segunda-feira, 28 de outubro de 2013

PALAVRA DE PERDÃO


Por Pr. Silas Figueira

Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Lc 23.34 

As últimas palavras de uma pessoa podem ser muito reveladoras, principalmente se estas palavras são no momento de morte. Antes de falarmos a respeito das palavras que Jesus proferiu na Cruz, eu gostaria de compartilhar com você algumas palavras de alguns homens que influenciaram a sociedade e a história. Este é um artigo do site Chamada da Meia Noite, escrito por Alexander Seibel. 

ÚLTIMAS PALAVRAS DE GRANDES HOMENS INFIÉIS 

Praticamente nada é mais esclarecedor do que o testemunho de moribundos. Mesmo mentirosos confessam então a verdade. Um olhar para o leito de morte revela muitas vezes mais do que todas as grandes palavras e obras em tempo de vida. No momento em que pessoas se veem confrontadas com a morte, muitas perdem suas máscaras e tornam-se verdadeiras. Muitos tiveram que reconhecer que edificaram sobre a areia, se entregaram a uma ilusão e seguiram a uma grande mentira. Aldous Huxley escreve no prefácio do seu livro “Admirável Mundo Novo”, que se deveria avaliar todas as coisas como se estivessem sendo vistas do leito de morte. “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio” (Sl 90.12), diz a Bíblia. 

VOLTAIRE, o famoso zombador, teve um fim terrível. Sua enfermeira disse: “Por todo o dinheiro da Europa, não quero mais ver um incrédulo morrer!” Durante toda a noite ele gritou por perdão. 

DAVID HUME, o ateu, gritou: “Estou nas chamas!” Seu desespero foi uma cena terrível. 

HEINRICH HEINE, o grande zombador, arrependeu-se posteriormente. Ao final da sua vida, ele ainda escreveu a poesia: “Destruída está a velha lira, na rocha que se chama Cristo! A lira que para a má comemoração, era movimentada pelo inimigo mau. A lira que soava para a rebelião, que cantava dúvidas, zombarias e apostasias. Senhor, Senhor, eu me ajoelho, perdoa, perdoa minhas canções!” 

De NAPOLEÃO escreveu seu médico particular: “O imperador morre solitário e abandonado. Sua luta de morte é terrível.” 

CESARE BORGIA, um estadista: “Tomei providências para tudo no decorrer de minha vida, somente não para a morte e agora tenho que morrer completamente despreparado.” 

TALLEYRAND: “Sofro os tormentos dos perdidos.” 

CARLOS IX (França): “Estou perdido, reconheço-o claramente.” 

MAZARINO: “Alma, que será de ti?” 

HOBBES, um filósofo inglês: “Estou diante de um terrível salto nas trevas.” 

SIR THOMAS SCOTT, o antigo presidente da Câmara Alta inglesa: “Até este momento, pensei que não havia nem Deus, nem inferno. Agora sei e sinto que ambos existem e estou entregue à destruição pelo justo juízo do Todo-Poderoso.” 

GOETHE: “Mais luz!” 

NIETZSCHE: “Se realmente existe um Deus vivo, sou o mais miserável dos homens.” 

LÊNIN morreu em confusão mental. Ele pediu pelo perdão dos seus pecados a mesas e cadeiras. À nossa juventude revolucionária se assegura insistentemente e em alta voz, que isso não é verdade. Pois seria desagradável, ter que admitir que o ídolo de milhões se derrubou a si mesmo de maneira tão evidente. 

SINOWYEW, o presidente da Internacional Comunista, que foi fuzilado por Stálin: “Ouve Israel, o Senhor nosso Deus é o único Deus.” 

CHURCHILL: “Que tolo fui!” 

YAGODA, chefe da polícia secreta russa: “Deve existir um Deus. Ele me castiga pelos meus pecados.” 

YAROSLAWSKI, presidente do movimento internacional dos ateus: “Por favor, queimem todos os meus livros. Vejam o Santo! Ele já espera por mim, Ele está aqui.” 

JESUS CRISTO: “Está consumado.” 

Voltaire, David Hume e outros, certamente teriam rido ou zombado, se em tempo de vida se explicasse a eles, que sem Jesus Cristo estariam eternamente perdidos. Apesar disso, eles tiveram que reconhecer que isso é verdade e que a Bíblia tem razão ao dizer: “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez e, depois disto, o juízo” (Hb 9.27). Como você morrerá? Será muito tarde também para você? Quais serão suas últimas palavras? [1]. 

