segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Amar é muito mais que uma decisão

Amor1

Por Maurício Zágari

Está na moda dizer que “amar é uma decisão”. Todo crente politicamente correto diz isso. “Afinal”, escuto sempre, “Jesus mandou amar os inimigos e eu não sinto vontade de amá-los, mas decido amá-los”. Reconheço que essa afirmação tem mérito, há sim um componente racional no amor. Afinal, muitas vezes é a razão que nos impulsiona a realizar atos traduzidos por amor (de ajuda ao próximo, ações de caridade por completos estranhos e atos similares). Mas olho para a Bíblia e não consigo me convencer de que seja uma verdade absoluta e fechada, excludente. E olha que já me esforcei muito para crer nisso. Mas, longe da simpática teoria e dentro da realidade da vida, não consegui até hoje ser convencido de que o amor que a Bíblia exalta e que constitui a natureza de Deus se resume a algo tão frio e estoico como uma pura decisão racional – tal qual a decisão de que roupa vou vestir hoje à noite ou de que prato vou comer no almoço.

Pelo que pesquisei, o conceito de que “o amor é uma decisão e não um sentimento” não tem origem cristã, mas pagã: parece ter sido originado em um conto chinês que se tornou amplamente divulgado no mundo ocidental graças à viralidade da Internet, em especial a partir de fontes espíritas kardecistas. Você pode ler o conto AQUI, pois foi reproduzido, inclusive, num livro do padre Marcelo Rossi. Se você souber de outra fonte, por favor compartilhe nos comentários e terei prazer de publicar.

À parte das origens pagãs dessa teoria, comecei a refletir e resolvi fazer um teste, que teve resultados interessantes. Selecionei alguns conhecidos meus que defendem com veemência que “amar é uma decisão” (ou seja, um processo de escolha meramente racional). Sem que percebessem, em momentos variados lhes perguntei como foi sua história de amor com o marido/a esposa. Pedi que contassem como chegaram ao ponto de decidir se casar com o cônjuge. Invariavelmente, ouvi, entre outras afirmações, coisas do tipo “quando a vi meu coração disparou”, “eu não conseguia parar de pensar nele”, “eu a achei a mulher mais linda do mundo” e “quando ele segurou na minha mão foi como se tivesse tomado um choque elétrico” – todas afirmações bastante ligadas ao emocional (afinal, ninguém decide disparar o próprio coração, manter um pensamento constante, considerar alguém belo ou disparar eletricidade pelo corpo ante o toque de alguém). Logo, sou obrigado a concluir que, na prática, ninguém ama um marido ou uma esposa exclusivamente porque decidiu amar. Algo na linha: “Olhei, pensei, raciocinei, ponderei, refleti e tomei a decisão: vou amar fulano e poderemos nos casar”. Se você for honesto, verá que não é assim que acontece.

Existem aqueles que se casam sim por uma decisão. Repare: eu disse “se casam” e não necessariamente “se amam”. Conheço homens que escolheram a esposa porque “ela tem um ministério que complementa o meu” e mulheres que optaram por maridos porque “ele é honesto e trabalhador e me trata com respeito e carinho”. Tudo isso é importante, entenda que não estou desmerecendo o aspecto racional da escolha do cônjuge. Ele é indispensável. Creio, inclusive, que sem um componente racional um casamento está fadado ao fracasso. Mais ainda: estou convicto de que, sem a tomada de certas decisões, não há amor conjugal. Mas, quando ouço comentários reducionistas como “amar é uma decisão”, vejo pessoas que se casaram pela razão, mas não consigo enxergar nelas pessoas que se casaram por amor. Pois amor não é só razão. Amor não é só decisão.

Muitos justificam essa teoria a partir do modelo de casamento – cultural e contextualizado – adotado nos tempos bíblicos. Naqueles milênios, a escolha do cônjuge era feita pelos pais. E os adeptos da crença de que “amar é uma decisão” recorrem a esse fato como um argumento para justificar a ideia de que é possível se casar sem nenhum sentimento e você “aprenderá a amar” a pessoa da mesma forma. Mais do que isso: defendem que esse é o padrão bíblico.

Mas aí descubro muitas passagens bíblicas que me mostram o contrário. Uma história extraordinária nesse sentido é a de Jacó. Ele foi obrigado a se casar com Lia, quando seu coração pulsava, na verdade, por Raquel. Depois, quando as duas se tornaram suas mulheres, as Escrituras nos mostram uma Lia eternamente infeliz por não contar com o amor do marido. Estavam casados, mas não havia o aspecto emocional do amor. Ela era tão infeliz que chegou ao ponto de tentar despertar no esposo algum sentimento mediante a gravidez (“O Senhor viu a minha infelicidade. Agora, certamente o meu marido me amará” – Gn 29.32). Leia com calma toda a vida de Lia e o que você verá é uma mulher com um enorme vazio no peito, uma alma oca, que era tão ignorada pelo marido que não a amava que precisava comprar o direito de se deitar com ele (Gn 30.15-16).

