quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Mal posso esperar para ir ao céu afirma Billy Graham

 

Aos 94 anos, o pastor Billy Graham com sua mente ainda alerta e ativa, simplesmente, mal pode esperar para ir ao céu, de acordo com seu amigo, o músico Michael W. Smith.
Graham permanece trabalhando na Associação Evangelística Billy Graham (BGEA), mas  segundo Michael Smith, Graham disse que gostaria de ter mais amigos, “eu queria ter feito amizade com pessoas mais jovens, porque todos os meus amigos foram para o céu”. disse o evangelista.
Smith esteve com Graham na segunda parte do projeto My Hope America With Billy Graham (Minha Esperança América com Billy Graham) no evento realizado em St. Louism, Missouri.
Pela primeira desde 11 de junho de 1994, Graham esteve em um evento com Smith e Toby Mac, em uma Youth Night (Noite da Juventude). Em Cleveland, Ohio. Cerca de 85 mil pessoas estiveram presentes no Estádio do Cleveland. Graham e Smith permanecem bons amigos.
“E por isso é uma honra ser seu amigo. E cada vez que eu vou, nós conversamos sobre a família obviamente, e as crianças, mas todas as vezes ele fala sobre o céu. E assim vai, tudo se trata disso: ‘Eu simplesmente não posso esperar’, e ‘eu estou indo’, ‘espere homem, espere, não tão rápido.’ Mas, literalmente, todas as vezes ele fala do céu. Ele honestamente mal pode esperar para ir”, explicou o músico.
Smith esta trabalhando em um projeto de produção do seu novo álbum, e uma das canções é inspirada em conversas suas com Billy Graham, “Take Me Home (Leve-me para Casa).
“Quando estávamos a montar esse projeto, obviamente, em torno de My Hope (Minha Esperança) e em torno de determinados temas sobre os capítulos do livro de Graham. Eu queria escrever uma canção que fosse apropriada, que fosse centrada em torno de minhas conversas com ele, pelo seu desejo desesperado sair daqui”, disse.
My Hope America with Billy Graham, é um esforço a fim de espalhar a mensagem do evangelho pelos Estados Unidos. Pastores locais, cristãos de todo o país e a mídia, trabalham neste projeto. “mensagem nova e poderosa de Billy Graham, música dinâmica, e testemunhos“, é o esperado que eles apresentem de acordo com a Associação Evangelística Billy Graham.

Constantino:Arcos do Triunfo e ouro de tolo.



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por Lya Alves
O Arco do Triunfo de Constantino situa-se na cidade de Roma,  e é o mais importante remanescente de Roma. Em estilo corintio, é homenagem à vitória de Constantino sobre Massêncio, na batalha de Ponte Mílvia, em 312 d. C., batalha que encerrou vinte anos de confrontos e unificou o poder de Roma.

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Por muito tempo, os seguidores de Jesus testemunharam fielmente. Mas foi difícil: eles enfrentaram ameaças constantes por parte do governo e das forças armadas. Alguns deles perderam seus empregos, suas famílias, e até mesmo suas vidas. Eram desprezados e ridicularizados, mas viveram fielmente o exemplo de Jesus, e a mensagem sobre Jesus continuou a se espalhar e vidas foram mudadas.

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Mas então algo aconteceu. As tentações voltaram à medida que mais e mais pessoas se tornaram seguidores de Jesus, o foco de muitos cristãos começou a mudar. A ênfase começou a afastar-se de auto-sacrifício, serviço, generosidade, humildade e paz, para se aproximar de poder, influência, proeminência, autoridade, reconhecimento e controle.

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Por motivos puros para proteger e educar os novos crentes, os líderes da igreja começaram a consolidar o poder e controle. Eles criaram uma hierarquia de líderes religiosos que ajudaram a desenvolver regras de moralidade e decidir qual o entendimento das Escrituras estavam corretas. Eles tentaram aumentar a sua influência na sociedade, ganhando mais seguidores e defender a fé cristã contra as pretensões da filosofia e de outras religiões.

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Violência em nome de Cristo:

Uma das maiores mudanças foi quando o imperador romano Constantino se converteu ao Cristianismo após ter derrotado seus inimigos sob o signo da cruz. Como resultado dessa vitória, declarou o cristianismo a religião oficial do Império Romano. Conversões em massa seguido. Milhares de templos pagãos foram transformados em locais de culto cristão. Quase de imediato, o cristianismo tornou-se rico, poderoso e proeminente. Ele também se tornou uma ferramenta do Império, abençoando suas guerras, aprovando suas leis do Império, e instalando seus governantes. Em troca, o Império deu a terra da igreja, dinheiro e os edifícios suntuosos. A igreja ganhou poder. Mas as pessoas que antes confiavam no poder da cruz agora confiavam no poder da espada. A comunidade que seguia os ensinamentos de Jesus e seu amor pelos inimigos, agora ensina sua capacidade de derrotar os inimigos como prova do senhorio de Cristo.

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Jesus recusou o individualismo egoísta, poder, controle, riquezas, fama, reconhecimento e glória como um meio de realizar sua missão, mas, nos dias de Costantino, a igreja abraçou estas coisas como um meio para propagar o Evangelho, cumprir a Grande Comissão, e expandir o Reino de Deus na terra. A conversão do imperador Constantino fez cessar a perseguição e trouxe dezenas de milhares de convertidos adicionais. Os Líderes queriam proteger esses novos crentes de heresia ou de outras religiões, também queriam ganhar dinheiro, poder e edifícios e claro, o controle da massa. Além disso, sendo a religião oficial, o cristianismo de Constantino abriu o caminho para a rápida propagação do Evangelho.