CENAS DA MORTE DE FIÉIS 

Agora observemos algumas cenas da morte de fiéis. Ouça o que eles disseram e note o contraste: 

JOHN PAYSO - Seu leito de morte presenciou uma cena extraordinária e sublime; ele gritou: “Isto basta: Cristo morreu por mim. Estou subindo para o trono de Deus”. Então, rompendo em acordes de louvor arrebatadores, juntando as mãos como se estivesse orando, disse: “Sei que estou morrendo, mas meu leito de morte é um leito de rosas; não tenho espinhos plantados no travesseiro de minha morte. O céu já começou; a vida eterna está ganha, ganha, ganha. Tenho uma morte fácil, segura e feliz. Tu, meu Deus, estás presente, eu sei, eu sinto Tua presença. Jesus precioso! Glória a Deus” Logo depois, expirou exclamando: “Meu Deus! Meu Deus! Meu Deus!” 

DAVID BRAINERD – “Meu desejo é servir a Deus e ser completamente devotado à sua glória; este é o céu pelo qual anseio, esta é a minha religião e minha felicidade, e sempre foi, desde que julguei ter uma verdadeira religião. O guardião está comigo; porque a carruagem custa tanto a chegar? Porque tardam as rodas de Sua carruagem?” 

JOHN WESLEY – Quando os amigos se acercaram de seu leito de morte, ele tentou falar, mas, observando que não estava sendo entendido, parou. “Então”, disse uma testemunha ocular, “erguendo seus braços enfraquecidos num gesto de vitória, e elevando a voz debilitada em santo triunfo, gritou: O melhor de tudo é que Deus está conosco”. 

BILLY BRAY volta para casa – Na sexta-feira, ele desceu as escadas pela última vez. A um de seus amigos que, poucas horas antes de sua morte, perguntou-lhe se não tinha medo da morte, ou de se perder, ele disse: “O quê? Eu temer a morte? Eu perdido? Ora, meu Salvador venceu a morte. Se eu fosse para o inferno, iria gritando glória! Glória! Ao meu bendito Jesus, até fazer o inferno ressoar, e o miserável e velho Satanás diria: “Billy, Billy, isso não é lugar para você; saia daqui”. Então eu iria para o céu, gritando glória! Glória! Glória! Louvado seja Deus!” Pouco depois, ele disse: “Glória!”, e essa foi sua última palavra. 

MARTINHO LUTERO – Os amigos queriam que ele tomasse algum remédio. “Estou partindo e, em breve, vou render meu espírito”, disse Lutero, repetindo três vezes: “Pai, em Tuas mãos entrego o meu espírito, porque Tu me redimiste, Tu, Deus da Verdade”. Então, ficou completamente imóvel, não respondendo perguntas que lhe dirigiam, até que, friccionando seu pulso com uma solução revigorante, o Dr. Jones lhe disse ao ouvido: “Reverendo, o senhor permanece com Cristo e com as doutrinas que tem pregado? Elas resistem à agonia da morte? “Sim! Sim! Mil vezes, sim!”, gritou Lutero e, virando-se, adormeceu. 

O MARTÍRIO DE LATIMER – “Tenha bom ânimo, Mestre Ridley, e seja homem! Neste dia, acenderemos na Inglaterra, pela graça de Deus, uma vela que, confio, nunca será apagada!” Depois disso exclamou: “Ó Pai Celeste, recebe minha alma!” [2] 

APÓSTOLO PAULO - Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado. Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda. 

AS ÚLTIMAS PALAVRAS DA CRUZ

As últimas palavras de Jesus nos mostram que ninguém alcançará o favor de Deus se se desviar da cruz. A cruz é a dobradiça sobre a qual gira a porta da história. E nas últimas palavras do Nosso Salvador nos vemos o lado humano dEle, mas também o quanto seus ensinamentos eram mais que palavras, eram vida a ser vivida mesmo no momento da morte. Mesmo diante de tanta aflição Jesus não deixou de estar na dependência do Pai e de liberar perdão aos seus algozes. Mesmo diante de tanta dor Ele cuidou daquela que foi a sua mãe. A cruz foi o cumprimento cabal de Is 53.4,5: 

“Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” 

Enquanto pende na cruz, Jesus é maltratado por três grupos de pessoas, que podem ser descritos respectivamente como “pecadores ignorantes”, “pecadores religiosos” e “pecadores condenados”. Primeiro, os que passavam descuidadamente, meneavam arrogantes a cabeça para Jesus, como os perseguidores do salmista haviam feito como ele (Sl 22.7). “Os que iam passando blasfemavam dele, meneando a cabeça e dizendo: Ó tu que destróis o santuário e em três dias o reedificas! Salva-te a ti mesmo, se és Filho de Deus, e desce da cruz!” (Mt 27.39,40). O que essas pessoas cheias de si foram totalmente incapazes de ver foi que este Filho de Deus não podia descer da cruz precisamente porque era o divino Salvador que estava levando “sobre si o pecado de muitos”. Os pecadores “religiosos” estavam representados por aqueles membros do Sinédrio que também saíram para escarnecer. Contudo, as suas zombarias não eram dirigidas a Jesus, mas partilhadas entre si. “Salvou os outros”, diziam,“a si mesmo não pode salvar-se. É rei de Israel! Desça da cruz, e creremos nele” (Mt 27.42). Os mesmos insultos, acrescenta Mateus, foram proferidos pelos pecadores “condenados”, pendurados ao lado de Jesus [3]. 

