sábado, 10 de agosto de 2013

André Valadão causa polêmica nas redes sociais ao criticar peso de pastor e o mandar jejuar pra emagrecer




André Valadão, cantor gospel e pastor da Igreja Batista da Lagoinha (IBL) causou polêmica nas redes sociais ao discutir publicamente com um pastor que discordava de sua opinião a respeito da visita do papa Francisco ao Brasil e fazer insinuações a respeito de sua forma física.
Em seu perfil no Twitter, André Valadão fez elogios no último dia 28 de julho ao pontífice católico e aos fiéis que participaram da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). “Vinda do papa ao Brasil me alegrou. Ver milhões de jovens nas ruas! Somos um país cristão. Existem diferenças mas o amor de Cristo é maior! A postura do Papa Francisco foi linda. Deus tenha misericórdia do nosso Brasil, abençoe nossa nação. Jesus é o Senhor do Brasil!”, escreveu o cantor.
Depois, André ressaltou sua postura protestante: “Sou totalmente contra a cegueira da idolatria e delegação de santíssima pessoa sobre qualquer ser humano. Por isso repito: Brasil é de Jesus”.
Porém, suas declarações simpáticas à visita do papa ao Brasil já haviam repercutido, e o pastor Oswaldo Junior o criticou: “Sua declaração como líder foi ecumênica e repudiamos o ecumenismo. Elias disse ou um ou outro! Se tem medo de postar se cale!”.
Aparentemente irritado com a crítica, André Valadão atacou o pastor baseado em sua aparência: “Pr. Oswaldo Junior, pela sua foto amado, vejo que quem tem que fechar a boca é você. Vá jejuar…”, escreveu o cantor.

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Esse comentário levou diversos usuários a condenar a postura adotada por André Valadão, e tem gerado repercussão até hoje nas redes sociais: “Tanta coisa pra gente fazer, tantas almas morrendo e nós, como sempre brigando. Vamos fazer o que Jesus faria”, escreveu um internauta. “Pr. Andre Valadão, sou admirador do seu trabalho, mas não gostei das suas palavras ao Pr. Oswaldo Junior. Precisamos nos respeitar”, publicou outro usuário do Twitter.
Em tom irônico, o pastor Oswaldo Junior respondeu a André Valadão: “Jejum emagrece? É comprovado? Quantas vezes por semana precisa jejuar para emagrecer?”, questionou. Posteriormente, demonstrando chateação, o pastor complementou: “Mesmo sendo obeso ou gordo como fui discriminado por André Valadão, estou tirando um período de oração pela vida deste servo!”.
O pastor André Valadão não voltou ao assunto, embora Oswaldo Junior tenha demonstrado sentir-se ofendido com o tom do comentário. Anteriormente, a irmão de André, Ana Paula Valadão, líder do Ministério de Louvor Diante do Trono, havia causado polêmica ao criticar líderes obesos. Posteriormente, com a repercussão negativa do comentário, Ana Paula se desculpou publicamente pela frase infeliz.

“Gayzismo infeliciano”: ativistas insultam Marco Feliciano em voo e ainda cantam “Robocop Gay”



marco feliciano 2O tempo do debate sobre a homossexualidade parece estar chegando ao fim?
É impressão minha, ou estamos conhecendo a mais nova fase da selvageria intelectual em prol da igualdade, a fase da laicidade leviana, do ativismo fundamentalista? O que penso, e sem dúvida alguma muitos já visualizam comigo, é a ocorrência de um novo fenômeno, o histérico “gayzismo infeliciano”.
Pois é, hoje, sexta-feira (09-08-13), o pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) relatou em seu Twitter o desrespeito sofrido durante um voo de Brasília a São Paulo. Segundo ele, quando um grupo de ativistas vinculados à causa gay o identificaram na aeronave, passaram a hostilizá-lo com xingamentos e insinuações. Embalados na música “Robocop Gay”, dos Mamonas Assassinas, os indivíduos fizeram de tudo para tirar Feliciano do sério, tentando inclusive tocar em seu rosto. O deputado afirmou ainda que alguns passageiros intervieram na situação e o defenderam, contudo, com o tumulto instalado, o comandante da aeronave chegou a ameaçar retornar à capital federal, pois o voo partia de Brasília para São Paulo.
Na postagem do twitter consta o seguinte relato de Feliciano:

“Agradeço aos passageiros do voo AD5019 BSB x GRU bem como a equipe da Azul Linhas Aéreas e o apoio da Polícia Federal do aeroporto de Guarulhos. Ao decolarmos em Brasília cerca de 10 gays me constrangeram, dois vieram à minha poltrona gritando, cantando musica bizarra. Os passageiros me defenderam, o piloto ameaçou retornar pra Brasília. Sofri xingamentos o voo todo. Haviam crianças no voo, famílias. Como não reagi tocaram no meu rosto. Estes cidadãos colocaram em risco a segurança dos passageiros. Querem respeito, mas não respeitam. E assim fazem com qualquer pessoa que discorde de suas práticas. Que Deus nos guarde. Não sou contra gays, sou defensor da família natural!”, escreveu o pastor.

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Então gente, vemos que a tal corja de gente insana e preconceituosa não é algo exclusivo dos héteros. Outrora, o intitulado pastor gay Marcio Retamero, chegou a até a dizer que seria capaz de “pegar em armas” para combater a ideologia dos “desgraçados” e ”fundamentalistas religiosos”, termos que usou para designar os políticos e defensores da fé cristã e da família. Portanto, gays, que se intitulam intelectuais e pacíficos, digam-me algo sobre isso! – Porque senão o “movimento” que luta por novos direitos para a classe homossexual se demonstrará cada vez mais como uma expressão de fragmentação inescrupulosa e incoerente, onde no lugar da relevância do debate da democracia, veremos emergir uma nova corrente, que culminará num outro tipo de terrorismo: o “gayzismo infeliciano”.

