segunda-feira, 15 de julho de 2013

Ouvindo sermões como satanás!


Por Josemar Bessa
 
Martinho Lutero foi um dos grandes pregadores de todos os tempos. Ele explicou a necessidade crucial da pregação:

“Porque heresias ameaçaram a mensagem apostólica e viva, ela tinha que ser registrado em um livro para protegê-la de falsificação. A pregação traz de volta a cada dia este processo de conservação novamente, permitindo que as Escrituras do passado se tornem a notícia do presente. . .”

Agora, como ouvimos a pregação da Palavra?

O famoso pregador galês, Christmas Evans, uma vez descreveu vividamente como ele imaginava que Satanás ouviria um sermão estando presente no culto:

“A maneira em que um homem ouve o Evangelho é uma amostra do estado do seu coração, de seus afetos, de seus desejos, de sua natureza.

Se tivéssemos que supor que Satanás entrasse na congregação, que tipo de ouvinte ele seria? Ele é o inimigo inveterado de toda a verdade, de toda justiça, de toda piedade, da santificação da alma, devoção, afeto espiritual... Se um dia então, em forma humana, ele tomasse o seu lugar entre os ouvintes do evangelho eterno, podemos imaginar que, a fim de irritar tanto quanto possível, ele iria tomar o seu lugar em um local visível, quer no âmbito do púlpito e diante dos olhos de todos. E então mostraria seu descontentamento se o pecado estivesse sendo confrontado e a santidade de Deus sendo exaltada. Estaria ansioso para se proteger contra a menor indicação de ser tocado pela pregação, se ela não expressasse os desejos e condições do coração caído e do pensamento do mundo.

Não sendo assim, acharia duro, desagradável. Não haveria um traço de convicção, submissão, paz e alegria que devem aparecer num coração que está em acordo com a verdade e não que a pregação se acomode ao ego humano.
 
Ele mostraria sua carranca, contrairia as sobrancelhas e sacudiria a cabeça mostrando a sua desaprovação ao Evangelho ouvido. Essa é a disposição diabólica ouvindo um sermão voltada apenas em proclamar a Verdade de Deus não amada num mundo caído. Tal, digo eu, seria o comportamento do arqui-inimigo como um ouvinte da Palavra de Deus. Mas não temos muitos que carregam o nome de cristãos que se comportam diante da proclamação da verdade exatamente assim? Achando-a dura, sem amor...?”

Que imagem você pinta de você mesmo quando sentado sendo visto do púlpito? Você está completamente  centrado como um ouvinte militando no desejo de que sua alma seja beneficiada pela verdade eterna, ou contrariado, achando a verdade dura demais, desejando apenas um pouco de auto-ajuda, psicologia, dicas para o sucesso em vária áreas de seu interesse...? Você está interessado no propósito eterno de Deus para sua alma, bem como tem uma postura a fim de também beneficiar outros que estão ouvindo, o pregador... ou mostra seu descontentamento com a verdade?

O pregador vê você suspirando, franzindo as sobrancelhas, balançando a cabeça... quando certas verdades são pregadas?

É uma coisa difícil e dolorosa pregar com o diabo sentado na fila da frente, mas a tarefa do pregador da verdade não é – antes de tudo – agradar os ouvidos da congregação com suas fantasias, mas alcançar o coração com as verdades de Deus.

Paulo sabe que há muitas distrações e muitos obstáculos e tentações nesta proclamação. E então ele diz aos pregadores: "Prega a palavra."  E ele diz como:

"Conjuro-te";

"Na presença de Deus";

"E de Cristo Jesus" (Pai e Filho têm uma grande preocupação nesta matéria);

"Que há de julgar os vivos e os mortos" (alicerces são levantados para a vida e a morte, e para além da vida e da morte para o julgamento final – essa é a razão da pregação.)

Este é um peso extraordinário. Isso deve significar que o ministério da pregação tem muito a ver com o que acontece na revelação de Cristo em glória. Onde o pregador será chamado a prestar contas. Como muitas pessoas estavam reagindo a pregação da verdade naquela congregação? Alguns “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” - 2 Timóteo 4:3,4

Isso é o que a aparição de Cristo e de seu reino irá revelar.

Ouvindo em Casa

 
Por Tedd Tripp

Quão bem você se comunica? A maioria de nós dará uma resposta tendo em vista nossa habilidade de apresentar nossos pensamentos e ideias de uma forma convincente. No entanto, gostaria de sugerir que a mais fina arte da comunicação em nossa vida familiar não é o expressar de nossas ideias. É entender os pensamentos e as ideias de outras pessoas na família.

