sexta-feira, 16 de agosto de 2013

O PASTOR PROFISSIONAL


Por Alfredo de Souza

Sempre que um pastor for indagado sobre a sua profissão, qual deve ser a resposta? Incomoda-me quando afirmam que são pastores, ou seja, que a profissão que exercem é a de
pastor. Quando tenho oportunidade de conversar com esses colegas mais próximos, sugiro que respondam: autônomo em vez de pastor. É claro que muitos discordam.

Mas o tipo de resposta a ser dada não é o problema que quero levantar nessa postagem. O ponto está mais além e é muito mais complexo. Inicialmente quero iniciar definindo o que significa ser um pastor e o que significa ser um profissional.
Por pastor entendo um ministério, um serviço dedicado ao Reino, ou seja, alguém que exerce o dom do Espírito Santo no cuidado de um rebanho de acordo com as normas contidas nas Escrituras. É um trabalho que não visa a promoção pessoal e nem o lucro, embora dele retire o seu sustento. Trata-se de um ministro do Evangelho. Por profissional entendo alguém que luta por uma carreira bem sucedida que se estabelece pelo reconhecimento vindo de outras pessoas. Também é a busca do progresso técnico que exige resultados mensuráveis cujo corolário é a recompensa que surge por meio de altos salários e de uma boa aposentadoria.
Não há nenhum problema em ser um bom profissional na empresa ou na instituição pública. A questão é quando o ministério pastoral se profissionaliza. Isso, sim, traz prejuízos à Igreja e ao propósito de Deus quanto ao amparo e, até mesmo, a proteção do povo. Como já disse, o trabalho pastoral deve ser visto como um ministério. Trata-se de um servo que preside, de um pai que cuida, de um mestre que doutrina ou de um enfermeiro que trata. Resumindo, o pastor é aquele que dá a vida pelo rebanho e o vivifica pelo poder de Deus.
Já o pastor profissional é aquele que não se dedica mais ao propósito principal no qual fora vocacionado. Ele passa a não mais se importar com a simplicidade do ministério. Sente necessidade de se perceber confortável e seguro de si e por si mesmo, não importando os prejuízos que isso possa causar à igreja. Busca um futuro previsível e um presente que satisfaça os desejos egoístas. A visão que possui passa a ser regida pelo humanismo e sente a necessidade de ser notado por aqueles que deslumbram o seu aparente sucesso. Ou seja, são pastores que pastoreiam a si mesmo, todo o seu esforço é direcionado aos interesses pessoais.
Não tenho dúvidas que tudo isso causa dor e frustração no meio do rebanho que definha moribundo e desorientado, principalmente quando percebe que o alvo de seu líder espiritual não é mais as ovelhas, mas, sim, o próprio estômago enquanto fingem pastorear.
Nessa altura surge uma pergunta: como podemos detectar alguém que deixou de ser um ministro do Evangelho e passou a ser um executivo eclesiástico? Como resposta, quero propor quatro características que são facilmente percebidas nesse tipo de gente:
O pastor profissional é raso no ensino bíblico. Este é um ponto extremamente nocivo à igreja com conseqüências desastrosas. O pastor profissional não possui a menor preocupação em se debruçar sobre livros, comentários ou literatura que possam auxiliar no preparo dos sermões. Não há estudo sério da Palavra, não há compromisso com a Verdade. Tais indivíduos acreditam que podem ir ao púlpito toda a semana e falar o que lhe vem na mente naquele momento, sem se preocuparem com o fortalecimento do rebanho contra o pecado. A tônica é sempre humanista e tolerante sem que haja a denúncia contra o erro ou contra o mundanismo. Isso porque o pastor profissional teme ser confrontado e, por essa razão, sempre quer estar de bem com todos, principalmente com os crentes influentes do meio.
O pastor profissional não se envolve pessoalmente com as ovelhas. Todos sabem que o pastoreio não se restringe aos principais cultos de domingo. Nenhum ministro de Deus se furta do envolvimento pessoal com o povo por meio do discipulado ou do aconselhamento. No entanto, o pastor profissional não leva em conta este importante cuidado individual. Não cultiva o hábito do pastoreio direto, do acompanhamento pessoal (por intermédio das visitas nas casas ou no trabalho em horário de folga), dos aconselhamentos, dos contatos por carta ou pela Internet (embora o relacionamento presencial seja insubstituível). Para ele tudo isso é perda de tempo. Por vezes a ovelha está necessitando de uma palavra orientadora, mas só consegue ser ouvida quando procura o psicanalista ou o líder de outra denominação mais próxima de si cuja teologia é, muitas vezes, questionável. São casais que vivem sob forte crise, relacionamentos desgastados entre filhos e pais, desempregos que desesperam o coração, enfermidades que atemorizam. São pessoas que gritam em silêncio sem, contudo, obter eco do seu clamor. O pastor que possuem só pode vê-las aos domingos na porta da igreja ao final do culto e que se limita em dizer a mesma frase por anos a fio: “como vai? Que tenhas uma semana abençoada”. Nada mais que isso. Essas pobres ovelhas nunca serão encorajadas a seguir em frente, nunca serão visitadas, nunca serão aconselhadas, nunca receberão uma mão amiga e confiável. Ou seja, nunca experimentarão o que é ser pastoreada, pois não possuem líderes amigos. Esses tais são apenas meros profissionais.
O pastor profissional só se preocupa consigo mesmo. Personalismo parece ser a palavra de ordem em alguns centros evangélicos. São pessoas que passam a vida lutando por um espaço na mídia. O resultado é o desperdício de milhões de reais utilizados para pagar campanhas inócuas ou programas televisivos vazios que nada dizem além de discursos de auto-ajuda. Mas esse desejo não se restringe aos grandes eventos ou aos grandes espaços continentais. Há também aqueles que desejam fama em seu pequeno universo. Pode ser um Presbitério, uma pequena região ou até mesmo uma igreja local. O alvo é a bajulação que surge por causa de uma pretensa espiritualidade ou de uma suposta inteligência respaldada por títulos e certificados alcançados. Não importa a causa, o importante é o estrelismo. É por isso que muitos pastores profissionais se preocupam com o crescimento numérico de seu rebanho em detrimento da qualidade, embora haja também os que se conformaram com o número reduzido do rebanho. Nesses casos, geralmente, a fama e o prestígio possuem outra fonte fora da igreja local. Outra preocupação desses pastores é a sua renda mensal, o seu ganho financeiro. Sempre defendem cinicamente seus bolsos sem, portanto, merecerem o que pleiteiam ganhar. Buscam apenas os seus direitos em detrimento dos legítimos direitos das ovelhas extorquidas. A meta é ter um emprego-igreja bem remunerado que lhe conceda estabilidade financeira.
O pastor profissional não é um homem de Deus. Isso significa a ausência de uma dependência total do Senhor na vida por meio do temor, da Palavra e da oração. São pessoas que confiam em si mesmas e não se importam em buscar de Deus a direção certa. Não sentem falta nenhuma de expressar a submissão ao Espírito, submissão esta que o próprio Jesus demonstrou quando esteve aqui entre nós. Não são homens de oração, não são homens da Palavra, não são homens piedosos. Nunca possuem uma vida devocional particular, nunca gemem por causa do pecado, nunca se importam com a vontade de Deus. Sempre agem friamente e com extrema impassibilidade diante de tudo que promove uma vida espiritual compromissada. Na maioria das vezes são irônicos ou cínicos no que dizem ou falam com respeito à piedade. Eles também agem despoticamente para que prevaleça a sua vontade, não obstante a capa de aparente mansidão. São vazios do poder de Deus, são como penhas que não podem alimentar ou fortalecer as ovelhas.
Quero encerrar dizendo que, para mim, ser pastor profissional nada tem a ver com tempo integral ou parcial no ministério. O ministro pode retirar o seu sustento de um trabalho que não esteja ligado à sua igreja. Todavia, tal trabalho não pode comprometer o tempo de qualidade pertencente ao rebanho quanto ao preparo do sermão e quanto ao envolvimento pessoal. Entre um e outro, o pastorado é prioridade. Se um dos dois deve ser descartado ou penalizado, que seja o trabalho secular.
Muitas igrejas padecem miséria espiritual porque estão debaixo de um pastor profissional que há muito deixou de ser um ministro de Deus. Vale ressaltar que essa mutação pecaminosa não acontece da noite para o dia, ela ocorre ao decorrer dos anos quando aquilo que causava genuíno espanto, preocupação ou interesse transforma-se em total irrelevância. O que era importante por pertencer ao Reino, passa a ser desprezado totalmente.
Que Deus nos livre dos pastores profissionais que sufocam as igrejas até o seu extermínio. Que haja entre nós ministros sinceros e cônscios de que escolheram um excelente, sublime e perene trabalho conforme nos diz o Apóstolo Paulo.