Desejando as Trevas


Por N. Vincent
A grande razão pela qual os homens morrem e morrem para sempre é porque eles querem. Eles querem ser os escravos do pecado, embora a morte seja o pagamento que certamente receberão pelo seu fatigante e laborioso trabalho. Os pecadores não querem ser purificados. "... ai de ti Jerusalém! Não te purificarás ? Até quando ainda ? " (Jer. 13:27). Não querem ser juntados debaixo das asas de Cristo, embora seja o único lugar de refúgio, tanto do furor de satanás quanto da ira de Deus. "Jerusalém, Jerusalém que mata os profetas, e apedreja os que te são enviados! quantas vezes quis cu juntar os teus filhos, como a galinha junta os seus pintos, debaixo das asas e tu não quisestes! " (Mat. 23:37). Não apenas isso, os desejos de muitos que freqüentemente já têm desprezado as admoestações e chamados de Moisés e dos profetas tendem tão desesperadamente para o pecado, que, embora pudessem ver as chamas e os tormentos que fazem outros sofrerem, mesmo assim não seriam persuadidos a desistir. "E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dos mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam. Porém Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tão pouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscitem ". (Luc. 16:30-31).
Meu trabalho ao expor esta doutrina será, primeiro, demonstrar a verdade contida nela, que os homens morrem porque querem; segun do, para evidenciar que a incapacidade do homem fazer o que é bom, tão freqüentemente mencionada nas Escrituras, não contradiz esta doutrina.
Os argumentos para demonstrar que os desejos dos homens são a grande causa de sua morte e perdição são estes:
1. Um argumento será deduzido da corrupção natural e depravação da vontade do homem. E essa corrupção se evidencia na vontade do homem afastar-se de Deus, a Fonte da vida e da paz, e inclinar-se para o que é mal, embora o pecador (ai dele!) chame de bem aquilo que é mal e imagina ser doce aquilo que provará ser amargo e venenoso como toda picada de áspide. Os pelagianos talvez assemelhem a vontade do homem a uma virgem pura, a qual escapou de ser deflorada na sua primeira apostasia, mas sabemos pelas Escrituras e pela experiência que o pecado original revela-se mormente na vontade. Aquele que não entende que seu coração é desesperadamente corrupto (Jer. 17:9), mostra um sinal de que seu coração o engana e ele nem sabe disso. Quanta incredulidade, quanto orgulho, quanta alienação da vida de Deus, quanta inimizade contra o mandamento, o qual é santo, justo e bom, existem na vontade do homem natural! Vejam Romanos, capítulo 7. A vontade, então, sendo tão completamente corrupta e exercendo tanta influência como exerce, impede a conversão a Deus e a santidade, o que a contraria muito. E conseqüentemente ela tem grande responsabilidade na perdição dos filhos dos homens.
2. Outro argumento será deduzido da reprovação e ira justas de Deus. Certamente Ele não os repreenderia tão duramente, Sua ira não fumegaria tanto contra eles por causa de suas teimosias e obstinações nos seus maus caminhos, se tivessem uma vontade sincera e faltasse apenas a força para fazer o que é bom. Quando o Senhor infligiu julgamentos sobre o Seu povo antigo, Ele falou da obstinação dele, da recusa em entender e ser regenerado, e isto Ele fez para vindicar a retidão de Suas mais severas maneiras de lidar com ele. Nós lemos que o Senhor testificou contra Israel pelos Seus profetas e videntes dizendo: "... convertei-vos de vossos maus caminhos, e guardai os meus mandamentos. Porém não deram ouvidos, antes endureceram a sua cerviz como a cerviz de seus pais, que não creram no Senhor seu Deus". (II Reis 17:13-14,18). Agora, após sua obstinação, seguiu-se, e muito justamente, a ira de Deus e a destruição deles. Portanto, o Senhor estava muito irado com os filhos de Israel e os afastou de Sua vista.
Em segundo lugar, vou provar que a habilidade dos homens em fazer o que é bom não frustra a doutrina de que os seus pecados e misérias permanecem à porta da vontade deles. O Espírito Santo, Aquele que torna humilde os filhos dos homens, põe por terra a opinião que eles têm de seu próprio poder e justiça e os faz usar a linguagem do profeta Isaías: "Certamente no Senhor tenho justiça e força... " -inferindo, portanto, que o homem em seu estado degenerado e peca minoso é incapaz de fazer o que é espiritualmente bom. Por conseguin te, somos considerados fracos - "Não que sejamos capazes por nós, de pensar alguma coisa como de nós mesmos, mas a nossa capacidade vem de Deus ". (Rom. 5:6; II Cor. 3:5). Somos considerados cansados e sem vigor (Is 40:29), e nosso Senhor nos afirma claramente em João 15:5: "Sem mim nada podeis fazer. " Mas por tudo isso, embora nos falte a força para fazer o que é bom, nossa vontade é culpada do mal cometido por nós.
Não se pode imaginar que as Escrituras mencionem a incapacidade do pecador em fazer o bem como uma desculpa para ele fazer o mal, mas sim para dirigí-lo a Cristo quem pode fortalecê-lo a fazer todas as coisas (Fil. 4:13). É verdade que o homem é incapaz, porém ele também não está disposto a fazer o que Deus requer dele, apesar de ser para o seu próprio bem. A razão pela qual ele continua no pecado e é subjugado por ele não é somente porque o homem não pode converter-se a si mesmo, e sim também, e principalmente, porque ele não está disposto a ser convertido. Isso será particularmente ampliado a seguir.
a. O homem pecador pensa que é capaz de deixar seus maus caminhos. Ele adia seu arrependimento como se pudesse voltar-se para Deus quando quisesse. Já que ele não faz o que pensa que pode, sua própria vontade deve ser a causa do impedimento, e ela deve ser responsabilizada no caso dele perecer.
b. O homem pecador não faz o que realmente é capaz de fazer. Tem um talento, todavia não quer negociar com ele. Poderia se abster de muitos pecados que o expõe a ira e vingança se quisesse, porém infelizmente ele é um escravo voluntário deles, e está feliz com sua servidão. O adultério propositadamente vai a casa da prostituta, o ímpio mundano propositadamente procura o ganho desonesto. Portanto, segue-se que estes voluntariamente destroem a si mesmos.
O homem natural pode fazer o que é bom, embora ele falhe, na maneira de fazê-lo. Ele pode orar, ouvir, ler, contudo, intencionalmente omite estas obrigações, e assim voluntariamente se sujeita à maldição que o ameaça por causa de sua omissão. Ele não fará o que realmente pode, e, certamente, ainda que seu poder fosse ampliado jamais seria usado. Aquele que tem de sobra e recusa-se a dar um cruzeiro a um pobre, podemos concluir com certeza que não estaria disposto a fazer uma doação generosa - embora bem pudesse. Da mesma maneira, o homem natural que não fará o que pode para ser salvo, apesar de ser muito pouco, por certo não faria maior esforço, a fim de ser salvo, mesmo se seu poder fosse aumentado.
c. O homem pecador lamenta que seja capaz de fazer o quanto pode. Ele desejaria ser totalmente impotente para que isso pudesse servir-lhe de desculpa. Isto mostra a malignidade de sua vontade. Além disso, ele não quer usar os meios pelos quais a graça e a força são transmitidas. Ele não quer esperar em Deus, nem invocá-lO. Ele não quer buscar nEle o cumprimento das promessas feitas na aliança da graça. Não, ele resolutamente resiste o Espírito quando este vem operar nele. Ele preferiria ser deixado entregue ao seu pecado. Essa é a linguagem dos ímpios: "E todavia dizem a Deus: retira-te de nós, porque não desejamos ter conhecimento dos teus caminhos." (Jó 21:14). O homem depravado pode argumentar que lhe falta o poder, ainda assim esta falta de vontade de arrepender-se e viver é principal mente o que o arruina. E todos aqueles pensamentos e argumentos contra Deus, como se Ele fosse um mestre severo, como se Seus caminhos não fossem justos - pergunto: não será o homem envergonhado diante dEle naquele Grande Dia, no qual sua consciência o acusará e em tristeza o reprovará por isso? Ele que fora constantemente avisado e admoestado, entretanto, não se arrependeu para que pudesse ter vida.
Fonte: Mayflower