Este é um tema recorrente no livro de Provérbios. "O insensato não tem prazer no entendimento, senão em externar o seu interior". (Provérbios 18:2). A preocupação de um tolo em uma conversa é colocar para fora o que está dentro dele. Mesmo quando não está falando, ele não está realmente ouvindo. Ele está formulando o que dirá em seguida. Seu próximo voleio na conversação não é devolver a bola que você passou, mas passar uma nova bola.

Todos nós já fomos tolos em nossas conversas. Anos atrás, tive uma conversa com meu filho antes de dormir. Eu tinha que dizer algo. Ele logo percebeu que teria que ouvir. No final do meu monólogo, eu disse: "Bom, fico feliz que tivemos essa oportunidade de conversar. Eu vou orar e depois você pode dormir". Depois de alguns minutos, ele bateu na porta do meu quarto: "Pai, você disse que ficou feliz que nós tivemos uma boa conversa. Eu só quero ressaltar que eu não disse nada". Eu fui um tolo naquela noite. Eu poderia ter tido uma verdadeira conversa. Poderia ter feito boas perguntas. Tudo o que queria dizer poderia ter sido dito em um contexto de fazer meu filho falar abertamente. Ao invés disso, não encontrei prazer algum em compreendê-lo; eu estava interessado apenas em expressar a minha opinião.

Um próximo versículo em Provérbios 18 observa, "Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha" (versículo 13). O tolo responde sem ouvir verdadeiramente, sem levar em consideração ou pensar com atenção. Ter pressa em falar é vergonhoso. Quando não ouvimos, demonstramos uma consideração mínima pelas palavras das pessoas e uma consideração máxima pelas nossas.

Os pais geralmente respondem antes de ouvir. Sua filha começa a lhe fazer uma pergunta, mas você a interrompe:

"Eu sei o que você vai perguntar. A resposta é 'não'".

"Mas, pai," ela responde.

"Qual parte do 'não' você não entendeu?".

 

"Mas, pai, eu nem fiz minha pergunta"


"Você não precisa fazer sua pergunta. Sou seu pai, eu sei o que você vai dizer antes de falar".

Minha filha nunca sai de um diálogo desses agradecida por ter um pai que pode ler mentes. Ela se sente irritada. Ela se sente impotente diante do meu capricho. Talvez eu tenha até quebrado o princípio de Efésios 6:4: "Pais, não provoqueis vossos filhos à ira".

Observe a virtude de ouvir citada em Provérbios 20:5: "Como águas profundas, são os propósitos do coração do homem, mas o homem de inteligência sabe descobri-los". Os objetivos e as motivações do coração humano não são descobertos com facilidade. A paciência, competência e habilidade de uma pessoa compreensiva são necessárias para trazer à tona essas águas profundas.


Várias nuances da importância de ouvir são refletidas nesses versículos. Provérbios 18:2 coloca a prioridade sobre onde encontramos prazer em nossas conversas. O sábio se deleita em compreender a pessoa com a qual está falando. Provérbios 18:13 enfatiza que devemos desacelerar para que possamos responder tendo plena compreensão do que está sendo dito. Provérbios 20:5 focaliza a escuta ativa. Ouça o que está sendo dito e o que não está sendo dito e faça perguntas que trazem à tona as águas profundas de dentro do coração.

A vida familiar floresce com a escuta atenciosa. Demonstramos respeito pelos outros quando os escutamos. Quando ouvimos, afirmamos: "Eu valorizo você e o que você está dizendo; valorizo tanto que farei o que puder para facilitar a sua comunicação. Acredito que o tempo que dedico a ouvir é um bom investimento. Ouvirei e encontrarei alegria em compreender o significado e a intenção de suas palavras".

A escuta ativa fortalece os relacionamentos. Esposas, filhos e maridos desejam ser compreendidos. O que mais, além de ouvir, poderia expressar melhor o desejo de ter relacionamentos significativos? O que poderia comunicar melhor o desejo de conhecer e compreender alguém? Quando você ouve os outros, a sua influência em suas vidas aumenta. As relações são fortalecidas.

O ouvir estreita os laços de lealdade e de compromisso com o outro. As pessoas têm o desejo de serem compreendidas, de sentir que suas palavras são importantes e que as suas ideias são ouvidas com atenção.

O ouvir com atenção é importante para a vida familiar. Sua família é a comunidade social mais fundamental para o seu filho. A vida familiar florescerá em lares onde as pessoas não somente falam, mas também ouvem. O que constrói a união no casamento e a lealdade dos filhos? Um marido que escuta, que se deleita na compreensão, constrói um casamento. Uma esposa que ouve, e pode até mesmo reformular as palavras do marido em suas próprias palavras, constrói um casamento. Os casais que são hábeis em fazer perguntas que trazem à tona as águas profundas do coração edificam um casamento. Será que o seu cônjuge sente que as palavras dele são valorizadas, que você se deleita na compreensão, e tenta entender e pensar sobre as questões com clareza? Será que o seu cônjuge se sente seguro de que as palavras dele não serão distorcidas de acordo com a sua conveniência? Cônjuges que ouvem dão exemplo de habilidades de comunicação eficaz e de relacionamentos bíblicos às crianças que os observam.