Já com Raquel era diferente: “Jacó amava a Raquel e disse: Sete anos te servirei por tua filha mais moça, Raquel. Respondeu Labão: Melhor é que eu ta dê, em vez de dá-la a outro homem; fica, pois, comigo. Assim, por amor a Raquel, serviu Jacó sete anos; e estes lhe pareceram como poucos dias, pelo muito que a amava” (Gn 29.16-20). Ao ouvir que “amar é uma decisão” fico pensando então por que Jacó não simplesmente decidiu amar Lia e, assim, resolver o problema. Ou por que, quando acordou de manhã e viu que tinha se casado com Lia, não “decidiu amá-la” e, em seguida, “decidiu não amar” Raquel, o que facilitaria muito sua vida. Porque, convenhamos, se o negócio era arranjar uma esposa, ele já tinha arranjado. Para que precisava de Raquel se já tinha Lia? Trabalhar mais sete anos para ter a segunda esposa seria irracional, bastava Jacó decidir não mais amar Raquel, tocar a vida com Lia e ser feliz para sempre. Mas não foi o que aconteceu.

Há outros exemplos. Analiso o amor de Salomão pela Sulamita no Cântico dos Cânticos e confesso que sinto um pouco de pena de quem se casava apenas porque as famílias decidiam. Salomão tinha mil mulheres e concubinas, mas repare que o Cântico dos Cânticos fala sobre somente uma delas. Ele se casou com muitas, mas creio que só amou uma. Racionalmente decidiu unir-se a mil. Mas, emocionalmente, seu coração ligou-se a uma única. E uma leitura honesta desse lindo poema de amor que é o livro de Cantares mostra que esse relacionamento estava a anos-luz de ser meramente “uma decisão”.

O mesmo ocorre, também, com Ester. Lemos em Ester 2.17 que “O rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e ela alcançou perante ele favor e benevolência mais do que todas as virgens”. Por que o rei não decidiu amar outra? Se era uma questão de opção racional somente, o que fez aquela mulher se destacar das demais aos olhos do soberano? Razão, puramente? E mais: razão… principalmente? O que aquela jovem hebreia tinha de tão especial que racionalmente teria feito Assuero “decidir” amá-la mais do que a todas outras mulheres? Era estrangeira, pobre, exilada, órfã, de outra religião… racionalmente não fazia sentido o rei decidir amá-la em detrimento das demais? Mas a Bíblia relata que esse amor simplesmente aconteceu e não porque Assuero optou por isso.

Essa questão extrapola o amor conjugal. Quando leio João 3.16, vejo que “Deus amou o mundo” e não que ele “decidiu amar o mundo”. Vejo, em muitas passagens, Jesus ser movido a atos de amor por compaixão (Mt 9.36; 14.14; 15.32; 20.34; Mc 1.41; 6.34; Lc 7.13). E “compaixão”, pelo dicionário, significa “Sentimento benévolo que nos inspira a infelicidade ou o mal alheio”. Ou seja, dizer que compaixão é apenas uma decisão seria negar a essência de seu significado. Poderíamos ir além: o termo em grego usado para falar da compaixão de Jesus é splagchnizomai, que fala explicitamente de uma emoção, algo que se sente. Logo, dizer que o amor do Senhor pelos carentes de compaixão e misericórdia seria apenas uma decisão contraria, em todos os aspectos, a exegese bíblica.

Vejo em Romanos 9 o Senhor dizer “amei Jacó e aborreci Esaú”. Ora, se amor é uma decisão, por que Deus não decidiu amar Esaú, visto que ele não faz acepção de pessoas? O Senhor poderia perfeitamente decidir amar ambos. Outra: o texto bíblico diz, em numerosas ocasiões, que, durante os séculos em que o reino do Sul, Judá, foi idólatra, Deus reteve o juízo pelo amor dele a seu servo Davi. Outro exemplo está em 1Samuel 18.1, onde vemos: “Sucedeu que, acabando Davi de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a de Davi; e Jônatas o amou como à sua própria alma”. Uma decisão pura e simples?

Amar pressupõe algo diferente. Amar faz alguém se destacar da multidão. E, se você destrincha cuidadosamente os textos bíblicos, vê que, na Escritura, quem ama não o faz porque olha a multidão, analisa um por um, pondera e decide: “Vou amar aquele”. Não é assim. O amor bíblico verdadeiro, universal e despido de um contexto histórico específico aponta para pessoas que, aos olhos de alguém, brilharam dentre as demais e tocaram na razão mas, indispensavelmente, também no coração de alguém.

