quarta-feira, 8 de outubro de 2014

PIOR QUE O ORGULHO DO ÍMPIO, É A FALSA PIEDADE DO SANTO!



Por Fabio Campos
Texto: “Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles”. – Mateus 6.1a (AFC)
Creio que uma das coisas qual Deus trabalha no coração do homem é a carência por “afirmação” pela parte das pessoas. Como somos tentados a agir de tal maneira para que as pessoas venham a gostar da gente e a nos aprovar. Somos sedentos, por natureza, de aplausos. Com advento das redes sociais muitos estão realizando o “sonho” de ser famoso. Não estão na globo, mas são um sucesso no facebook (risos...). Grande parte deles são polêmicos. O que Deus pensa disso?, creio que deve ser o cerne do nosso “autoexame” para este tipo de situação.
O texto base (Mt 6.1) responde a questão!: “guardei-vos de toda boa ação diante dos homens, simplesmente para ser visto por eles”. A Bíblia “A Mensagem”, de Eugene Peterson, traz um contexto “dinâmico” muito interessante neste verso: “Quando fizerem o bem, tenham o cuidado para que seu gesto não vire peça de teatro. Pode até ser um bom espetáculo, mas Deus não vai aplaudir” (Mt 6.1 A mensagem).
Querer ser visto pelos homens é estar escondido de Deus. Fazer do momento uma exposição de si mesmo e da oração um espetáculo, como o ator, é se contentar com os aplausos dos homens e a vaia de Deus. Muito cuidado quando conseguir impressionar alguém; se não for por amor, com a simplicidade e discrição nos bastidores, você poderá ter conseguido o objetivo para com os homens; mas Deus que o recompensaria no secreto, lhe “dará” apenas os aplausos do diabo.
Quantos irmãos pecam nisso quando estão testemunhando. Contam as bênçãos de Deus como se fosse pelo o seu “bom comportamento” e por isso conseguiram o favor Divino. Alguns também pecam quando vão ministrar a Palavra. Aliás, ministrar a palavra não é falar de si e nem acusar os outros - tão menos ser “um santo” apontando o dedo para o pecador num sermão de caráter moralista - pregação é expor a Escritura em Sua Fidelidade, ministrando a todos o conselho de Deus; crendo que o Espírito Santo trabalhará no coração dos ouvintes. Lembre-se que não é a persuasão humana que leva o pecador ao arrependimento, a justiça e ao juízo, mas o poder de Deus através do Espírito Santo.
Jesus nos ensinou a “não tocarmos trombetas” chamando a atenção para as nossas boas-obras como fazem os hipócritas. Quem faz isso ama mais a glória dos homens do que a Glória de Deus. Toda e qualquer esmola, depois de dada, se for anunciada pelo "caridoso", diante de Deus, perderá o seu valor. Esmola aprovada por Deus é aquela que será conhecida aos homens apenas na eternidade, na entrega dos galardões.
Você está disposto a receber sua recompensa somente na eternidade? Essa é uma pergunta que me faço todos os dias. A fé não é crer que tudo dará certo, mas obedecer a Deus e aos seus mandamentos (Rm 1.5). Por isso que “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11.6). Se não tivermos fé, também não acreditaremos que Deus existe. Logo, então, Deus é um meio para que “eu possa louvado” por aqueles que nisto acreditam.
Desta forma minhas orações passarão a ser feitas em pé, nos templos e nas praças, somente para que eu possa ser visto pelos homens. Isso difere daquilo que Jesus disse: “... quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, oraras ao Pai que está em secreto” (Mt 6.6). Oração não é uma peça teatral, mas um coversa familiar com Deus; ou seja, de Pai para filho. O centro precisa ser Deus, e não nós, pois só assim experimentaremos de Sua graça.
Se não houver a fé que Deus demanda de nós, quando fizermos a prática do jejum, disto faremos uma vanglória para parecermos “mais espirituais” que os demais. Vamos mostrar a todos nossa tristeza e fraqueza física simplesmente para que percebam que estamos jejuando. O ensino é que lavemos a cabeça, passemos um gel (rs) e limpemos o rosto para não parecer aos homens que estamos jejuando. A recompensa virá no secreto da Pessoa Certa; vale a pena esta recompensa, já que a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável, e também suas bênçãos não acrescentam dores.
Amados, guardemo-nos diante dos homens para que possamos ser aprovados por Deus. Pior que o orgulho do ímpio é a falsa piedade do "santo". Foge destes (2 Tm 3.5). Os verdadeiros hipócritas acusam os outros, sem saber, de “não fazerem” nada, tendo por parâmetro suas boas-obras. Muitos são acusados enganosamente de “não fazerem”. Será que eles não fazem, ou será que fazem, mas não alardeiam como procedem aos hipócritas? É algo para se refletir quando quisermos se exaltar de nossas práticas espirituais em detrimento do “silencio com obras” dos outros.
“Porque não é aprovado quem a si mesmo se louva, mas, sim, aquele a quem o Senhor louva”. – 2 Co 10.18 (AFC)
Considere este artigo e arrazoe isto em seu coração,
Soli Deo Gloria!

Eis o Cordeiro!



Por Clóvis Gonçalves   

Apesar de todos os crentes reconhecerem a centralidade da cruz para a sua fé, poucos tem dedicado algum esforço em compreender a natureza e os benefícios da expiação para suas vidas. Muitos cantam “Sim, eu amo a mensagem da cruz!”, sem se dar conta do conteúdo dessa mensagem. O versículo acima nos ajudará a compreender melhor a finalidade e os resultados da morte de Cristo. Ela também pode lançar luz a respeito de para benefício de quem ela foi designada na eternidade e realizada na história.

