segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Hebreus, a Reforma, e o Séc. XXI



Bento_XVI01 
Por Guilherme Barros
Venho meditando há um bom tempo na carta aos Hebreus. E mais uma vez, ao ler as sagradas escrituras vejo que mesmo sendo escrita há tanto tempo atrás, ela ainda nos alcança e traz advertências sérias as nossas práticas hoje. Isso se deve a dois detalhes muitos importantes. O primeiro é que nada é novidade, como já disse o Rei Salomão: “O que foi tornará a ser, o que foi feito se fará novamente; não há nada novo debaixo do sol.” Eclesiastes 1:9. E o segundo é que tudo que nós conhecemos e vemos vai passar, mas a palavra de Deus permanecerá para sempre. Nas palavras do próprio Cristo: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão.” Lucas 21:33. A muitos outros motivos pelos quais a palavra de Deus fala para nós hoje, mas vou me ater a estes dois.
O livro de Hebreus foi escrito cerca de 70 anos após a morte e ressurreição de Cristo. Este período foi marcado por uma terrível perseguição aos Cristãos por parte do império Romano, que não aceitava o Cristianismo como religião, apenas o judaísmo.
Mediante a este cenário, muitos Cristãos estavam enfraquecendo na fé. Visto que muitos deles não foram testemunhas oculares de Jesus e sua ressurreição. Eles acreditavam nos testemunhos de uma minoria que ainda estava viva.
Os Cristãos estavam abandonando o Cristianismo e voltando as velhas práticas judaicas.
O autor de Hebreus (não se sabe ao certo quem foi) escreveu esta carta, para encorajar os Cristãos a permanecer em Cristo. O apóstolo durante todo seu escrito mostra toda a riqueza da vida e do ministério de Cristo, como sua superioridade a todas as coisas existentes. Ele queria mostrar que Cristo é imensamente superior ao Judaísmo. Nas palavras de Stuart Olyott: “Afastar-se de Cristo é afastar-se de algo imenso para algo menor – muito, muito menor. É afastar-se do ser mais glorioso que há em direção a algo comum. É dar as costas ao esplendor da glória de Deus para andar nas trevas exteriores.”
No período da Idade média (séculos V a IX), a igreja proporcionou o que foi chamado de idade das trevas. Onde a igreja era o estado, e como tal reprimia todo e qualquer desenvolvimento cientifico, intelectual, e artístico, se tais conhecimentos não fossem aprovados pela a instituição chamada igreja católica. Se observarmos as obras artísticas, e cientificas, todas eram relacionadas a questões religiosas. Esse período foi marcado pela forte repressão religiosa da igreja, onde somente o clero poderia interpretar as escrituras, e somente eles tinham acesso a tal.
Essa época foi marcada por fortes distorções doutrinárias, e éticas vindas da própria igreja. Suas convicções eram fundamentadas pela tradição, e as escrituras não tinha sua autoridade dentro da igreja. A instituição se colocava como mediadora entre Deus e os homens. Chegando a vender terrenos no céu (as famosas indulgências.), e colocando o Papa como cabeça da igreja e substituto de Cristo. Qualquer pessoa que se opusesse a tais “verdades” era levada a julgamento pela inquisição, e muitas vezes condenados a morte.
Diante deste cenário Deus levantou grandes homens para batalhar pelas verdades bíblicas, e trazer a verdade à tona. Entre eles estavam Lutero, Calvino, Zwinglio e etc. Estes homens lutaram para romper com os falsos ensinos da igreja católica. Entre os quais eu queria destacar 5 deles, e como o livro de Hebreus os ajudou os reformadores a combaterem tais ensinos:
1. A igreja é a mediadora entre Deus e os homens.
2. A tradição e o papado tem tanta autoridade quanto as escrituras.
3. O Papa é o substituto de Cristo como cabeça da igreja.
4. Padres são sacerdotes a quem devemos nos confessar e ter nossos pecados perdoados.
5. A salvação vem pelo sacrifício de Cristo, mas juntamente com isto tem de vir o dízimo, as penitências e a participação em atividades eclesiásticas. Somente o sacrifico não salva.
No Séc. XXI a principal afronta ao Cristianismo não vem da Igreja católica, visto que tal já foi identificada como herética. E há uma separação entre as igrejas protestante e católica. Mas o maior inimigo, ao meu ver, do cristianismo nos nossos dias é um movimento que vem surgindo dentro das nossas igrejas, o chamado Neopentecostalismo.
Após 496 anos da reforma protestante muita coisa aconteceu dentro das igrejas frutos da reforma. Muitas divisões aconteceram, diferentes denominações surgiram por algumas divergências doutrinárias, mas toleráveis. Visto que por sermos limitados por nossa natureza pecaminosa, nunca chegaremos a unidade de pensamento, pois enquanto não formos redimidos por completo nunca chegaremos a conhecer a verdade de maneira plena.
Mas da década de 80 para cá, um movimento chamado de Neopentecostalismo vem crescendo significativamente no meio protestante. Esta SEITA (como eu gosto de nomeá-la…) traz ensinamentos que ferem em grande parte o que foi defendido pelos reformadores, levando mais uma vez a igreja a práticas muito parecidas com as que praticava na idade das trevas.
