segunda-feira, 14 de julho de 2014

Rejeitando os desejos da carne mas abraçando os desejos da mente.



Por Josemar Bessa

O apóstolo Paulo faz uma distinção entre os desejos da carne e dos pensamentos: “Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.” - Efésios 2:3

Ambos se opõe totalmente a Deus, ambos são fruto de nossa natureza caída (Carnais). Mas são diferentes e de maneira sutil podem penetrar fortemente onde o outro não se manifesta tão evidentemente.

Os desejos da carne parecem ser as mais grosseiros, as paixões mais sensuais, conectadas, por assim dizer, com a parte que gostaríamos de colocar como a mais inferior de nossa natureza. Os desejos da mente são aqueles que estão conectados com o que vemos muitas vezes até como qualidade superiores.

Alguns estão completamente mergulhados em toda sorte de frutos sensuais de luxúria, na satisfação deles avidamente... Enquanto outros, que podem desprezar tudo isso, ou pelo menos não são tentados ou pratiquem tão avidamente estes, realizam com igual ardor os sussurros de um caráter e disposição mais refinados.

Ambição de subir na vida, sede de poder sobre seus semelhantes, um desejo por fama, uma filosofia que parece moral mais que está em oposição a Verdade de Deus, descontentamento com a atual situação da vida, invejando outros em posições superiores a eles, riqueza, talento, realizações, posições mundanas, tentativa de felicidade fora de uma vida que em tudo glorifica a Cristo, ambição de sair da obscuridade, fazer um nome para si mesmo... “desejos da mente”.

Observe como Paulo coloca tudo isso no mesmo nível, os desejos da carne e da mente, e põe sobre eles o mesmo selo, ambos com a marca negra da desobediência e sua consequência nefasta, a ira de Deus.

Quando olhamos os desejos da carne se manifestando de maneira grosseira, tendemos a vê-lo como algo claro contra tudo o que Deus é, mas o que pensamos do comerciante incansável(ou em qualquer outra atividade), enérgico nos negócios, tendo como alvo da vida tão somente crescer... que põe em prática tudo que é necessário para isso, que racionaliza suas motivações, ou seus desvios na busca do crescimento?... Ele é igualmente culpado aos nossos olhos como aqueles que expressam os grosseiros frutos da carne?

O que pensamos do artista dedicado dia e noite no cultivo de suas habilidades como pintor, músico, escultor, escritor... ou em todas as outras atividades da vida... enterrados em seus livros... no ramo particular que escolheu seguir, cuja vida e energia é totalmente gasta em satisfazer todos esses desejos de sua mente?

Tanto quanto a sociedade, bem-estar público, o conforto próprio e de suas famílias, e o progresso do mundo estão em causa aqui... quando chegamos a pesar a questão diante de Deus, com a eternidade em vista, e as julgamos com a Palavra da Verdade, vemos imediatamente que não há diferença real entre eles,que o homem satisfazendo os desejos mais gritantes da carne e o erudito, o artista, o homem de negócios, o homem literário... em uma palavra, o homem do mundo, qualquer que seja o seu “mundo”... abraçado aos desejos da mente... ambos são da terra, são inimigos de Deus... Deus não está no centro do propósito de suas vidas, e se você pudesse olhar para o fundo de seus corações, muitas vezes ficaria evidente que o homem de “bem” voltado para os desejos da mente, com seu refinamento, educação... manifestam ser inimigos de Deus em suas mentes mais profundamente do que o libertino.

O pecado em ambos é a mesma coisa, e consiste no fato de que em tudo que eles procuram satisfazer é uma mente carnal que é inimizade contra Deus e Sua Palavra, que não são sujeitos a ela, e como disse o Apóstolo, nem mesmo o podem ser.

Deus (como se revelou em sua Palavra) não está em suas mentes, em seus pensamentos... apesar de viverem, respirarem, se moverem e existirem nEle, vivem inteiramente para si mesmos, e portanto, são rebeldes na definição mais profunda que Deus dá em Sua Palavra, alienados da vida de Deus, vivendo como se Deus não existisse ou como se existisse, existisse para eles e não eles para Deus.

“Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.” - Efésios 2:3

VOCÊ VAI À IGREJA, MAS DEUS RECEBE O SEU CULTO?



Por Fabio Campos

Texto base: “O Senhor diz: "Esse povo se aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. A adoração que me prestam só é feita de regras ensinadas por homens”. – Isaías 29.13 (NVI)

O conceito de “culto” nos dias atuais tornou-se genérico e se distância em muito do seu real significado. Quando as pessoas dizem que vão ao culto, muitos fazem disto o momento do seu “sacrifício” para deixar Deus um pouco mais feliz, podendo assim, depois do dever de casa feito, angariar o “direito” de demandar as bênçãos divinas com a consciência mais tranquila.

Veja a motivação da grande maioria das pessoas nos dias de hoje - vão ao culto só para fazerem campanhas; votos de prosperidades; buscar o milagre que “hoje vai chegar”. Cerimônias e rituais são introduzidos na liturgia para atrair “fiéis”. Um “culto tal” para atrair fiéis? Pois é, os papéis se inverteram! Até onde sabemos e disto as Escrituras testificam é que, culto, é o ato de “homenagear a divindade através da adoração”. Logo, então, tudo o que vemos nestas igrejas que fazem do culto um meio para atrair pessoas a conquistarem os seus objetivos, certamente, não trata de culto, mas de um meio “supersticioso” para conseguir um fim físico ou espiritual por benefício.

