domingo, 7 de julho de 2013

A importância de um pastor


Por Maurício Zágari

De uns tempos para cá, muito tem se falado sobre como pastores são desnecessários. Que com o sacerdócio universal dos santos o ministério pastoral tornou-se um desvio, um anacronismo descartável. Pastor de tempo integral? Não precisa, dizem. Basta ter um “irmão mais experiente na fé” que nos ajude na caminhada e está tudo certo. Entendo as causas desse fenômeno, típico do século 21, mas sou obrigado a discordar dele. A verdade é que escândalos públicos envolvendo pastores fizeram essa “categoria” cair em descrédito. Quem antes era reverendo hoje é suspeito até que se prove o contrário. E, para muitos, é melhor matar o corpo todo do que amputar um dedo gangrenado. Então, na dúvida, cortem a cabeça do ministério pastoral institucional. Só que isso é pecar pela generalização e descartar o que Deus não descartou.

Tomo como parâmetro meus três pastores. São homens tementes a Deus, comedidos com dinheiro, que tratam as ovelhas de modo extremamente amoroso – seja disciplinando, seja restaurando. São pessoas verdadeiramente vocacionadas, homens de Deus visivelmente preparados para desempenhar suas funções eclesiásticas. Sacerdotes que, mais do que julgar o erro alheio e punir pecadores, como verdadeiros cristãos que são se preocupam com o que Jesus de fato se preocupou: não condenar pessoas,  mas conduzi-las ao Céu.
Recentemente, enfrentei um processo pessoal muito difícil. E meu pastor foi essencial para que eu me mantivesse de pé. Testemunhei da primeira fila a diferença que alguém que exerce o ministério por um real chamado divino é capaz de fazer na vida de uma pessoa. Devido a esse processo tinha perdido o ânimo de escrever no APENAS, como já relatei aqui. Abandonei o blog, por crer ter pouco a oferecer e muito a aprender. Mas foi meu pastor quem me incentivou a prosseguir. Sei que vou escrever menos, pois, hoje, minhas atenções estão bem mais distantes da Internet. Mas voltar a escrever aqui  é a cereja do bolo daquilo que devo a meu pastor.

Nesse período da minha vida, vi amor em quem poderia adotar aquela postura carrasca que vemos em muitos pastores com mais notoriedade. Sim, meus pastores são anônimos, você possivelmente nunca ouviu falar deles. Mas, de dentro de seu anonimato, fizeram mais pela minha alma do que todos os pastores famosos juntos. Vi compaixão e um interesse legítimo de cuidar das ovelhas. Vi meu pastor ligar de outro país para saber como eu estava. Vi esperança para o tão criticado ministério pastoral. E que ninguém fale mal de meus pastores ou de sua atividade tão claramente estabelecida por Deus quando eu estiver por perto, pois serei sempre um defensor ferrenho. Por pura gratidão e por reconhecimento daquilo que é feito por tão visível chamado divino.

Esse processo pelo qual passei me fez repensar muitas, muitas coisas. Entre elas, notei, para minha surpresa, que me sinto mais tolerante. Percebi que não me chateio mais com quem critica a figura do “pastor institucional”. Depois de tudo o que enfrentei e de ter visto a diferença que um pastor de verdade faz em nossa vida espiritual, o que sinto por quem abdica do privilégio de ser pastoreado é, confesso, um pouco de pena – e espero que ninguém se ofenda com isso. Possivelmente o crítico é alguém que teve experiências ruins com maus pastores, que foi magoado por sacerdotes mal preparados, foi ferido ou ignorado por ministros do Evangelho sem entendimento do amor de Deus. Se é o seu caso, meu irmão, minha irmã, minha oração é que encontre bons pastores. Aqueles que deixam as 99 ovelhas no aprisco em busca da única perdida. Que cumprem com modéstia seu chamado. Que amam a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.  Efésios 4.11 menciona que “Deus deu uns para pastores”, logo, existem os verdadeiramente chamados para isso. E menosprezá-los seria culpar quem Deus não culpa.  Meus pastores, afirmo, não são “irmãos mais experientes na fé”. São PASTORES, no sentido mais estrito e bíblico da palavra.

Vivi na pele a importância de ter um bom pastor. Que, mais do que um juiz ou um déspota, é um pai. E, como tal, disciplina quem ama, se for o caso. Oferece o abraço, se for o caso. Dá orientações bíblicas e aponta caminhos, se for o caso. E – em todos os casos – tem sempre uma única preocupação em mente: conduzir cada ovelha que lhe foi confiada por desígnio divino no caminho do Céu.

Saiba que seu pastor é seu aliado. Se ele não é perfeito… e daí? Você é? Pastores têm o direito de errar, dê um desconto. São humanos. E não super-humanos. Pastores pecam tanto quanto você e são perdoados por Deus tanto quanto você. O que não faz deles menos pastores. Portanto, não menospreze um bom sacerdote. Se o seu não é “bom” e você não reconhece nele autoridade, busque outra igreja e outro pastor, isso não é pecado. O importante é você ter um homem vocacionado por Deus para zelar por sua alma.

