terça-feira, 22 de outubro de 2013

Igreja Ladeira Abaixo


Por mais que busque justificativas para as bizarrices encontradas no meio das igrejas não encontro. Parece-me uma luta inglória. Estou ficando enjoado e enojado diante daquilo que tenho visto e ouvido. A grande marca das igrejas é a estreiteza de mente e uma busca implacável pela mediocridade. Tirando um percentual de comunidades que ainda preservam a Sã Doutrina, esbarramos em número assustador de comunidades e principalmente as neo-pentecostais praticando um anti-cristinianismo.

Gostaria de apontar algumas situações que tem me levado a obviar tais comunidades e líderes.

1 - Tenho visto com muita freqüência uma nociva insistência por parte de um grande percentual da liderança evangélica em desprezar o saber e principalmente o saber teológico. Insistem em desprezar a história e suas lições. Insistem em abandonar os marcos deixados e fazendo assim encontram-se sem parâmetros para seus comportamentos. Creio que a busca por uma teologia sadia é mais dolorosa do que a aceitação tácita de heresias grotescas. O grande problema é que quanto mais as lideranças distanciam da Sã Doutrina mais comprometidas ficam com os erros doutrinários e depois não possuem a hombridade de voltar atrás. Muitos líderes ouviram o galo cantar e não sabem onde. Ouviram algumas afirmações no passado e nunca procuraram saber se eram ou não verdadeiras. Em meu tempo de mocidade havia um livro que fez muito sucesso. Seu autor era Don Gosset e o livro era Há Poder Em Suas Palavras. Virou Best Seller. Aceitávamos como verdade as palavras do autor, pois, este era americano e se era bom para os americanos deveria ser bom para os Brasileiros. Conceitos distorcidos que durante anos vivi. Mas como Paulo disse em sua carta aos corintos chegou o tempo de deixar as coisas de menino e buscar as coisas de adulto. Aprendi na faculdade que é preciso dialogar com os autores e checarmos as bases de suas afirmações. Procurar encontrar o cerne ideológico dos mesmos e separar joio do trigo. Depois de muitos anos percebo que boa parte da liderança evangélica ainda aceita acriticamente os livros e nunca empreendem um diálogo com seus autores. Estão assentados em bases frágeis e se aferrenham a elas como bóias salva-vidas. Quase sempre não se abrem para outros pontos de vistas e insistem em argumentos ultrapassados e com data de validade vencida.

Realmente existe uma resistência à pureza do Evangelho simplesmente por falta de amor à verdade como Paulo disse. “Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade”. II Tm. 3:7 - II Tes. 2:10.

2 – Tenho visto com freqüência uma atitude de lassidão em relação ao pecado. E isso acontece no meio da liderança evangélica e se espalha pelo corpo de Cristo. Destaco o fato de que pecados cometidos por líderes não são tidos como coisas hediondas, mas normais. Sempre apresentam o mesmo argumento idiotizante que não podemos julgar para não sermos julgados. Fico pensando, se julgar é incompatível com a fé cristã como denunciaremos os erros dentro de nossos arraiais? Se existe incompatibilidade entre julgamentos e o crer em Deus então logo não existe pecado nem erros, pois, os mesmos não podem ser julgados. Atribuem esse julgamento a Deus somente. Se assim fora, teremos que erradicar do Novo Testamento as denúncias de Paulo e Pedro que abertamente apontaram para o pecado e mostraram o que fazer. Eis alguns exemplos: I Cor. 5:1-5; II Tm. 2:14-18; II Pe. 2.

Pecados de lideranças devem ser tratados com a maior intensidade possível, pois, seus exemplos são seguidos por muitos. Cristo disse que “... e, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá”. Lc. 12:48.

Ficou normal um líder se divorciar e permanecer na mesma igreja como se nada tivesse acontecido. A igreja perdoa e tudo continua bem. Isso é uma aberração em nosso meio. Como permanecer na liderança aquele que não governou bem sua casa? Se houve adultério por parte da liderança, que exemplo foi dado para a igreja principalmente para os jovens. Muitos pensarão e agiram assim: “se o pastor pode também nós podemos”. E o que dizer sobre os pecados contra a Palavra? Afirmações grotescas que ultrapassam e contradizem a Palavra de Deus são tidas como verdadeiras. Quem faz tais afirmações por ter grande visibilidade torna-se oráculo celestial inquestionável e infalível.