Queremos que nossos filhos sejam bons ouvintes. Queremos que valorizem as nossas palavras, então modelamos o tipo de habilidade de escuta que queremos incutir para os nossos filhos. As palavras de Salomão para seu filho não poderiam ser mais claras:


"Filho meu, guarda o mandamento de teu pai e não deixes a instrução de tua mãe; ata-os perpetuamente ao teu coração, pendura-os ao pescoço. Quando caminhares, isso te guiará; quando te deitares, te guardará; quando acordares, falará contigo. Porque o mandamento é lâmpada, e a instrução, luz; e as repreensões da disciplina são o caminho da vida" (Provérbios 6:20-23).

 Ouvir com atenção oferece aos filhos grandes tesouros: orientação, proteção e instrução. Luz e vida são encontradas ao ouvir a mamãe e o papai.

O que nos impede de sermos ouvintes atenciosos? Há uma resposta simples e uma resposta profunda. A resposta simples é que ouvir custa caro. Exige mudar o ritmo no qual vivemos as nossas vidas. Isso leva tempo. Lembro-me de uma noite de conversa com um hóspede que ficou em casa por muito tempo. Eu fiz uma pergunta e me sentei, enquanto ele ponderava a resposta por 45 minutos. Isso pode ser um exemplo extremo, mas a conversa é muitas vezes marcada por longas pausas de meditação, reflexão, organização de pensamentos e ideias. Com frequência, uma conversa profunda com um bom ouvinte será a bigorna na qual serão martelados os pensamentos complexos e os sentimentos profundos.


A resposta mais profunda para a pergunta tem a ver com a nossa humanidade. Somos membros de uma raça caída. Somos orgulhosos, e as pessoas orgulhosas não ouvem bem. Somos um povo medroso, e o medo nos impede de confiarmos uns nos outros. Consideramo-nos maiores do que deveríamos. Temos o coração endurecido pelo engano do pecado. Temos uma compulsão egoísta de servirmos a nós mesmos, e muitas vezes estamos demasiadamente cheios de nós mesmos para ouvirmos aos outros com uma atitude humilde.

Esses não são somente problemas de comunicação, mas são problemas espirituais. Nosso orgulho, medo e egoísmo trabalham contra a humildade definida em Tiago 1: "Sabeis estas coisas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus". (vv. 19-20). É necessária uma renovação interna radical se quisermos ser prontos para ouvir e tardios para falar.


Felizmente, não fomos abandonados aos nossos recursos e esforços no aperfeiçoamento próprio. Cristo veio ao nosso mundo. Pense em como a encarnação fala às nossas necessidades de comunicação. Ele valorizou tanto a compreensão e a identificação conosco que se fez carne. Jesus não ficou lá nos céus assistindo nossas lutas. Ele veio até nós. Ele assumiu um corpo como o nosso. Ele teve uma psicologia humana. Ele experimentou tudo o que experimentamos, sem nunca pecar. Ele viveu em nosso mundo. Ele é capaz de ver o mundo através de nossos olhos. Hebreus 2 nos lembra de que ele tinha que ser feito semelhante a seus irmãos em todos os sentidos, tinha que se identificar completamente conosco para que pudesse nos redimir. Isso significa que ele conhece as nossas dificuldades em ouvir. Ele também foi tentado a falar quando deveria ter ouvido. Isaías 53:7 diz que, como um sacrifício em nosso favor, ele nem sequer abriu a sua boca. Nosso Salvador enfrentou esse desafio antes de nós. E triunfou. Ele acertou.


A chave para nós é que Jesus Cristo vivenciou as mesmas dificuldades de ouvir que nós enfrentamos. "Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados". (Hebreus 2:18). Isso significa que eu posso me achegar a um Salvador disposto, capaz e poderoso, em meus tempos de dificuldade. A sua experiência de vida no meu mundo - como aquele que permanece plenamente homem e plenamente Deus - permite que ele me ajude a enfrentar a tentação de falar, quando eu deveria ouvir.

Ouvindo o Mundo

Por  Gene Edward Veith

Os cristãos devem ouvir a Palavra de Deus, claro, no sentido de dar atenção a ela, segui-la e absorvê-la. Ouvir desta maneira as vozes do mundo que competem contra a Palavra pode nos causar problemas. Mas, em outro sentido, precisamos ouvir o que o mundo está dizendo. Prestar atenção pode nos ajudar a evitar os erros do mundo e nos tornar testemunhas e evangelistas mais eficazes.