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E assim começou o que muitos chamam de “Idade de Ouro do cristianismo.” Com o dinheiro  eo poder que ele conquistou, ele tinha os recursos para prover suas próprias necessidades.Tornou-se poderoso como a religião oficial do Império, que ganhou autoridade e glória aos olhos do povo. Seu clero tornou-se estudiosos e filósofos, grandes homens de aprendizagem e educação. Edifícios foram construídos e grandes obras públicas foram realizadas. Leis foram escritas, as decisões foram tomadas, e controle foi adquirido. Tudo isso resultou na propagação do cristianismo e, com isso, um governo melhor, melhor educação e maior moralidade.

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O que poderia estar errado com tudo isso? Só uma coisa. Em algum lugar ao longo do caminho, as mesmas coisas que Jesus havia rejeitado para realizar Sua missão (auto-confiança, poder, autoridade, glória, riqueza,  reconhecimento , e controle) foram adotadas pela igreja. a Era de ouro do Cristianismo foi preenchida com ouro de tolo. As mesmas coisas que Jesus se rejeitou, a Igreja aceitava.

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Cegueira sempre presente: 

O consenso geral entre os fiéis é que nós somos um generosa organização amorosa, humilde, sacrificial, serviçal, perdoadora, misericordiosa, e amigável. O problema, porém, é que esta imagem da igreja geralmente não é compartilhada por pessoas que estão de fora. Porque eles nos veem como gananciosos, hipócritas, implacáveis, críticos, rigorosos, críticos, egoístas, fundamentalistas? Porque provavelmente somos tudo isso. Olhando para a igreja de Constantino, os erros deles são notórios, mas eles eram incapazes de enxergar um palmo à frente. Oque acha que ocorre conosco?


Será que a tão famosa bancada evangélica já não cedeu desde o início à tentação? Que tal tirarmos os olhos do Senado e da presidência, e assumirmos que isto não passa de sede poder? Que tal assumirmos que isto não passa de sede de controle e desejo de um reino pessoal? Não há cruz na bancada evangélica, não há cruz nos evangelistas da TV. Não há fome e sede de justiça, tampouco amor em nenhum setor da mídia evangélica. Não há amor, nem misericórdia, nem bondade, nem paciência, nem longanimidade nem temperança no trato com os homossexuais. Não há generosidade para com os famintos, nem coragem e ousadia para mostrar o Caminho aos assassinos e estupradores. Onde está você, Igreja? Se acreditamos nas palavras de Paulo, que diz que “sem amor eu nada seria”, temos que rever muitas das nossa atitudes, porque pelos critérios dele, grande parte da igreja está sendo uma pedra de tropeço nos pés de quem realmente calça as sandálias do Evangelho.

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Será que a igreja do passado errou? Sim. Estamos errando agora? Provavelmente. Precisamos descobrir o erro e fazer algo a respeito. Não adianta rotular os que estão perdendo a fé na instituição: é preciso assumir o fracasso. Não adianta dizer que os desigrejados são rebeldes: eles são um contingente enorme em busca de respostas. Não vai ajudar em nada atirar pedras em quem está olhando a beira do abismo. Precisamos ouvir as queixas deles. Quando foi que “pensar” se tornou pecado capital? Vamos excluir todos os que pensam diferente? E, se excluirmos os que pensam, que tipo de igreja teremos? O problema dos desigrejados é seu excesso de pensamentos ou a nossa falta de respostas? O problema dos orgãnicos ou desigrejados (ou seja lá como for a nomenclatura) é a rebeldia ou o fato de não pertencerem a elite eclesiástica?

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In hoc signo vinces

Precisamos abrir mão dos nossos Arcos do Triunfo e dos nosso cânticos anacrônicos de vitória. Precisamos crescer e encarar o fato que a igreja se corrompeu tanto quanto nos piores dias de Roma, e se alguns estão sendo atirados aos leões da incredulidade, é culpa nossa. Onde estamos cedendo às tentações e influências do diabo e sua tentativa de torcer e perverter a igreja para longe dos propósitos de Deus? Onde poderíamos estar refletindo um desejo de auto-confiança, riqueza, autoridade, reconhecimento, glória e controle no lugar de refletirmos apenas a glória de Deus?  Nós não sabemos o que os críticos futuro dirão, então o melhor que podemos fazer é ouvir alguns dos críticos de hoje, mesmo que sejam simplesmente desigrejados. E então, com a ajuda da Bíblia e do Espírito Santo, tentaremos discernir o que é verdade e como podemos mudar.

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Por ora, basta abaixar as armas, pôr em ordem a nossa casa e esperar que Deus, pela Sua misericórdia Divina nos faça cair do cavalo branco onde estamos montados.