Se você tem um filho eu te perguntaria se você o ama somente porque racionalmente ele foi formado a partir de um espermatozóide ou um óvulo seu. Você foi vendo aquele bebezinho crescer todos os dias até que, numa certa manhã, disse “bem, a partir de hoje decido amar essa criança”, foi dessa maneira? Outra pergunta: você não escolheu ter os irmãos que tem, mas, em geral, nós amamos nossos irmãos. Isso ocorreu racionalmente ou foi fruto de uma emoção cultivada e desenvolvida diariamente, ao longo dos anos? E, sobre isso, eu perguntaria: se você teve algum problema com um parente e cortou relações, se amar é tão somente uma decisão racional, por que não simplesmente decide voltar a amá-lo?

É fundamental lembrar que ninguém, nem um único cristão, ama Jesus porque tomou a decisão de amar. Nós amávamos o mundo, até que, pela graça, contrariando tudo em que críamos racionalmente até então, o amor de Deus nos alcançou e passamos a amar Jesus. Eu nunca decidi amá-lo. Estava muito bem, obrigado, amando minha vida de incrédulo, quando esse amor chegou pelos sentidos, invadiu meu cérebro, ligou-se a minha alma, incendiou meu espírito e pronto: quando me dei conta estava amando.

Por que falar sobre este assunto? Porque há muitos irmãos e irmãs decidindo somente pela razão a quem “amar” e, por isso, se casando sem amar. Tornam-se cônjuges de amigos (e não de amores) que decidiram desposar, mas vivem sem desfrutar do amor pleno que Salomão descreve no Cântico dos Cânticos (que não é apenas erótico, como muitos defendem, se você ler com atenção verá duas almas profundamente entrelaçadas emocionalmente). Esses irmãos tornam-se incompletos e acabam se divorciando ou se condenando à infelicidade e à frustração até que a morte os separe. E tudo porque acreditaram na teoria de que “amar é só uma decisão”. Dizer isso é como falar “o Brasil é o estado do Rio de Janeiro”. Só que não é, o Rio é uma parte do Brasil. Assim como a razão, a decisão é uma parte do amor. Ele é composto ainda de ação e emoção. Advogar um amor ultrarromântico, baseado somente nos sentimentos, é um erro. Mas descartar o sentimento como se fosse algo antibíblico, na ultra valorização do racionalismo, é descartar a linda capacidade que Deus nos deu de sentir.

Eu amaria concordar que “amar é uma decisão”, pois isso me faria mais politicamente correto dentro do meio evangélico, onde esse conceito da filosofia oriental virou moda. Eu amaria, mas o meu amor por essa teoria não depende somente de uma decisão minha. Eu não decido crer no que creio. O amor é uma decisão, sim. O amor é razão, sim. Mas vai muito além disso. O amor é também ação. E, sim, o amor é emoção. Se você se casa com alguém por quem seu coração não pulsa, casou-se por amizade ou carinho, não por amor. Seu amado tem de ser seu amigo, mas não pode ser só seu amigo. O amor é muito mais complexo do que a simples definição “uma decisão” tenta fazer parecer. Deus é amor. E Deus é razão, ação e emoção.

É por isso que o amor é infinito e o infinito faz meu coração pulsar infinitamente.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,

CHEGA DE POR A ‘CULPA’ EM CONSTANTINO


Por Ricardo Rocha
É incrível como alguns grupos por falta de conhecimento da história eclesiástica se escoram em Constantino para suas posições a respeito do cristianismo. Estava lendo um comentário de um judeu que afirmou que foi Constantino o “inventor” do cristianismo. Já ouvi coisa semelhante de outras pessoas que representam outros grupos … sempre Contantino leva a fama, mas será que isso é verdade? Venha comigo há 2000 anos atrás para aprendermos se ele foi de fato o responsável pela formação do cristianismo.

Nossa história não começa em Constantino, mas começa no primeiro século, em uma manhã em um cenáculo em Jerusalém onde 120 pessoas estavam reunidas, homens e mulheres que haviam experimentado algo tremendo e sobrenatural, tinham andado com um homem sem igual, alguém que não ensinava como os fariseus e doutores da Lei, alguém que falava com autoridade, exortava com firmeza e falava com uma ternura que era impossível não ser cativado. Um homem que abria os olhos dos cegos, fez paralíticos andarem, restaurou a dignidade das mulheres e até fez mortos voltarem a vida. As pessoas os seguiam, o apertavam, exprimiam, queriam ser alimentadas, queriam ser curadas, filas e filas de doentes eram trazidos aos seus pés e até os ventos o obedeciam e os demônios se submetiam. Seus ensinamentos foram sem igual, amar o inimigo, dar a outra face, orar pelos que nos perseguem, perder pra ganhar, morrer pra viver… seu nome é Jesus de Nazaré, o Cristo, o Filho do Deus vivo!