Pastorado: Uma Vocação ou mais uma Profissão ?


Por Pr. Magdiel G Anselmo.

A questão é um tanto complicada de se abordar.
A falta de envolvimento pessoal e conhecimento dos que comentam sobre esta questão determinam, a meu ver, a realidade dos fatos. Uma realidade de muita confusão quando se discute o assunto proposto. Cada grupo ou denominação religiosa entende do seu jeito e criam o seu formato, tornando o entendimento correto e bíblico mais uma opinião ou argumentação como as demais.
O que significa ser um pastor, quais os critérios, características e a missão pastoral de acordo com que revela a Palavra de Deus são totalmente negligenciados e toma-se um conceito humano e empresarial para explicar o ofício e as funções de um pastor.
Isso causa muitos conflitos e perturbações à vida da Igreja e por fim incentivam oportunistas, interesseiros e preguiçosos a se candidatarem a futuros ministros.
Não deveria ser assim.
Mas por que isso acontece?
Porque pouco ou nada se ensina sobre o assunto. O pastor ou o educador cristão tem, muitas vezes, receio de ministrar e até falar sobre o que significa ser um pastor do ponto de vista bíblico, porque pensa que estará ministrando em interesse ou defesa própria. E assim, o povo fica sem entender a questão e aí se originam os erros e as distorções existentes.
Por causa também disso, o universo evangélico criou vários tipos de pastores.

Vejam alguns deles a seguir:

1. O pastor de “final de semana e feriados”.

Este entende o pastorado como um trabalho complementar e secundário. Somente o exerce quando não realiza outra atividade. Durante a semana possui um emprego e trata de se dedicar a ele e a seus afazeres pessoais. Quando chega o final de semana ou feriado se veste de pastor e vai à igreja pregar e rever seus irmãos. Durante o meio de semana não se pode contar com ele. Estou trabalhando, afirma. Quando perguntam como sustenta a família, ele diz orgulhosamente:
- Tenho o meu trabalho. Não toco em um centavo do dinheiro da igreja.
E isso vai sendo ensinado à congregação que “pastoreia”.

2. O pastor “nominal”.

Este entende o pastorado como uma forma de ostentação. Ama ostentar seu título de pastor nos círculos familiares, eclesiásticos e de relacionamentos. Não se preocupa com o rebanho do Senhor e muito menos com o que pensa o Senhor do rebanho. Está sempre buscando outros e mais títulos, porém sempre com a motivação errada. Ele quer ser destacado entre os demais. O nome de Jesus é só mais um detalhe. O nome dele é que importa ser notado e comentado.
Muitos destes “pastores” se tornam em outro tipo que chamo de “midiáticos”, ou seja, usam a mídia (televisão, rádio, TV a cabo, etc...) para propagar seus devaneios com roupagem de cristianismo com intenções de adquirir fama e prosperidade material às custas do povo desavisado.
E isso vai sendo ensinado à congregação que “pastoreia”.

3. O pastor “profissional”

Este entende o ministério pastoral como mais uma profissão e a Igreja de Cristo como mais uma empresa. Cumpre com suas obrigações trabalhistas, que foram pré-determinadas em sua contratação, e está tranquilamente consciente que pode ser dispensado por seus empregadores se não as cumpri-las. Busca agradar seus “chefes” fazendo aquilo que os agrada, porque se não o fizer pode ficar desempregado.
É um profissional do púlpito. É um político eclesiástico.
E isso vai sendo ensinado à congregação que “pastoreia”.

4. O pastor “falso”.

Este não foi chamado para ser pastor. Não possui vocação e por isso não consegue amar o rebanho como deveria. Pode até ser um bom crente, porém não tem ferramentas espirituais para pastorear e teima em prosseguir. Não deseja se aprofundar no conhecimento bíblico, não deseja se sacrificar em prol do reino de Deus. Não se preparou para o ofício pastoral porque não entende isso ser relevante.
Não possui coração de pastor.
Causa dores e sofrimentos em si e no rebanho. Produz maus costumes e heresias. É motivo de piadas e “chacotas” dos descrentes e até de membros de sua congregação.
E isso vai sendo ensinado à congregação que “pastoreia”.

5. O pastor “enviado de satanás”.

Este entende o que significa o ministério pastoral e por isso, diabolicamente, procura perverte-lo e corrompe-lo diante dos olhos apavorados do povo. Desta forma, tenta produzir falta de credibilidade sobre o ofício e a pessoa dos demais pastores. A desconfiança e incredulidade ao pastorado são suas intenções.
São enviados de satanás para iludir e enganar o povo de Deus e assim deturpar o real sentido e significado da Igreja, das doutrinas bíblicas e do episcopado.
E isso vai sendo ensinado à congregação que “pastoreia”.

6. O pastor “preguiçoso”

Este pensa que ser pastor é ficar à toa. Não aceita trabalhar secularmente, mas também não deseja trabalhar ministerialmente. Não estuda. Não se prepara. Sequer prepara um sermão. O púlpito é muito mais freqüentado por outros irmãos do que por ele. De vez em quando prega e justifica que está dando oportunidades a futuros pregadores. Não freqüenta a EBD, nunca ministrou em uma sala, porque preparar aula dá muito trabalho. Teologia pra ele é “coisa de fariseu”. Delega o que é pra ser delegado e o que não é. Gosta de muito barulho e de chavões. Tudo pra ele é de improviso e diz que é o Espírito Santo. Não gosta e nem sabe planejar nada. Pensar, discernir, refletir pra ele é muito desgastante. Não respeita horários. É um exemplo de falta de sabedoria. O pastorado pra ele é uma fuga da realidade dura da vida. É o preguiçoso por excelência.

Existem outros maus exemplos de "pastores", mas penso que esses já são o bastante.
Diante dessa realidade, não podemos culpar a maioria do povo por não entender o ministério pastoral e considerá-la de forma totalmente equivocada e não bíblica e também de muitos generalizarem e rotularem todos os pastores de “oportunistas, picaretas e desocupados”.
Fundamentando-me biblicamente, como então devemos entender e ensinar a questão à luz das Escrituras Sagradas?

O pastor à Luz da Palavra de Deus.