Distante do Trono: Confissões de um Ex-valadete



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Por Igor Sabino
Durante muito tempo relutei em escrever esse texto, não por vergonha ou por não querer reconhecer meus erros, mas por medo de ser incompreendido e magoar pessoas que amo e respeito. Porém, não posso mais guardar essa experiência apenas para mim. Espero que este não seja apenas mais um desses textos de “apologética” que mais parecem textos de fofoca gospel. Quero compartilhar minha experiência, pois realmente me preocupo com os milhares de jovens que hoje fazem parte do movimento “Gospel” brasileiro e que sequer conhecem o Evangelho verdadeiro e caminham para o inferno.
Minha experiência com a cultura Gospel começou cedo. Nasci em um lar cristão e quando ainda era uma criança o Evangelho fez sentido para mim. Sempre gostei muito de música e comecei a me envolver com o Gospel através dos CD’s infantis do Diante do Trono que eram lançados anualmente. Ao me tornar pré-adolescente, comecei a buscar alguns referenciais em minha caminhada cristã e foi aí que entrei de vez no mundo Gospel. No início, eu ouvia apenas Diante do Trono. Naquela época as músicas do DT ainda eram tocadas com muita frequência nas igrejas e como a internet ainda não era muito acessada ninguém aqui na Paraíba sabia ao certo o que acontecia na Lagoinha. Hoje vejo que muito do que a Ana Paula Valadão prega e faz o que considero errado teologicamente, já era praticado por ela há muito tempo atrás. Foi aí que virei, digamos um “valadete”, embora não goste muito de usar esse termo, pois nunca cheguei a extremos que hoje vejo os fãs do Diante do Trono fazerem.
“Valadete” convicto
Eu sabia todas as músicas, é verdade, mas não era desses de gastar dinheiro com produtos do DT ou ir a todos os shows onde quer que fossem. Eu mesmo nunca fui à BH, tampouco conheço a Lagoinha, a “meca” dos “valadetes”. Ao longo dos dez anos em que acompanhei o DT só participei de 2 gravações e fui a 3 shows, todos aqui no Nordeste. Hoje ao olhar para isso percebo com mais clareza o que me levou a me envolver tanto com o Diante do Trono. Eu realmente amava a Deus e tinha sede por Ele, ao mesmo tempo era um jovem adolescente em busca de referenciais e deslumbrado com o mundo da música e da fama. O que me fez buscar na Igreja aquilo que via meus colegas de escola buscando no mundo, em seus ídolos musicais. O Diante do Trono, era na verdade, uma grande fuga para mim, em uma série de aspectos.
Essa minha relação com o DT começou a mudar de uns dois anos para cá. Mesmo tendo frequentado uma Igreja Presbiteriana desde de criança só então tive contato de verdade com a teologia reformada. Mas por estar em contexto pentecostal, não aceitei tudo de primeira. A partir desse momento, comecei a ver o quanto a cultura Gospel aqui no Brasil se distanciava cada vez mais do Evangelho verdadeiro. Comecei a perceber o quanto o culto estava virando um show e quis me distanciar disso. Fui a alguns shows do Diante do Trono durante esse período e mesmo reconhecendo a idolatria que mantive por eles durante tanto tempo (e me arrependendo disso), já estava apegado demais à “adoração profética”; espontânea. Gostava daquele ambiente em que se repetia diversas vezes as mesmas frases de uma música e de repente Deus “começava a falar”. Palavras proféticas eram liberadas às nações e eu me emocionava. Achava que aquilo realmente era bom.
Viciado em “Adoração Espontânea”
Foi nesse momento em que o DT se tornou insuficiente para mim. Eu queria mais daquilo, eu queria “experimentar” a presença de Deus. Foi aí que descobri a indústria Gospel americana. Aprendi a falar inglês e assim como hoje, meu coração possuía um forte desejo de ser missionário, de influenciar a sociedade com o Evangelho e mudar o mundo! Foi exatamente isso que encontrei em movimentos como o Jesus Culture e a Bethel Church. Só que isso nunca era suficiente para mim. Sempre queria mais e foi aí que a “adoração” se tornou um vício para mim. Eu baixava um novo CD em inglês de “adoração” praticamente todo dia. Nesse período eu nunca deixei de ler a Bíblia, mas ainda assim não conseguia enxergar o meu erro. Necessitava diariamente de um novo hit, de uma nova canção de adoração para “experimentar” a presença de Deus, mas quanto mais eu buscava a Deus dessa forma mais eu me distanciava d’Ele.
Até que nessa minha busca por “adoração” comecei a ler um livro escrito pelo Zach Neeze, um pastor da Gateway Church dos Estados Unidos. Embora ele não seja um autor reformado, nem defenda o princípio regulador do culto, encontrei em suas palavras exatamente a resposta para o que eu estava vivendo. O Zach fala que o movimento de “adoração” está cada vez voltado para nós mesmos, para os nossos gostos e preferências e é por isso que muitas músicas aparentemente voltadas para Deus, tem o intuito de satisfazer apenas o homem. É aí que nos tornamos idólatras de nós mesmos. Após terminar a leitura, percebi que muitas coisas estavam erradas em meu coração, foi aí que me lembrei de uma outra pregação do Zach Neeze aqui no Brasil, em um congresso do Diante do Trono no ano passado.
Cheio de Adoração, mas Distante do Trono
Essa pregação se encontra no Youtube e nela o Zach se utiliza de uma mesa cheia de objetos aparentemente lícitos para explicar o seu conceito de adoração com base atitude de Jesus ao entrar no templo e virar a mesa dos vendedores no templo. Segundo o Zach, adoração é virar as mesas dos nossos corações e tirar tudo o que nos afasta de Deus, até as coisas lícitas, até a “adoração”, em meu caso. Depois disso comecei a pedir a Deus que me mostrasse o que me afastava d’Ele e como eu poderia virar as mesas do meu coração. Confesso que não foi fácil descobrir isso, mas agradeço a Deus por ter me respondido de uma forma que eu nunca poderia imaginar. Lembro-me de alguns dias depois ao me aconselhar com meu pastor sobre outros problemas que vinha enfrentando, algo aparentemente sem nenhuma ligação com isso, o primeiro conselho que ele me deu foi: pare de ouvir as músicas que você tem ouvido, até mesmo as inglês. Desde então, um longo processo se iniciou em meu coração e aos poucos fui percebendo o quanto estava Distante do Trono, mas agradeço a Deus por ser fiel em completar a obra que Ele mesmo começou em mim!
Um culto cada vez mais feminizado
Por fim, gostaria apenas de fazer alguns esclarecimentos com relação à Ana Paula Valadão e aos chamados “valadetes”. Em primeiro lugar, gostaria de esclarecer que em momento algum julgo o coração da Ana Paula ou de qualquer outra pessoa do DT. Ao contrário, creio realmente que eles são crentes fiéis, mas que infelizmente tem trilhado um caminho que embora lhes pareçam bom, não é. Como diz Provérbios 16.2, “Todos os caminhos do homem lhes parecem puros, mas o Senhor avalia o espírito.” Digo isso com base em minha própria experiência acima relatada. Vemos um exemplo claro disso em 2 Samuel 6, quando Davi ao levar a Arca. Embora achasse que estava adorando a Deus de forma correta não estava e trouxe morte ao invés de vida para aqueles que estavam ao seu redor. Infelizmente é isso que tem acontecido com o Diante do Trono.
Milhares de jovens tem seguido a Ana Paula Valadão não para adorar a Deus, mas sim para adorar a ela. A Ana infelizmente não passa de mais uma celebridade gospel, venerada por milhares de jovens. Muitos dos quais não tem referenciais fortes de masculinidade e acabam contribuindo para um culto cada vez mais feminizado e distante dos referenciais bíblicos. Não é à toa que tantos gays seguem o Diante do Trono…
Pelo fim da Cultura Gospel
Faço das palavras do Rodolfo Abrantes na Lagoinha as minhas, e realmente oro a Deus pelo fim da cultura Gospel, pelo fim do mercado Gospel, pelo fim dos cantores Gospel. Oro para que o Evangelho verdadeiro seja pregado no Brasil. Oro para que o show acabe e que Deus seja cultuado da forma que Lhe apraz, não satisfazendo nossas vontades. Oro para que os jovens evangélicos realmente conheçam o Evangelho e se deixem transformar por Ele. Oro para que a “adoração” deixe de ser um ídolo em nossas igrejas. Oro para que outros jovens assim como eu, reconheçam o seu pecado e o deixem.