“Eis”

Esta é a resposta divina à pergunta do angustiado Isaque: “onde está o cordeiro para o holocausto?” (Gn 22:7). Um cordeiro era necessário, pois o homem havia ofendido o Senhor com seu pecado e a justiça divina requeria uma satisfação. Mas se faltava um cordeiro, então Isaque teria que ser imolado sobre o altar. Se Jesus não viesse, o homem teria que pagar a dívida para com Deus, e sendo essa dívida impagável, ele sofreria eternamente no inferno. Por isso o “eis” de João Batista é a melhor notícia que o homem poderia receber.

“O Cordeiro de Deus”

Para entendermos a profundidade dessa expressão precisamos voltar até aos dias do cativeiro de Israel no Egito, quando Deus lhes ordenou ”Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família. Mas, se a família for pequena para um cordeiro, então, convidará ele o seu vizinho mais próximo, conforme o número das almas; conforme o que cada um puder comer, por aí calculareis quantos bastem para o cordeiro. O cordeiro será sem defeito, macho de um ano; podereis tomar um cordeiro ou um cabrito; e o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o imolará no crepúsculo da tarde. Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem; naquela noite, comerão a carne assada no fogo; com pães asmos e ervas amargas a comerão (…) Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até aos animais; executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o Senhor. O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito”(Ex 12:3-8;12-13). O pai de família deveria escolher o seu cordeiro, cujo sangue daria proteção aos membros de sua família. Jesus não é apenas um cordeiro pascal, mas o “Cordeiro de Deus”, o Seu escolhido, o que morreria para com Seu sangue, livrar da morte os integrantes da família de Deus.

“Que tira o pecado”

Olhemos agora para o efeito da morte do Cordeiro. Ele “tira” o pecado. Tirar é “fazer sair, sacar, arrancar, extrair” (Dicionário Aurélio). No grego, tirar é airõ e traz a idéia de “levar embora, remover, afastar de alguém” (Strong) ou “carregar, levar para fora, levar embora” (Vine). Assim, o “remendo tira parte da veste” (Mt 9:16); “o reino de Deus vos será tirado” (Mt 24:43); Satanás “tira a palavra semeada neles” (Mc 4:15) e “não peço que os tires do mundo” (Jo 17:15); etc. O sangue do cordeiro foi eficaz para livrar da morte o primogênito dos israelitas. Imagine um jovem primogênito observando seu pai colocar o sangue nas ombreiras e na verga da porta. “Será suficiente? Funcionará?”, talvez se perguntasse. Quem sabe à noite não conseguisse pregar os olhos. Mas pela manhã, quando entre os egípcios “não havia casa em que não houvesse morto”(Ex 12:30), o sangue do cordeiro bastou “para que o exterminador não tocasse nos primogênitos dos israelitas” (Hb 11:28).

A expressão “que tira o pecado” aponta para a morte penal e substutiva do Cordeiro de Deus. A mesma palavra tirar é utilizada por Paulo para indicar que a dívida para com Deus foi cancelada na cruz, quando escreve “tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o [airõ] inteiramente, encravando-o na cruz” (Cl 2:14). Portanto, ao tirar o pecado, tornou sem dívida àqueles por quem foi sacrificado, daí a profecia de Isaías de que “Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si” (Is 53:11).

“Do mundo”

Considerando o que foi dito acima, sobre a finalidade e o resultado da morte do cordeiro, cabe perguntar a extensão da palavra mundo. Se mundo aqui significa “toda a humanidade sem exceção”, então o pecado de “toda humanidade sem exceção” foi tirado, vale dizer, toda a humanidade está justificada diante de Deus. Para evitar essa conseqüência, deve-se solapar a eficiência da morte vicária do Cordeiro. Mas é mais provável que mundo se refira àqueles do mundo por quem Cristo morreu e então a doutrina da morte penal e substutiva de Cristo se mantenha em pé. O testemunho bíblico favorece essa última posição.

Começando pela primeira páscoa, vemos que o sangue do cordeiro foi designado para salvar todos e somente os primogênitos dos judeus e não de todos os moradores do Egito. Paulo ensina que “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras” (1Co 15:3) e que “Ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5:21). Que o nós nessa passagem não se refere a todos os homens sem exceção fica claro quando diz também “o qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai” (Gl 1:4), contrapondo os crentes e o mundo. Considere ainda que a Tito referiu-se à obra de Cristo dizendo que Ele “a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras” (Tt 2:14).

Conclusão

Considerando que a morte de Cristo foi substutiva, que ela foi proveitosa no sentido que tirou o pecado daqueles porquem foi realizada e que a Palavra de Deus em inúmeras passagens restringe o efeito da morte de Cristo aos eleitos, devemos crer que Jesus não morreu pelos pecados de toda humanidade. Por outro lado, sendo a morte de Cristo eficaz pois alcança plenamente o resultado almejado, não devemos jamais ter medo de perecer, pois Ele já pagou por nós toda a nossa dívida.

Soli Deo Gloria

ONDE ESTÁ DEUS?



Por Pr. Silas Figueira

Texto base Jo 4.19-30

INTRODUÇÃO



O texto nos conta que Jesus, juntamente com os seus discípulos, estão se retirando da Judéia indo em direção a Galiléia e era necessário atravessar a província de Samaria, pois esta ficava entre a Judéia, ao sul e a Galiléia, ao norte, e nesse percurso chegam a uma cidade samaritana de nome Sicar. Ali havia um poço, que segundo a tradição, havia sido cavado por Jacó, perto das terras que Jacó havia dado a seu filho José (Gn 48.22). 