Após sua morte, ressurreição e ascensão, os discípulos estavam reunidos no cenáculo em Jerusalém, na verdade 120 pessoas estavam ali e a profecia de Joel (Jl 2:28) e a promessa de Jesus (Jo 14:16-18) foram cumpridas, o Espírito Santo, o outro Paracleto, o Consolador, veio sobre eles e ali temos o início da igreja!

Aqui já temos um ponto que contradiz nosso jovem judeu que continua colocando a fama em Constantino. A igreja não foi inventada por aquele Imperador Romano, a igreja teve seu início no Pentecoste com a descida do Espírito Santo. Logo após o derramar do Espírito houve a pregação do Evangelho e 3.000 almas entram no Reino de Deus (At 2:41). Mais uma pregação de Pedro e outros 5.000 adentram (At 4:4), a igreja crescia (At 2:47), mesmo sob perseguição, chegando a expandir em todo império (At 17:6).

Constantino (274-327 d.C.) já imperador nos territórios que hoje conhecemos como França e Inglaterra, em 312d.C. expandiu seu reinado no Oeste quando venceu a batalha de Milvia contra seu inimigo Maxentius. Ele teve uma visão de uma cruz no céu com as seguintes palavras em Latim: “com esse sinal vencerás” (Earle Cairns, O Cristianismo Através do Séculos, p.100). Ele atribuiu sua vitória ao Deus cristão e conduziu o Império Romano pela primeira vez à uma política pro-cristã. Em 313 d.C. juntamente com o imperador Licinius (naquela época haviam 2 imperadores romanos, um no oeste e outro no leste do império) formularam o Edito de Milão que introduziu uma política de tolerância ao Cristianismo. Somente em 380 d.C., o imperador Teodósio I baniu o paganismo e elevou o cristianismo ao status de religião oficial do império (Jeffrey Bingham, Pocket history of the Church, p.45).

Percebe aqui que não foi nem Constantino que formalizou o cristianismo como religião imperial? O edito de Milão foi uma tolerância, tanto que o próprio Constantino após se tornar o imperador supremo nunca se colocou sob a autoridade dos professores cristãos e bispos, ele se considerava “o bispo dos bispos,” o supremo pontífice mas ainda permitia o paganismo no império tanto que ele praticava sua própria religião e diante da igreja ele não tinha sido batizado ainda, o sendo no final de sua vida somente. Teodósio I foi quem tornou proibido todo culto pagão e o cristianismo então se tornou a religião oficial do Império Romano (Justo Gonzalez, The History of Christianity, vol1, pp 137-41).

É claro que Constantino não foi fundador ou idealizador do cristianismo. É verdade que ele participou de alguns pontos importantes de nossa história como por exemplo a convocação do Concílio de Nicéia (325d.C.) e a oficialização imperial do domingo como dia de adoração, algo que também não foi instituído por ele, mas somente formalizado, uma vez que o cristãos por causa do dia da ressurreição de Jesus (Mc 16:9) já se reuniam no primeiro dia da semana para adoração e partir do pão (At 20:7; 1Co 16:2; Jo 20:19; Ap 1:10 cf.Mc16:9) , contrariando a proposta adventista que foi Constantino que instituiu o domingo como dia santo em lugar do sábado.

Se Constantino foi o suposto “fundador” do Cristianismo, o que dizer dos cristãos dos 3 primeiros séculos? São 300 anos de distância entre a descida do Espírito Santo até Constantino. Esse período é conhecido como a Patrística da igreja, a era dos mártires, seguida da era dos apologistas; muita coisa se desenvolveu no seio da igreja nesses 300 anos muito antes de Constantino aparecer no cenário:


ERA DOS PAIS DA IGREJA – O PERÍODO PÓS-APOSTÓLICO (100-150 D.C.)

Os apóstolos morreram e outro grupo de cristãos começaram a liderar a igreja e a escrever com o mesmo objetivo dos apóstolos, para corrigir, edificar, exortar e ensinar. Esse grupo é chamado de pais apostólicos, ou pais da igreja.

Temos na parte ocidental do império homens como Clemente de Roma e Hermas e no leste do império Inácio de Antioquia, Policarpo, Papias. Esse homens continuaram firmes na teologia apostólica da autoridade das Escrituras, da salvação somente através de Cristo, trinitarianismo, divindade de Jesus, eclesiologia, etc…
Nesse período tempos também a era dos mártires, que se estendeu até Constantino, onde os cristãos experimentaram a morte por causa de sua fé. Não se prostraram diante ao panteão de deuses romanos, nem ao culto ao imperador, mas se submetiam e adoravam somente a Jesus, sendo então acusados de ateísmo, incesto, canibalismo e foram condenados a morte sendo jogados vivos aos animais no Coliseu ou queimados vivos como verdadeiras tochas humanas, dentre outros.
Chega a ser uma ofensa pensar que o cristianismo começou com Constantino, sendo que muitos cristãos deram suas vidas por Cristo, enfrentaram as feras pela sua fé, o cristianismo estava vivo e atuante de uma forma que nós aqui no oeste nunca compreenderemos claramente.