O amor é a suprema graça cristã


Por John Stott

"O fruto do Espírito é amor". Na verdade Paulo menciona um conjunto de nove qualidades que, juntas, ele chama de "fruto" do Espírito; o amor, porém, tem o lugar de honra. Hoje em dia nós ouvimos falar muito acerca do Espírito Santo (ele já não é mais a pessoa "negligenciada" da trindade) e muita gente diz ter experimentado manifestações espetaculares do seu poder. No entanto, o primeiro fruto da sua presença em nós não é o poder, mas o amor.

E salutar perguntarmos a nós mesmos: qual é a principal marca distintiva de um cristão? Qual é o símbolo que comprova a autenticidade dos filhos de Deus? A resposta varia de pessoa para pessoa.

Uns dizem que o que distingue o cristão verdadeiro é a verdade, a ortodoxia, a convicção certa, a fidelidade às doutrinas da Escritura, aos Credos, e às Confissões da Reforma. E está certo. A verdade é sagrada. A sã doutrina é vital para a saúde da igreja. Nós somos exortados a "combater o bom combate da fé", a "guardar o depósito" da religião revelada, a "permanecer firmes e guardar as tradições que nos foram ensinadas", e a "batalhar diligentemente pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos". Nunca devemos esquecer estas solenes advertências. Entretanto, "Ainda que... conheça todos os mistérios e toda a ciência... se não tiver amor, nada serei". Além disso, "o saber ensoberbece, mas o amor edifica". Portanto, o amor é maior do que o conhecimento.

Como disse Lutero, a justificação pela fé é "o principal artigo de toda a doutrina cristã" que "produz cristãos de verdade". E Cranmer acrescentou a contrapartida negativa: "Esta (se. doutrina), quem quer que a negue não pode ser considerado um verdadeiro cristão". Ou, citando uma declaração evangélica moderna, a justificação pela fé é "o coração e o cerne, o paradigma e a essência de toda a economia da graça salvadora de Deus". Eu concordo. Sola fide, "somente pela fé", que foi a bandeira da Reforma, deve ser também a nossa bandeira. Apesar disso, "ainda que eu tenha tamanha fé ao ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei". O grande apóstolo da fé deixa claro que o amor é maior do que a fé.

Um terceiro grupo enfatiza que a marca distintiva do cristão é a experiência religiosa — geralmente uma espécie de experiência viva e específica que eles acreditam deva se reproduzir em todo mundo. E este grupo também tem razão — até certo ponto. E essencial ter um relacionamento íntimo e pessoal com Deus através de Jesus Cristo. O testemunho do Espírito em nós é real. Na verdade existe essa "alegria indizível e cheia de glória", e, comparadas à "sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus meu Senhor", todas as outras coisas são de fato uma perda. No entanto, "Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos" e "ainda que eu tenha o dom de profetizar" (reivindicando, assim, uma comunicação direta com Deus), "se não tiver amor, nada serei". Assim, o amor é maior do que a experiência.

