terça-feira, 25 de junho de 2013

Marco Feliciano e Roberto Marinho falam sobre manifestações


Marco Feliciano e Roberto Marinho falam sobre manifestações


 A última semana foi marcada pelos protestos que aconteceram em todo o Brasil, o pastor e deputado federal Marco Feliciano, comentou em redes sociais e através de sua assessoria sobre os movimentos em São Paulo.
Após tomar grandes proporções ao longo da semana passada, com depredações de vândalos e até mesmo uma morte, foram estes os resultados da violência que gerou a ação. Prédios particulares e patrimônios públicos foram depredados e a Polícia Militar precisou intensificar ações.
Marco Feliciano, deputado federal e presidente da CDHM, repudiou a violência e afirmou: “é preciso moderação”. O parlamentar se mostrou preocupado com o que pode estar por trás destas manifestações.
“Espero que por trás destas manifestações não haja uma ação orquestrada pra desestabilizar o governo estadual e maculá-lo 1 ano antes da eleição”, disse ele que antes questionou: “Quem esta levando vantagem com esta situação? Quem iniciou tudo isso? Oportunismo político?”
Já o assessor do pastor, o cantor e músico Roberto Marinho, escreveu com exclusividade ao O Verbo algumas considerações acerca da atual situação que vive o nosso pais.
“O Brasil está acordando para os assuntos que o governo tentou por muito tempo esconder com uma cortina de fumaça, uma dessas cortinas foram as investidas mentirosas contra Marco Feliciano, tentando jogá-lo contra a opinião publica, mantendo a mídia focada nisso, os reais problemas do Brasil foram camuflados, até agora.
Perceba que essa semana a mídia mais uma vez provou sua incompetência e irresponsabilidade ao insistir em chamar. O PCD 234 de “cura gay”, tentando mais uma vez jogar Marco Feliciano contra as pessoas. Sabemos do que se trata o PCD. Observe que a mídia, artistas, e militância, já ocuparam os jornais hoje falando de “cura gay”.
Estão tirando o foco, ainda bem que o povo prova que não é bobo e não deixa mais se manipular pela mídia. Por isso as manifestações são legais, só não podemos permitir nem a aceitar a violência da polícia nem o vandalismo de uma minoria que tenta manchar o ato.
Finalizo dizendo para a igreja e os cristãos também se unirem ao ato sem violência exigindo melhorias ao nosso governo assim mostraremos que lutamos pela família e pela vida, mas também pela honestidade política e contra a corrupção”. Disse.

Papa Francisco fala sobre Igreja Evangélica e biografia


Papa Francisco fala sobre Igreja Evangélica e biografia

 Evangelina Himitan, argentina, filha de uma pastor protestante, é autora da primeira biografia do papa: A Vida de Francisco: O papa do povo (ed. Objetiva, 256 páginas, R$ 24,90).
A obra já esta nas livrarias a menos de dois meses atrás e trás detalhes da atuação do “padre Bergoglio”, forma com que Evangelina se refere ao homem que no ano de 2001, colocou os jovens de joelhos no chão para orar pelo seu país, além de levantar a voz contra a corrupção e organizou movimento ecumênico.
Os pastores estão entre seus melhores amigos. Evangelina deu um entrevista ao portal Estadão.com e falou sobre o livro. Ele conta que o livro ficou pronto 15 dias após a eleição e posse do papa Francisco. “Sim. Até o papa ficou surpreso. Quando há algumas semanas ele me recebeu em uma audiência privada no Vaticano, para que eu lhe entregasse um exemplar do livro, ele brincou que fiz um trabalho digno do serviço de inteligência”. Disse.
O papa quando encontrou-se com ela disse ter vontade de ler o livro. “Quando nos vimos, ele me disse que lhe haviam falado bem do livro e que ele estava com muita vontade de ler. Disse que encontraria um tempo e que me daria um retorno em alguns dias”.
Algumas perguntas na entrevista com Evangelina destacamos. Para o papa, segundo ela, o maior adversário da Igreja Católica não são os evangélicos, mas sim o afastamento das pessoas de Cristo.

Sua amizade com ele se deve também à proximidade dele com seu pai, pastor evangélico. Na Argentina, o ecumenismo ganhou força com Francisco?
Evangelina Himitian - Em Buenos Aires o ecumenismo tem avançado bem. Claro que há alguns setores, tanto católicos como protestante, que ainda são bem resistentes, mas os grupos principais se uniram. Os encontros ecumênicos cresceram ano a ano, com o aprofundamento das relações e maior quantidade de pessoas. 
E quando isso começou?
Evangelina Himitian - Os vínculos mais fortes começaram a partir da crise de 2001, que fez mais palpável a necessidade de as pessoas se unirem para buscar a Deus de uma forma que construísse diálogo.
O papa trata os evangélicos como irmãos, mas muito se diz que o avanço do protestantismo é a principal ameaça ao catolicismo na América Latina. Como acha que ele vai lidar com isso? 
Evangelina Himitian - Eu não creio que, para este papa, o crescimento da igreja evangélica seja uma ameaça para a Igreja Católica. Se entendo o pensamento de Francisco, ele está mais preocupado com o distanciamento das pessoas da vida cristã. Talvez outros muitos católicos vejam os evangélicos como inimigos, mas ele não…
No Brasil, cada vez que os dados censitários mostram a diminuição dos católicos ante o aumento dos evangélicos, diz-se que a Igreja precisa fazer algo para os recuperar…
Evangelina Himitian - Obviamente, Francisco não fará proselitismo religioso em favor dos evangélicos, mas ele não estará preocupado em reaver esses católicos. Para ele, o pior inimigo da Igreja Católica é o afastamento das pessoas de Cristo.

Por Quê Igrejas Presbiterianas pelo Mundo estão Aceitando Pastores Homossexuais?