1. É um crente chamado, vocacionado e capacitado por Deus para exercer tal missão. (todos aqueles que exerceram posições de liderança ou pastoreio no relato bíblico foram chamados pessoalmente por Deus)

2. Sua chamada e vocação são marcadas por um desejo interno, profundo e ardente em cuidar, para Deus e sob Sua direção, de um grupo de crentes por um longo período em locais que ele não escolhe. (nota-se isso claramente nos textos escritos por Paulo, Pedro, João e outros escritores neo-testamentários)

3. Sua chamada e vocação são confirmadas pelas pessoas que pastoreia ou que de alguma forma estiveram sob seus cuidados pastorais. (A "aceitação" da Igreja com relação às cartas neo-testamentárias e a confirmação de que se tratava de escritos inspirados por Deus (canonicidade) corroboram isso)

4. Sua capacitação se dá através de dons espirituais dados por Deus para bem exercer o ofício e ministério pastoral como, por exemplo: dom de pastor, de profeta, de mestre e outros que formam um “pacote” capacitando este crente para pastorear. (os dons alistados em Efésios 4:11 são uma prova de que se trata de dons ministeriais ou para liderança na Igreja. O contexto do capítulo confirma isso.)

5. O amor a Deus e ao rebanho de Deus são marcas visíveis neste crente. Sem isso seria impossível pastorear. Isso o move ao perdão, paciência e perseverança incomuns à maioria dos cristãos. (O amor dos apóstolos e a o amor dos genuínos pastores pelo rebanho e pela Palavra de Deus no transcorrer da história da Igreja são contundentes para corroborar este ponto)

6. Entende que seu pastorado não é uma profissão, mas sim uma missão determinada a Ele por Deus. Ele não é um empresário, muito menos um empregado da Igreja. É um ministro da Palavra de Deus. Seu trabalho é fundamentalmente espiritual. (A Bíblia em sua integralidade confirma isso)

7. Não possui interesses pessoais acima dos espirituais e ministeriais. Não tem dificuldade em renunciar aos seus prazeres e satisfações pessoais em prol do rebanho do Senhor. (As cartas pastorais ensinam largamente esse princípio bíblico da abnegação voluntária)

8. Não busca ostentação e elogios. Não busca enriquecimento material. Busca vidas salvas e libertas para glória de Deus. (As cartas pastorais ensinam largamente esse conceito bíblico)

9. Dedica e administra todo o seu tempo, bens, dons e talentos nas prioridades corretas, ou seja, o espiritual sempre está a frente do material. Mas, não significa que descuide do cuidado pessoal ou de sua família. É um lutador que vive para Deus na dependência Dele dentro dos parâmetros já delineados pelas Escrituras, ou seja, entende que é mordomo e prestará contas a Deus de tudo que lhe foi confiado. (O Senhor Jesus ensinou isso na parábola dos talentos.)

10. Dedica-se a oração, pregação, ao estudo e ao ensino bíblico com responsabilidade e temor. (As orientações paulinas a Timóteo enfatizam também essa questão.)

11. É humilde e reconhece suas limitações. Sabe que mesmo sendo pastor, continua sendo servo. (A Bíblia em sua integralidade ensina isso)

12. É pastor de tempo integral. Está ciente que sua vocação e ofício exigem isso. (Observa-se esse princípio claramente nos ministérios de Pedro, Paulo e demais discípulos. (...)Quem prega a Palavra, que viva da Palavra...)

12. É incansável no cuidado da sã doutrina. Cuida para que os demais irmãos sejam ministrados em todo desígnio de Deus revelado em Sua Palavra. (As cartas pastorais enfocam isso)

13. É sustentado por Deus, através da instrumentalidade da Igreja. Vive nesta dependência alegremente. Se for necessário e temporariamente irá “confeccionar tendas”, mas sabe que isto não é o ideal bíblico para seu ministério. Irá trabalhar para que sua congregação assim entenda o ministério pastoral. (O ministério de Paulo é um bom exemplo disso. Foi obrigado a fazer tendas pela negligência da Igreja com o sustento do apóstolo. É um exemplo do que não é pra ser feito por uma igreja, e não o contrário. O próprio Paulo explica isso em suas cartas)

14. É consciente que somente os que também são vocacionados, como ele o é ao ministério pastoral, conseguem entende-lo completamente. (A Bíblia mostra pelas cartas pastorais que somente um pastor consegue entender outro pastor em todos os aspectos que constituem o ministério pastoral)

15. É consciente que mesmo possuindo dons espirituais não conseguirá pastorear sem a ajuda e direção de Deus. Sabe que quem realiza é Deus.

16. Sabe discernir e alertar o rebanho quando este está em perigo e quando falsos mestres se introduzem nele. (sabe que o Espírito Santo o usa como o atalaia de Deus para a Igreja do Novo Testamento. O princípio ensinado em Ezequiel 33 é aplicável hoje.)

17. Tem consciência que muitas vezes se sentirá solitário e cansado. Mas tem a firme convicção que Deus está com ele e Nele tem suas forças revigoradas pra prosseguir. (Não pode negligenciar o dom que há nele dado por Deus. Continua firme fazendo a obra de um evangelista)

17. Ensina estes itens aos irmãos que pastoreia. (Não tem receio ou medo de “tocar” nesse assunto.)

18. Sabe que desse ensino resultará no bom preparo de outros pastores segundo o coração de Deus.

19. Sabe que nem todos o entenderão.

20. Sabe que Deus o entenderá e apoiará.

Amigos pastores, por amor a Cristo, ensinemos isso ao povo de Deus.
Ainda existem muitos pastores fiéis a Deus e dignos de serem chamados de “homens de Deus”.
Mudemos a concepção que os farsantes produziram em muitos e propaguemos a verdade e dignidade do santo ministério. Rechacemos os lobos em peles de cordeiros. Honremos Aquele que nos chamou.
A Igreja agradece.

Forte abraço,
Em Cristo,

Cuidado: pastores cães!


Por: Marcos Pinheiro

Infelizmente, igrejas fundamentadas na Bíblia estão se tornando cada vez mais raras nestes últimos dias. Os fundamentos da doutrina cristã estão sendo abandonados pela aceitação do erro e da heresia. A enganação está aumentando e muitas ovelhas de Deus estão sendo enganadas por charlatões disfarçados de ministro do evangelho. Os promotores desse quadro decadente são os pastores-cães sempre desejosos de agradar e de alcançar a aprovação dos homens. Esses maus líderes gostam de bajular para obter confiança e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples. Em Filipenses 3:2 o apóstolo Paulo assinala: “Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros”. Uma das passagens mais dramáticas da Bíblia é Isaías 56:11 onde o profeta dá as características dos pastores-cães “Estes cães são gulosos, não se podem fartar; e eles são pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o seu caminho, cada um para a sua ganância, cada um por sua parte”. Como se observa no versículo, os pastores-cães são extremamente cobiçosos, de torpe ganância, avarentos; sevem ao seu próprio ventre; sempre buscam a sua satisfação pessoal deixando as ovelhas ao abandono. A idéia de um cão pastoreando ovelhas é contraproducente ao Evangelho. Jesus enfatizou que “O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas”. O bom pastor, não ladra, não rosna, não rezinga, não ataca, não coloca o rebanho em apuros, não alarga o caminho estreito, mas fala o que convém à sã doutrina. O objetivo primordial do bom pastor é colocar seu rebanho sob o temor contínuo do Senhor.

