terça-feira, 14 de janeiro de 2014

7 problemas da Falsa Religião


Falso ensinamento ilude até os amigos do cristianismo a fazerem, sem perceber, o trabalho de seus inimigos....

Por Jonathan Edwards

A questão mais crucial para a raça humana e para todo o indivíduo é: quais as características que distinguem as pessoas que gozam o favor de Deus - aquelas que estão de caminho para o céu? Ou, de outra forma: qual a natureza da religião verdadeira? Que tipo de religião pessoal é aprovado por Deus?

É difícil dar uma resposta objetiva para esse tipo de questão controversa; mais difícil ainda escrever objetivamente a respeito. O mais difícil é ler objetivamente sobre o assunto! Não é fácil sustentar o que é bom em avivamentos religiosos, examinando e rejeitando ao mesmo tempo o que é ruim neles. Contudo, seguramente temos que fazer as duas coisas se quisermos que o reino de Cristo prospere.

Admito que há algo muito misterioso no assunto; existe tanta coisa boa misturada com tanta coisa má na Igreja! É tão misterioso quanto a mescla de bem e mal no cristão como indivíduo; mas nenhum desses mistérios é novo. Não é novidade o florescimento de religião falsa em tempo de avivamento, ou o aparecimento de hipócritas entre os verdadeiros fiéis. Isso ocorreu no grande avivamento no tempo de Josias, como vemos em Jr 3:10 e 4:3-4. O mesmo se deu nos dias de João Batista. João despertou toda a Israel por suas pregações, mas a maioria apostatou pouco depois. João 5:35 - "por um tempo, estão dispostos a se alegrar em sua luz". O mesmo ocorreu quando o próprio Cristo pregou; muitos O admiraram por um tempo, mas poucos foram fiéis até o fim. De novo, a mesma coisa ocorreu quando os apóstolos pregaram, como sabemos pelas heresias e divisões que perturbaram as igrejas durante o tempo dos apóstolos.

Essa mistura da religião falsa com a verdadeira tem sido a maior arma de satanás contra a causa de Cristo. É por isso que devemos aprender a distinguir entre a religião verdadeira e a falsa - entre emoções e experiências que realmente advêm da salvação e as imitações que são exteriormente atraentes e plausíveis, porém falsas.

Deixar de distinguir entre religião verdadeira e falsa, tem conseqüências terríveis. Por exemplo:

(1) Muitos oferecem adoração falsa a Deus, pensando ser aceitável a Ele, mas que Ele rejeita.

(2) Satanás engana a muitos sobre o estado de suas almas; desse modo arruína-os eternamente. Em alguns casos, satanás leva as pessoas a pensar que são extraordinariamente santas, quando na realidade são o pior tipo de hipócritas.

(3) Satanás estraga a fé dos verdadeiros crentes; mistura deformações e corrupções à religião, causando os verdadeiros crentes a se tornarem frios em suas emoções espirituais. Ele confunde também a outros com grandes dificuldades e tentações.

(4) Os inimigos explícitos do cristianismo se animam quando vêem a Igreja tão corrompida e desviada.

(5) Os homens pecam na ilusão de estarem servindo a Deus; portanto, pecam sem restrições.

(6) Falso ensinamento ilude até os amigos do cristianismo a fazerem, sem perceber, o trabalho de seus inimigos. Destroem o cristianismo com muito mais eficiência que os inimigos declarados podem fazer, na ilusão de o estarem fazendo progredir.

(7) Satanás divide o povo de Cristo e coloca-os uns contra os outros; os cristãos disputam acaloradamente, como que com zelo espiritual. O cristianismo degenera em disputas vazias; as partes em disputa correm para lados opostos, até que o caminho correto, ao meio, fica totalmente negligenciado.

Quando os cristãos vêem as terríveis conseqüências da falsa religião passar por religião verdadeira, suas mentes ficam perturbadas. Não sabem para onde se voltar nem o que pensar. Muitos duvidam da existência de qualquer realidade no cristianismo. Heresia, incredulidade e ateísmo começam a se propagar.

Por essas razões, é vital que façamos todo o possível para compreender a natureza da verdadeira religião. Até que o façamos, não podemos esperar que os avivamentos tenham longa duração, nem podemos esperar muito proveito de nossas discussões e debates religiosos, uma vez que sequer sabemos sobre o que estamos discutindo.