Os líderes desse movimento estão muito preocupados com a influência política da igreja, para satisfazerem seus interesses. Montam grandes impérios com o dinheiro que ganham dos fiéis. Com toda sua influência e oratória formam “crentes” a cada dia mais ignorantes em relação as escrituras, botando-as em segundo plano em seus púlpitos e reuniões.
Deste movimento queria destacar 5 pontos em que se assemelha a igreja católica:
1. As igrejas mais uma vez se tornam mediadoras entre Deus e os homens. Grandes líderes detém o poder de curas, milagres e outros tipos de poderes sobrenaturais. E as pessoas que quiserem ter acesso a esses benefícios tem de procurá-los.
2. Com o surgimento de novos “apóstolos”, vem novas revelações diretamente de Deus para esses homens. Que muitas vezes vão de encontro as escrituras sagradas.
3. Esses grandes apóstolos funcionam como os donos da verdade. O que é dito por eles é lei. Não se pode contestá-los pois são “ungidos do Senhor”. E quem vai de encontro a suas ideias são chamados de inimigos da fé. Alguns chegam a amaldiçoar seus perseguidores. (Qualquer semelhança com o papado não é mera coincidência).
4. As indulgências voltam, mas disfarçadas de ofertas, “dízimos”, objetos abençoados e etc. Todas essas coisas são vendidas aos fiéis com a promessa de alcançarem o favor de Deus.
5. Diminuem a figura de Cristo a ponto de colocar em dúvida a sua Divindade.
Agora, tomando como base o livro de Hebreus vou apresentar Biblicamente o quanto essas práticas estão equivocadas:
1. Os capítulos 5, 7 e 8 de Hebreus apontam para Cristo como mediador da nova aliança, apontando para ele como sumo-sacerdote da ordem de Melquisedeque. Que diferente dos sacerdotes comuns, não adentou no santo dos santos, mas sim na presença do próprio Deus nos céus. Sendo desta forma o mediador entre Deus e os homens. Somente nEle temos livre acesso a Deus.
2. O capítulo 1 de Hebreus trata de afirmar a revelação messiânica como sendo a última e superior revelação de Deus para nós. Superior as dos anjos e dos profetas. Sendo Cristo a chave hermenêutica para se interpretar toda a bíblia. E que qualquer revelação diferente da de Cristo deve ser descartada.
3. Porque Cristo precisaria de substituto? A igreja católica age como se Jesus tivesse morrido e continuado morto. E sendo assim precisa que alguém cumpra sua função. Mas a Bíblia afirma que Cristo ressuscitou, e que continua comandando sua igreja, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder. E diz noutro lugar: “Tu és sacerdote PARA SEMPRE, segundo a ordem de Melquisedeque”. Hebreus 5:6
4. A bíblia nos diz que cristo é nosso advogado junto ao pai. Que nEle temos perdão de pecados. E que devemos nos confessar a Cristo, pois ele está a direita de Deus intercedendo por nós! (Hebreus 5,6 e 7)
5. A carta aos Hebreus nos ensina claramente que o sacrifício de Cristo foi único e suficiente, para nos redimir. Visto que os sacerdotes faziam sacrifícios uma vez ao ano, para redimir os seus pecados e os do povo. Cristo se ofereceu uma única vez por nós. Sendo ele mesmo entregue em sacrifício. O cordeiro puro, imaculado, unigênito de Deus com sua morte nos garante a vida eterna. (Hebreus 9 e 10).
É evidente o quanto foi importante o estudo do livro de Hebreus para se combater os falsos ensinos da Igreja católica da idade das trevas, e daí surgir o protestantismo, trazendo Cristo de volta pro Cristianismo. E ainda hoje ele serve muito bem para nos alertar sobre os ensinos heréticos atuais. Como se pode observar a muitas semelhanças entre as práticas da igreja anterior a reforma e as que estão sendo resgatadas pelo movimento Neopentecostal atual.
Não há nada de novo. A igreja já combateu esses ensinos uma vez. E por meio desse texto venho convocar a igreja para mais uma vez entrar na guerra pela verdade. Não deixemos Cristo e sua obra mais uma vez serem postos de lado dentro de nossas igrejas. Cristo é o DONO DA IGREJA. E tal só existe por que e Ele a edificou!
Para terminar esse texto deixo o alerta que o Autor de Hebreus fez aos Cristãos da época, que estavam querendo descartar Cristo e voltar ao judaísmo. Que serviu muito bem na reforma, e que serve para hoje, onde Cristo não tem lugar dentro de “nossas” igrejas. Deus requer a glória devida ao seu Filho, e todos nós um dia estaremos diante do Deus vivo para lhe prestar contas!
“Quão mais severo castigo, julgam vocês, merece aquele que pisou aos pés o Filho de Deus, que profanou o sangue da aliança pelo qual ele foi santificado, e insultou o Espírito da graça? Pois conhecemos aquele que disse: “A mim pertence a vingança; eu retribuirei”; e outra vez: “O Senhor julgará o seu povo”. Terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo!” Hebreus 10:29-31