A Bíblia elogia os aliados do Rei Davi da tribo de Issacar, como sendo "homens que tinham a inteligência dos tempos, para saberem o que Israel devia fazer" (1 Crônicas 12:32). Estes homens não defendiam a atitude de acompanhar os tempos, como fizeram mais tarde os falsos profetas da apostasia de Israel. Antes, os homens de Issacar entendiam os tempos-incluindo, sem dúvidas, o fascínio da idolatria cananéia naqueles dias-um entendimento que ajudou Israel a se manter fiel.

Um motivo importante para ouvir o mundo é reconhecer as falsas filosofias e visões de mundo, a fim de que a nossa fé cristã não se contamine. Por exemplo, um dos pressupostos que regem o mundo hoje é o progressismo. Essa visão pressupõe que o que é "novo" é sempre melhor do que o que é "velho". Portanto, os educadores progressistas tendem a cortar ou atacar nossa herança de livros antigos e ideias antigas em favor de "novas ideias", "últimos desenvolvimentos" e "pensamento de última geração".

Tal linguagem apela para muitos de nós, visto que somos, quer queira ou não, habitantes de nossa cultura. Mas entre as ideias antigas, o progressismo não tem utilidade para o cristianismo, e a crença no progresso - que as coisas estão melhorando cada vez mais em comparação à "escuridão" do passado - é um dos principais veículos para extirpar o cristianismo da sociedade.

Se ouvirmos cuidadosamente aos progressistas, observaremos a síndrome que o apóstolo Paulo enfrentou no centro intelectual de Atenas: "Todos os atenienses e estrangeiros que ali viviam não cuidavam de outra coisa senão falar ou ouvir as últimas novidades". (Atos 17:21). Veremos também as marcas do darwinismo, a noção de que estamos sempre evoluindo para a um nível maior.

Crentes, tendo considerado a fonte, em seguida, observem as falácias. O progresso na ciência e na tecnologia é real, mas é algo construído sobre as verdades do passado e não pela rejeição delas. Os computadores não precisam ser reinventados para continuarem melhorando; as inovações expandem aquilo que já têm feito. O conhecimento se acumula, portanto pode ser aumentado. Os cientistas e engenheiros sabem disso, mas os artistas, autores e filósofos continuam tentando começar tudo do zero nas áreas humanas. Assim sendo, eles não progridem verdadeiramente - eles se tornam primitivos.

O ponto é : Os cristãos - que não têm paciência alguma com o materialismo darwinista - geralmente parecem mais progressivos do que o evolucionista mais fervoroso. Eles buscam por "novas" teologias, "novas" formas de adoração e "novas" músicas, bem dispostos a jogar fora toda uma herança cristã "antiquada". Tal forma de pensar é o resultado de deixarmos de "entender os tempos" nos quais vivemos.

O pragmatismo é outra filosofia não cristã que encontrou espaço na igreja. Do ponto de vista que não conseguimos saber o que é verdadeiro e bom, segundo os filósofos pragmatistas, devemos simplesmente fazer "o que funciona" em termos materiais. Essa é uma vertente importante da filosofia americana, desde o modernista John Dewey, com seu ateísmo e socialismo, ao pós-modernista Richard Rorty, com seu relativismo e política esquerdista. Poucos cristãos concordariam com esses filósofos se os escutassem, no entanto, o pragmatismo simplificado pode ser ouvido constantemente em assembleias da igreja, seminários sobre crescimento da igreja e livros para pastores. "O que funciona" - para aumentar a frequência na igreja, atrair não cristãos, arrecadar mais dinheiro ou alcançar uma nova meta-pode passar por cima de todas as considerações teológicas, históricas e bíblicas.

A Escritura nos dá mais um motivo para ouvir o mundo com atenção: "Quem responde antes de ouvir", diz Salomão, "comete insensatez e passa vergonha" (Provérbios 18:13). Ao evangelizarmos não crentes, precisamos "ouvi-los" para que as respostas que damos como cristãos resolvam suas questões e respondam as indagações com as quais estão lutando.

Em muitas conversas, os cristãos e não cristãos seguem em um diálogo de surdos. O cristão pode estar de conversa fiada evangelística memorizada, enquanto a pessoa que ouve o testemunho está tentando entender porque Deus permitiu que sua mãe morresse de câncer. O não cristão talvez comece uma discussão política, enquanto o cristão está levantando questões de cunho espiritual. Na apologética, geralmente damos um argumento racional sobre o cristianismo para os pós-modernistas que rejeitam a razão. Geralmente, a igreja aborda questões apenas depois que a cultura já seguiu em frente. As igrejas que tentam alcançar os jovens se voltam para a música folk e pop quando os seus jovens menosprezam esses estilos em favor do rock e do rap.

