelião. Está totalmente dentro dos direitos de Deus trazer misericórdia, mas ele não precisa trazer a todos – ou a alguém. É também útil perceber que, na história bíblica, um ato de julgamento sobre alguém é frequentemente um ato de misericórdia sobre outro (por exemplo, o dilúvio foi julgamento sobre o mundo, mas um meio de salvar Noé; as pragas foram julgamento sobre Faraó mas um meio de libertar Israel). Da mesma forma, a destruição dos cananeus foi um ato de misericórdia sobre Israel.

4. Os cananeus eram inimigos de Deus que mereciam ser punidos.

“Todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” – “Não há um justo, nenhum sequer” – e “o salário do pecado é a morte” (Rm 3.23, 3.10, 6.23). Portanto, se Deus destruísse Adão e Eva após a queda ele teria sido inteiramente justo. Quando ele apagou mais de 99,99% da raça humana durante o tempo de Noé, ele estava sendo justo.

Algumas vezes nós pensamos erroneamente que Deus apenas queria dar a terra a seu povo  e chutou fora as pessoas inocentes que estavam lá. Mas, na realidade, os cananeus estavam cheios de iniquidade e impiedade, e, por essa razão, Deus fala da terra os vomitando (cf. Gn 15.6; Lv 18.24-30; Dt 9.5). Tudo isto é consistente com o fato de que Deus “vingará o sangue dos seus servos; retribuirá com vingança aos seus adversários e fará propiciação por sua terra e por seu povo” (Dt 32.43).

É também importante perceber que Dt 9.5 diz que a posse de Israel sobre a terra e a expulsão dos cananeus não se baseava na retidão de Israel, mas seria por conta da pecaminosidade dos cananeus. Deus deixa muito claro a Israel que, se eles não seguissem ao Senhor e sua Lei, eles sofreriam o mesmo destino das nações vomitadas de sua terra (cf. Lv 18.28; Dt 28.25-68; cf. também Ex 22.20; Js 7.11-12; Ml 4.6). Deus deu seu amor eletivo especial a Israel (cf. Dt 7.6-9), mas suas ameaças e promessas de castigo pela infidelidade demonstram sua retidão e seu comprometimento com a justiça.

5. As ações de Deus não são um exemplo de limpeza étnica.

O Pentateuco (Gênesis-Deuteronômio) provê leis para dois tipos de guerra: (1) batalhas contra cidades fora da Terra Prometida (ver Dt 20.10-15), e (2) batalhas contra cidades dentro da Terra Prometida (Dt 20.16-18). O primeiro tipo permitia que Israel poupasse pessoas; o segundo tipo não. Essa prática, chamada herem (o segundo tipo de guerra), significava “devoção/consagração pela destruição”. Como um ato sagrado que cumpria o julgamento, está fora das categorias que usamos para pensar sobre a guerra.

Mesmo que a destruição tenha sido ordenada em termos de totalidade, parece haver uma exceção para aqueles que se arrependem, voltando-se para o único Deus vivo (por exemplo, Raabe e sua família [Js 2.9] e os gibeonitas [Js 11.19]). Isto significa que a razão para a destruição dos inimigos ímpios de Deus era precisamente por causa de sua rebelião, e de acordo com os propósitos de Deus – não por causa de sua etnia. “Limpeza étnica” e genocídio referem-se à destruição de pessoas por sua etnia, e portanto, é uma categoria inapropriada para a destruição dos cananeus.

6. Por que foi necessário remover os cananeus da terra?

Nos EUA, falamos sobre a separação entre “igreja” e “estado”. Mas Israel era uma “teocracia”, onde igreja e estado estão inseparavelmente juntos e indistintos, de forma que os membros do povo de Deus tinham obrigações políticas e religiosas. Ser um cidadão de Israel requeria ser fiel à Aliança com Deus e vice-versa.
A comunidade da aliança exigia pureza, e violações abomináveis significavam eliminação (por exemplo, Dt 13.5; 17.7, etc.). Isto também implicava na pureza da terra onde eles estavam vivendo como povo de Deus, e a falha em remover os impenitentes desta terra significava que a nação inteira seria derrubada com os rebeldes, resultando em idolatria, injustiça e mal (por exemplo Dt 7.4, 12.29-31) – o que, infelizmente, provou, muitas vezes, ser o caso na velha aliança.

Cristãos hoje não vivem em uma teocracia. Nessa era, somos “estrangeiros e peregrinos” (1Pe 2.11) sem terra sagrada. Vivemos no encontro da antiga era e a era porvir – “entre dois lugares” (na criação que geme – após a Terra Prometida santa-mas-temporária, e aguardando os santos-e-permanentes Novos Céus e Nova Terra). Nesta era e lugar devemos respeitar e nos submeter às autoridades governantes, constituídas sobre nós por Deus (Rm 13.1-5) – mas que não são, nem deveriam ser, uma parte da igreja (o povo de Deus, chamado e reunido para a Palavra e os sacramentos). Portanto, o dom de Deus da revelação específica e especial para a igreja inteira agora terminou (cf. Hb 1.1,2: “Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho”). Esses fatores combinados nos dão garantia de que nada como a destruição dos cananeus – necessária para a teocracia de Israel possuir a terra física – seja ordenada por Deus ou permissível para seu povo hoje.

7. A destruição dos cananeus é uma figura do julgamento final.

Ao fim desta era, Cristo virá para julgar vivos e mortos (At 10.42; 2Tm 4.1; 1Pe 4.5), expulsando-os da terra (da Terra inteira). Este julgamento será justo e será completo. Este é o dia em que “o Senhor Jesus será revelado lá dos céus, com os seus anjos poderosos, em meio a chamas flamejantes. Ele punirá os que não conhecem a Deus e os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus. Eles sofrerão a pena de destruição eterna, a separação da presença do Senhor e da majestade do seu poder” (2Ts 1.7-9). Surpreendentemente, Paulo pergunta aos coríntios algo que eles pareciam ter esquecido, se é que sabiam: “Vocês não sabem que os santos hão de julgar o mundo?” (1Co 6.2).

Como isso vai funcionar? Como se parecerá? Eu realmente não sei. Mas a Palavra de Deus nos diz que o povo de Deus será parte do julgamento de Deus contra seus inimigos. Neste sentido, a ordem de Deus para que os israelitas levassem seu julgamento moral contra os cananeus se torna uma sombra – uma previsão, se você quiser – do julgamento final.

À luz disso, a terrível destruição registrada nas páginas de Josué não se torna um “problema para resolver”, mas um chamado para todos acordarmos – permanecermos “puros e imaculados diante de Deus” (Tiago 1.27), buscarmos a ele e seus caminhos, e fielmente compartilharmos o Evangelho com nosso próximo e com as nações não-alcançadas. Como Jó, devemos desistir de colocar a bondade e justiça de Deus em dúvida, colocando a mão sobre nossa boca (Jó 40.4) e, ao invés disso, nos maravilhar com as riquezas e o mistério da grande e inescrutável misericórdia de Deus (Ef 2.4). No final, nos uniremos a Moisés e ao Cordeiro cantando esta canção de louvor:

“Grandes e maravilhosas são as tuas obras,
Senhor Deus todo-poderoso!
Justos e verdadeiros são os teus caminhos,
ó Rei das nações.
Quem não te temerá, ó Senhor?
Quem não glorificará o teu nome?
Pois tu somente és santo.
Todas as nações virão à tua presença
e te adorarão,
pois os teus atos de justiça se tornaram manifestos”.
(Ap 15.3,4)