Bispo Crivella ministrando da IPB? Como Assim?



Por Anderson Thiago David Rocha
Entrei em contanto com o Rev. Uziel Lima e para saber de fato se aquilo era verdade ou uma pegadinha. O Reverendo me respondeu dizendo que não era pegadinha nenhuma, mas que era verdade e que seu Presbitério e Sínodo sabiam, inclusive Deus. Muitos irmãos ficaram tão assustados quanto eu. Eis os motivos do nosso susto:ipb  1. Creio que todos vocês saibam quem é Marcelo Crivella. Se não, eis algumas informações: Ele é Bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, aquela mesma do famoso e controverso Bispo Edir Macedo. Ele também é senador (mandato 2011-2019) e, atualmente, é Ministro da Pesca e Aquicultura do governo Dilma.
2. A Igreja da qual Crivella faz parte é, assim como seu líder (Edir Macedo), marcada por controvérsias doutrinárias e financeiras. Os escândalos financeiros não são minha preocupação. Apenas desejo expor as doutrinas heréticas adotadas por esta suposta denominação evangélica:
a) Promessas de riqueza e saúde perfeita para todos b) Misticismo (rosa mística, oração dos 318 pastores, óleo ungido, entre outros)
Como membro da Igreja Universal, Crivella subscreve todas estas perversões doutrinárias. Ou seja, ele é tão herege quanto sua igreja. Poderia ele pregar numa igreja que vela pela sã doutrina?
4. Vejamos agora o posicionamento da IPB acerca da Igreja Universal:
SC – 2010 – DOC. XIX: Quanto ao documento 244 – Proposta de classificação da Igreja Universal Reino de Deus: O SC/IPB – 2010 RESOLVE: 1) com base no Relatório da Comissão Especial (CE-2007), determinada pela Resolução SC/IPB – 2006-006, enquadrar a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) como seita;
2) com base na resolução do SC/IPB – 2006-006, que reafirma a posição do SC/IPB – 1998-117 e no relatório especial CE-2007, determinar que os membros oriundos da IURD deverão ser aceitos mediante batismo e profissão de fé.
Diante desta resolução, algumas perguntas são necessárias: Como o Pastor da Igreja Presbiteriana de Manguinhos permite que um membro da Igreja Universal pregue numa Igreja Presbiteriana? Além disso, ele afirma que o Presbitério e o Sínodo estão cientes do evento. Como, portanto, Conselho, Presbitério e Sínodo toleram tal situação? Não seria isto desobediência às autoridades da Igreja, que elaboraram a resolução supracitada?
5. Sei que existem meios ordinários para fazer denúncias. Mas como a postagem foi pública e já há posicionamento oficial da IPB sobre o assunto, decidi, como membro, mostrar minha oposição publicamente também. Opiniões públicas podem ser rebatidas publicamente. Paulo, por exemplo, rebateu Pedro publicamente por falhas cometidas em público (Gálatas 2). O mesmo Paulo diz que os Presbíteros que laboram em erro devem ser repreendidos publicamente para temor dos demais (2 Timóteo 5.20).
6. Acerca dos irmãos que repudiaram minha posição, tenho algumas observações:
a) É dever dos Presbíteros (pastores) convencer os que se contradizem e calar os que se opõem à sã doutrina (Tito 1.9,11). O problema é que em vez de calá-los, eles se calam. b) Homens, como o Reverendo Uziel Lima, existem pela falta de um presbiterato forte e que guarda a sã doutrina. Mas aqueles que devem combater o falso ensino, como verdadeiros guardiões da doutrina, tornaram-se omissos. c) Muitos dizem que não serei ordenado em razão do meu posicionamento. Afirmam que farei o seminário e depois ficarei de molho. Que duas coisas sejam esclarecidas: Primeiro, tenho certeza da minha vocação pastoral; segundo, quem sustenta minha família é o Senhor. Por isso, não venderei minhas convicções para agradar a todos e não correr o risco de não ser ordenado.
7. Aos membros da Igreja Presbiteriana de Manguinhos, conforme a Constituição Interna da IPB:
Art.14 – São deveres dos membros da Igreja, conforme o ensino e o espírito de Nosso Senhor Jesus Cristo:
d) obedecer as autoridades da Igreja, enquanto estas permanecerem fiéis às Sagradas Escrituras.
Isso significa que os membros devem questionar a posição do Reverendo Uziel.
8. Ao Reverendo Uziel Lima, peço que reveja sua posição acerca do dia 23 de Novembro e a participação de Marcelo Crivella, membro de uma seita herege, num culto da IPB como pregador. Ou então, tenha humildade e honestidade para sair da IPB se não quiser obedecer as autoridades dela. Abra sua própria igreja e poderá convidar Crivella, Edir Macedo, Valdomiro Santiago, R. R. Soares, Benny Hinn, Valnice Milhomens e o Rev. Marcos Batista Amaral e isso não prejudicará uma denominação inteira.
Nota do Blogueiro [Marcony Jahel]:
Falar mais o que? diante do exposto, o que temos que fazer é orar para que Deus use os seus dentro do Presbitério mencionado, para que intervenha com essa pouca vergonha, com essa temeridade, e que o nome de nosso Deus seja defendido, e a conduta da Igreja Presbiteriana do Brasil seja preservada, para que essa não seja a porta de entrada de heresias tais como muitas igreja por esse mundo. Este é meu voto de apoio ao amigo Anderson, e que Deus seja contigo e com todos os que defendem a sã doutrina. Deixo para meditação: Judas 1:4 – ‘Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo.

Todos serão salvos no final?