A cruz foi o resumo do ministério de Jesus, e através das suas últimas palavras nós encontramos o verdadeiro propósito de nossas vidas. Essas últimas palavras ditas pelo Senhor na cruz são importante não só por causa de quem falou, mas também pelo lugar e em que circunstâncias foram ditas. 

Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Lc 23.34. 

Durante todo o seu ministério Jesus sempre ensinou a respeito do perdão e sempre perdoava aqueles que necessitavam de misericórdia. Quando Jesus disse para aquele paralítico em Mc 2.5 que os seus pecados estavam perdoados, houve uma avalanche de controvérsias, pois seus ouvintes sabiam que só Deus podia perdoar pecados. Jesus explicou que possuía autoridade para perdoar pecados, porque detinha credenciais de divindade. Mas agora, porém, pendurado na cruz não exerceu essa prorrogativa divina, mas pediu ao Pai que fizesse aquilo que durante o Seu ministério tanto fez. Naquele momento Jesus estava se identificando completamente conosco, abrindo mão se sua posição de autoridade. Como disse o apóstolo Paulo em sua carta em Fl 2.5-8: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” Outra coisa que nos chama atenção é que o Senhor Jesus no Sermão do Monte ensinou a seus discípulos a perdoar os seus inimigos e agora o vemos pondo em prática os seus ensinamentos (Mt 5.43,44 cf. Rm 12.19,20). Não foram ensinamentos vazios, mas foram cheios de graça. Diante do maior crime de toda a humanidade, Jesus o Único Inocente estava sendo crucificado e intercedendo pelos seus algozes diante do Pai. 

Essa primeira das sete palavras na cruz do nosso Senhor o apresenta em atitude de oração. Seu ministério público tinha sido aberto com oração (Lucas 3.21), e aqui vemos Ele sendo fechado com oração. Certamente ele nos deixou um exemplo! Ao orar por seus inimigos, Cristo não somente colocou diante de nós um exemplo perfeito de como devemos tratar aqueles que nos prejudicam e nos odeiam, mas ele também nos ensinou a nunca considerar algo como além do alcance da oração. Se Cristo orou por seus assassinos, então certamente temos encorajamento para orar agora pelo maior de todos os pecadores! 

Jesus disse “Pai”. Enquanto estava na cruz, o Senhor se dirigiu a Deus três vezes. Sua primeira declaração foi: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” (Lc 23.34). A quarta declaração foi: “Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27.46). Sua declaração final foi: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! (Lc 23.46). 

Suas primeiras palavras, as centrais, e suas últimas, foram todas dirigidas ao Pai. Quando o Senhor entrou em seu sofrimento, enquanto o suportava e quando emergiu vitorioso dele, Jesus falou ao Pai nos céus. Nada ameaçou seu relacionamento com o Pai [4]. 

Jesus atribuiu a razão da ignorância aos motivos dos que o crucificavam. A ignorância dos soldados foi circunstancial, porquanto foram envolvidos em acontecimentos que não haviam provocado e que não podiam controlar. A ignorância dos judeus, entretanto, foi judicial, porquanto haviam fechado os próprios olhos à realidade de Jesus, por meio de supostas exigências de sua própria lei, em face das quais atribuíam sentido blasfemo às declarações de Jesus [5]. 

Arthur W. Pink nos diz que esta primeira palavra de Jesus nos traz ensinamentos preciosos. Vejamos: 

1. Aqui vemos o cumprimento da palavra profética. Quanto Deus fez conhecido de antemão do que deveria suceder naquele dia dos dias! Que retrato completo o Espírito Santo fornece da Paixão do nosso Senhor com todas as circunstâncias que a acompanharam! Entre outras coisas, foi predito que o Salvador deveria “interceder pelos transgressores” (Is 53.12). 

2. Aqui vemos Cristo identificado com o seu povo. Perdão de pecado é uma prerrogativa divina. Os escribas judeus estavam certos quando arrazoaram: “Quem pode perdoar pecados, senão Deus?” (Mc 2.7). Mas dirá você: Cristo era Deus. Com toda certeza; mas homem também - o Deus-homem. Ele era o Filho de Deus que tinha se tornado o Filho do Homem com o expresso propósito de oferecer a si mesmo como sacrifício pelo pecado. E quando o Senhor Jesus clamou “Pai, perdoa-lhes”, ele estava sobre a cruz, e ali ele não poderia exercer suas prerrogativas divinas. 