Se em primeiro lugar ouvíssemos aqueles que estamos tentando alcançar, evitaríamos as respostas superficiais, pré-prontas e impessoais. Ao invés disso, podemos abordá-los de forma pessoal, autêntica e de alma para alma. Se eles sentirem que estão sendo verdadeiramente ouvidos, talvez eles nos deem ouvidos. Sentirão que nós ganhamos o direito de sermos ouvidos.

Podemos ouvir superficialmente-ouvir sua música vil e violenta só para condená-la e julgá-los-ou podemos escutar profundamente e perceber porque essa música é tão agressiva. Conforme Mary Eberstadt elucidou, muitas delas têm a ver com ser abandonado, especialmente por um pai. Pela mesma razão, a pessoa que sofre pela morte de sua mãe não está pedindo apenas uma dissertação abstrata em teodiceia (uma defesa sobre a bondade e poder de Deus em vista da existência do mal); antes, essa pode ser a ocasião de familiarizá-lo com o próprio Jesus que morre, levando sobre si toda a morte-inclusive a de sua mãe-e derrotando-a por meio de Sua ressurreição. Os pragmatistas que são impacientes com a abstração podem ser indicados ao Deus que encarnou. Podemos concordar com os relativistas de que só o mundo não nos dá base para a verdade universal, porém, em seguida, apresentá-los o Caminho, a Verdade e a Vida.

Se ouvirmos com atenção o mundo e aqueles que estão presos no mundo, com sua futilidade e pecado, podemos ouvir o clamor dos perdidos por trás da cacofonia de falsas ideias e visões de mundo distorcidas. Isso é capaz de despertar nossa empatia e compaixão de tal forma que poderemos fazer, de forma eficaz, aquilo que o apóstolo nos chama a fazer: "Antes, santifiquem Cristo como Senhor no coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês". (1 Pedro 3:15).

Mundo: lugar de lazer ou campo de batalha?



Que diferente é hoje. A realidade permanece a mesma, mas a interpretação mudou completamente. As pessoas não mais pensam no mundo como sendo um campo de batalha, mas como um lugar de lazer. Não estaríamos aqui para lutar; estaríamos aqui para brincar. Não estaríamos num país estrangeiro; estaríamos em casa. Não estaríamos preparando-nos para a vida, mas já estaríamos vivendo a nossa vida, e o melhor que poderíamos fazer é livrarmo-nos de nossas inibições e de nossas frustrações para viver esta vida o máximo que pudéssemos. Isto, cremos, é um correto resumo da filosofia religiosa do homem moderno, abertamente professada por milhões e tacitamente aceita por muito mais pessoas ainda, que vivem de acordo com essa filosofia, mesmo que não a admitam por meio de palavras.

Esta mudança de atitude em relação ao mundo tem tido e está tendo uma influência sobre os cristãos, até mesmo sobre os cristãos evangélicos que professam a fé na Bíblia. Por um curioso malabarismo de figuras, fazem uma soma de forma errada e ainda assim dizem obter a resposta correta. Isso parece fantástico, mas é verdade.

A ideia quanto a este mundo ser um lugar de lazer em vez de um campo de batalha tem sido acatada praticamente pela grande maioria dos cristãos fundamentalistas. Eles podem respondei" com evasivas quando diretamente questionados quanto à sua posição, mas a conduta deles os denuncia. Eles estão querendo percorrer dois caminhos, desfrutar Cristo e o mundo, e com muita alegria dizem a todos que receber Jesus não requer que renunciem ao seu divertimento - o Cristianismo seria apenas a coisa mais divertida que se possa imaginar. O "culto" decorrente de tal visão da vida acha-se tão deslocado de seu centro como a própria visão em si mesma um tipo de casa de diversões noturna santificada, sem a champanhe e sem os bêbados de colarinho.

Tudo isso chegou a um ponto que se tornou algo muito sério, de forma que agora todos os cristãos têm a obrigação de reexaminar a sua filosofia de vida à luz da Bíblia. Com a descoberta do caminho que é bíblico, devem ir por ele, mesmo que, para isso, tenham de se desligar de muitas coisas que tinham aceitado como verdadeiras, mas que agora, à luz da verdade, tenham se mostrado serem falsas.

Uma visão correta de Deus e do mundo futuro requer que tenhamos uma visão certa do mundo em que vivemos e do nosso relacionamento em relação a ele. São tantas coisas que dependem disso que não podemos nos descuidar a esse respeito.