Os pastores-cães buscam os louvores de seus ouvintes e, jactando-se dos bancos cheios aos domingos, arvoram a bandeira falsa do avivamento. Esses maus líderes estão preocupados em solucionar as neuroses das pessoas, revestindo de açúcar seus sermões. Esquecem eles, que o único remédio para a cura dos males que afligem os homens, seja na mente ou no coração é a Palavra de Deus. Uma estratégia usada pelos pastores-cães é manter um perfil discreto e dar aos ouvintes o que eles querem, esperando que voltem no próximo domingo. Esses enganadores fazem com que as pessoas pensem que foram curadas dos seus pecados quando nunca souberam que estavam enfermas, eles colocam vestimenta de justiça sobre os seus ouvintes quando nunca souberam que estavam nus. Seus sermões são uma espécie de chá de eva-doce para acalmar os pecadores, mantê-los confortáveis e domesticá-los. Pregam um Deus meloso, bonachão que não faz exigências. Suas mensagens não têm a capacidade de arar a terra com profunidade, não rompe o solo rochoso da alma humana, não vai além da superfície.

Nas igrejas dos pastores-cães a fé virou show, a adoração virou entretenimento, a santidade deu lugar ao “não tem nada a ver”, a cruz foi substituída por outra mais macia, ou seja, a freqüência do povo à igreja é comparada com o número de pessoas que vai a um parque de diversões. A igreja desses pastores-cães é a igreja da Aceitação: o pecado não é tratado com seriedade, todos podem entrar e permanecer pecadores contumazes. Esses maus líderes não entendem que clubes sociais construídos sobre o nome de Jesus Cristo não são a igreja do Novo Testamento. Um pregador que deixa de “quebrar alguns ovos” regularmente, por que tem o objetivo de ser popular, não está qualificado para o ministério. Uma característica marcante desses pastores-cães é que as experiências têm maior peso que as Escrituras. Quando as pessoas desmaiam na igreja, ou riem descontroladamente, ou latem como cachorros, ou miam como gatos, ou rugem como leões, ou se arrastam como cobras, esses pastores acham que todas essas manifestações são de Deus. Para esses réprobos a Bíblia somente é importante quando não contradiz suas experiências.

O salário altíssimo é a marca principal desses pastores-cães. A Bíblia diz que o trabalhador é digno do seu salário. Portanto, não há nada de errado um pastor receber um salário adequado. Mas, quando o pastor torna-se milionário e vive em uma grande mansão com carros do último tipo conseguidos do seu rebanho, é um lobo mercenário. Esses mercenários têm mundanizado o Evangelho. Para eles, o sucesso de uma empresa multinacional é o modelo a ser imitado pela sua igreja.

É preciso entender que o mundo dos negócios está preocupado com a aparência e o lucro e não pode ser modelo para a igreja do Senhor Jesus Cristo. O verdadeiro pastor que não é mercenário é como Moisés que “permaneceu firme como quem vê o invisível” (Hb 11:27), ou seja, os seus olhos estavam sobre o invisível, o reino espiritual de Deus, não no reino deste mundo.

Os pastores-cães induzem o povo ao erro através de alianças com o que é profano. Para isso usam de jargões atraentes e diplomáticos do tipo: “Unidade na diversidade”, ”O amor une a doutrina divide”, “Devemos construir pontes e não muros”, “O verdadeiro cartão de identidade do cristão é o amor”. Através dessas frases engenhosamente bem construídas erros doutrinários grosseiros têm sido tolerados em nome do amor. Cristianismo é acima de tudo união de gregos e troianos, judeus e gentios, negros e brancos, ricos e pobres, todos unidos numa só fé. Mas, o cristianismo verdadeiro não tolera a conjugação entre o certo e o errado, a verdade e a mentira, a luz e a escuridão. A unidade não deve ser meramente espiritual, mas acima de tudo deve ser bíblico-doutrinária. Assim como a água e o óleo não se misturam, verdade e erro não podem combinar para produzir algo bom. Deus é amor, mas é também santo por isso não dá para justificar a união do santo com o profano como querem os pastores-cães. Em 2 Tessalonicenses Paulo exorta dizendo : “ Se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai o tal e não vos mistureis com ele”. No capítulo 16 verso 17 aos Romanos, Paulo assinala dizendo: “Rogo-vos irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes, desviai-vos deles”.

No livro apocalipse há uma sentença severa para os pastores-cães “Ficarão de fora os cães” (AP 22:15). Cabem a nós, ovelhas, ficarmos atentos para a solene advertência: CUIDADO: PASTORES-CÃES!

Shopping de Igrejas


 Por Isaltino Gomes Coelho Filho
No início de meu ministério na Cambuí, em Campinas, uma pessoa me disse ter mudado há pouco para a cidade e estava frequentando as igrejas, analisando-as e vendo o que cada uma tinha para lhe oferecer. Como pastor rodado, conhecedor dos vários tipos de membros de igreja, desejei que Cambuí não fosse a “agraciada”. Felizmente não foi. As pessoas que se supervalorizam e desejam que o mundo se encaixe em sua visão não são boas companhias. Geralmente azedam o ambiente por onde passam, e logo precisam mudar de ambiente. Não se pode contar com elas para projetos sérios que não tenham sua grife pessoal. Estão sempre indo ao shopping de igrejas escolher uma que lhe seja mais agradável.

Nesta mentalidade, “igreja” deixou de ser a comunhão dos salvos, onde os remidos se reúnem para adorar a Deus e testemunhar de Jesus, e passou a ser uma prestadora de serviços. A ideia de muitos cristãos é esta: sua fé em Cristo lhes deu um cartão de crédito sem limites e elas cultivam a cultura do consumismo espiritual. Não foram salvas para servir a Deus e à igreja de Cristo, mas para serem agraciadas e servidas. Impressiona-me como as pessoas se queixam de igrejas! Na realidade, é o culto à vontade própria e a incapacidade de se relacionar com os outros que gera a maior parte dos queixumes. Sou reticente quando alguém briga em sua comunidade quer vir para a comunidade a que sirvo. Em vindo, será que não haverá o transplante de um problema? Porque pé de espinho é pé de espinho em qualquer canteiro… Não é a terra que produz espinho, mas a natureza da planta.

O número de servos nas igrejas diminuiu e surgiram coisas como “adoradores extravagantes”(!). Aliás, muitos querem ser adoradores. Poucos querem ser servos. Por que, em vez de “adorador extravagante” a pessoa não almeja ser “servo incondicional”? Poucos querem servir, mas muitos querem ser servidos. Muitos têm expectativas sobre como a igreja deve servi-los. Deveriam pensar: “Qual é a expectativa de Deus para minha vida?”. Ou: “O que Deus quer de mim?”. Mas sempre dizem o querem de Deus. Com isto há um número elevado de evangélicos no Brasil, mas poucos estão servindo mesmo a Deus. Muitos servem aos seus interesses. Há massa, mas sem qualidade espiritual.

Para muitos membros, frequência é opcional e a igreja não tem autoridade sobre eles. A igreja presta serviços, e elas, possuidoras de um cartão de crédito espiritual, escolhem qual lhes é mais adequada. Assim temos poucos engajados e muitos clientes. Gente assim se frustra, porque vida cristã não é isto. Gente assim não descobre a beleza de uma vida comprometida com Jesus. Prejudica a igreja local porque deixa de ser militante e passa a ser consumidor desengajado. E prejudica a obra de Deus porque é inútil. Não ajuda o reino.

A obra de Deus necessita de servos, não de clientes. De gente engajada e não de frequentadores episódicos e sem vínculos. A igreja precisa de quem a ame e não de quem a use. Ela é o corpo de Cristo na terra, e já foi bastante maltratada pelo mundo. Não deve ser pelos que dizem ser de Cristo.

Não vá ao shopping de igrejas. Vá à arena, lutar pelo evangelho e pelo nome de Jesus. Seja servo e não dono da igreja. Seja mais um e não “O Cara”. Sua vida será grandemente beneficiada. Quem encontra seu lugar e serve a Deus ali é uma pessoa realizada. Não tem tempo nem vontade de se queixar. O reino de também será beneficiado.