3. Aqui vemos a avaliação divina do pecado e sua culpa consequente. Sob a economia levítica, Deus exigiu que a expiação devesse ser feita pelos pecados praticados por ignorância. “Quando alguma pessoa cometer uma transgressão e pecar por ignorância nas coisas sagradas do SENHOR, então, trará ao SENHOR, por expiação, um carneiro sem mancha do rebanho, conforme a tua estimação em siclos de prata, segundo o siclo do santuário, para expiação da culpa. Assim, restituirá o que ele tirou das coisas sagradas, e ainda de mais acrescentará o seu quinto, e o dará ao sacerdote; assim, o sacerdote, com o carneiro da expiação, fará expiação por ela, e ser-lhe-á perdoado o pecado”. (Lv 5.15, 16). O pecado é sempre pecado aos olhos divinos, quer estejamos consciente dele ou não. Pecados cometidos por ignorância precisam de expiação tanto quanto os conscientes. Deus é santo, e ele não rebaixará seu padrão de justiça ao nível da nossa ignorância. Ignorância não é inocência. Na verdade, ignorância é mais culpada agora do que na época de Moisés. Nós não temos desculpas pela nossa ignorância. Deus tem revelado clara e plenamente sua vontade. A Bíblia está em nossas mãos, e não podemos alegar ignorância de seu conteúdo, exceto para condenar-nos por nossa preguiça. Ele tem falado, e por sua palavra seremos julgados. 

4. Aqui vemos a cegueira do coração humano. “Porque não sabem o que fazem”. Isso não significa que os inimigos de Cristo eram ignorantes do fato de sua crucificação. Eles sabiam perfeitamente que tinham clamado: “Crucifica-o”. Eles sabiam perfeitamente que o seu vil pedido lhes tinha sido concedido por Pilatos. Eles sabiam perfeitamente que ele tinha sido pregado na cruz, pois eram testemunhas oculares do crime. O que, então, o Senhor quis dizer quando disse: “Porque não sabem o que fazem”? Ele quis dizer que eles eram ignorantes da grandeza do seu crime. Eles não sabiam que era o Senhor da glória que eles estavam crucificando. A ênfase não é sobre “porque não sabem”, mas sobre “porque não sabem o que fazem”. 

5. Aqui vemos uma exemplificação amorosa do seu próprio ensino. No Sermão do Monte nosso Senhor ensinou aos seus discípulos: “Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem” (Mt 5.44). Acima de todos os outros, Cristo praticou o que ele pregou. A graça e a verdade vieram através de Jesus Cristo. Ele não somente ensinou a verdade, mas ele mesmo era a verdade encarnada. Ele disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14.6). Assim, aqui sobre a cruz ele exemplificou perfeitamente seu ensino do monte. Em todas as coisas ele nos deixou um exemplo. 

6. Aqui vemos a grande e primária necessidade do homem. A primeira lição importante que todos precisam aprender é que somos pecadores, e como tais, inaptos para a presença de um Deus Santo. Não é de proveito algum tentar desenvolver um belo caráter e ter por objetivo obter a aprovação de Deus, enquanto há pecado entre ele e as nossas almas. A segunda lição importantíssima que precisamos aprender é como o perdão dos pecados pode ser obtido. O perdão é mostrado à custa da justiça e da retidão. Na corte humana da lei, o juiz tem que escolher entre duas alternativas: quando se prova que alguém no banco dos réus é culpado, o juiz deve aplicar a penalidade da lei, ou deve negligenciar os requerimentos da lei - uma é justiça, a outra é misericórdia. A única forma possível na qual o juiz pode tanto aplicar os requerimentos da lei e ainda mostrar misericórdia ao ofensor, é uma terceira parte oferecer sofrer em sua própria pessoa a penalidade que o condenado merece. Assim aconteceu no conselho divino. Deus não exerceria misericórdia à custa da justiça. Ele, como o juiz de toda a terra, não colocaria de lado as demandas da sua santa lei. Todavia, Deus mostraria misericórdia. Como? Através de um que satisfaria plenamente sua lei violada. Por intermédio de seu próprio Filho, tomando o lugar de todos aqueles que creem nele e carregando seus pecados em seu próprio corpo no madeiro. Deus poderia ser justo e ainda misericordioso, misericordioso e ainda justo. Foi assim para que a “graça reinasse pela justiça”. 

7. Aqui vemos o triunfo do amor redentor. Note atentamente a palavra com a qual nosso texto começa. “Então”. O versículo que imediatamente o precede é lido assim: “E, quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram e aos malfeitores, um, à direita, e outro, à esquerda”. Então, disse Jesus, Pai, perdoa-lhes. “Então” – quando o homem tinha feito o seu pior. “Então” - quando a vileza do coração humano foi demonstrada em maldade diabólica e climatérica. “Então” - quando com mãos ímpias a criatura ousou crucificar o Senhor da glória. Ele poderia ter expressado maldições terríveis sobre eles. Ele poderia ter lançado os raios da justa ira e os matado. Ele poderia ter feito a terra abrir a sua boca, de forma que eles caíssem vivos no abismo. Mas não. Embora sujeito à vergonha indizível, embora sofrendo dor excruciante, embora desprezado, rejeitado, odiado; todavia, ele clamou: “Pai, perdoa-lhes”. Esse era o triunfo do amor redentor. “O amor é paciente, é benigno... tudo sofre... tudo suporta” (1Co 13). Assim foi demonstrado na cruz [6]. 