Duas denominações presbiterianas acabam de decidir no plenário de suas Assembléias Gerais que homossexuais praticantes podem ser pastores nas igrejas delas.
A primeira foi a Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos da América (PCUSA). Veja a notícia aqui:

E ontem, foi a vez da Igreja Presbiteriana da Escócia. Veja a notícia aqui:

Church of Scotland votes on gay ministers

Estas resoluções foram tomadas depois de muitos anos de conflitos internos e discussões teológicas. E em ambas as igrejas, o voto passou com uma maioria apertada. Os pastores, presbíteros, diáconos e membros destas denominações que discordam da decisão, e que por muito tempo lutaram para que ela não fosse aprovada, enfrentam agora o dilema de saber qual é a coisa correta a fazer. Com certeza, muitos sairão para outras denominações ou para formar novas igrejas; outros, ainda, permanecerão na esperança de que um dia as coisas mudem.

A pergunta que não quer calar é como igrejas de origem reformada, que um dia aceitaram as confissões de fé históricas e adotaram os lemas da Reforma, especialmente o Sola Scriptura, chegaram a este ponto? Em minha opinião, o que está acontecendo hoje é o resultado lógico e final da conjunção de três fatores: a teologia liberal que foi aceita por estas igrejas, a conseqüente rejeição da autoridade infalível da Bíblia e a adoção dos rumos da sociedade moderna como norma.

O processo pelo qual estas denominações passaram, uma na Europa e outra nos Estados Unidos, é similar. As etapas vencidas são as mesmas. Primeiro, em algum momento de sua história, em meados dos séculos XIX, o método crítico de interpretação da Bíblia passou a ser o método dominante nos seminários e universidades teológicas destas denominações. Boa parte dos pastores formados nestas instituições saíram delas convencidos que a Bíblia contém erros de toda sorte e que reflete, em tudo, o vezo cultural de sua época. Para eles, os relatos bíblicos dos milagres são um reflexo da fé dos judeus e dos primeiros cristãos expresso em linguagem mitológica e lendária (veja aqui um post sobre liberalismo teológico).

Segundo, uma vez que a Bíblia não poderia ser mais considerada como o referencial absoluto em matérias de fé e prática, devido ao seu condicionamento às culturas orientais antigas e patriarcais, estas denominações aos poucos foram adotando as mudanças culturais e a direção da sociedade moderna como referência para suas práticas.

Terceiro, com a erosão da autoridade bíblica e o estabelecimento da cultura moderna como referencial, não tardou para que estas igrejas rejeitassem o ensinamento bíblico de que somente homens cristãos qualificados deveriam exercer a liderança nas igrejas e passaram a ordenar mulheres como pastoras e presbíteras. As passagens bíblicas que impõem restrições ao exercício da autoridade por parte da mulher nas igrejas foram consideradas como sendo a visão patriarcal dos autores bíblicos, e que não cabia mais na sociedade moderna (veja aqui uma matéria deste blog sobre ordenação feminina).

O passo seguinte foi usar o mesmo argumento quanto ao homossexualismo: as passagens bíblicas que tratam as relações homossexuais como desvio do padrão de Deus e, portanto, pecado, foram igualmente rejeitadas como sendo fruto do pensamento retrógrado, machista e preconceituoso dos autores da Bíblia, seguindo a tendência das culturas em que viviam. A igreja cristã moderna, de acordo com este pensamento, vive num novo tempo, onde o homossexualismo é comum e aceito pelas sociedades, inclusive com a aprovação do Estado para a união homossexual e benefícios decorrentes dela.

E o resultado não poderia ser outro. O único obstáculo para que uma igreja que se diz cristã aceite o homossexualismo como uma prática normal é o conceito de que a Bíblia é a Palavra de Deus, inerrante e infalível única regra de fé e prática para o povo de Deus. Uma vez que esta barreira foi derrubada - e a marreta usada para isto sempre é o método crítico e o liberalismo teológico - não há realmente mais limites que sejam defensáveis. Pois mesmo os argumentos não teológicos, como a não procriação em uniões homossexuais e a anormalidade anatômica e fisiológica da sodomia, acabam se mostrando ineficazes diante do relativismo da cultura moderna. E as igrejas que abandonaram a autoridade infalível da Palavra de Deus acabam capitulando aos argumentos culturais.

Nem todos os que adotam o método crítico são favoráveis ao homossexualismo. E nem todos liberais são a favor da homossexualidade. Mas espero que as decisões destas duas igrejas, que têm em comum a adoção deste método e a aceitação do liberalismo teológico, sirvam como reflexão para os que se sentem encantados com o apelo ao academicismo e intelectualismo da hermenêutica e da teologia liberais.

Os 10 pastores que não respeito e não admiro

Por André Sanches
Maus líderes existem aos montes dentro das igrejas. O joio está espalhado dentro da igreja como ensinam as escrituras (Mt 13. 26). Isso não é novidade para ninguém. Apesar de designar aqui o termo “pastores” a essas pessoas que citarei abaixo, não tenho a intenção de diminuir aqueles que fazem jus a esse termo tão lindo mostrado nas escrituras, e que realmente pastoreiam de coração as ovelhas do Senhor. Usei esse termo somente para facilitar a identificação dessas pessoas.
 

OS DEZ PASTORES QUE NÃO RESPEITO E NÃO ADMIRO:
 

1- O que faz do púlpito um palco de shows = A exposição da Palavra é esquecida e substituída pelo talento hollywoodiano desse pastor, que explora as mais diversas técnicas para cativar os seus expectadores, fazendo do show o protagonista do culto. Ele é a estrela e não Cristo e Sua palavra. Seu púlpito é lugar de entretenimento, de show, e não de pregação, de transmissão da voz de Deus.