Jesus, cansado da viagem, se assenta junto à fonte por volta do meio dia. Nesse ínterim chega uma mulher samaritana para tirar água, e, Jesus, lhe pede um pouco d’água. Ela o retruca, pois sendo ele judeu como pede a ela que lhe dê água sendo ela uma mulher samaritana? Pois, como lemos no texto, os judeus e samaritanos não se davam nada bem. E isso era coisa antiga. Mas é através desse pedido que se inicia uma longa conversa e uma das mais lindas revelações que o Senhor faz a uma pessoa. Ele a revela que Ele podia lhe dar a Água da Vida, que o Pai busca adoradores e não adoração e que não há um lugar específico para que isso ocorra e o mais importante, que Ele era o Messias esperado por ela.

E é durante essa conversa que esta mulher faz uma pergunta crucial: “Onde está Deus?”

Onde está Deus? Talvez você já tenha se feito esta pergunta. Talvez você já tenha perguntado isso a alguém num momento de grande crise existencial. Talvez você tenha tido uma resposta muito vaga ao seu questionamento e por isso saiu insatisfeito com a resposta; ou quem sabe, você teve uma resposta muito bem dada a respeito de onde Deus está, mas que não fez diferença em sua vida. Assim como você, há muitas pessoas em todo o mundo fazendo a mesma pergunta. Pois há um vazio na alma que nada preenche. O prazer é passageiro, a alegria é momentânea e o sonho muitas vezes vira um pesadelo. Aí você pergunta: “Onde está Deus?” Porque você sabe que só Ele pode preencher o vazio de sua alma. Talvez você tenha procurado preencher esse vazio em muitas coisas, mas saiu pior que antes, pois depois que o feito do álcool acabou só ficou um grande vazio. Depois da festa ficou uma grande frustração de saber que a pessoa com quem você ficou nem se quer procurou saber o seu nome. E é nessa hora que você pergunta: “Onde está Deus?”, pois você sabe que o prazer deste mundo passa e fica no lugar um grande vazio. Essa mulher também sabia muito bem o que era ter um grande vazio, pois a vida não tinha sido, até aquele momento, muito boa para ela.

O seu questionamento é o mesmo dessa mulher samaritana. Ela também queria saber onde estava Deus. Onde era o lugar correto de adorá-Lo? Se no templo em Jerusalém como diziam os judeus ou no monte Gerizim como ela havia aprendido com os seus antepassados? Onde ele está para que eu possa adorá-lo? Essa foi a pergunta dessa samaritana sem nome dirigida ao Deus encarnado: “Onde está Deus?” Onde Ele está que não se importa comigo? Que não vê as minhas lágrimas? Que não vê o meu sofrimento?

Esse texto me encanta porque o Senhor Jesus não a deixou sem resposta, muito pelo contrário. Na verdade, o Senhor Jesus lhe deu uma das maiores revelações bíblicas. O Senhor lhe abriu os olhos espirituais para entender que o Pai está em todos os lugares, que não existe um lugar geográfico para adorá-lo, pois o Pai não busca adoração, mas adoradores que o adorem em espírito e em verdade independentemente de um lugar específico.

Mas o que me chama a atenção é que de tantos samaritanos naquela cidade o Senhor faz essa revelação a uma mulher – essas naquela época não eram valorizadas, tanto judias e principalmente samaritanas. Os rabinos na época de Jesus ensinavam que um homem não devia manter conversa alguma com uma mulher, na rua, nem mesmo com sua própria esposa; e muito menos, ainda, com qualquer outra mulher, para que os homens não venham a murmurar. E ainda pesava contra ela a questão de ser uma mulher que havia se casado cinco vezes e a pessoa com quem ela vivia nem o nome lhe havia dado. Por causa disso ela era mal vista na cidade, por isso ela ia ao poço ao meio dia para não ter que se encontrar com as outras mulheres do local. No entanto, Jesus mantém um longo diálogo com esta samaritana.

Max Lucado conta que uma vez foi a um cemitério e observou que havia uma lápide onde não trazia nem a data do nascimento e nem a data da morte da pessoa ali sepultada, somente o nome de uma mulher. Na lápide se lia: Grace Llewellen Smith e o nome de seus dois maridos. E estava escrito logo abaixo este epitáfio:

“Dorme, mas não descança.
Amou, mas não foi amada.
Tentou agradar, mas não agradou.
Morreu, como viveu – sozinha”.  
E ele acrescenta dizendo que se existe uma Grace Llewellen Smith no Novo Testamento foi esta mulher samaritana. Este epitáfio bem que podia ser dela. Pois esta mulher conhecia bem o que era abandono – foi casada cinco vezes, cinco camas diferentes, cinco rejeições diferentes. Cinco vezes abandonada. Ela sabia o que era amar e não ser amada. Seu atual companheiro nem o nome lhe deu. Ela conhecia o que era ser rejeitada pelo preconceito racial – era samaritana. Por ser mulher – conhecia a discriminação sexual e por ter sido casada cinco vezes sabia o que era abandono e rejeição da sociedade.
Mas foi exatamente nesta mulher que o Senhor Jesus encontrou a pessoa mais desejosa de encontrar Deus. Essa mulher estava como Davi quando escreveu o Salmo 42.1,2:
“Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?

Por isso que lendo esse texto descubro que o Senhor sempre se revela a quem o busca, e essa mulher o encontrou não por ser perfeita, mas por ser honesta. Ela não ocultou a sua condição matrimonial, assim como não ocultou o seu desejo de encontrar Deus.

Através desse episódio ocorrido no poço de Jacó esta samaritana aprendeu coisas tremendas com Jesus e, da mesma forma, nós também podemos aprender lições preciosas para o nosso crescimento espiritual também hoje. Vejamos:

A PRIMEIRA LIÇÃO: JESUS QUEBRA A BARREIRA DO PRECONCEITO (Jo 4.7-9).