Por Augustus Nicodemus Lopes
Os que acreditam que Deus, no final, vai perdoar, receber e dar a vida eterna a todos os seres humanos são geralmente chamados de universalista ou restauracionistas. Esta última expressão vem de apokatastasis, termo grego tirado de Atos 3:21. Ali, o apóstolo Pedro fala da “restauração de todas as coisas”. Apesar de Pedro estar se referindo à restauração da criação, os universalistas entendem que a salvação de toda a raça humana está incluída no processo.
O universalismo, portanto, é a crença de que, ao final da história deste mundo, Deus haverá de salvar todos os seres humanos, reconciliando-os consigo mesmo mediante Jesus Cristo. Nesta crença, não há lugar para a doutrina da punição eterna, a saber, a ideia de um inferno onde os pecadores condenados haverão de sofrer eternamente por seus pecados.
Muitos podem pensar que o universalismo é coisa recente de pastores modernos, como o famoso Rob Bell, por exemplo. Todavia, a salvação universal de todos é uma ideia muito antiga. O conceito já era encontrado entre os primeiros mestres gnósticos, e constituiu uma heresia que ameaçou o Cristianismo no primeiro século. Cerca de cem anos depois de Cristo, pais da Igreja como Clemente de Alexandria e seu famoso discípulo Orígenes defendiam explicitamente o universalismo. Orígenes acreditava, inclusive, que o próprio diabo seria salvo no final. Já na Reforma do século 16, Lutero, Calvino e os demais protagonistas das mudanças na Igreja igualmente rejeitaram a ideia da salvação universal de todos ao final.
O principal argumento usado em defesa do universalismo é que a Bíblia descreve Deus como sendo essencialmente amor: A consequência lógica é que o amor de Deus haverá de vencer ao final, salvando todos os homens da condenação merecida por seus pecados.
Mas, será que a Bíblia diz que o Senhor é somente amor? Encontramos no Novo Testamento quatro afirmações sobre o que Deus é, e três delas são feitas por João: Deus é “espírito” (João 4.24); “luz” (1João 1.5); e “amor” (1João 4.8,16). A quarta é contundente: “Deus é fogo consumidor” (Hebreus 12.29, reiterando o texto de Deuteronômio 4.24). É claro que essas afirmações não são definições completas de Deus – não têm como defini-lo no sentido estrito do termo –, mas revelam o que ele é em sua natureza. “Deus é amor” significa que ele não somente é a fonte de todo amor, mas é amor em sua própria essência. É importante, entretanto, reconhecer que, se Deus é amor, ele também é espírito, luz e fogo consumidor.
É preciso manter em harmonia esses aspectos do ser de Deus, pois só assim é possível compreendê-lo como um Senhor que é amor e castiga os ímpios com ira eterna. “Fogo” e “luz” são metáforas, é verdade; porém, metáforas apontam para realidades. No caso, elas querem simplesmente dizer: “Deus é santo e verdadeiro; ele se ira contra o pecado e não vai tolerar a mentira. E punirá os pecadores impenitentes.”
O maior problema que os universalistas enfrentam é lidar com as passagens da Bíblia onde, claramente, se estabelece uma divisão na humanidade entre salvos e perdidos e aquelas outras onde, abertamente, se anuncia o inferno como o destino final dos pecadores não arrependidos. A divisão da humanidade em salvos e perdidos é central nas Escrituras do Antigo Testamento (Deuteronômio 30.15-20; Jeremias 21.8; Salmo 1; Daniel 12.2 e muitas outras). Foi o próprio Jesus quem anunciou esta divisão de maneira clara no seu sermão escatológico, ao profetizar o juízo final onde a humanidade será repartida entre ovelhas e cabritos – sendo os segundos destinados ao fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos, ao contrário daqueles destinados à felicidade eterna (Mateus 25.31-46).
Foi o próprio Jesus quem anunciou a realidade do inferno, mais do que qualquer outro personagem do Novo Testamento: “Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno”(Mateus 5.29); “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo (10.28). Mais adiante, no capítulo 23 do evangelho de Mateus, a advertência de Cristo é clara: “Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?”
No evangelho de Marcos, uma série de admoestações alerta sobre a realidade do inferno. Ao longo de três versículos do capítulo 9, o Mestre diz que é melhor ao fiel perder uma mão, um pé ou um dos olhos a ser “lançado no inferno”, caso aqueles membros o levem ao pecado. Já Lucas registra um diálogo travado entre Abraão, o patriarca, e um homem rico e impiedoso que foi lançado no fogo eterno, descrito como um lugar de “choro e ranger de dentes”. E, finalmente, uma passagem do evangelho de João explica bem a diferença entre morrer crendo ou rejeitando a salvação: “Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam”(João 15.6).
O universalismo é um erro teológico grave. Na verdade, mais que isso, é uma perigosa heresia. Além de não pertencer ao mundo teológico dos autores do Antigo Testamento e do Novo Testamento, a ideia da salvação universal traz diversos riscos.
Em primeiro lugar, por enfraquecer e, finalmente, extinguir todo espírito missionário e evangelístico. Se todos serão salvos ao final – inclusive os ímpios renitentes, pecadores não convertidos, incrédulos e agnósticos –, por que pregar-lhes o Evangelho? Os universalistas transformam a chamada ao arrependimento da Igreja num simples anúncio auspicioso de que todos já estão salvos em Cristo, e traveste sua missão em apenas ação social.
Segundo, porque essa doutrina falsa, levada às últimas conseqüências, acarreta necessariamente no ecumenismo com todas as demais religiões mundiais. Se todos serão salvos, as religiões que professam não podem mais ser consideradas certas ou erradas, e se tornam uma questão indiferente. Logo, o correto seria buscar uma união de todos, pois ao final teremos todos o mesmo destino.
Por último, o universalismo é um forte incentivo a uma vida imoral. Por mais que sejamos refratários à ideia das pessoas fazerem o que é certo por terem medo do castigo de Deus, ainda assim, temer “aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma quanto o corpo” (na descrição de Mateus 10.28) ainda é um dos mais poderosos incentivos de Jesus para que vivamos vida santa e reta. A tendência natural do pecador que está seguro de que não sofrerá as consequências de seus pecados é mergulhar ainda mais neles. Assim, o universalismo retira os freios da consciência e abre as portas para uma vida sem preocupações com Deus.
O fato de que eu defendo a verdade bíblica do sofrimento eterno dos ímpios não significa que eu tenha prazer nisto. Só deveríamos falar deste assunto com lágrimas nos olhos e uma oração pelos perdidos em nossos lábios.

Castro Alves pergunta: Deus, onde estás?


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Todos os dias, cerca de cem novos visitantes aparecem aqui no Nossa Brasilidade. Outros cem retornam para conferir o papo mais atual, na expectativa de continuar sendo surpreendidos pela verve de novos poetas que vão chegando aqui no sítio e tomando seu lugar nessa casa de boas palavras. Tudo por causa dos seus hóspedes, é claro! Porque o anfitrião aqui, com sinceridade, evita falar em hora tão importante; onde o povo santo – que sai dos Templos aos Domingos e vai avançando para as ruas – esboça o desejo de parar um pouco para ouvir os poetas e o que eles estão tentando declamar no meio do mundo.
O susto maior é quando, pela soberana providência, a língua de um se faz entendível ao outro. E assim, poeta mundano e seguidor cristão vão reconhecendo seus pés sobre o mesmo chão da Vida; o real inevitável (e urgente) que pede da gente aquela Esperança.
Hoje não poderia ser diferente. Bem aqui neste nosso cantinho quem está falando agora é Castro Alves. Vamos ouvir um pedaço dessa conversa:
Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?
Em que mundo, em qu’estrela tu t’escondes
Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde desde então corre o infinito…
Onde estás, Senhor Deus?…
Basta, Senhor! De teu potente braço
Role através dos astros e do espaço
Perdão p’ra os crimes meus!
Há dois mil anos eu soluço um grito…
escuta o brado meu lá no infinito,
Meu Deus! Senhor, meu Deus!!…
(Vozes d’África – Castro Alves)
O texto completo dessa oração do poeta baiano, que amplifica aos céus os gemidos africanos, intercedendo pelo escravos como um tipo brasileiro de profeta, você baixa aqui. Inevitável não ficar impressionado com a semelhança desse poema e uma canção que fiz em 2007 , antes de ler o “Albatroz” abolicionista – isso mesmo, 139 anos depois de Castro Alves, perguntei : “Deus, onde estás?”