Refutando as doutrinas das igrejas orgânicas


Por Denis Monteiro


Tentarei ser breve em minhas respostas às citações feitas pelos adeptos deste modelo de igreja.

IGREJA ORGÂNICA: "As igrejas orgânicas se reúnem principalmente nos lares dos seus membros, como fazia a igreja no primeiro século."

RESPOSTA: Temos que entender o motivo do porquê. Não se podia ter igrejas (templos) construídos na época dos apóstolos até o fim de 380 d.C com a oficialização da religião do império. Os primeiros cristãos mudavam as cidades, mexiam com o sistema, eram intelectuais... Podemos dividir esse período em: “Período Apostólico” (30-70 d.C), “Período Sub-apóstólico” (70-135 d.C) e “Período dos Mártires e da Institucionalização da Igreja” (135-313 d.C). O termo “Apóstolo” significa “enviado”, em grego. Missionários itinerantes, que tiveram contato com Jesus de Nazaré. Foram testemunhas oculares. Até o ano 100 d.C os cristãos ainda são bem desconhecidos. Os romanos os confundem com os judeus. Aos poucos, o cristianismo vai mostrando sua existência. Era o início da “Grande Igreja”.

O Cristianismo nasceu e desenvolveu-se dentro do quadro político-cultural do Império Romano. Durante três séculos o Império Romano perseguiu os cristãos (época das perseguições), porque a sua religião era vista como uma ofensa ao Estado representava outro universalismo e proibia os fiéis de prestarem culto religioso ao soberano. Aos poucos se propagou em Roma e pelo império.

As principais e maiores perseguições foram as do imperador Nero, no século I (morte de Paulo, Pedro), a de Décio no ano 250, a de Valeriano (253-260) e a maior, mais violenta e última a de Diocleciano entre 303 e 304 que tinha por objetivo declarado acabar com o cristianismo e a Igreja. O balanço final desta última perseguição constituiu-se num rotundo fracasso, Diocleciano, após ter renunciado, ainda viveu o bastante para ver os cristãos viverem em liberdade.

No século IV, o Cristianismo começou a ser tolerado pelo Império, para alcançar depois um estatuto de liberdade e converter-se finalmente, no tempo do imperador Teodósio (379-395), em religião oficial do Estado (380). O imperador romano, por esta época, convocou as grandes assembleias dos bispos, a saber, os concílios e a Igreja puderam então dar início à organização de suas estruturas territoriais.
As Catacumbas, as galerias escavadas, que eram usadas como esconderijo ou sepultura, exclusivamente por cristãos... As galerias muitas vezes têm dois ou três metros de altura e, de um a dois metros de largura, porém algumas vezes são menos espaçosas. É o lugar de ajuntamento onde os cristãos primitivos se reuniam para adorarem ao seu Deus e Salvador. (As catacumbas de Roma; Beijamim Scott; CPAD)
Infelizmente, as catacumbas de Roma não servem de inspiração para algumas igrejas, para que realizem seus cultos. Analisemos um texto: "Porque, se entrar na vossa sinagoga algum homem com anel de ouro no dedo e com traje esplêndido, e entrar também algum pobre com traje sórdido." (Tiago 2.2)

Veja que o autor do texto toma o sentido judaico de igreja para aplicar à igreja aonde é direcionada a carta. A palavra "sinagoga" tem como sentido construções onde aquelas assembleias judaicas solenes eram organizadas. Ou seja, percebe-se que antes mesmo das perseguições se concretizarem, possivelmente já havia um lugar de reunião como descreve Tiago, irmão do Senhor.

IGREJA ORGÂNICA: "...aplicam suas ofertas no cuidado dos necessitados e na plantação de novas igrejas orgânicas, ao invés de aplicá-los em manutenção de templos e em salários de ministros profissionais."

RESPOSTA: A forma que estão aplicando as ofertas é bíblico, e isso eu reconheço (Tg 1.27; 1º Tm 5.16). Mas dizer que as ofertas não são para a manutenção de templos e salários dos ministros, é antibíblico. Vejamos algumas passagens que nos provam ao contrário:

"Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja MANTIMENTO na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos," (Malaquias 3.10 - ênfase do autor).

"Os presbíteros que governam bem sejam tidos por dignos de duplicada honra, especialmente os que labutam na pregação e no ensino. 18 Porque diz a Escritura: Não atarás a boca ao boi quando debulha. E: Digno é o trabalhador do seu salário."(1ª Timóteo 5.17,18)

IGREJA ORGÂNICA: "..suas reuniões são participativas-livres - todos participam ativamente (ministram e são ministrados) - não há clérigos; qualquer irmão pode trazer uma palavra, orar, compartilhar um cântico, uma poesia etc. (com base em 1 Cor. 14.26-27)."

RESPOSTA: Bom, como provado no argumento acima, a pessoa responsável por trazer a mensagem e/ou o ensinamento era e é o presbítero (pastor). Não existe base bíblica para que não haja uma hierarquia eclesiástica, pois a Bíblia nos mostra claramente que havia os apóstolos (homens que andaram com Jesus) e diáconos (homens encarregados de servi a mesa (Atos 6). Quanto a oração não há restrição bíblica para que haja na igreja, conquanto que seja com ordem e decência. A onde que os apóstolos ensinaram que temos que ficar recitando poesia dentro da igreja?

IGREJA ORGÂNICA: "Cristo é o Cabeça das igrejas orgânicas e dirige diretamente as reuniões, por meio do Espírito Santo e não por meio de liturgias fixas."

RESPOSTA: Sim, cremos que Cristo é o cabeça da Igreja, cremos porque a Bíblia nos diz. Sobre a liturgia, ela é bíblica e os adeptos da igreja orgânica, citando 1º Coríntios 14.26,27, deram um tiro no próprio pé, pois o que Paulo fez é uma ordem litúrgica: "Portanto, meus irmãos, o que é que deve ser feito? Quando vocês se reúnem na igreja, um irmão tem um hino para cantar; outro, alguma coisa para ensinar; outro, uma revelação de Deus; outro, uma mensagem em línguas estranhas; e ainda outro, a interpretação dessa mensagem. Que tudo seja feito para o crescimento espiritual da igreja." Veja que a palavra "outro" define a ordem que se deva seguir ou respeitar, como provado pelo próprio Paulo: "Portanto, façam tudo com decência e ordem." Nós, reformados, presamos pela liturgia e cremos que, por intermédio dela, Deus age por seu Espirito. A palavra liturgia significa, segundo o tradicional dicionário, o culto público e oficial instituído por uma igreja; um ritual ou cerimonial religioso. A palavra liturgia tem sua origem primeira no grego leitourgia, que significa serviço, ritual ou de outra natureza; um serviço prestado a alguém em necessidade, executar um serviço (religioso). Os escritores do N.T. adotaram a terminologia em relação à compreensão cristã da responsabilidade perante Deus e da solicitude generosa pelos seres humanos. A palavra substantiva e seus correlatos verbais e nominais aparecem no Novo Testamento cerca de 15 vezes.[1][2]

IGREJA ORGÂNICA: "...pastores são simples pais de família, maduros na fé e na idade (presbíteros), exemplos para os demais; são voluntários..."

RESPOSTA: Sim, tais pastores têm que ser pais de família (1º Tm 3.1-6). Já sobre o pastor ser "velho", por achar que a idade cria experiência, engano (O temor do SENHOR é o princípio do conhecimento. Pv 1.7) Timóteo, filho na fé de Paulo, era jovem e pastor (1º Tm 4.12). Ser pastor não é ser voluntário como em uma ONG. Ser pastor é um chamado Divino, um dom dado por Deus. Paulo aos Efésios deixa isso bem claro: "E ele deu uns [para] pastores" (Efésios 4.11).

