sexta-feira, 14 de março de 2014

Deus é Gay?


Por Walter McAlister

Recentemente vi uma foto, em um aplicativo chamado Pinterest, de um rapaz de cabeça raspada e sem camisa que bradava em direção ao céu. O que me chamou a atenção é que em seu peito trazia escrito God is gay, ou Deus é gay. A imagem me causou espécie, claro. Mas, desde então, me pus a refletir sobre ela.

Muitos procuram no Estado uma espécie de reconhecimento. Seja pela obtenção de direitos políticos ou pela sanção dos poderes constituídos, desejam autenticar a sua existência. Essa ânsia de reconhecimento existe, claramente, nos grupos mais diversos, inclusive na própria igreja dos nossos tempos. Queremos bíblias expostas em praças e na entrada de prédios públicos, sabe-se lá por que — como se isso tivesse algum valor. Não tem. Mas muitos percebem a exposição de objetos de cunho religioso em lugares públicos como um tipo de avanço do Evangelho. Só que não é.

Aquele rapaz obviamente não se contenta com um movimento político. Ele quer se afirmar pela declaração do que crê ser a natureza de Deus. Mas Deus não é gay. Nem tampouco é homem, mulher, alto, baixo, branco, negro, de esquerda ou de direita, revolucionário ou conservador. Deus é além. Está acima de tudo. E Ele se revelou. Só que, ao afirmar que Deus é qualquer uma dessas coisas, o que fazemos? Tentamos atribuir legitimidade à nossa identidade, às nossas convicções ou às nossas vindicações. Ao atribuir o que seja a Deus, o que de fato estamos tentando é afirmar da forma mais inquestionável possível o que somos. Pois, afinal, o que há acima de Deus?

O problema é que, ao atribuir ao Senhor a nossa imagem, fazemos violência à sua imagem. Pois sua imagem não se limita à nossa. É certo que as Escrituras dizem que fomos criados à sua imagem e semelhança. Trazemos no cerne da humanidade a imagem de Deus, embora gravemente chamuscada pelo pecado. A violência que praticamos contra essa imagem reside no fato de tentarmos definir Deus pelo que fizemos com essa semelhança. Assim como o filho que trai o pai e depois quer que ele seja culpado pelos seus atos, nós traímos a nossa origem, rejeitando a sua imagem, para, em seguida, atribuirmos o que fizemos ao Criador. É uma falácia repetida ad nausium, geração após geração. E essa falácia é o fundamento de toda idolatria. Pois, ao fazermos Deus à nossa imagem e semelhança, rejeitamos a sua verdadeira imagem. Veja o que Paulo escreveu no primeiro capítulo de sua carta aos romanos:

18 Portanto, a ira de Deus é revelada dos céus contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça, 19 pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. 20 Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis; 21 porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e o coração insensato deles obscureceu-se. 22 Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos 23 e trocaram a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de pássaros, quadrúpedes e répteis. 24 Por isso Deus os entregou à impureza sexual, segundo os desejos pecaminosos do seu coração, para a degradação do seu corpo entre si. 25 Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém. 26 Por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza. 27 Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido pela sua perversão. 28 Além do mais, visto que desprezaram o conhecimento de Deus, ele os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem o que não deviam. 29 Tornaram-se cheios de toda sorte de injustiça, maldade, ganância e depravação. Estão cheios de inveja, homicídio, rivalidades, engano e malícia. São bisbilhoteiros, 30 caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, arrogantes e presunçosos; inventam maneiras de praticar o mal; desobedecem a seus pais; 31 são insensatos, desleais, sem amor pela família, implacáveis. 32 Embora conheçam o justo decreto de Deus, de que as pessoas que praticam tais coisas merecem a morte, não somente continuam a praticá-las, mas também aprovam aqueles que as praticam.

O texto não poderia ser mais claro. Só não entende quem não quer. Rejeitamos a verdadeira imagem de Deus, que vemos claramente no seu Filho, Jesus Cristo. Não somente lhe devemos honra e glória, mas devoção e reverência. Reverência à sua imagem. Reverência ao seu nome. Reverência à sua Palavra, que é a revelação de quem Ele realmente é. A questão aqui não é se Deus é ou não gay. A questão é que Deus não se parece conosco. Tragicamente, nos parecemos cada dia menos com Ele.

Na paz,

Quem é Deus?