Pastor afirma ter passado dois dias com Deus no céu e diz que o papa Francisco veio ao Brasil adorar demônios



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O pastor Luiz Lourenço, da Igreja Pentecostal Rios de Águas Vivas, que se tornou uma celebridade da internet com vídeos em que critica mau uso da internet e casamento gay, concedeu uma entrevista ao site Diário do Sertão na qual afirma ter estado pessoalmente com Deus no céu.
O pastor Poroca, como é conhecido em Marizopólis, sertão da Paraíba, disse na entrevista que já esteve pessoalmente como diabo e com Deus, e afirma que passou dois dias com Deus no céu, onde cantou com Ele.
- Em 1998 estive ao vivo com Deus de Israel. Jesus veio a mim um dia de sábado dia nove de maio. Eu passei dois dias com o senhor Jesus – afirmou, dizendo ainda que Deus apareceu a ele em uma nuvem e o levou ao céu.
- Deus me pediu que abandonasse a prostituição e a televisão, e depois que eu fosse até minha esposa e pedisse perdão a ela – completou o pastor, afirmando que sempre foi um “homem do mundo” que fez sua esposa sofrer.
- Eu estive no céu com Deus, eu cantei com Deus ao vivo lá no céu – completou.
Ao longo da entrevista, o pastor comentou também sobre a recente vinda do papa ao Brasil, afirmando que o líder da Igreja Católica esteve no país para “adorar demônios”, e que nenhum sacerdote católico guarda os 10 mandamentos.
- A vinda do Papa foi para adorar aos demônios, e a imagem de escultura mais perigosa é a de nossa senhora de Aparecida, a Bíblia condena qualquer tipo de adoração aos ídolos, tá na hora de conhecer a verdadeira palavra de Deus – afirmou.
O pastor criticou ainda vários dogmas da Igreja Católica, como o fato de sacerdotes católicos não poderem casar, e afirmou que o papa defende vários costumes, vistos por ele como errados, por não ter o conhecimento verdadeiro do Evangelho e da Bíblia.

 Gezuiz. Alguém me ajude! Esse cara não é pilantra não, é? Há perdão para insanidade? Pois é, que o Pastor Presidente da “Igreja Pentecostal Rios e Água Vivas Jesus de Nazaré é o maior do Mundo” tire o óleo de peroba da cara, pare com essa mitologia, seja mais homem e confesse que de verdade esse papo dele não tem nem a carcaça. #LOUCOVARRIDO!

O Diabo nos detalhes


Por R.C. Sproul Jr.
O cristão está envolvido em uma guerra de três frentes. A Bíblia, repleta de linguagem marcial, confirma isso. A grande trindade maligna contra a qual lutamos é formada pelo mundo, a carne e o Diabo. Em nossos dias, fizemos as pazes com o mundo e reduzimos nossa carne a meros aspectos psicológicos. Perdemos de vista esses dois campos de batalha porque, precisamente, temos perdido de vista o terceiro. Em outras palavras, esquecemos que estamos em guerra contra o mundo e nossa carne porque o Diabo nos derrotou em uma batalha – esquecemos que ele existe.
CS Lewis, no prefácio de sua grande obra The Screwtape Letters ["As Cartas do Inferno" ou "Cartas de um Diabo a seu Aprendiz" nas edições brasileiras - N.T.], apresenta um conselho: “Há dois erros iguais e opostos em que nossa raça pode incorrer quando se trata de demônios. Uma é desacreditar em sua existência. A outra é acreditar e sentir um interesse doentio por eles. Eles ficam de igual modo satisfeitos com ambos os erros e aclamam um materialista ou um mago com a mesma satisfação”. Sábio como Lewis e essa citação em particular podem ser, levanto uma contestação. Sem dúvida, o Diabo é capaz de realizar em grande mal entre aqueles que o veem como uma espécie de deus do mal, aqueles com um interesse mórbido nele e seus asseclas. Dito isso, eu sugeriria que ele é capaz de causar danos muito maiores entre aqueles que não lhe dão crédito. Ou seja, tanto o materialista e o mago são ruins, mas o materialista é pior.
Temos o mesmo problema na subcultura cristã, e pelas mesmas razões. De um lado do espectro está a ala extremista do movimento carismático. Essas pessoas afirmam ver um demônio por trás de cada arbusto. Eles não pegam resfriados; estão sob ataque do demônio da fungada. Eles não têm olhos cobiçosos, mas estão em guerra com o demônio da luxúria. Muitas vezes, os que estão neste campo procuram demônios por trás de cada arbusto, porque eles podem se revelar bem úteis para servir de desculpa para os nossos pecados – como Flip Wilson costumava dizer: “O diabo me fez fazer isso”.
Este não é o perigo que enfrentamos nos círculos reformados. Estamos do outro lado do espectro. Ao contrário dos materialistas, nós sim acreditamos no reino demoníaco. A Bíblia, afinal de contas, fala sobre essas coisas. Mas tendemos a acreditar que os demônios saíram da arena humana ao mesmo tempo em que os milagres cessaram. Demônios existem, estamos dispostos a confessar, mas estão sentados nas arquibancadas celestes desde a era apostólica. Temo que o que impulsiona isso não é um estudo exegético cuidadoso do assunto e sim uma abrangente visão de mundo modernista. Olhamos com inferioridade nossos irmãos que prestam atenção no reino espiritual, não porque pensamos ser antibíblico, mas porque não achamos sofisticado. Achamos que o hábito de Martinho Lutero de gritar com o Diabo, de atacá-lo com seus textos, é um sinal de que Martinho estava em um limite psicológico, quando talvez devêssemos concluir que ele demonstrou aqui a mesma sabedoria que o levou a declarar “Esta é a minha posição!”. É possível que Lutero tenha absorvido a verdade de que Deus é um castelo forte da mesma fonte de onde ele discerniu que esse mundo está cheio de demônios: a Bíblia.
O fato de raramente darmos crédito ao diabo, muito menos à sua função, deveria nos confirmar essa importante realidade espiritual – que o Diabo está sentado no nosso ombro, sussurrando tolices em nossos ouvidos. Ele está presente não só nos cantos obscuros da África, mas nos cantos obscuros de nossos corações e mentes. Se quisermos buscar primeiro o reino de Deus, vamos ter que enfrentar a realidade de que ele está tentando nos parar.
O diabo está presente não nos cantos obscuros da África, mas nos cantos obscuros de nossos corações e mentes.
As forças dele, também devemos lembrar, não estão apenas investidas nos campos de batalha político e cultural. Ele não tem a mão apenas no Partido Democrata, nem trabalha sua magia apenas em Hollywood. O negócio dele também é fazer crescer em nós o seu fruto diabólico. Ele está no comando quando estamos cheios de inveja, maldade, medo, egoísmo. Ele está em guerra quando nos encoraja a gastar as nossas energias não buscando o reino, mas perseguindo paz pessoal e prosperidade econômica. Ele está praticando sua magia negra quando ele nos encoraja a não defender a honra de Cristo, mas a nossa própria reputação e dignidade. Ele está no comando dos detalhes de nossas vidas, como falamos com nossos filhos, como ouvimos nosso cônjuge. E, infelizmente, ele está conquistando grandes vitórias.
A guerra entre a descendência da serpente e a semente da mulher não é exatamente a mesma coisa que a guerra cultural. Elas se cruzam, mas não são uma só. Em vez disso, a guerra entre a semente e a serpente é a mesma guerra que enfrentamos contra o mundo, a carne e o Diabo. Que Deus nos dê a graça de conquistar grandes vitórias nas batalhas que lutamos a cada dia. Que ele nos conceda visão para enxergar as batalhas épicas que ocorrem no decorrer de nossas vidas ordinárias.