ERA DOS APOLOGISTAS (150-300 D.C.)

No oeste gigantes na fé como Hipólito, Irineu e Tertuliano, no leste Justino Mártir, Clemente de Alexadria, Orígenes e Atenágoras. O desenvolvimento teológico ainda continuava através das escolas alexandrina e antioquiana, mas ainda timidamente por causa da perseguição que estava a todo vapor principalmente sob imperador Diocleciano e mesmo com a defesa de Justino Mártir e Atenágoras, que tentavam explicar o cristianismo aos romanos, eles continuavam sendo acusados e condenados a morte, sendo o bode expiatório pelos maus tempos que império vivia. A igreja, além da perseguição, lutava contra heresias que a sondava, Ebionismo, Docetismo, Gnosticismo, Arianismo, Marcianismo, Apolinarianismo, dentre outros então esse período foi denominado a era dos apologistas, pois houve a defesa da fé contra os ataques heréticos.

Podemos rapidamente perceber que os 300 anos do cristianismo que antecedem Constantino, foram cenário do nascimento, crescimento e desenvolvimento da igreja. Constantino não formou ou instituiu cristianismo apenas o tolerou, e preparou o caminho para que se tornasse a religião do império trazendo enormes benefício e prejuízos para a fé cristã, mas isso é assunto para um outro momento.

Respondendo ao jovem judeu que afirmou que Jesus era apenas um judeu e que o cristianismo foi uma invenção de Constantino, temos a história como testemunha de que Jesus sim foi o fundador do cristianismo e a igreja se iniciou com a descida do Espírito Santo no Pentecostes e se desenvolveu tremendamente nos 300 primeiros anos de história até chegar Constantino, então pare de dar a fama a ele, pare de “culpá-lo,” pois ele foi apenas uma peça em toda a nossa história. Uma peça polêmica, importante, mas somente uma peça.

Dízimos e ofertas: Estudo sobre a Confissão de Fé Batista de 1689


Por Jorge Fernandes Isah

Sabemos que a vida cristã é, sobretudo, uma vida na qual devotamo-nos a servir, servir a Deus, à igreja, ao irmão, e ao próximo. O servir está ligado diretamente à humilhação e sujeição do crente, tanto a Deus, como à igreja, como ao irmão e ao próximo. Muitos pensam que o servir está limitado a algumas questões, mas quase sempre não incluímos em seu rol o auxílio ou ajuda financeira. O ponto em que estudaremos agora parece-me estar diretamente ligado ao conceito cristão de servir, humilhar-se e sujeitar-se: o dizimar e o ofertar, o tem toda a relação com submissão e, não somente a Deus, mas ao próximo também. Porém, antes de entrarmos nessa questão, vamos caminhar um pouco, do ponto de vista bíblico e histórico, sobre a questão do dízimo.

1) Primeiramente, o que é o Dízimo? E, o porquê do Dízimo?

Bem, a palavra dízimo, originária do hebraico "asar", deriva da palavra "dez" e também significa "ser rico". O princípio básico do dízimo está em se reconhecer que Deus é o Senhor de todas as coisas, inclusive dos nossos bens, sejam quais forem as posses, das quais somos mordomos, guardiões e beneficiários diretos. De forma que, ao dizimar, testemunhamos em reconhecimento, honra e louvor a Deus, a quem tudo pertence.

Era destinado ao sustento dos sacerdotes e levitas que tinham uma função religiosa, mas também social [cuidavam da educação e eram responsáveis pela distribuição do bens aos necessitados].

2) Onde aparece, pela primeira vez, a prática do Dízimo?

Em Gn 14.20 cf Hb 7.4-10: Abrãao dá a Melquisedeque, sacerdote do Senhor, o dízimo de todos os bens conquistados em Quedolaomer. 

[Penso que uma das coisas que desagradou a Deus foi o fato da oferta de Caim não ter sido proporcional aos 10%, no que Abel fez corretamente. Mas isso é uma inferência, apenas uma especulação, mas que bem pode ser verdadeira].

“Ouvindo, pois, Abrão que o seu irmão estava preso, armou os seus criados, nascidos em sua casa, trezentos e dezoito, e os perseguiu até Dã. E dividiu-se contra eles de noite, ele e os seus criados, e os feriu, e os perseguiu até Hobá, que fica à esquerda de Damasco. E tornou a trazer todos os seus bens, e tornou a trazer também a Ló, seu irmão, e os seus bens, e também as mulheres, e o povo. E o rei de Sodoma saiu-lhe ao encontro (depois que voltou de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele) até ao Vale de Savé, que é o vale do rei. E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo” [Gn 14:14-20].

