quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A Malignidade da Humanidade


Por M. Lloyd-Jones

Olhe para ele e veja o que o mundo é. Tome aqueles que são considerados os grandes homens do mundo, nos quais nos gloriamos e dos quais nos orgulhamos. Coloquem-nos no lugar de Jesus e nada há. Ele os condena a todos. Que criaturas débeis são quando comparadas a ele.

Mas vamos, dê mais uma olhada. Se você quer saber como este mundo é, olhe para o que fizeram a ele. Lá estava o Filho de Deus. Ele deixou o trono dos céus, veio e se humilhou, entregou-se para curar e instruir as pessoas. Ele jamais causou dano a alguém. Ele veio fazer o bem. Mas qual foi a resposta do mundo? Ele foi odiado, perseguido e rejeitado. O mundo preferiu um assassino a ele, crucificando-o e executando-o. E lá na cruz, Jesus expôs o mundo como ele é. Mas os homens inteligentes deste século estão rindo, zombando e ironizando a cruz, estão caçoando do sangue de Cristo, em uma tentativa de ridicularizá-lo. Eles estão apenas repetindo o que os seus arquétipos fizeram no século I. Eis como o mundo sempre o tratou.

Porém, há um outro aspecto. Toda a sua ênfase constituiu-se no exato oposto da ênfase do mundo. Como temos visto, o mundo enfatiza a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a soberba da vida. O que Jesus enfatizou? Ele enfatizou algo a respeito do que o mundo jamais falou, ou seja, a alma.

Jesus disse: "Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?" (Mc 8.36). E se você fosse o ser humano mais belo que o mundo já conheceu, se estivesse sempre trajado com as roupas mais deslumbrantes, se morasse no mais suntuoso palácio ou possuísse a maior coleção de automóveis e tudo o mais? Se você tivesse o mundo todo, mas perdesse a sua própria alma? Eis o que Jesus afirma sobre o mundo, principalmente lá na cruz: "Que daria um homem em troca de sua alma?" (Marcos 8.37). Por que ele morreu? Jesus morreu pelas almas dos homens, não pelo nosso bem-estar material, não pela reforma deste mundo, mas para salvar nossas almas. "Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido" (Lucas 19.10). É a alma que está perdida. Aquilo sobre o que o mundo nada conhece, mas está em você e em todos nós, esta coisa imortal em nós que vai além da morte e do fim. Não, ele expôs a mentira deste mundo, mostrando como ele realmente é. Jesus contou uma parábola sobre o rico e Lázaro. O rico vivia em seu palácio, vestido garbosamente, em trajes maravilhosos, comendo na companhia de seus felizes amigos até fartar-se, enquanto o pobre mendigo permanecia sentado diante do portão, com os cães a lamber suas feridas. Bem, o Senhor disse, com efeito, não julgue superficialmente, este não é o fim da história. Jesus nos descreve a imagem de Lázaro ao lado de Abraão, enquanto o rico padecia em tormento no inferno. E possível ver a diferença entre a mente e a perspectiva do mundo, e a mente e a perspectiva do Pai e do Filho de Deus. Ele expõe o mundo como ele é.

04 COISAS QUE UM PASTOR NÃO FOI CHAMADO PARA FAZER.



Por Renato Vargens

A missão do pastor é glorificar a Cristo através da pregação do Evangelho de Deus. Os pastores foram chamados e vocacionados pelo Eterno para anunciar a única coisa capaz de transformar o coração dos homens que é a Boa Nova da Salvação Eterna. Todavia, os dias são dificeis e lamentavelmente muitos daqueles que deveriam ocupar o seu tempo pregando Cristo, envolveram-se em missões alternativas jogando na lata do lixo aquilo que nos é mais precioso.

Diante disto, de forma prática e objetiva gostaria de enumerar 04 coisas que o pastor não foi chamado para fazer:

1- O pastor não foi chamado por Deus para promover uma agenda politica.

Caro leitor, não acredito em messianismos utópicos, nem tampouco em pastores especiais, que trocaram o santo privilégio de ser pregador do evangelho eterno por um cargo público qualquer. Por favor, preste atenção: Não estou com isso afirmando de que o crente em Jesus não pode jamais concorrer a um cargo público. Tenho convicção de que existem pessoas vocacionadas ao serviço público, as quais devem se dedicar com todo esmero a esta missão. No entanto, acredito que o fator preponderante a candidatura a um cargo qualquer, deve ser motivada pelo desejo de servir o povo e a nação, jamais fazendo do nome de Deus catapulta para sua projeção pessoal. Agora, se mesmo assim o pastor desejar candidatar-se, (o que acho uma grande loucura) que deixe o pastorado, que não misture o santo ministério com o serviço público, que não barganhe a fé, nem tampouco confunda as ovelhas de Cristo com o gado marcado para o abate. Que não comercialize aqueles que o Senhor os confiou, nem tampouco se locuplete do nome de Deus a fim de atingir seus planos e objetivos.

2- O pastor não foi chamado pra criar um movimento religioso cujo objetivo é eleger o presidente da república.

Lamentavelmente não são poucos os movimentos eclesiásticos que surgem a cada dia neste país com objetivo principal de eleger um presidente da república "cristão". A missão do pastor não é organizar eventos em prol de um candidato a presidência da nação, e sim proclamar intrépidamente o Evangelho de Cristo, mesmo porque, o que muda e transforma o homem e seu país não é a pactuação politica partidária com candidato a ou b, o que muda uma nação é a compreensão do maior tesouro de todos os tempos, a maravilhosa mensagem da cruz.