Aqui está em foco a igreja, seus membros. Essa tendência de aceitação acrítica de tudo que é exarado dos púlpitos é algo doentio. Pessoas com grandes capacidades mentais em seus segmentos de atuações se anulam dentro das igrejas, pois, têm medo de pecar contra Deus. Vêm as maiores aberrações sendo derramadas sobre suas mentes e nada dizem. Tais pessoas andam no limite da idiotice. Não existe incompatibilidade entre fé e conhecimento. Nunca existiu. Qualquer afirmação que Deus revelou ou falou deve passar pelo crivo, crisol da Santa Palavra de Deus e se se constatar desvio deve ser desprezada por completo.

3 – Tenho visto com freqüência uma insistência em desprezar a Palavra em troca de revelações estapafúrdias. No meio neo-pentecostal isso é contumaz. Aceitam tudo como sendo de Deus e mesmo que ofenda a Palavra vale mais a pseudo-revelação. Isso da enjôo em qualquer um. Vi uns vídeos postados no youtube onde o pregador advinha a rua, o número da casa e trabalho das pessoas. O pregador dizia o tempo todo assim: “to entendendo Jesus, to entendendo Jesus...”. O que mais me entristeceu foi que pessoas que conheço pessoalmente aceitaram acriticamente tais coisas e achavam que eram revelações de Deus. Esse tipo de revelação já virou coisa comum no meio evangélico. A postura desses pregadores dá a entender que possuem uma comunhão especial com Cristo e que recebem revelações diretas e se intitulam profetas de Deus. Não pregam a Palavra, mas promovem espetáculos para as massas. Como diziam os romanos: “panis et circenses”. As pessoas rodopiam, caem, são arrebatadas, pulam como cangurus, choram e depois percebem que nada mudou. Paulo nos adverte contra tais homens: “Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, É soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, Contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais. Mas é grande ganho a piedade com contentamento”. I Tm. 6:3-6.

Creio firmemente que as igrejas neo-pentecostais e suas lideranças inaptas estão jogando o evangelho ladeira abaixo. Creio que os estragos feitos são irreparáveis. Creio que o desprezo pelo ministério tem trazido mais vergonha do que glória para o nome de Cristo. Creio que o momento da igreja tenha passado no Brasil. Creio que os maiores culpados são aqueles que se calam covardemente diante de tais atrocidades. Creio que cada pastor consagrado sem o devido preparo, guardando as devidas proporções, será uma porta aberta para heresias e comportamentos exóticos e anti-bíblicos.

Por haver uma insistência em desprezar a Palavra o que sobra é a exaltação das emoções. Vale mais o sentir. Vale mais o arrepio. Vale mais o sensorial. Estou cansado de ver idolatria na igreja. Sim, idolatria mesmo. Quantos cultos têm como maior atrativo a entrada de um modelo da arca da aliança com seus querubins etc. Os líderes se vestem com longas batas e o povo e incentivado a tocar neste embuste em forma de arca da aliança. Em uma galeria em Belo Horizonte existe boxe somente para vender coisas ligadas à idolatria como: candelabro de sete pontas, modelos variados da arca da aliança, óleos especiais para unções variadas etc. Fiquei sabendo que em uma cidade do interior mineiro abriram uma loja gospel que vende kits para campanhas nas igrejas. Tudo já vem pronto é só pegar e distribuir. Se os kits não estiverem no balcão abrem um catálogo e você escolhe o que melhor lhe convier.

Precisamos encontrar o equilíbrio entre razão e emoção. Nossos cultos podem e precisam ser vivenciados com emoção, mas nunca emoção desprovida de razão. Paulo aponta para que nossos cultos sejam racionais e íntegros, mas isso virou carência.