Por Josafá Vasconcelos
 
Geralmente se tem por certo que todos conhecem a Deus. Mas isso não corresponde à realidade. A ideia que as pessoas tem de Deus é completamente distorcida e parcial. Primeiro por falta de informação e conhecimento, tira-se conclusões apressadas baseadas apenas na sabedoria popular. Embora possuamos o que Calvino costumava chamar de "sensus divinitat", isto é, um senso inato de que há um Deus e que podemos ter um certo conhecimento Dele através do que nos revela a natureza, a ponto de sermos inescusáveis, o pecado afetou nossa mente de tal forma que não somos mais capazes de ter uma compreensão correta a respeito Dele por nós mesmos. Para falar a verdade, nem somos dignos de cogitar a respeito de Deus ou, de modo atrevido, perscrutá-lo. Deveríamos tremer só de pronunciarmos o Seu Santo Nome, quanto mais de termos o desplante de sondá-lo; quem somos nós? Somos todos como aqueles cegos da fábula oriental que foram levados para saber como era um elefante. Começaram a tatear as partes do paquiderme e anunciavam suas conclusões: o primeiro, apalpando a tromba, gritou: "o elefante é como uma grande serpente!", o segundo abraçando uma das pernas replicou: "não, é antes como um grosso tronco de árvore!", e o terceiro, fazendo deslizar as mãos pelos lados do imenso animal, retrucou: "É como uma parede ambulante!". Assim, uns dizem: "Deus é amor!", outros: "Deus é Luz!", e ainda "Deus é verdade!", mas sempre de forma parcial. Se desejamos ser salvos, precisamos conhecer a Deus. Jamais teremos conhecimento correto da salvação tendo noções distorcidas do Deus que salva. Então, qual seria a descrição confiável do Criador? Como saber com Ele é? Jamais saberíamos se Ele mesmo não quisesse graciosamente Se revelar. Felizmente Ele quis e o fez, condescendendo com a nossa humílima condição, até onde podíamos alcançar, Deus se revelou nas Escrituras! É através do Santo Livro, a Palavra de Deus, que podemos, de forma correta, saber quem Deus é. 
 
Contudo, é bom que saibamos desde já que nunca seremos capazes de compreendê-lo devido à Sua incomensurável grandeza. Somos criaturas finitas e jamais abarcaremos o infinito. Somos criaturas, Ele é o Criador! A Bíblia diz que "Ele habita em luz inacessível onde homem algum jamais penetrou..." (I Tm 6:16). Mas de forma alguma se trata de um deus como o concebem os deístas, ausente e totalmente alheio às suas criaturas e ao destino delas. O Deus da Bíblia é um Deus imanente, que se compadece, age na vida dos filhos dos homens e habita com eles: "Porque assim diz o Alto e o Excelso, que habita na eternidade e cujo nome é santo: num alto e santo lugar habito, e também com o contrito e humilde de espírito, para vivificar o espírito dos humildes, e para vivificar o coração dos contritos" (Is 57:15).

A Confissão de Fé de Westminster, documento de doutrina importantíssimo das Igrejas Reformadas, escrito pelos puritanos do século XVII, homens piedosos, distinguidos por sua fidelidade às Escrituras, faz a seguinte afirmação a respeito de Deus:

"Há um só Deus vivo e verdadeiro, o qual é infinito em seu ser e perfeições. Ele é um espírito puríssimo, invisível, sem corpo, membros ou paixões; é imutável, imenso, eterno, incompreensível, onipotente, onisciente, santíssimo, completamente livre e absoluto, fazendo tudo segundo o conselho de sua própria vontade, que é reta e imutável, e para a sua própria glória. É cheio de amor, é gracioso, misericordioso, longânimo, muito bondoso e verdadeiro galardoador dos que o buscam; é, contudo, justíssimo e terrível em seus juízos, pois odeia todo o pecado e de modo algum terá por inocente o culpado". Isto corresponde exatamente ao que a Bíblia ensina a respeito de Deus.