Impostores expositivos

 
Por Mike Gilbart-Smith
Mark Dever corretamente descreve a Pregação Expositiva como “pregação que toma como o assunto do sermão o assunto de uma passagem particular da Escritura”. Entretanto, tenho ouvido muitos sermões que tentam ser expositivos, mas falham de alguma forma. Abaixo estão sete armadilhas que alguém pode  evitar. Cada uma dessas armadilhas ou não faz da mensagem da passagem a mensagem do sermão, ou, no final das contas, não a faz uma mensagem para a congregação.

1) O assunto da passagem é mal-entendido: o “Sermão sem Fundamento”.

Este é o caso em que o pregador diz coisas que podem ou não serem verdadeiras, mas que, de nenhuma forma, vieram da passagem, quando ela é entendida corretamente. Isso pode acontecer tanto por falta de cuidado com o conteúdo do texto (por exemplo, “produção, motivação e inspiração”, tirado de 1 Tessalonicenses 1.3, versão NIV; embora nenhuma palavra tenha paralelo no grego), quanto por falta de cuidado com o contexto (por exemplo, o sermão em Davi e Golias, que pergunta “quem é seu Golias, e quais são as cinco pedras que você precisa preparar para usar contra ele?”).

Se o pregador não está extraindo profundamente da Palavra de Deus para guiar a mensagem de seus sermões, eles estão possivelmente sendo dirigidos pelas próprias preferências do pregador. Pois, “quando alguém regularmente prega de uma forma que não é expositiva, os sermões tendem a ser somente sobre assuntos que interessam ao pregador” (Nove Marcas). Portanto, a congregação não recebe tudo o que Deus pretendia. A lição? Pregadores devem se entregar ao entendimento absoluto do texto antes de sentar para escrever seus sermões. Uma leitura casual não é o bastante. Os pregadores devem permitir que Deus determine a dieta do rebanho como prevenção contra uma alimentação insuficiente.

2) O assunto da passagem é ignorado: o “Sermão Trampolim”.

Bastante parecido é o sermão em que o pregador entendeu o centro do texto, concorda superficialmente com ele , e então fica intrigado com algo que é um ponto secundário ou terciário, fixando sua atenção nisso pelo resto do sermão. O que ele diz vem do texto, mas não é o assunto principal do texto (por exemplo, o sermão em João 3 que enfoca primeiramente a permissão de cristãos beberem álcool).

3) O assunto da passagem não é aplicado: o “Sermão Exegético”.

Algumas pregações que se dizem expositivas são rejeitadas como chatas e irrelevantes… e com justiça! O ouvinte poderia muito bem ler um comentário exegético. Tudo que é dito é fiel à passagem, mas não é realmente um sermão; é meramente uma leitura técnica da passagem. Pode-se aprender muito sobre o uso paulino do Genitivo Absoluto, mas pouco sobre a pessoa de Deus ou a natureza do coração humano. Não há aplicação pra nada a não ser às mentes da congregação. A verdadeira pregação expositiva certamente deve informar primeiro a mente, mas também aquecer o coração e constranger a vontade.