4 – Tenho visto com freqüência uma insistência pelo imediatismo e pragmatismo. Como vivemos em uma sociedade Fast Food, as soluções para vida também devem ter essa característica. As igrejas estão oferecendo soluções milagrosas a qualquer custo. Estão oferecendo soluções que nunca chegarão. Afirmações mentirosas e incabíveis são feitas para atrair os incautos. As pessoas querem o imediato o curto prazo. Daí termos profecias esdrúxulas e mundanas. Quem não se interessa ou quer ter vitória financeira rapidamente? Quem não ofertaria dinheiro para alcançar cura, salvação e libertação financeira. Em um país que tem um governo assistencialista e uma população que quer levar vantagem em tudo, tais promessas ou profecias são juntar o útil ao agradável.

Por pensar somente no curto prazo estamos degradando o meio ambiente, multiplicando os assaltos, matando desavergonhadamente no útero materno. Vi um vídeo onde Edir Macedo defende o aborto como programa de planejamento familiar. Trata o aborto como solução para criminalidade e pobreza. Tais posturas somente apontam para o curto prazo. Quem deveria defender a vida a processa, condena e executa sua sentença de morte em menos de sete minutos de vídeo.

Pastores oferecem soluções mágicas para verem suas igrejas cheias e seus caixas abarrotados de dinheiro, pois, assim ganharão prestígio socialmente. Oferecem ocuidade para o vazio do homem. Fazem das pessoas massa de manobra para alcançarem seus objetivos mundanos. Esquecem-se que prestarão contas das almas a Cristo o Senhor. Perderam o temor do Senhor e tratam a Sua Obra como empresas e não como igreja.

O certo é que esta visão de curto prazo não leva lugar algum. Somente aumenta o vazio do homem e fortifica a desesperança já reinante.

Soli Deo Gloria

A hora de desistir

Desista1

Por Maurício Zágari
É muito comum ouvirmos em nosso meio evangélico que o cristão em tudo deve perseverar, que precisa buscar seus sonhos e nunca, sob nenhuma circunstância, desistir. Não creio nisso. Simplesmente porque a Bíblia não diz isso. A perseverança deve ser na santidade e na obediência, sempre. “Seja fiel até a morte, e eu lhe darei a coroa da vida” (Ap 2.10). Mas, em se tratando de sonhos humanos, isso não se aplica. Lendo as Escrituras, vejo que o cristão deve ter ciência de que, em certas situações, chega um momento em que precisa desistir, abrir mão do que ele quer. Podemos ver muitos exemplos, como o de Jesus, que desistiu de pedir ao Pai que afastasse dele o cálice do sofrimento (Mt 26.36-46). Ou Paulo, que desistiu de orar a Deus pedindo que tirasse o espinho de sua carne (2Co 12.7-10). Sim, há ocasiões em que o Senhor espera que nos conformemos e entreguemos os pontos. Certas esperanças não devem ser alimentadas, em especial porque nosso coração é enganoso e não sabemos muitas vezes qual é a vontade divina. Assim, se o que almejamos difere do que Deus almeja, tenha a certeza: o melhor é desistir. Perca a tua esperança, pois ela está depositada em algo que não condiz com o querer do Senhor.

A pergunta imediata que se segue é: como posso saber se meu sonho está de acordo com que Deus quer? Há dois critérios principais: o que a Bíblia diz e a paz no coração.

A vontade de Deus está revelada nas Escrituras. Então conheça a Bíblia. Estude-a. Veja os princípios que ela defende. Nem sempre há uma resposta objetiva para a sua situação, mas há princípios bíblicos que podem responder teu questionamento e nortear teus sonhos e tuas metas. A resposta nem sempre vem num versículo claro, mas num conceito transmitido ao longo de toda a Escritura. Por exemplo: não existe nenhuma passagem bíblica que fale que não devemos fumar crack, mas há um princípio claro acerca dos cuidados que devemos ter com nosso corpo e com nossa mente. Ou, então, você tem aquela dúvida que assola milhões de solteiros: devo namorar aquela pessoa que não é cristã, na esperança de que ela vai se converter? É para persistir nesse relacionamento ou não? Aí você vai à Bíblia e vê que ela é clara sobre o fato de que esse é um namoro em jugo desigual (2Co 6.14-16), mas a Escritura não te dá a certeza de que o (a) jovem será salvo (a). Na dúvida, vá no certo, desista do erro (até porque Deus não precisa que você namore ninguém para que aquela alma seja alcançada, se o Espírito de Deus quiser salvá-la usará até uma mula).