Observe bem esta frase: "completamente livre e absoluto, fazendo tudo segundo o conselho de sua própria vontade que é reta e imutável..." Lembre-se, nós estamos falando de um DEUS! Às vezes, não nos damos conta disso, estamos vivendo uma época tão soberba que parece que Deus é um igual, se não, pelo menos de alguém superior, mas que tem de prestar conta de seus atos. Como se dissessem: "nós permitimos que você exista, desde que seus atos como Deus estejam dentro dos nossos padrões de justiça! Queremos que você seja uma Deus de amor e respeite nosso livre arbítrio". Aliás, foi exatamente isso que Erasmo de Roterdã, um teólogo católico humanista, disse a Lutero numa discussão que travaram sobre a doutrina bíblica da Eleição. Erasmo, defendendo o livre arbítrio, disse a Lutero: "Deixa Deus ser amor! Ao que Lutero, defendendo a livre e soberana vontade de Deus em escolher os seus, respondeu: "Deixa Deus ser Deus!". Quando o apóstolo Paulo, defendendo a mesma doutrina em Romanos capítulo 9:8-24, responde a uma suposta objeção ao direito de Deus ter misericórdia de quem lhe aprouver ter misericórdia e compaixão que quem lhe aprouver ter compaixão, responde: "Mas, ó homem, que és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou, por que me formaste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?". Seria mais ou menos se o dono de uma cerâmica recebesse, por parte das latrinas, uma reclamação formal pelo fato de não terem sido pratos! Ainda que tenham sido feitas com esmero, perfeitas e brilhantes! Ainda que tenhamos sido criados à imagem e semelhança de Deus, não passamos de criaturas. É bobagem essa estória de que fomos criados para fazermos o que quisermos, dotados de livre arbítrio e tudo mais, isso não é verdade. Fomos criados para obedecer a Deus, ser aquilo para o qual fomos criados e fazer o que Ele planejou que fizéssemos: "glorificar a Deus e goza-lo para sempre". O que Deus formulou para o homem no paraíso não se tratou de uma opção soberana de escolha concedida a ele entre pecar ou obedecer, ao contrário, era obedecer ou obedecer, pecar seria a morte!
 
Gostaria também de destacar a palavra "santíssimo" e o parágrafo final da Confissão: "é contudo, justíssimo e terrível em seus juízos, pois odeia o pecado e de modo algum terá por inocente o culpado". Você já havia pensado neste aspecto considerando a pessoa de Deus? Admitimos facilmente que Ele é santo sem nos apercebermos das sérias implicações disso, contudo há sérios problemas para pecadores como nós no fato de Deus ser santo! Se Ele é santo, terá que ser justo, odiar o pecado e não ter por inocente o culpado! A Bíblia nos relata a visão que Isaías, um santo profeta, teve da glória de Deus: "No ano da morte do rei Usias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam o rosto, com duas cobriam os pés e com duas voavam. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos, toda terra está cheia de sua glória. As bases do limiar se moveram à voz do que clamava e a casa se encheu de fumaça. Então disse eu: Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, e habito no meio de homens de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!". A visão é gloriosa e nos dá um vislumbre do que é a glória de Deus. Os Serafins, criaturas santas que assistem constantemente na presença de Deus, temem a Sua santidade. Está escrito: "Eis que Deus não confia nem nos seus santos; nem os céus são puros aos seus olhos" (Jó 15:15), eis a razão porque tinham seis asas. Com duas cobriam o rosto e com duas cobriam os pés. Isto é um símbolo que significa reverência para com a santidade de Deus. Estes seres celestiais, criados em pureza, não são achados dignos e nem mesmo podem suportar o esplendor da glória que refulge na face daquele que está sentado no trono; têm que cobrir o rosto, têm que cobrir os pés; as asas designadas para voar significam a presteza que devem ter para cumprir as suas ordens e não podem dizer outra coisa senão: "Santo! Santo! Santo! É o Senhor dos Exércitos!". Que pureza! Que glória! Que santidade! Deus habita em luz inacessível, onde homem algum jamais penetrou! Todos os homens que tiveram apenas um vislumbre de Sua glória caíram como mortos! "Mas o SENHOR Deus é a verdade; ele mesmo é o Deus vivo e o Rei eterno; ao seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação" (Jr 10:10).

Deus não se ajusta!

Por Josemar Bessa

"Ainda hoje a minha queixa é de um revoltado, apesar de a minha mão reprimir o meu gemido. Ah! se eu soubesse onde o poderia achar! Então me chegaria ao seu tribunal. Exporia ante Ele a minha causa, encheria a minha boca de argumentos. Saberia as palavras que ele me respondesse, e entenderia o que me dissesse" (Jó 23.1-5).