Falar de perdão é falar de um coração muitas vezes deveras machucado. É questionar muitas vezes a justiça divina e humana. Talvez você pergunte: Como optar pelo “perdão” para uma pessoa que merece um destino pior que a morte? Como posso abrir mão da ira que, com justiça, busca compensação ou vingança? Jesus nos ajuda nesse ponto. “Pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente” (1Pe 2.23). Jesus pode perdoar sem desistir do desejo de justiça. Ele não sentiu necessidade de ajustar as contas naquele momento e entregou o seu problema ao Juiz do Universo, aguardando o veredito final [7]. 

C. S. Lewis, disse certa feita: “É fácil falar sobre perdão até ter alguém para perdoar”. Ele estava certo em sua análise. Uma coisa é falar de perdão e outra coisa é praticar o perdão. Perdoar não é uma coisa simples, nem fácil, mas necessária. Sabe por quê? Porque nós temos a capacidade de decepcionar as pessoas e as pessoas têm a capacidade de nos decepcionar. Nós ferimos as pessoas, e as pessoas nos ferem. Por isso Jesus nos ensinou a respeito do perdão e foi até a cruz e perdoou os seus algozes. 

Mas o que é perdão? Em primeiro lugar o perdão não é algo natural. O perdão não é fácil. O perdão é o resultado da graça de Deus em nós. Sem a ação do Espírito Santo em nossos corações é impossível alguém perdoar a outra pessoa. Por isso que perdoar é deixar aquele que nos ofendeu ir em liberdade e ficar livre. É alforriar o ofensor em nosso próprio coração. Podemos dizer que perdoar é desistir de ser o juiz da vida alheia. Perdoar não é esquecer, perdoar é olhar para as cicatrizes e não sentir mais a dor.

Perdoar não é uma atitude natural. O que lateja em nossas veias e pulsa em nosso coração é a lei da vingança. Geralmente as pessoas se esquecem naturalmente as amabilidades e os favores das pessoas, mas as suas ofensas lembram-se sempre. Tanto que no mundo greco-romano a vingança era uma virtude e o perdão um sinal de fraqueza. O Cristianismo, entretanto, exalta o perdão, exige o perdão e pratica o perdão. Muitas pessoas são capazes de em paz com aqueles que lhes tratam com amor, mas são incapazes de perdoar aqueles que lhe prejudicam. A vida cristã não é apenas uma questão de ação, mas, sobretudo, uma questão de reação [8].

Falta de perdão tem cheiro de diabo

Por Maurício Zárari
Não tenho nenhuma vaidade de querer ser criativo; desejo muito mais que o APENAS seja eficiente naquilo a que se presta: alcançar corações e levar pessoas a pensar de forma crítica e construtiva nas questões ligadas à fé - para, assim, se aproximar de Deus. Por isso, hoje decidi postar uma reflexão que, embora o texto seja escrito por mim, o conteúdo não é de minha autoria. Quero compartilhar a pregação que meu pastor fez domingo passado em nossa igreja. Foi uma mensagem profunda e bíblica, dura e reconfortante. Pode falar ao teu coração, como falou ao meu. Tenho o hábito de fazer anotações dos pontos principais dos sermões que ouço para posterior meditação, portanto o que você lerá a seguir é um resumo da mensagem trazida para a igreja por meu pastor. Praticamente todas as frases transcritas aqui são, ao pé da letra, o que ele pregou. O tema: perdão.

O texto base é Mateus 8, a partir do versículo 23. É a parábola de Jesus em que Ele compara o reino dos céus com um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos. Chega um que lhe deve dez mil talentos, mas não tem como pagar. Seu senhor manda, então, que ele, toda sua família e seus bens sejam vendidos como pagamento da dívida. Desesperado, o servo prostra-se e pede paciência, perdão e misericórdia. Diz a Bíblia: "O senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida".