O segundo critério é a paz no coração. Paulo escreveu: “Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração” (Cl 3.15). Portanto, se você vive uma situação de constante atribulação, é hora de pegar o primeiro retorno e dar no pé. Isso acontece muito, por exemplo, em relacionamentos afetivos. Sabe esses namoros que mais parecem dramalhões mexicanos, com arroubos de sofrimento, fins e recomeços, rompimentos dramáticos e voltas novelescas? Onde está a paz? Se não há paz, não insista, desista. Ou quando tem de fechar um negócio mas fica em agonia sobre se assina o contrato ou não? Ou, ainda, na decisão entre seguir a carreira que vai realizar você ou a que vai te dar dinheiro? Não insista no que agonia, desista.

Quando comecei a pensar no assunto para escrever este post, calhou que assisti ao belíssimo filme “A vida secreta das palavras”. Durante o longa-metragem, um personagem menciona um livreto curto e exuberante, “Cartas de amor de uma freira portuguesa”, de Mariana Alcoforado, e imediatamente me lembrei que essa obra trata exatamente disso: a necessidade de abandonar sonhos que dominam nosso ser com fúria. Resolvi reler essa pequena coletânea de cartas enviadas por uma freira ao homem que ama, que jamais voltou a encontrar pessoalmente e com quem nunca pôde se casar. A história é real e, naturalmente, a experiência de Mariana tem aspectos nada louváveis em termos cristãos (como você perceberá na leitura), mas a mensagem sobre a importância da desistência em certas situações está lá com uma força sem igual na literatura. Resolvi compartilhar o curto PDF desse livreto. Você pode fazer o download gratuito clicando neste link: < Cartas-de-Amor-de-uma-Freira-Portuguesa >. Minha recomendação é que reflita sobre a trajetória de Mariana, da total esperança à desistência. Em sua última carta, fica claro que desistir da esperança seria a única decisão que daria a ela forças para seguir vivendo. Não sei dizer se a distância do amado lhe trouxe a paz que ela desejava ao coração, mas pelo menos trouxe um tipo de paz meio genérico, catatônico e artificial – porém, suficiente para lhe dar forças para seguir.

Temos de saber a hora de render nossa vontade. Se Deus diz “não”… é não. Se insistirmos no “sim”, só o que conseguiremos é uma vida de sofrimento e dor à espera de algo que jamais chegará.

Recomendo que leia o livreto. É uma leitura que não dura mais que 15 ou 20 minutos. Depois sinta em si o sofrimento e a frustração de Mariana. Em seguida, veja se o melhor não foi ela dar adeus a seu sonho, que alimentou tão desesperadamente por tanto tempo. Por fim, pense se na tua vida há algum sonho que esteja sendo alimentado à toa, porque vai contra o desejo do coração de Deus. Se você tiver a convicção que perseverar nesse objetivo é a vontade do Senhor, vá em frente. Mas… e se não for? Nessa hora, entregue-se em sacrifício vivo ao Senhor e diga:“Seja feita a tua vontade” (Mt 6.10). E, se a vontade dele for que você abra mão de certos objetivos e sonhos, perceba que abandoná-los não significa falta de fé, de fidelidade ou de perseverança: é o cumprimento da boa, perfeita e agradável vontade de Deus e, certamente, é o que te trará felicidade.

Persista. Mas, se não for da vontade do Senhor, desista. E, aí sim, você estará cumprindo a vontade do Senhor. Sabendo que, muitas vezes, a desistência do que você tanto queria pode se tornar a maior bênção da sua vida.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício

Não se contente com sua pregação medíocre

 
Por Paul Tripp
Quero examinar um lugar onde há demasiada mediocridade na igreja de Jesus Cristo: a pregação. Por cerca de 40 finais de semana por ano eu estou com alguma parte do corpo de Cristo em algum lugar do mundo. Muitas vezes, não sou capaz de sair no sábado e, por isso, vou assistir ao culto da congregação local (quando não estou programado para pregar). O que estou prestes a dizer provavelmente vai me encrencar, mas estou convencido de que precisa ser dito. Estou triste e angustiado por dizer isso, mas já estou cansado de ouvir palestras teológicas chatas e mal preparadas, dadas por pregadores não inspirados, lendo manuscritos, e tudo isso feito em nome da pregação bíblica.