4) O assunto da passagem é aplicado a uma congregação diferente: o “Sermão Irrelevante”.

Muitas pregações promovem orgulho na congregação por jogarem pedras nos tetos de vidro de outras pessoas. Ou o ponto da passagem é aplicado apenas aos incrédulos, sugerindo que a Palavra não tem nada a dizer para a igreja, ou é aplicada aos problemas que raramente são vistos na congregação onde se prega. Assim, a congregação se torna orgulhosa, e como os fariseus na parábola de Jesus, acabam agradecidos por não serem como os outros. A resposta não é arrependimento e fé, mas “se a Sra. Brown ouvisse esse sermão!” ou “esse sermão realmente deveria ser pregado na Enésima Igreja Batista de Smorgsville, Pensilvânia!”.

5) O assunto da passagem é mal aplicado à congregação atual: o “Sermão Inadaptado”.

Algumas vezes, a distância hermenêutica entre a passagem original e a congregação atual pode ser mal compreendida, de forma que a aplicação do contexto original é transferida de maneira errada ao contexto atual. Assim, se o pregador não tem uma teologia bíblica correta do culto, passagens sobre o Templo no Antigo Testamento podem ser aplicadas erroneamente sobre o prédio da igreja no Novo Testamento, ao invés de estarem cumpridas em Cristo e em seu povo.

6) O assunto da passagem é separado de seu impacto geral: o “Sermão Doutrinário”.

Deus deliberadamente falou a nós “de muitas e diversas maneiras”. Muitos sermões ignoram o gênero de uma passagem, e pregam narrativa, poesia, epístola ou apocalíptica – todos como se fossem uma série de afirmações proposicionais. Embora toda pregação deva transmitir verdades proposicionais, elas não deveriam ser reduzidas a isto. O contexto literário das passagens deveriam significar que um sermão de Cântico dos Cânticos soa diferente de um a partir de Efésios 5. As passagens podem ter o mesmo ponto central, mas é transmitido de uma forma diferente. Esta diversidade não deve ser perdida na pregação.

7) O assunto da passagem é pregado sem referência à passagem: o “Sermão Atalho”.

Outro sermão pode ter até uma aplicação apropriada à mente, coração e vontade, ainda que a congregação fique sem saber como isso foi apropriadamente aplicado a partir do texto. Oposto do sermão exegético, esse tipo de pregação não mostra nenhum “trabalho” exegético, afinal. Embora o Senhor tenha apresentado seus objetivos em sua Palavra, apenas o pregador está totalmente ciente desse fato. A congregação pode muito bem acabar dizendo “que sermão maravilhoso” ao invés de “que passagem maravilhosa da Escritura”.

Pregação expositiva é tão importante para a saúde da igreja porque permite que o conselho inteiro de Deus seja aplicado à igreja inteira de Deus. Que o Senhor equipe os pregadores de Sua Palavra de forma que Sua voz possa ser ouvida e obedecida.

Fonte: Ipródigo

Pedro e a Verdadeira Graça de Deus!


Por Josemar Bessa

A cruz de Cristo é o segredo surpreendente para a vida. O que poderia ser mais surpreendente? A surpresa é que a vida vem da morte. O poder vem da derrota. A plenitude da redenção vem do sofrimento. O ganho vem da perda...

O enfoque marcado para nós de Cristo sofrendo e perdendo aos olhos do mundo sobre a cruz é nos dizer: “Essa é a mais brilhante manifestação do Sabedoria de Deus. É onde o futuro do desfrute eterno de tudo que Deus é em Cristo começa... TUDO neste mundo impressionante vai falhar por fim, mas a cruz não pode falhar” – A realidade é que só da cruz a benção de Deus nos conceder Ele mesmo jorra sobre pessoas indignas como nós.

Então será que o evangelho nos faz perdedores? Nos faz vencedores? Sim, nos faz sempre grandes vencedores. Mas só através da cruz.

O apóstolo Pedro, por exemplo, aprendeu a viver sob a sombra da cruz. Ele diz que devemos e como chegar lá. A necessidade dessa verdade para nós é vital. Todos nós sofremos e somos tentados a procurar maneiras mais fáceis... naturalmente é o que fazemos... procurar atalhos, caminhos mais curtos...

Todos nós precisamos do evangelho que atinge homens assim, que naturalmente acham a cruz um escândalo. Muitos hoje celebram a cruz... falam da cruz em cultos... mas só porque ela foi despida de todo significado. Coloque um pouco de significado nela, e a mesma ofensa que ela causa no mundo, no homem natural, ela causa na maior parte dos que se dizem cristãos.

A Primeira Carta de Pedro, por exemplo, nos mostra como estar aos pés da cruz, viver no poder que flui da Verdade eterna, nos ensinando viver para glória de Deus num mundo cheio de sofrimento.

Hoje nós temos por um lado o “evangelho da prosperidade”. Ele nos diz que Deus deseja que sejamos ricos e saudáveis... Mas por outro lado temos o que podemos chamar o “evangelho da vítima”. Ele nos diz como devemos ter pena de nós mesmos e mimar a nós mesmos... Esses dois desvios, muitas vezes conseguem conviver nas mesmas igrejas, nas mesmas pessoas...