Só que o mesmo servo logo depois encontra um conhecido que lhe devia uma quantia, o agride e exige que lhe pague. O conservo devedor humilha-se e implora, pedindo paciência e perdão. Em vez disso, o homem que havia sido perdoado pelo rei o lança na prisão. Ao tomar conhecimento do ocorrido, o monarca manda chamar o homem, lhe recorda do perdão que tinha recebido e o entrega aos carrascos, para que o torturem até que pague toda a dívida. E Jesus conclui: "Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão". Segue a síntese da pregação:
 
"Essa passagem deixa claro que perdoar é o único caminho para se ter saúde espiritual. Quem não perdoa vive uma vida espiritual pobre e moribunda. Quem não perdoa está morto diante de Deus em seu coração. É como um sino que ressoa (1 Co 13.1): algo que faz barulho, tem aparência e volume... mas não tem vida própria. Pior: quem não perdoa não será reconhecido por Jesus no último dia, pois não está pondo em prática um dos fundamentos da fé cristã: a certeza de que o bem que quero que me façam devo fazer ao outro. Se você gosta de ser perdoado, perdoe, para que haja saúde e sua vida espiritual não se perca.

Para perdoarmos biblicamente, é importante sabermos o que significa exatamente perdoar. Romanos 12.17 nos dá a resposta:

"Não retribuam a ninguém mal por mal. Procurem fazer o que é correto aos olhos de todos. Façam todo o possível para viver em paz com todos. Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: 'Minha é a vingança; eu retribuirei', diz o Senhor.  Pelo contrário: 'Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele'. Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem".

Não devolver mal com mal. Vencer o mal com o bem. Eis a resposta. Pois vingar-se significa vencer alguém mas deixar Satanás vencer você.

O grande engano dos cristãos é achar que perdão é algo emocional. Não é. Não tem a ver com "sentir" algo, mas com "fazer" algo. O perdão está relacionado a atos e atitudes. É ação. É agir como se o pecado nunca tivesse existido. As emoções, de acordo com a Bíblia e o Evangelho, estão sujeitas à razão. Assim, perdoar é um ato de sã consciência, é saber o que Deus quer. Se eu não perdoo, simplesmente isso mostra que não sou alimentado pela graça de Deus.
 
Então, o perdão ocorre em duas etapas: Primeiro se perdoa racionalmente (sabendo que aquilo é necessário, que é a vontade de Deus). É uma decisão mental, racional. O segundo passo são as ações. É não se alegrar com o mal que quem lhe ofendeu sofre. É orar pedindo que Deus ajude a pessoa que lhe ofendeu e que está em dificuldades. Mais ainda: é procurar quem lhe ofendeu e se oferecer para ajudá-lo no que ele precisa, com obras da graça e da bondade de Deus. E, por fim, é não causar danos ou perdas a quem lhe ofendeu.

É ao fazermos - ou não - tudo isso que demostramos quem de fato somos. Se pensamos em nós e em cumprir o que nossa justiça manda mais do que pensamos em Deus e na justiça dele, simplesmente estamos pecando. Pois nada é imperdoável quando contamos com a ajuda de Deus, nenhuma ofensa que nos fizeram é imperdoável. Tudo pode ser zerado.
 
A pessoa que não perdoa em forma de atitudes tem cheiro de diabo. Satanás nunca estende a mão a ninguém e quem se recusa a estender a mão está agindo como o diabo e, logo, é servo dele. Temos sempre que lembrar: não perdoar só satisfaz e alegra... o diabo.

Se dizemos que perdoamos nossos ofensores mas não retomamos a vida como tudo seguia antes da ofensa... na verdade não perdoamos. Pois isso mostra que ainda guardamos rancores, ressentimentos, medos, mágoas ou sentimento do gênero. É perdoar de boca mas não por obras. E a fé sem obras é morta. Fé sem perdão expresso em atitudes em prol de quem nos ofendeu não é fé cristã.

Não adianta eu saber orar se eu não souber perdoar. Minha oração não será respondida (Mt 6.14,15). Pois, se estou em litígio com Deus ao não perdoar meu próximo, o que posso esperar do Senhor? Nada.

A natureza desse assunto é grave. Pois Deus é perdoador. E, se eu não perdoo, não estou identificado com Deus. Não ando com Deus se não perdoo como Ele perdoa. E o perdão de Deus é absoluto, é uma quitação total da dívida e não parcial. O perdão verdadeiro nunca põe seus próprios interesses acima dos daquele que precisa de perdão (1 Co 13).

E para que perdoamos?  Primeiro, para ter paz com os outros. Segundo, para ter paz com Deus (Mt 6.15).
 
A renovação da mente de Romanos 12.2 passa por demonstrar perdão. Pois só tem a mente de Cristo quem perdoa, esquece das ofensas e retoma a vida a partir do ponto onde ocorreu a ofensa. Quem não o faz não perdoou, não teve a mente renovada e não age conforme a natureza de Cristo. É um cristão que não age como Cristo. Que Deus nos ensine a perdoar e a praticar o perdão. Em cada situação e a cada dia. Que Deus cure quem não perdoa. Pois a falta de perdão é uma grave doença espiritual. Quem nasceu de novo tem obrigação de perdoar.