Não estou surpreso que as mentes das pessoas divaguem. Eu não estou surpreso que as pessoas têm lutado para se manter atentas e despertas. Estou surpreso que mais não têm. Eles têm sido ensinados por alguém que não trouxe as armas apropriadas para o púlpito, a fim de lutar por eles e com eles. A pregação é mais do que regurgitar seu comentário exegético favorito, reformular os sermões de seus pregadores favoritos, ou remodelar as notas de uma de suas aulas favoritas do seminário. É trazer as verdades transformadoras do Evangelho de Jesus Cristo de uma passagem que foi devidamente compreendida, convincentemente e praticamente aplicada, e entregue com a ternura envolvente e a paixão de uma pessoa que foi quebrantada e restaurada pelas verdades que ela irá comunicar. Você simplesmente não pode fazer isso sem a devida preparação, meditação, confissão e adoração.

Simplesmente não dá para você começar a pensar em uma passagem pela primeira vez no sábado à tarde ou à noite e dar o tipo de atenção que ela precisa. Você não será capaz de compreender a passagem, de ser pessoalmente afetado e de estar preparado para dá-la aos outros de uma forma que contribua à contínua transformação deles. Como pastores, temos que lutar pela santidade da pregação, ou ninguém mais o fará. Temos que exigir que os afazeres do nosso trabalho permitam o tempo necessário para se preparar bem. Temos que arranjar tempo em nossas programações para fazer o que for necessário para cada um de nós, considerando nossos dons e nossa maturidade, estejamos preparados como porta-vozes para nosso Rei Salvador. Não podemos acomodar com padrões que denigram a pregação e degradem a nossa capacidade de representar um Deus glorioso de uma graça gloriosa. Não podemos nos permitir estarmos muito ocupados e distraídos. Não podemos estabelecer padrões baixos para nós mesmos e para aqueles a quem servimos. Não podemos nos desculpar e acomodar. Não podemos nos permitir espremer mil reais em preparação em poucos centavos de tempo. Não devemos perder de vista Aquele que é Excelente e a excelente graça que fomos chamados para representar. Não podemos, porque estamos despreparados, deixar Seu esplendor parecer chato e sua maravilhosa graça, ordinária.

A cultura e disciplina que envolve a nossa pregação sempre revelam o verdadeiro caráter de nossos corações. É exatamente aí que a confissão e o arrependimento precisam acontecer. Não podemos culpar as exigências de nosso trabalho ou nossa ocupação. Não podemos apontar o dedo para as coisas inesperadas que aparecem no calendário de cada pastor. Não podemos culpar as demandas da família. Temos que humildemente confessar que a nossa pregação é medíocre e que não está subindo ao patamar para o qual fomos chamados. Nós somos o problema. O problema é que perdemos a nossa admiração, e com essa perda nos acomodamos em apresentar a excelência de Deus de uma forma que não é nada excelente. Qualquer forma de mediocridade no ministério é sempre um problema do coração. Se isso o descreve, então corra ao seu Salvador em humilde confissão e abrace a graça que tem o poder de resgatá-lo de si mesmo, e, ao fazer isso, restaurar a sua admiração.

Que texto! Ainda estou atordoado. Rumine novamente nestes trechos:
A pregação é mais do que regurgitar seu comentário exegético favorito, reformular os sermões de seus pregadores favoritos, ou remodelar as notas de uma de suas aulas favoritas do seminário. É trazer as verdades transformadoras do Evangelho de Jesus Cristo de uma passagem que foi devidamente compreendida, convincentemente e praticamente aplicada, e entregue com a ternura envolvente e a paixão de uma pessoa que foi quebrantada e restaurada pelas verdades que ela irá comunicar. Você simplesmente não pode fazer isso sem a devida preparação, meditação, confissão e adoração.
[...]
O problema é que perdemos a nossa admiração, e com essa perda nos acomodamos em apresentar a excelência de Deus de uma forma que não é nada excelente. [...] Se isso o descreve, então corra ao seu Salvador em humilde confissão e abrace a graça que tem o poder de resgatá-lo de si mesmo, e, ao fazer isso, restaurar a sua admiração.