Teologia self-service



Por Oswaldo Luiz Gomes Jacob
A expressão inglesa self-service significa ‘servir-se a si mesmo’, geralmente num contexto de restaurante. Você tem o poder de escolher o cardápio que quiser. O que mais lhe apetece é isto que você escolhe. A teologia do servir-se a si mesmo é extremamente egocêntrica. Aliás, ela é antropocêntrica, isto é, o seu fundamento é o homem e seus interesses pessoais. Nesta teologia eu pago para me servir e também ser servido. O mais importante é fazer a minha vontade, é o que penso. Não tenho interesse no que o outro precisa, mas no que eu necessito. Esta é a pratica de muitos membros de nossas igrejas. Vivemos um tempo de egoísmo galopante. As pessoas não aceitam determinadas mensagens. Desejam se servir de mensagens que falam de  ‘positivas’ e ‘prósperas’. A teologia self-service tem um viés pragmático. As pessoas são seletivas e artificiais.
O princípio desta teologia é que eu tenho o poder de decidir o que é melhor para mim. Não tenho interesse em mensagens que condenam o pecado e suas diversas formas. Esta teologia é volúvel. A sua sustentação é comprometedora. Ela também é eclética. Tem toda a chance de ser mística. Ela desenvolve membros de Igreja descomprometidos com a mensagem da cruz, com o evangelho de Jesus. Afasta as pessoas e trabalha fortemente o individualismo. Ela não está interessada na pregação do genuíno evangelho, mas naquilo que mais funciona para o prazer dos seus adeptos. Na teologia self-service, o que me dá mais prazer em degustar é aí que tenho todo meu interesse. Os seguidores desta teologia mudam de igreja com muita facilidade. Há muitas igrejas que têm um cardápio variado para todos os gostos. O que importa mesmo é agradar a todos. O negócio é exercer a “política da boa convivência”.

Os que seguem a teologia self-service não têm fundamentos sólidos. Escolhem não aquilo que mais edifica, a semelhança com Cristo, mas o que dá mais prazer. Vivem mais pelo pensar e sentir do que pela fé. Há uma tendência muito forte de liberalismo como modo de vida. Os fins justificam os meios. Os judaizantes que infernizaram os irmãos da Galácia e deram muito trabalho a Paulo, eram da teologia do servir-se a si mesmo. Eles rejeitaram a suficiência da obra de Cristo na cruz para optarem pelo cardápio mais “sofisticado”. Era o cardápio da justiça própria, do mérito pessoal para a salvação. O conteúdo da suficiência de Cristo não era relevante e, por isso, agregaram ao prato outro ingrediente para complementar e trazer prazer ao paladar teológico deles. O modelo desta teologia é o “eu mesmo”. O que importa é quem sou e o que quero. Valorizo o meu desempenho pessoal. Eu sou o centro e Cristo é periférico.

Esta teologia pode ser substituída pelo serviço a Deus e ao próximo. Só podemos vencer a teologia do ‘servir- -se a si mesmo’ (egocêntrica) pela teologia da cruz (cristocêntrica). A nossa felicidade não está em fazer a nossa vontade, mas a vontade de Deus em Cristo Jesus. Fomos libertos do Maligno e de nós mesmos para fazermos toda a vontade de Deus (Gal. 5.1). O cristianismo autêntico tem prazer em servir com alegria e singeleza de coração. O nosso modelo é Jesus (Mt 20.28; João 13). Jesus não serviu a Si mesmo, mas a nós se entregando em sacrifício vicário na cruz (Fil. 2.5-8). Fomos chamados para exercermos o diaconato, servindo às pessoas. Pertencemos ao Reino dos servos, cujo Senhor é Jesus. Ele é o nosso modelo de alguém que não pensou em Si mesmo, mas em nós. A Sua teologia era servir ao Pai dando a Sua vida por nós na cruz. É por esta razão que o apóstolo Paulo ensinou magistralmente aos crentes em Roma ao dizer: “Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum de nós morre para si. Pois, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De modo que, quer vivamos, quer morramos, somos do Senhor” (Rom. 14.7,8).