Tanto um quanto o outro, o evangelho da prosperidade e o da vítima falhará inexoravelmente. Eles reforçam coisas que naturalmente estão dentro do homem caído, reforçam parte da depravação do coração com que cada homem natural nasceu neste mundo ao invés de libertar como a cruz faz. Eles nos levam a lugares que não devíamos ir, lugares que por natureza já estávamos e que é parte da prisão dos homens escravizados pelo pecado, ego... Eles não sabem nada sobre a cruz, eles não nos ajudam a sofrer bem, a enfrentar a morte, dor... inevitáveis. Eles não nos levam a benção de Deus. Precisamos de outro evangelho. Precisamos, por exemplo do evangelho revelado através de Pedro ou Paulo... e não dos “neo-apóstolos” de nossos tristes dias.

No final da sua Primeira Carta, Pedro diz porque ele a escreveu e o que ela deve realizar no meio deles, um povo sofredor: “...escrevi abreviadamente, exortando e testificando que esta é a verdadeira graça de Deus, na qual estais firmes.” - 1 Pedro 5:12

Esta é a verdadeira graça! Por que isso era importante? Sempre houve uma tentativa de falsificar a graça separando-a da cruz. Este verso é a chave para todo o livro. A carta foi breve: “Eu escrevi brevemente” – Foi um breve resumo para que aquelas pessoas – e nós – meditassem profunda e longamente sobre aquilo.

As palavras de Pedro não eram conselhos que deviam ser olhados e aplicados conforme cada um decidisse sobre sua importância. Ele diz: “...escrevi abreviadamente, exortando e testificando que esta é a verdadeira graça...”-Pedro não está simplesmente jogando sobre eles algumas ideias ou insights. Não está dizendo: “são alguns pensamentos, se servir para vocês então peguem” – Não! “Exortando e testificando que esta é a VERDADEIRA graça!” – Ele está falando com autoridade e urgência sobre estar ou não sob a verdadeira graça. Ele está falando isso como testemunha. Não é sobre ele e suas ideias. Trata-se de Deus e você, quando especialmente tudo que importa está em jogo.

Ele escreve sobre o quê? “...esta é a verdadeira graça de Deus” – Tudo que ele diz é basicamente esta mensagem: “A verdadeira graça de Deus!” Qual é a verdadeira graça de Deus? A mensagem de Primeira Carta de Pedro se resume a isso: Primeiro a cruz, depois a coroa. Primeiro o sofrimento, então a glória. Ou seja, o caminho que Cristo andou. Houve a sexta-feira, o que não parecia nada bom, não parecia nada com vitória... no momento, mas então houve a manhã de Domingo. Primeiro a cruz e em seguida a coroa, esta é a verdadeira graça de Deus. É como Deus age com aqueles que Ele transforma a cada dia na mesma imagem do seu Filho. É como Deus age conosco.

Por exemplo, Pedro escreve:

“Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis.” - 1 Pedro 4:12-13

Em outras palavras. Quando você está seguindo a Cristo e toda a vida de vocês desmorona... não se surpreendam. Não pense que Deus está contra e não é por vocês. É o contrário. Vocês estão partilhando dos sofrimentos de Cristo. Se isso é verdade, vocês irão compartilhar de sua glória por vir. Eis a sequência. Primeiro a cruz e depois a glória. Primeiro a Sexta-feira e depois o Domingo. É assim que a graça opera. Opera pela cruz. 

Essa ( Sesta-feira seguida do Domingo da ressurreição) é uma garantia certa como foi com Cristo. Ele então diz: “Permanecei firmes!” – Fique firme, você não deu um passo em falso ao terem tomado a cruz, negado a vocês mesmos e seguindo Cristo. Vocês estão na verdadeira graça. Vocês viverão para sempre na glória infinita do desfrute de tudo que Deus é em Cristo para sempre. Fiquem firmes em meio a estas frustrações. Em meio a essas perdas, sofrimentos... perda da saúde do corpo, bens, morte, martírio... Esta é a verdadeira graça de Deus. Fiquem firmes. “Porque, que glória será essa, se, pecando, sois esbofeteados e sofreis? Mas se, fazendo o bem, sois afligidos e o sofreis, isso é agradável a Deus. Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas.” - 1 Pedro 2:20-21 – Fiquem firmes! Essa é a tônica. Por que?

Uma forma de sabermos que estamos seguindo o verdadeiro evangelho é que tem que nos ser ditos sempre e sempre: “Fiquem firmes” – Pessoas que seguem o “evangelho da prosperidade” ou o “evangelho da vítima” não precisam ouvir o “fiquem firmes”. Quem precisa de firmeza a não ser em lugares difíceis, perigosos... Quando alguém está sofrendo é preciso ser dito: fique firme. Cristo teve que ficar firme em todos os seus dias, na cruz... Paulo teve que ficar firme, no desprezo, cadeias, sob chicotes, abandono... “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente” - 2 Coríntios 4:17 – Fique firme é necessário e crucial se o homem está de fato no evangelho da cruz: “Confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitastribulações nos importa entrar no reino de Deus.” Atos 14:22 – Mas no falso evangelho da “prosperidade” você só precisa ser indulgente consigo mesmo. E no evangelho da vítima você só precisa se encher de auto-piedade, sentir pena de si mesmo. E o mundo como é agora oferece a você abundantemente motivos e razões para ser auto-indulgente ou sentir pena de si mesmo. Mas se tomarmos a nosso cruz e seguirmos a Cristo, é preciso ser dito a nós: “Fiquem firmem!”. Não será um caminho fácil num mundo de pecados e numa sociedade que despreza Deus. A velha e rude cruz não nos fará um homem desse mundo, mas nos mata para ele e o mata para nós: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.” - Gálatas 6:14 – Então para nós será imperativo o “fique firme!”