"Igreja genuína é toda aquela que proclama a Palavra fielmente e ministra os sacramentos dignamente. abandoná-la constituiu falta mui grave." João Calvino.

Divisão nas igrejas afeta a vida dos membros e o ministério


Por Rafael Dantas
Processos de divisão em igrejas evangélicas deixam sequelas na congregação e na vida espiritual dos membros.
No início, o Evangelho espalhou-se graças à presença do próprio Senhor Jesus. Mais tarde, após sua morte e ressurreição, coube aos novos convertidos ao recém-criado cristianismo romper com suas tradições religiosas e sair pregando as boas-novas do Reino. Em pouco tempo, a nova cresceu e, como não poderia deixar de ser, surgiram as primeiras divergências entre seus seguidores. A lei de Moisés perdera a validade ou não? Os mortos voltariam à vida antes ou depois do retorno do Senhor? A circuncisão continuava obrigatória? Depois, vieram as diferenças teológicas – e mesmo gigantes da , como os apóstolos Paulo e Pedro, tiveram suas diferenças por causa de interpretações conflitantes acerca do Evangelho. Quando a Igreja ganhou formas institucionais e o clero se fortaleceu, as divisões passaram a ocorrer, principalmente, por questões internas e administrativas. A falta de consenso, seja por motivos espirituais ou simples disputa de poder, levou a cristandade a grandes rachas, como o ocorrido em 1054, entre cristãos do Ocidente e do Oriente, ou a Reforma Protestante do século 16.
A verdade é que, ao longo destes dois mil anos e pelos mais diversos motivos – ou desculpas –, igrejas cristãs seguem tendo dificuldades em manter a sua unidade, gerando novas divisões e afetando a vida e o ministério de seus fiéis. Na história recente das igrejas evangélicas brasileiras, grandes separações aconteceram, tanto nos grupos históricos – como a Igreja Batista, que viu surgir em seu meio um segmento avivado nos anos 1960 –, como nas igrejas pentecostais e neopentecostais. E as separações acontecem tanto em nível denominacional como dentro das próprias comunidades locais, em geral por mero desentendimento entre seus líderes e, muitas vezes, gerando igrejas vizinhas – e até rivais – de mesma . “A divisão é intrínseca à experiência da Igreja cristã: simplesmente, nunca houve um cristianismo indiviso”, aponta o professor Joanildo Burity, coordenador do mestrado sobre e globalização do Departamento de Teologia e Religião da Universidade de Durham, na Inglaterra.
As razões que desencadeiam essas cizânias, na opinião dos especialistas, incluem desde a vaidade pessoal dos líderes até insubordinação, dificuldades de se trabalhar em equipe e interesses pessoais nocivos. Há também os motivos espirituais – caso das divergências teológicas ou de vocações ministeriais legítimas, que são sufocadas por lideranças centralizadoras. “Dificilmente, a divisão é provocada por uma ovelha, mas quase sempre por um pastor ou líder”, argumenta o pastor Osvaldo Lopes dos Santos, presidente da União das igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil (UIECB). A denominação, introduzida no Brasil no século 19 pelo missionário e médico escocês Robert Kalley, enfrentou uma grande cisão em 1967, por causa da adesão de alguns pastores ao avivamento espiritual.
Se, por um lado, as separações em igrejas contribuíram para a acelerada disseminação do cristianismo no mundo, devido à multiplicação do número de congregações, por outro geram verdadeiros traumas emocionais e de nos membros, geralmente os que mais sofrem com as divisões. “Toda ruptura, quer seja pessoal ou institucional, sempre causa algum tipo de trauma emocional, psicológico, social, e, no caso da igreja, um espiritual”, continua Osvaldo. “Trata-se de um divórcio eclesiástico, que afeta profundamente a história e a identidade de um povo, removendo as suas bases e criando um grande vazio existencial por um longo tempo.”
Os cismas que acontecem no meio das igrejas evangélicas são uma das inúmeras causas das transferências de membros entre igrejas. A flutuação é grande – hoje em dia, é comum se encontrar crentes que já foram ligados a diversas congregações. Caso de R.M., carioca de 50 anos que, a fim de evitar constrangimentos, pediu à reportagem para não ser identificado. “Converti-me na Assembleia de Deus”, conta. “Mas, três anos depois, o pastor rompeu com o Conselho e abriu sua própria igreja. Fui com ele e mais uns trinta irmãos”. O novo trabalho prosperou, mas aí foi a vez de o pastor ser vítima da divisão – um missionário da igreja, insatisfeito com sua liderança, saiu e levou consigo boa parte dos membros. R., decepcionado, por pouco não caiu na . “Não fui atrás nem de um, nem de outro. Achei absurdo que homens que se diziam de Deus ficassem brigando entre si.”, reclama. Hoje, o funcionário público congrega na Igreja Cristã Maranata. “Há muito de vaidade e interesses pessoais nesses rachas, e pouco do Evangelho”, opina.
CREDIBILIDADE COMPROMETIDA
“Os crentes que mais sofrem com processos de divisão são justamente os neófitos na , que ainda possuem uma visão romantizada da igreja”, aponta o pastor Altair Germano, coordenador pedagógico Faculdade Teológica da Assembleia de Deus em Abreu e Lima (Fateadal), em Pernambuco. “As pessoas ficam marcadas por essas rupturas”. No entender do educador, atitudes de divisão podem criar grandes males espirituais para os membros de uma igreja que se fragmenta – “Embora, em alguns casos, a divisão seja até necessária”, ressalva. Mesmo assim, pondera, levantar as questões de maneira pública não é o melhor caminho. “As demandas e questões que suscitam divisões denominacionais precisam ser tratadas pelos líderes com sabedoria, temor, respeito e amor cristão.”
Até mesmo falar sobre as experiências de divisão é difícil tanto para os líderes, como para os membros das igrejas que sofreram esse tipo de situação. O pastor Josivaldo Carlos, 42, da Igreja Batista Missionária, já foi membro de uma igreja tradicional na periferia de Olinda (PE) antes de iniciar o próprio ministério. Há dez anos, um processo de mudança radical, implantada por um pastor que chegou à congregação, afastou rapidamente os membros mais antigos. “Eles se sentiram excluídos pela nova liderança. A maior parte se espalhou pelas igrejas vizinhas, mas uns até abandonaram o Evangelho.”
Josivaldo lamenta que os estragos da divisão vão além das paredes da igreja – trazem descrédito não apenas para as instituições que passam pelo problema, mas para o Evangelho, como um todo. “Existem consequências muito grandes nesses momentos. Uma delas é o prejuízo ao caráter evangelístico da igreja”, comenta. “Os novos convertidos sofrem um abalo na muito grande. Eles esperam da igreja algo novo, querem satisfazer um vazio da alma. Quando se deparam com uma separação que cria um ambiente muito hostil, a decepção é grande. Afinal, no lugar onde tinham a expectativa de encontrar soluções, acabam encontrando mais problemas”, declara Josivaldo.
Para Rinaldo Silva, de 24 anos, do Recife, o que o motivou a deixar a igreja onde congregava foi o que chama de uma crise interna. Envolvido em vários trabalhos na igreja, ele foi levado a deixar o ministério onde se batizara e foi para outra congregação, na mesma localidade, com uma série de irmãos, por conta das mudanças promovidas por um novo pastor, que eram contrárias aos princípios da igreja. “Esses momentos criam períodos de fraqueza espiritual muito grande. Leva os membros a se fecharem; muitos não querem mais saber de igreja nem de participar do Corpo de Cristo. Com o tempo, a pessoa nem quer mais buscar a Deus”. Anos após, com o fim da crise, Rinaldo retornou a igreja de origem, onde congrega até hoje. O aposentado João Neto, 54 anos, também passou por um processo de divisão na sua antiga igreja. Desvios doutrinários instabilidade na congregação, que culminou numa divisão, seis meses depois. “A igreja tinha um perfil e uma história que foram desrespeitados. A unidade da congregação foi enfraquecida. Entre os mais antigos, é uma tristeza ver uma trajetória ser interrompida.
Outro grupo de fiéis que demora a superar o embate das divisões são aqueles crentes que possuem longas trajetórias em uma mesma igreja. “Geralmente, aqueles que têm uma caminhada histórica em sua denominação é que apresentam dificuldades maiores numa situação como esta. Aos poucos, aquela sensação de vazio vai se dissolvendo e um novo tempo se estabelece em nossas vidas, porque, afinal, Deus nunca desiste de nós e ele é poderoso para guardar o nosso depósito até o dia final.