Imagine isto: uma convocação de pessoas irritadas se reunindo numa montanha para ter uma sessão de queixas com Deus.
A primeira pessoa a apresentar o seu caso é Moisés. Ele agarra firmemente seu bordão e dá um passo autoritário à frente. Olha dramaticamente para a esquerda e depois seu olhar se desvia a direita. Faz uma pausa deliberada, cofiando a barba esvoaçante. Ele olha diretamente para Deus e estronda numa voz poderosa:"Deus, nós nos conhecemos muito bem. O Senhor fez um bom trabalho no Mar Vermelho e com o exército de Faraó. Mas, será que eu não poderia ter colocado pelo menos um pé na terra de Canaã? Tenho esta queixa contra o Senhor há milhares de anos e preciso desabafar. Minha experiência com o Senhor não tem sido totalmente agradável. Fui deliberadamente exaltado para depois ser humilhado. Tudo que fiz foi bater na rocha! Que mal a nisso!"

"Olhe" - Moisés continua, elevando a voz emocionado. "Desisti do conforto do Egito, como segundo em autoridade ao Faraó. Segui ao Senhor sem vacilar. Tudo o que obtive em troca foram 40 anos nos confins de um terrível deserto, outros 40 anos tratando com uma multidão de pessoas que se comportavam como mentecaptos mal agradecidos, e depois morri justamente 30 dias antes de todos os outros entrarem na Terra Prometida! Estou desgostoso. O Senhor simplesmente não é 'justo'!
Deus sorri reverentemente e em silêncio faz um aceno par o próximo da fila.

João Batista pigarreia nervosamente, lançando um olhar pra o papel amassado que guarda na mão. Ele começa, "Deus, sei que o Senhor é reto e santo, mas estou realmente aborrecido. Quanto mais penso, tanto mais me enraiveço. Deixe-me fazer uma pergunta: O Senhor já teve que comer gafanhotos? Eu tive - UFA! Além disso, o Senhor me obrigou a andar por morros e vales, gritando sobre o arrependimento com toda a força dos meus pulmões. E isso não é tudo. Depois de trabalhar tanto por sua causa, terminei numa cela da prisão e, a seguir sem cerimônia alguma minha cabeça foi cortada! Isso não é 'justo'! Acredito que me explorou para proveito próprio. É dessa forma que age? Se agrada em espremer as pessoas, tirando tudo delas e depois jogá-las fora? É isso que faz?"

Deus sorri brandamente e acena pra o outro indivíduo. Este se porta como um aristocrata. Seu nome é Jó. Ele passa levemente o dedo pelo nariz e fala, "Deus, sei que o Senhor tem tudo sobre controle. Mas, penso que é um 'desmancha-prazeres cósmico' . Deve ficar sentado em seu trono esperando que alguém esteja gozando a vida ao máximo, e então ri sinistramente e torce satisfeito as mãos. Posso ver isso claramente: o que faz é esmagar tudo o que essa pessoa tem. Não tente fugir agora; estou aqui para comprovar pessoalmente o fato de que esse é um dos seus passatempos favoritos".

Neste ponto todos concordam vigorosamente com a cabeça e resmungam afirmativamente.

Jó continua, "Fui vítima indefesa. Sem consultar-me o Senhor deu ao diabo permissão para me destruir. Perdi 7.000 ovelhas, 3.000 camelos, meu gado, jumento, servos, sete filhos e minhas três preciosas filhas. Isso não é tudo. Enquanto me sentava nas cinzas de minha casa queimada, cuidando de meus tumores, minha mulher me disse que eu havia perdido a integridade e que deveria blasfemar contra o Senhor e morrer. Deus, não consigo compreender como isso aconteceu comigo. O Senhor é 'injusto' em suas ações, não só comigo..."

Ao olhar a fila, Deus vê muitas pessoas cuja raiva está crescendo. João se queixa de seus "Benefícios da Previdência Social" no asilo de loucos na ilha de Patmos. Os outros discípulos estão reclamando sobre suas experiências desconcertantes com o martírio, Jeremias se queixa das condições do calabouço, onde ele ficava enterrado na lama praticamente até as orelhas.
Paulo tem uma longa lista de reclamações: Naufragou três vezes, não teve como se vestir, passou fome, foi amargamente perseguido, apedrejado, rejeitado pelo sistema religioso, encarcerado e finalmente cortaram o seu pescoço. José está extremamente reivoso por ter sido vendido como escravo, caluniado pela mulher do seu patrão, e atirado numa cela por anos... Seu único crime foi um sonho! O honesto e puro Estevãoainda tem lugares inchados e ferimentos por ter sido apedrejado até a morte.