Hoje, mais do que nunca, sei o quanto um pastor é importante em nossa vida. Se deixarmos de lado a puerilidade ou o senso de rebeldia característico da era pós-moderna e reconhecermos nos homens verdadeiramente chamados pelo Senhor para o sacerdócio pessoas confiáveis, teremos à disposição instrumentos maravilhosos de Deus para nos auxiliar em nossa pedregosa caminhada nesta terra.

Sou grato a Cristo pelos pastores que tenho. Homens que me abençoaram e me abençoam enormemente. E oro a Deus todos os dias por eles, em gratidão. Pois só o Senhor sabe como foram importantes nas minhas crises passadas, na minha vida hoje e no futuro da minha jornada. Muitas vezes sem que eles nem ao menos soubessem: por uma palavra, uma orientação em gabinete, uma visita ao hospital (no meu caso, mais de uma), uma pregação, longas conversas, um abraço dado no momento certo.
Ame o seu pastor. Pois o fato de você ter um pastor é uma das provas de que Deus te ama.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício

04 coisas que um pastor não foi chamado para fazer.



Por Renato Vargens

A missão do pastor é glorificar a Cristo através da pregação do Evangelho de Deus. Os pastores foram chamados e vocacionados pelo Eterno para anunciar a única coisa capaz de transformar o coração dos homens que é a Boa Nova da Salvação Eterna. Todavia, os dias são dificeis e lamentavelmente muitos daqueles que deveriam ocupar o seu tempo pregando Cristo, envolveram-se em missões alternativas jogando na lata do lixo aquilo que nos é mais precioso.

Diante disto, de forma prática e objetiva gostaria de enumerar 04 coisas que o pastor não foi chamado para fazer:

1- O pastor não foi chamado por Deus para promover uma agenda politica.

Caro leitor, não acredito em messianismos utópicos, nem tampouco em pastores especiais, que trocaram o santo privilégio de ser pregador do evangelho eterno por um cargo público qualquer. Por favor, preste atenção: Não estou com isso afirmando de que o crente em Jesus não pode jamais concorrer a um cargo público. Tenho convicção de que existem pessoas vocacionadas ao serviço público, as quais devem se dedicar com todo esmero a esta missão. No entanto, acredito que o fator preponderante a candidatura a um cargo qualquer, deve ser motivada pelo desejo de servir o povo e a nação, jamais fazendo do nome de Deus catapulta para sua projeção pessoal. Agora, se mesmo assim o pastor desejar candidatar-se, (o que acho uma grande loucura) que deixe o pastorado, que não misture o santo ministério com o serviço público, que não barganhe a fé, nem tampouco confunda as ovelhas de Cristo com o gado marcado para o abate. Que não comercialize aqueles que o Senhor os confiou, nem tampouco se locuplete do nome de Deus a fim de atingir seus planos e objetivos.
2- O pastor não foi chamado pra criar um movimento religioso cujo objetivo é eleger o presidente da república.

Lamentavelmente não são poucos os movimentos eclesiásticos que surgem a cada dia neste país com objetivo principal de eleger um presidente da república "cristão". A missão do pastor não é organizar eventos em prol de um candidato a presidência da nação, e sim proclamar intrépidamente o Evangelho de Cristo, mesmo porque, o que muda e transforma o homem e seu país não é a pactuação politica partidária com candidato a ou b, o que muda uma nação é a compreensão do maior tesouro de todos os tempos, a maravilhosa mensagem da cruz.
3- O Pastor não foi chamado a envolver-se exclusivamente com movimentos sociais que combatem a fome, a violência e outras coisas mais.

Prezado amigo, por mais que seja lícito e louvável envolver-se com os problemas da cidade o pastor não foi chamado para envolver-se exclusivamente com ONGS, OSCS e instituições afins. O pastor não foi chamado por Deus para fazer protestos politicos e públicos em prol da paz ou da sociedade civil. O ministro do Evangelho foi vocacionado por Cristo, para pregar Cristo, anunciar Cristo e a Salvação em Cristo.

4- O pastor não foi chamado para dedicar seu tempo pregando o Evangelho da libertação e exclusão social.

Infelizmente não são poucos os pastores que gastam seu tempo pregando um evangelho cuja única premissa é saciar a fome do pobre. Ora, o Evangelho é mais do que isso, é anunciar Cristo, é pregar Cristo, é chamar o pecador ao arrependimento dos seus pecados. O problema é que em nome de uma claudicante espiritualidade, oferta-se ao pobre o pão que sacia a fome do corpo negando-lhe entretanto, o pão que desceu do céu. A pregação do Evangelho não nega o pão ao faminto, mas também não abre mão de pregar Cristo como único e suficiente Salvador.

Isto posto, faço minhas as palavras de Paulo que pouco antes de morrer disse ao seu jovem discipulo Timóteo: "Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério." 2 Timóteo 4:1-5

Pense nisso!