Um quarto e último grupo — por sinal, gente de natureza muito prática — enfatiza o serviço, especialmente o serviço aos pobres, como sendo a marca distintiva do povo de Deus. Mais uma vez, está certíssimo! Sem boas obras, a fé é morta. Se o próprio Jesus colocou-se ao lado dos pobres, seus discípulos também devem fazê-lo. Se vemos pessoas em necessidade e temos condições de ajudá-las, mas não nos apiedamos delas, como é que podemos dizer que o amor de Deus está em nós? Graças a Deus pela ênfase cada vez maior na sua "opção preferencial" ou interesse prioritário pelos pobres. Contudo, "ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres, e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado" (quem sabe em um gesto heróico de sacrifício), "se não tiver amor, nada disso me aproveitará". Assim, o amor é maior do que o serviço.

Resumindo, o conhecimento é vital, a fé é indispensável, a experiência religiosa é necessária e o serviço é essencial; Paulo, contudo, dá precedência ao amor. O amor é a coisa mais importante do mundo, pois "Deus é amor" no mais íntimo do seu ser. Pai, Filho e Espirito estão eternamente unidos um ao outro em amor que se doa pelo outro. Portanto, aquele que é amor e que derramou o seu amor sobre nós convida-nos a devolver esse amor, amando a ele e também uns aos outros. "Nós amamos porque ele nos amou primeiro." O amor é a marca principal, o selo de excelência, o símbolo supremo que distingue o povo de Deus. Nada pode desarraigá-lo nem substituí-lo. O amor está acima de tudo.

Em segundo lugar, o amor traz alegria e paz, pois "o fruto do Espírito é amor, alegria, paz". A sequência, aqui, é deveras significativa.

Os seres humanos sempre viveram em busca de alegria e paz, se bem que geralmente se empregue a palavra "felicidade", mais secular. Thomas Jefferson, antes de tornar-se o terceiro Presidente dos Estados Unidos, tinha tanta convicção de que "a busca da felicidade" era um direito humano inalienável, que ele a incluiu na Declaração da Independência, chamando-a de "uma verdade auto-evidente".

Os cristãos, porém, sentem-se na obrigação de acrescentar que quem procura a felicidade nunca a encontrará. A alegria e a paz são bênçãos extremamente ilusórias. A felicidade é um fogo-fátuo, um fantasma. Mesmo quando nós estendemos a mão para agarrá-la, ela se desvanece no ar. Acontece que a alegria e a paz não são alvos que se possam perseguir; elas são subprodutos do amor. Elas nos são concedidas por Deus, não quando nós as buscamos, mas quando buscamos a ele e aos outros em amor.

Urge que testifiquemos dessa verdade ao mundo contemporâneo, em que a "auto-realização" é o desejo supremo e o "movimento do potencial humano" continua a conquistar espaço. Em seu perspicaz livro A Psicologia como Religião, cujo subtítulo é O Culto à Auto-adoração, Dr. Paul Vitz, da Universidade de Nova York, começa analisando os quatro principais "teóricos do ego" da sua década: Erich Fromm (que argumentava que o vício é indiferente ao ego das pessoas e que a virtude consiste na auto-afirmação), Carl Rogers (cuja terapia concentrada no cliente objetivava ajudá-lo a tornar-se uma pessoa autônoma e integrada através da "auto-estima" incondicional), Abraham Maslow (que enfatizava a "auto-realização" criativa) e Rollo May (que, influenciado pelo existencialismo, enfatizava a decisão e o comprometimento como o caminho para ser alguém). Estes quatro escritores, que atingiram o seu ápice nos anos setenta, eram todos humanistas seculares confessos. Eles acreditavam nos seres humanos, não em Deus. Foram muito divulgados e sua ênfase básica na auto-estima e na auto-realização parece ter-se infiltrado em quase todos os segmentos da sociedade. Dr. David Wells comenta que "em meados da década de oitenta, um total de 87,5% de tudo o que se publicou nos Estados Unidos estava a serviço dos interesses e apetites do movimento do eu".

Existe, na verdade, uma auto-afirmação que é certa e saudável e que se constitui em equilíbrio para a abnegação para a qual Jesus conclamou seus discípulos. No entanto, ela não é a afirmação desqualificada e acrítica do eu, pois é fortemente caracterizada pelo reconhecimento de nossa própria pecaminosidade. Os cristãos só podem afirmar aqueles aspectos do eu que derivam do fato de termos sido criados à imagem de Deus (por exemplo, nossa racionalidade, responsabilidade moral e capacidade para amar); ao mesmo tempo, eles negam (ou seja, rejeitam e repudiam) todo e qualquer aspecto do eu que derive da queda e da nossa própria condição de seres caídos (por exemplo, nosso egoísmo, avareza, malícia, hipocrisia e orgulho). Estas formas cristãs de auto-afirmação e abnegação estão muito longe de ser expressões de uma preocupação com nós mesmos, e muito menos um endeusamento próprio. Pelo contrário, o seu alvo não é o eu, mas sim, Deus. Elas fazem parte da nossa adoração a Deus como nosso Criador e Juiz.

Certos autores cristãos, porém, tentam argumentar que o próprio cristianismo consiste de auto-estima; que nós necessitamos deixar de preocupar-nos com pecado, culpa, juízo e expiação; que, ao invés disso, deveríamos apresentar a salvação como a descoberta do eu; e que é isso que Jesus queria dizer quando endossou o segundo mandamento, indicando com isso que deveríamos amar a nós mesmos assim como amamos o nosso próximo. Mas na realidade não é bem assim. Amor próprio, na Escritura, é sinônimo de pecado e não o caminho para a liberdade. Além disso, amor-agape significa o sacrifício de alguém em favor de outros. Por sua própria natureza, ele não pode ser voltado para si mesmo. Como podemos sacrificar a nós mesmos a fim de servir a nós mesmos? E impossível. A própria idéia não tem o mínimo sentido. O caminho de Jesus é o oposto. Ele nos ensinou o grande paradoxo de que só quando perdemos a nós mesmos é que nos encontramos, só quando morremos para nós mesmos é que aprendemos a viver e só servindo aos outros é que ficamos livres. Ou, voltando a Paulo em Gálatas, somente quando amamos é que vêm a alegria e a paz. A busca autoconsciente da felicidade acaba sempre em fracasso. Mas quando nos esquecemos de nós mesmos em serviço de amor abnegado, então a alegria e a paz inundam a nossa vida em forma de bênçãos abundantes e inesperadas.