Informo que Deus não se agrada deste culto e considera isso uma abominação ao Seu Santo Nome. A advertência dada por Deus através do profeta Isaias, concernente a isso, englobava – “um povo de aparente piedade, devoto, mas com o coração longe de Deus - interessado apenas no seu bem estar. Enganados pelo o seu coração - fechados para a voz da consciência - prestavam o culto através de regras ensinadas por homens” (Is 29.13).

O culto segundo a Bíblia é racional e não emocional. Não digo que não existe espaço para a alteração das emoções. Quem consegue permanecer com o seu coração de pedra na presença do Nosso Amado Senhor Jesus. O que dizer dos discípulos no caminho de Emaús ao escutar as Palavras do Senhor. Enquanto ouviam, seus corações queimavam. Engano, mas muito engano há em inibir as emoções no culto. Todavia, prestar culto a Deus é saber através do raciocínio a quem se está adorando e a forma reverente que Ele exige (Rm 12.1). A conotação dada por Paulo na carta aos Romanos [12.1], acerca disso, traz o sentido da“apresentação de um sacrifício”; “colocar de lado” para qualquer [outro] propósito. Ou seja, o culto é o homem quem dá a Deus e nunca o contrário -, Deus cultuar o homem. Ele é gracioso e faz muito mais do que pedimos ou pensamos, entretanto, cultuar a Deus é isso.

Lembro-me ainda quando católico; diziam-me que a cada missa que eu participava, mais um degrau eu subia rumo ao céu. Na minha mente ir à igreja era fazer um favor a Deus. Na mente de muitos evangélicos não é diferente. Você nunca pensou de onde vem tanta intrepidez destes para profetizar, determinar e decretar as bênçãos? “Já que estou fazendo tudo certinho, logo tenho o direito para conquistar tudo isso”, pensam eles.

Este tipo de culto é condenado por Deus. E assim Ele diz: “Quando lhes pediu que viessem à minha presença, quem lhes pediu que pusessem os pés em meus átrios” (Is 1.12?). Ninguém compra a bênção de Deus com sacrifico nenhum. Ele não tem prazer na compra da Bíblia “Ceruliana” de 900 reais. Ainda que haja um aparente quebrantamento com as mãos levantadas, Deus esconderá seus olhos destes (Is 1.15).

Muitos desigrejados estão difamando o ato de se reunir “como igreja”. Podem enganar a leigos e a uma multidão de homens, mas a Deus não se engana, pois ele mesmo disse para não deixarmos de congregar (Hb 10.25); e se reunindo, que fosse “com ordem e decência” (1 Co 14.40). Não podemos entrar de qualquer jeito na presença de Deus.

O Senhor sempre zelou por sua comunhão com o homem que Ele o criou. Desde o princípio Deus se reunia com o homem (Gn 3.8). Com a desobediência de Adão [e agora todos estão em Adão até a conversão a Jesus Cristo], Deus expulsou o homem de sua presença (Gn 3.24), passando então, depois de expulso, a ser um “errante pela terra” (Gn 4.14). Todavia, o Senhor sendo rico em misericórdia traçou um plano elaborado desde antes da fundação do mundo, cumprindo-o através de vários servos por Ele levantados. Moisés foi um destes. Ele legislou os preceitos Divinos e a importância do culto - como Deus o recebe através de regras e formas.

Quer ver o zelo de Deus para com o culto? Leia o livro de levíticos! A ordem deste culto perdurou por milhares de anos até chegar a “Plenitude dos Tempos” - quando Deus veio em carne na Pessoa do Filho Jesus cumprir todos estes preceitos - reconciliando os homens consigo mesmo - não imputando suas transgressões (2 Co 5.19). Como bem disse o grande teólogo Karl Barth: "O Deus Eterno deve ser conhecido em Jesus Cristo e não em outro lugar".

Hoje o nosso culto deve ser simplesmente a maneira de agradecermos por tudo o que Ele fez e por tudo o que Deus é. É o momento que nos desligamos dos acontecimentos lá de fora e nos concentramos, em gratidão, para darmos o nosso melhor, conhecendo assim a boa, perfeita e agradável vontade de Deus. Este ato [o de cultuar] é tão sério que Paulo faz uma severa advertência à igreja de Coríntios, concernente ao véu que era usado pelas mulheres na época [em sinal de respeito aos seus maridos], pois os anjos estavam assistindo o culto (1 Co 11.10). Rapaz, os anjos assistem o culto que prestamos a Deus. Senhor...! Misericórdia! Ainda bem que em Cristo minhas sandálias são retiradas ao entrar na sua presença. Sigo pelo Novo e Vivo caminho.

Portanto, amados, o culto é mais do cantar, ofertar e ouvir a Palavra. Tudo isso pode se tornar simples dogmas, litanias e liturgias decoradas, ensaiadas, sem amor e sem convicção, como diz a nota de rodapé da “Bíblia de estudo Shedd” [comentário de Is. 29.13]. Todas estas atividades [cantar, ofertar e ouvir a Palavra] faz parte, mas somente os que adoram o Pai em espírito e em verdade terão o seu culto recebido pelo Senhor como oferta de cheiro suave. Em compensação outros, o seu culto, para Deus, é simplesmente um “fogo estranho”.

Não vá à igreja simplesmente para assistir a um culto. Vá a igreja cultuar a Deus e participar da comunhão dos santos através salmos, orações e hinos espirituais que sejam dignos ao Nosso Senhor Jesus, segundo como ensina as Escrituras Sagradas.

Considere este artigo e arrazoe isto em seu coração,

Soli Deo Gloria