2- O que explora financeiramente as ovelhas = Esse pastor é muito ambicioso e tem planos de crescimento. Porém, para a realização dos seus planos, precisa de muito dinheiro. E esse dinheiro é retirado das ovelhas, através das mais diversas técnicas de extorsão (legais) – e algumas vezes ilegais e antiéticas. Ele não liga para o que a Bíblia ensina e inventa formas de arrecadação para realizar seus sonhos megalomaníacos. As ovelhas são iludidas, exploradas e sugadas até a última gota que podem dar.


3- O que insiste em querer fazer a agenda de Deus = Um pastor que quer determinar lugar, dia e hora para Deus agir não merece meu respeito. Segunda-feira: Deus age na família; terça-feira: nas finanças; quarta-feira: Deus dá o Espírito Santo; quinta-feira: Deus faz conversões e sexta-feira: Deus liberta as pessoas de demônios. Deus agora está preso em uma agenda criada pelo homem? Para esse pastor, Deus deve adequar-se à sua programação semanal.


4- O que ilude as pessoas com amuletos, objetos ungidos e unções que não vêm de Deus = Esse pastor escraviza pessoas em crendices e superstições que não são encontradas e ordenadas na Bíblia. Desvia a fé que deveria ser unicamente no Deus soberano para objetos e unções – falsas – e extravagantes. Trabalha com a ilusão, com a ambição, com a falta de conhecimento de muitas das ovelhas que lhe ouvem. É um ilusionista do púlpito!


5- O que “profetiza” o que Deus não mandou profetizar = Usa sua influência sobre as pessoas para “profetizar” e “revelar”. Porém, não usa a Bíblia, que é a revelação e é onde se encontram as profecias de Deus para a vida de seus servos. Lança profecias das mais variadas para as pessoas. Normalmente suas profecias são absurdas e vazias, porém, a cegueira e falta de conhecimento das pessoas sobre a Palavra de Deus, abre portas para que essas “profecias” sejam cridas como verdade.


6- O que faz com que seus fieis o adorem = Ele é visto como um semideus pelos seus fieis. Ele é o poderoso, ele faz milagres e sinais acontecerem, ele é o rei e o centro dos cultos. O pior de tudo é que não faz nada para mudar essa situação, pois adora ser paparicado, adora status, adora demonstrar seu grande “poder” e ser ovacionado pela multidão. Seu prazer é ver multidões afluindo em sua direção com desejo de glorificá-lo. Não prega para pouca gente, só aparece quando tem pessoas suficientes para massagear seu ego insuflado.


7- O que usa o dinheiro das ofertas para seu próprio enriquecimento = Esse pastor-empresário é formado e pós-graduado em enriquecimento usando a igreja. Tem fortuna e bens luxuosos, tudo adquirido com a ajuda das ofertas dos membros de sua igreja e de quem mais querer ajudá-lo a “evangelizar”. Segundo ele diz, todo o dinheiro das ofertas é usado para a obra de Deus, porém, seu patrimônio o acusa. Ele engana multidões – e babacões – que bancam sua vida de ostentação e riqueza, pois não podem questionar a palavra do todo poderoso líder.


8- O que prega a teologia da prosperidade = Um pastor que diz que pobreza é maldição, que o crente verdadeiro será reconhecido pela sua prosperidade material, e outras abobrinhas sem embasamento bíblico, não merece admiração. Se a teologia da prosperidade é um câncer como alguns dizem, esse pastor é um espalhador de doenças no meio do povo.


9- O que usa versículos isolados da Bíblia para fundamentar doutrinas destruidoras = Esse pastor adora inventar doutrinas usando versos bíblicos isolados, cuja interpretação isolada, sem considerar contextos e outras boas regras de interpretação, favoreçam seus pensamentos e desejos. É um manipulador ardiloso dos textos sagrados, visando unica e exclusivamente que a Bíblia se enquadre em seus pensamentos e planejamentos.


10- O que [acha] que determina a ação de Deus = É uma piada dizer que um homem determina algo ao Todo-Poderoso, mas essa ousadia acontece. Palavras ousadas saem da boca desse pastor, que ora determinando, ordenando, exigindo que Deus faça determinadas coisas que, segundo ele, Deus tem de fazer. Coitado, não tem nem noção da besteira que faz! E o pior: ensina as pessoas a agirem também assim!


NÃO POSSO ADMIRAR E RESPEITAR PASTORES COMO ESSES!

Pastores e seus Críticos: Pastores

Pastores e seus Críticos: Pastores 
Por Gabriel Fluhrer
Com a consciência devida das responsabilidades, gostaria de aventurar-me sobre a fina camada de gelo de como os pastores devem receber – e como os membros devem oferecer – críticas. A razão pela qual eu sinto entusiasmo para fazer isto é que eu tive, nesses anos como ministro, alguns bons críticos e oro para que outros possam trazer benefícios de seus sábios conselhos. Então, irei postar algumas coisas sobre esse assunto.

Em primeiro lugar: como os pastores devem receber críticas? São inúmeros os blogs e artigos sobre esse assunto, e muito deles são úteis. Entretanto, uns podem dar a impressão de que pastores, usualmente, estão inseguros, defensivos e aterrorizados com suas críticas. Talvez muitos estejam. Mas se cremos em nossa teologia como calvinista, esses traços não devem caracterizar um pastor reformado. Além disso, não são apenas os pastores que podem ser culpados. Congregações muitas vezes não conseguem criticar seus pastores de maneiras remotamente cristãs.

Com essas coisas em mente, o pastor deve saber que irá receber críticas, não “se”, mas “quando”. Portanto, que nós, ministros, como diz a Versão Autorizada, “nos portemos como homens” e nos prepararemos para isto. Aqui estão algumas coisas para considerarmos e cingirmos nossas mentes:

1. Reconheça que, como um ministro, em primeiro lugar e acima de tudo, você é pecador. Diga a si mesmo: “Eu não tenho nada para me vangloriar diante de Deus. Eu não estou apenas habitualmente errando, mas inclinado a fazer apenas o que me afasta de sua graça maravilhosa em Cristo”. Cante com o escritor deste hino: “O meu ser é vacilante, toma-o, prende-o com amor”. Comece por aqui e você colocará o machado na raiz de sua postura defensiva.