Falta de perdão tem cheiro de diabo

 
Por Maurício Zárari
Não tenho nenhuma vaidade de querer ser criativo; desejo muito mais que o APENAS seja eficiente naquilo a que se presta: alcançar corações e levar pessoas a pensar de forma crítica e construtiva nas questões ligadas à fé - para, assim, se aproximar de Deus. Por isso, hoje decidi postar uma reflexão que, embora o texto seja escrito por mim, o conteúdo não é de minha autoria. Quero compartilhar a pregação que meu pastor fez domingo passado em nossa igreja. Foi uma mensagem profunda e bíblica, dura e reconfortante. Pode falar ao teu coração, como falou ao meu. Tenho o hábito de fazer anotações dos pontos principais dos sermões que ouço para posterior meditação, portanto o que você lerá a seguir é um resumo da mensagem trazida para a igreja por meu pastor. Praticamente todas as frases transcritas aqui são, ao pé da letra, o que ele pregou. O tema: perdão.

O texto base é Mateus 8, a partir do versículo 23. É a parábola de Jesus em que Ele compara o reino dos céus com um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos. Chega um que lhe deve dez mil talentos, mas não tem como pagar. Seu senhor manda, então, que ele, toda sua família e seus bens sejam vendidos como pagamento da dívida. Desesperado, o servo prostra-se e pede paciência, perdão e misericórdia. Diz a Bíblia: "O senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida".

Só que o mesmo servo logo depois encontra um conhecido que lhe devia uma quantia, o agride e exige que lhe pague. O conservo devedor humilha-se e implora, pedindo paciência e perdão. Em vez disso, o homem que havia sido perdoado pelo rei o lança na prisão. Ao tomar conhecimento do ocorrido, o monarca manda chamar o homem, lhe recorda do perdão que tinha recebido e o entrega aos carrascos, para que o torturem até que pague toda a dívida. E Jesus conclui: "Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão". Segue a síntese da pregação:
 
"Essa passagem deixa claro que perdoar é o único caminho para se ter saúde espiritual. Quem não perdoa vive uma vida espiritual pobre e moribunda. Quem não perdoa está morto diante de Deus em seu coração. É como um sino que ressoa (1 Co 13.1): algo que faz barulho, tem aparência e volume... mas não tem vida própria. Pior: quem não perdoa não será reconhecido por Jesus no último dia, pois não está pondo em prática um dos fundamentos da fé cristã: a certeza de que o bem que quero que me façam devo fazer ao outro. Se você gosta de ser perdoado, perdoe, para que haja saúde e sua vida espiritual não se perca.

Para perdoarmos biblicamente, é importante sabermos o que significa exatamente perdoar. Romanos 12.17 nos dá a resposta:

"Não retribuam a ninguém mal por mal. Procurem fazer o que é correto aos olhos de todos. Façam todo o possível para viver em paz com todos. Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: 'Minha é a vingança; eu retribuirei', diz o Senhor.  Pelo contrário: 'Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele'. Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem".

Não devolver mal com mal. Vencer o mal com o bem. Eis a resposta. Pois vingar-se significa vencer alguém mas deixar Satanás vencer você.

O grande engano dos cristãos é achar que perdão é algo emocional. Não é. Não tem a ver com "sentir" algo, mas com "fazer" algo. O perdão está relacionado a atos e atitudes. É ação. É agir como se o pecado nunca tivesse existido. As emoções, de acordo com a Bíblia e o Evangelho, estão sujeitas à razão. Assim, perdoar é um ato de sã consciência, é saber o que Deus quer. Se eu não perdoo, simplesmente isso mostra que não sou alimentado pela graça de Deus.
 
Então, o perdão ocorre em duas etapas: Primeiro se perdoa racionalmente (sabendo que aquilo é necessário, que é a vontade de Deus). É uma decisão mental, racional. O segundo passo são as ações. É não se alegrar com o mal que quem lhe ofendeu sofre. É orar pedindo que Deus ajude a pessoa que lhe ofendeu e que está em dificuldades. Mais ainda: é procurar quem lhe ofendeu e se oferecer para ajudá-lo no que ele precisa, com obras da graça e da bondade de Deus. E, por fim, é não causar danos ou perdas a quem lhe ofendeu.