Apesar de essa mulher ser samaritana e ter uma vida duvidosa, o Senhor Jesus passou por cima das tradições judaicas e se dirige aquela pobre mulher. Pois como lemos judeus e samaritanos não se falavam, havia um preconceito entre ambos. Principalmente porque os judeus se achavam superiores aos samaritanos. E como já dissemos um homem não podia se dirigir a uma mulher na rua. O que vemos aqui?

1º - Jesus é quem inicia a conversa (v 7). A salvação é iniciativa de Deus e não nossa. O homem sem Deus está morto em seus delitos e pecados e se o Senhor não o despertar da morte ele não irá buscar a salvação de modo algum (Ef 2.1-6).

2º - Jesus procura se relacionar com o homem da mesma forma hoje. Quantas pessoas pensam que o Senhor não se importa com elas por serem pecadoras, por terem uma vida promíscua. Mas saiba de uma coisa, Deus não mudou. Ele ainda continua a procura do homem perdido assim como o pastor foi em busca da ovelha perdida (Lc 15.3-7).

3º - Jesus mostra para aquela mulher que as pessoas podem ter preconceitos, mas Deus não. Jesus podia ser judeu na carne, mas era o Deus encarnado buscando as ovelhas perdidas do Seu Pai (Jo 10.11-16). A Bíblia nos fala em Apocalipse que João viu diante do trono uma multidão incontável de todas as nações, tribos, línguas e povos (Ap 7.9,10).

“Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação”.

A SEGUNDA LIÇÃO: JESUS MOSTRA PARA AQUELA MULHER QUE A ÁGUA QUE ELE OFERECIA ERA A VERDADEIRA ÁGUA VIVA (Jo 4.10).

Aquela mulher valorizava aquela fonte por duas razões: primeira por ter sido uma fonte ou um poço aberto por Jacó, o grande patriarca e segundo, por ser uma fonte que tinha uma água potável que saciava-lhe a sede. No entanto Jesus mostrou para ela três fatos que ela desconhecia:

1º - Jesus mostrou para ela que aquela fonte não era a única que podia satisfazer a sede Jo.4.10). A sede física qualquer água potável pode satisfazer, mas a sede espiritual só o Senhor Jesus satisfaz.

2º - Jesus mostrou para aquela mulher que as outras fontes são falsas (Jo 4.13). Não há outra fonte que satisfaça a nossa sede espiritual. Muitas pessoas tem procurado satisfazer essa sede nos prazeres, no sexo, nas riquezas, na fama. Mas isso passa, e no final o que sobra? Uma sede insaciável.

3º - Jesus mostrou para aquela mulher que a fonte de Jacó mata a sede de forma momentânea, mas quem beber da água que Ele der nunca mais a pessoa terá sede (Jo.4.12-14). Jesus não era só maior que Jacó, Jesus havia criado Jacó. Há muitas pessoas hoje idolatrando pessoas e se esquecendo de quem é o verdadeiro criador de todas as coias. Quantas pessoas indo a poços que não retêm a água. Como disse o Senhor através da boca do profeta Jeremias:

“Porque dois males cometeu o meu povo: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas” (Jr 2.13).

Onde você tem procurado matar a sua sede? Nos prazeres momentâneos deste mundo ou em Deus criador dos céus e da terra? Naquilo que é passageiro ou naquilo que é eterno?

TERCEIRA LIÇÃO: JESUS DESPERTA NELA O DESEJO DA ÁGUA VIVA (Jo 4.15).

Só que esta mulher não havia entendido o sentido das palavras de Jesus a respeito da água viva. Ela havia interpretado de forma literal e não de forma espiritual. Corremos o mesmo risco hoje também.

1º - Ainda hoje há pessoas que não entendem as palavras de Jesus. Muitas pessoas estão interpretando as palavras de Jesus de forma literal outros de forma figurada. Por exemplo, quando Jesus falou sobre o novo nascimento com Nicodemos ele achou que deveria voltar ao ventre materno e nascer novamente (Jo 3.4). Por isso é necessário estudarmos a Bíblia com a ajuda do Espírito Santo para podermos interpretá-la de forma correta. Mas quantos “achismos” temos visto em muitos púlpitos por aí. Pastores que tem preguiça de estudar a Palavra. Pastores que não dedicam tempo ao aprendizado e ainda usam o chavão que “A letra mata”.

Observe o conselho de Paulo a Timóteo:

“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade (2Tm 2.15).

2º - A má interpretação do texto sagrado tem levado muitas pessoas a terem uma visão totalmente distorcida de Jesus. Muitos o veem como tudo, menos como salvador. O veem como provedor de riquezas, como um curandeiro, como um casamenteiro, como um Salvador universal, como um socialista – tanto que temos a Teologia da Missão Integral em nossos arraias hoje. Quem é Jesus para você meu irmão?

A pergunta que Jesus fez aos seus discípulos ecoa em nossos ouvidos ainda hoje: “Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou?” (Mt 16.15). O que o Senhor Jesus é para você meu irmão? Como você o tem visto?

JESUS SE REVELA A UM CORAÇÃO SEDENTO

Nesse momento da conversa com a samaritana a conversa aparentemente muda de curso, mas na verdade é o ápice da revelação ao coração daquela mulher sedenta de conhecer Deus. E por conhecer o seu desejo o Senhor Jesus se revela a ela. Observando essa conversa entendo que o Senhor Jesus ainda se revela hoje assim como se revelou aquela mulher.

1º - JESUS SE REVELA A QUEM RECONHECE OS SEUS PECADOS (Jo 4.16,17).