2. O segundo resulta do primeiro: Se eu sou um pecador como a Bíblia diz que sou (e todos nós somos), de onde vem o orgulho? De onde vem a postura defensiva? Certamente é loucura achar que eu sou notável e que eu estou convencendo outras pessoas a achar que eu sou. Afinal, Deus olha o coração, e isso é uma verdade aterrorizante. Então, sabendo que meu coração é mais traiçoeiro que tudo isso, eu devo receber as críticas com os olhos do meu coração escancarados: a pessoa que traz a queixa contra mim está sendo muito benéfica, não importa o que ele ou ela diga. Ele não sabe nem metade da história. Na verdade, meu coração poderia gerar uma letra de funk que faria um oficial do BOPE carioca corar.¹ Assim, não importam as críticas, há muitas coisas piores que eu penso e com que me divirto do que o que a pessoa trouxe à minha atenção.

Lembre as palavras de Samuel Rutherford quando uma mulher o elogiou depois de um culto no Dia do Senhor: “Mulher, se você conhecesse a escuridão do meu coração, reuniria seus filhos e fugiria”. Certamente isso faria alguém se engasgar numa manhã de domingo, mas seria difícil encontrar palavras mais verdadeiras.

3. Dados os pontos 1 e 2, a terceira coisa, mesmo que pareça clichê, é ir direto a Cristo. O que isso realmente significa? Bem, vou pegar emprestado o título de uma palestra que o Dr. Ryken deu uma vez: significa que realizamos o ministério pastoral em união com o Cristo ressuscitado. Não vamos a um salvador morto, mas a um vivo, que nos ama e nos chamou para o ministério. Portanto, confesse à Ele seu orgulho e aqueça-se em sua graça. O Espírito Santo tem trazido você aqui, sua santificação nessa área é intensamente pessoal. O Deus Espírito te traz aqui e o Deus Filho te limpa!

Ministros são muito bons em serem como fariseus – parecem bons pelo lado de fora, mas dentro são cheios de todo tipo de miséria. Esqueça – Deus vê isso e nos ama de qualquer forma, em Cristo. Ele estilhaça qualquer pretensão de orgulho por lembrar que nós somos simplesmente servos de Cristo.

Coloque isso firmemente em sua mente: nosso trabalho como ministros será facilmente esquecido quando morrermos, menos por umas poucas famílias, amigos e almas que ministramos. Outro irá tomar nosso lugar. Graças a Deus, o próximo irá fazer melhor que nós! E isso será assim até Jesus voltar. Essa não é uma verdade depressiva, mas sim libertadora: já que eu não sou a soma do meu ministério, mas minha vida está escondida com Deus em Cristo, eu sou livre para trabalhar sem preocupação.

A crítica dada em amor e recebida com humildade permite aos ministros uma oportunidade tremenda de crescimento. Nos dá a oportunidade de sermos mais efetivos no avanço do reino de Cristo. E nos lembra o que realmente somos, maus como a Bíblia diz que somos. Então, vamos ouvir com atenção, pesar cuidadosamente nossas respostas e sermos gratos por críticos sábios. A seguir, examinaremos os deveres daqueles que criticam.

Pregadores e seus críticos

 
Por Brian Hedges
Pastor, você irá construir uma grande igreja, se aprender a se comunicar.
Ouvir esse sermão foi como beber água de um hidrante.
Estou tão desapontado! Eu queria que você desse a Deus toda a glória, mas você não conseguiu!
Sua pregação foi tão intelectual.
Sua pregação foi muito prática.
Você não falou o suficiente sobre justiça social.
Você falou demais sobre justiça social.
Sua pregação é só sobre condenação.
Sua pregação não foi profunda o suficiente. Dê-nos carne, não leite.

Eu já ouvi todas essas declarações, ou pelo menos recebi estes sentimentos, sobre minhas pregações. Alguns tem caído no sono durante ela. Uma mulher sacudiu a cabeça em desacordo com o que eu ensinei sobre eleição, enquanto outros argumentaram comigo enquanto eu ainda estava no púlpito. Já houve pessoas me esperando na esquina depois da igreja para discutir teologia. Alguns comentários de terceiros me informando sobre membros da igreja que não estavam aproveitando nada com minhas mensagens. Um cara me disse que se sentia como se estivesse sentado na escola (eu suponho que seja pela mensagem ter muitos pontos). Outros têm gentil e graciosamente me encontrado face a face para confessar que não têm sido alimentados.

Algumas dessas críticas me surpreendem. Algumas parecem injustas. Algumas machucam. Algumas são bem merecidas, especialmente o comentário do hidrante. Ocasionalmente algumas são descartadas, mas na verdade muitas delas colam. Todo pregador experiente poderia acrescentar algo à essa lista. Críticas pessoais são um dos perigos do trabalho do ministério cristão.

Isto também é um grande benefício. Pregadores precisam apreciar feedbacks. E precisamos deles mais do que apenas elogios (embora sejamos gratos por eles também). Não existem pregadores perfeitos. Todos nós precisamos de diálogos francos com ouvintes, tanto sobre nosso conteúdo quanto a nossa entrega. Então, não leia esse artigo como uma reclamação de uma pastor assediado e chorão que não aguenta mais. Eu não quero pessoas na minha congregação parando de me dar feedbacks críticos com medo de machucar meu ego.

Mas, tanto pregadores quanto ouvintes, tanto os que são criticados quanto os que criticam, pode haver um diálogo mais eficiente. Então, aqui estão algumas sugestões para ambos.