QUANDO A IGREJA DORME



Por Pr. Silas Figueira
texto base Jonas 1.1-17
INTRODUÇÃO
Antes de ser recebido de volta ao céu, o Senhor Jesus deu algumas ordens aos seus discípulos: A primeira ordem foi que eles permanecessem na cidade de Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder (Lc 24.49).  A segunda foi que eles seriam suas testemunhas começando por Jerusalém até aos confins da terra assim que recebessem o poder do Espírito Santo (At 1.8).

Em Mateus 28.18-20 nos diz também: “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”.

Assim como a Igreja recebeu essa ordem do Senhor de serem suas testemunhas, Jonas, filho de Amitai, também recebeu. Não que ele fosse até aos confins da terra, mas que fosse a Nínive, capital da Assíria. Assim como Jonas foi negligente a ordem de Deus, a igreja nesses últimos tempos tem sido negligente a ordem do Senhor Jesus de evangelizar o mundo.

Com temor e tremor eu quero meditar nesse ocorrido na vida de Jonas com você.

As tragédias dentro de nossas casas, ao nosso redor e na sociedade é porque a igreja está fugindo do real compromisso que é pregar o Evangelho libertador. Tem-se pregado tudo, menos o Evangelho de Jesus Cristo. Tem-se pregado curas e prosperidade, tem-se feito shows gospel em vários lugares e igrejas. Muitas igrejas têm levado seus jovens a pularem de alegria, mas não estão fazendo com que esses mesmos jovens se prostrem na presença do Senhor. Há muita gargalhada, mas não lágrimas de arrependimento. Muitas pessoas de identificam com o pregador que tem uma mensagem light, leve e solta, mas, essas mesmas pessoas não suportam ouvir a mensagem que liberta. A igreja está sendo complacente como pecado e não se esforçam para tirar o pecador da lama em que se encontra.

O Senhor Jesus quando esteve com aquela mulher adúltera não a condenou para morrer apedrejada, mas lhe disse para abandonar o pecado: “Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais” (Jo 8.10,11). Hoje muitas igrejas também não condenam o pecador, mas também não o mandam abandonar o pecado. O importante, para muitas igrejas hoje, é fazer com que seus templos estejam abarrotados de pessoas, ainda que Jesus não esteja nele. Alias alguém já disse que se Jesus sair de determinadas igrejas ninguém notará a Sua falta.

Eu não quero isso para minha vida e muito menos para a igreja que pastoreio. Eu quero com urgência a presença do Senhor comigo, sobre a minha e sua família e sobre a nossa igreja.

Por isso eu quero pensar com você sobre a vida de Jonas, pois, assim como ele fugiu de Deus e da responsabilidade de pregar aos ninivitas, nós hoje temos visto ocorrer a mesma coisa em muitas igrejas. E porque não dizer, em nós mesmos. Por isso a tragédia está nos batendo à porta todos os dias e muitos não se dando conta de que a culpa é da igreja que deixou de ser boca de Deus aos homens para se boca dos homens a Deus.

EXEMPLO

A filha de Billy Graham foi entrevistada no Early Show e a apresentadora Jane Clayson perguntaram-lhe:
- Como é que Deus permitiu que acontecesse algo tão horroroso no dia 11 de Setembro?
- Anne Graham deu uma resposta extremamente profunda e sábia:
“Eu creio que Deus ficou tão profundamente triste com o que aconteceu, como nós”.
Desde há muito que vemos dizendo a Deus para não interferir nas nossas escolhas, para sair do nosso governo e das nossas vidas. Sendo um cavalheiro como Deus é eu creio que Ele calmamente nos deixou.
Como poderemos esperar que Deus nos dê a Sua benção e a Sua proteção se nós exigimos que Ele não se envolva mais conosco?
À vista dos acontecimentos recentes (ataque dos terroristas, tiroteio nas escolas, etc.), eu creio que tudo começou desde que Madeline Murray O’Hare (que foi assassinada e cujo corpo foi recentemente encontrado), se queixou de que era impróprio fazer-se oração nas escolas americanas como tradicionalmente se fazia, e nós concordamos com a sua opinião. Depois disso, alguém disse que também seria melhor não ler mais a Bíblia nas escolas… A Bíblia, que nos ensina que não devemos matar nem roubar, e que devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos. Nós concordamos.

É triste como cremos em tudo o que os jornais e a TV dizem, mas duvidamos do que a Bíblia nos diz. É triste como todo o mundo quer ir para o céu, desde que não precise acreditar nem pensar ou dizer qualquer coisa que a Bíblia ensina.

Deus tenha misericórdia de nós!