Liberalismo e Teologia Relacional: O evangelho dos bebês chorões

 
Por Leonardo Gonçalves
Desculpa por destruir o seu patriotismo hipócrita que ressurge a cada quatro anos, mas há algo que nem a copa do mundo consegue disfarçar: O Brasil é o maior depósito de sucata teológica do mundo. Tudo o que não funciona nos países de primeiro mundo é trazido, adaptado e aplicado aqui na república dos bananas.

Uma das mais recentes porcarias importadas para o nosso país se chama Teologia Liberal. Mas, o que é essa tal de “Teologia Liberal”? Bem, trocando miúdos, podemos dizer que teologia liberal é um movimento teológico com raízes no século XVIII, que mescla doutrina bíblica com filosofia e ciências sociais, propondo uma exegese subjetiva e a relativização do texto sagrado.

Há algum tempo atrás, uns pirados começaram a sobrepor-se à autoridade das Escrituras. Um destes caras, chamado Rudolf Bultmann, disse que é impossível interpretar um texto sem pressuposições, então ele passou a interpretar a bíblia à luz das suas crenças pessoais. Como neste mundo heresia se propaga como mato (e o diabo também dá uma mãozinha neste processo), um monte de babões com vontade de aparecer acompanhou o Bultmann na sua loucura, e logo a coisa se espalhou.

Permita-me um parêntesis, pois quero te explicar o quanto a interpretação do senhor Bultmann e dos seus colegas liberais – tanto dos seus antecessores, como dos seus sucessores – é absurda:

Imagine que você um dia escreva um livro, contando uma história que você considera muito importante, e falando acerca das suas crenças. Digamos que eu receba o seu livro, contando a sua história, e comece a interpretá-lo à luz da minha vida, das minhas crenças e da minha história. O que você acharia disso? Já te imagino dizendo: “Ei, espera aí: Não foi isso que eu disse!”, ao que eu ia responder: “Não importa o que você disse, mas o que eu penso que você deveria dizer”. Seria uma loucura!

Feito este parêntesis, volto aos trilhos para dizer que nenhuma interpretação de texto pode ser mais burra e ao mesmo tempo mais arrogante que as ideias dos teólogos liberais. Ora, o seu texto não deve ser interpretado de acordo com as minhas crenças e minhas ideias, e sim de acordo com as crenças e ideias do autor. E não foi no seminário que aprendi isso, mas nas aulas de língua portuguesa e literatura do ensino fundamental. Gente, isso é óbvio demais!

Porém, apareceram no cenário teológico brasileiro uns caras pirados que querem interpretar a bíblia a luz das suas crenças, e que negam (ou na melhor das hipóteses, reinterpretam) o sentido do pecado, da salvação, da vida eterna em Cristo, e alguns chegam a negar a morte vicária (morte pelos pecados) de Jesus, bem como o seu nascimento virginal.

Alguns destes caras, com seus corações dominados por pressupostos mundanos, praticam uma exegese afeminada e começam a chamar Deus de mãe! Segundo eles, a paternidade de Deus é o reflexo de um principio machista que predomina nas culturas antigas, mas agora, os suprassumos da intelectualidade pós moderna, pastores fracassados que abdicaram da teologia bíblica em virtude de seus pecados e que agora ficam posando de filósofos existencialistas quando na verdade sequer conhecem a obra de Sartre ou Kiekgaard, bagunçam ainda mais o coreto evangélico nacional, pregando uma teologia do Deus “maricas”.

Sinceramente, creio que alguns pastores ao invés da “Água Branca”, andam tomando água turva nas fontes seculares do paganismo pós-moderno, e na tentativa de ser relevantes, acabam pagando de palhaços aos olhos de quem tem o mínimo de conhecimento teológico-filosófico e um pouquinho de discernimento. Outro, ao invés de dirigir os pecadores à Casa de Misericórdia (pois este é o significado da palavra “Betesda”), ensina as pessoas a confiarem num Deus fracassado e trapalhão que há muito tempo atrás perdeu as rédeas do Cosmos e agora deposita toda a sua fé em gente miserável e pecadora como nós. Sim, já não é o homem que tem que depositar sua fé em Deus, mas Deus é que tem que acreditar no homem.

Percebeu o grau da loucura destes pastores?

Seus sermões trazem um pouco de tudo, porque eles são bem ecléticos em suas crenças. De um modo inexplicável, estes dois pastores conseguem reunir o que há de pior em cada sistema teológico, bater tudo no liquidificador, acrescentando ao final uma colher de Open Theism, e assim fazem a sua omelete epistemológica.

Mas esta omelete liberal e neoarminiana tem dado indigestão em muita gente, e penso que é tempo de focar nossa munição em denunciar estes bebês chorões, quase sempre deprimidos em seus artigos, que reclamam de tudo, pregam contra a injustiça social e a disparidade dos povos, mas retiram dos crentes o que eles tem de mais precioso: “A crença em um Deus soberano e criador, o qual tem todas as coisas sob controle, que intervém diretamente na história, fazendo com que todas as coisas cooperem para o bem dos que lhe amam, e dos que por seu divino decreto foram chamados”.

Como eram as pessoas salvas antes de Cristo?



Por J. Warner Wallace

Fé somente em Cristo somente

Como Cristãos, acreditamos que somos salvos pela graça de Deus, através da fé no Salvador (Jesus Cristo); é fé somente, em Cristo somente. A salvação, então, é dependente de algo que Deus tem feito para nós ao invés de algo que nós fazemos para nós mesmos. Sabemos que as nossas boas obras simplesmente não nos podem salvar, e também reconhecemos que Jesus fez tudo necessário por nós; Ele morreu na cruz para pagar o preço de nosso pecado. Da cosmovisão Cristã, Deus não existe somente, mas Ele tem algo para nos salvar e tudo que Ele requere é que nós coloquemos a nossa fé em Jesus para nossa salvação. Mas o que dizer de todas aquelas pessoas que viveram e morreram antes de Jesus nascer? Se a fé em Jesus for necessária, como eles poderiam ser salvos antes de seu aparecimento? Bem, aqueles que viveram antes de Jesus foram salvos exatamente da mesma forma que você e eu somos salvos; pela graça de Deus e através da fé deles no Salvador! Aqueles que viveram antes de Jesus entenderam o que é a graça e eles colocaram a fé deles no Redentor que está vindo…

Eles Entenderam a Graça

Esses crentes primitivos amavam a Deus e queriam viver com ele para sempre. Eles ouviam atentamente às palavras de Deus ao passo que estas eram reveladas pelos profetas e a escritura. Como resultado, eles entenderam a natureza da graça. Davi, por exemplo, escreveu sobre o perdão e a graça de Deus:

Salmos 32:1-5

Bem-Aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano. Quando eu guardei silêncio, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio. Selá. Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade não encobri. Dizia eu: Confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado. Selá.