Abraão deu o dízimo ao sacerdote em agradecimento a este ou a Deus? Em honra deste ou de Deus? Claro que Melquisedeque era merecedor de honra, mas, primeiramente, Abraão o fez como agradecimento e reconhecimento por Deus ter-lhe dado vitória sobre os seus inimigos e resgatado a Ló e seus bens.

3) O dízimo não era somente dos frutos da terra? Se era, por que temos de dar dinheiro em espécie?

Em Deuteronômio 14:22-29, Deus estabelece a forma de como será recolhido o dízimo:

“Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua semente, que cada ano se recolher do campo. E, perante o SENHOR teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao SENHOR teu Deus todos os dias. E quando o caminho te for tão comprido que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que escolher o SENHOR teu Deus para ali pôr o seu nome, quando o SENHOR teu Deus te tiver abençoado; Então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o SENHOR teu Deus; E aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante o SENHOR teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa; Porém não desampararás o levita que está dentro das tuas portas; pois não tem parte nem herança contigo. Ao fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua colheita no mesmo ano, e os recolherás dentro das tuas portas; Então virá o levita (pois nem parte nem herança tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão; para que o SENHOR teu Deus te abençoe em toda a obra que as tuas mãos fizerem”. 

Um dos argumentos mais usuais, atualmente, de que o dízimo foi prescrito para a igreja, é afirmar que ele era recolhido apenas na forma de grãos, carne, leite e outros frutos da terra. Acima, temos que a prática de vender o que se havia produzido e entregá-lo ao lugar escolhido por Deus [um local distante que impossibilitasse o transporte de gado e dos frutos da terra, p. ex.] na forma de dinheiro, foi estabelecido na própria palavra. Então, a bobagem de que você deve dar o dízimo na forma de frutos ou gado não é verdade. Pois, qual de nós vive da terra? Qual de nós planta e vive apenas daquilo que se planta? Ou cria-se gado e subsiste-se apenas dessa fonte? Ninguém! Por que? Não vivemos em uma sociedade rural, como os judeus viviam no período veterotestamentário. A sociedade israelense era basicamente rural. Mesmo nas cidades, havia a prática de se trocar um produto pelo outro: trigo por carne, azeite por roupas, etc. Quase tudo era produzido artesanalmente e, por isso os produtos eram a moeda corrente da época. No contexto geral, se tirava a décima parte de tudo e entregava-a, anualmente, no Templo.

Hoje, como a maior parte dos produtos são industrializados e produzidos em larga escala, o dinheiro é a melhor forma utilizada para se vender ou adquirir algo; o sistema de trocas não é funcional, por vários motivos [a distância, por exemplo]. Vivemos em uma sociedade cosmopolita, e todos nós trabalhamos e recebemos em dinheiro, por isso, aventar a hipótese de que teremos de pegar esse dinheiro, ir a um supermercado ou armazém, comprar abóboras, trigo e toucinho para levar à igreja, é simplesmente estúpida. Agora, se alguém vive exclusivamente da terra, sem negociar, comprar ou vender, se ela produz tudo o que precisa para viver, roupas, alimento, etc, produzindo para si própria, sem utilizar-se do comércio para manter suas necessidades, ela pode pegar parte do que ela produz e entregar como forma de dízimo. Acontece que ninguém vive assim; nós não produzimos o calçado que usamos, nem as roupas que vestimos, nem mesmo o arroz e a carne que comemos, tudo o que dispomos para a nossa subsistência, para suprir as necessidades, e, até mesmo para o nosso conforto, origina-se do dinheiro que ganhamos e desembolsamos para custear esse dispêndio. A própria obrigatoriedade de se pagar os impostos [sem os quais o ruralista perderá a sua terra e os seus bens] implica na necessidade de comercialização, venda de produtos e o recebimento respectivo do seu valor em espécie. 

A Escritura, então, encarrega-se, em sua sabedoria, de destruir esse falso argumento, malignamente colocado como prática bíblica. 

4) O verso mais famoso sobre o dízimo é Ml 3.8-11. Mas ele fala apenas do dízimo?

“Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes. E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos”.

Não! Fala também de ofertas. Ou seja, fala que o servo de Deus deve dizimar e ofertar. Não é uma questão de escolha entre um e outro; ou uma questão terminológica, de que um substitui o outro como sinônimos ou aplicados em épocas diferentes, sendo pactos diferentes, dispensações diferentes ou alianças diferentes, mas uma questão de reconhecer a ambas. A Bíblia trata das duas formas, onde elas não se excluem. As ofertas não são um conceito neotestamentário, mas verotestamentário. Elas não surgiram como substitutas do dízimo na nova aliança, implicando na extinção daquele, mas ambos caminham lado a lado, dentro daquele padrão de sujeição, louvor e glória a Deus por tudo o que ele é, mas também nos dá. 

5) A ideia da extinção do dízimo não remete a uma descontinuidade entre o AT e o NT?