O Pedro que escreveu esta carta era um homem diferente do Pedro que conhecemos no início do Novo Testamento. Lá no início já havia algo bom em Pedro. Ele era um crente, mas ele não entendia que primeiro vem a cruz e depois a coroa. Ele não pensava nessas categorias. Ele “entendeu” a graça de Deus em algum nível, mas muito, muito superficialmente. Ele precisou crescer tanto... Ao não entender que a cruz vem primeiro... ele não pode ficar firme diante do sofrimento e dor... Ele negou o seu Senhor para proteger sua vida de sofrimento. Ele não foi capaz de ficar firme por não conhecer de fato a Verdadeira Graça que agora ele está pregando. Mas a graça o invadiu e Pedro se tornou um homem que poderia sofrer com seu Mestre neste mundo, seguir seus passos. É isto que ele ensinará na sua carta ao povo de Deus:

“...escrevi abreviadamente, exortando e testificando que esta é a verdadeira graça de Deus, na qual estais firmes.” - 1 Pedro 5:12

“Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis.” - 1 Pedro 4:12-13

Falta de perdão tem cheiro de diabo

 
Por Maurício Zárari
Não tenho nenhuma vaidade de querer ser criativo; desejo muito mais que o APENAS seja eficiente naquilo a que se presta: alcançar corações e levar pessoas a pensar de forma crítica e construtiva nas questões ligadas à fé - para, assim, se aproximar de Deus. Por isso, hoje decidi postar uma reflexão que, embora o texto seja escrito por mim, o conteúdo não é de minha autoria. Quero compartilhar a pregação que meu pastor fez domingo passado em nossa igreja. Foi uma mensagem profunda e bíblica, dura e reconfortante. Pode falar ao teu coração, como falou ao meu. Tenho o hábito de fazer anotações dos pontos principais dos sermões que ouço para posterior meditação, portanto o que você lerá a seguir é um resumo da mensagem trazida para a igreja por meu pastor. Praticamente todas as frases transcritas aqui são, ao pé da letra, o que ele pregou. O tema: perdão.

O texto base é Mateus 8, a partir do versículo 23. É a parábola de Jesus em que Ele compara o reino dos céus com um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos. Chega um que lhe deve dez mil talentos, mas não tem como pagar. Seu senhor manda, então, que ele, toda sua família e seus bens sejam vendidos como pagamento da dívida. Desesperado, o servo prostra-se e pede paciência, perdão e misericórdia. Diz a Bíblia: "O senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida".

Só que o mesmo servo logo depois encontra um conhecido que lhe devia uma quantia, o agride e exige que lhe pague. O conservo devedor humilha-se e implora, pedindo paciência e perdão. Em vez disso, o homem que havia sido perdoado pelo rei o lança na prisão. Ao tomar conhecimento do ocorrido, o monarca manda chamar o homem, lhe recorda do perdão que tinha recebido e o entrega aos carrascos, para que o torturem até que pague toda a dívida. E Jesus conclui: "Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão". Segue a síntese da pregação:
 
"Essa passagem deixa claro que perdoar é o único caminho para se ter saúde espiritual. Quem não perdoa vive uma vida espiritual pobre e moribunda. Quem não perdoa está morto diante de Deus em seu coração. É como um sino que ressoa (1 Co 13.1): algo que faz barulho, tem aparência e volume... mas não tem vida própria. Pior: quem não perdoa não será reconhecido por Jesus no último dia, pois não está pondo em prática um dos fundamentos da fé cristã: a certeza de que o bem que quero que me façam devo fazer ao outro. Se você gosta de ser perdoado, perdoe, para que haja saúde e sua vida espiritual não se perca.

Para perdoarmos biblicamente, é importante sabermos o que significa exatamente perdoar. Romanos 12.17 nos dá a resposta:

"Não retribuam a ninguém mal por mal. Procurem fazer o que é correto aos olhos de todos. Façam todo o possível para viver em paz com todos. Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: 'Minha é a vingança; eu retribuirei', diz o Senhor.  Pelo contrário: 'Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele'. Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem".

Não devolver mal com mal. Vencer o mal com o bem. Eis a resposta. Pois vingar-se significa vencer alguém mas deixar Satanás vencer você.

O grande engano dos cristãos é achar que perdão é algo emocional. Não é. Não tem a ver com "sentir" algo, mas com "fazer" algo. O perdão está relacionado a atos e atitudes. É ação. É agir como se o pecado nunca tivesse existido. As emoções, de acordo com a Bíblia e o Evangelho, estão sujeitas à razão. Assim, perdoar é um ato de sã consciência, é saber o que Deus quer. Se eu não perdoo, simplesmente isso mostra que não sou alimentado pela graça de Deus.
 
Então, o perdão ocorre em duas etapas: Primeiro se perdoa racionalmente (sabendo que aquilo é necessário, que é a vontade de Deus). É uma decisão mental, racional. O segundo passo são as ações. É não se alegrar com o mal que quem lhe ofendeu sofre. É orar pedindo que Deus ajude a pessoa que lhe ofendeu e que está em dificuldades. Mais ainda: é procurar quem lhe ofendeu e se oferecer para ajudá-lo no que ele precisa, com obras da graça e da bondade de Deus. E, por fim, é não causar danos ou perdas a quem lhe ofendeu.

É ao fazermos - ou não - tudo isso que demostramos quem de fato somos. Se pensamos em nós e em cumprir o que nossa justiça manda mais do que pensamos em Deus e na justiça dele, simplesmente estamos pecando. Pois nada é imperdoável quando contamos com a ajuda de Deus, nenhuma ofensa que nos fizeram é imperdoável. Tudo pode ser zerado.
 