Abaixo à Teologia




Por Lourenço Stelio Rega
Nas décadas de 70 e 80, líderes exigiam que os seminários formassem pastores e não teólogos. Já ouvi muitos sermões e palestras em que o preletor faz descaso contra o estudo, como se a dedicação ao conhecimento bíblico e teológico fosse algo demoníaco ou perda de tempo. Hoje tenho ouvido até líderes de elevada magnitude afirmarem que o que forma um pastor não é um curso de Teologia e, muito menos, reconhecido pelo MEC.
De fato o que faz uma pessoa ser pastor é ser portadora do dom e vocação pastoral, é o chamado de Deus, mas isto não é tudo. Nessa linha de raciocínio tenho a impressão que podemos estar defendendo a ideia de que se é vocacionado vai dar certo! Os fracassos com algumas de nossas instituições denominacionais demonstraram o inverso. Creio que essa argumentação contra o estudo e o preparo de um líder não passa de sofisma.
Você iria num médico apenas considerando que ele é vocacionado como médico, contudo, sem ter ele se preparado para o exercício da Medicina? Um pastor é como um “médico” de vidas, se não for preparado para o exercício de seu dom e vocação fará muito estrago na vida de suas ovelhas e da igreja, como tem ocorrido em muitas ocasiões.
Nosso vício pragmático é uma das causas deste maléfico sofisma, pois reduzimos Cristianismo a trabalho na igreja, então um jovem vocacionado deve apenas aprender a pregar, dirigir assembleias, fazer visitas, redigir atas e pronto. Deve aprender a fazer coisas. Para que investir mais tempo? Assim, os seminários precisam formar pastores e não teólogos! Pergunto: é possível formar médicos, sem Medicina? É possível formar engenheiros, sem Matemática? Precisamos ter coragem de colocar estes argumentos no cadinho da prova.
Quanto à oficialização dos cursos teológicos pelo MEC, já procurei demonstrar em diversas ocasiões que a demonização que é feita sobre o assunto deixa de considerar a legislação vigente e experiências bem sucedidas em nosso meio. A legislação dá liberdade curricular e se um seminário quer ser liberal, conservador ou fundamentalista, é opção de sua mantenedora. A escolha de professores, modelagem de currículo, etc, vai depender de qual cor se deseja dar ao curso.
Agora pergunto: como manter cursos de graduação à margem da Lei? Se um curso é de graduação ou pós-graduação em Teologia deve ser legalizado em vez de funcionar de forma clandestina. Pergunto mais: se podemos dar aos nossos alunos condições de ter um diploma reconhecido que lhe proporcione reconhecimento público, oportunidade de prosseguir em seus estudos em outros níveis para melhor servir ao reino de Deus, por que não o fazemos? O pior de tudo é que, por desconsiderarmos este assunto há seminários (inclusive batistas), “esquentando” diplomas de cursos livres, oferecem cursos clandestinamente à margem da lei. Por que não se reclama contra isso?
Outro dia vi numa lista de internet argumento de que devemos aceitar legalizar nossos cursos de Teologia, pois isso seria ir contra nosso princípio de separação entre igreja e Estado. Seguindo este argumento então as igrejas devem pedir baixa em seu CNPJ e deixar de entregar a declaração anual de Pessoa Jurídica à Receita Federal?
 
Tenho a impressão de que neste assunto existem causas “ocultas” ou “místicas” não declaradas, que não conseguem dar conta em responder estas questões.
 
Não defendo o MEC, o que defendo é a legalidade. Se para oferecer cursos de graduação a lei exige a oficialização, não há outro caminho, como não há outro caminho de manter uma igreja sem a devida legalização. É uma questão de respeito à lei. Mas também é uma questão de conhecer a legislação educacional e saber se valer dela para a manutenção de nossa liberdade religiosa. E isso nossos seminários oficializados estão sabendo fazer em geral. Pena que, em geral, quem discute o problema o faz sem conhecer a legislação e, muitas vezes, sem avaliar os projetos pedagógicos destes seminários. Precisamos ter coragem de colocar esse assunto sobre a mesa e discuti-lo com fatos, em vez de passionalmente.
Mas isto (MEC) é apenas um detalhe. O importante aqui é a valorização do bom preparo de nossos futuros líderes. Não basta saber fazer coisas, é preciso ter fundamentação bíblica e teológica para não ser seduzido pelas ideologias do mundo, para saber como conduzir com segurança o povo de Deus neste mundo sem Deus. Como pregar profunda e seriamente a Palavra, como cuidar de vidas, aconselhar, etc, sem o devido preparo (com MEC ou sem MEC)?
Precisamos parar de tratar a dedicação ao estudo e à pesquisa como um pecado e tarefa de desocupados. Temos duras advertências contra a preguiça na Bíblia. Vamos colocar a mão na consciência e rever nosso posicionamento sobre o assunto. Vamos valorizar o estudo da Bíblia, da Teologia, para aprofundar mais ainda nossos sermões, palestras, aconselhamento ao povo, etc.

O Que é Propiciação?



Por Pr. Silas Figueira
Às vezes encontramos na Bíblia algumas palavras não tão comuns, e a intenção de Deus obviamente não é de que somente conheçamos estas palavras, mas que tomemos consciência de que elas se referem a realidades espirituais, e que estas realidades existem para serem desfrutadas real e plenamente pela Igreja. A Igreja é a depositária do Evangelho, não só das palavras, mas também das realidades espirituais nomeadas ou denominadas por estas palavras. Falamos recentemente sobre o que é Expiação. Hoje queremos abordar o termo Propiciação. Qual o seu significado e qual a importância dela para nós.

DEFINIÇÃO

 “Propiciação”, o que é isto exatamente? O termo é enigmático e muitos nunca ouviram falar dele, a não ser em algum versículo bíblico em que a palavra aparece. E talvez não tenham se apercebido dele. A melhor explicação para o termo é que nos diz que “propiciação significa a remoção da ira mediante a oferta de algum presente”. Era um ato presente na política internacional no Oriente Antigo, quando um rei de alguma nação, para se manter seguro, enviava presente a outro rei, de uma nação mais forte. Era um gesto destinado a cultivar boas relações.