Que Deus nos perdoe da nossa demora em fazer o que Ele quer. Que Deus nos perdoe por não perdoar. Podemos encontrar mil desculpas para não perdoar, mas não perdoar aos olhos de Deus... não tem desculpa".

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício

Ensinando aos Aprisionados do Diabo

Por Vincent Cheung
Ao servo do Senhor não convém brigar mas, sim, ser amável para com todos, apto para ensinar, paciente. Deve corrigir com mansidão os que se lhe opõem, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento, levando-os ao conhecimento da verdade, para que assim voltem à sobriedade e escapem da armadilha do Diabo, que os aprisionou para fazerem a sua vontade. (2 Timóteo 2.24-26)

Às vezes as pessoas me criticam por eu obedecer o ensino bíblico que eu deveria repreender severamente certos indivíduos e por seguir os exemplos dos profetas, apóstolos e do Senhor Jesus, mesmo quando eu meramente repito as palavras duras que eles usaram para condenar incrédulos e hereges. De acordo com eles, a prática é contra o ensino cristão sobre bondade e gentileza. Sua crítica contra mim, algumas vezes tão duras quanto as palavras duras que eles me criticam por usar, equivale a dizer que é antibíblico obedecer aos mandamento bíblicos e seguir os exemplos bíblicos.
Aqui Paulo diz: “Ao servo do Senhor não convém brigar mas, sim, ser amável [1] para com todos”. Isso apresenta um problema tremendo para os meus críticos. A igreja moderna iguala gentileza com o uso de palavras não ameaçadoras e não condenatórias, preferivelmente acompanhadas por um tom e postura efeminados. Eles têm confundido um esteriótipo homossexual com a gentileza de Jesus Cristo. Isso é uma blasfêmia que por si só demanda repreensão e castigo severos. Se essa é a definição de gentileza, então os profetas, os apóstolos e o próprio Senhor Jesus nunca foram gentis. A definição é antibíblica.
Considere as duas cartas a Timóteo. Paulo escreve: “Querendo ser mestres da lei, quando não compreendem nem o que dizem nem as coisas acerca das quais fazem afirmações tão categóricas”. Isso é caridoso? Então, ele diz: “Entre eles estão Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar”. Isso é gentil? Mais tarde, ele adiciona: “Tais ensinamentos vêm de homens hipócritas e mentirosos, que têm a consciência cauterizada”. Isso é polido? “Alexandre, o ferreiro, causou-me muitos males. O Senhor lhe dará a retribuição pelo que fez”. Pelo padrão dos meus críticos, isso é sequer “cristão”? Então, ele escreve a Tito: “‘Cretenses, sempre mentirosos, feras malignas, glutões preguiçosos’. Tal testemunho é verdadeiro. Portanto, repreenda-os severamente”. Isso não é ofensivo? E, claro, ele vai ao ponto de comparar incrédulos e hereges com lixeiras e vasos sanitários. Por que eu não estou autorizado a fazer o mesmo? Além disso, o que dizer quando ele disse para os judaizantes irem adiante e se castrarem? Paulo foi “gentil” com todo o mundo no sentido entendido pelos meus críticos e por crentes contemporâneos? Há centenas de exemplos similares nas palavras dos profetas, dos apóstolos e do próprio Senhor Jesus, muitos deles mais fortes que aqueles citados acima.
Dada a definição antibíblica de gentileza, a instrução bíblica para “ser amável para com todos” apresenta algumas opções preocupantes. Se os exemplos e mandamentos bíblicos são consistentes com gentileza, então não podemos usar a definição antibíblica de gentileza, o que significa que não existe nenhuma crítica bíblica contra mim, aos escritores bíblicos, ou ao Senhor Jesus. Mas dada a definição antibíblica de gentileza, uma pessoa deve considerar os exemplos e mandamentos bíblicos como inconsistentes com gentileza. Se esse é o caso, então aqueles que sustentam essa definição devem limitar a aplicação do versículo em questão ao ponto que nenhuma crítica pode se aplicar contra mim, ou devem dizer que Paulo era um hipócrita, ou que a Escritura se contradiz. Seja qual for o caso, eles têm se exposto como hereges, e eu recomendo a disciplina eclesiástica contra eles. A verdade é que a Escritura não apóia a definição de gentiliza que pode ser usada para contradizer ou criticar a minha abordagem.
Você pode responder que os profetas, os apóstolos e o Senhor Jesus eram exceções porque eles tinham o benefício da infalibilidade por meio da inspiração divina. Por outro lado, nós somos infalíveis, e não conhecemos o coração dos homens, de forma que não deveríamos pronunciar julgamento sobre ninguém. Contudo, se eu não devo dizer algo negativo sobre pessoas, mesmo que o meu julgamento seja baseado na palavra de Deus, então por quê eu posso dizer algo positivo sobre elas? O que me dá o direito de dizer palavras “gentis” a elas? Carecendo de infalibilidade, eu não cometerei o engano de aprovar algo ou alguém que eu deveria reprovar? E já que estamos falando sobre isso, por quê você está me julgamento por ser rude? Você é infalível? Hipócrita! Você não tem nenhum respeito pela palavra de Deus. Se o meu julgamento é baseado na Palavra de Deus, então o meu julgamento é correto, e o julgamento que eu pronuncio é na verdade o julgamento de Deus contra as pessoas, e Deus está sempre certo. Se você diz que o meu entendimento da Escritura é imperfeito, então a mesma crítica se aplica a você. Sua interpretação daquelas passagens bíblicas sobre bondade e gentileza são sempre falíveis; assim, como você pode aplicá-las a mim?