A essencialidade do amor



‘Amar é um processo, uma caminhada. Nós não nascemos amando.’

Vivemos uma época em que as coisas periféricas da vida estão substituindo os conteúdos essenciais da fé cristã, desviando os crentes da prática de um cristianismo bíblico e simples. Hoje, um sem-número de demandas fazem com que nossa atenção, energias, dons e relacionamentos se desgastem nas notas de rodapé de uma religiosidade quase vazia.

Dentre as coisas essenciais da vida cristã, não há como perder de vista o amor. Preocupo-me quando apregoamos uma verdadeira espiritualidade, mas não amamos. Algo está muito errado quando a igreja não consegue chorar com os que choram ou quando nossos relacionamentos vão se tornando cada vez menos sinceros e mais utilitários. Parece que o mundo age com mais graça e misericórdia com o caído do que o povo de Deus, que deveria ajudá-lo a se erguer. Quando a igreja passa a definir sua experiência de fé a partir de seus ajuntamentos solenes, e não dos seus relacionamentos diários, é hora de parar e pensar sobre o que temos feito do Evangelho.

Ao escrever sua primeira carta à igreja de Corinto, Paulo reserva os capítulos 12 e 14 para explanar acerca dos dons espirituais, pois era um assunto de interesse e necessidade. Ali, o apóstolo elaborou um dos textos mais definidores da nossa fé, o de I Coríntios 13, que nos apresenta a centralidade do amor na vivência cristã. O escritor adverte a comunidade cristã sobre o risco de se construir uma igreja com aparência, forma e discurso espiritual, mas de fato carnal; uma igreja com a manifestação de dons espirituais, mas sem o essencial da fé. A mensagem é clara: o amor é superior aos dons. Sempre temo reler os três primeiros versículos deste capítulo, pois confrontam minha vida ao afirmar que posso ter dons espirituais, uma fé enorme ou praticar toda sorte de ações sociais e, no entanto, nada disso ser aproveitado caso seja feito sem amor. O amor, como aqui exposto, não é apenas superior aos dons, mas um marcador de nossa identidade cristã. Somos dele quando buscamos amar.

Isso significa que nossa vida em Cristo não pode ser definida puramente pelos dogmas que entendemos e aceitamos, por um lado, nem mesmo pelas experiências de espiritualidade que vivenciamos, por outro. Sem amor, uns e outras serão vazios de significado. Nossa vida em Cristo é definida pela presença do amor que não apenas é essencial como também é automanifesto. Para nosso temor e tremor, o Espírito descreve neste capítulo que o amor é perceptível, deixa marcas. Ele é prático, notável e visível. Ele é paciente, esperando pela hora oportuna para o outro; é benigno, fazendo com que a dor do vizinho seja também a nossa. Este amor não arde em ciúmes, portanto evita comparações e se nega a criticar o próximo. Torna-se, assim, impossível amar sem estas evidências, ou seja, sem que as marcas do amor sejam vistas pelos que passam pela mesma estrada que nós. Precisamos amar o próximo, no mínimo, para não criticá-lo. Este próximo, o outro, diferente de nós, é nossa base de testes, o cenário onde devemos aprender a praticar o ato mais sublime que vem do Pai.

O amor prova a espiritualidade. Somos naturalmente seres construtores de máscaras e tais máscaras tendem a esconder aquilo que é nitidamente carnal e vergonhoso. Assim, usando máscaras bem elaboradas, podemos falar sobre fé sem de fato crer; pregar contra o pecado sem intimamente repudiá-lo; expor sobre o amor e na manhã seguinte prejudicar o irmão. Um mecanismo que claramente prova nossa espiritualidade é este: atos de amor.

O oposto do amor também é evidente. Gera incrível tolerância com nossas próprias limitações e fraquezas e torna-se gravemente intolerante com o próximo. Desta forma, se alguém conversa com formalidade, é antipático; mas se nós o fazemos, somos respeitosos. Se alguém brada ao pregar, está sendo artificial. Se nós bradamos, contudo, é sinal de espiritualidade. Se alguém não faz algo, é preguiçoso; mas se somos nós que não fazemos, é porque somos ocupados. Se alguém contrai uma dívida, a nosso juízo é um irresponsável; contudo, se nós nos endividamos, é porque recebemos pouco. Se alguém discorda, é soberbo; mas, se nós discordamos, somos criteriosos.
Para nós, se alguém critica, ele o faz por estar tomado de inveja ou ciúmes. Se nós criticamos, no entanto, estamos sendo zelosos. Se alguém repete um sermão, está sendo desleixado; mas, se somos nós que incorremos nesta prática, é porque “Deus quer falar novamente ao seu povo”. Se alguém erra, pensamos assim: “Era de se esperar” – mas, se o erro é nosso, ora, errar é humano... Se alguém cai, temos pronta a opinião de que suas atitudes carnais já indicavam esta possibilidade. Mas se nós caímos, é porque o inimigo preparou-nos uma armadilha. Se alguém brinca, está sendo mundano. Se nós brincamos, somos informais. Se alguém ofende no falar, é descontrolado; se nós o fazemos, somos sinceros. E por aí vai. Sim, o amor testa a espiritualidade.