Quando Jesus diz para a samaritana chamar o seu marido ela imediatamente admite que não tinha marido. E nisso o Senhor não a recriminou, muito pelo contrário, até a elogiou pela sua sinceridade, não que Ele estivesse apoiando o seu pecado, mas a sua honestidade. Podemos entender com isso duas coisas:

1º - O Senhor não se revela a quem não se vê como pecador. A maior dificuldade que Jesus teve não foi com os pecadores, mas com os fariseus, com os escribas e com os sacerdotes. Tanto que no capítulo 23 de Mateus o Senhor Jesus profere vários “Ais” contra os escribas e fariseus. A pior coisa que pode acontecer com uma pessoa é tentar esconder os seus pecados através de uma religiosidade hipócrita. Gente que se vê santa e não reconhece que pela graça e somente por ela é que somos salvos (Ef 2.8,9).

2º - Jesus se revelou a esta samaritana por sua sinceridade diante da vida que tinha. Cinco casamentos, cinco rejeições, cinco camas diferentes. Era rejeitada por todas as pessoas da cidade, tanto que ia buscar água ao meio dia, hora em que não havia pessoas no poço. Ser rejeitada pelo judeu desconhecido para ela não importava. Ela já esperava sua reprovação. Mas ao invés disso ocorrer o Senhor lhe surpreende com essa palavra:

“Replicou-lhe Jesus: Bem disseste, não tenho marido; porque cinco maridos já tiveste, e esse que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade”.

A verdade na boca dessa mulher fez com que o Senhor a elogiasse. Mas uma vez repito: o Senhor não estava apoiando o seu pecado, mas a sinceridade e honestidade dela diante da vida que tinha. Essa é a diferença que o Senhor quer de cada um de nós. Como disse Davi no Salmo 51.17:

“Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus”.

O Senhor não espera de nós perfeição, mas honestidade para admitir que somos pecadores e que precisamos de perdão e se Sua misericórdia.

Veja o que João nos escreve em sua primeira carta:

“Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós. Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro” (1Jo 1.8-10; 2.1,2).

Quem não se vê como pecador rejeita o sacrifício de Cristo na cruz do Calvário. Na verdade quem assim se vê é um idólatra, pois acha que sua justiça é suficiente para levá-lo ao céu. No entanto o profeta Isaías compara a nossa justiça como trapo de imundície:

“Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam” (Is 64.6).

Mas quem “encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv 28.13).

Pecado confessado é pecado perdoado, lembre-se disso.

2º - JESUS SE REVELA A QUEM QUER ENCONTRÁ-LO (Jo 4.19-24).

A pergunta desta mulher é muito relevante, pois mostra que ela desejava saber onde Deus estava se era no monte Gerizim ou em Jerusalém. Que lugar o Deus de Israel tinha escolhido entre as suas tribos para que ali habitasse o Seu nome? Aonde o Seu povo deveria ir para adorá-lo? Para entender essa pergunta devemos conhecer o contexto histórico. Os samaritanos só reconheciam como texto sagrado os cinco primeiros livros do Antigo Testamento e, segundo eles, o lugar de adoração era no monte Gerizim, ou seja, a religião deles estava alicerçada somente no Pentateuco.

Eles observavam o que Moisés disse em Dt 27.1-4:

“Moisés e os anciãos de Israel deram ordem ao povo, dizendo: Guarda todos estes mandamentos que, hoje, te ordeno. No dia em que passares o Jordão à terra que te der o SENHOR, teu Deus, levantar-te-ás pedras grandes e as caiarás. Havendo-o passado, escreverás, nelas, todas as palavras desta lei, para entrares na terra que te dá o SENHOR, teu Deus, terra que mana leite e mel, como te prometeu o SENHOR, Deus de teus pais. Quando houveres passado o Jordão, levantarás estas pedras, que hoje te ordeno, no monte Ebal, e as caiarás”.

Só que há um detalhe, eles substituíram o Monte Ebal que foi o monte onde Moisés proferiu as maldições (Dt 27.11-26), pelo monte Gerizim onde ele proferiu as bênçãos (Dt 28.1-14). Nesse monte eles haviam construído um templo para evitar que os peregrinos fossem a Jerusalém. Embora no ano 128 a.C ele havia sido destruído o monte Gerizim continuava sendo reverenciado. Além de não crerem nos escritos que os judeus observavam, os samaritanos trocaram um monte pelo outro.

Segundo alguns historiadores eles deixaram de observar os outros escritos da Lei quando foram impedidos de ajudarem na reconstrução do templo em Jerusalém quando os judeus voltaram do cativeiro babilônico. Com isso construíram um templo no monte Gerizim para que os samaritanos não fossem a Jerusalém adorar no templo reconstruído.

No entanto, o Senhor Jesus não deixou esta mulher sem a devida resposta. Pelo contrário, dentro do contexto que ela conhecia Ele lhe tirou todas as dúvidas.

1º - Jesus lhe mostrou que ela estava totalmente enganada (v 22). Essa resposta de Jesus foi bem diferente do que ela poderia esperar. Mas Jesus fala isso porque Jacó havia proferido várias profecias sobre seus filhos e, principalmente, sobre Judá. Veja o que ele disse sobre seu filho Judá:

“Judá, teus irmãos te louvarão; a tua mão estará sobre a cerviz de teus inimigos; os filhos de teu pai se inclinarão a ti. Judá é leãozinho; da presa subiste, filho meu. Encurva-se e deita-se como leão e como leoa; quem o despertará? O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de entre seus pés, até que venha Siló; e a ele obedecerão os povos” (Gn 49.8-10).

Ela e todos os que tinham uma interpretação diferente desta estavam errados, pois de Judá viria o Redentor. Hitler tentou provar que Jesus não era judeu e errou. Até no Alcorão fala a respeito do Messias Jesus e de Sua ressurreição.
Quantas pessoas ainda hoje estão destorcendo o Texto sagrado por falta de conhecimento. A Bíblia é para ser lida e estudada.