 

PARA OUVINTES


1. A crítica mais construtiva é dada em um contexto de amor fraternal mútuo. Em geral, essa verdade não é apenas para pregadores. Todos nós somos mais amigáveis a receber críticas quando elas vêm de alguém que nos ama e tem em mente o melhor para nós.

2. Certifique-se de que seus motivos estão corretos. Eu observo em algumas críticas um apetite doentio para um debate. Outros travam por pontos pequenos ou ilustrações. Partículas de homilética se tornam montanhas teológicas, e eu me pergunto se a pessoa sequer ouviu o resto do sermão. As melhores críticas vêm de pessoas que tem um desejo sincero de ver pessoas sendo ajudadas e Deus glorificado através de um claro ensino das Escrituras.

3. Preste atenção no timing. Aqui vão alguns casos que são usados fora de hora:
Domingo a tarde ou Segunda-Feira. Seu pastor já está exausto do final de semana. Dê a ele 48 horas de descanso antes de mandar aquele email

Domingo de manhã antes de pregar. Não confronte ele com questões sobre a pregação da semana passada antes dele subir no púlpito. Na verdade, tente não questioná-lo sobre nada. Deixe ele focar na tarefa que ele tem nas mãos.

Enquanto ele está de férias. Guarde isso pra quando ele voltar a trabalhar.

Considere, na verdade, não usar o e-mail para essas coisas. Em vez disto, agende um telefonema amigável no meio da semana ou uma saída para lanchar. Sim, isso significa conversar face a face (ou pelo menos, voz a voz). E isso também te dá tempo para pensar cuidadosamente sobre o que e como dizer e ainda oferece um local agradável para seu pastor vir com uma mente fresca para dar toda a atenção para suas preocupações.

4. Critique as coisas certas. Seu pastor não precisa que você sinalize cada falta insignificante no púlpito. O amor cobre uma multidão de pecados, incluindo imperfeições e falhas no sermão. Se você está cansado de ilustrações esportivas, ou achou que o sermão dessa semana foi um pouco maçante, deixe isso para lá. Guarde suas críticas para coisas que realmente têm importância: mau uso das Escrituras, mensagem confusa, uso de palavras e tons desnecessários ou ofensivos ou tendências de escapar da centralidade do evangelho. Sendo mais específico: se o pregador usa textos fora do contexto. Ou seu esboço deixa todos perdidos. Ou usa humor inapropriado ou faz declarações depreciativas sobre gays ou liberais. Ou sempre insiste em temas dispensáveis, ao invés de encarnação, expiação, ressurreição ou segunda vinda. Então é hora de levá-lo para tomar um café. E você deve pagar a conta.

5. Seja cuidadoso. É perigoso sentar para ouvir o ministério da Palavra de Deus com um ouvido crítico. Se você não observar seu coração, irá empobrecer a sua alma. Procure defeitos no sermão e você os encontrará. Mas não desenvolva uma mentalidade crítica. Em vez disso, venha adorar com os olhos abertos e os ouvidos atentos para a Palavra do Deus Vivo.

 

PARA PREGADORES


1. Leve as críticas a sério. A maioria das críticas tem um fundo de verdade. Seu trabalho é encontrá-las. Talvez não esteja sendo claro o suficiente. Talvez o sermão tenha sido muito longo, ou com muito conteúdo, ou foi muito em cima da cabeça das pessoas. Spurgeon, outrora, lembrou seus alunos que o Senhor comissionou a Pedro para alimentar suas ovelhas, não girafas. Seja qual for a crítica, dê a ela alguma atenção. Você irá aprender algo.

2. Não se leve tão a sério. Mantenha seu senso de humor saudável. Se você realmente se atrapalhou e alguém lhe disse, relaxe. Você terá outra chance domingo que vem.

3. Trate suas críticas com outros. Nenhum de nós é imparcial quando se trata de nossos próprios sermões. É provável que nós mesmo ignoremos a crítica, ou vamos descartá-la levianamente, ou achá-la muito dura, ou ficar na defensiva ou entender tudo errado. Mas, se seu ouvido está em sintonia com a sua fala, você vai ser mais propenso a ouvir o que você deve e responder com humildade de sabedoria.

4. Procure críticos sensatos. Spurgeon dizia: “Um amigo sensato que não lhe poupe crítica semana após semana, ser-lhe-á bênção maior do que mil admiradores sem discernimento, se você tiver bom senso suficiente para aguentar aquele tratamento, e graça suficiente para ser-lhe agradecido.” Ele passou a falar de um “crítico anônimo de grande capacidade”, ele lhe enviava listas semanais com palavras pronunciadas e outros deslizes do discurso. Spurgeon nunca soube a identidade de seu revisor anônimo, mas ele passou a apreciá-lo.

5. Nunca esqueça a tarefa que foi dada a nós. Pregar pode ser seu trabalho, mas isto não é sobre você. É sobre a glória de Deus, a magnitude de Jesus, a beleza da cruz, o poder da ressurreição e o poder transformador do Espírito Santo através da Palavra. É sobre fazer santos e converter os perdidos. Pregar é um grande privilégio e vale a pena cada gota de esforço que você gasta no aprendizado para fazê-lo cada vez melhor. Parte deste esforço é aprender com nossos críticos.