O mesmo está acontecendo hoje em muitas igrejas. As pessoas querem as bênçãos de Deus, mas não querem compromisso com o abençoador. Querem receber a Sua graça, mas não querem ter a imensa graça de tê-Lo em suas vidas de forma plena.

Muitos estão vivendo um evangelho meia boca. Um evangelho sem compromisso. Um evangelho sem cruz. Mas quando a tragédia lhes bate a porta perguntam onde estava Deus que permitiu que isso lhes acontecesse. Mas mesmo com tantas tragédias acontecendo ao nosso redor a igreja continua dormindo o sono do descaso, o sono da falta de compromisso com Deus, o sono da negligência.

Sabe por que isso tem ocorrido? Porque muitos colocam como prioridade em suas vidas as festas e não a Casa do Senhor. Fazem de tudo para estarem com os ímpios, não para evangeliza-los, mas para se divertirem com eles. Divertem-se com eles, mas não choram aos pés do Senhor em favor de suas almas perdidas. Muitos só correm para os cultos de oração quando as coisas estão difíceis, mas esses mesmos não correm para esses mesmos cultos para interceder pelas almas dos perdidos, nem para com os de suas próprias casas.

Existe hoje um descompromisso com a evangelização. E é bom lembrar que a Evangelização começa com o nosso testemunho diário. Assim como Jonas fugiu de Deus para não ir para Nínive, muitas pessoas estão fugindo de Deus para não cumprir a Sua Palavra e evangelizar o mundo.

A igreja que não evangeliza precisa ser evangelizada, como já disse o Rev. Hernandes Dias Lopes. A igreja que foge da responsabilidade de evangelizar se torna tragédia para o mundo. E o pior, não se dá conta de que ela é a responsável por isso. O navio (sociedade) está indo a pique e ela continua dormindo o sono do descaso. O sono da indiferença.

Por isso eu quero pensar com você sobre o perigo que podemos causar quando a igreja foge de Deus e de responder positivamente a Sua ordem.

1 – QUANDO A IGREJA FOGE DE DEUS, ESTÁ NEGLIGENCIANDO A SUA ORDEM  - Jn 1.1-3.

Jonas era profeta do Reino Norte, ou seja, Israel. Ele era filho de Amitai. Ele morava na cidade Gate-Hefer, na tribo de Zebulom, no norte de Israel, a sete quilômetros de Nazaré (2Rs 14.25). Jonas era Galileu e contemporâneo de Amós e Oséias. Seu nome significa pomba, mas parecia mais uma avestruz com a cabeça enterrada no travesseiro. Ele foi profeta no ano de 750 a.C.

Jonas amava Israel, mas odiava os assírios, cuja capital era Nínive. E ele não queria a sua salvação. Jonas era um nacionalista extremado, mesquinho, vingativo e não queria entender porque Deus desejava que ele pregasse a um povo que queria destruir Israel.

No entanto, a palavra veio a Jonas e não a outro profeta. A palavra veio a mim e você e não a outra pessoa. A palavra veio à igreja e não ao mundo e nem aos anjos.

Não nos compete questionar com Deus a sua convocação, mas obedecê-la. Mas assim como Jonas fugiu para não obedecer a Deus, muitas pessoas estão fazendo a mesma coisa hoje; mas saiba de uma coisa: o profeta não escolhe o que pregar, onde pregar e a quem pregar, ele obedece ao Senhor. Veja por exemplo a história de Moisés que não queria pregar a faraó dando a desculpa que era pesado de língua (Êx 4.10), ou a história de Jeremias que deu a desculpa de que não passava de uma criança (Jr 1.6). Não devemos fazer como esses homens dando desculpas diante de Deus, mas devemos ser como Filipe que obedeceu a voz do Espírito Santo e saiu de um pleno avivamento em Samaria e foi para o deserto obedecendo ao Senhor (At 8.26).

2 – QUANDO A IGREJA FOGE DE DEUS, ELA DESCE AO MAIS BAIXO NÍVEL ESPIRITUAL – Jn 1.1-3.

Jonas desce a Jope, cidade costeira. Depois desce ao porão do navio e por fim para dentro do grande peixe.

Jope é representa o lugar de fuga. Tanto que lá encontra uma passagem para Társis. Que na época levava cerca de um ano de viagem até chegar lá. Entre pregar a Palavra aos ninivitas e fugir para o fim do mundo, Jonas fez a segunda opção.

O navio significa o lugar de independência de Deus. O porão do navio era o lugar de descanso de Deus não e não em Deus. Este era o lugar onde Deus não estava, ou pelo menos Jonas pensava que não estivesse. Era o lugar onde Jonas poderia dormir o sono do descaso, o sono da fuga, o sono da indiferença.