3- O Pastor não foi chamado a envolver-se exclusivamente com movimentos sociais que combatem a fome, a violência e outras coisas mais.

Prezado amigo, por mais que seja lícito e louvável envolver-se com os problemas da cidade o pastor não foi chamado para envolver-se exclusivamente com ONGS, OSCS e instituições afins. O pastor não foi chamado por Deus para fazer protestos politicos e públicos em prol da paz ou da sociedade civil. O ministro do Evangelho foi vocacionado por Cristo, para pregar Cristo, anunciar Cristo e a Salvação em Cristo.

4- O pastor não foi chamado para dedicar seu tempo pregando o Evangelho da libertação e exclusão social. 

Infelizmente não são poucos os pastores que gastam seu tempo pregando um evangelho cuja única premissa é saciar a fome do pobre. Ora, o Evangelho é mais do que isso, é anunciar Cristo, é pregar Cristo, é chamar o pecador ao arrependimento dos seus pecados. O problema é que em nome de uma claudicante espiritualidade, oferta-se ao pobre o pão que sacia a fome do corpo negando-lhe entretanto, o pão que desceu do céu. A pregação do Evangelho não nega o pão ao faminto, mas também não abre mão de pregar Cristo como único e suficiente Salvador.

Isto posto, faço minhas as palavras de Paulo que pouco antes de morrer disse ao seu jovem discipulo Timóteo:"Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério." 2 T

A Eleição faz supérflua a pregação?



Por Josemar Bessa

Se há uma eleição divina - Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;Efésios 1:4 – e se esse Deus que elegeu é soberano e não pode ser frustrado, e irá trazer os eleitos a salvação, pregar, sofrer pela propagação da Verdade, morrer como o Apóstolo Paulo... não seria algo supérfluo?

Esse é um raciocínio repetido a exaustão, mas o que ele não consegue entender é o claro ensino do Apóstolo Paulo, por exemplo, (que foi martirizado por pregar o evangelho) que Deus ordenou não apenas a salvação dos eleitos, mas por sua graça, bondade, vontade... também ordenou os meios para realizar esse fim. O que envolve a pregação do evangelho até os confins do mundo – pregação essa que tem propósitos distintos: “Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Para estes certamente cheiro de morte para morte; mas para aqueles cheiro de vida para vida...” - 2 Coríntios 2:15-16

A ordem é pregar a Verdade à custa de oposição, aflição, de modo que os eleitos possam ser salvos, sendo regenerados pelo Espírito, então crendo, voltando de seus pecados para Deus... Não é claramente esta a causa que Paulo dá para sua vida, pregação, prisão, morte...?

“Lembra-te de que Jesus Cristo, que é da descendência de Davi, ressuscitou dentre os mortos, segundo o meu evangelho; Por isso sofro trabalhos e até prisões, como um malfeitor; mas a palavra de Deus não está presa. Portanto, tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna.” - 2 Timóteo 2:8-10

Paulo está empenhado em difundir a verdade do Evangelho a ponto de estar disposto a sofrer e resistir a qualquer dificuldade, sofrimento... Mas por quê?
O que Paulo diz aqui em 2 Timóteo é um eco de toda a lógica do que ele ensinou – “Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas.” - Romanos 10:13-15

O homem deve ouvir o evangelho para ser salvo, e como ouvirão se não há um pregador? Então Paulo sofre privações terríveis como expressão de seu compromisso de que os eleitos devem ouvir o evangelho para crer e serem salvos: “...tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna.” - 2 Timóteo 2:8-10. Ele sabe que Deus escolheu mostrar sua graça escolhendo homens indignos e merecedores do inferno, ele sabem que estes não podem deixar de serem salvos. No entanto, ele também sabe que eles não são salvos até que creiam no evangelho.

Por isso o “para que” no verso 10 - “...tudo sofro por amor dos escolhidos,para que também eles...” – Ele tudo sofre com esse propósito, finalidade – por amor aos escolhidos – o sofrimento de Paulo tem um objetivo em vista – que entre aqueles que ouvem o evangelho, aqueles que foram escolhidos por Deus ouçam a boa notícia do evangelho, e ouvindo e crendo, sejam salvos.

Então, ao contrário do argumento tão repetido, a confiança de Paulo em sua pregação do evangelho, até a ponto de sofrer, ser martirizado... está numa convicção profunda:

a) De que as pessoas só são salvas quando ouvem e creem no Evangelho, e
b) Quando os eleitos ouvem o evangelho, eles tem seu coração regenerado para que creiam e sejam salvos.

Paulo não tem nenhum conflito entre a doutrina da Eleição e a necessidade de proclamar o Evangelho. Mesmo que certamente os eleitos não possam deixar de ser salvos, Deus planejou que a propagação, a proclamação do Evangelho é o meio pelo qual eles serão salvos. Em outro lugar Paulo coloca isso claramente nestes termos: “Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade;” - 2 Tessalonicenses 2:13

Deus poderia ter determinado outros meios de chamar os seus eleitos sem a necessidade da proclamação, do sofrimento, do martírio... Mas isso é manifestação de sua graça a nós. Ele de fato em nada precisa de nós, mas em bondade imerecida, desejou que fôssemos instrumentos de seu poder. Paulo nunca se vangloria que a salvação dos filhos de Deus depende dele, de seus esforços, seus sofrimentos... ele diz que simplesmente Deus quer e determinou salvar o seu povo pela pregação da Palavra, e escolheu homens e os enviou para este fim – nós! Apenas instrumentos do Seu Poder!