É ao fazermos - ou não - tudo isso que demostramos quem de fato somos. Se pensamos em nós e em cumprir o que nossa justiça manda mais do que pensamos em Deus e na justiça dele, simplesmente estamos pecando. Pois nada é imperdoável quando contamos com a ajuda de Deus, nenhuma ofensa que nos fizeram é imperdoável. Tudo pode ser zerado.
 
A pessoa que não perdoa em forma de atitudes tem cheiro de diabo. Satanás nunca estende a mão a ninguém e quem se recusa a estender a mão está agindo como o diabo e, logo, é servo dele. Temos sempre que lembrar: não perdoar só satisfaz e alegra... o diabo.

Se dizemos que perdoamos nossos ofensores mas não retomamos a vida como tudo seguia antes da ofensa... na verdade não perdoamos. Pois isso mostra que ainda guardamos rancores, ressentimentos, medos, mágoas ou sentimento do gênero. É perdoar de boca mas não por obras. E a fé sem obras é morta. Fé sem perdão expresso em atitudes em prol de quem nos ofendeu não é fé cristã.

Não adianta eu saber orar se eu não souber perdoar. Minha oração não será respondida (Mt 6.14,15). Pois, se estou em litígio com Deus ao não perdoar meu próximo, o que posso esperar do Senhor? Nada.

A natureza desse assunto é grave. Pois Deus é perdoador. E, se eu não perdoo, não estou identificado com Deus. Não ando com Deus se não perdoo como Ele perdoa. E o perdão de Deus é absoluto, é uma quitação total da dívida e não parcial. O perdão verdadeiro nunca põe seus próprios interesses acima dos daquele que precisa de perdão (1 Co 13).

E para que perdoamos?  Primeiro, para ter paz com os outros. Segundo, para ter paz com Deus (Mt 6.15).
 
A renovação da mente de Romanos 12.2 passa por demonstrar perdão. Pois só tem a mente de Cristo quem perdoa, esquece das ofensas e retoma a vida a partir do ponto onde ocorreu a ofensa. Quem não o faz não perdoou, não teve a mente renovada e não age conforme a natureza de Cristo. É um cristão que não age como Cristo. Que Deus nos ensine a perdoar e a praticar o perdão. Em cada situação e a cada dia. Que Deus cure quem não perdoa. Pois a falta de perdão é uma grave doença espiritual. Quem nasceu de novo tem obrigação de perdoar.

Que Deus nos perdoe da nossa demora em fazer o que Ele quer. Que Deus nos perdoe por não perdoar. Podemos encontrar mil desculpas para não perdoar, mas não perdoar aos olhos de Deus... não tem desculpa".

Paz a todos vocês que estão em Cristo,

Até o diabo tem versículos bíblicos preferidos! E nossa geração?


Por Josemar Bessa

Qual é o verso preferido da Bíblia de nossa geração? Qual o texto preferido do mundo e de muitos cristãos de nossos dias? Ele fala sobre a santidade de Deus? Sobre o pecado? Sobre o verdadeiro arrependimento? Sobre a ira de Deus? Sobre a condenação no inferno?...

O mundo e muitos cristãos podem conhecer muito pouco ou praticamente nada da Bíblia, mas tão certo como o sol nasceu hoje, eles podem citar sem dificuldades Mateus 7.1“Não julgueis para que não sejais julgados” – E ironicamente, como não podia deixar de ser, o versículo que nossa cultura e grande parte dos cristãos, por estarem completamente aliados a ela mais gostam, eles menos entendem.

Esta é a passagem bíblica mais abusada e mal compreendida... é óbvio que por uma conveniência que despreza Deus. Nada é tão mal aplicado como essa passagem. O mundo, a cultura, cristãos... a usam para denunciar todo e qualquer um que se aventure a criticar ou expor os pecados, falhas ou aberrações do coração caído que se deleite em tudo que Deus despreza. Jamais se atreva a falar mal do homossexualismo, adultério, fofoca, mundanismo, alteração do imposto de renda, aborto, a condenação de qualquer um que não está em Cristo nos termos bíblicos... e assim por diante... sem estar certo de você vai estar sobre a ira da multidão do mundo e da “igreja” que se convenceram de que Jesus, a quem eles desprezam e rejeitam – ( pelo menos o Jesus real que diz: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama...” – João 14.21 )  - disse que não devemos julgar uns aos outros.

Isto acontece por que? Por que  este é o texto que está na boca de todos? Acontece pelo fato de que as pessoas ODEIAM absolutos, especialmente absolutos morais. Dizer que existe diferença absoluta entre o bem e o mal, a verdade e o erro... é o caminho para ser chamado de Medieval, mente fechada, fundamentalista... e hoje nada mais é temido, mesmo por pessoas que dizem serem pregadores da verdade absoluta de Deus. Ser dogmático é o maior temor dos que querem ser vistos como “relevantes” por uma sociedade que abandonou Deus e que foi abandonada por Ele:

“Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.” - Romanos 1:22-25

O diagnóstico que flui dos problemas tratados por Paulo em Corinto, por exemplo, é exatamente o oposto do diagnóstico que é feito hoje. “Estais ensoberbecidos, e nem ao menos vos entristecestes por não ter sido dentre vós tirado quem cometeu tal ação.” - 1 Coríntios 5:2

Hoje, quando a disciplina não acontece o diagnóstico muitas vezes é que somos muito humildes para julgar e disciplinar uma pessoa: Quem somos nós para apontar o dedo? Quem somos nós para julgar? Quem somos nós para atirar a primeira pedra? E assim uma suposta humildade é construída na base da tolerância a imoralidade impenitente.

Por outro lado, hoje, se uma igreja seguir na aplicação da disciplina é muitas vezes diagnosticada como agindo direto com orgulho farisaico. Indignação com o pecado é muitas vezes retratada como um disfarce para a insegurança e um véu sobre suas tentações sexuais dos fariseus. Um tipo de atitude "mais santo do que tu" é dito ser a base da indignação e  a arrogância é dita ser a base da disciplina e exclusão.