O ventre do grande peixe é o lugar de morte Jn 2.1-6. Este é o lugar do desespero e da real condição da alma humana e, principalmente, de quem está fugindo de Deus.

O que está acontecendo com a igreja hoje

A igreja atual está crescendo assustadoramente, mas não está havendo mudança na sociedade. Estão havendo muita adesão as igrejas, mas quase nenhuma conversão. A igreja tem sido lugar de entretenimento, mas não lugar de adoração a Deus. As pessoas vêm à igreja para se sentirem bem, mas não para ouvirem a verdade que liberta e que trás verdadeiramente mudança para a vida.

A vida do profeta Jonas é um reflexo da atual igreja. Ouvem Deus, mas não lhe obedecem. Ouvem Deus, mas fogem de sua presença. Ouvem Deus, mas estão dormindo o sono do descaso e da indiferença.

Assim como Jonas, a igreja tem desafiado Deus em não lhe obedecer a Palavra. Por isso o nível espiritual da igreja atual está abaixo de zero. Aquilo que alguns anos era anormal para a vida co cristão hoje as pessoas dizem que não tem nada a ver.

Ouvi recentemente um pastor que estava em um debate em uma rádio evangélica participando de um debate. Ele contou que foi convidado para pregar na inauguração do novo templo de uma determinada igreja. Como ele havia chegado cedo, o pastor foi lhe mostrar as dependências do novo templo. Realmente a igreja estava muito bonita. Mas esse pastor convidado observou que havia vários quartos na igreja, parecendo um pequeno hotel. Então ele perguntou ao seu anfitrião para que eram aqueles quartos. Se era para hospedar missionário e pastores... O pastor então lhe disse que aqueles quartos eram para que os jovens da igreja no final do culto não fossem para os motéis do bairro, mas ficassem por ali mesmo, pois o bairro era muito perigoso. O pastor convidado na mesma hora pegou a sua mala e foi embora.

Isso não me contaram, eu ouvi e muito me entristeci. A que nível muitas igrejas tem chegado. Isso sem falar em MMA gospel, capoeira gospel, festa heaven gospel, recentemente vi um cartaz do Cristo Folia – quatro dias de festa no período de carnaval, tudo isso dentro da “igreja”. Arroja gospel... Por falta de espaço e tempo é melhor parar por aqui.

3 – QUANDO A IGREJA FOGE DE DEUS, ELA SE TORNA TRAGÉDIA PARA A SOCIEDADE – Jn 1.4-6.

O navio estava indo a pique por causa da forte tempestade que o Senhor enviara. Deus não enviou a tempestade para destruir o navio e muito menos a Jonas, mas para fazê-lo retornar ao caminho certo. As tempestades de Deus são pedagógicas, elas nos tomam pela mão e nos colocam no caminho de volta para Deus.

Observe que Deus não está mais falando com Jonas por meio de Sua Palavra, mas através de Suas obras: o mar revolto, o forte vento, a chuva o trovão, e até o grande peixe. Isso sem falar do sol, do vento, da planta e do verme. Tudo na natureza obedeceu a Deus, exceto seu servo. Até por meio dos marinheiros pagãos Deus falou com o profeta fujão.  

Aqueles que são chamados para serem uma bênção quando andam pela estrada da desobediência se tornam maldição. Um servo de Deus na rota de fuga é um causador de tempestades. Um crente desobediente é extremamente perigoso; é pior que um ateu. 

a – Quando estamos em rota de fuga de Deus tudo fala de Deus ao nosso redor (v 5, 6).

Observe que os marinheiros pagãos tornaram-se mais sensíveis aos sinais dos tempos do que Jonas. Os marinheiros pagãos têm discernimento que aquela tempestade no Mar Mediterrâneo não era um fenômeno natural. Eles percebem que havia uma causa espiritual por trás daquela borrasca. A sensibilidade dos pagãos é surpreendente!

E o causador era Jonas. Será que a igreja não percebe que grande parte das calamidades que andam ocorrendo na sociedade a culpa é dela, que está somente preocupada com eventos e mais eventos e não em pregar o evangelho libertador aos perdidos?

b – O mundo está pedindo socorro, mas a igreja dorme o sono do descaso e da insensibilidade assim como Jonas dormia (v 6).

Invoca o teu Deus é o pedido do mundo a nós. Mas, assim como Jonas, a igreja está de boca fechada. Jonas estava com a consciência amordaçada assim como a sua voz.

