quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Os Três Mosqueteiros foram ao Rock in Rio

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Por Pr. Silas Figueira

O livro “Os Três Mosqueteiros” conta a história de um jovem abandonado de 18 anos, proveniente da Gasconha, D'Artagnan, que vai a Paris buscando se tornar membro do corpo de elite dos guardas do rei, os mosqueteiros. Chegando lá, após acontecimentos similares, ele conhece três mosqueteiros chamados "os inseparáveis": Athos, Porthos e Aramis. Juntos, os quatro enfrentaram grandes aventuras a serviço do rei da França, Luís XIII, e principalmente, da rainha, Ana de Áustria [1]. 


Agora vamos imaginar que os três mosqueteiros, juntamente com D'Artagnan, resolvem deixar o serviço real para virem ao “Rock in Rio” assistir um grupo de heavy metal o Iron Maiden. Uma banda britânica de heavy metal, formada em 1975 pelo baixista Steve Harris, ex-integrante das bandas Gypsy's Kiss e Smiler. O nome "Iron Maiden", homônimo de um instrumento de tortura medieval que aparece no filme “O Homem da Máscara de Ferro”, baseado na obra de Alexandre Dumas, autor também do livro Os Três Mosqueteiros [2]. Chegando lá um deles faz a seguinte declaração: “Como me arrependo de ter quebrado todos os meus discos do Iron assim que ingressei no serviço real. Que mal faz o legalismo!” Será que o rei Luis XIII e rainha Ana de Áustria ficariam felizes em ouvir tal declaração? 
O que o rei falaria com os seus homens de confiança ao saber que no momento em que eles passaram a fazer parte da guarda principal do rei eles olharam para trás e se arrependeram de ter deixado a sua antiga vida? Ou melhor, de não estarem conciliando as duas vidas? Imagine se o rei Luis XIII lhes chamassem e lhes dessem essa resposta: “Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou” (2Tm 2.4).
Essa história na verdade é uma triste realidade que ocorreu recentemente com alguns pastores e um bispo de uma determinada comunidade. Isso demonstra que essas pessoas, na verdade, estão com suas vidas divididas. É bom lembrar que esse texto de 2Tm 2.4 não é restrita somente a pastores. Cada cristão é, num certo grau, um soldado de Cristo, ainda que seja tímido como Timóteo. Não importando qual seja o nosso temperamento, não podemos evitar o conflito cristão. Se queremos ser bons soldados de Cristo, devemos dedicar-nos à batalha, comprometendo-nos com uma vida de disciplina e de sofrimento, e evitando tudo o que possa nos “envolver” e assim nos desviar do seu propósito [3]. 
Paulo escrevendo aos Gálatas nos diz: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2.19b,20). A vida crucificada evita essa vida dividida. Uma vida em parte secular, em parte espiritual, em parte deste mundo e em parte do mundo acima não é, de modo algum, o que o Novo Testamento ensina [4]. O que esse bispo, juntamente com seus pastores, na verdade estão demonstrando não estarem com suas vidas crucificadas com Cristo como o apóstolo Paulo nos diz que estava, muito pelo contrário; o que eles estão demonstrando com a atitude que tomaram é que na verdade estão com as suas vidas divididas. Demonstram terem uma vida espiritual, mas estão com as suas mentes totalmente secularizadas. Se a liderança é assim o que será do rebanho que pastoreiam?
Pense nisso?