Do versículo nove em diante, vemos que o amor é um aprendizado. Eu era menino e agora sou homem; via de forma obscura e agora vejo claramente. Ou seja, amar é um processo, uma caminhada. Nós não nascemos amando.

Para amarmos devemos pedir que o Senhor nos ajude. O salmista, no Salmo 119.2, afirma que andará nos caminhos do Senhor quando Ele dilatar o seu coração. Precisamos de corações dilatados, abertos, prontos para amar. Peçamos ao Pai, pensando nos cenários diários de nossas vidas, dizendo: ensina-me a amar. Para amar precisarmos também nos desapegar daquilo que é incompatível com o amor. John Edwards, em seu livro Afeto religioso, nos fala sobre a incompatibilidade do amor com as palavras de agressão. Devemos nos desprender daquilo que pretere o amor em nossas vidas. Jamais amaremos enquanto nossa agenda diária estiver repleta de competitividade, ciúmes, falso zelo, comparações desnecessárias, soberba e agressões.

Lutero, citado por Mahaney em seu livro From Glory to Glory, nos disse que “esta vida, portanto, não é justiça, mas crescimento em justiça. Não é saúde, mas cura. Não é ser, mas se tornar. Não é descansar, mas exercitar. Ainda não somos o que seremos, mas estamos crescendo nesta direção. O processo ainda não está terminado, mas vai prosseguindo. Não é o final, mas é a estrada. Todas as coisas ainda não brilham em glória, mas todas as coisas vão sendo purificadas”.

Após pregar sobre os essenciais da nossa fé, na Igreja Konkomba de Gana em 1999, lembro-me que um dos crentes me procurou após o culto perguntando: “Por onde devo começar?” Fui para casa pensando nesta pergunta. No outro dia, o procurei e rapidamente encontrei-o embaixo de uma árvore rodeado por amigos em alegre conversa. Sentei-me ao seu lado e sussurrei no seu ouvido: “Comece procurando aquele com o qual você foi intolerante, e não amou como Cristo”. Após um minuto pensando, ele se levantou e saiu caminhando com passos curtos e lentos. Santa caminhada. Não é atitude fácil, mas certamente alegra o coração daquele que é Amor.

Você não pode agradar a homens e ser o escravo de Jesus Cristo.