A pessoa que não perdoa em forma de atitudes tem cheiro de diabo. Satanás nunca estende a mão a ninguém e quem se recusa a estender a mão está agindo como o diabo e, logo, é servo dele. Temos sempre que lembrar: não perdoar só satisfaz e alegra... o diabo.

Se dizemos que perdoamos nossos ofensores mas não retomamos a vida como tudo seguia antes da ofensa... na verdade não perdoamos. Pois isso mostra que ainda guardamos rancores, ressentimentos, medos, mágoas ou sentimento do gênero. É perdoar de boca mas não por obras. E a fé sem obras é morta. Fé sem perdão expresso em atitudes em prol de quem nos ofendeu não é fé cristã.

Não adianta eu saber orar se eu não souber perdoar. Minha oração não será respondida (Mt 6.14,15). Pois, se estou em litígio com Deus ao não perdoar meu próximo, o que posso esperar do Senhor? Nada.

A natureza desse assunto é grave. Pois Deus é perdoador. E, se eu não perdoo, não estou identificado com Deus. Não ando com Deus se não perdoo como Ele perdoa. E o perdão de Deus é absoluto, é uma quitação total da dívida e não parcial. O perdão verdadeiro nunca põe seus próprios interesses acima dos daquele que precisa de perdão (1 Co 13).

E para que perdoamos?  Primeiro, para ter paz com os outros. Segundo, para ter paz com Deus (Mt 6.15).
 
A renovação da mente de Romanos 12.2 passa por demonstrar perdão. Pois só tem a mente de Cristo quem perdoa, esquece das ofensas e retoma a vida a partir do ponto onde ocorreu a ofensa. Quem não o faz não perdoou, não teve a mente renovada e não age conforme a natureza de Cristo. É um cristão que não age como Cristo. Que Deus nos ensine a perdoar e a praticar o perdão. Em cada situação e a cada dia. Que Deus cure quem não perdoa. Pois a falta de perdão é uma grave doença espiritual. Quem nasceu de novo tem obrigação de perdoar.

Que Deus nos perdoe da nossa demora em fazer o que Ele quer. Que Deus nos perdoe por não perdoar. Podemos encontrar mil desculpas para não perdoar, mas não perdoar aos olhos de Deus... não tem desculpa".

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício

Até o diabo tem versículos bíblicos preferidos! E nossa geração?


Por Josemar Bessa

Qual é o verso preferido da Bíblia de nossa geração? Qual o texto preferido do mundo e de muitos cristãos de nossos dias? Ele fala sobre a santidade de Deus? Sobre o pecado? Sobre o verdadeiro arrependimento? Sobre a ira de Deus? Sobre a condenação no inferno?...

O mundo e muitos cristãos podem conhecer muito pouco ou praticamente nada da Bíblia, mas tão certo como o sol nasceu hoje, eles podem citar sem dificuldades Mateus 7.1“Não julgueis para que não sejais julgados” – E ironicamente, como não podia deixar de ser, o versículo que nossa cultura e grande parte dos cristãos, por estarem completamente aliados a ela mais gostam, eles menos entendem.

Esta é a passagem bíblica mais abusada e mal compreendida... é óbvio que por uma conveniência que despreza Deus. Nada é tão mal aplicado como essa passagem. O mundo, a cultura, cristãos... a usam para denunciar todo e qualquer um que se aventure a criticar ou expor os pecados, falhas ou aberrações do coração caído que se deleite em tudo que Deus despreza. Jamais se atreva a falar mal do homossexualismo, adultério, fofoca, mundanismo, alteração do imposto de renda, aborto, a condenação de qualquer um que não está em Cristo nos termos bíblicos... e assim por diante... sem estar certo de você vai estar sobre a ira da multidão do mundo e da “igreja” que se convenceram de que Jesus, a quem eles desprezam e rejeitam – ( pelo menos o Jesus real que diz: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama...” – João 14.21 )  - disse que não devemos julgar uns aos outros.

Isto acontece por que? Por que  este é o texto que está na boca de todos? Acontece pelo fato de que as pessoas ODEIAM absolutos, especialmente absolutos morais. Dizer que existe diferença absoluta entre o bem e o mal, a verdade e o erro... é o caminho para ser chamado de Medieval, mente fechada, fundamentalista... e hoje nada mais é temido, mesmo por pessoas que dizem serem pregadores da verdade absoluta de Deus. Ser dogmático é o maior temor dos que querem ser vistos como “relevantes” por uma sociedade que abandonou Deus e que foi abandonada por Ele:

“Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.” - Romanos 1:22-25

O diagnóstico que flui dos problemas tratados por Paulo em Corinto, por exemplo, é exatamente o oposto do diagnóstico que é feito hoje. “Estais ensoberbecidos, e nem ao menos vos entristecestes por não ter sido dentre vós tirado quem cometeu tal ação.” - 1 Coríntios 5:2

Hoje, quando a disciplina não acontece o diagnóstico muitas vezes é que somos muito humildes para julgar e disciplinar uma pessoa: Quem somos nós para apontar o dedo? Quem somos nós para julgar? Quem somos nós para atirar a primeira pedra? E assim uma suposta humildade é construída na base da tolerância a imoralidade impenitente.

Por outro lado, hoje, se uma igreja seguir na aplicação da disciplina é muitas vezes diagnosticada como agindo direto com orgulho farisaico. Indignação com o pecado é muitas vezes retratada como um disfarce para a insegurança e um véu sobre suas tentações sexuais dos fariseus. Um tipo de atitude "mais santo do que tu" é dito ser a base da indignação e  a arrogância é dita ser a base da disciplina e exclusão.

Mas quando você lê este versículo 2, o diagnóstico de Paulo sobre o problema em Corinto era exatamente o oposto. Não, a arrogância foi a base da tolerância e a humildade de coração partido deveria ter sido a base da excomunhão.