Davi estava completamente ciente da natureza do dom gratuito de Deus da salvação, e Paulo deixa isso claro para nós quando ele descreve o conhecimento que Davi tinha a este respeito:

Romanos 4:6-8

Assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras, dizendo:

Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, E cujos pecados são cobertos.

Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado.

Davi claramente entendeu que todos nós somos pecadores que devemos ser salvos pela Graça de nosso Deus (como Paulo diz, “sem as obras”). Davi não era o único crente da antiguidade que sabia que eles seriam salvos pela fé deles, mesmo que o Salvador ainda não havia chegado. O Novo Testamento nos diz que os nossos heróis da fé entenderam o papel que a fé desempenhou na salvação deles:

Hebreus 11:13

Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra.

Esses crentes da antiguidade certamente sabiam que suas boas obras não poderia salvá-los; como Isaías, eles sabiam que a ‘bondade’ deles não era ‘bom o suficiente’:

Isaías 64:6

Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam.

Os crentes da antiguidade também sabiam que o padrão de Deus era impossivelmente alto. Eles sabiam que quando eram comparados a Deus, eles ficaram aquém do alvo e, como Davi, eles sabiam que até mesmo sacrifícios de animais não agradaria um Deus Santo:

Salmo 40:6

Sacrifício e oferta não quiseste; os meus ouvidos abriste; holocausto e expiação pelo pecado não reclamaste.

Eles Esperavam um Messias

Os crentes da antiguidade sabiam que as próprias obras deles eram repetidamente insuficientes aos olhos de um Deus Santo. Com o conhecimento limitado de Deus que lhes foram dados naquela época, eles entenderam que Deus teria que fazer algo dramático para salvá-los. Os seguidores de Deus que viveram antes de Jesus colocavam a fé deles no Salvador que estava por vir e que foi descrito desde os primórdios dos tempos. Deus disse a Adão e Eva que um de seus descendentes eventualmente derrotaria Satanás…

Gênesis 3:15

E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.

Abraão entendeu que Deus providenciaria um sacrifício para o pecado, assim como ele entendeu que Deus providenciaria um sacrifício substitutivo para tomar o lugar de seu próprio filho quando Deus chamou Abraão para sacrificar Isaque:

Gênesis 22:28

E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim caminharam ambos juntos.

Revendo, milhares de anos atrás, Paulo nos lembra de que a fé de Abraão salvou-o. Abraão levou Isaque ao ponto do sacrifício, completamente esperando que Deus, em Sua bondade, providenciaria um “cordeiro”:

Romanos 4:3

Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.

Embora Abraão não tenha nunca completamente entendido o papel que Jesus desempenharia algum dia, ou a forma exata em que Deus viria à terra para ser um sacrifício para todos aqueles em necessidade desesperada de um Salvador, ele sabia que Deus completaria tudo o que ele havia prometido e ele olharia adiante ao dia da vinda do Messias:

João 8:56

Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia, e viu-o, e alegrou-se.

Jó teve uma expectativa e esperança parecida por um Redentor. Ele sabia que Deus, de alguma maneira, salvá-lo-ia, mesmo se ele estivesse incerto sobre os detalhes exatos:

Jó 19:25-26

Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a Deus…

De uma forma semelhante, Moisés também esperava e acreditava na vinda do Messias, e ele antecipou a recompensa da Salvação:

Hebreus 11:26

Tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa.

Moisés até escreveu uma escritura que apontava para a vinda do Senhor!

João 5:46

Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim; porque de mim escreveu ele.

E Moisés não estava solzinho. Sabemos que muitos dos profetas do Velho Testamento e homens sábios também falaram da vinda do Salvador. Enoque, por exemplo, falou sobre a segunda vinda do Messias:

Judas 14

E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos…

Embora Enoque não escrevesse sobre isto na escritura, é razoável assumir que ele também falou sobre a primeira vinda de Jesus e sua missão na terra! Crentes escutaram acerca do Messias de seus profetas que claramente descreveram onde Ele nasceria:

Miqueias 5:2

E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.

Os profetas também descreveram como o Messias seria traído:

Zacarias 11:12

Porque eu lhes disse: Se parece bem aos vossos olhos, dai-me o meu salário e, se não, deixai-o. E pesaram o meu salário, trinta moedas de prata.

Os profetas também descreveram como o Messias morreria:

Isaías 53:5

Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades  o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.

E os profetas também descreveram o fato de que o Messias seria ressuscitado:

Salmos 16:10

Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção.

Isaías 26:19

Os teus mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos.

De fato, tanto foi escrito e predito sobre o Salvador, mesmo aqueles que precederam Jesus foram capazes de reconhecer a Sua chegada!

Atos 10:43

A este dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele crêem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome.

Os detalhes eram claros para aqueles que honestamente amavam a Deus suficientemente para examinar as escrituras. Por isso que Jesus esperava que alguém como Nicodemos entendesse a verdade do Evangelho até mesmo antes de Sua (Jesus) aparição:

João 3:10

Jesus respondeu, e disse-lhe: Tu és mestre de Israel, e não sabes isto?

Uma Fé Suficiente Somente no Messias Somente

Os santos do Velho Testamento entendiam o papel e a importância da fé, e eles esperavam a vinda do Redentor e Messias que os salvaria. Eles realmente não deveriam nos surpreender, porque de acordo com a Bíblia, o sacrifício de Jesus na cruz foi planejado por Deus desde o começo do tempo.

Apocalipse 13:8

E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.

Aqueles que amaram a Deus e viveram antes que Jesus soubesse que os seus pecados seria expiados pelo sacrifício deste Salvador.

Isaías 53:6

Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.

Romanos 3:25

Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus;

Assim como nós, estes crentes da antiguidade foram salvos pela graça somente, por meio do Salvador somente, mesmo se o entendimento deles acerca do Salvador não fosse tão completo como o nosso hoje. Alguns podem argumentar que a fé deles era incompleta; eles não entenderam a exata identidade do Messias, e eles não sabiam exatamente como Deus cumpriria o sacrifício necessário para salvá-los. Mas pense um pouco sobre isso. Quem dentre nós tem uma fé verdadeiramente ‘completa’? Se você for um Cristão, é você ‘completamente’ conhecedor em relação a tudo que possa ser conhecível sobre Deus, o Salvador deste e o plano de Salvação? Que nível de teólogo você deve ser para ser salvo? Deve a sua fé ser ‘completa’ ou há algum nível de ‘suficiência’ requerido? O quanto que você precisa ‘saber’ para ‘saber’ se você está salvo?

Você consegue responder todas as perguntas acerca da Trindade, por exemplo? Você entende completamente como é que Jesus pôde ser completamente humano e mesmo assim completamente Deus ao mesmo tempo? A sua falta de entendimento ‘pleno’ o desqualifica da Salvação? De cada um de nós é esperado fazer o máximo que podemos fazer com a informação que temos. Um dia, cada um de nós será responsabilizado pela informação que recebemos de Deus. Seremos perguntados: “O que você fez com o que eu revelei a você?” Assim como nós, os santos do Velho Testamento fizeram o máximo que podia com o que foi revelado a eles. Eles depositaram toda a sua fé em tudo o que Deus lhes havia dado. E essa fé em Deus e em Sua promessa de um Salvador futuro foi suficiente para eles serem incluídos na família de Deus.