NO SENTIDO BÍBLICO

O verbo hebraico que traz a ideia de propiciação é kipper, com a ideia de fazer amizade, de juntar partes opostas e até mesmo em conflito. No Novo Testamento, a ideia mais próxima é “reconciliação”. A ideia do Novo Testamento se entende bem em 2Coríntios 5.21. O sentido do texto é que Deus ofereceu Cristo como presente ao mundo para fazer as pazes com o mundo. É um conceito que nos parece estranho, mas mostra que, no Novo Testamento, Deus toma a iniciativa, em Jesus, de propor as pazes ao homem.1

Podemos dizer que propiciar é colocar-se a favor de alguém. O homem estava contra Deus, havia pecado, e por tanto o juízo de Deus estava contra ele, de maneira que algo deveria ser feito para que Deus pudesse estar a favor do homem e não contra ele. Propiciar é fazer todo necessário para que o homem se volte para Deus, e Deus para o homem; mas faltava uma base para que isto ocorresse por isso Deus enviou Jesus Cristo Jesus para ser a nossa propiciação.

Podemos ver isto na primeira epístola do apóstolo João. Nela vemos o primeiro aspecto da obra da cruz de Cristo como nossa propiciação,

1 João 2:1, 2 :

“Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo;e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro”.

A palavra grega (hilasmos) traduzida "propiciação" em 1 João 2.2 e 4.10 aparece somente estas duas vezes no Novo Testamento. Esta palavra descreve um aspecto importantíssimo da salvação. Esta palavra significa satisfação e dá a ideia de aplacar a ira de Deus em relação ao pecado do homem. Nesta passagem João mostra que Jesus propicia a Deus com relação a nossos pecados.

Hernandes Dias Lopes citando Augustos Nicodemos diz que a propiciação está ligada aos sacrifícios do Antigo Testamento. Animais eram sacrificados e o seu sangue derramado como “pagamento” pelo pecado (Lv 16.14,15; 17.11). Os sacrifícios eram oferecidos para cobrir os pecados e afastar a ira de Deus sobre os pecadores. Cristo é o sacrifício, providenciado pelo próprio Deus, que satifaz a justa ira de Deus pelos nossos pecados, e desvia essa ira de Deus sobre nós, apaziguando a Deus e nos reconciliando com Ele (1Jo 4.10; Rm 3.25,26; 1Pe 2.24; 3.18).2

Se Deus é santo e não suporta o pecado como então remover a ira de Deus? No Antigo Testamento nós podemos observar que a ira de Deus não se removia, ela se desviava. Observe o que o salmista nos fala:

“Ele, porém, que é misericordioso, perdoa a iniquidade e não destrói; antes, muitas vezes desvia a sua ira e não dá largas a toda a sua indignação”. Salmo 78.38.

O pecado tem um preço e o preço é a morte (Ez 18.20 e Rm 6.23). O pecado é tão sério aos olhos de Deus que exige a morte do pecador. A única maneira de se aniquilar o peso do pecado é com a morte. Por isso Deus instituiu o sacrifício no culto do Antigo Testamento para ensinar este aspecto. É a morte, através do derramamento do sangue, que faz a propiciação ou expiação dos nossos pecados.

Jesus não é apenas o propiciador, ele é a propiciação. Como ele fez isso? Para defender-nos diante do tribunal de Deus era necessário que a lei violada por nós fosse cumprida e que a justiça de Deus ultrajada por nós fosse satisfeita. Jesus veio como nosso fiador e substituto. Ele tomou sobre si os nossos pecados. Ele sofreu o duro golpe da lei em nosso lugar. Ele levou sobre si a nossa culpa. Ele bebeu sozinho o cálice da ira de Deus contra o pecado. ele se fez pecado por nós. Ele foi humilhado, cuspido, espancado, moído. Ele morreu a nossa morte. A cruz é a cruz é a justificação de Deus. Pelo seu sacrifício, nossos pecados foram cancelados. Agora estamos quites com a lei de Deus e com a justiça de Deus. Agora estamos justificados. Jesus é a nossa propiciação pelos nossos pecados.3  

Os sacrifícios de animais, como vimos, aplacavam a ira de Deus momentaneamente. Por isso foi necessário a vinda de Jesus como nosso Cordeiro Pascal para morrer por nós e ser a nossa propiciação diante de Deus. Como está escrito:

“Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no Espírito” (1 Pe 3.18).

Nada ocorreu de mais nobre na história da humanidade, do que a obra do calvário. O Justo morrendo pelos injustos, para que os injustos fossem feitos justiça de Deus. “Aquele que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós, para que, n’Ele, fôssemos feitos justiça de Deus”. ( 2 Co 5.21).