Diante da calamidade Jonas dormiu tranquilamente o sono mais pesado. Dormiu sem peso na consciência. Dormiu sem se dar conta do que estava acontecendo. Mesmo com toda agitação do navio e dos marinheiros, ele não acordou. Foi necessário chamá-lo para fazer uma oração. E mesmo assim ele não fez. Jonas não orava.

É interessante observar que a expressão: “Levanta-te, invoca o teu deus...” v 6, é a mesma expressão usada por Deus: “Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive” (v 2). Deus usou o ímpio para despertá-lo e lembrá-lo do seu compromisso como profeta comissionado. E é exatamente isso que o mundo está fazendo com a igreja hoje. O mundo espera, ainda que de forma inconsciente, que a igreja se levante como voz profética para trazer esperança aos corações aflitos.

A igreja precisa ser a voz de Jesus dizendo a todas as pessoas: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mt 11.28-30).

Aqueles marinheiros estavam desesperados vendo a morte de frente, mas Jonas estava calado; e o pior, foi o causador de todo aquele caos que recaiu sobre eles.

4 – QUANDO A IGREJA FOGE DE DEUS, ELA É CONFRONDADA PELO MUNDO PAGÃO (V 7-10).

Lançaram sorte e o azar foi de Jonas. Lançaram sorte e descobriram que Jonas era o “pé frio” do navio.

a – Quando a igreja abre a boca para dizer quem é Deus o temor se apossa do mundo.

Jonas quando disse que temia o Senhor do céu, que fez o mar e a terra, ou seja, o criador de todas as coisas os marinheiros temeram. E ao mesmo tempo questionaram como pode uma pessoa dizer que teme um Deus assim e foge de Sua presença?

Elias se esconde na caverna e o Senhor lhe pergunta: que fazes aqui Elias? Não dá para fugir de Deus. Não dá para se esconder dEle. Como nos diz o Salmo 139.7-12: “Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares, ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá. Se eu digo: as trevas, com efeito, me encobrirão, e a luz ao redor de mim se fará noite, até as próprias trevas não te serão escuras: as trevas e a luz são a mesma coisa”.

b - Uma crente em fuga de Deus é uma pessoa incoerente com a fé que professa (v 10).

Observe que os pagãos se mostram mais zelosos em servir aos seus deuses do que o profeta em obedecer a Deus. Eles oram e clamam aos seus deuses, mas Jonas não dirige sequer uma oração a Deus enquanto estava na presença dos marinheiros. Aliás, só vemos Jonas orando dentro do ventre do grande peixe, fora disso ele não ora. É interessante observar que Jonas não ora, mas quando acorda desperta em uma reunião de oração.

5 – QUANDO A IGREJA FOGE DE DEUS, MAS ASSUME ISSO DIANTE DO MUNDO PAGÃO GERA TEMOR TREMOR NAS PESSOAS (V 11-17).

O mundo se pergunta o que fazer quando a mensagem da verdade é pregada. Tanto que perguntam: que faremos? Essa mesma pergunta foi feita após o grande discurso de Pedro no dia de Pentecostes: “Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos?” (At 2.37).

Essa é a pergunta chave que o mundo nos faz. Mas qual tem sido a resposta da igreja a essa pergunta? Muitos dizem que se deve fazer corrente de sete semanas; outros dizem que se deve ofertar com liberalidade para se alcançar a vitória; outros já dizem que se deve tomar posse da bênção e não duvidar para não perdê-la.

Mas o que o mundo precisa ouvir é o que o apóstolo Paulo falou ao carcereiro de filipos: “O carcereiro despertou do sono e, vendo abertas as portas do cárcere, puxando da espada, ia suicidar-se, supondo que os presos tivessem fugido. Mas Paulo bradou em alta voz: Não te faças nenhum mal, que todos aqui estamos! Então, o carcereiro, tendo pedido uma luz, entrou precipitadamente e, trêmulo, prostrou-se diante de Paulo e Silas. Depois, trazendo-os para fora, disse: Senhores, que devo fazer para que seja salvo? Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa. E lhe pregaram a palavra de Deus e a todos os de sua casa. Naquela mesma hora da noite, cuidando deles, lavou-lhes os vergões dos açoites. A seguir, foi ele batizado, e todos os seus” (At 16.28-33).

Jonas assume a culpa e os marinheiros veem que o Deus de Jonas é o único Deus verdadeiro (V 14-16). Quando a igreja se posiciona de forma coerente com a fé que professa há salvação e vidas são transformadas.