Não há descontinuidade do AT e NT [a Bíblia é um livro só, não dá para dizer que a Igreja deve seguir apenas o NT, pois o que está revelado no AT apenas se faz mais claro no NT. Se dizemos que apenas o NT é a revelação, desprezamos o próprio Deus que se revelou primeiramente no AT. Para mim, a melhor forma de interpretação, se um princípio válido no AT prevalece no NT, é a sua expressa anulação ou renúncia; caso contrário, o princípio subsiste e não foi revogado.

Então, penso que o dízimo, ao não ser abolido expressamente no NT, é atual. Por exemplo, a circuncisão estabelecida por Deus em Gn 17.23-27 [logo, antes da Lei Mosaica] é combatida veementemente por Paulo em várias passagens, em suas epístolas. Temos então uma grande diferença, pois, enquanto a circuncisão é combatida e mesmo proibida, como algo ineficiente, já que Deus fez de judeus e gentios um só povo [e o próprio Paulo diz que judeu não é todo o que é de Israel, os circuncidado na carne, mas os da descendência de Isaque, os circuncidados no coração - Rm 9.6-7]. 

Como não há nenhum versículo no NT que expressamente abrogue o dízimo, e este me parece o melhor método para interpretar as Escrituras, de que aquilo que não foi explicitamente anulado no texto continua prevalecendo, ele conserva-se intacto como revelação e prática para toda a igreja. 

6) Por que Jesus, Paulo e os demais apóstolos não falaram ou confirmaram o princípio do dízimo e sim das ofertas?

Penso que o princípio do dízimo não oferecia problemas de entendimento para a igreja. Ele era claramente delineado em sua forma e essência, além de ser de conhecimento geral. Já as ofertas não são claramente especificadas no AT. Talvez, por isso, especialmente Paulo se preocupou em dar contornos objetivos ao ato de ofertar, e não se deteve nos dízimos que eram praticados de maneira corrente e sem dubiedade.

Veja bem, não temos aqui uma nova regra, que impõe à igreja a oferta e exclui o dízimo. A questão é muito mais de foco, de ajustar e colocar em seu devido lugar aquilo que não está claro e pode ser incluído entre as “sombras” que se dissipam diante da luz. O ensino à igreja é de que as ofertas são tão importantes quanto ao dízimo. Mas alguém, dirá: “isso é colocar um fardo ainda maior sobre os nossos ombros!”. Bem, o Senhor nos diz que não nos será dado carregar o que não podemos suportar. E se entendemos que o dízimo e ofertas é um fardo, não o fazemos segundo o princípio estabelecido por Paulo, de tê-lo como medida do amor e de nossa prosperidade.

No Sermão do Monte, o Senhor Jesus eleva a um nível ainda mais superior os princípios estabelecidos na Lei, de forma que a nossa incapacidade de cumpri-la se torna mais patente e evidente. Então, não basta matar, mas até mesmo o odiar é pecado. Não basta adulterar, mas cobiçar na mente a mulher alheia é pecado. Parece que a Escritura também estabelece um nível superior ao cristão? No sentido de dizimar e ofertar? Não. Creio que a prática de ofertas era negligenciado entre os judeus, e o que temos é a sua afirmação, assim como descrito no AT, como prática para todos os santos em todos os tempos.

Se atentarmos para toda a Escritura e não apenas em algumas de suas partes, veremos que a exigência da igreja se torna ainda maior do que aquela aplicada à nação de Israel. Somos chamados, após a doutrina da oferta ser explicada em seus pormenores, a não somente dizimar, mas a também ofertar, como prova do amor e da gratidão que devemos a Deus. Muitos se especializaram em distorcer o ensino bíblico e afirmar que a nova aliança ou o pacto da graça [e não vou entrar no mérito da questão, mas deixar claro que não há um pacto de obras, pois a salvação é somente pela graça de Deus, através da obra salvadora e redentora do Senhor Jesus, tanto no AT, desde Adão, como no NT, e até hoje] aboliu qualquer exigência em relação ao dízimo, e muitos chegam ao extremo de dizer que nem mesmo as ofertas fazem parte do novo acordo pactual. Chega-se mesmo a dizer que a obra de Deus deve ser custeada com o suor de uns poucos, no sentido de que devem se conformar em trabalhar sem qualquer expectativa de retorno financeiro, fazendo-o por abnegação e sacrifício, inclusive, se necessário, com a privação de refeições e um teto para morar. Afinal, Cristo disse que não tinha onde inclinar a cabeça, e qualquer um que se "aventure" ao trabalho pastoral ou missionário deve se convencer de que também está no mesmo nível. Acontece que essa é uma inverdade, pois como vimos no estudo sobre o sustento pastoral, há uma advertência direta para que a igreja sustente aqueles que laboram na palavra e no evangelismo. O mais interessante é perceber que os defensores desse argumento demoníaco não se dispõem a doar, nem a abrir mão do seu conforto e se integrar ao rol daqueles que devem viver apenas da fé, na esperança de que o Senhor mande cair do céu o maná e as codornizes que os alimentarão. Na verdade, eles defendem um discurso que nada tem de bíblico, e de prático, pois não se dispuseram a experimentá-lo a fim de que ficasse comprovada a sua eficácia. 