Por Josemar Bessa

“Ó Senhores! Nós podemos pregar para as pedras ou para os homens e será a mesma coisa, a menos que o Espírito Santo use a Palavra para regenerar suas almas”. – Charles H. Spurgeon
A verdade tem bordas duras que não podem ser suavizadas. Mas há uma grande tentação de suavizá-las dependendo da força motivadora dentro de nós. Como medimos o sucesso? Que padrão temos usado na proclamação do evangelho? Que tipo de ministério é eficaz? Avaliamos economicamente? Contamos cabeças...?
É engraçado, mas muitas pessoas em nossos dias que dizem crer na soberania de Deus sobre todas as coisas, quando falam em sucesso, usam os mesmos meios de aferição do mundo. Muitos quando falam de Charles H. Spurgeon, começam a mencionar cabeças... Mas isso não é o fato relevante em Spurgeon, e sim o que Spurgeon ensinou. Multidão Charles Finney também conseguiu. A. W. Pink não experimentou em vida nada do que Spurgeon experimentou em sua vida ministerial, mas quão fiel a Verdade ele foi.
Onde está o ponto? Quando você faz um balanço de sua vida você usa os critérios do Ibope? Todos nós somos tentados a medir-nos comparando o que temos produzido com o que outros produziram... nós investimos demais na opinião dos corretores do poder em nossa sociedade, seja espiritual ou secular.
É impossível exagerar os efeitos devastadores que estão inexoravelmente consumindo a vida da igreja quando essa perspectiva é abraçada. A Verdade fatalmente é comprometida, cortando os cantos duros do evangelho, suavizando bordas que irão afastar o homem natural, a vontade de esconder a borda afiada da moralidade bíblica numa sociedade amoral, o desejo de ser relevante para um mundo que acha Deus irrelevante em suas reivindicações... Porque queremos um aumento de apoio, um aumento de número, um aumento de doadores, um aumento...
Preste atenção nas palavras de Paulo: “Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Para estes certamente cheiro de morte para morte; mas para aqueles cheiro de vida para vida...” - 2 Coríntios 2:15-16
Eis a norma bíblica para o sucesso!! Um “cheiro!” – A verdade articulada aqui pelo apóstolo Paulo é um poderoso remédio para a tentação de encontrar fórmulas que fatalmente irão comprometer a Verdade por desejar definir que“cheiro” seremos na vida das pessoas que ouvirem a verdade do evangelho.
Você deseja ser um cheiro de Deus para o mundo? Seja fiel na proclamação da Verdade. Seja fiel em todos os seus termos, pregue a loucura da cruz, não suavize a sua ofensa, proclame as promessas do evangelho, declare as consequências eternas... Jamais pense em como mostrar o evangelho de uma maneira que ele pareça mais favorável a depravação do coração natural do homem. Eis o padrão de Paulo: "Acaso busco eu agora a aprovação dos homens ou a de Deus? Ou estou tentando agradar a homens? Se eu ainda estivesse procurando agradar a homens, não seria servo de Cristo. "Gálatas 1:10
Eis o ponto nevrálgico de qualquer estratégia voltada para ser atraente ao homem natural, independente da estratégia, a própria motivação de ser agradável ao homem já é um desvio - só a intenção mostra um desvio do propósito - "... Se eu estivesse ainda agradando aos homens eu não seria servo de Cristo" - Você não pode ser ambos.
Você não pode agradar a homens e ser o escravo de Jesus Cristo. Você não pode ser um soldado comprometido para agradar o seu comandante e ser um prazer para o homem natural que está em inimizade para com Deus: "...a mentalidade da carne é inimiga de Deus porque não se submete à lei de Deus, nem pode fazê-lo." - Romanos 8:7 - Só há uma direção: "...como homens aprovados por Deus, a ponto de nos ter sido confiado por ele o evangelho, não falamos para agradar a pessoas, mas a Deus, que prova os nossos corações." - 1 Tessalonicenses 2:4
Só há duas respostas possíveis ao verdadeiro evangelho de Cristo – nós não procuramos induzir essa resposta. Quando a mensagem é dada a conhecer ao mundo, fatalmente haverá uma resposta. A neutralidade é impossível, não existe tal coisa em relação a Verdade de Deus. A indiferença ou apatia é um mito. Ignorar é negar a verdade... O homem está entre os que estão sendo salvos ou está entre os que estão perecendo – a mesma Verdade tem dois cheiros distintos. A palavra da cruz é “loucura” – absoluta loucura, ou é “o poder de Deus “ para a salvação – “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.” - 1 Coríntios 1:18
A mensagem de Cristo proclamada por Paulo ( e não o mensageiro, ou a linguagem, ou o método...) é por si só responsável por dividir os ouvintes dessa maneira.
Sempre que a Palavra de Deus é proclamada uma fragrância é liberada. Para alguns é um aroma de vida, de esperança, de perdão, de regeneração, de justificação... Essas coisas não são manipuláveis – o mensageiro deve entregar o que recebeu para pregar. Esse aroma de vida é incomparável – nada pode ser comparado ao cheiro de vida exalado pelo Filho de Deus. O Espírito pela Palavra regenera o coração, desperta a vida, ressuscita alguém que estava“morto em delitos em pecados”... é maravilhoso!!! - “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados - Efésios” 2:1
Mas para outros, a Verdade do evangelho é um sufocante fedor venenoso.Cheiro de morte e não de vida. Charles Spurgeon nos lembra:
“O evangelho é pregado aos ouvidos de todos, mas ele só vem com poder para alguns. O poder que está no evangelho não está no mensageiro, sua eloquência, argumentos... caso contrário, os homens e seus métodos seriam conversores de almas. Também não está na técnica do pregador... caso contrário, consistiria na salvação pela sabedoria dos homens. Podemos pregar até nossas línguas apodrecerem, até o ar de nossos pulmões se esgotarem e morrermos, mas nunca uma alma será convertida a menos que haja o misterioso e soberano poder do Espírito Santo operando como quer naqueles que Ele quer operar. O Espírito Santo muda a vontade do homem. Ó Senhores! Nós podemos pregar para as pedras ou para os homens e será a mesma coisa, a menos que o Espírito Santo use a Palavra para regenerar suas almas”.
Mas veja, Paulo é uma fragrância de Deus independente da resposta da mensagem! ““Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Para estes certamente cheiro de morte para morte.”
Quando Paulo pregou e sofreu de cidade em cidade, apanhou, foi ridicularizado, difamado... e o nome de Jesus foi blasfemado. Paulo estava sendo uma fragrância de Deus (Um cheiro de morte). Quando no meio do sofrimento ele proclamou fielmente o evangelho e a Verdade foi abraçada, homens regenerados... ele foi uma fragrância de Deus ( Um cheiro de vida ).
Ao pregarmos a Verdade sem aparar as arestas duras para o homem natural, sem esconder parte da Verdade, sem tentar desenvolver técnicas para que o homem natural sinta um bom cheiro de um evangelho corrompido segundo suas paixões... Somos uma fragrância de Deus, mesmo quando a mensagem é completamente rejeitada.
A fragrância começa imediatamente a ser corrompida no momento em que nosso padrão de sucesso é o mesmo que o do Ibope. O que Paulo está dizendo é que mesmo se nossa “multidão” for pequena e insignificante para o Ibope, o sucesso é medido pela fidelidade – não determinamos sobre cada pessoa, ou “público alvo”, ou cultura... que tipo de fragrância seremos – “cheiro de vida ou cheiro de morte” – Se nosso esforços, nossa proclamação da verdade levarem a “vida” ou a “morte”, continuamos sendo o aroma de Cristo para Deus – “Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo...” - 2 Coríntios 2:15. E somos o bom perfume de Cristo para Deus apenas quando pregamos Jesus verdadeiramente e biblicamente. Não tentamos definir se seremos“Cheiro de vida ou de morte”.
Isso é uma pílula muito difícil de engolir se o propósito é o sucesso e não a glória de Deus. É difícil de engolir se o nosso temor dos homens é maior que o nosso temor a Deus – se nós desejamos o louvor e a aprovação dos homens em detrimento do que vem de Deus. Quem acha duro demais tomar essa pílula, tenta negar, mas está servindo ao Pragmatismo e não a Deus.
Devemos ser um cheiro bom para Deus em Cristo, mesmo que ele seja um cheiro podre e de morte para o mundo que se perde, ou um cheiro agradável de vida para os que são regenerados pelo Espírito Santo.