Um avivamento no navio

Em meio ao caos houve um grande avivamento no navio. Naquele lugar de tormenta, foi onde o Senhor, através da verdade nos lábios de Jonas, trouxe vida e esperança a dezenas de pagãos. Aquele navio a mercê das ondas, foi incendiado pelo fogo do Espírito Santo. Bem disse Jesus: “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” Jo 8.32.  Vemos com isso que a igreja não precisa inventar nada, basta pregar a verdade.

O Senhor começou o avivamento não por Nínive, mas nos pagãos dentro daquele navio onde Jonas foi se esconder e fugir da presença de Deus.

Quando embelezamos esse evangelho para fazê-lo atraente a homens carnais, destruímos o seu poder de libertá-los, e nós mesmos começamos a nos desviar do caminho da vida. Por esta razão, Paulo nada pregou além de Cristo, e este crucificado. Saiba que, se os homens viessem por qualquer mensagem, suas conversões seriam falsas. E o que levou aquelas pessoas ao despertamento espiritual dentro daquele navio? O desespero! Ao verem que seus deuses nada podiam fazer e descobriram que por causa de um homem que servia ao único Deus verdadeiro tudo aquilo estava acontecendo, imediatamente aqueles homens se curvaram ante a verdade, se converteram ao Senhor Jn 1.14-16: “Então, clamaram ao SENHOR e disseram: Ah! SENHOR! Rogamos-te que não pereçamos por causa da vida deste homem, e não faças cair sobre nós este sangue, quanto a nós, inocente; porque tu, SENHOR, fizeste como te aprouve. E levantaram a Jonas e o lançaram ao mar; e cessou o mar da sua fúria. Temeram, pois, estes homens em extremo ao SENHOR; e ofereceram sacrifícios ao SENHOR e fizeram votos”.

Jonas era um homem contraditório. Ele tem doutrina boa, mas vida errada. Ele tem conhecimento, mas não tem amor. Ele tem temor, mas não tem reverência. Seus interesses estão acima da vontade de Deus. Sua fé é antropocêntrica, focada no homem e não em Deus, mas mesmo assim Deus o usou para salvar dezenas de pessoas. Graça, só pela graça de Jesus que realmente somos salvos.

Jonas está disposto a morrer, mas não revê suas atitudes (Jn 1.12).

Jonas não aceita a misericórdia de Deus, por isso abortou a sua missão; e está disposto a fazer isso novamente para não ter que ir a Nínive e ver a sua população sendo salva. Mas em todo tempo Deus está corrigindo o seu servo. Enquanto ele quer morrer, os marinheiros fazem de tudo para salvar-lhe a vida (v 13). Os pagãos se preocuparam mais com Jonas do que Jonas com 120 ninivitas que não sabiam discernir a mão direita da esquerda (Jn 4.11). Isso é uma grande lição para nós.

CONCLUSÃO

Qual tem sido o nosso posicionamento diante do mundo perdido? Será que estamos preocupados com as almas que estão caminhando a passos largos para o inferno ou estamos preocupados somente com o nosso umbigo? Com as nossas revanches pessoais?

Será que esse mesmo espírito antropocêntrico que estava sobre Jonas não tem tomado também as nossas mentes e corações? 

Que possamos fazer a vontade do Senhor com dedicação e empenho reconhecendo que o mundo precisa com urgência dessa palavra que salva e liberta. Que não venhamos ser pedra de tropeço para ninguém e principalmente, maldição na nação.


Pense nisso!

OH! E AGORA, QUEM PODERÁ ME SALVAR?