Mas quando você lê este versículo 2, o diagnóstico de Paulo sobre o problema em Corinto era exatamente o oposto. Não, a arrogância foi a base da tolerância e a humildade de coração partido deveria ter sido a base da excomunhão.

Ele disse: "Vocês se tornaram arrogantes." As pessoas na igreja estavam se vangloriando desta imoralidade. Agora, como pode ser isso? Que tipo de teologia daria origem a jactância na imoralidade? Temos visto isso nas cartas de Paulo em outros lugares. Ele diz: "E por que não dizemos (como somos blasfemados, e como alguns dizem que dizemos): Façamos males, para que venham bens? A condenação desses é justa” - Romanos 3:8" – “Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde?” - Romanos 6:1

Então, é uma teologia que não entende o poder da graça e a transforma em licença para a vida mundana. É uma teologia que não entende a liberdade e usa-o como "uma oportunidade para a carne" ( Gal. 5:13 ), e diz (como diziam em Corinto) "todas as coisas me são lícitas" ( 1 Co 6:12. , 10:23 ). E assim eles estavam se gabando de sua liberdade e tolerância que anula a graça. Orgulho disfarçado de humildade aqui foi a base da tolerância pecaminosa e não o julgamento farisaico.

Neste mesmo lugar ficamos tendo nos tornado espelho da nossa cultura.  Ser chamado de mente fechada é a maior dor imaginável para aqueles que querem se abraçados pela cultura! Em suma, para a vastíssima maioria em nossos dias o único inimigo é o homem que não está aberto para tudo.

Que Jesus de forma nenhuma nos proíbe de expressar claramente a opinião, declaração bíblica sobre o certo e errado, o bem e o mal, a verdade e a falsidade... pode ser demonstrado observando dois fatores simples – o contexto imediato do texto ( Mateus 7.1) e todo o ensinamento do Novo Testamento sobre julgar.

Praticamente todo o Sermão do Monte, antes e depois do texto mencionado, baseia-se no pressuposto básico de que devemos usar nosso poderes críticos instruídos pela Verdade de Deus para fazer julgamentos morais, éticos, lógicos... Jesus disse para os cristãos serem completamente diferentes do mundo que os cerca, para buscar a justiça que excede a dos fariseus, fazer tudo com motivações completamente diferente do mundo ao redor, ou seja, completamente centrados na glória de Deus e não no homem, evitar ser como os hipócritas quando damos, oramos, jejuamos...

E logo depois da exortação de Mateus 7.1, Jesus diz para não dar o que é santo aos cães ou pérolas aos porcos, nos guardar dos falsos profetas...  É óbvio que seria impossível obedecer a esses mandamentos sem usar o julgamento crítico que flui das definições bíblicas sobre a vida. Só podemos, é claro, obedecer a esses mandamentos e determinar nosso comportamento em relação aos “cães”, “porcos”, “falsos profetas”, “mundo”... se usarmos um julgamento crítico conduzido pela verdade sobre todas essas coisas.

Quando esquecemos tudo isso começamos a citar versos bíblicos como o diabo citou diante de Cristo na tentação no deserto. Por isso a Bíblia está cheia de mandamentos para fazermos julgamentos:

“Todo aquele que prevarica, e não persevera na doutrina de Cristo, não tem a Deus. Quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto ao Pai como ao Filho. Se alguém vem ter convosco, e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. Porque quem o saúda tem parte nas suas más obras.” – 2 João 9-11

“Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão; Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada. E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano.” - Mateus 18:15-17

“E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles. Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples.” - Romanos 16:17-18

“Eu, na verdade, ainda que ausente no corpo, mas presente no espírito, já determinei, como se estivesse presente, que o que tal ato praticou...” - 1 Coríntios 5:3

“Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” - Gálatas 1:8

“Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardai-vos da circuncisão” - Filipenses 3:2

“Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o, Sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo condenado.” - Tito 3:10-11

“Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.” - 1 João 4:1

“Tenho escrito à igreja; mas Diótrefes, que procura ter entre eles o primado, não nos recebe. Por isso, se eu for, trarei à memória as obras que ele faz, proferindo contra nós palavras maliciosas; e, não contente com isto, não recebe os irmãos, e impede os que querem recebê-los, e os lança fora da igreja.” - 3 João 1:9-10

Agora, devíamos olhar especialmente para João 7.24 – onde o próprio Jesus diz: “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça.” - João 7:24

O que é, então, que Jesus quis dizer em Mateus 7:1-6 ?

Parece que Jesus está proibindo o tipo de crítica julgamento que é hipócrita, que nos torna apenas farejadores de falhas, destrutivos, amargos... Ele está proibindo o tipo de julgamento que fazemos aos outros não por preocupação com sua saúde e bem-estar espiritual, mas unicamente para desfilar nossa suposta justiça diante dos homens.

Não devemos julgar os outros como um meio de auto-justificação. Algo comum – ao apontar o erro de pastores ou da igreja, por exemplo, tento justificar minha falta de compromisso com o corpo de Cristo. Tento usar o erro dos outros para justificar minha falta de submissão... denuncio apenas pecados externos e visíveis como roubo,  assassinato, injustiça social... para minimizar os internos como amargura, ciúme, luxúria... Essa forma de julgamento nada mais é do que auto-justificação.

Em Mateus 7.6 Jesus aponta para o perigo oposto: “Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem.” – Ele aqui aponta para o perigo de sermos homens indulgentes e sem discernimento num mundo que despreza completamente Deus. Pensando em amar os nossos inimigos, andar a milha extra e não fazer julgamentos injustamente... corremos o grande  perigo de nos tornarmos insossos, não mais sal e luz, não fazer mais distinções essenciais entre o certo e o errado, a verdade e a falsidade, a luz e as trevas, o viver santo e a impiedade, o ser igreja ou ser o mundo debaixo da ira de Deus.