Não podemos nos esquecer também de que, na igreja primitiva, vendia-se tudo e depositava o total do valor aos pés dos apóstolos; e de que todos tinham tudo em comum [At 2.42-47; 3.32-37].

E é aqui, neste exato ponto, que voltarei à introdução sobre este assunto. Não seria essa atitude, a dos primeiros cristãos, um caso de sujeição, de se humilhar, preferindo-se ao outro ao invés de si mesmo? Para que serviram aquelas ofertas, que representavam o todo do que os nossos irmãos tinham? Para o sustento dos necessitados. Para o sustento da igreja. Para que os apóstolos e discípulos pudessem espalhar a mensagem do Evangelho, o "ide!" ordenado pelo Senhor. Isso não é sujeição, em amor? Isso não é preferir o outro ao invés de si mesmo? E, também, confiar na providência divina? O que você pensa a respeito? O que tem a dizer sobre o assunto?

Lembremo-nos daquela senhora que, no templo, deu tudo o que tinha, duas moedas. Ela simplesmente não tirou duas moedas de muitas, mas colocou ali todo o seu sustento. Enquanto os outros deram do que lhes sobravam [mesmo sendo muito dinheiro], ela abriu mão de tudo o que tinha [Mc 12:41-44].

E de Zaqueu, que deu metade dos seus bens aos pobres [Lc 19:1-10].

Pense nisto...

O que leva uma pessoa a se autointitular apóstolo?



arrogant-boss  Ultimamente no Brasil, o que mais vemos em nossas igrejas é a multiplicação de pastores que tomaram para si o título de apóstolo.
Confesso que estou absolutamente impressionado com quantidade de líderes eclesiásticos que acreditam que foram comissionados por Deus ao ministério apostólico. Nessa perspectiva é possível encontrar em quase todas as denominações brasileiras gente que advoga que foram ungidos por Cristo para o desenvolvimento de um ministério diferenciado dos demais pastores.
Isto posto, gostaria de elencar quatro motivos que podem levar um pastor a se autointitular apóstolo:
1-) Ignorância bíblica/teológica. Acredito que boa parte dos que se autointitularam apóstolos o fizeram por desconhecer a Palavra de Deus. Na verdade, penso que existam muitos irmãos que tomaram para si este título por ignorarem o que as Escrituras dizem a respeito do ministério apostólico. Digo mais, creio que os irmãos em questão tivessem conhecimento bíblico jamais teriam sido “consagrado” apóstolos.
2-) Modismo eclesiástico. Infelizmente devido a falta de profundidade bíblica, parte da Igreja brasileira se move influenciada por modismos diversificados. Repare que a inconsistência teológica de muitas pastores tem contribuído para o aparecimento periódico de revelações, comportamentos e doutrinas escalafobéticas, cujo objetivo final é impactar a igreja. Um claro exemplo disso é uma última onda neopentecostal cuja ênfase se encontra no ministério apostólico.
4-) Uma eclesiologia errada. Muitos dos pastores possuem uma visão errada do conceito bíblico “Eclesia”. Para estes, a essência da Igreja deve ser fundamentada numa estrutura hierarquica e não a “Communion Sanctos”. Para os líderes em questão, o fundamento e a base de uma Igreja bem sucedida é uma forte hierarquia ministerial cujo foco se encontra na obediência inquestionável de seus pastores. Nessa perspectiva não existe espaço para o desenvolvimento do sacerdócio de todos os santos, bem como o relacionamento desprovido de títulos, pompas e domínio eclesiástico.
4-) Mau-caratismo – Muitos dos pastores tomaram para si o titulo apóstolos não porque desconhecem as Escrituras, ou pela ingenuidade de se deixarem levar pelos modismos eclesiásticos., nem tampouco por possuírem um eclesiologia errada. Não. Muitos destes, o fizeram por mau-caratismo e desonestidade. Na verdade, tais líderes em questão sabem que estão errados, todavia, preferem continuar no erro apostólico a arrepender-se de seus delitos e pecados.
Caro leitor, vale a pena ressaltar que acredito que os motivos elencados acima podem agir na vida do líder separadamente e em alguns casos conjuntamente. Nessa perspectiva é até possível o pastor se autointitular apóstolo por ignorância, como também pelo modismo eclesiástico de seu tempo. Todavia, se o faz por mau-caratismo isso automaticamente exclui todas as razões anteriores.
Que Deus tenha misericórdia da Igreja evangélica brasileira.
Renato Vargens