Ele disse: "Vocês se tornaram arrogantes." As pessoas na igreja estavam se vangloriando desta imoralidade. Agora, como pode ser isso? Que tipo de teologia daria origem a jactância na imoralidade? Temos visto isso nas cartas de Paulo em outros lugares. Ele diz: "E por que não dizemos (como somos blasfemados, e como alguns dizem que dizemos): Façamos males, para que venham bens? A condenação desses é justa” - Romanos 3:8" – “Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde?” - Romanos 6:1

Então, é uma teologia que não entende o poder da graça e a transforma em licença para a vida mundana. É uma teologia que não entende a liberdade e usa-o como "uma oportunidade para a carne" ( Gal. 5:13 ), e diz (como diziam em Corinto) "todas as coisas me são lícitas" ( 1 Co 6:12. , 10:23 ). E assim eles estavam se gabando de sua liberdade e tolerância que anula a graça. Orgulho disfarçado de humildade aqui foi a base da tolerância pecaminosa e não o julgamento farisaico.

Neste mesmo lugar ficamos tendo nos tornado espelho da nossa cultura.  Ser chamado de mente fechada é a maior dor imaginável para aqueles que querem se abraçados pela cultura! Em suma, para a vastíssima maioria em nossos dias o único inimigo é o homem que não está aberto para tudo.

Que Jesus de forma nenhuma nos proíbe de expressar claramente a opinião, declaração bíblica sobre o certo e errado, o bem e o mal, a verdade e a falsidade... pode ser demonstrado observando dois fatores simples – o contexto imediato do texto ( Mateus 7.1) e todo o ensinamento do Novo Testamento sobre julgar.

Praticamente todo o Sermão do Monte, antes e depois do texto mencionado, baseia-se no pressuposto básico de que devemos usar nosso poderes críticos instruídos pela Verdade de Deus para fazer julgamentos morais, éticos, lógicos... Jesus disse para os cristãos serem completamente diferentes do mundo que os cerca, para buscar a justiça que excede a dos fariseus, fazer tudo com motivações completamente diferente do mundo ao redor, ou seja, completamente centrados na glória de Deus e não no homem, evitar ser como os hipócritas quando damos, oramos, jejuamos...

E logo depois da exortação de Mateus 7.1, Jesus diz para não dar o que é santo aos cães ou pérolas aos porcos, nos guardar dos falsos profetas...  É óbvio que seria impossível obedecer a esses mandamentos sem usar o julgamento crítico que flui das definições bíblicas sobre a vida. Só podemos, é claro, obedecer a esses mandamentos e determinar nosso comportamento em relação aos “cães”, “porcos”, “falsos profetas”, “mundo”... se usarmos um julgamento crítico conduzido pela verdade sobre todas essas coisas.

Quando esquecemos tudo isso começamos a citar versos bíblicos como o diabo citou diante de Cristo na tentação no deserto. Por isso a Bíblia está cheia de mandamentos para fazermos julgamentos:

“Todo aquele que prevarica, e não persevera na doutrina de Cristo, não tem a Deus. Quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto ao Pai como ao Filho. Se alguém vem ter convosco, e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. Porque quem o saúda tem parte nas suas más obras.” – 2 João 9-11

“Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão; Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada. E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano.” - Mateus 18:15-17

“E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles. Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples.” - Romanos 16:17-18

“Eu, na verdade, ainda que ausente no corpo, mas presente no espírito, já determinei, como se estivesse presente, que o que tal ato praticou...” - 1 Coríntios 5:3

“Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” - Gálatas 1:8

“Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardai-vos da circuncisão” - Filipenses 3:2

“Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o, Sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo condenado.” - Tito 3:10-11

“Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.” - 1 João 4:1

“Tenho escrito à igreja; mas Diótrefes, que procura ter entre eles o primado, não nos recebe. Por isso, se eu for, trarei à memória as obras que ele faz, proferindo contra nós palavras maliciosas; e, não contente com isto, não recebe os irmãos, e impede os que querem recebê-los, e os lança fora da igreja.” - 3 João 1:9-10

Agora, devíamos olhar especialmente para João 7.24 – onde o próprio Jesus diz: “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça.” - João 7:24

O que é, então, que Jesus quis dizer em Mateus 7:1-6 ?

Parece que Jesus está proibindo o tipo de crítica julgamento que é hipócrita, que nos torna apenas farejadores de falhas, destrutivos, amargos... Ele está proibindo o tipo de julgamento que fazemos aos outros não por preocupação com sua saúde e bem-estar espiritual, mas unicamente para desfilar nossa suposta justiça diante dos homens.

Não devemos julgar os outros como um meio de auto-justificação. Algo comum – ao apontar o erro de pastores ou da igreja, por exemplo, tento justificar minha falta de compromisso com o corpo de Cristo. Tento usar o erro dos outros para justificar minha falta de submissão... denuncio apenas pecados externos e visíveis como roubo,  assassinato, injustiça social... para minimizar os internos como amargura, ciúme, luxúria... Essa forma de julgamento nada mais é do que auto-justificação.

Em Mateus 7.6 Jesus aponta para o perigo oposto: “Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem.” – Ele aqui aponta para o perigo de sermos homens indulgentes e sem discernimento num mundo que despreza completamente Deus. Pensando em amar os nossos inimigos, andar a milha extra e não fazer julgamentos injustamente... corremos o grande  perigo de nos tornarmos insossos, não mais sal e luz, não fazer mais distinções essenciais entre o certo e o errado, a verdade e a falsidade, a luz e as trevas, o viver santo e a impiedade, o ser igreja ou ser o mundo debaixo da ira de Deus.