Você está usando a infalibilidade dos profetas e dos apóstolos como uma escusa para não crer e aplicar a palavra de Deus. Você é um covarde e um hipócrita, e você é infiel ao Senhor Jesus Cristo. Mas eu digo: não sejamos covardes e hipócritas! Usemos nossa falibilidade e a infalibilidade deles, não como uma escusa, mas como uma motivação para nos apegarmos ainda mais à palavra de Deus, de forma que louvaremos o que Deus louva, e condenaremos o que ele condena. É melhor condenar a Deus, ou adorar o diabo? Você me diz para eu parar, a fim de que eu não condene a Deus, mas você diz eu que deveria adorar o diabo? É o que você faz? Mas eu prefiro adorar a Deus e condenar o diabo. A palavra de Deus me diz a diferença.

A passagem não nega o testemunho de toda a Bíblia, mas antes é consistente com ele. Ela não proíbe o debate racional. E ela não exclui o lugar de repreender falsos mestres e seus seguidores nos termos e tons mais duros e imagináveis quando apropriado. Paulo logo diria a Timóteo para incluir a “repreensão” quando pregando a palavra de Deus (4.2), e novamente, ele diz para Tito repreender severamente os cretenses. Em vez disso, Paulo está dizendo para Timóteo evitar “as controvérsias tolas e inúteis”, e especialmente para evitar as “brigas”. É neste contexto que ele diz para “ser amável para com todos”. Isso é diferente da aplicação que algumas pessoas fazem de versículos como esses.

Aqueles que seguem falsas doutrinas são os aprisionados do diabo. Para usar um termo conveniente, eles têm sido “programados” para processas ideias de uma certa maneira, de forma que suas mentes pensam em direções que sempre levam-nos a conclusões erradas, não importa com o que você os alimente. O fenômeno é evidente quando lidando com membros de seitas, mas um padrão similar é visto em qualquer pessoa que afirme falsas doutrinas. Elas são imunes à gentileza e persuasão antibíblica. Se você agir como um pervertido em torno delas, elas não entenderão a questão ou vão rir de você. A gentileza bíblica é muito maior que um vocabulário não ofensivo e um tom efeminado. Ela envolve instrução, argumento, reprimenda e advertência. Ela persiste em lugar com o demônio dentro da outra pessoa hora após hora após hora, determinada a arrancá-lo da armadilha do diabo. Mesmo quando ela grita insultos severos para a pessoa, o faz em benefício da sua alma e para a honra de Deus, e não por ressentimento ou por causa de vingança pessoal. Isso é gentileza e paciêncai bíblica.

Nós temos que nos esforçar. Contudo, é Deus quem decide conceder ou não arrependimento à pessoa. Arrependimento não é algo que uma pessoa decide por si mesma, mas é algo que Deus decide causar que a pessoa faça. É verdade que o homem faz uma decisão, mas é a decisão de Deus que causa a decisão do homem. Novamente, a tolice do compatibilismo é evidente. Sem dúvida o fato que o homem faz uma decisão é compatível com o fato deu Deus faz uma decisão. Mas visto que é a decisão de Deus que determina e causa a decisão do homem, isso é como dizer que a decisão de Deus é compatível com a decisão de Deus. Deus é compatível com ele mesmo. O efeito do seu controle é compatível com o fato do seu controle. Sem dúvida isso é verdade, mas como isso é útil à pessoa que afirma o compatibilismo?

Arrependimento significa uma mudança de mente. Visto que Deus é aquele que concede arrependimento, isso significa que não é a pessoa quem muda a sua própria mente, mas é Deus quem muda a mente de uma pessoa. Ao que ele muda a sua mente? Paulo diz que o arrependimento leva a “um conhecimento da verdade”. Novamente, isso se resume a uma questão de doutrina. Esta é a forma como devemos reconhecer o verdadeiro arrependimento. Não existe nenhum arrependimento a menos que a pessoa passe a afirmar as doutrinas verdadeiras. Se ela não afirma as doutrinas verdadeiras, então ela não se arrependeu, e ainda permanece em seus pecados.