Por exemplo, eu conheço pessoas que dizem que só os Salmos são inspirados por Deus. Já ouvi outros dizerem que só as Epístolas Paulinas que são inspiradas. E já vi professor de seminário dizer para os seus alunos se desintoxicarem da Bíblia, mas os aconselhava a lerem o filósofo Nietzsche e o teólogo liberal Rudolf Bultmann. Dorme com um barulho desses!

2º - Jesus lhe mostra que não existe um lugar geográfico para adorar o Pai (v 21). Entenda uma coisa, a adoração é todo dia e toda hora. Algumas pessoas pensam que é no templo (igreja), que se deve adorar a Deus. Esse é ainda um resquício católico na alma do povo brasileiro que pensa que só no templo que o Senhor deve ser adorado. Jesus falou que onde estiverem dois ou três reunidos em Seu Nome Ele estaria ali (Mt 18.20). Tanto que a Igreja Primitiva se reunia nas casas, pois devido às perseguições não havia como construir templos para se reunirem.

3º - Jesus lhe mostra que o Pai não busca adoração, mas adoradores (v 24). O Pai busca adoradores que o adore em espírito. Que o adore com o coração contrito e não uma adoração ritualista. Em verdade, ou seja, que proceda de um coração totalmente rendido no ato da adoração.

Assim como o Pai é Espírito, os seus adoradores também devem adorá-lo em espírito, ou seja, adorá-lo num nível que ultrapassa a lógica humana. Pois como disse Paulo em sua primeira carta aos Coríntios:

Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo (1Co 2.14-16).

Mas também nos disse que o nosso culto deve ser um culto racional (Rm 12.1). O culto racional não é um culto onde a histeria se faz presente. Onde a pessoa faz coisas que fogem da lógica de um culto a Deus, pois alguns cultos que temos visto por aí, em igrejas que se dizem evangélicas parecem mais com cultos afros. Pelo menos a liturgia  e a coreografia são bem parecidas. 
   
3º - JESUS SE REVELA A QUEM CRÊ NAS PRMESSAS DO PAI (Jo 4.25).

Enquanto os judeus esperavam o Messias da linhagem de Davi, os samaritanos esperavam o profeta que Moisés havia dito que viria depois dele ((Dt 18.15). Este profeta semelhante a Moisés teria condições de explicar todas as coisas dentro da área teológica e prática da vida. Esta mulher nos dá alguns exemplos práticos:

1º - Ela esperava o Redentor. Havia no coração dela a esperança da vinda do Messias, aquele que traria novas revelações e renovo espiritual. Ela era uma mulher que cria no que Moisés havia dito, na promessa registrada no Pentateuco. Isso serve de exemplo para todos nós, pois quantos hoje estão desacreditando das promessas que o Senhor nos deixou. Jesus falou que voltaria para buscar a Sua Igreja, mas quantos desacreditam dessa promessa. Aliás, recentemente eu ouvi um pastor dizer que quando Jesus disse isso na verdade Ele estava dizendo que o mundo iria se tornar melhor e que a Sua vinda não era como se ensinavam nas igrejas, ou seja, ele tanto estava negando o céu quanto a volta do Nosso Senhor. Aliás, duas mensagens têm sido negligenciadas em nossos dias: A que fala a respeito do pecado e a que fala da volta de Jesus.

2º - Ela conhecia o que Moisés havia profetizado. Estamos vivendo hoje em dia um grande analfabetismo bíblico. Pessoas que conhecem doutrinas erradas de ouvirem falar, mas não procuram saber se o que ouviram tem base bíblica ou não. Alguns anos atrás minha esposa foi em uma igreja – estávamos de férias em outro estado – e lá se encontrava um “apóstolo” que iria pregar naquela noite. Passaram-lhe a palavra e ele de início vem com essa pérola “bíblica”: “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. Minha esposa saiu da igreja imediatamente dizendo que não sabia que Antoine de Saint-Exupéry era bíblico.

É isto que temos visto nos púlpitos de muitas igrejas por aí, gente citando de tudo um pouco, menos o que a Bíblia fala, e de forma correta. Digo isso porque uma má hermenêutica causa grandes transtornos também.

4º JESUS SE REVELA COMO O MESSIAS PROMETIDO (Jo 4.26).

A espera havia acabado. O Messias havia chegado e estava junta a ela naquele poço. Aquele que Moisés havia profetizado estava conversando com ela sem descriminá-la, sem ofendê-la, sem magoá-la. Muito pelo contrário, a estava tratando como gente, como filha amada, lhe enchendo o coração de esperança de que o novo havia chegado. Que seus medos seriam transformados em esperança.

Naquele momento ela descobre três coisas maravilhosas a respeito de Jesus.
1º - Que Jesus era maior que Jacó. Ela que buscava a água de um poço aberto por Jacó descobre que Jesus tinha Água da Vida que jorra para vida eterna e lhe ofereceu essa Água.

2º - Que Jesus era mais que um profeta. Mais que um profeta que conhecia o seu passado, esta mulher descobre que Jesus era o criador de todas as coisas.

3º - Que Jesus era o Messias prometido nas Escrituras. Esta mulher descobre que o que o Pai havia falado por intermédio de Moisés estava se revelando diante de seus olhos. Ela descobre naquele início de tarde que o Messias estava diante dela e falando com ela. Sem descriminá-la, sem repudiá-la, sem ofendê-la.

Hoje não é diferente. Quando o Senhor se revela a alguém os olhos se abrem para vê-lo não como um simples profeta, ou como operador de milagres, mas como o Deus encarnado que se importa com cada um de nós e nos acolhe mesmo sendo nós ainda pecadores. A quem o Senhor se revela, dos seus ombros o Senhor tira o fardo pesado do pecado e nos ajuda em nossa dura caminhada.