E ainda mais uma coisa: se você tiver a oportunidade de sentar para tomar um café ou lanchar com um crítico para discutir seu sermão, certifique-se de pagar a conta

Cristãos críticos que criticam cristãos críticos (Festival Promessas)

Por Mauricio Zágari
O polêmico Festival Promessas, que levou alguns artistas gospel à telinha da Globo, causou um grande debate entre três segmentos de cristãos: os que viram nisso uma grande coisa, aqueles que consideraram o evento irrelevante e os que viram no programa um mal. A despeito da posição de cada um sobre o show, um aspecto do debate entre os prós e os contras chamou atenção: a questão da CRÍTICA.
Uma das principais críticas dos que criticaram quem criticou o espetáculo da Globo é que os críticos…foram críticos. Ou seja: para defender seu ponto de vista são incontáveis os cristãos que adotaram discursos na linha “tem gente que só critica e não faz nada” ou “como pode alguém criticar quem está fazendo algo?” e por aí vai. Diante disso, surgem diversas perguntas: qual deve ser a relação entre o cristão e a critica? De fato quem critica não faz nada? É pecado criticar? Criticar é murmurar? Criticar representa rebeldia? Crítica é algo diabólico? Enfim, há um rosário de assuntos que podem ser debatidos sobre o tema. Mas eu pretendo mostrar até o fim deste texto que se criticar fosse um grande mal, o próprio Deus Pai, Jesus, os apóstolos, a Igreja primitiva, os reformadores e outros cristãos sérios seriam, imagine você, seres malignos. O que simplesmente não é verdade.
Esse ensinamento de que a crítica é algo ruim vem sendo ensinado aos evangélicos que não têm senso crítico por alguns pastores que… não querem ser criticados. Um exemplo famosíssimo (a gravação está no Youtube, para quem quiser ouvir) é o de um conhecido telepastor, dono de uma editora e outras mídias, que prega a Teologia da Prosperidade e lançou uma campanha para arrecadar milhões do povo prometendo “unção financeira” a quem doasse dinheiro a sua organização – dinheiro que, até onde foi divulgado, serviu para ele comprar um jato particular. Na gravação, esse empresário-pregador solta essa pérola: “Quem critica não faz nada. Você conhece alguma obra de crítico? Você conhece alguma coisa que crítico construiu? Geralmente crítico é um recalcado que tem dor de cotovelo do sucesso dos outros”.
Quando um homem influente como esse lança esse tipo de discurso ao cristão que não tem muita capacidade de discernimento, a ideia soa como sendo uma verdade quase bíblica. Por exemplo: depois que publiquei no APENAS semana passada o post Festival Promessas e a guerra de opiniões e fui atacado por todos os lados por muitos críticos ao que escrevi (como mostrei no post seguinte, Festival Promessas: um raio-x da igreja brasileira), li nos comentários do blog mais pérolas que versavam sobre o fato de alguém criticar outro. Só que, desta vez, vindas de irmãos que apoiam o evento da TV Globo. Pérolas como estas:
“Realmente vivemos em um mundo onde os críticos cristãos também querem se engradecer por isso utilizam das críticas para fazerem seu nome.”
“é complicado,,tem pessoas que não tem,a vontade de realizar ,um culto de rua,e quando outros pracura fazer alguma coisa ,só sóbra criticas,,,faiz alguma coisa ,não perde tempo criticando
“Essa galera não faz nada pra anunciar o evangelho e critica quem faz”.
“Que lamentável essa sua posição! Você, ainda, tem coragem de criticar os irmãos que se ofenderam uns aos outros por causa disso?”
“É mais facil criticar e desqualificar os que o fazem”.
“Reclamava-se tanto que sempre a Globo ou outras emissoras não davam espaço para o Evangelho e quando se chega lá ainda criticam??”
CRITICAR ISSU É REDUNDANTE E HIPÓCRITA.”
“INFELIZMENTE TIVE O DESPRAZER DE CONHECER ESTE BLOG, É MAIS UM DE MUITOS, DOS CRITICOS DA IGREJA, –QUE FICARÃO — CRITICANDO, ENQUANTO JESUS SOBE COM A SUA NOIVA.”
“Prefiro ir e dar de graça o que recebi a permanecer sentado criticando quem realmente está fazendo a obra de Deus.”
“OS VERDADEIROS CRISTÃOS ESTÃO NAS RUAS (…) NÃO PERDENDO TEMPO EM ESTATOS E EM CRÍTICAS“.
“O tempo que você perde criticando, é o mesmo que poderia estar edificando”.
Chamam especial atenção as duas últimas frases, pois a penúltima dá a entender que criticar é perda de tempo e a última desassocia a crítica à edificação, como se fossem antagônicas. O que é interessante nesse debate é que a “famigerada” crítica é apontada como algo menor, pecaminoso, diabólico; e os críticos, naturalmente, só podem ser pessoas mal-intencionadas, frustradas, “recalcadas”, que não ajudam em nada. O tom dos comentários deixa claro que, aos olhos de muitos, ser crítico, ou seja, ter senso crítico no universo cristão, é desqualificador, sintoma de inveja, de apatia, de inoperância ou de qualquer coisa do gênero. Quando, em sua raiz etimológica, criticar significa uma atitude nobre: pelo dicionário, “criticar” significa “analisar, fazer uma apreciação”, “examinar com atenção”).
Aliás, se minha Bíblia não estiver errada, “examinar com atenção” (sinônimo, segundo o dicioário, de “criticar”) é exatamente o que os crentes de Bereia faziam e que lhes mereceu o seguinte elogio de Lucas em Atos 17.11: “Os bereanos eram mais nobres do que os tessalonicenses, pois receberam a mensagem com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo“. Sim, os bereanos foram chamados de “nobres” por serem muito críticos. Que coisa…