Por Fábio Campos
Texto base: “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie”. – Efésios 2.8-9
Esta é uma missão impossível para o Chapolin Colorado! O homem é um ser totalmente perdido! O pecado já não bate a porta; mas sempre foi [depois da queda] convidado a entrar e recebido com honra e alegria no coração do pecador. Não há quem faça o bem! Não há um justo sequer! A situação se torna pior quando se busca a redenção pela força do próprio braço.
A lei da evolução é contraposta pelos fatos estampados nos jornais. O coração do homem está cada vez mais perverso; os “bons” não agem inescrupulosamente a vista de todos, mas conhecem suas mazelas e lutam contra elas; a consciência os acusa trazendo a intranquilidade ao coração. Muitos são caridosos por medo da ira divina que os assolam. Grande trapo de imundície esta prática torna-se aos olhos do Senhor. Medo e não amor; orgulho pela própria justiça e não humildade pelo dom gratuito de Deus em Jesus Cristo. 
Nisto foi manifesto um Salvador; um povo que jazia em trevas viu a grande luz, e as ternas misericórdias de Deus nos visitou pelo Sol Nascente. Cumpriu na carne o que é requerida pela lei. Sabendo da estrutura do homem [que é pó], Ele se faz carne; o Eterno Deus-Filho por alguns instantes deixou a eternidade e entrou no tempo, invadiu fisicamente o espaço dos homens; seu objetivo foi esclarecer ao homem o seu anseio pela eternidade. Isto foi falado pelos profetas, mas agora o Filho que é a imagem do Deus invisível, falou claramente na sua própria pessoa. Levou-nos para a casa do Pai; transportou-nos para o seu Reino, e de Eternidade a Eternidade és Deus. Abandonamos o lar em Adão, mas fomos reconduzidos em Cristo, pois seus Céus há muitas moradas.
O cansaço espiritual provém de uma alma orgulhosa que se preocupa com o seu desempenho. Na tentativa de se emancipar do seu Criador, cria-se métodos para salvar-se a si mesmo; logo mais se constata: nada evoluiu! Quando não é uma coisa, lá está o pecado em outra. Só piorou! A culpa aumentou; o que deveria tornar-se arrependimento gerou apenas um leve e momentâneo remorso. Não há temor, mas um medo do quê tal ato pode trazer de malefício.
Ascende-se a luz da esperança; “eis aí alguém que recebe pecadores e come com eles”. Não pelas obras, mas pela fé. Tudo para que o homem não se glorie em nada daquilo que só Deus deve receber a Glória: O Senhor salvou o homem através de Jesus Cristo - todos os salvos de fato, não vivem mais, mas Cristo vive neles. Presente de Deus, gratuito no Filho e que, em nada, precisa de acréscimos para ser recebido e desfrutado. Agora segue as boas-obras pela gratidão e pelo amor a Deus, e não para ganhar o seu perdão devido ao medo, pois o verdadeiro amor lança fora todo o medo.

A re-humanização da humanidade

Por Joe Holland 

Em dezembro de 2013, presenciamos dois eventos de enorme impacto – o primeiro foi o aniversário do tiroteio de Sandy Hook e o segundo, a morte de Nelson Mandela. Ambos eventos, posicionados em um contexto de morte, são opostos um ao outro. Um foi uma triste memória de um mundo quebrado pela doença mental e violência. O outro foi o reconhecimento de uma vida em prol da dignidade humana. E é nessa tensão entre a dignidade e a fragilidade que todo humano nesse planeta vive, tentando encontrar um sentido em tudo isso.

Que é o Homem?

O salmo 8 representa uma ilha de esperança no Velho Testamento e atesta essa tensão tão real. É uma canção de Davi em que o autor reflete acerca da dignidade humana em face da fragilidade da humanidade. Os versos 4 a 8 dizem:

“Que é o homem, que dele te lembres e o filho do homem, que o visites? Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e de honra o coroaste. Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste: ovelhas e bois, todos, e também os animais do campo; as aves do céu, e os peixes do mar, e tudo o que percorre as sendas dos mares”.

Note algumas coisas que esse Salmo ensina:

Apesar da fragilidade do homem e seu tamanho minúsculo se comparado aos pores do sol e extensões das montanhas, Deus o deu dignidade. Deus está atento ao homem.

Sobre todas as criaturas, Deus escolheu o homem para carregar a imago dei, a imagem de Deus. O Senhor coroou o homem com glória e com honra.

O homem foi designado por Deus para administrar a criação. O propósito de Deus para a criação foi de que todas as coisas estariam submetidas à humanidade.

Essas são três promessas maravilhosas sobre a capacidade e o plano para a humanidade. Mas, ao olharmos para o mundo e para a história humana, encontramos essas três coisas se concretizando?

Um investigação CSI: Mundo

Ao consideramos a humanidade no laboratório forense de nossos corações e mentes, encontramos uma história bem diferente acontecendo. Apesar das promessas de dignidade, a fragilidade parece constantemente ganhar o dia. Tentações abundam. O pecado flui excessivamente. As notícias nos apontam repetitivamente para assassinatos e corrupção, enquanto nossas vidas diárias produzem montanhas de descontentamento, desapontamento e descrença. Por favor, note que eu não estou pretendendo ser macabro. Estou, entretanto, procurando o realismo que apenas o Cristianismo pode dar. O autor de Hebreus segue essa linha de pensamento em Hebreus 2.8, em que considera o salmo 8 e diz:

“Todas as coisas sujeitaste debaixo dos seus pés. Ora, desde que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou fora do seu domínio. Agora, porém, ainda não vemos todas as coisas a ele sujeitas”