Deus também não pode esquecer de Davi. Ele foi caçado como um animal raivoso pelo invejoso Saul. A seguir, depois de trinta minutos de pecado com Bete-Seba, Davi colheu literalmente o caos em sua família e no reino durante 40 anos. Cada um tem uma pasta cheia de "fatos" que justificam sua queixa básica contra Deus.

Em meio ao nosso sofrimento, nossas emoções se descontrolam. Essa é a razão de necessitarmos de um regime de impacto através da ajuda objetiva das Escrituras. Nós aqui, no séculoXXI só nos ajustamos a justiça de Deus tendo um conhecimento categórico sobre Ele. ( Você pode ver então a tragédia e o engano diabólico do 'evangelho da prosperidade?' ) - Ele é uma mentira e nos faz crer num Deus que é mera ficção. É importante também para nós compreender suas (deDeus) intenções a nosso respeito porque quando estamos sofrendo, no geral questionamos seus motivos e sua integridade.

Alguém talvez diga: "Mas Deus é tão misterioso, ninguém pode saber realmente quem Ele é"! Embora seja verdade que Deus é tão grande que nenhum pensamento humano pode contê-lo plenamente, temos, como seus filhos, capacidade de conhecê-lo. Nossa responsabilidade é colocar o conhecimento que temos sobre Deus em nossa mente e depois pedir ao Espírito Santo que o torne uma realidade viva tanto nos bons como nos maus momentos.

Os seguintes atributos de Deus estão prontos para serem bombardeados para o nosso tanque de pensamentos desde já. Preparado?

01. Deus sabe tudo (At 15.18)

02. Deus é santo (1Pe 1.15,16). Ele lhe dá o poder para andar na luz.

03. Deus é amor (1Jo 4.8). Ele está vitalmente interessado no nosso bem maior.

04. Deus é verdadeiro (Rm 3.4). Ele cumpre todos os acordos sem queixar-se as suas costas.

05. Deus não tem de dar contas a ninguém (Is 40.13-14). O que Deus faz por você não é devido a um sendo de obrigação.

06. Deus é Todo-Poderoso (Ap 19.6). Você pode sentri-se protegido pelo seu cuidado.

07. Deus é infinito e eterno (Sl 90.2) - Ele tem o ponto de vista perfeito com relação ao seu sofrimento.

08. Deus é invariável e imutável (Tg 1.17). Ele não é neurórico em sua atitude compassiva para com você.

09. Deus é Onipresente (Sl 139.1-24). Você não pode fugir da atuação dEle em sua vida.
10. Deus é reto e justo (Sl 19.9). Ele não faz acepção de pessoas.

11. Deus é o Rei do Universo (Ef 1.1-23). Ele tem tudo sob controle, inclusive a sua situação.

Nós muitas vezes desejamos que Deus se ajuste ao nosso modo de pensar. Quando esta é a abordagem, não leva muito tempo para compreendermos que estamos empenhados numa tarefa inútil. Se, porém, nos ajustarmos adequadamente aos pensamentos de Deus, nosso valor como seus servos aqui na terra irá aumentar aos olhos dEle. Podemos então deixar de lado nossos sofrimentos e levar o poder curativo da cruz de Cristo a outros que estão sofrendo. Nós nos ajustamos categoricamente ao modo de pensar de Deus.
Em resumo, Deus não vai se ajustar aos seus pontos de vista. Você pode tentar manipular a atenção dEle com choro, súplicas ou desvios. Mas depois de tudo ter sido dito e feito, você ainda terá de ajustar-se aos pensamentos de Deus, como revelados na Palavra.

Você talvez fumegue um pouco e aja insensatamente durante algum tempo, mas mais cedo ao mais tarde, depois do esgotamento total, terá de enfrentar o fato de que Ele não vai se mover. Ele está no controle. Ele é o Criador. Você sua criatura. Os cristãos humildes não tem problema com esta realidade, poque uma vez compreendida, eles entram numa esfera de maior liberdade, vida e amor dentro dos limites de sua herança espiritual.

Fonte: Josemar Bessa