O que o cristão crítico que critica quem critica talvez não saiba é que seu tipo de pensamento é resultado de uma enorme ignorância bíblica e histórica. Pois, em especial no caso do Cristianismo, se não fosse a crítica a banda séria e sólida da Igreja hoje talvez nem existisse. Os críticos vêm ajudando a manter a doutrina sã ao longo dos séculos, a preservar a ortodoxia cristã e a purgar os erros cometidos pelo meio da jornada. E mais: se você desmerece alguém por ser crítico, lamento informar, você está desmerecendo o próprio Deus.
“Ahn?! Tá maluco, Zágari! Se crítica é algo diabólico, como Deus pode ser crítico?”. Vamos então aos fatos – antes que aqueles que não leem posts inteiros e já saem criticando sem ter lido tudo comecem cantilenas desmerecendo argumentos – para, sem entrar pelo mérito da opinião pessoal e do achismo, fazer o que todo cristão deveria fazer: olhar para a Biblia e a História da Igreja. E deixemos não que Mauricio Zágari fale, mas sim passemos a palavra ao testemunho das Escrituras e da História:
NA BÍBLIA
Deus Pai é logo de cara o primeiro a fazer inúmeras criticas relatadas nas Escrituras. Em Gênesis 3, Ele critica Adão, Eva e até Satanás por suas atitudes. Depois critica Caim pela morte de Abel. Em Gn 6.3, o Criador critica a humanidade e a chama de “carnal”. Os séculos passam e Deus segue criticando. A crítica que Ele faz aos habitantes da Terra no episódio do Dilúvio dispensa comentários. Na ocasião do Êxodo, o Todo-Poderoso disse que seu próprio povo eleito, Israel, era formado por gente de “dura cerviz”, ou seja, “teimosa”, “intransigente”. Também mandou seus profetas criticarem atitudes de sacerdotes, reis, religiosos, homens e mulheres comuns. Alguém que conheça um pouquinho de Bíblia verá que Jeová, o Construtor do universo, criticou muito – em especial os desobedientes. E aí eu penso nas palavras do telepastor: “Você conhece alguma obra de crítico? Você conhece alguma coisa que crítico construiu?”. Hmmm…o universo, talvez?
Os profetas, então, eram críticos em tempo integral. Jeová mandava um recado e lá ia uma crítica a Jezabel, Davi ou qualquer outro que estivesse em pecado ou cometendo erros. Natã não usou meias-palavras ao criticar o que Davi fez com Urias e Bateseba. Elias dava boas cajadadas. Imagine então Eliseu, que tinha porção dobrada. Sim, o ofício profético no Antigo Testamento fazia do profeta um crítico em tempo integral. Estão aí Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel e outros que não me deixam mentir. E o maior dos homens nascidos de mulher (Mt 11.11), João Batista, era tão crítico que Herodias disse a sua filha que pedisse a Herodes a cabeça do profeta, de tanto que ser criticada lhe incomodava (aliás, uma atitude muito comum a quem é criticado: pedir a cabeça de quem o critica).
Então penso em tudo o que os profetas fizeram a mando de Deus e me voltam à mente as palavras do telepastor: “quem critica não faz nada”. E me pergunto: será mesmo que argumentos como “você não faz nada, só critica” têm fundamento? Pois a crítica em si, do ponto de vista bíblico, já é fazer muita coisa! Ou “enquanto eles estão lá fazendo a obra você só sabe criticar”, pois muitas e muitas vezes uma crítica bem feita e bem posta pode gerar muito mais frutos para o Reino de Deus do que subir num palco e cantar meia-dúzia de músicas. Ou ficar pedindo dinheiro na TV.
Mas continuemos na Bíblia. Surge em Israel um homem chamado Jesus de Nazaré. Ele criticou escribas. Criticou fariseus. Criticou saduceus. Criticou publicanos. Criticou Pedro quando o apóstolo quis demovê-lo da ideia de ir à Cruz. Também criticou os apóstolos por serem “homens de pequena fé” na ocasião da tempestade no mar. Criticou aqueles que só amam aqueles que os amam. Criticou os hipócritas que dão esmola alardeando o fato ou oram aos berros para chamar a atenção. Criticou os gentios que se preocupavam com o que haveriam de vestir, comer ou beber. Criticou os que reparam o argueiro no olho do irmão, porém não reparam na trave que está no seu próprio olho. Criticou os falsos profetas, que se apresentam disfarçados em ovelhas, mas que por dentro são lobos roubadores. Criticou os que praticam a iniquidade. Criticou aqueles que viessem a negá-lo diante dos homens. Criticou quem ama seu pai ou sua mãe ou seu filho mais do que a Ele. Criticou quem não toma a sua cruz e vem após Ele… e poderíamos prosseguir numa lista interminável, mas vou parar no capítulo 10 do evangelho segundo Mateus (sim, todas as críticas mencionadas acima estão em apenas 10 capítulos. Imagine se eu prosseguisse até o capítulo 28 e continuasse por Marcos, Lucas e João). É, meus amigos que criticam os críticos: Jesus foi um crítico infatigável. Mas… segundo o tal telepastor, um dos mais influentes do país, “geralmente crítico é um recalcado que tem dor de cotovelo do sucesso dos outros“. Hmmmm…
Nas cartas às igrejas de Apocalipse o desfile de críticas de Jesus continua. A igreja de Éfeso foi criticada por ter abandonado o primeiro amor. A de Pérgamo recebeu criticas por haver entre eles “os que sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição”. A de Tiatira foi criticada por tolerar que uma tal Jezabel “seduza os meus servos a praticarem a prostituição e a comerem coisas sacrificadas aos ídolos”. Os cristãos de Sardes foram criticados por Jesus não ter achado íntegras as suas obras na presença de Deus… preciso continuar?
Se você ainda não está convencido da verdade, vamos às epístolas. Caso não saiba, a grande maioria delas foi escrita como forma de criticar atitudes erradas que vinham sendo adotadas nas igrejas a que foram destinadas, com o objetivo de instruir os cristãos e de consertar os erros. Que, aliás, deve ser a finalidade de toda crítica. O apóstolo João escreveu suas três epístolas para combater um grupo de cristãos hereges chamados gnósticos e ele os critica duramente: “Mas todo espírito que não confessa Jesus não procede de Deus. Esse é o espírito do anticristo acerca do qual vocês ouviram que está vindo, e agora já está no mundo“.