O autor de Hebreus obviamente tinha uma propensão para o eufemismo. Nós ainda não vimos nenhum homem como um mordomo totalmente livre dominando sobre a criação como um representante da imago de Deus. Na verdade, vemos o oposto. Pecamos, e o pecado facilmente nos envolve (Hb 12.1). O que queremos fazer além da nossa capacidade e as coisas que odiamos por muitas vezes aparecem como nossa experiência habitual (Rm 7). Nos encontramos ansiando sem resposta por uma dignidade definitiva e pela liberdade da fragilidade. Mas a intenção de Deus nunca foi para que o homem caído retirasse a si mesmo de sua própria corrupção. Dignidade e fragilidade encontrariam reconciliação de outra forma bem mais radical e custosa.

Nós vemos Jesus

O autor de Hebreus leva seu processo de pensamento teológico a uma conclusão ao nos dizer que, como não vemos a mudança que procuramos em nossas próprias vidas, vemos sim a Ele:

“Vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que os anjos, Jesus, por causa do sofrimento da morte, foi coroado de glória e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todo homem” (Hb 2.9).

Deus soluciona a tensão do salmo 8 de uma forma totalmente inesperada. O Deus da criação reconcilia a dignidade e fragilidade humanas na encarnação de seu filho, Jesus Cristo. Na edição do “Comentário do uso do Novo Testamento no Velho Testamento” de DA Carson e GK Beale, lemos:

“Cristo, então, em sua solidariedade para com os seres humanos, foi capaz de trazer a realização completa da intenção do salmo… Ao adicionar humanidade à sua deidade através da encarnação, Cristo se juntou a nós em nossa fragilidade, nossa pequenez frente ao escopo da vasta criação. Ele se moveu de sua atmosfera pré-encarnada de poder e autoridade que empunha ao criar o mundo e assumiu um lugar menor na ordem criada. A fragilidade consequente desse movimento foi finalizada na morte do Filho por todos (Hb 2:8-9). Ainda assim, por causa do sofrimento e da morte, ele foi “coroado em glória e honra”, nas palavras do salmo. A dignidade dos humanos, garantida a Adão em seu lugar no mundo, vem ao completo cumprimento e expressão no Filho enquanto ele é feito Senhor de todas as coisas, todas as coisas sendo colocadas debaixo de seus pés”.

Jesus, como verdadeiramente Deus e homem, é também verdadeiramente digno e frágil. Ele é tanto Deus quando a imago de Deus. Ao provar a morte por aqueles que colocariam a sua fé nele, ele traça um caminho para que pecadores façam parte da intenção original de Deus para a humanidade, conforme expressa no salmo 8. Se a queda de Adão é o grande evento desumanizador na história humana, então, a encarnação do segundo Adão e sua subsequente morte e ressurreição é o re-humanizador daqueles que encontram salvação nele.

O que fazer

1. Admita a fragilidade da experiência humana. Discussões próximas ao Natal são um bom momento para se conectar com as vidas machucadas e quebradas a nossa volta. Apesar da sua aparência comemorativa, feriados festivos são algumas das épocas mais penosas para um grande segmento da nossa sociedade. A maioria das pessoas está procurando desesperadamente por alguém com quem passa ser transparente acerca de suas dificuldades. O cristianismo nos permite dizer francamente: “as coisas (ainda) não estão da maneira como deveriam ser”.

2. Admita o que você vê quando você se olha. Como o autor de Hebreus diz, se estivéssemos trabalhando com evidências forenses, ao olharmos para nós mesmos, não veríamos a dignidade que desejamos. Não vemos a mudança pela qual oramos. Certamente, pela providência e ao longo do tempo, nós experimentamos a santificação da graça de Deus. Mas, quando olhamos para nós mesmo, sempre percebemos uma falta.

3. Olhe para Jesus. Esse é o maior ponto do autor de Hebreus. Pare de olhar para si mesmo para completar o que diz o salmo 8. Deus queria que Jesus fizesse isso. Apenas ele, em sua encarnação, abarca os requisitos necessários para se alcançar a salvação. Apenas ele, em sua fragilidade, pôde testar a morte e apenas ele foi digno de conquistá-la.

4. Viva dessa verdade. Se nós podemos, pela graça de Deus, começar a olhar menos para nós mesmos e mais para Jesus, então começaremos a mudar. Começamos a viver uma vida conforme o evangelho (Gálatas 2.14) ao sermos transformados na imagem daquele homem coroado com glória e honra, ainda Jesus (2 Co 3.18).