5º - A QUEM JESUS SE REVELA TORNA-SE ANUNCIADOR DAS BOAS NOVAS (Jo 4.28-30; 39-42).

O texto nos diz que a mulher deixou o seu cântaro e foi correndo anunciar o Cristo. Quem teve um encontro real com Jesus não consegue ficar quieto guardando a bênção só para si.

1º - Quem tem um encontro verdadeiro com Jesus descobre que Ele é mais importante que tudo nesta vida. A alegria que Jesus causou no coração dela foi maior que o interesse pela água que ela havia ido buscar, tanto que deixou o seu cântaro e correu até a cidade. Se Jesus não for mais importante que tudo em sua vida, com certeza, você ainda não teve um encontro real com Ele. Veja o que o Senhor nos diz em relação a isso:

“Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim; e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim” (Mt 10.37,38).

Se Jesus não tomar todo o teu coração, certamente, há algo errado com a sua vida espiritual. A história de SADU SUNDAR SINGH, O APÓSTOLO DOS PÉS SANGRENTOS é um grande exemplo de uma pessoa que teve um encontro com Jesus. Isso sem falar de Saulo de Tarso que se tornou o apóstolo Paulo. 

2º - Quem tem um encontro verdadeiro com Jesus não deixa de anunciar Jesus. Quantas pessoas daquela cidade a viam como uma prostituta. Quantas vezes ela foi ridicularizadas pelos homens e pelas mulheres daquela cidade, mas diante do encontro maravilhoso com Jesus ela deixou todas as mágoas de lado e foi correndo falar para todos que havia encontrado o Cristo.

Se o preconceito e as mágoas forem maiores que a alegria que Jesus causa em nós, há algo errado com o nosso encontro com Jesus.

3º - Jesus tem que ser conhecido não só de ouvir falar, mas deve ser experimentado (42). Isso é tremendo. É algo que trás ao nosso coração lembranças do nosso encontro com o Senhor um dia também. Quando Ele deixou de ser uma boa notícia para ser a verdadeira Boa Nova em nossas vidas. Foi isso que ocorreu com os samaritanos. Eles não criam mais de ouvir falar, mas de estarem com Jesus e descobrirem que Ele era o Cristo prometido e o Salvador do mundo.

E pensar que tudo isso começou com uma mulher que queria saber “Onde está Deus?”

CONCLUSÃO

Aquele dia tão comum para aquela mulher samaritana, de repente ele deixou de ser comum, pois o Salvador Jesus marcou um encontro com ela naquele poço, embora ela não soubesse. Da mesma maneira Jesus está sempre nos surpreendendo. Algo novo sempre acontece nas horas que menos esperamos. Quem sabe você está aqui hoje pensando que será mais um dia como qualquer outro, mas quem sabe hoje será Aquele Dia, não dia que você espera, mas o dia que Jesus quer para você.

Para aquela mulher tudo mudou, pois ela encontrou o Senhor da vida. Ela teve a grata satisfação de conversar com o Salvador do mundo. Com o Seu Salvador. Hoje Ele marcou um encontro com você também.

Pense nisso!

QUAL A URGÊNCIA DA SUA MENSAGEM?


Por Fabio Campos

Texto base: “Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. – 1 Pedro 2.9 (NVI)

Uma das grandes conquistas da Reforma Protestante foi o retorno ao sacerdócio de “Todos os crentes”. Antes o sacerdócio era local, centralizado na pessoa do papa. Somente ele detinha a interpretação das Escrituras e podia anunciar, com autoridade outorgada, as “grandezas do Evangelho de Cristo”. Com a reforma, a igreja (não a católica romano que não se deixou reformar), se voltou ao princípio das Escrituras, ensinado por Pedro: o sacerdócio universal, ou seja, qualquer crente em Jesus, regenerado, pode, então, proclamar as boas-novas, tendo acesso direto as Escrituras, interpretando-as pela iluminação do Espírito Santo o seu significado, aplicando assim, ela [Bíblia] a sua própria vida.

Deus sempre conduziu o seu povo através da sua Palavra. Homens deram a vida para que o “conselho de Deus fosse”anunciado. Nossa responsabilidade é grande diante desta vocação: “... povo exclusivo de Deus, para ANUNCIAR AS GRANDEZAS daquele que os chamou das trevas para sua maravilhosa luz”. Tudo se torna periférico diante desta incumbência. Nossa alma grita ainda que sem voz: “... ai de mim se não anunciar o evangelho” (1 Co 9.16).

Deus é mais forte do que nós. Sua mensagem é fogo consumidor que mexe com toda nossa estrutura física. Todo profeta autêntico não conseguirá resistir a Deus e prevalecer, pois o Espírito Santo intranquiliza o espírito do homem. Quando menos se espera, eis que vem a mensagem do Senhor: “Mas, quando penso: ‘Vou esquecer o Senhor e não falarei mais em seu nome’, então a tua mensagem fica presa dentro de mim e queima como fogo no meu coração. Estou cansado de guardá-la e não posso mais aguentar” (Jr 9.9 NTLH).

Quando Deus fala, o profeta quebra o silêncio. Repare as pessoas mais tímidas e introvertidas. As que não são dadas ao público. Muitas temem diante de um auditório; mas quando lhe vem a Palavra de Deus, na autoridade do Espírito do Santo, toda boca se cala e todo ouvido se abre: “Quando o leão ruge, quem não fica com medo? Quando o Senhor Deus fala, quem não anuncia a sua mensagem” (Am 3.8 NTLH).