Em Colossenses, Paulo critica os falsos mestres que tentavam combinar elementos do paganismo e da filosofia secular com as doutrinas cristãs, induzindo a um relativismo religioso. Em Filemon, ele critica a falta de perdão. Em Romanos, tece muitas críticas, entre elas à dureza do coração, a desobediência à verdade, à hipocrisia, à adoração de ídolos. Em 1 Timóteo, o apóstolo critica o excesso de eloquência em detrimento da busca do Senhor. E quem acha que nas epístolas Paulo não critica pessoas, em Gálatas o foco está nos judaizantes, criticados por afirmarem que os gentios, para serem salvos, tinham que ser circuncidados e guardar todas as leis de Moisés.
A carta de 1 Coríntios é um caso à parte, tantas são as críticas que Paulo faz, a título de instrução. Ao mau uso dos dons, à imoralidade sexual, às pessoas que celebravam a Ceia do Senhor de modo equivocado e por aí vai. Merece especial atenção 2 Coríntios, em que Paulo critica veementemente os falsos mestres que buscavam enganar os cristãos da igreja, afastando-os dos verdadeiros propósitos do Evangelho. Já Tiago metralha críticas: ao formalismo, ao fanatismo, ao fatalismo, à crueldade, à falsidade, ao partidarismo, à maledicência, à jactância e à opressão. Judas, por sua vez, critica os mestres imorais e as heresias da época.
NA IGREJA PRIMITIVA
Por falar em heresias, havia muitas delas no seio da Igreja nos primeiros séculos da era cristã. Saiamos agora das Escrituras e vamos para a História. Naquela época surgiram grupos como ebionitas, maniqueus, marcionitas, montanistas, donatistas, gnósticos, sabelianistas, apolinaristas, nestorianos, eutiquianos e muitos outros. Todos se apresentavam como seguidores de Cristo, mas pregavam teologias diferentes, em especial quanto à essência de Jesus e a sua relação com o Pai e o Espírito Santo. Contra eles levantaram-se em diferentes épocas muitos e muitos cristãos ortodoxos, sérios, que passaram a defender a são doutrina contra os hereges. E, adivinha só: eles os criticavam duramente, em tratados, cartas e outros textos. Ou seja, se não fosse pelo aguerrido senso crítico dos apologetas da Igreja primitiva muitas heresias teriam tomado conta do seio da igreja. Você enxerga alguma com com nossos dias?
E assim foi pelos séculos. Atanásio criticou duramente Ário por suas posições teológicas no Concílio de Niceia. Agostinho (considerado o maior teólogo da história do Cristianismo) criticou Pelágio por desqualificar a graça na salvação. Lutero (o homem sem o qual não existiria a Igreja evangélica) criticou Roma por todos seus descalabros, o que acabou deflagrando a Reforma Protestante.
Sim, caros críticos que criticam os críticos: a crítica e a Igreja sempre andaram de mãos dadas e em harmonia.
EM NOSSOS DIAS
Há em nossos dias heresias surgindo a cada esquina. Pastores-poetas que inventam que Deus não interfere nas tragédias, pastores emergentes que dizem que Jesus é desnecessário para a salvação, Unções de 900 reais, Teologia da Prosperidade, G-12, Liberalismo Teológico e outras agressões à Palavra de Deus. Fora as atitudes não teológicas, como mercantilização da fé, a criação de celebridades gospel e outros problemas mais.
Diante disso, a pergunta que fica é: devemos abandonar o senso crítico? Devemos parar de criticar o que está errado? Devemos ficar passivos, vendo a banda passar e não fazer nada? Devemos dar ouvidos às besteiras ditas pelos telepastores que não querem ser criticados? Não. Devemos nos posicionar. Temos como exemplos de Jeová aos teólogos modernos (como Alister McGrath, que escreveu O Delírio de Dawkins, criticando o ateísmo de Richard Dawkins). Se a Igreja que ama Cristo, ama a Bíblia e ama a Igreja se calar, a situação ficará ainda pior do que está hoje. Há uma heresia? Critiquemos. Há um abuso dentro da igreja? Critiquemos. Há celebridades enganando o povo de Deus? Critiquemos. É bíblico e historicamente correto.
E COMO CRITICAR DE FORMA A CONSTRUIR?
Mas há uma ressalva: toda crítica tem que ser feita de modo cristão, bíblico. Se formos agir como o mundo não seremos melhores do que ele. Não seremos sal nem luz e é melhor que sejamos lançados fora para sermos pisados pelos homens. Nunca devemos criticar como o mundo critica: com agressões, ofensas, xingamentos, gritarias, ad hominems, argumentos equivocados ou ataques. Devemos seguir os passos do Mestre. Ser mansos e humildes de coração. Devemos criticar como se cada crítica fosse um tijolo posto para erguer uma catedral e nunca como se fosse uma marretada para derrubar paredes. Nosso papel não é esse: temos de ser diferentes. Temos de ser admirados pelo mundo por criticarmos sem ofender e sem dar na cara de ninguém. Temos de andar na contramão do mundo.
Infelizmente, há em alguns setores no meio cristão aqueles que acreditam que crítica é algo diabólico. Já mostrei que não é. Infelizmente, há em alguns setores no meio cristão aqueles que acreditam que crítica é atacar e ofender. Também não é. Criticar é apontar erros com educação. É examinar com atenção e emitir pareceres refletidos. Pois em tudo o que vimos acima, uma coisa fica clara: a crítica deve servir para melhorar as coisas, aproximar as pessoas, construir um mundo mais cristão e, em última (para não dizer primeira) análise, para a glória de Deus.
“Quem critica não faz nada. Você conhece alguma obra de crítico? Você conhece alguma coisa que crítico construiu? Geralmente crítico é um recalcado que tem dor de cotovelo do sucesso dos outros”.
E você, continua acreditando nisso?
Paz a todos vocês que estão em Cristo.