Nós temos uma mensagem! Não importa onde você mora; sua condição social; o seu salário - você tem uma mensagem. Entenda! A mensagem do evangelho não é entregue somente à homens letrados e intelectuais. Ainda que se tenham tais virtudes, a mensagem não é entregue por persuasão humana, mas sim pelo poder de Deus. Este poder nos impulsiona e nos faz temer diante da urgência. Pedro não era culto e letrado, mas ele conhecia a Jesus: “... pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (At 4.20). O mais importante ele tinha! Conhecia Cristo face a face, e mesmo diante dos doutores da letra, sua sabedoria, excedia, ao ponto da multidão dizer: “Ao verem a intrepidez de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se; e reconheceram que haviam eles estado com Jesus” (At 4.13).

Todo arauto de Deus sente na sua alma uma necessidade, e principalmente, uma urgência que o esmaga, ou seja, anunciar todo o conselho de Deus. Gastamos muito tempo com coisas que não são urgentes. Muitos estão a tentar “converter” os irmãos já crentes a aceitarem sua posição teológica - de continualista para cessacionista; arminiano para calvinista; pentecostal para tradicional. Não vejo problema em arrazoar o assunto de uma forma equilibrada e saudável. A questão é que isso é secundário. Enquanto estamos nos empreendendo em questões secundários (pessoas que só falam disso), familiares e amigos estão morrendo sem conhecer “o conselho de Deus”. Lamentável! Brigam como um leão no facebook, mas não têm um pingo de ousadia para proclamar o Evangelho de modo simples e objetivo ao perdido. São pescadores de aquário; medíocres porque não se lançam ao mar, pois sabem que lá o desafio é grande.

Esqueceram-se da mensagem da cruz; e este sem equilíbrio e discernimento, do que é ou não urgente, se entregaram totalmente a vaidade do saber. Não proclamam o Evangelho; apenas falam dele e do modo como o interpreta. E o povo que está com fome de pão, recebe, então, migalhas de pessoas que amam mais a sua causa do que a Causa de Deus; a saber, que “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores”. Usando as palavras de Leonard Ravenhill: “Se tivéssemos mais noites sem dormir, em oração, haveria muito menos almas que teriam que passar noites sem dormir eternamente no inferno”.[1]

A palavra não é nossa, mas de Deus, pois assim diz a Escritura: “Pois recebi do Senhor o que também lhes entreguei” (1 Co 11.23). O grande pregador e avivalista, Leonard Ravenhill, certa vez disse: “Eu fico profundamente perturbado quando moços me escrevem, dizendo: ‘Eu sou um profeta do Senhor’. Profetas não são autoproclamados. Eles não se gabam. Eles não buscam um lugar em público onde possam fazer brilhar suas auréolas. Nenhum homem toma essa tremenda honra para si mesmo. E a oposição jamais intimida o verdadeiro profeta. Ele chora diante de Deus e, todavia, ele não precisa de um ombro para chorar. Todos os profetas têm uma mesma segurança: ‘Veio a mim a Palavra do Senhor’”. [2]

O Senhor é conosco! Ele é consolo para todo aquele que se entrega verdadeiramente a Ele, lhe dando não somente a sua palavra, mas a sua própria presença.

Deus nos deu uma mensagem, amados. Ele quer nos usar para o louvor da sua glória. Busque o seu poder. Ele não está interessando (ainda que seja importante) na sua articulação teológica, no seu conhecimento e nem na sua erudição, pois assim mesmo Ele diz: "Não se glorie o sábio em sua sabedoria nem o forte em sua força nem o rico em sua riqueza, mas quem se gloriar, glorie-se nisto: em compreender-me e conhecer-me, pois eu sou o Senhor” (Jr 9.23-24 NVI).

Não se deixe enganar, o diabo sabe que nada pode te separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus. Todavia, sua tentativa é neutralizar o ministério que Deus lhe deu. Ele sabe que não poderá converter você ao ateísmo, mas ele bem sabe que pode distorcer, na sua mente, os atributos de Deus, te convencendo pela mentira que Deus é um tirano, legalista, e que está interessado somente no seu desempenho, ou seja, e que Ele se agrada somente das suas boas-obras para justificação. Em busca do perdão de Deus, ao invés de colocarmos nossa confiança em Cristo, apoiamos-nos em nossa própria força; o esgotamento físico e espiritual só tende a aumentar. Ficamos paralisados, e como disse Leonard Ravenhill: “O fato doloroso é que o sal perdeu o seu sabor. Recentemente eu aprendi que o sal pode perder seu sabor, todavia ele não perde a sua potencia. Quando ele deixa de curar, então ele começa a corromper. Portanto, a igreja morna é um obstáculo maior do que a igreja fria”. [3]

Peça ao Senhor que te renove no Espírito Santo; clame pelas almas. Seja uma bênção no “ministério da reconciliação”. Este é o principal anseio de um homem e de uma mulher de Deus (Rm 10.1). Por estes dias pedi a Deus o seguinte: “Se o Senhor não me der da tua graça e da tua unção, peço, então, que eu não seja mais convidado a pregar em nenhum lugar, pois o que eu entregaria seria apenas conhecimento, fruto de uma “habilidade adquirida”. Certamente, isso seria nocivo a igreja do Senhor Jesus.

Derrame o seu coração a Deus; não importa o que você fez até agora e o quanto você já falhou; busque ao Senhor de “todo o seu coração”. Como disse Leonard Ravenhill: “Oração, em sua forma mais sublime, é suor de alma agonizante”.

Pense nisso, você é um arauto de Deus para “ANUNCIAR AS GRANDEZAS daquele que os chamou das trevas para sua maravilhosa luz”. Assim, você será:

“Aqueles que são sábios reluzirão como o brilho do céu, e aqueles que conduzem muitos à justiça serão como as estrelas, para todo o sempre”. – Daniel 12.3 NVI
Você tem uma mensagem urgente!, ou seja, Jesus está voltando!

Soli Deo Gloria!